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Dia Nacional do Teste do Pezinho e a Fenilcetonúria

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Rec. Pós-Aula (Fenilcetonúria) 
 O Governo brasileiro instituiu 6 de junho como o Dia 
Nacional do Teste do Pezinho. Essa iniciativa busca instituir 
uma data comemorativa e lembrar que o exame é um direito 
de todos os brasileiros. O exame laboratorial, chamado 
também de triagem neonatal, detecta precocemente doenças 
metabólicas, genéticas e infecciosas, que poderão causar 
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. 
Entre essas doenças, destacamos a Fenilcetonúria, que é um 
erro inato do metabolismo, de herança autossômica 
recessiva, cujo defeito metabólico (geralmente na 
fenilalanina hidroxilase), leva ao acúmulo de fenilalanina 
(FAL) no sangue e aumento da excreção urinária de ácido 
fenilpirúvico e fenilalanina. Essa foi à primeira doença genética a ter um tratamento realizado a 
partir de terapêutica dietética específica. 
 Sem a instituição de diagnóstico e tratamento precoce antes dos 3 meses de vida (através de 
programas de Triagem Neonatal), a criança portadora de Fenilcetonúria apresenta um quadro clínico 
clássico caracterizado por atraso global, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, 
convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. Pacientes que recebem o 
diagnóstico no período neonatal e recebem a terapia dietética adequada precocemente, não 
apresentarão o quadro clínico acima descrito. 
 Três formas de apresentação metabólicas são reconhecidas e classificadas de acordo com o 
percentual de atividade enzimática encontrada: 1- Fenilcetonúria Clássica - quando a atividade da 
enzima fenilalanina hidroxilase é praticamente inexistente (atividade < 1%) e, consequentemente, os 
níveis plasmáticos encontrados de fenilalanina são > 20 mg/dl; 2- Fenilcetonúria Leve - quando a 
atividade da enzima é de 1 a 3% e os níveis plasmáticos de fenilalanina encontram-se entre 10 a 20 
mg/dl; 3- Hiperfenilalaninemia Transitória ou Permanente - quando a atividade enzimática é 
superior a 3%, os níveis de fenilalanina encontram-se entre 4 e 10 mg/dl, e não deve ser instituída 
qualquer terapia aos pacientes, pois é considerada uma situação benigna, não ocasionando qualquer 
sintomatologia clínica. 
Uma atenção especial deve ser dada às crianças do sexo feminino com quadros de 
Hiperfenilalaninemia Permanente porque, na gestação, as quantidades aumentadas da FAL materna 
(valores acima de 4mg/dl) levam a uma maior incidência de deficiência mental (21%), microcefalia 
(24%) e baixo-peso ao nascimento (13%). Essas meninas, na idade fértil, devem ser orientadas a 
iniciar a dieta para pacientes fenilcetonúricos e manter níveis menores ou iguais a 4mg/dl antes da 
concepção, assim como durante toda a gestação.

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