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Aula 11 Inventário e partilha

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV Profª: Évelyn Cintra Araújo
3.2.3 Inventário e partilha (arts. 610 a 673)
a) Noções gerais
	Conforme art. 1784 do Código Civil, falecida a pessoa natural, a herança transmite-se, desde logo, aos sucessores. Entretanto, é necessário identificar quem são eles e, havendo mais de um, definir como será feita a divisão da herança. Para essa finalidade, existe o procedimento de inventário e partilha.
	Inventário significa relacionar, catalogar, enumerar. No CPC, inventário consiste no procedimento especial de jurisdição contenciosa, pelo qual se procede à descrição e à avaliação do patrimônio (bens, direitos e obrigações) deixado por alguém em virtude de seu falecimento.
	Já a partilha, por sua vez, constitui o segundo estágio do procedimento e vem a ser a atividade desenvolvida para dividir o acervo patrimonial entre os sucessores. Importante notar que não existe partilha sem inventário (até a partilha feita por testamento não dispensa futuro inventário), mas pode ocorrer inventário sem partilha (ex: inventário negativo ou quando houver apenas um herdeiro). 
b) Espécies de inventário (procedimento):
- inventário judicial: que divide em inventário tradicional (ou solene) e arrolamento, que, por sua vez, pode ser sumário (art. 659 – independente do valor da herança, desde que todos os herdeiros sejam maiores, capazes e de acordo com a partilha amigável) ou comum (art. 664 – independente se capazes ou não os herdeiros, desde que o valor dos bens for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos). O inventário tradicional ou solene tem aplicação residual (art. 610 – “havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial”).
- inventário extrajudicial: se todos forem capazes e concordes quanto à partilha, procede-se ao inventário e à partilha, administrativamente, em Cartório, valendo a escritura pública como título hábil para qualquer ato de registro bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeira (art. 610, §1º). 
	Para Alexandre Câmara (2007, p. 480), este procedimento veio substituir o arrolamento sumário, vez que se tratam das mesmas hipóteses (todavia, remanescerá o arrolamento sumário apenas quando houver um único herdeiro, dispensando obviamente partilha, e que este seja incapaz, circunstância que afasta a via extrajudicial).
	Para parte da doutrina, não há opção aos interessados, carecendo-lhes de interesse processual pelo inventário judicial por ausência de necessidade (há quem discorde em defesa ao princípio da inafastabilidade jurisdicional). 
	O inventário extrajudicial deverá ser feito necessariamente por meio de advogado (ou por defensor público, se os interessados não tiverem condições financeiras), o qual redigirá a minuta, devendo constar a qualificação completa do autor da herança, dia e local do falecimento, a qual será levada ao Tabelionato de Notas. O tabelião poderá exigir, para lavrar a respectiva escritura, documentos tais como: certidão de óbito; documento de identificação de todas as partes; certidão comprobatória do vínculo de parentesco com o autor da herança; certidão de casamento do cônjuge sobrevivente; e documentos comprobatórios da propriedade dos bens e seu valor.
c) Inventário Judicial
c.1) Petição Inicial
	A petição inicial observará normalmente os requisitos do art. 319, com as peculiaridades próprias do procedimento do inventário, porém trata-se de uma petição bem menos burocratizada, não havendo necessidade de ampla exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido, do pedido com suas especificações e do protesto pela ampla produção de provas (MONTENEGRO FILHO, 2006, p. 449). Basta noticiar a morte do autor da herança (com a certidão de óbito em anexo à exordial), a existência de bens e herdeiros, sem necessariamente identificá-los (salvo no arrolamento sumário, que, pela celeridade própria do rito, impõe a apresentação do esboço de partilha já na petição inicial).
	 Entretanto, deve ser endereçada ao juízo competente, que, nesse caso, será definido por 2 critérios: o territorial e o material. 
	Pelo critério territorial, previsto no art. 48 do NCPC, é competente para o processo de inventário e partilha o foro do domicílio do autor da herança. Todavia, o referido artigo estabelece foros subsidiários. Assim, se o autor da herança não tinha domicílio certo, será competente o foro da situação dos bens imóveis. Todavia, se o de cujus possuía bens imóveis em foros diferentes, será competente qualquer destes. Não havendo bens imóveis, a ação deverá ser ajuizada no foro do local de qualquer dos bens do espólio.
	Pelo critério material, a ação será aforada na Vara Especializada em Sucessões, onde houver; do contrário, será competente a Vara Cível.
	Vale lembrar que cabe à autoridade brasileira, com exclusividade, proceder ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, independentemente da nacionalidade ou domicílio do de cujus (art. 23, II, NCPC).
	Quanto à legitimidade, a abertura do inventário deverá ser requerida, primeiramente, pelo administrador provisório no prazo de 2 meses após o falecimento do autor da herança. Duas observações merecem ser feitas quanto à eventual inércia dos interessados na abertura do processo de inventário:
1ª) o NCPC não mais ressalva a hipótese da iniciativa de ofício do juiz (o art. 989 não tem um correspondente na nova lei processual);
2ª) a multa pela inércia depende de previsão por lei estadual. Em Goiás, a Lei n. 13.772/00 foi alterada pela Lei n. 16.169/07, passando a ser devida não em caso de atraso na abertura do inventário, e sim na demora da expedição da declaração do ITCMD.
	Mas, além do administrador provisório, o art. 616 do NCPC elenca os legitimados concorrentes, a saber:
- o cônjuge ou companheiro supérstite: independentemente do regime de bens. 
- herdeiro
- legatário (beneficiado pelo testamento)
- testamenteiro
- cessionário do herdeiro ou do legatário
- credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança: seu crédito deve ser líquido e certo.
- administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário ou do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.
- Ministério Público, se houver herdeiro incapaz e forem omissos os outros legitimados (é residual). Se a iniciativa não for do MP, este deverá, da mesma forma, ser intimado para intervir no feito como fiscal da lei se o herdeiro for incapaz ou ausente, ou houver testamento.
- Fazenda Pública, por ter interesse em apurar e receber o ITCMD.
c.2) Administração da herança (provisória e inventariança)
	Iniciado o inventário e até que haja a partilha, o encargo de administrar a massa hereditária é do inventariante. 
	Entretanto, antes dele ser nomeado e prestar compromisso, esse encargo incumbe ao administrador provisório, que é aquele que está na posse e na administração dos bens do falecido, independente de nomeação pelo juiz.
	Recebida a petição inicial, o juiz nomeará então o inventariante, que, segundo o art. 617 do NCPC, poderá ser (ordem relativa):
- cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
- o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio;
- qualquer herdeiro, quando nenhum estiver na posse ou administração do espólio;
- o herdeiro menor, por seu representante legal (novidade do NCPC);
- o testamenteiro, se lhe foi confiada a administração do espólio do toda a herança estiver distribuída em legados;
- o inventariante judicial, se houver;
- pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
	Intimado da nomeação, o inventariante prestará em 5 dias o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função (parágrafo único, art. 617).	
	Incumbe ao inventariante, além de representar judicial e extrajudicialmente o espólio até a partilha, as atribuições previstas nos arts. 618 e 619, NCPC (ex: administrar o espólio com diligência; prestar as primeirase últimas declarações; trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente; alienar bens de qualquer espécie; pagar dívidas do espólio; fazer despesas para a conservação dos bens do espólio; etc), sob pena de remoção (art. 622), mediante incidente instaurado de ofício ou a requerimento de qualquer dos interessados, com observância ao contraditório, em autos apensos ao inventário, sem suspendê-lo, de cuja decisão caberá agravo. Removido que seja, o juiz nomeará outro, observada da ordem do art. 617.
	
c.3) Primeiras declarações
	De acordo com o art. 620, nomeado o inventariante, este, num prazo de até 20 dias após firmar compromisso, deverá prestar as primeiras declarações (também sob pena de remoção), consistentes em informações indispensáveis à realização do inventário, como: 
- a qualificação completa do de cujus; 
- a data e o lugar do óbito; 
- a qualificação completa dos herdeiros (incluindo email), a qualidade e seu grau de parentesco com o falecido; 
- a qualificação completa do cônjuge ou companheiro supérstite e o regime de bens do casamento ou da união estável;
- a relação completa e individualizada de todos os bens do espólio, inclusive aqueles que devem ser conferidos à colação, e dos bens alheios que nele forem encontrados, fazendo uma descrição minuciosa dos bens imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, jóias, títulos da dívida pública, ações, quotas, dívidas ativas e passivas, direitos e ações, e, por fim, o valor corrente de cada um dos bens.
	Só se pode imputar sonegação de bens ao inventariante após este declarar por feita a descrição de todos os bens (art. 621).
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