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Aula 2 - História do Comércio e do Direito Comercial

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FACULDADE PARAÍSO –FAP
CURSO – DIREITO
DISCIPLINA- Direito empresarial
PROFESSOR: PEDRO JORGE MONTEIRO BRITO
Aula: 02
TEMA :
HISTORIA DO COMERCIO E DO DIREITO
COMERCIAL
O Direito Comercial, segundo a doutrina, pode ser 
ambientado em três fases distintas, ao longo de 
sua existência, a saber:
• Fase subjetiva; Primeira fase ( século XII A 
XVII)- (Mercados e troca. mercantilismo e 
colonização)
• Fase objetiva; (século IX)Liberalismo econômico
• Fase subjetiva mais que moderna. (atual) direito 
da empresa
Nesta ocasião, o Direito Comercial era concebido 
apenas para os que eram considerados 
comerciantes.
Comercio em Roma
Roma, alicerce do direito ocidental, foi um terreno hostil a
prática da mercancia e por isso, não dava muita
importância ao referido tema. No apogeu do Império
Romano, antes pelo contrário, a atividade comercial era
vista de modo pejorativo e degradante: o lucro, os juros, a
usura eram condenados de forma cabal. Deste modo, os
Senadores e os nobres eram proibidos de se envolverem
em quaisquer atividades de cunho comercial. À época da
decadência romana, em virtude das severas
transformações de ordem econômica, a atividade
mercantil começa a despertar interesse, o que é barrado
quando das invasões dos povos Bárbaros e a conseqüente
dispersão e fragmentação do Império.
Primeira fase ( século XII A XVII)- Mercados e troca
Séculos mais tarde, já no período conhecido como Idade
Média, a idéia de lucro e derivações continuava sendo
considerada como nociva ao homem de bem, sobretudo,
em virtude do Direito Canônico, no qual, mais que tudo, a
obtenção de lucro era tida como ato pecaminoso, vil,
impuro, impróprio aos tementes à Deus, senhor do
universo.
Para contrapor esse paradigma, nascem as primeiras
corporações de ofício.
Segunda fase mercantilismo e colonização
As corporações de ofício eram fruto da união entre os
comerciantes da época, que organizados e bem
aparelhados, enfrentavam a Igreja Católica e o rei
(representante divino), adquirindo poderes políticos e até
militares, uma vez que já detinham o poderio econômico,
impulsionando a criação de grandes centros comerciais na
Itália, como Florença, Veneza e Gênova.
Assim, graças à derrubada dos entraves sociais, políticos e
filosóficos que pairavam sobre o tema comércio e
derivações, começa a surgir o Direito Comercial, visando
atender às necessidades especiais dos comerciantes.
Diz-se que em sua origem o Direito Comercial era um
direito consuetudinário, eis que fundado nos
costumes e tradições do comércio local, cuja
aplicação se dava nos limites de cada corporação,
através dos juízes consulares que eram eleitos
pelas assembléias.
Começam a surgir, portanto, a sistematização do
Direito Comercial, graças ao trabalho dos juízes
consulares, dentro de cada corporação.
Voltando aos Juízos Consulares, os quais julgavam de acordo
com os usos, costumes e tradições, levando em conta a
equidade, aliado ao poderio das corporações das quais
pertenciam, uma nova tendência passa a acontecer: as
demandas onde estavam envolvidos comerciantes e não
comerciantes, passaram também a serem julgadas pelos
juízes consulares, fato que agradava o povo, de modo
geral.
Diante disso, preocupado com os possíveis desdobramentos
desta iniciativa, o Estado tratou de delimitar o conceito da
matéria de comércio para que fosse estabelecida a
competência a que se submeteria o juiz consular.
Terceira fase (século IX)Liberalismo econômico
A partir de então, em plena ascensão Capitalista, surge a
fase objetiva do Direito Comercial, na qual há o
deslocamento da base da pessoa do comerciante para
outros elementos, pois já existe muito mais que um
sujeito (o comerciante), existe também, um objeto, uma
atividade e um ato de comércio. Mas, registre-se que o
comerciante só podia se valer, em caso de demanda, do
juiz consular, se devidamente matriculado, nos casos
acima elencados (hall taxativo).
Tal fase ficou conhecida como a fase dos atos de comércio,
justamente por adotar e definir a Teoria dos Atos de
Comércio.
Foi esta a teoria, de cunho eminentemente político, uma
vez que naquele período, as pessoas não suportavam um
ramo do direito que tivesse por função primordial a tutela
direta dos privilégios de uma classe em detrimento da
outra, utilizada para a confecção do Código Comercial
Napoleônico e o Código Comercial Brasileiro, este datado
de 1850 e vigente, obviamente com ressalvas, até 2002.
O Direito Comercial chegava ao Século XIX como o direito
dos comerciantes. A tradição anterior tinha uma base
nitidamente pessoal, atribuindo-lhes jurisdição própria. A
Revolução Francesa não poderia contemporizar com esse
tipo de privilegio. Mas como a autonomia do Direito
comercial era vivida como um dado ontologicamente
irrecusável, houve que remodelar: a competência dos
tribunais de comércio seria ditada não pela qualidade das
partes, mas pelo fato que desse razão ao litígio. Resultou
daí, a adoção de um sistema dito objetivo: o Código visava
os atos de comércio, indicando depois, um sistema
fechado... E os próprios comerciantes vinham definidos
por referencia aos atos de comércio. Segundo o artigo 1/1
do Code de Commerce, são comerciantes aqueles que
exercem atos de comércio e disso fazem a sua profissão
habitual
Quanta fase (atual) direito da empresa
Inaugura-se, então, a fase subjetiva mais que moderna no
Brasil, fase contemporânea, sendo esta caracterizada pela
existência de figuras centrais, quais sejam, o empresário e
a sociedade empresária (pessoa jurídica que tem por
objeto o exercício de atividade própria do empresário),
segundo os Artigos 966 e 982 do Código Civil. Assim, a
empresa não ocupa mais o foco da atenção, pois deixou
de ser sujeito para se transformar em objeto, já que quem
se responsabiliza pela circulação dos bens e serviços é a
figura do empresário, tendo como veiculo, aí sim, a
empresa.
• Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
• Parágrafo único. Não se considera empresário
quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário
sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

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