Buscar

Direito Penal Resumo 3º Semestre

Prévia do material em texto

1ª Fase – FIXAÇÃO DA PENA BASE – ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
O juiz determina a pena base. Baseia-se nas circunstâncias judiciais
Art. 59:
“O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:”
Então, leva-se em conta:
Culpabilidade – Juízo de reprovação sobre a conduta do réu, que poderia escolher, mas agiu de forma mais gravosa.
Antecedentes – Bons ou Maus. Maus antecedentes: condenação transitada em julgado. Os antecedentes não são considerados reincidência passados 5 anos do fim da condenação (prescrição).
Conduta social - Pode atenuar a pena, mas não afasta a culpa. É averiguado o comportamento na sociedade (trabalho, em casa, etc.). Se a conduta social for atrelada ao crime torna-se negativa.
Personalidade do agente – De difícil definição, o exame de personalidade só é aplicado depois do trânsito em julgado. Baseia-se em dados objetivos para auferir algo subjetivo.
Motivos – Elementos psicológicos que impulsionam o agente, podendo ser favorável ou não. Ganância – desfavorável; Proteger a honra – favorável.
Circunstâncias do crime – São objetivas, pois referem-se quanto à forma do crime, agravando quando for à noite, em lugar ermo.
Consequências do crime – Efeitos do delito praticado que atingem a pessoa, a família e a sociedade. Não confundir consequência com resultado. A pessoa: Abalo psicológico (estupro); A família: Morte do pai de família (provedor). 
Comportamento da vítima – Não justifica o crime, só diminui a censura.
Nesta fase é fixada a pena base. Geralmente o juiz, para fixá-la (embora operadores do Direito, em geral, não sejam muito bons em contas) realiza um pequeno cálculo: Soma-se a pena mínima com a máxima e divide por dois, chegando, assim, ao ponto médio.
2ª Fase – AGRAVANTES & ATENUANTES – ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS
Leva-se em conta as agravantes e atenuantes. Por isso não é aconselhável que o juiz fixe a pena base ao máximo e nem na mínima.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
        I - a reincidência;
        II - ter o agente cometido o crime: 
        a) por motivo fútil ou torpe; - Fútil – Motivo desproporcional ao delito. Ex: Xingar o garçom por ter trazido um alimento frio; Torpe – Motivo repugnante. Ex: Matar por Ganância.
        b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; Ex: Manter família de gerente de banco em cárcere enquanto o mesmo abre o cofre.
        c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
        d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; Ex: explosão de caixa eletrônico. Veneno: se for paulatino é mais cruel.
        e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
        f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; - Abuso de autoridade privada, ex: Curador que abusa de poder sobre curatelado.
        g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
Abuso de autoridade – Funcionário público que tem poder e abusa dele
Relações domésticas – proveito de vínculo familiar
Cohabitação – que vive sob o mesmo teto
Hospitalidade – que abusa da hospitalidade do anfitrião. Ex: Festa.
        h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; - CUIDADO! Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Já configura o próprio crime (infanticídio).
        i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
        j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
        l) em estado de embriaguez preordenada. – Embriagar-se para cometer o crime.
        Agravantes no caso de concurso de pessoas
        Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
        I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
        II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
        III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
        IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
CUIDADO! 
Art. 121 – Matar alguém; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. – O mesmo contido no Art. 61, inciso “d”. Só poderá considerar uma das circunstâncias. Considerar as duas é “Bis in idem”
As agravantes têm um teto máximo (1/6) da pena base. Se for mais do que isso pode ser atacado pelo advogado.
As circunstâncias objetivas comunicam-se entre os agentes.
As circunstâncias subjetivas só incidem sobre o agente, não comunica com os demais agentes. Ex: motivo torpe.
REINCIDÊNCIA
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
As duas condições para que ocorram a reincidência: Crime anterior e sentença condenatória transitada em julgado.
Reincidência Genérica – Não precisa ser o mesmo crime.
Reincidência Específica – 
Art. 44 – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
	II – o réu não for reincidente em crime doloso
	§ 3o – Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
Multa substitutiva
Art. 60, § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
        	I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
	V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
PRESCRIÇÃO DA REINCIDÊNCIA
A reincidência prescreve em 5 anos.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
Assim temos:
Condenação				 3 anos – Período de prova
10 anos		 	 7anos	 Extinção da pena	
2000			 Liberdade		 2010	 2012
			 Condicional			 PRESCRIÇÃO
Como descreve o artigo 64, I, o tempo de prova é computado para prescrição da reincidência. Assim sendo, no exemplo acima, se passar 2 anos da extinção da pena, a reincidência é prescrita.
CrimeINFRAÇÃO PENAL
É o gênero das espécies:
Contravenção
Crime anterior + contravenção penal = reincidência
Contravenção penal + crime = não há reincidência
Os maus antecedentes são mais brandos do que a reincidência. Ambos olham para o passado, mas a reincidência é mais severa.
Exemplo:
Exemplo 2:
ATENUANTES
 Circunstâncias atenuantes
        Art. 65 - São circunstânciasque sempre atenuam a pena: 
        I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
	Menor de 21 – A lei adotou o critério segundo o qual a pessoa com 21 anos incompletos não possui a formação completa do córtex frontal, que tem um poder de decisão.
	Maior de 70 – se completar 70 anos antes da sentença ela pode ser atenuada, independente do ato ser praticado antes da septuaginda.
        II - o desconhecimento da lei; Pessoas de origem simples ou que moram afastadas da civilização, sem acesso à informação, sob semi-isolamento.
        III - ter o agente:
        a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; - Valor coletivo, nobre. Tem que ter motivo relevante.
        b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; - Prestar socorro. O agente dá veneno à vítima, mas dá antídoto. Reparo de dano: Tem que ser total e antes do trânsito em julgado.
        c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
Coação resistível – responde o coator e o coagido (com atenuante)
Cumprimento de ordem superior – se manifestamente ilegal, responde os dois
Paixão e emoção – não são excludentes (a não ser em caso de problema psiquiátrico). Somente a violenta emoção, provocada pela vítima é atenuante.
        d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; - Confissão é o resultado de consciência moral que leva o agente a relatar o ato diante da autoridade competente.
        e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
        Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
3ª FASE – AUMENTO & DIMINUIÇÃO
 Art. 68 -  A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
 Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Aqui estamos numa fase onde o juiz pode aumentar a pena além do máximo e também prevê-la aquém do mínimo.
CONCURSO DE CAUSAS
Quando for determinado pelo juiz, na 3ª fase, duas causas de aumento, este deve ser muito bem fundamentado.
Súmula 443 - Os ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovaram a Súmula n. 443. Pela redação do novo verbete, “o aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes”.
O advogado, ao defender o cliente, deve invocar a súmula.
CONCURSO DE CAUSAS “CASCATA”
Aplicação do efeito cascata:
1ª Fase = 6 anos
2ª Fase = 6 anos – 1/3 = 4 anos
3ª Fase = 4 anos – 2/3 = 1 ano, 3 meses e 10 dias.
Tem que ser aplicada dessa forma, em cascata, pois se for em uma fase somente, zera a pena.
Causas com frações variáveis
FIXAÇÃO DO REGIME
Não, isso não é para emagrecer!
 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
Trataremos agora da FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.
Requisitos:
1 – Objetivo
Quantidade da PPL
Espécie da PPL
2 – Subjetivo
Reincidência
Circunstâncias judiciais
  Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime
Art. 33, § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
Regime Fechado – Pena maior que 8 anos
Semi-Aberto – Pena igual ou superior a 4 anos e menor ou igual a 8 anos
Aberto – Pena menor ou igual a 4 anos e não reincidente.
Agente em regime Semi-Aberto pratica novo delito – Novo regime: FECHADO
Agente em regime Aberto pratica novo delito – Novo regime: FECHADO
GRAVIDADE DO CRIME
Abstrata – Estipulada pelo legislador
Concreta – Estipulada pelo juiz
A gravidade do crime não pode determinar o regime mais gravoso.
Súmula 718, do STF: "A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada". 
Súmula 719, do STF: "A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea".
Onde se lê “motivação idônea”: É sinônimo de motivação concreta, ou seja, estipulada pelo juiz.
Sendo assim, a gravidade do delito é elemento estranho e não deve ser apreciada na fixação do regime inicial de cumprimento de pena. Gravidade é elemento já considerado pelo legislador, na primeira etapa de individualização da pena. Não pode ser rediscutido pelo julgador. 
Caso seja indevidamente analisada a gravidade do crime para a fixação de regime inicial de cumprimento de pena mais gravoso, devem ser intentadas as medidas cabíveis, quais sejam, interposição de apelação e impetração de ordem de habeas corpus.
FORMA PROGRESSIVA E REGRESSIVA
Requisitos para a progressão:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
Objetivo: 1/6 da liquidação da pena, ou
LHC, 8.072, § 2o - cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
Subjetivo: Bom comportamento comprovado pelo Diretor do estabelecimento.
Para crimes hediondos o juiz deve fundamentar o exame criminológico.
Regressão
É a transferência do condenado para regime prisional mais severo do que aquele em
que se encontra.
Causas de regressão
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
A relação de faltas graves inerentes à pena privativa de liberdade está prevista no
art. 50, caput, da Lei de Execução Penal, em rol taxativo, incompatível com a
interpretação extensiva:
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do art. 39 desta Lei;36
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
	
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas alternativas”,pois têm o propósito de evitar a desnecessária imposição da pena privativa de liberdade nas situações expressamente indicadas em lei, relativas a indivíduos dotados de condições pessoais favoráveis e envolvidos na prática de infrações penais de reduzida gravidade. Busca-se a fuga da pena privativa de liberdade, reservada exclusivamente para situações excepcionais, aplicando-se em seu lugar a restrição de um ou mais direitos do condenado.
 Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
        I – prestação pecuniária; 
        II – perda de bens e valores;  
        III – (VETADO) 
        IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
        V – interdição temporária de direitos; 
        VI – limitação de fim de semana.
Esse rol é exaustivo. Portanto, não pode o magistrado, no caso concreto, criar outra
espécie de pena alternativa.
Requisitos para a substituição:
O crime ser culposo
a – Se for doloso, que não ultrapasse 4 anos
	 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem
	 Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda
	Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave
Estes são crimes julgados no Jecrim, de menor potencial ofensivo (Lei 9.099/95)
 Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Critérios para a substituição:
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
Igual ou inferior a um ano – Multa ou PRD
Superior a um ano – PRD e multa ou 2 PRD’s
ESPÉCIES DE PRD’s
 Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. 
  1 -    § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários
	DEDUÇÃO – Se houver reparação civil de R$ 250 mil e reparação pecuniária de R$ 100 mil, o réu terá sua dívida abatida, ou seja, pagará somente mais o restante: R$ 150 mil.
2 -     § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
	Entenda-se outra natureza: cesta básica, prestação de serviços.
3 - Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade
	Depende da PPL – Dias: 210 dias, 1 hora por dia, limitado a 8 horas semanais.
4 -   Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:  
	        I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; - ATENÇÃO: São para crimes cometidos em razão da função
        II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
        III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
        IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
        V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
MULTA SUBSTITUTIVA
A multa substitutiva ou vicariante é prevista no art. 60, § 2.º, do Código Penal:
  § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.
Como não há menção ao inciso I do art. 44 do Código Penal, não se aplica o limite temporal de quatro anos no tocante aos crimes dolosos. Dessa forma, a multa substitutiva da pena privativa de liberdade tem natureza jurídica distinta da pena de multa cominada pelo preceito secundário do tipo penal. Permanece, portanto, o teto de seis meses,6 e independe do emprego de violência ou grave ameaça à pessoa.
Basta para a sua incidência que o réu não seja reincidente em crime doloso e, ademais, a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indiquem a suficiência da substituição.
Em casos de leis especiais (Ex: 11.343/06 – Lei de drogas), não pode haver conversão em multa
Os advogados buscam, quando há duas multas, que seja pago a de maior valor.
As penas alternativas, se não cumpridas, são convertidas em PPL.
Ponto polêmico: Crimes hediondos (8.072/90) – Em caso de crime hediondo pode-se fazer a substituição.
PENA DE MULTA
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
APLICAÇÃO
O juiz da sentença é que efetua.
	1ª Etapa: culpabilidade / trifásico
	Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
	Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
	2ª Etapa: Valor do dia multa – de 1/30 do salário mínimo até 5x o valor do salário mínimo – Em termos atuais: de 26,26 a 3.940,00
	Art. 49, § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
	  Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.
	3ª Etapa: Pagamento
	 Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais
        § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: 
        a) aplicada isoladamente;
        b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
        c) concedida a suspensão condicional da pena.
        § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
	4ª Etapa: Execução
	  Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
	5ª Etapa: Competência – Quem tem a legitimidade: A Fazenda Pública
	6ª Etapa: Correção monetária
	É realizada a partir da data do fato – Súmula 43 – STJ). O valor do salário mínimo será o vigente à época da sentença.
CONCURSO DE CRIMES
Concurso de crimes é o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou várias condutas, pratica duas ou mais infrações penais.
Pode haver, portanto, unidade ou pluralidade de condutas. Sempre serão cometidas, contudo, duas ou mais infrações penais.
CONCURSO MATERIAL
 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicaçãocumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
	Há pluralidade de ação ou omissão – Concurso material homogêneo
	Há pluralidade de crimes idênticos ou não – Concurso material heterogêneo
Cumulo de penas – Simples somatórias. Ex: homicídio: 12 anos + Estelionato: 3 anos = 15 anos.
Concurso Formal
Concurso formal, ou ideal, é aquele em que o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
	Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis, ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
	Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
CONCURSO FORMAL PERFEITO
Perfeito, ou próprio, é a espécie de concurso formal em que o agente realiza a
conduta típica, que produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos.
Desígnio autônomo, ou pluralidade de desígnios, é o propósito de produzir, com
uma única conduta, mais de um crime. É fácil concluir, portanto, que o concurso formal
perfeito ou próprio ocorre entre crimes culposos, ou então entre um crime doloso e um
crime culposo.
Computa-se uma pena, mas com aumento de 1/6 até 1/2. Critério da EXASPERAÇÃO DA PENA.
	Número de Crimes
	Aumento
	2
	1/6
	3
	1/5
	4
	¼
	5
	1/3
	6 ou mais
	½
CONCURSO FORMAL IMPERFEITO
Imperfeito, ou impróprio, é a modalidade de concurso formal que se verifica
quando a conduta dolosa do agente e os crimes concorrentes derivam de desígnios
autônomos. Portanto, envolve crimes dolosos, qualquer que seja sua espécie (dolo
direto ou dolo eventual).
São então: Dolosos, e com desígnios autônomos.
Assim sendo, qual a diferença entre Concurso Material e o Concurso Formal Imperfeito?
A diferença é que o material é uma pluralidade de ações/omissões enquanto que no imperfeito a ação é única.
	Agente mata Antônio dolosamente e atinge Benedito culposamente
	
	Art 69
	Art 70, 1ªparte
	
	Antônio – Art. 121, § 2º - 12 anos
	12 anos
	12 anos
	
	Benedito – Art. 129, § 6 - 2 meses
	+ 2 meses
	+ 1/6= 2 anos
	
	
	12 anos e 2 meses
	14 anos
Deve-se respeitar a regra do art. 69.
ERRO NA EXECUÇÃO “ABERRATIO ICTUS”
Caso o agente quisesse matar o pai, mas mata outra pessoa. Responde com esta agravante.
CRIME CONTINUADO
Crime continuado, ou continuidade delitiva, é a modalidade de concurso de crimes que se verifica quando o agente, por meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, local, modo de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
ELEMENTOS
Pluralidade de condutas
O Código Penal é taxativo ao exigir seja o crime continuado praticado “mediante
mais de uma ação ou omissão”.
Pluralidade de crimes da mesma espécie
A pluralidade de condutas é necessária para ensejar a prática de dois ou mais
crimes da mesma espécie. Aquele que fere o mesmo bem jurídico. Exemplo: Roubo a um grupo de pessoas numa lanchonete.
Nexo de continuidade
Exemplo: A pessoa furta o patrão – 1ºdia: 30,00, 5º dia: 30,00, 15º dia: 40,00
Condições de tempo – a jurisprudência tem aceitado o intervalo de 30 dias
Condições de lugar – na mesma cidade ou limítrofes
Maneira de Execução – modos operandi – o modo de agir se repete, no mesmo local
Outras semelhantes
UNIDADE DE DESÍGNIO
1.ª Teoria objetivo-subjetiva: Não basta a presença dos requisitos objetivos previstos no art. 71, caput, do Código Penal. Reclama-se também a unidade de desígnio, isto é, os vários crimes resultam de plano previamente elaborado pelo agente. Adotado pela jurisprudência.
2.ª Teoria objetiva pura ou puramente objetiva: Basta a presença dos requisitos objetivos elencados pelo art. 71, caput, do Código Penal. A mesma espécie é igual ao mesmo tipo penal.
Sustenta ainda que, como o citado dispositivo legal apresenta apenas requisitos
objetivos, as “outras semelhantes” condições ali admitidas devem ser de natureza
objetiva, exclusivamente.
EXERCÍCIO – Passado em sala.
“A” tentou matar o próprio filho por motivo fútil. Tendo em conta que “A” possui péssimos antecedentes criminais e tem 71 anos de idade, indique em que fase do sistema trifásico (art. 68, CP) essas circunstâncias devem ser consideradas no cálculo da pena privativa de liberdade.
A e B cumpriram penas por homicídio doloso até 1997, ano em que suas penas foram extintas. Em 2000, A praticou furto e foi condenado a 2 anos de reclusão, enquanto B cometeu homicídio e foi condenado a 6 anos de reclusão.
Porque é possível a substituição da pena de furto praticado por A?
Qual (quais) a (as) pena(s) restritivas indicadas para a substiuição?
Tício, de 71 anos, personalidade criminosa, reincidente, mata Mévio e oculta cadáver. Como o juiz deve aplicar as penas?

Continue navegando