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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE – UNIJUAZEIRO CURSO: DIREITO PROF: INALDO SOBREIRA FERREIRA DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA - TEORIA GERAL DO ESTADO ALUNO: ORIGEM DA SOCIEDADE 1ª. Ao buscar um conceito para o termo sociedade, é possível, intuitivamente, imaginar seu significado. Descreva-o. Quando se pensa em sócios, imediatamente se imagina duas ou mais pessoas que se unem a fim de obter um determinado fim. Em uma empresa, por exemplo, o fim pode ser o lucro. Ampliando esse conceito, é possível imaginar uma grande sociedade na qual vários homens agrupados convencionem uma organização a fim de obter algo. 2ª. Alguns doutrinadores definem sociedade de forma mais genérica,outros, que não há sociedade. Explique! De forma mais genérica, a sociedade não se configura como um aglomerado de indivíduos, ou de grupos de indivíduos, mas sim como relações humanas. É todo o complexo de relação do homem com o seu semelhante. Para outros, não há sociedade, mas sociedades, uma pluralidade de grupos da mais diversa espécie e coesão. Ouros acreditam que vivemos em uma sociedade de sociedades de indivíduos. 3ª. Quais as teorias acerca da origem da sociedade? Conceitue-as. Naturalista: o homem é um animal social, um ser social por natureza, naturalmente um animal político, não sendo possível conceber a existência do homem sem viver em contato com outros homens. Em conclusão, a sociedade é o produto da conjugação de um simples impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana. Contratualista: a sociedade é, tão só, o produto de um acordo de vontades, ou seja, de um contrato hipotético celebrado entre os homens. a origem da sociedade está no contrato social. Parte-se do princípio de que a sociedade foi constituída a partir de um contrato firmado entre as pessoas. 4ª. O naturalismo surge na Grécia antiga. O maior expositor dessa teoria é Aristóteles com o livro, “A Política”. Comente. No seu livro a “A Política”, ele diz que o homem é um animal politico ele é um animal que nasceu pra viver naturalmente com outros homens e mulher na polis, na cidade, seres pra viver em sociedade. O Homem se não fosse um animal politico seria ou um Deus ou uma besta-fera. Naturalmente o homem e a mulher se unem e formam a primeiro nível de sociedade, a família. E dessa relação surge também um poder natural, naturalmente os poderes são constituídos: o homem e a mulher, o pai e o filho, o senhor e o escravo. são três níveis de relação que existem em uma família. Em todas elas, o homem naturalmente é superior aos demais. Em qualquer situação, o homem é sempre superior a mulher, os mais velhos são superiores aos mais novos, e o escravo é sempre inferior ao seu senhor. Então o naturalismo é a teoria política que vai dizer que a origem da sociedade está pautada exatamente na natureza humana, e o poder também é constituído naturalmente. Uma nascem para mandar, outros nascem para obedecer. Isso é Aristóteles, isso é naturalismo.” 5ª. Para Santo Tomás de Aquino, a vida solitária é exceção, existindo em três situações: excellentianaturae, corruptionaturae e mala fortuna. Explique-as. Excellentianaturae: para homens que vivem em comunhão com a própria divindade, como exemplo citando os santos eremitas.Corruptio natura: caos de turbações mentais. Mala fortuna: quando o isolamento ocorre por questões alheias à vontade do homem. 6ª. As teorias contratualistas são aquelas segundo as quais “os indivíduos isolados no estado de natureza unem-se mediante um contrato social para constituir a sociedade civil." (ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.) São considerados filósofos contratualistas: a) Hobbes, Locke e Rousseau. b) Platão, Aristóteles e Sêneca. c) Maquiavel, Agostinho e Descartes. d) Nietzsche, Horkheimer, Comte. 7ª. “Tudo aquilo que se infere de um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, infere-se também do tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida pela sua própria força e pela sua própria invenção. Numa tal condição (...) não há sociedade; e o que é pior do que tudo, um medo contínuo e perigo de morte violenta. E a vida do homem é solitária, miserável, sórdida, brutal e curta. (HOBBES, Leviatã, I, XIII. In: MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba:SEED,2009.) De acordo com o texto e o pensamento de Hobbes, é correto afirmar que a) a única saída para defesa da sociedade é a guerra de todos contra todos, embora a vida se torne com isso insustentável e curta. b) faz-se necessário o estado político, com o que a sociedade se preserva e garante a justiça, isso estabelecido por contrato. c) o homem tem de ser por natureza um animal político, pois no Estado Civil a política é um erro, o contrato insuficiente para inibir a guerra de todos contra todos. d) o homem está fadado irreversivelmente ao extermínio, mesmo delegando poder de representação da garantia de seu direito à vida a um soberano estabelecendo o contrato. 8ª. Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a): a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original. e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade. 9ª. O contratualismo é uma escola de pensamento a partir da qual várias interpretações sobre a natureza humana e o surgimento das sociedades civis foram concebidas. Para os contratualistas, o ser humano: a) era como uma tábula rasa, pois nascia completamente desprovido de qualquer tipo de ideia ou consciência. b) vivia em um estado de natureza anterior às organizações sociais ou políticas que temos hoje. c) era um animal desprovido de qualquer tipo de capacidade de relação social. d) era o único ser vivo do planeta capaz de manter relações sociais. A resposta correta é a afirmação da letra “b”. Para os contratualistas, o ser humano possuía uma forma de vida anterior à que vivemos hoje em nossas sociedades, um estado onde apenas os instintos e as qualidades intrínsecas do ser humano serviam de mediadores de nossas ações. 10ª. Thomas Hobbes acreditava que o “homem era o lobo do homem”. O que Hobbes queria dizer com isso? a) Que o homem, assim como os lobos, relacionavam-se em alcateias, formando uma hierarquia em que o objetivo comum era a obtenção de alimento. b) Que o ser humano passou a ver na figura do lobo um espelho de suas atividades sociais, de forma que, em algumas sociedades, o lobo ainda é uma figura simbólica. c) Que o homem é capaz de agir como predador de sua própria espécie, podendo ser cruel, vingativo e mau quando lhe fosse conveniente em seu estado de natureza. d) Que a amizade entre os seres humanos era comparável à relação próxima que os lobos possuem em uma alcateia. A alternativa “c” está correta. Thomas Hobbes acreditava que o homem era naturalmente “mau”, bárbaro e egoísta. Em seu estado de natureza, o ser humano estaria sempre disposto a sacrificar o bem-estar do próximo em nome de suas vontades. Daí surgiria o incentivo para o estabelecimento de um contrato social, em que todos se submeteriam a um Estado maior que garantiria a salvaguarda dos direitos básicos, como a vida. 11ª. John Locke acreditava que o homem era uma criatura naturalmente “racionale social”, com inclinação para o bem e um forte senso de amor ao próximo e empatia pela dor alheia. Nesse sentido, o que motivaria o homem natural de Locke a se sujeitar ao contrato social? a) O homem natural para Locke, apesar de racional, não era invariavelmente “bom”. O amor próprio e o egoísmo ainda faziam parte de sua índole. Isso prejudicaria o estabelecimento de uma sociedade harmoniosa sem que houvesse uma entidade de mediação de conflitos. b) O texto engana-se. O homem natural de Locke jamais se sujeitaria ao contrato social, já que as liberdades individuais do homem natural não seriam abandonadas. c) O contrato social implicava o abandono da selvageria e da barbárie em que o homem vivia. d) A perpetuação da paz natural que o ser humano e suas relações sociais proporcionavam no estado de natureza. A alternativa “a” é a correta. O homem natural de Locke, apesar de ser naturalmente racional, não era invariavelmente “bom”. Isso quer dizer que o egoísmo, a vingança e o ímpeto pela destruição ainda fariam parte da constituição humana. Assim, o estado de guerra ainda era uma ameaça ao homem natural de Locke. A única saída era a concepção de um contrato social em que todos aceitariam submeter-se à regência de um Estado maior. 12ª. Com relação ao filósofo contratualista e a forma de governo sugerida por ele, complete: sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas Hobbes. Sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz. Essa argumentação em favor de uma autoridade soberana, instituída por um pacto, representa inequivocamente a defesa de uma monarquia absolutista. Thomas Hobbes foi um grande defensor dos sistemas monarquistas. Para ele, o Rei era a representação do Estado forte e coeso, capaz de trazer ordem diante da confusão inerente do estado de natureza do homem natural.A argumentação hobbesiana favorece qualquer estado que proteja a paz entre os cidadãos assegurando que as leis ordenadoras sempre prevaleçam, mesmo que o uso da força e da violência seja necessário. Todavia, para Hobbes a monarquia é o poder mais adequado, o soberano monarca é o governante ideal para o filósofo. 13ª. A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra. RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo:WMF, 2012 (adaptado). O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como: a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral. Resposta “c”. Thomas Hobbes é um dos filósofos contratualistas, exatamente por considerar que toda comunidade política é fundada em um pacto social. A ausência desse pacto faz com que os indivíduos estejam em um estado de natureza, na qual haveria a guerra de todos contra todos. 14ª. A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles: a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. Resposta “a”. Segundo Hobbes, os homens, em seu estado de natureza, permanecem em um constante conflito. É a constituição da cidade civil que irá por fim a esse estado de guerra de todos contra todos. 15ª. “Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. […] E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos”.Hobbes. Considerando o texto citado e o pensamento político de Hobbes, seguem as afirmativas abaixo: I. A situação dos homens, sem um poder comum que os mantenha em respeito, é de anarquia, geradora de insegurança, angústia e medo, pois os interesses egoísticos são predominantes, e o homem é lobo para o homem. II. As consequências desse estado de guerra generalizada são as de que, no estado de natureza, não há lugar para a indústria, para a agricultura nem navegação, e há prejuízo para a ciência e para o conforto dos homens. III. O medo da morte violenta e o desejo de paz com segurança levam os indivíduos a estabelecerem entre si um pacto de submissão para a instituição do estado civil, abdicando de seus direitos naturais em favor do soberano, cujo poder é limitado e revogável por causa do direito à resistência que tem vigência no estado civil assim instituído. IV. Apesar das leis da natureza, por não haver um poder comum que mantenha a todos em respeito, garantindo a paz e a segurança, o estado de natureza é um estado de permanente temor e perigo da morte violenta, e “a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”. V. O poder soberano instituído mediante o pacto de submissão é um poder limitado, restrito e revogável, pois no estado civil permanecem em vigor os direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade, bem como o direito à resistência ao poder soberano. Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações II e IV estão incorretas. d) as afirmações III e V estão incorretas. e) as afirmações II, III e IV estão corretas. “Tal como os homens, tendo em vista conseguir a paz, e através disso sua própria conservação, criaram um homem artificial, ao qual chamamos Estado, assim também criaram cadeias artificiais, chamadas leis civis (…)”(Trecho retirado do capítulo XXI de Leviatã, de Thomas Hobbes)
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