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Disciplina: Teorias Psicodinâmicas Professora: Eliane Ferreira Carvalho Banhato Desenvolvimento da personalidade: Um dos maiores ensinamentos que Freud legou à psicologia foi o de que a experiência da infância tem forte influencia sobre a personalidade adulta. O modelo psicológico detalhado do desenvolvimento humano para Freud era baseado em fases. Para entender seu modelo de fases deve-se ter em mente a importância que ele dava às pulsões biológicas. Segundo Freud essas pulsões mudam no decorrer de nossas vidas. Os objetos que são o foco de gratificação mudam, assim como o modo de gratificação, isto é, a área do corpo que é o centro da gratificação. Para entender isso é importante observar que a sexualidade não é simplesmente a estimulação genital, mas expressa-se em muitas partes do corpo, chamadas zonas erógenas. Fases do desenvolvimento psicossexual: Podemos extrair prazer de nossa pele, mesmo sendo adultos. Ex: pano frio aplicado ao pescoço em dia quente, um toque leve no braço para nos tranquilizar... Mas em determinados pontos do desenvolvimento, a energia da pulsão está concentrada em regiões especificas do corpo (zonas erógenas). São as mudanças no modo de gratificação que determinam as fases do desenvolvimento = fases psicossexuais do desenvolvimento. (como a agressão é uma pulsão inata, seria melhor falar em fases psicossexuais e agressivas). As fases, em número de 5 desempenham papel fundamental no desenvolvimento da personalidade. Quatro delas ocorrem na infância. Fase oral: o foco de gratificação está na boca: a alimentação, o ato de chupar o polegar e em outros movimentos da boca, característicos dos bebês. Um bebê é gratificado pelos prazeres da amamentação. Da mesma forma, as primeiras frustrações são as orais: ele chora para expressar sua raiva e frustração. Nesse contexto, a amamentação não é só um meio de obter alimento, mas uma fonte primária de prazer. Os prazeres orais ensinam à criança que o êxtase pode ser alcançado sozinho. Não é preciso ninguém estar por perto. A mãe é necessária para o leite, mas sugar o próprio polegar ou outra parte do corpo ou mesmo um cobertor é prazeroso do mesmo modo. Não é difícil entender por que, quando mais tarde na vida as relações interpessoais tornam-se difíceis, pode haver uma forte tentação de recorrer a uma época em que não se precisava de ninguém. Na vida adulta podem ser vistos traços de oralidade no ato de mascar chicletes, comer, fumar e beijar. No começo do estágio oral, a criança é passiva e receptiva. No estagio oral posterior, com o desenvolvimento dos dentes, pode haver uma fusão de prazeres sexuais e agressivos. o À medida que a fase oral progride ocorre o desenvolvimento do ego. o O desenvolvimento da imagem corporal faz com que a criança reconheça o próprio corpo como distinto do resto do ambiente. Relação parental: Há muitos anos, o conselho pediátrico era: alimentar os filhos de acordo com um horário. Se a criança começasse a chorar antes, iria chorar até a hora ‘certa’. Depois, houve a substituição pela demanda de alimentação, ou seja, quando o bebê estava com fome, era alimentado. A 1ª era a declaração prematura (portanto, muito poderosa) para a criança, de que seus interesses e necessidades não são tão importantes quanto a conveniência dos outros. A 2ª, por outro lado, ensina que ela tem direito de pedir aquilo que necessita e que deve ter confiança em que essas necessidades serão freqüentemente satisfeitas. A 1ª poderia torna-la pessimista; a 2ª otimista. Os pais podem ter várias atitudes frente à sugação não alimentar (chupar o dedo, por exemplo): 1) podem não se intrometer e deixar que a criança encontre sua própria maneira de abandonar esse comportamento na medida em que se desenvolve ou; 2) podem impor medidas severas para punir-lhe. Essas podem ser as 1ª lições que a criança recebe dos pais em relação ao seu prazer. Existe uma boa possibilidade de ela vir a generalizar essa atitude para todos os prazeres, especialmente os corporais. Uma experiência importante da resposta parental à fase oral é o desmame. A amamentação (tanto no seio, quanto na mamadeira) proporciona contato intimo com o cuidador. No desmame ocorre perda desse contato = 1ª experiência de perda na vida da criança. Ele é feito cedo ou tarde? De forma abrupta ou gradualmente? A iniciativa é tomada pela criança ou pelos pais? As respostas a essas perguntas contêm para as crianças lições sobre o mundo no qual nasceram, e, como foram administradas muito cedo, podem exercer uma forte influência sobre ela. Fixação oral: Uma fixação nessa fase provoca o desenvolvimento de um tipo de personalidade de caráter oral, cujos principais traços são o otimismo, a passividade e a dependência. Pessoas com fixação oral podem desenvolver um sério transtorno alimentar, como anorexia e bulimia, ou comer sem moderação, podem ter propensão a comer quando estressadas ou sozinhas, podem ser passivas e dependentes. Podem preferir sexo oral a outras modalidades de sexo. Podem ser verbalmente agressivas, o que para os adultos provavelmente significaria dar ‘mordidas’ verborrágicas, mas para crianças pode ser literalmente morder. Fixação oral moderada é muito comum e parece ser universal. A passividade e a dependência das pessoas com severas fixações orais podem originar nelas (e nas pessoas próximas a elas) uma verdadeira angústia. Fase anal: em torno do 2° ano de vida, (18 meses), o foco da energia da pulsão começa a se deslocar, indo da boca para o trato digestivo inferior. Há prazer em defecar e em prender as fezes. Além desses prazeres, os pais ensinam inadvertidamente às crianças que as fezes são um presente que pode ser entregue ou negado. Observando seus pacientes, Freud conclui que é nesse período que aparece o sadismo, o que o levou a chamar esse período de sádico-anal. É provavelmente a época em que as crianças estão iradas com as restrições impostas pela sociedade. E nessa época, estão desenvolvendo a dentição, sendo, portanto, capazes de morder para machucar. E também estão ficando fisicamente mais fortes. O prazer relacionado com essa zona erógena pode ser inteiramente recalcado mais tarde e permanecer no inconsciente, ou como ocorre com muitas pessoas, permanecer parcialmente conscientes, conduzindo às fantasias e comportamentos sexuais sádicos e masoquistas. Relação parental: A atitude parental em relação às fezes e à defecação é um poderoso instrutor. A criança pode aprender que o corpo, suas funções e produtos são naturais e aceitáveis, ou pode aprender que são nojentos e vergonhosos. O treinamento de toalete também é um poderoso instrutor, uma importante ocasião de aprender o convívio social. Ele pode ser prematuro e severo (ensina que as coisas tem que ser feitas segundo o que os pais querem) ou não ser feito de todo, tendo a criança permissão para usar fraldas à vontade, até decidir parar de usa-las ( indica confiança na capacidade da criança de descobrir como as coisas são). Ou de qualquer forma intermediária entre esses dois extremos. Para muitas crianças, esse é o momento em que aprendem que existe um conflito entre a sua natureza que busca o prazer e as demandas de seus pais. A criança pode retaliar contra essas exigências, defecando intencionalmente; associar movimentos intestinais com a perda de algo importante, o que leva à depressão, ou associar o ato de defecar com o ato de dar um prêmio ou presente a alguém, o que está pode estar associado a sentimentos de poder e controle. Fixação anal: pode assumir diferentes formas. Amais comum parece ser a compulsão. A criança aprendeu que, se não conseguir colar as coisas nos seus devidos lugares, ou não conseguir manter a ordem, corre o risco de ser castigada. Tenta então manter seu nível de ansiedade baixo, colocando as coisas em ordem. O traço de compulsão pode variar de intensidade. Existe uma quantidade normal necessária para manter a vida em ordem. Na outra extremidade temos o obsessivo-compulsivo plenamente ativo, no qual as obsessões e as compulsões interferem seriamente na vida do individuo. Freud observou que pessoas com fixação anal (caráter anal) tinham propensão a serem ordeiras parcimoniosas e teimosas. Ordeiro parece fácil de entender; a teimosia pode ser entendida se nos lembrarmos que o 1° grande conflito é onde e como a criança defeca. A parcimônia foi pensada por Freud como resultante da equivalência inconsciente entre fezes e dinheiro. Uma vez que compreendemos que é esse o primeiro grande conflito referente ao controle, não é difícil perceber por que essa fixação pode assumir a forma de rebeldia, mesmo de uma rebeldia sádica. Fase fálica: aqui a zona erógena primordial é a zona genital. Freud a chamou de fálica, refletindo sua convicção de que o falo (pênis) é o órgão mais importante para o desenvolvimento, tanto dos homens quanto das mulheres. Por volta dos 3 anos as crianças ficam muito interessadas nas diferenças anatômicas entre os sexos (vamos lembrar de nós mesmos). Não é apenas a diferença entre os sexos que mobiliza a criança nessa fase. É também o enorme prazer que a estimulação do pênis ou do clitóris pode proporcionar. A estimulação das outras zonas erógenas é também fonte de prazer, mas esse novo prazer torna-se prioritário. Como é essa a época em que a diferença entre os sexos assume grande importância, a fantasia do contato genital com outra pessoa começa a aparecer. Por volta dos 5 anos, a vida fantasiosa das crianças não é mais primordialmente auto-erótica, mas começa a focalizar outra pessoa (veremos depois no complexo de Édipo). Resposta parental: Aqui, os pais têm que aprender a lidar com crianças que estão aprendendo os prazeres que a estimulação do pênis e do clitóris proporciona. A resposta parental a essa prática pode variar da punição e ameaças aterrorizadoras (de lúgubres consequências) à total indiferença e isso pode provocar um impacto duradouro. Pode-se aprender que o prazer é ruim, ou que o prazer sexual é particularmente ruim. A culpa específica parece mais comum e severa em meninos. Eles podem tentar parar de se masturbar e nunca conseguir e, então passar a acreditar que têm vontade fraca e, por isso, acumular um forte sortimento de culpa. Na outra extremidade, podem aprender que os pais não parecem fazer objeção a esse tipo de prazer. Os meninos desenvolvem o medo da castração. Esse medo pode ser conseqüência de eventual ameaça ou, como muitos terapeutas acreditam, ser desenvolvido por conta própria, talvez em decorrência de ver que as meninas não têm o pênis (elas o perderam). As meninas não podem ser ameaçadas da mesma forma. No entanto, é possível fazer com que tenham medo de perder o amor e aprovação, o que pode ser o equivalente feminino da ansiedade de castração. As crianças de ambos os sexos podem perceber as diferenças genitais como um sinal de superioridade masculina e inferioridade feminina. O modo como os pais lidam com isso pode acentuar ou suavizar essa visão. Fixação fálica: descreve a criança que executa a transição da primazia auto-erótica para a sexualidade interpessoal de forma incompleta ou não a executa. A fixação pode assumir uma variedade de formas: Pode se transformar em uma pessoa para a qual a masturbação é a forma mais satisfatória de sexo; Um menino com fixação fálica pode se transformar numa pessoa que utiliza seu pênis para penetrar e dominar, em vez de fazer amor. Ele poderá usar sua personalidade em todos os aspectos de sua vida, com propensão a desvalorizar a mulher e se orgulhar da sua superioridade masculina Uma menina com fixação fálica pode se transformar numa mulher com sentimento de inferioridade, particularmente em relação aos homens. Pode, por conseguinte, acreditar que deve ser passiva e submissa aos homens. Pode se rebelar e assumir uma postura ‘masculina’ agressiva no mundo. Como os meninos, poderá desvalorizar as mulheres. Pode se ressentir de sua mãe, acreditando inconscientemente que ela é responsável pela sua deficiência. Pessoas que têm atração por carros esporte, aviões monomotores e armas estão propensas a ter pelo menos uma fixação fálica branda. Fixação fálica severa interfere com a realização sexual. A pessoa pode ficar totalmente inibida ou ser capaz de ter relações sexuais apenas de forma mecânica e sem contato emocional. A fixação fálica pode surgir primariamente por duas maneiras: 1- por um conflito sério em relação à masturbação; 2- pelo trauma de descobrir as diferenças genitais. A menina pode acreditar que a falta do pênis significa que ela é inferior. O menino, ao descobrir que existem pessoas sem pênis, pode passar a ter um medo serio de que isso aconteça com ele. Pode então se tornar cauteloso ou medroso ou se defender desse medo por meio de um orgulho fálico agressivo. Fase genital: Freud observou que, embora as fantasias de compartilhamento de prazeres sexuais comecem e frequentemente se desenvolvam durante a fase fálica, somente na puberdade é que elas adquirem consistência. Os adolescentes se preocupam especificamente com a relação entre o pênis e a vagina, e com as implicações interpessoais dessa relação. Esse é o período de pleno desenvolvimento do Édipo. Freud observou que o grande passo em direção ao crescimento surge quando a criança passa do auto-erotismo para as fantasias e desejos dos prazeres sexuais compartilhados. O caráter genital é o ideal freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na ausência de fixações ou depois de sua resolução por meio de uma psicanálise. Nesse caso, a pessoa não tem conflitos pré-edípicos significativos, desfruta de uma sexualidade satisfatória e se preocupa com a satisfação do parceiro sexual, evitando qualquer manifestação de um narcisismo egoísta. Sua energia psíquica sublimada está disponível para o trabalho, que é prazeroso. Regressão durante o desenvolvimento: É o retorno a um estágio ou relacionamento anterior como forma de reagir à frustração ou à ansiedade. Freud explicou a fixação e a regressão usando a seguinte analogia: considere uma tribo migratória, que à medida que vai de um lugar para outro, deixa grandes destacamentos para trás, em alguns dos lugares de acampamento. Se os grupos avançados estão em apuros ou encontram um perigoso inimigo, é bem possível que retrocedam aos lugares onde deixaram parte dos seus. Mas caso tenham deixado gente demais para trás, estarão correndo maior perigo de ser derrotados, se encontrarem resistência. As pessoas que encontram problemas nos relacionamentos amorosos algumas vezes refugiam-se na fase fálica e descobrem que a masturbação é mais segura e satisfatória do que as complexidades do amor interpessoal. Existe forte relação entre fixação e regressão. Quanto mais intensa a fixação numa fase, maiores são as probabilidades de a pessoa frustrada ou ansiosa regressar àquele estágio. Como o acesso direto ao id foi cortado pela repressão em adultos, a regressão é observada em formas simbólicas de gratificação. Ex: fumar, roer unhas, beber... Fixações e regressões graves são fatores da neurose, mas instâncias mais brandas aparecem na vidacotidiana. (o que vocês fariam se tivessem que entregar um trabalho amanhã de manhã, na tentativa de não ter de encarar essa situação?) (alguns preparam algo para comer; outros organizam a escrivaninha ou o quarto, outros vão ler outra coisa...). As protelações não são aleatórias. Elas são ou uma retirada significativa para um lugar mais seguro ou uma tentativa de não se meter em encrenca. O fracasso na resolução dos desafios do desenvolvimento resulta na fixação – a liberação incompleta da energia pulsional associada a uma fase em particular. Isso pode acontecer se a criança recebe muito pouca ou demasiada gratificação. - a subgratificação nega ao indivíduo a oportunidade para a satisfação das pulsões, o que conduz a um desejo pelo que está faltando. - Criança excessivamente mimada não vai enfrentar os desafios associados a cada fase. As fixações fálicas estão associadas com fracassos na resolução do Édipo, que mais tarde resulta em não se separar psicologicamente dos pais. Um homem que briga continuamente com o chefe, o guarda de trânsito ou outras figuras de autoridade, está exibindo uma fixação fálica – tentando dominar a figura do pai. O homem que é extremamente submisso ainda está obedecendo ao pai que ele não ousou desafiar. Para a mulher a fixação fálica pode ser expressa como sedução e como uma preferência por homens mais velhos (procurando substituir a mãe), ou como um desejo de dominar os homens (castrando simbolicamente o pai que a rejeitou). Filme: Atração fatal Na latência, onde a expressão direta das pulsões é reprimida, a fixação resulta em comportamentos que não parecem envolver pulsões – atos de altruísmos – por exemplo. A fixação e a escolha da carreira: Como muitos teóricos subsequentes, Freud acreditava que a escolha da carreira refletia a personalidade do indivíduo. Fixação oral: conduz a carreiras que envolvem o comportamento oral = provador de vinhos, em escritor, um vendedor, até mesmo professor universitário. Fixação anal: com sua ênfase na limpeza e nos movimentos intestinais, conduz a carreiras que envolvem confusão, ordem e/ou dinheiro. Banqueiro, contador, pintor, funcionário sanitário. Fixação fálica: tende a conduzir a carreiras em que estão envolvidas a imagem corporal, a sexualidade e/ou figuras de autoridade. Ex: modelos profissionais, fotógrafos, militares, policiais e até mesmo as prostitutas. Fixação na latência: a influência da repressão significa que as pulsões devem ser expressas indiretamente. Assim, carreiras que parecem não-relacionadas à satisfação da pulsão, como o sacerdócio, a organização de instituições de caridade ou a assistência social, são provavelmente escolhas para uma pessoa ficada nessa fase. O fato de Freud sugerir a existência de padrões, não quer dizer que ele estava fazendo um julgamento de valor. Seu ponto básico era o de que o comportamento nunca é casual, e em consequência disso, as escolhas de carreira, como qualquer outro comportamento, refletem a história desenvolvimental do indivíduo. Em 2° lugar, ele via essas relações como evidência de que todo comportamento está fundamentalmente relacionado com as pulsões básicas - mesmo aquelas ações que parecem distantes de qualquer conexão com essas forças de motivação. Como a expressão nos adultos é simbólica, o fato de não termos uma consciência consciente do que motiva o comportamento de modo algum invalida a conexão. Na verdade, segundo Freud, é necessário que essas conexões sejam inconscientes, para proteger o ego das implicações ameaçadoras de reconhecer o que nos motiva. Para isso vamos examinar o conceito de ansiedade e os métodos que a mente usa para lidar com ele. Desenvolvimento masculino = o Complexo de Édipo Para Freud, o menino quer matar seu pai e substituí-lo como parceiro sexual da mãe. O menino teme que, se souber o que ele deseja, o pai o punirá com o castigo mais apropriado para o crime: a castração. A angústia de castração, o medo de que seu pênis seja cortado, é a angústia que motiva o menino nessa fase. A resolução do conflito se dá por dois mecanismos de defesa: identificação e repressão. No desenvolvimento normal, a angústia de castração é reprimida, torna-se inconsciente e pode ser deslocada, sendo vivida como o medo da extirpação das amígdalas ou como medo de doenças. Numa resolução saudável do conflito edípico, o menino desiste da sua fantasia de substituir o pai e, em lugar disso, decide tornar-se igual ao pai. Por intermédio dessa identificação, o menino realiza dois importantes desenvolvimentos: 1- A internalização da consciência, denominada superego. 2- A aquisição da identidade masculina apropriada. A consciência está repleta de angústia de castração: quanto mais forte o medo da castração, mais forte o superego. “O superego ... é o herdeiro do complexo de Édipo” (Freud, 1923). Desenvolvimento feminino = o Complexo de Electra As meninas desenvolvem-se de maneira diferente. Ao perceberem não possuir um pênis, acreditam que foram castradas. Segundo Freud, as meninas interpretam seu clitóris como inferior ao pênis e almejam possuir este último (inveja do pênis). Como os meninos, durante a fase fálica, as meninas fantasiam a união sexual com o genitor do sexo oposto. Diferentemente dos meninos, as meninas precisam deslocar seu vínculo erótico com a mãe (o primeiro objeto pré-edípico de amor para ambos os sexos) para o pai. Essa mudança de objeto é facilitada pela raiva que a menina sente em relação à mãe por esta não ser suficientemente poderosa para protegê-la da castração. Freud enumera 3 possíveis saídas para o complexo de castração da menina: 1- Inibição sexual ou neurose 2- Complexo de masculinidade que significa o empenho da mulher em alcançar realizações inadequadas para as mulheres (progredir na carreira em detrimento das obrigações familiares femininas tradicionais) 3- Feminilidade normal: aceitação do papel de esposa e mãe, e no desenvolvimento de traços femininos normais de passividade e masoquismo. Latência: segunda infância. Período de relativa calma para os instintos sexuais, de modo que o modelo freudiano da tensão libidinal pouca coisa diz a seu respeito. Fase genital: começa na puberdade. Em contraste com os objetos auto-eróticos e fantasiados da criança fálica, o adulto genital desenvolve a capacidade de obter satisfação sexual com um parceiro do sexo oposto.
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