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Apostila de Medicina Legal - Direito

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PERÍCIAS Médico-Legais Ou Diligência Médico-Legal
 Procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necropsia, exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por profissional de Medicina visando prestar esclarecimentos à justiça.
 Sindicância praticada por médico, objetivando esclarecer à justiça os fatos de natureza específica e caráter permanente, em cumprimento à determinação de autoridades competentes. 
Perito: palavra que deriva do prefixo latino per,perios, que significa correr, mover-se através.
 Entretanto, adquiriu uma conotação muito mais específica do que o simples movimento sugerido pelo prefixo supramencionado, passando a ser entendido por perito aquele que percorre com conhecimento; indivíduo experiente, prático, douto, aquele que é sabedor ou especialista em determinado assunto. 
No sentido jurídico, perito é o técnico nomeado e compromissado judicialmente, para proceder a um exame, vistoria ou avaliação, com a finalidade de esclarecer fatos que interessam num processo. A Justiça espera do perito que ele faça, primordialmente, o visum et repertum, expressão antiga que se tornou o lema dos peritos e que significa ver bem
( examinar minuciosamente ) e referir ( descrever, documentar ) exatamente o que viu. 
CORPO DE DELITO: Fato material em que se baseia a prova de um crime.
As infrações penais podem deixar vestígios (delicta facti permanentis), como o homicídio, a lesão corporal, e não deixar vestígios (delicta facti transeuntis), como as injúrias verbais, o desacato. O corpo de delito vem a ser o conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso. São os elementos materiais, perceptíveis pelos nossos sentidos, resultantes de infração penal.
A análise da cena de crime: Os locais de crime, bem como os elementos de interesse pericial 
nele contidos devem ser fotografados do modo como foram encontrados pelo perito ou 
levantados por meio de desenhos esquemáticos, plantas que são previstas no código de 
processo penal.
Os vestígios encontrados na cena do crime (peças, instrumentos de crime,substâncias químicas 
etc.) devem ser analisados e interpretados pelo perito e reportados de modo descritivo em um 
relatório denominado laudo técnico-pericial. Assim, entende-se por levantamento técnico 
pericial do local do fato a reprodução fiel e minuciosa do espaço físico onde ocorreu um 
evento de interesse judiciário, bem como da importância de cada vestígio coletado.
Laudo pericial - é composto pelos seguintes itens:
Preâmbulo; Histórico; Descrição; Discussão; Conclusão; e Respostas aos quesitos
Preâmbulo – parte do laudo onde constam a data, hora e local do exame pericial, autoridade requisitante do exame, dados de identificação do periciando (examinado), peritos designados e os quesitos formulados.
Histórico – dados relacionados com o fato, fornecidos pela autoridade requisitante e/ou pelo periciando. Deve ser sucinto e não envolver as circunstâncias do fato, que serão analisadas no decorrer do processo.
Descrição – descrição das lesões encontradas com clareza, em linguagem adequada, situando-as, ou seja, localizando-as com as dimensões e características, valendo-se muitas vezes do auxílio de fotografias e/ou desenhos gráficos (croquis). É o item mais importante do laudo pericial e aquela que deve ser considerada com maior atenção pelos interessados no caso.
Discussão – nem sempre presente, é a parte em que se realiza a análise minuciosa dos dados encontrados, esclarecendo hipóteses e divergências, trajeto de instrumentos etc., muitas vezes com auxílio de citações bibliográficas; é também a oportunidade para o esclarecimento de termos técnicos e siglas utilizadas no laudo. 
Conclusão – também nem sempre presente é a informação essencial que resulta dos dados descritos e discutidos, representa o diagnóstico elaborado a partir dos exames realizados.
Respostas aos quesitos – específica a cada perícia devem ser dadas de forma objetiva e, quando necessitar de algum complemento, este deve ser sucinto. Não devem ser deixados quesitos sem resposta, mesmo que o resultado seja “indeterminado” ou “sem elementos para responder”. 
DECÁLOGO DOS PERITOS: 
1) O perito deve atuar com a ciência do médico a veracidade do testemunho e a equanimidade do juiz.
2) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos.
3) A exceção pode ter tanto valor quanto a regra.
4) Desconfiar dos sinais patognomônicos.
5) Deve-se seguir o método cartesiano.
6) Não confiar na memória.
7) Uma autópsia não se pode refazer.
8) Pensar com claridade para escrever com precisão.
9) A arte das conclusões consiste na medida.
10) A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência exclusiva e estritamente especializada.
IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO
IDENTIDADE
Adquirido aos poucos, ao longo de nossa infância, de nossa educação, da nossa 
história pessoal. 
Conjunto de características próprias e exclusivas das pessoas que individualiza pessoa,
tornando-a distinta das demais. 
É um elenco de atributos que torna alguém igual apenas a si próprio. 
Conjunto de características particulares a um determinado 
indivíduo somente a ele pertencentes – imputa a responsabilidade;
Divide-se em duas categorias: 
Identidade Objetiva aquela que nos permite afirmar tecnicamente que determinada 
pessoa é ela mesma por apresentar um elenco de elementos positivos e mais ou menos perenes 
que a faz distinta das demais; 
 Identidade Subjetiva tida como a sensação que cada individuo tem de que foi, é e será ele 
mesmo, ou seja, a consciência da sua própria identidade. 
Verificação da identidade médico-legal e jurídica do indivíduo - Busca por meio dos processos de 
identificação, torná-lo reconhecido como ser único; 
Ela advém de alguns processos sempre comparativos pelos quais se determina a identidade de uma pessoa 
ou coisa. Esses conjuntos de diligências visam levantar efetivamente o reconhecimento e identificação de uma 
pessoa viva, morta ou de um esqueleto.
IDENTIFICAÇÃO
É o processo através do qual se determina a identidade de uma pessoa.
Técnica científica executada por perito e que apresenta confiabilidade
Não confundir com reconhecimento: além de ser um processo empírico, é exercido por leigo e com baixo 
grau de precisão. 
Mas pode ser um caminho para a identificação, na medida em que apresenta indícios 
(como casos em que a pessoa é visualizada em vídeos – câmeras de segurança)
É o processo usado para determinar a identidade de uma pessoa ou coisa. 
Identificar uma pessoa é determinar uma individualidade e estabelecer características ou conjunto de qualidades 
que a fazem diferente de todas as outras e igual apenas a si mesma. 
A identificação pode ser classificada em médico-legal que são procedimentos tanto médicos como 
antropológicos e judiciária ou policial que são procedimentos técnicos de identificação, os quais 
independem de conhecimentos médicos. 
Sua fundamentação reside no uso de dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e 
caracterização de criminosos. 
Art. 307 do C.P.: atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio 
ou alheio, ou para causar dano a outrem.
Pena – detenção de três (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Característica mais notável do Ser Humano – individualidade;
Todo o ser humano é portador de um genótipo singular, que faz com que jamais dois seres humanos (com 
possível exceção dos gêmeos idênticos), tenham sequer a potencialidade de um desenvolvimento idêntico;
Sobretudo quando a todas essas diferenças genéticas acrescentarmos as diferenças que ocorrerão nos 
ambientes e nas experiências de cada indivíduo. 
Estas peculiaridades, ou seja, os traços de personalidade são perceptíveis a partir das reações 
diferenciadas das pessoas no grupo, determinando assim o seu temperamento.
SHELDON, W. G.; STEVENS, S. The varieties of temperament. A psychology of constitutionaldifferences. New York, Harper, 1942.
Características: 
Gerais (de um grupo de indivíduos) – raça, sexo, idade;
Particulares – físicas naturais – Biotipo (peso, conformação, estatura)
 - sinais particulares
 - Variações anatomicas 
 - malformações genéticas
 - Rede venosa dorsal ou frontal (flebográfico)
 - Sistema onfalográfico 
 - Sistema palmar (sulcos palmares)
 - Sistema oftométrico – coloração e medidas dos olhos, curvatura córneas) 
 - grupos sanguíneos
 - voz
 - Configuração da escrita (letra, assinatura)
 - Fotografias
 - Lábios
 - língua
 - Palato
 - Arcada dentária 
 - Papiloscopia (dactiloscopia) – impressões papilares ou digitais
 - Exame de DNA
 
 - físicas adquiridas – tatuagens
 - cicatrizes
 - mutilações; amputações; próteses;
 - Patologias
 - psicológicas 
FATORES DE VARIAÇÃO ANATÔMICA 
- Idade: o biodesenvolvimento gera variações anatômicas. Ex: o número de ossos em um 
recém-nascido é em torno de 370; um adulto jovem é de 206.
- Etnia: as diferentes etnias provocam variações específicas no organismo, como: o aparelho 
locomotor do afrodescendente é muito mais resistente e capaz de gerar mais força, se comparado ao 
de um caucasiano de mesmo biótipo; 
- Biótipos 
Classificados em: 
Longilíneo: apresenta pescoço longo, tórax estreito e predominante sobre o abdome, membros 
delgados e compridos; 
Brevilíneo: pescoço curto, tórax largo, sendo menor que o abdome, e membros grossos e curtos; 
Mediolíneo: apresenta características intermediárias entre os dois tipos anteriores. 
Endomorfos: brevilíneos – pernas curtas; estrutura óssea delicada?; seios um pouco 
maiores que a média; acúmulo de gordura abdominal; rosto redondo; 
Viscerotônicos: afetivos, extrovertidos, sociáveis, com um relaxamento geral, voltados ao mundo, às coisas praticas. Centralizada no abdome, e em todo sistema digestivo.
Mesomorfos: atléticos ou mediolíneos - pernas comprimento médio, mesma proporção que o tronco; seios tamanho médio; rosto quadrado ou oval, quadris maiores que ombro; aumento de peso nos quadris;
Somatotônicos: agilidade, atividade, energia. Mesomorfia diz respeito aos músculos, e ao sistema sanguíneo. 
Ectomorfos: longilíneos – pernas mais longas; estrutura óssea forte; seios pequenos; rosto oval ou em forma de coração; peso distribuído pelo corpo, sem tendência a acúmulo em regiões específicas.
Cerebrotônicos: introversão, intelectualidade, autocontrole, tendência ao isolamento, sono deficiente Ectomorfia está relacionando ao cérebro e o sistema nervoso.  
KRETSCHMER: Três tipos somáticos:
1. Leptossômico: alto, magro, pouco musculoso, rosto afilado,propensão à esquizofrenia.
2. Pícnico: baixo, obeso, abdome volumoso, pescoço curto e largo, tendência à calvície, propensão à doenças cardiovasculares e diabetes.
3. Atlético: aspecto trapezoidal, ombro largos e relevos musculares evidentes, tendência à epilepsia.
Sheldon Endomórfico Mesomórfico Ectomórfico 
Forma predominante Redonda quadrangular Linear
Características básicas Abdome saliente; ossos e músc. Ossos finos; 
 membros curtos; desenvolvidos; músc. Leves;
 cabeça esférica tórax proeminente; membros longos;
 cabeça cúbica face triangular
Temperamento Endotônico Mesotônico Ectotônico 
Deriva embrio Endoderma: Mesoderma: Ectoderma:
 sist. Digestório músc.; ossos; SN; pele; órgãos dos sentidos
 sangue
Prefere Conforto físico Aventura Tempo para si 
 mesmo 
 
Em grupo Mistura-se Comanda Isola-se 
 
Qualidade Tolerância com Prefere poder e Consciência de si bem desenvolvida 
 as pessoas liderança 
 
Características diferenciais estruturais em indivíduos longilíneo e brevilíneo 
 
Longilíneo (dolicomorfo ou ectomórfico) Brevilíneo (braquiomórfico ou endomórfico) 
 
Quanto a : Fibras musculares 
Predomínio de fibras vermelhas, maior Predomínio de fibras brancas, indivíduo 
Resistência, metabolismo aeróbico atarracado, metabolismo anaeróbico
 Tireóide: tendência a hipertireoidismo Tendência a hipotireoidismo (hipofunção)
(hiperfunção da tireóide)
 Supra-renal e gônadas: hipofunção Hiperfunção
 Linfócitos e eosinófilos: maior número Menor número
 Glicose: tendência hipoglicemia hiper (comparado com o longilíneo)
(comparado com o brevilíneo)
 Triglicerídeos e colesterol: tendência Tendência a ter níveis acima do normal
A apresentar níveis normais ou baixos
 Cálcio: menor maior
 Grupos sanguíneos: tendência a grupos Tendência a apresentar grupos B e AB
O e A 
Resistência: menor maior
 Veias superficiais: Em rede (plexos) retas
 Função neuropsíquica: introvertidos extrovertidos
 Profundidade dos movimentos
Respiratórios: mais profunda Menos profunda
 P.A.; acidez e Peristaltismo do 
estômago: menor maior
 Outros dados:
Com relação ao predomínio de doenças relacionadas com os grupos sanguíneos: 
Grupo A: hipercolesterolemia, aterosclerose, hipertensão, infarto
Grupo O: úlcera duodenal
Fonte: ZAITIC et al. – Patofisiologia geral. Tomo I, 2001, Segunda edição, Editora Elbi SPB, St. Petersburg.
CONCEITOS DE NORMAL, VARIAÇÃO, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE 
Normal: em anatomia é um conceito estatístico, representado pelo o que ocorre na maioria dos casos, o mais frequente. Ex: 20 dedos, coração com seu ápice inclinado para o lado esquerdo do corpo. 
Variação anatômica: é uma alteração da forma ou posição do órgão, porém,não causa prejuízo na função. Ex: as alterações de posição que são visualizadas no sistema venoso superficial, são exemplos simples de variação anatômica. 
Anomalia: é uma alteração da forma ou posição do órgão, que causa prejuízo na função, sendo compatível com a vida. Ex: ausência de membros (amelia), fenda palatina. 
Monstruosidade: é uma alteração da forma ou posição do órgão, que causa prejuízo na função, incompatível com a vida. Ex: anencefalia (ausência do encéfalo). 
Arcada Dentária
“Torna uma pessoa diferente das demais e idêntica a si mesma.” 
“Não houve, não há e não haverá duas pessoas com arcadas dentárias iguais, pois sua configuração é absolutamente singular; construída concomitantemente ao desenvolvimento físico, emocional e mental.” 
“Cada arcada dentária é uma fotografia do desenvolvimento individual. Quando observamos uma arcada dentária, é como se estivéssemos assistindo a revelação do filme da vida do indivíduo ao qual ela pertence.” 
CARACTERÍSTICAS
Acima de 20 anos é o estudo da involução dentomaxilar que oferece os elementomais valiosos para a determinação da idade;
Dentes da mandíbula erupcionam mais cedo do que da maxila;
Longilíneos e magros apresentam a erupção mais precoce;
Desnutrição grave atrasa a erupção;
Temperaturas quentes adiantam erupção;
Flúor atrasa a erupção – pela incorporação do flúor nos ossos, dificultando a erupção destes;
Sexo feminino mais precoce, com exceção dos segundos pré-molares inferiores e o segundo molar superior – em média esta precocidade é de seis meses para o 1º molar e de três meses para os demais;
Crianças com nível sócio-econômico médio e alto é precoce a erupção;
No 1º ano – início da calcificação dos incisivos e caninos permanentes;
Com 2,5 anos – início da calcificação pré-molares;
Com 04 e 05 anos – início da calcificação do 2º molar permanente;
Aos 08 anos – início da calcificação do 3º molar;
Erupção – temporária: entre 7º e 30º mês de vida
 - permanente: entre 6º e 25º anos; 
MÉTODOS DE ESTIMATIVA DA IDADE PRECONIZAM O ESTUDO DA DENTIÇÃO PERMANENTE COMO:
Mineralização 
Erupção
Presença de alterações
Sinais de envelhecimento
Sinais de involução dos dentes
Desgastes coronários
Esclerose e permeabilidade dentinárias 
Redução do diâmetro ds cavidades pulpares
Atrofia pulpar
Escurecimento dentário
Atrofia gengival
Espessamento do cemento 
Atrofia da parede alveolar e dos rebordos dos maxilares
Admite-se como normal a perda de 1 mm da coroa em cada decênio de vida após os 20 anos; 
DENTES PERMANENTES
Número:
Incisivos: 4+4
Caninos: 2+2
Pré-molares: 4+4
Molares: 6+6
Aos cinco ou seis anos aparecem os molares, que são permanentes.
Aos sete anos se inicia a substituição dos dentes temporários pelos permanentes;
Desenvolvimento de acordo com a idade:
Incisivos laterais: 08 anos
1º s pré-molares: 09 anos
Caninos: 11 anos
2º s pré-molares: 12 anos
2º s molares: 13 anos
3º s molares (sisos): 18 a 24 anos
Servem também de índice para a determinação da idade:
a cárie
A destruição do esmalte
O gasto dos incisivos e caninos
A ausência ou queda dos dentes com a consequente retração do alvéolo;
Obs: a idade do feto pode ser determinada pela verificação das diversas fases de formação do folículo dentário até seu aparecimento, bem como a época de calcificação dos dentes; 
Fórmula dentária 
	
A fórmula 16/16 corresponde a mais de 18 anos;
14/14 entre 14 e 18 anos;
12/12 menos de 14 anos;
Com o decorrer da idade ocorre desgaste da superfície dentária. 
Crianças - 20 dentes decíduos (primários ou de leite);
Adultos normalmente 32 dentes secundários ou definitivos.
Criança estiver com dois anos de idade; conjunto completo de 20 dentes de leite.
Adulto jovem - idade entre 17 e 24 anos - conjunto completo de 32 dentes.
PAPILOSCOPIA: (Papilas + Skopën = examinar ): 
É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.
Ramos da papiloscopia 
A Papiloscopia é dividida em quatro partes:
Quiroscopia: processo de identificação por meio das impressões palmares;
Podoscopia: processo de identificação por meio das impressões plantares;
Poroscopia: processo de identificação por meio dos poros das papilas dérmicas; e
Datiloscopia: processo de identificação humana por meio das impressões digitais. 
Período pré-histórico – Admite-se nesse período, sem nenhuma prova concreta, que o homem primitivo das cavernas tinha por hábito marcar os objetos de seu uso, inclusive a caverna onde se alojava.
Esta era marcada com o desenho de uma das mãos, geralmente a mão esquerda, pressupondo-se que realizava o contorno da mão esquerda com a mão direita.
Período empírico – referências informam que era costume, em alguns países do Oriente, China, Índia e Japão, século VII e VIII, tomar a impressão do dedo polegar direito sobre documentos oficiais; entretanto, ignora-se qual o valor atribuído a essas impressões.
Afirmam algumas autoridades no assunto que essas impressões eram simples borrões inclassificáveis sem nenhum valor prático.
Período Científico: caracteriza-se pela realização de estudos científicos das papilas desde sua observação como simples curiosidade anatomica.
Começa com estudo realizado por Marcelo Malpighi (1664), até a conclusão final de sua sistematização, classificação racional e prática realizada por Juan Vucetich (1891); 
Tochetto, Domingos: Identificação humana; Ed. Sagra Luzzatto, 1999 (tratado de perícias criminalísticas 
Impressões papilares podem ser:
1. Visíveis: deixadas com tinta, graxa, sangue ou outros pigmentos e que podem ser visualizados a olho nu – podem ser fotografadas diretamente pelo pesquisador;
2. Moldadas ou modeladas: deixadas sobre suportes plásticos, como sabão, massa de vidraceiro ou qualquer outro com consistência pastosa ou modelável – observar que nessas impressões os sulcos correspondem às cristas e vice-versa;
3. Impressões latentes: mais comuns; deixadas por dedos, mãos ou pés limpos, e que não podem ser visualizadas a olho desarmado.
Para procurá-las o pesquisador deve utilizar reveladores especiais. A fotografia mostra impressões , deixadas em papel e já reveladas por vapores de ninidrina ou nitrato de prata. Impressões reveladas são aquelas trazidas à visualização pela aplicação de reveladores especiais.
Suportes: todas as superfícies que podem receber uma impressão papilar. Os melhores
suportes são superfícies lisas e polidas como vidro, metais, planos envernizados e objetos de louça ou porcelana. Também são aptos a receber impressões papilares, os papéis lisos, algumas frutas de casca lisa, como as maçãs e o couro liso.
Reveladores: são, do ponto de vista genérico, substâncias puras ou misturadas capazes, física ou químicamente, de tornar visíveis impressões papilares latentes.
Principais reveladores: suportes claros: grafite, óxido vermelho de cobre, fluorosceína; eosina. 
Dactiloscopia : ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas digitais (impressões digitais). 
Um ser humano normal possui cinco dedos em cada mão, dispostos em fileira, na ordem convencional de polegar, indicador, médio, anular e mínimo, formados pelos ossos da falange, falanginha, falangeta,(fig. 19) a contar da base onde se articulam com os ossos metacarpianos correspondentes, que os sustentam e dão articulação. O polegar possui apenas falange e falangeta e se destaca dos demais por ser o mais grosso e curto da mão. 
Os dedos apresentam duas faces; palmar e dorsal além dos bordos externo, interno e distal. 
A dactiloscopia estuda as papilas localizadas na falangeta ou falange distal, as quais formam desenhos distintos que permite sua classificação e arquivamento. 
Fórmula Dactiloscópica 
	Quando o indivíduo é identificado pela primeira vez, através do Instituto de Identificação, o mesmo recebe um prontuário com um número que se constitui no RG (Registro Geral), no qual são anotadasas impressões digitais de todos os dedos da mão, recebendo este registro o nome de fórmula dactiloscópica.
Ex. : A2234 (série) 
 V3214 (secção)
DACTILOSCOPIA 
Sabemos que a mão humana possui cinco dedos (regra geral), polegar, indicador, médio, anular e mínimo. As impressões digitais são marcas que são encontradas nas pontas dos dedos. Elas aparecem à partir do sexto mês de vida intra-uterina e permanecem até após a morte.
As impressões digitais permanecem até a fase cromática da putrefação. Sabemos que a putrefação possui quatro fases:
 Fase Cromática: mudança de cor (“mancha verde”), até esta fase ainda há as impressões digitais.
 Fase Gasosa: de três a cinco dias após o óbito.
 Fase Coliquativa: a partir dos 30 dias após o óbito (aparecimento de vermes).
 Fase de Esqueletização: no Brasil, em até três anos.
Juan Vucetich, no final do século XX (aprox. 1898), identificou quatro tipos de impressões digitais:
ARCO
PRESILHA INTERNA
PRESILHA EXTERNA
VERTICILO
ANTROPOLOGIA FORENSE
Estuda a identidade e a identificação, que pode ser médico-legal e judiciária;
Parte da Antropologia Geral que interessa à Medicina Legal, especificamente em duas modalidades: a identificação policial ou judiciária e a identificação médico legal 
A identidade médico-legal é dada pela idade, sexo, raça, altura, peso, sinais individuais e profissionais, dentes, tatuagens, etc;
Ossos: - sexo; - idade;- estatura;- hábitos alimentares; - doenças, lesões.
“Não existem dois esqueletos iguais”
OBJETIVOS:
Determinar a identidade
Determinar a data e a causa da morte
O meio ou forma de morte
Interpretar circunstâncias
Em naufrágios, grandes acidentes, catástrofes naturais, incêndios..... 
Determinação do tempo pelo aspecto ósseo
1. osso recoberto de mofo – de 2 a 4 anos
2. canal medular revestido por uma camada enegrecida – de 6 a 8 anos
3. Desaparecimento dos ligamentos e cartilagens – mais de 5 anos
4. Desaparecimento da gordura dos ossos – de 5 a 10 anos
5. Canal medular tão branco quanto a superfície – mais de 10 anos
6. Persistência de resto da polpa dentária - até 14 anos
7. Desaparecimento completo da polpa dentária – de 16 a 20 anos
8. desaparecimento dos canais de Havers – mais de 20 anos
9. Osso quebradiço, frágil e superfície porosa – mais de 50 anos 
Exame de ossadas
Possibilidades:
- Ossada encontrada com suspeita de que o esqueleto pertenceu à alguém desaparecido;
- Ossada encontrada sem relação com pessoa desaparecida, sem registro policial desta natureza;
- principal finalidade: cronotanatognose: determinação da causa;
- exame ossadas (em exumação) – para suprir possíveis deficiências do exame necroscópico anterior;
O exame deve ser feito em local apropriado, com instrumental e equipamento de antropometria e com pessoal especializado em anatomia comparada, osteologia, odontologia legal e histopatologia
QUESITOS
1. Os ossos pertencem a espécime humana?
2. Em caso positivo, qual o seu sexo?
3. Qual o fenótipo cor da pele estimado que apresentava o indivíduo a quem os ossos pertencera?
4. Qual a idade óssea ou dentária estimada?
5. Qual era a estatura estimada?
6. É possível diagnosticar a causa de morte? Em caso positivo, qual o diagnóstico?
7. Que instrumento ou meio produziu a morte?
8. Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel? (especificar).
9. Caso positivo para tortura, quais os elementos ou indícios que levaram a esse diagnóstico? 
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS
CRÂNIO: DE FORMA GERAL ÊNFASE EM CINCO ASPECTOS MORFOLÓGICOS
1. Proeminência da glabela;
2. Agudeza da margem supra-orbital;
3. Existência de crista nucal (ou robustez da linha da nuca);
4. O tamanho do processo mastóide; 
5. Projeção da eminência mentoniana.
CRÂNIO: CARACTERÍSTICAS
FEMININO: 
Margem supra-orbital: mais delgada
Crista nucal: lisa, mínima projeção óssea visível lateralmente;
Espessura menor e bordas cortantes;
Menor (10%), mais leve em termos absolutos; em relação ao esqueleto mais volumoso e mais 
pesado; 
Paredes mais delgadas superfície mais lisa; fronte mais alta, mais estreita, tendência a verticalidade. Saliências e processos formados pelas inserções são menos acentuados; seios frontais menores;
Saliência glabela e arcos superciliares diminuta ou pode faltar; Túberes frontais e parietais mais pronunciados; Côndilos occiptais pequenos;
Processos mastóides menos proeminentes; face menor que crânio, ângulos e contornos mais 
arredondados e mais lisos; 
Maxila e mandíbula menores (inclusive os dentes); permanece número maior de características infantis no crânio da mulher;
MASCULINO:
Margem supra-orbital: mais espessa e romba da margem superior da órbita até a parte lateral externa do forame supra-orbital;
Rugosidade na superfície, protuberância mais marcada, podendo definir forte crista na nuca, às vezes em forma de gancho; 
Maior, mais pesado; Em relação ao esqueleto menos volumoso e mais leve; 
Paredes mais espessas; superfície mais rugosa; seios frontais maiores;
Saliência da glabela e arcos superciliares mais desenvolvidos; Túberes frontais e parietais menos pronunciados; fronte do homem tende à obliquidade e é fugidia; Saliências e processos mais acentuados;
DIFERENÇAS NA PRÁTICA
Quando colocado plano horizontal:
Crânio feminino: apóia-se sobre o occiptal;
Crânio masculino: apóia-se sobre os processos mastóides;
CRÂNIO RN
Ausência dos seios paranasais;
Margens dos ossos da abóboda, no feto a termo, estão afastadas, mas unidas por suturas membranáceas (redução volume cabeça fetal durante parto);
CRÂNIO NO IDOSO
Elasticidade diminui;
Após 40 anos: suturas desaparecem por sinostose, começando com sagital e lambdóide (entre 40 e 50 anos);
Sutura coronal sinostosa entre 50 e 70 anos
Ossos atrofiam-se principalmente nível dos parietais (proximidade da área obélica);
Fovéolas granulares aumentam em profundidade;
Parte alveolar da maxila e mandíbula fica reduzida pela queda dos dentes;
Protuberância mental aumenta;
BACIA/PELVE
Feminina: ossos mais delicados, menos robusta;
Impressões musculares menos marcadas; Ílios avançam mais lateralmente;
Espinhas ilíacas anteriores mais separadas, causando maior proeminência lateral dos quadris
A abertura superior da pelve menor é mais extensa do que no homem, tem forma mais circular e sua obliquidade é maior;
A cavidade é mais larga e mais rasa;
Acetábulos menores, olham mais ventralmente e mais separados;
Tuberosidades isquiádicas mais separadas;
Aparência mais delicada e frágil;
Osso do quadril delgado nas fossas ilíacas, se tornam translúcidos e não é raro apresentarem perfurações; Saliências rugosas discretas;
Sínfise mais baixa;
Arco púbico mais amplo e arredondado.
Pelve ginecóide: 44%
Pelve antropóide: 28%
Pelve andróide: 23%
Pelve platipelóide: 5% 
PELVE MASCULINA
Constituição mais forte e mais sólida, com saliências mais rugosas para as inserções musculares; Arcada pubiana mais fechada;
Sínfise púbica mais alta ( 50mm )
Fossas acetabulares mais laterais
Espinha púbica mais próxima
Cristas ilíacas mais espessas
Predominam as dimensões verticais
Ângulo sacro vertebral maior
Ossos mais espessos e sólidos
Forame obturador mais ovalado e menor
Estreito superior da bacia forma de coração.
COLUNA VERTEBRAL
A convexidade da curvatura lateral é produzida pela ação muscular:
Destros: curvatura à direita
Sinistros: esquerda
Variações número vértebras: cerca de 95% pessoas coluna “normal”;
Cerca de 3% uma ou duas vértebras a mais;
Cerca de 2% uma a menos;
Pode haver compensação: ex: 11 torácicas e 6 lombares
O número de vértebras de uma região pode ser aumentado à custa do grupo vizinho;
Diferenças nas regiões lombossacrais e cervicotorácica mais frequentes resultante
Variações desenvolvimento processos costais 
Feminina: 61 cm de comprimento
Masculina: 71 cm de comprimento
Cervical: 12,5 cm
Torácica: 28 cm
Lombar: 18 cm
Sacrococcígea: 12,5 cm
SACRO
Feminino:Mais curto, mais largo e menos curvo;
Metade caudal forma ângulo maior com cranial que é quase reta
Apresenta maior grau de curvatura
Mais oblíquo e dirigido dorsalmente
Aumenta o diâmetro da cavidade pélvica e tem ângulo sacrovertebral mais proeminente
Masculino:
Curvatura maior e mais regularmente distribuída através de toda a extensão do osso
Pode constituir-se de restos de seis segmentos
Ocasionalmente o número é reduzido a quatro
Os corpos do primeiro e segundo podem permanecer desunidos
Varia considerávelmente no que diz respeito a sua curvatura
CÓCCIX
Cóccix mais móvel na mulher;
Número de segmentos é mais variável, seguido do sacro, tórax e região cervical;
SEXOLOGIA FORENSE: Estuda as ocorrências médico-legais atinentes à gravidez, ao aborto, ao parto, ao puerpério, ao infanticídio, à exclusão da paternidade e a questões diversas relacionadas com a reprodução humana (Croce, 2012).
ABORTO
Da medicina: interrupção gravidez até final de 22 semanas de gestação, resultando deste ato a expulsão concepto sem vida ou inviável para a vida extra-uterina;
Plano Legislativo (Jurídico): interrupção de uma gestação a qualquer tempo antes do termo, desde que o produto desta concepção esteja morto ou inviável;
OMS: o abortamento é a interrupção da gravidez com o feto pesando menos de 500 gramas, ou com idade gestacional (tempo de gravidez) menor que 22 semanas - “aborto” refere-se produto eliminado no processo de abortamento; 
Medicina Legal: não importa o tempo gestacional em que ocorre a interrupção da gravidez, seja desde a fecundação até momentos antes do início do trabalho de parto ou a termo, no 9º mês; 
França, 1998 – “expulsão prematura e violentamente provocada do produto da concepção independentemente de todas as circunstâncias de idade, viabilidade e mesmo de formação regular” (Tardieu apud França).
Brasil: aborto voluntário permitido quando necessário, para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez for resultante de estupro;
Afora esses casos, está sujeito a pena de detenção ou reclusão.
Sentimental: Praticado por médico quando a gestação decorre de estupro (128, II, do CP);
Dados oficiais: terceira causa de morte materna;
As curetagens são o segundo procedimento obstétrico mais praticado nas unidades de internação e são superadas apenas pelos partos normais. 
Cerca de 15% de todas as gestações totais e, aproximadamente, 30% das primeiras gestações terminam em aborto espontâneo. (Destes, de 75 a 80% ocorrem durante o primeiro trimestre de gravidez); 
No Brasil 3% das crianças nascem ou tem anomalias congênitas e pelo menos 15% tem deficiência Mental….
30% abortam precocemente sem perceber que estavam grávidas (aumento do fluxo);
15% dos zigotos morrem e blastocistos abortam – a fase de implantação do blastocisto é crítica;
Se não houvessem esses 45% de abortos (filtragem, processo natural), 12% seriam malformadas (contráriamente aos 2 ou 3% que são malformadas na população mundial?);
QUESITOS
1º quesito: se houve aborto – resposta: sim ou não;
2º quesito: se há vestígio de provocação de aborto – resposta: descrever elementos que indiquem ou não, se houverem;
3º qual o meio empregado: se há ou não indícios ou se os mesmos estão prejudicados;
4º quesito: se, em consequência do aborto ou do meio empregado para provocá-lo, sofreu a gestante incapacidade às ocupações habituais por mais de trinta dias, ou debilidade permanente, ou perda, ou inutilização do membro, sentido ou função, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou deformidade (resposta especificada).
5º se não havia outro meio de salvar a vida da gestante (caso de aborto praticado por médico).
6º se a gestante é alienada ou débil mental. 
Aborto doloso – repelido por nosso ordenamento jurídico-penal, excluindo-se algumas situações em que é legal e, portanto, permitido (art.128 do CP);
Legal: Terapêutico – art. 128, I, do CP
Terapêutico: Quando não tem como manter a vida do produto da concepção e da gestante. Neste caso a lei autoriza o sacrifício da vida do feto. Para que isso ocorra, entretanto, são necessários alguns fatores:
que a gestante esteja em perigo de vida;
que o perigo de vida esteja diretamente relacionado com a gravidez;
que a interrupção da gestação faça cessar o risco da gestante, e;
que a interrupção da gravidez seja o único meio de salvar a vida da gestante.
Apenas como cautela, recomenda-se que o médico confirme sua decisão com a opinião de dois outros colegas. 
Sentimental – art. 128, II, do CP
Sentimental: Praticado por médico quando a gestação decorre de estupro (128, II, do CP);
Apesar de falar em estupro, a jurisprudência tem entendido que o dispositivo é aplicável quando a gestação decorre de atentado violento ao pudor. 
Portanto o aborto é considerado legal em casos de risco de vida, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal, e proibido em todos os demais casos 
Exclusão do crime (de aborto)
Art. 128. Não há crime se:
I – se houver risco à vida ou à saúde da gestante.
II – a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;
III – comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos.
IV – por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.
§ 1º Nos casos dos incisos II e III, e da segunda parte do inciso I, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.
 Malformações Congênitas (Anencefalia) 
TANATOLOGIA
FENÔMENOS PÓS-MORTE E INTERVALO PÓS-MORTE (IPM)
Imediatos
Consecutivos
Transformativos Abióticos
Abióticos Imediatos:
- Parada cardiorrespiratória;
- Inconsciência;
- Imobilidade;
- Ausência de tônus muscular;
- Ausência de sensibilidade;
- Pallor mortis (palidez);
- Abertura das pálpebras e da boca;
- Midríase (dilatação das pupilas);
- Relaxamento dos esfíncteres;
Abióticos Consecutivos (ou tardios):
- Desidratação cadavérica;
- Pergaminhamento da derme;
- Sinal de Stenon-Louis (conjuntivas enevoadas por formação de tela viscosa - olhos esbranquiçados);
- Sinal de Bouchut (enrugamento da córnea);
- Sinal ou mancha de Sommer-Larcher (mancha negra da esclerótica);
- Sinal de Ripault (deformação da íris e da pupila à pressão digital);
- Circulação póstuma de Brouardel;
- LAR (Livor mortis, Algor mortis, Rigor mortis);
- Flacidez cadavérica;
- Mancha verde abdominal;
Abióticos Transformativos - Transformativos Destrutivos:
- Autólise (quebra da membrana celular por enzimas produzidas pela própria célula - lisossomos);
- Maceração (ocorre somente quando o cadáver permanece em meio líquido - afogados e fetos no útero);
- Putrefação (divide-se em quatro fases - fase cromática, fase gasosa, fase coliquativa, fase esquelética).
Tranformativos Conservadores:
- Saponificação (formação de adipocera);
- Mumificação;
- Corificação;
- Calcificação (ou petrificação).
Calendário tanatológico 
1h: - surgimento de livores na região cervical/princípio de rigidez na nuca e mandíbula/opacificação da córnea em cadáveres com olhos abertos;
2h: - livores cervicais acentuados/rigidez completa de nuca e mandíbula/ esfriamento das mãos, pés e face;
3h:- livores cervicais bem estabelecidos/início rigidez em membros superior/esfriamento de toda a pele  
4h: - rigidez total dos membros superiores e início de rigidez dos membros inferiores e do quadril; 
6 a 8 h: - rigidez corporal completa;
8 a 12 horas: - livores se concentrarão fixados na região de declive/presença de larvas de moscas sobre o cadáver (análise dos ovos e das larvas de diferentes tipos de insetos serve muito para a cronologia da morte).
14h: - intensidade máxima dos livores cadavéricos em máxima extensãocorporal/formação de mancha verde abdominal a partir da fossa ilíaca direita (temperatura ambiental-dependente).
15-24 h: - o esfriamento cadavérico alcança seu ponto máximo, com temperatura cadavérica igualada à do ambiente (crianças se faz em torno de 20 horas, adultos em torno de 24 a 26 horas; em geral, se faz na proporção de 1,5 graus centígrados por hora (diferença de 5 a 6 graus centígrados entre temperatura retal e axilar é diagnóstico de morte)
18-24 h: - mancha verde abdominal estabelecida;
Algidez cadavérica = resfriamento do corpo.
Corpo resfria, em regra, 0,5 ºC nas primeiras 3 horas e 1ºC por hora, após três horas, até encontrar equilíbrio térmico com o meio (20 horas em temperatura de 24 ºC para crianças e velhos e 24 a 26 horas para adulto de compleição média).
Livores cadavéricos e de hipóstases:
Desidratação leva a: pergaminhamento da pele; dessecação das mucosas; diminuição do tônus do globo ocular; mancha enegrecida na esclerótica.
Autólise: o meio orgânico, que em vida era neutro, passa a ser ácido, tornando impossível a realização dos fenômenos vitais. Com a alteração no pH e pela ação da pressão osmótica, as membranas celulares rompem-se, desintegrando os tecidos.
Putrefação: 
Fases – a) coloração: mancha verde abdominal (20 a 24 horas, podendo durar até 7 dias);
b) gasosa: 2 a 7 dias, podendo durar 7 a 30 dias;
c) coliquativa: dissolução do cadáver pela ação de bactérias e da fauna cadavérica – de um mês a dois ou três anos – e finda com a esqueletização;
24 h: - opacificação das córneas (no caso de cadáveres com olhos fechados);
2 dias: início do desaparecimento da rigidez cadavérica;
3 dias: desaparecimento total da rigidez cadavérica/70% do abdome atingido pela mancha verde indicativa do processo inicial de putrefação;
4 dias: mancha verde ocupa toda a extensão do abdome;
Fato curioso e sempre questionado: possibilidade de crescimento de pêlos e unhas no cadáver.
Velocidade do crescimento=21 micra por hora.
Não é método confiável. Condições de óbito pode falsear o dado. 
Fácies hipocrática (máscara da morte) – perda do tônus muscular da face.
Características: Fronte enrugada e árida; olhos fundos; nariz afilado com orla escura; têmporas deprimidas, vazias e enrugadas; orelhas repuxadas para cima; lábios caídos; maçãs deprimidas; queixo enrugado e seco; pele seca e lívida; cílios e pelos do nariz e das orelhas semeados por poeira brancacenta; semblante carregado e desconhecido.
FATORES INTRÍNSECOS QUE INFLUENCIAM O RESFRIAMENTO DO CORPO
Idade; Constituição; Causa mortis 
FATÔRES EXTRÍNSECOS QUE INFLUENCIAM O RESFRIAMENTO DO CORPO
Vestes; Umidade; Arejamento; Proteção do meio ambiente
RIGIDEZ CADAVÉRICA
É sinal certo de morte
É devida a acidificação das células
Inicia-se na primeira hora após a morte
Chega-se ao máximo depois de 5 a 8 horas após a morte
Podem durar de 2 a 3 dias
Aparecem na seguinte ordem: pálpebras e mandíbula, nuca, membros superiores e membros inferiores e desaparecem na mesma ordem
 A instalação da rigidez dependerá do número total de fibras musculares e da predominância de fibras rápidas ou lentas;
Normalmente evolui de forma descendente: mandíbula e nuca, membros superiores e membros inferiores;
Da face, nuca e mandíbula – 1 a 2 horas
Dos músculos tóraco-abdominais – 2 a 4 horas 
Dos membros superiores – 4 a 6 horas
Generalizada – mais de 8 e menos de 36 horas 
ESPASMO CADAVÉRICO
Conceito: espasmo cadavérico significa a manutenção da última atitude tomada pelo indivíduo antes de morrer, fixada até a instalação da rigidez muscular.
“Por vezes, vítimas de homicídio são encontradas com a mão crispada, segurando cabelos do agressor; 
LIVORES DE HIPÓSTASE
Aparecem na parte de maior declive do corpo
Tornam-se bastantes visíveis de uma a três horas após a morte
De 8 a 12 horas após a morte já estão fixas
São sinais certos de morte
MANCHA VERDE ABDOMINAL
Coloração verde do quadrante abdominal inferior direito (região inguinal direita) característica da decomposição pós-mortem - primeiro período da putrefação em cadáveres é conhecido por periodo colorimétrico.
Mancha verde abdominal se forma perto da 20h após a morte e o período gasoso se inicia após alguns dias de óbito. A localização da mancha verde abdominal na fossa ilíaca direita, ocorre devido ao fato de o ceco ser a parte mais dilatada e mais livre do intestino grosso e ainda por ser o segmento no qual se acumula maior quantidade de gases e, finalmente, porque é mais próxima da parede abdominal.
Processo de putrefação inicia e evolui mais rápidamente onde há mais microorganismos como no intestino. Primeiro na fossa ilíaca direita pela proximidade do ceco com a pele;
Gás sulfídrico produzido pelas bactérias difunde-se pelos tecidos se combina com a hemoglobina, formando a sulfohemoglobina ou sulfometemoglobina, que tem cor verde;
Aparece em cerca de 18 a 24 horas após a morte (H. Hércules), 16 a 20 horas (Odon Maranhão) 20 a 24 horas (França), no período do verão;
Pode só aparecer depois de 36 a 48 horas no inverno, desde que o corpo não fique sob a ação direta do sol ou não esteja agasalhado;
Com o passar do tempo a cor verde espalha-se por todo o abdômen, tórax, cabeça e membros.
Nos RN e afogados começa no tórax. Nos afogados o período de coloração começa pela cabeça e pela parte superior do tórax, devido à posição assumida pelo cadáver quando submerso e o início da putrefação pelas vias respiratórias;
Nos fetos, devido o conteúdo estéril intestinal, começa pela parte superior do tórax pescoço e face, pois a putrefação se dá por meio de bactérias que penetram nas vias aéreas inferiores.
A localização da mancha verde abdominal na fossa ilíaca direita, ocorre devido ao fato de o ceco ser a parte mais dilatada e mais livre do intestino grosso e ainda por ser o segmento no qual se acumula maior quantidade de gases e, finalmente, porque é mais próxima da parede abdominal.
Mancha verde: óbito em 48 horas
Aparece em cerca de 18 a 24 horas após a morte (H. Hércules), 16 a 20 horas (Odon Maranhão) 20 a 24 horas (França), no período do verão;
Pode só aparecer depois de 36 a 48 horas no inverno, desde que o corpo não fique sob a ação direta do sol ou não esteja agasalhado.
BALÍSTICA
A Balística com suas técnicas auxilia, desta forma, a Justiça a imputar as práticas das 
infrações aos seus verdadeiros agentes;
Dá subsídios para aquela desvendar e posteriormente punir os culpados pela prática de crimes investigados pela mesma;
Meio de prova de grande importância quando se quer desvendar um crime em que se empregou uma arma de fogo;
A natureza do fato (suicídio, homicídio ou acidente); 
A distância do disparo, para o estudo da autoria; 
A identificação da arma, também visando a autoria; saber se a lesão provocada foi 
mortal (produzida em vida) ou pós-mortal;
ORIFÍCIOS DE ENTRADA – TIRO ENCOSTADO
forma irregular (estrelado) pela dilaceração dos tecidos pelos gases explosivos (mina de Hoffmann)
sem zona de tatuagem ou de esfumaçamento
diâmetro do ferimento maior que o projétil (explosão dos gases)
halo fuliginoso nos ossos: (sinal de Benassi)
impressão (pressão) do cano da arma (sinal de Werkgaertner)
quando transfixante: trajeto com orifício de entrada e saída 
FERIDA DE ENTRADA – CURTA DISTÂNCIA (OU QUEIMA-ROUPA)
ZONA DE TATUAGEM – indica 30 a 75cm de distância (arma x alvo) e se:
NEGRO DE FUMO - (zona de esfumaçamento) – admite entre 10 e 30cm de distância.
cone de dispersão do tiro
forma arredondada ou circular 
de forma irregular ou dilacerado
orla de escoriação ou contusão
orla equimótica 
orla de enxugo
zona de tatuagem
zona de esfumaçamento (removível)
zona de queimadura (chamuscamento)
LESÃO DE ENTRADA – LONGA DISTÂNCIA
Orifício de entrada circular, diâmetro menor que do projétil se tiro perpendicular a pele.
ORLA DE CONTUSÃO – bordo externo da ferida de entrada causado pelo movimento do projétil.
ORLA DE ENXUGO – orla escurecida dentro da ferida causado pela sujeira do projétil. 
TIRO À DISTÂNCIA ORIFÍCIO DE ENTRADAFaltando: Halo de tatuagem; Orla de esfumaçamento; Zona de queimadura; Zona compressão dos gases
Apresenta:
Orla de escoriação, halo de enxugo, aréola equimótica e bordas invertidas;
Orifício de entrada circular ou ovalar, diâmetro menor que do projétil se tiro perpendicular a pele.
Produzido pelo projétil propriamente dito, isoladamente ou reforçado por corpos outros que a ele se juntarem no decorrer do trajeto (vestes, botões, ossos, dentes).
Orifício de Saída
Apenas nas lesões transfixantes - nos casos de trajeto fechado esse não se verificará. 
Produzido pelo projétil propriamente dito, isoladamente ou reforçado por corpos outros que a ele se juntarem no decorrer do trajeto (vestes, botões, ossos, dentes)”.
Possui algumas características que o difere do orifício de entrada:
1°) é geralmente maior que o orifício de entrada; 
2°) tem o aspecto de fenda, quando o projétil não sofre deformação, ou forma irregular,
quando este deforma-se ou arrasta consigo alguns fragmentos, apresentando as
bordas evertidas (viradas para fora); 
3°) não apresenta orlas e nem zonas de contorno, salvo a aréola equimótica; 
4°) apresenta maior sangramento.
A diferença entre o orifício de saída e o orifício de entrada ocorre porque ao tempo de saída o projétil além de apresentar menor energia cinética, perde asimpurezas no percurso ao passo que adquire material orgânico, tendo, assim,maior capacidade dilacerante do que perfurante e uma eventual mudança de direção.
A diferenciação entre ambos os orifícios é de fundamental importância para o estudo da natureza jurídica do evento, pois esta diferenciação é que fornecerá os subsídios para o estudo da direção do disparo, entre outras coisas.
CASOS EXCEPCIONAIS
Dois projetis acoplados, um deles preso no cano, sendo desalojado no disparo seguinte – lesão mais aberta;
Blusa de malha de lã retém zona de esfumaçamento;
Tecido subcutâneo – trajeto representa anel cilíndrico; Aponeuroses, tendões e serosas trajeto é circular ou estrelado;
Músculos – cilíndrico; Cartilagens – cilíndrico, mas regular e diâmetro relativamente menor que o projétil; Ossos chatos e finos – fraturas ou canais com aspecto afunilado e com prolongamentos radiados em suas margens;
Ossos esponjosos – a forma e aspecto variam com fraturas ou canais atravessando os ossos;
Uma entrada sem saída – projetil retido dentro do corpo;
Uma entrada com várias saídas – fragmentos de ossos, botões, dentes...
Tiro perpendicular – forma arredondada;
Inclinado – meia lua;
Quando inclinado o alvo – orifício maior;
Ou ainda quando angulado ou mesmo se, antes de percutir o alvo, ele se deformar em superfícies resistentes;
Á queima-roupa – orla de contusão e enxugo não se evidencia pois é mascarada pelos demais (negro-de-fumo);
Aréola equimótica – nem sempre aparece, mas quando aparece apresenta a cor vermelha ao amarelo de acordo com o tempo da lesão; 
BIBLIOGRAFIA
ALCÂNTARA, Hermes Rodrigues de; Perícia Médica Judicial; 2ª edição; Rio de Janeiro; Ed. Guanabara Koogan, 2006;
BENFICA, Francisco Silveira; VAZ, Marcia. Medicina Legal aplicada ao Direito. São Leopoldo, Unisinos, 2003.
CARVALHO, Hilário Veiga de. Compêndio de Medicina Legal. 2ª edição, Editora Saraiva, S. Paulo, 1992.
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FÁVERO, Flamínio. Medicina Legal. 12ª ed. Belo Horizonte. Editora Vila Rica. 1991.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 6ª Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan S/A. 2003.
GOMES, Helio; HERCULES, H. de C. Medicina Legal. Freitas Bastos, RJ 33ª ed. 2003.
HÉRCULES, Hygino de Carvalho; Medicina Legal – Texto e Atlas; S. Paulo; Editora Atheneu; 2008;
TOCCHETTO, Domingos. Balística Forense: aspectos técnicos e jurídicos. Ed. Millennium – SP, 6ª edição, 2011;

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