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A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR NA PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS EM ÁREAS URBANAS

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A importância da mata ciliar na preservação dos recursos hídricos em áreas urbanas
¹Athâmis Hana; ²Lilian Michelle; ³Priscila Sousa; 4Thaís Gabrielly; 5Thaislane de Oliveira
6Christianne Rodrigues (Orientador)
Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG
1athamishanna@gmail.com; 2lilianmmarcal@gmail.com; 3pittymsprincesa@gmail.com; 4thaisgmichel@gmail.com; 5thaisz2007@hotmail.com; 6christianne.rodrigues@prof.unibh.br;
RESUMO: O crescimento demográfico nas cidades grandes de forma descontrolada e sem planejamento levou a expansão do perímetro urbano afetando as áreas de cobertura vegetal principalmente as matas ciliares devido a sua localização que as caracterizam as margens de fontes hídricos, como: rios, lagos, represas, igarapés. Elas são caracterizadas pelo Código Florestal como Áreas de Preservação Permanente (APP) e possuem diversas importantes funções ambientais, funcionam como filtro retendo defensivos agrícolas e sedimentos que seriam carregados para os cursos d’água provocando assoreamento, mantem a qualidade da água, protegem o solo contra processos erosivos, entre outros. A degradação dessas áreas ocorre sob variadas fontes, entre elas, a ocupação agrícola, ocupação humana, atividade mineradora, hidrelétricas, abertura de estradas. As consequências das ações antrópicas sobre as matas ciliares provocam inúmeros impactos ao meio ambiente, como a perda da biodiversidade terrestre e aquática, intensificação dos processos erosivos, assoreamento, contaminação por esgotos domésticos e industriais podendo levar a doenças e proliferação de pragas urbanas, alteração no ciclo da água com o aumento do escoamento superficial e diminuição do escoamento subterrâneo e da evapotranspiração. Com o objetivo de simular a importância da mata ciliar para a qualidade e quantidade da água em recursos hídricos e as consequências causadas quando são removidas e/ou substituídas por material impermeável, as alunas do quinto período, pertencentes ao curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), produziram um modelo com três situações diferentes, demonstrando em cada uma delas a importância da vegetação ciliar, a quantidade de água que foi percolada, absorvida pela planta e a captada no depósito. Por fim, nota-se também a quantidade de água escoada superficialmente em solo impermeável. Portanto, a partir dos resultados obtidos, conclui-se que as matas ciliares são de extrema importância para a proteção dos corpos d’água superficiais e subterrâneos, preservando toda a biota ao seu redor.
PALAVRAS-CHAVE: mata ciliar; recursos hídricos; ciclo da água
SUMMARY: The population growth in large cities of uncontrolled and unplanned expansion has led to the city limits affecting vegetation areas especially riparian forests due to its location which characterize the margins of water sources such as rivers, lakes, dams , streams. They are characterized by the Forest Code as Permanent Preservation Areas (APP) and have several important environmental functions, act as a filter retaining pesticides and sediment that would be loaded into waterways causing siltation, maintain water quality, protect the soil against erosion, among others. The degradation of these areas takes place under a variety of sources, including, agricultural occupation, human occupation, mining operations, power plants, roads opening. The consequences of human actions on the riparian forests cause numerous environmental impacts such as loss of terrestrial and aquatic biodiversity, enhancement of erosion, siltation, pollution by domestic and industrial sewage can lead to disease and proliferation of urban pests, changes in water cycle with increasing runoff and groundwater flow decreased and evapotranspiration. In order to simulate the importance of riparian vegetation to the quality and quantity of water in water resources and the consequences caused when they are removed and / or replaced by waterproof material, the students of the fifth period, belonging to Environmental Engineering course University Center of Belo Horizonte (UNI-BH) produced a prototype with three different situations in each demonstrating the importance of ciliary vegetation, the amount of water that has percolated absorbed by the plant and collected from the deposit. Finally, there is also the amount of water drained in impermeable soil surface. Therefore, from the
results, it is concluded that riparian forests are extremely important for the protection of bodies of surface and ground water, preserving all biota around.
KEYWORDS: riparian vegetation; water resources; water cycle
____________________________________________________________________________
1
1. Introdução(PRISCILA – SLIDE 2 e 3)
A ocupação populacional do Brasil é caracterizada, desde a sua descoberta em 1500, pela falta de planejamento e a consequente destruição de florestas nativas e extração de recursos naturais, para ceder espaço para a agricultura, a pecuária e a civilização (MARTINS, 2011). O crescimento demográfico, especificamente nas cidades grandes, levou a expansão do perímetro urbano aumentando as superfícies de concreto e asfalto e reduzindo as áreas de cobertura vegetal, consequentemente a impermeabilização e verticalização das mesmas. 
As matas ciliares são um forte alvo da urbanização, sofrendo todo tipo de degradação. Segundo MARTINS (2011), muitas cidades foram construídas ás margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar. A organização não governamental World Wide Fund of Nature (WWF) definiu as matas ciliares como coberturas vegetais que se localizam as margens de fontes hídricas como rios, lagos, igarapés, corpos d’agua e represas. Elas possuem importantes funções como diminuir problemas de erosão do solo e manter a qualidade da água.
Quando derrubadas para a ocupação da área em outros fins, como por exemplo, o setor imobiliário na construção de condomínios e comércios, acessos públicos para pedestres e pavimentação asfáltica, as consequências atingem direta e indiretamente o ciclo da água. Esse ciclo é definido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Ele ocorre corretamente em condições naturais, mas as ações antrópicas e sem planejamento vem provocando alterações. Segundo TUCCI, (1997) são elas: redução da infiltração da água no solo que ocasiona no aumento do escoamento superficial e diminui o volume dos aquíferos for falta de escoamento subterrâneo e a redução da evapotranspiração.
Essas alterações podem ser percebidas em áreas rurais e urbanas e desencadeiam ou intensificam o assoreamento de rios urbanos, erosão dos solos e dos canais fluviais e ainda, a poluição das fontes hídricas, que associados resultam em intensa degradação ambiental (MARTINS, 2011).
Diante do quadro que o Brasil enfrenta, desde o segundo semestre de 2014, de escassez hídrica, o presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância das matas ciliares para preservação e recuperação das fontes hídricas no país, dando destaque as áreas urbanas.
Como objetivo específico o trabalho apresentará as consequências da degradação dessas áreas nos recursos hídricos, na cidade de Belo Horizonte, e como isso reflete negativamente na população, na fauna e na flora, além de leis que inclui as regiões ciliares na categoria de área de preservação permanente e exemplos de descumprimento das mesmas.
2. Definições e legislação ambiental (THATY- SLIDE: 4 AO 8)
2.1. Desastres natural e ambiental
As classificações mais utilizadas distinguem os desastres quanto à origem e à intensidade (ALCÂNTARA-AYAKA, 2002; MARCELINO, 2008). Quanto à origem, os desastres podem ser classificados em: naturais ou humanos. 
Naturais: são aqueles causados por fenômenos e desequilíbrios da natureza que atuam independentemente da ação humana. Podem também ser originados pela dinâmica interna ou externa da Terra. Exemplo: chuvas intensas, erosão, vendaval, tornado,furacão, terremoto, maremoto, vulcanismo, tsunami; etc.
Humanos ou Antropogênicos: são aqueles que estão relacionados com as atividades do homem, tanto às ações, quanto às omissões. Exemplo: incêndios urbanos, contaminação de rios, solo e ar, rompimento de barragens; etc. (ALCÂNTARA-AYALA, 2002; CASTRO, 1999; KOBIYAMA et. al., 2006; MARCELINO, 2008)
Quanto à intensidade: A classificação e avaliação da situação dos desastres em relação à intensidade, exemplificada na Tabela 1 é importante para facilitar o planejamento da recuperação da área atingida, como também as ações e os recursos necessários para socorro às vítimas dependem da intensidade dos danos e prejuízos provocados. (KOBIYAMA et. al., 2006).
Tabela 1. Classificação e situação dos desastres em relação à intensidade 
	Nível
	Intensidade
	Situação
	I
	Desastres de pequeno porte, também chamados de acidentes, onde os impactos causados são pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos.
(Prejuízos menor que 5% PIB municipal)
	Facilmente superável com os recursos do município
	II
	De média intensidade, onde os impactos são de alguma importância e os prejuízos são significativos embora não sejam vultosos.
(Prejuízos entre 5% e 10% PIB municipal)
	Superável pelo município, desde que envolva uma mobilização e administração especial
	III
	De grande intensidade com danos importantes e prejuízos vultosos.
(Prejuízos entre 10% e 30% PIB municipal)
	A situação de normalidade pode ser estabelecida com recursos locais, desde que complementados com recursos estaduais e federais (Situação de Emergência – SE)
	IV
	De muito grande intensidade, com impactos muito significativos e prejuízos muito vultosos.
(Prejuízos maiores que 30% PIB municipal)
	Não é superável pelo município sem que receba ajuda externa. Eventualmente necessita de ajuda internacional (Estado de Calamidade Pública – ECP)
Fonte:http://www.igeologico.sp.gov.br/downloads/livros/DesastresNaturais.pdf
2.1.1. Natural
Os desastres naturais podem ocorrer por diversos fenômenos, tais como inundações, escorregamentos, erosão, terremotos, tornados, furacões, tempestades, estiagem, entre outros. Quando atingem áreas ou regiões habitadas pelo homem, causando danos, recebem então a denominação de desastres naturais (TOMINAGA et. al., 2009).
Com o acelerado processo de urbanização e crescimento das cidades durante as últimas décadas, muitas vezes localizadas em áreas impróprias para ocupação, aumentam os riscos de tais desastres. Ainda segundo TOMINAGA, (2009) a variabilidade climática contribui para climas extremos, permitindo maiores eventos de chuvas intensas, de tornados ou de estiagens severas, entre outros, podendo tornar mais frequente a incidência dos desastres naturais. Emergency Disasters Data Base (EM-DAT) sobre Desastres de 2007 (SCHEUREN et. al., 2008):
“Desastres naturais podem ser definidos como o resultado do impacto de fenômenos naturais extremos ou intensos sobre um sistema social, causando sérios danos e prejuízos que excede a capacidade da comunidade ou da sociedade atingida em conviver com o impacto.” (TOBIN e MONTZ,1997; MARCELINO, 2008).
2.1.1. Ambiental
Os desastres ambientais são aqueles decorrentes de ações antrópicas, ou seja, são alterações realizadas pelo homem no planeta Terra por omissões ou alguma falha humana ou maquinaria. Podem ser tanto em relação à poluição atmosférica por emissão de gases do efeito estufa pelas fábricas e/ou automóveis e outros, quanto à poluição dos recursos hídricos e do solo, principalmente em áreas urbanas (VIEIRA, 2015).
 Os desastres ambientais que constantemente assolam o nosso país e o mundo é fruto do descaso com que o governo tem tratado o meio ambiente, faltam políticas públicas de uso e ocupação do solo urbano, identificação e monitoramento de áreas de vulnerabilidade natural e total desconhecimento do meio físico urbano. KAMOPP (2011)
2.2. Áreas de preservação ambiental
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o código florestal, Lei nº 12.651/12 que dispõe sobre a vegetação nativa, define no art. 3º a Área de Preservação Ambiental (APA) ou Área de Preservação Permanente (APP), como área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
As APP’s, tanto em ambiente rural quanto urbano, visam atender ao direito do brasileiro, segundo o art. 225º da Constituição, que consiste em desfrutar de “um meio ambiente ecologicamente equilibrado”, onde há proteção pelos órgãos ambientais que prezam por um ambiente natural e intocável e que possam ser realizadas atividades e funções sociais educativas, atividades esportivas, lazer e recreação, encontro de pessoas e educação ambiental.
As APP’s não são exploradas como as Unidades de Conservação (UC) que são da mesma forma protegidas, e exploradas de forma sustentável, enquanto as APP’s possuem exceções para serem utilizadas. Em caso de utilização da área de preservação para qualquer fim, é necessária a autorização do órgão competente para que essa exceção seja ou não concedida, mesmo em casos de empreendimento com interesse social e utilidade pública.
Ainda citando MMA (2015), as áreas de preservação ambiental no meio urbano sofrem consequências do crescimento urbano, demográfico e econômico que em conjunto com as atividades humanas, vem afetando-as diretamente com o passar dos anos, provocando degradações como a supressão da fauna e flora, utilização indevida do local. Devido à desses problemas, foi criado por órgãos, programas de políticas ambientais de recuperação, manutenção e monitoramento das áreas em conjunto com as comunidades e entidades.
2.3. Legislação
A legislação brasileira apresenta uma série de normas e regulamentos visando à proteção da mata ciliar, que é importante na questão dos recursos hídricos. De acordo com o MMA as leis existentes são:
Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998;
Política Nacional do Meio Ambiente - Lei nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981;
Constituição da República Federativa do Brasil/1988 em seus Artigos 5º, 20, 21,
22, 23, 26, 43, 176, 200 e 231;
Código Florestal - Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012). 
Agência Nacional de Águas - ANA - Lei nº 9.984, de 17 de Julho de 2000;
Código de Águas - Decreto nº 24.643, de 10 de Julho de 1934;
Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei das Águas; Lei nº 9.433, de 08 de Janeiro de 1997;
Conselho Nacional de Recursos Hídricos - Decreto nº 2.612, de 03 de Junho de 1998;
Classificação das Águas, segundo seus usos preponderantes – Resolução CONAMA nº 20, de 18 de Junho de 1986.
A maioria destas leis e normas, entretanto, derivam do Código Florestal Brasileiro (CFB), instituído pela Lei 4.771 de 15.09.1965 que estabelece os limites para as faixas de vegetação a serem mantidas como APP’s no entorno das nascentes e margens dos cursos de água.  Mas foi aprovado um novo   Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012) que envolve alguns pontos polêmicos tensionados por interesses ruralistas e ambientalistas. De acordo com a antiga e nova lei, a largura dessa faixa está relacionada com a largura do curso de água, e é apresentada uma comparação da mudança da lei na tabela 2.
Tabela 2: Comparação da Largura mínima da faixa de vegetação ciliar a ser mantida no entorno das nascentes e margens dos cursos de água segundo a Lei 4.771 de 15.09.1965 e a nova lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012
	Áreas de Preservação Permanente (APPs)
	Mata Ciliar (pertinente ás APPs)
	Proteção da vegetação nativa de margens de rios, lagos e nascentes, tendo como parâmetro o período de cheia. Várzeas, mangues, matas de encosta, topos dos morros e áreas com altitude superior a 1800 metros não podem ser exploradas para atividades econômicas.30 metros para mata ciliares em rios até 10 metros de largura. 50 metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de nascentes de qualquer dimensão. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 metros para rios entre 200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior a 600 metros. 100 metros nas bordas de chapadas. Exige autorização do Executivo federal para supressão de vegetação nativa em APP e para situações onde for necessária a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.
	Proteção da vegetação nativa de margens de rios, lagos e nascentes tendo como parâmetro o nível regular da água. Várzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e áreas com altitude superior a 1800 metros podem ser utilizadas para determinadas atividades econômicas
	30 metros para matas ciliares em rios de até 10 metros de largura, quando houver área consolidada em APP de rio de até 10 metros de largura, reduz-se a largura mínima para 15 metros. 50 metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de nascentes de qualquer dimensão. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 metros para rios entre 200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior a 600 metros. 100 metros em bordas de chapadas. Permite a supressão de vegetação em APPs e atividades consolidadas até 2008, desde que por utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental, incluídas atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural. Outras atividades em APPs podem ser permitidas pelos estados por meio de Programas de Regularização Ambiental (PRA). A supressão de vegetação nativa de nascentes, de dunas e restingas somente poderá se dar em caso de utilidade pública.
Fonte: http://codigoflorestal.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2012/11/novo-codigo-florestal.pdf
A execução destas determinações legais muitas vezes esbarra em questões sociais, principalmente quando nascentes e cursos de água se localizam em propriedades privadas. A segurança do usuário o direito de utilizar os recursos hídricos e através da outorga que se consegue pela instituição d'águas do seu estado, executa a gestão de quantidade e qualidade de uso d’água, emitindo a autorização pra o seu uso. Em Minas Gerias os usuários de recursos hídricos de qualquer setor devem solicitar ao Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM), para o uso de águas de domínio da União, a outorga deve ser solicitada pela Agência Nacional das Águas (ANA).
3.Matas Ciliares (ATHAMIS – SLIDE: 9 ao 15)
3.1. Definição
Mata ciliar são as formações vegetais, localizada nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. Também conhecida como mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária, é considerada pelo Código Florestal Federal como APP, com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente (MMA, 2015).
 De acordo com a Lei N.°4.771/65, essa área deve-se manter intocada, e caso esteja degradada, deve-se prever a imediata recuperação. Toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios, e ao redor de nascentes e de reservatórios, deve ser preservada. O artigo 2° desta lei cita que a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d'água. As matas ciliares têm a importante função de proteção dos recursos hídricos, e, apesar de amparadas pelo Código Florestal de 1965, diversas atividades antrópicas foram e ainda são responsáveis por sua supressão: ocupação agrícola, ocupação humana, construção de barragens, mineração e outros.
3.2. Importância
Segundo RICARDO (2008), a preocupação com a degradação de matas ciliares é recente, e tem sido liderado no mundo por: Universidades, Organizações Não Governamentais (ONG’s), governos, ministério público, e até mesmo por empresas privadas de diferentes ramos de atuação. Apesar dos esforços conjuntos de todos esses agentes, o desconhecimento, a falta de conscientização ainda impera, os desmatamentos continuam constantes. Embora o manejo das matas ciliares tenha passado a adquirir uma visão primordial na recuperação ambiental e no desenvolvimento econômico de propriedades rurais, ela é um dos agentes mais envolvidos no processo de degradação desse recurso.
As matas ciliares funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e consequentemente a fauna aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos. (ÁRVORES BRASIL, 2015)
Além disso, florestas em crescimento fixam carbono contribuindo para a redução dos gases de efeito estufa responsável pela mudança climática que afetam o planeta, (o grau de devastação das áreas é tão grande que, mantida a situação atual levaria cerca de 200 anos para recuperar a cobertura vegetal ao longo dos rios) (RICARDO, 2008).
3.3. Degradação das matas ciliares
3.3.1. Causas
As proximidades de rios e córregos sempre foi condição essencial para o homem cultivar a terra, criar o gado, fundar cidades e, posteriormente montar indústrias, por isso, de modo geral, as matas ciliares encontram-se desmatadas e degradadas. Parte significativa dessa vegetação em áreas de produção agrícolas foi suprimida ou sofreu algum grau de alteração estimando-se um milhão de hectares desmatados, correspondendo a 120 mil áreas ciliares sem vegetação nativa (MMA, 2013).
De acordo com a ÁRVORES BRASIL (2015), as matas ciliares são alvo de todo o tipo de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações constantes.
Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de fatores: são as áreas diretamente mais afetadas na construção de hidrelétricas; nas regiões com topografia acidentada, são as áreas preferenciais para a abertura de estradas, para a implantação de culturas agrícolas e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstáculos de acesso do gado ao curso d'água etc. (ARVORES BRASIL, 2015); para as empresas mineradoras são obstáculos, muitas vezes, por causa da extração de minérios que são encontrados em rochas próximas dos canais hídricos (SOUZA, 2004).
3.3.2 Consequências para o meio ambiente e a saúde humana
A supressão das matas ciliares leva a perda da biodiversidade terrestre e aquática, além de outros impactos ecológicos, sociais e econômicos, como a intensificação dos processos erosivos com o aparecimento de sulcos e voçorocas e o assoreamento de reservatórios, nascentes e cursos d’água, redução da produtividade do solo e do aumento da emissão dos gases do efeito estufa (RICARDO, 2008).
A urbanização, em locais onde deveriam estar preservadas as matas ciliares, pode trazer consequências graves a população que ali reside e a de proximidade. Como exemplo o Córrego Cercadinho situado na região metropolitana de Belo Horizonte, é alvo de contaminação por esgotos domésticos. Sendo assim, suas águas podem conter microrganismos patogênicos, sendo essencial à avaliação de sua qualidade microbiológica. Sem saneamento básico adequado, esse leito fluvial transporta rejeitos para o Ribeirão Arrudas e, consequentemente, para os rios das Velhas e São Francisco (MACHADO, 2009)
Figura 1: Localização da hidrografia do córrego cercadinho
Fonte: http://www.manuelzao.ufmg.br/assets/files/Textos%20mobilizacao/1091_mapa_cercadinho(1).JPG
Segundo a SANEPAR (2010) água contaminada interferena qualidade de vida da população e até mesmo no desenvolvimento do país. A maioria dessas doenças é de fácil prevenção, mas causam muitas mortes. As doenças são transmitidas pelo contato ou ingestão de água contaminada, contato da pele com o solo e lixo contaminados. A presença de esgoto, água parada, resíduos sólidos, rios poluídos e outros problemas também contribuem para o aparecimento de insetos e parasitas que podem transmitir doenças.
3.4. Ciclo da água (lilian- slide 16 ao 19)
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o ciclo da água é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera, como mostra a Figura 2:
Figura 2. Ciclo da água
Fonte: http://www.explicatorium.com/CFQ7-O-ciclo-da-agua.php
Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.
Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve.
Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos. Ela pode infiltrar e percola no solo ou nas rochas podendo formar aquíferos e ressurgir na superfície como nascentes, fontes, pântanos ou alimentar rios e lagos; evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração ou congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
Com a urbanização a cobertura vegetal é alterada e/ou substituída por asfalto e concreto provocando vários efeitos que alteram componentes do ciclo da água. A Figura 3 mostra os efeitos causados que de acordo com TUCCI (1997), são: a redução da infiltração no solo que provoca o aumento do escoamento superficial e diminui o volume dos aquíferos por falta de escoamento subterrâneo e devido à substituição da cobertura vegetal ocorre uma redução da evapotranspiração.
Figura 3. Consequências das alterações do ciclo da água
Fonte: Água no meio urbano – TUCCI (1997)
4. Recuperação da mata ciliar
Segundo o MMA (2015), torna-se fundamental que, após a supressão ou degradação de uma mata ciliar, se desenvolvam projetos que visam recuperá-las, para que ocorra a preservação da qualidade das águas, vegetação e fauna, bem como para a dissipação de energia erosiva e por isso, esses projetos devem ser muito bem estruturados.
A erosão é um processo natural. Entretanto, o uso do solo pelo homem, seja por meio de atividades pecuárias, minerárias ou outras, representa fator decisivo de aceleração dos processos erosivos.
A natureza consegue recompor anualmente, camadas de solo que variam de 0,5 a 2,0 mm, mas com as inúmeras intervenções antrópicas, provoca o desaparecimento, via erosão, de 2,5 mm de solo por ano o que resulta em perdas de produtividade, agravamentos de problemas ambientais, como por exemplo, a poluição de corpos hídricos (SOUZA, 2004). 
A erosão pode ser considerada uma parte significativa do problema da poluição uma vez que ela carreia inúmeras substâncias e elementos químicos, dos agrotóxicos, fertilizantes e corretivos, que são adsorvidos às frações componentes dos solos como a argila, silte, matéria orgânica, além de sedimentos que são depositados em outros lugares, causando a concentração excessiva dos mesmos e ainda causando consequências como o assoreamento e contaminação dos corpos hídricos, contaminação dos solos, além da perda de nutrientes que promovem a eutrofização de mananciais potencializando os prejuízos ambientais e econômicos.
Segundo SOUZA (2004), todas as atividades agropecuárias e florestais, promovem a degradação química, física e biológica dos solos, interferindo também na qualidade e quantidade da água produzida. Portanto, como principais alternativas de medidas mitigadoras e/ou de recuperação, destacam-se: Empregar práticas de conservação de solo e água; Aplicação e fiscalização rigorosa das leis ambientais; Respeitar as matas ciliares mantidas por lei, manter corredores arbóreos e usar faixas de vegetação nativa; Respeitar as características únicas dos solos, as condições climáticas e do relevo do solo e ainda utilizar áreas de acordo com a capacidade de uso do solo.
As pesquisas iniciadas na década de 80, que se referem ao estudo das formas que o corpo hídrico encontra para retomar o seu equilíbrio interior, em vista da intensa erosão de suas margens, assim como as mudanças na topografia do fundo do leito, em função do assoreamento, tem sido usada a técnica de monitoramento de margens para entender os mecanismos que participam desse processo (FERNANDEZ, 1990).
Nesse contexto, a vegetação ciliar, segundo SOUZA (2004), apresenta importante papel para auxiliar no controle das margens dos canais hídricos, sendo imprescindível a análise do melhor modelo de recuperação devidamente adaptado à realidade particular de uma determinada área. 
Por esses motivos, a vegetação ciliar apresenta funções ecológicas, econômicas e estéticas que evidenciam a sua importância e a necessidade da sua recuperação, além de estarem inclusas ao Código Florestal – Lei nº 4.777/65 - e no Novo Código Florestal - nº 12.651, de 25 de maio de 2012, na categoria de APP’s. Como no ambiente ripário a luminosidade é maior, predominam as categorias ecológicas pioneiras secundárias iniciais.
“ Considerando a sua importância, percebe-se que a destruição dos ecossistemas das matas ciliares interfere na biodiversidade das espécies, na manutenção e conservação dos solos que margeiam os rios e na interceptação da radiação solar, contribuindo para a estabilidade térmica dos cursos d’água (SOUZA, 2004)”.
Segundo RÊGO et al. (2000), com a recomposição da vegetação ciliar, fica favorecido o reestabelecimento da biota aquática, cuja importância é fundamental para o funcionamento dos ecossistemas continentais – rios, riachos, lagos, lagoas, tanques, represas além de pequenos reservatórios. 
5. parte experimental (thaís – slide: 20 AO 38)
Foi realizada, no dia 24 de Mar de 2015, a construção de um protótipo a fim de simular a importância da mata ciliar para a qualidade e quantidade da água em recursos hídricos e as consequências causadas quando são removidas e/ou substituída por material impermeável como asfalto e cimento.
Ele simula três situações diferentes: a primeira é um solo com cobertura de serrapilheira e vegetação com o objetivo apresentar a qualidade e quantidade de água que escoa até o deposito do protótipo e como a vegetação interfere na ação da água sob o solo, como a erosão e lixiviação. A segunda é um solo sem qualquer tipo de vegetação onde o objetivo é mostrar as consequências da ação da água sob o solo e a importância da cobertura vegetal. E a última situação que foi simulada foi de um solo onde foi retirada toda vegetação e colocado uma camada de cimento branco para demostrar como a impermeabilização do solo, causada pela urbanização impede, a infiltração da água e consequentemente aumentando o escoamento superficial e diminuindo o subterrâneo.
Materiais utilizados
Para a realização dos experimentos, foram utilizados os seguintes materiais citados e posteriormente ilustrados na Figura 4:
Garrafa PET;
Pedras;
Cimento;
Areia;
Terra;
Serrapilheira;
Mudas de Grama Preta Anã;
Substrato
Figura 4: Materiais utilizados
Fonte: Autores do artigo
Metodologia 
1º: Cobertura vegetal
No primeiro experimento o solo contém uma cobertura vegetal para simular a vegetação das matas ciliares, foi utilizado duas mudas de Grama Preta Anã, segundo a Grama Grama (2011), essa planta é ornamental utilizada em coberturas e jardins. Ela requer baixa manutenção, nunca precisa ser aparada, permanece colorida durante todo o ano apesar de amarela-se um pouco no inverno, é resistente ao calor intenso e não necessita irrigação constante, já que, prefere um solo úmido do que um encharcado. O plantiodessa planta dentro do recipiente foi realizado em sete etapas descritas a seguir e posteriormente representadas na Figura 5:
Corte na lateral da garrafa com a área de 22cm X 9cm;
Adição de pedras;
Adição de areia;
Adição de uma fina camada de terra misturada com substrato;
Colocação das mudas;
Preenchimento com terra e substrato até o limite do recipiente;
Adição da serrapilheira
Figura 5: Etapas do plantio da Grama Preta Anã
Fonte: Autores do artigo
Para que seja possível a captação da água que irá infiltra e escoar do experimento, foi colocado na extremidade da garrafa um recipiente que servirá como deposito como mostrado na Figura 6. E para facilitar esse escoamento, o recipiente foi submetido a uma inclinação de 30°, como mostra a Figura 6, e a cada dois dias foi adicionado 150mL de água. O experimento permaneceu em ambiente aberto com exposição ao sol em pelo menos 10h ao dia, e a intemperes como ventos e chuvas.
Figura 6: Deposito de água
Fonte: Autores do artigo
Figura 6: inclinação do protótipo
Fonte: Autores do artigo
2º: Solo exposto, sem cobertura vegetal
Nessa segunda situação foi representado um solo sem cobertura vegetal, com o objetivo de mostrar os efeitos que são causados sobre o solo e a qualidade da água. Ele foi construído nas seguintes etapas descritas e representadas pela Figura 7:
Corte na lateral da garrafa com a área de 22cm X 9cm;
Adição de pedras;
Adição de areia;
Preenchimento com terra;
Colocação de substrato;
Adição de serrapilheira
Figura 7: Etapas da construção da segunda situação proposta
Fonte: Autores do artigo
Para a captação da água que escorreu no experimento foi necessária a colocação de um deposito para a água em sua extremidade, como mostra a Figura 8
Figura 8: Deposito para recepção de água
Fonte: Autores do artigo
3º: Solo impermeável
Na terceira situação simula um solo onde toda a cobertura vegetal é retirada para a colocação de alguma cobertura impermeável, podem ser elas asfalto ou cimento. Para isso foi utilizado um cimento branco não estrutural e a construção desse protótipo foi realizada nas etapas descritas abaixo e representadas na Figura 9:
Corte na lateral da garrafa com a área de 22cm X 9cm;
Adição de pedras;
Adição de areia;
Adição de uma fina camada de terra misturada com substrato;
Colocação da camada de cimento branco
Figura 9: Etapas de construção do protótipo de solo impermeável
Fonte: Autores do artigo
A finalidade desse protótipo é mostrar o aumento do escoamento superficial e a diminuição da infiltração da água. Para isso foi colocado na extremidade do experimento um recipiente que servirá como deposito para a água como mostra a Figura 10.
Figura 10: Depósito para a água
Fonte: Autores do artigo
Resultados e discussões
No primeiro protótipo podemos observar que ao ser colocado 150ml de água para irrigação das mudas 40 minutos depois foi captado pelo deposito cerca de 80ml de água, como mostra o Gráfico 1. Quanto a qualidade da água não foram realizados testes laboratoriais para comprovar sua qualidade, o resultado será baseado somente no aspecto visual da água. A irrigação foi feita com água potável e não houve contribuições externas de nenhum poluente que possa interferir na composição da água, além do adubo, portanto pode-se concluir que a água coletada é parcialmente limpa com uma leve alteração na coloração devido a terra do experimento e atendeu as expectativas ao apresentar durante os testes uma taxa de percolação de 53,33% e a absorção da planta de 46,67%, como mostra o Gráfico 2.
Gráfico 1: Infiltração da água
Fonte: Autores do artigo
Gráfico 2: Comparativo entre taxa de percolação e absorção
Fonte: Autores do artigo
Pode-se concluir neste caso que, as plantas absorvem parte da água que recebem para suas funções vitais e parte percola pelo solo, sendo filtrada naturalmente pelas camadas do solo e pelas raízes das plantas, até encontrar um depósito, este deposito foi representado por um recipiente plástico na simulação, mas em condições naturais essa água chega aos aquíferos e corpos hídricos.
Na segunda simulação, sem cobertura vegetal, cerca de 80% da água utilizada para regar o solo foi percolada para o deposito, como mostra o Gráfico 3, porém ao compara-la com a água colhida do primeiro caso, pode-se observar que a sua qualidade apresenta certa inferioridade, pois a sua coloração fica mais escura e aspecto mais turvo, e ainda foi observado a presença de fragmentos do solo que foram lixiviados para o recipiente.
Gráfico 3: Taxa de infiltração em solo sem vegetação
Fonte: Autores do artigo
Como resultado, neste caso foi possível concluir que a vegetação é muito importante para a filtração da água e retenção dos fragmentos de solo. Como a infiltração da água é rápida, ocorre a lixiviação de partículas para o recipiente, em condições naturais esse fenômeno pode levar ao assoreamento dos corpos hídricos e a possível extinção dos mesmos, e caso haja algum tipo de contaminante presente no solo, como alguns fertilizantes, ele é arrastado juntamente com a água levando a contaminação.
No terceiro protótipo, no qual se apresenta um solo impermeabilizado, foi possível observar que ao inserir 150ml de água na sua superfície o liquido escoou rapidamente para o deposito sem apresentar uma taxa de percolação significativa, como mostra o Gráfico 4.
Gráfico 4: Infiltração em solo impermeável
Fonte: Autores do artigo
Essa simulação permitiu-se concluir que as camadas, como o cimento, que são colocadas no lugar da vegetação impedem a água de infiltrar no solo, isso causa um aumento significativo do escoamento superficial e diminuição do subterrâneo, isso provoca serias consequências em condições reais, pois a água que fica retida na superfície causa alagamentos e transtornos à população e a ausência da água subterrânea interfere na alimentação dos aquíferos interferindo no seu nível e também no volume de corpos hídricos.
Conclusão (PRISCILA – SLIDE 39)
Devido ao forte crescimento populacional das cidades grandes, o perímetro urbano vem se expandindo e tomando lugar de áreas de cobertura vegetal. Por estarem localizadas as margens de corpos hídricos, as matas ciliares, são um forte alvo dessa expansão, já que a água é essencial para as necessidades básicas diárias da população.
As ações de degradação as matas ciliares podem causar perda da biodiversidade aquática e terrestre, intensificação de processos erosivos, assoreamento de rios, lagos, nascentes, etc., além da contaminação causado pela falta de saneamento básico de populações que ocupam ilegalmente (favelas e aglomerados) essas áreas que pode levar a diversos impactos ambientais e problemas para a saúde humana.
Portanto, de acordo com as informações contidas neste artigo e os resultados apresentados nos protótipos construídos, pode-se concluir que as matas ciliares são fundamentais para a proteção dos corpos d’água superficiais e subterrâneos, preservando sua qualidade, volume e biodiversidade. Sendo a água o principal insumo para a sobrevivência dos seres vivos na Terra, ela deve receber extrema importância, cuidado e preservação para que num futuro próximo não falte.
Anexos
Presentes neste anexo estão imagens do processo do protótipo contendo a cobertura vegetal construído:
Figura 11: Água escoando para dentro do depósito
Fonte: Autores do artigo
Figura 12: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas, registrado no dia 16 de Abril de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 13: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado no dia 16 de Abril de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 14: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado no dia 1 de Maio de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 15: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado no dia 15 de Junho de 2015 
Fonte: Autores do artigo
Figura 16: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado nodia 15 de Junho de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 17: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado no dia 15 de Junho de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 18: Desenvolvimento progressivo das mudas no protótipo plantadas registrado no dia 15 de Junho de 2015
Fonte: Autores do artigo
Figura 19: Modelo de protótipo apresentado no final do processo de análise, registrado no dia 23 de Junho de 2015
Fonte: Autores do artigo
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