Buscar

1 Material IED Introdução ao Estudo do Direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro Universitário de Itajubá - FEPI
Caro Aluno, ATENÇÃO: o material escrito disponibilizado pelo professor, não representa todo o conteúdo da disciplina. Todas as inferências e explicações dadas durante as aulas devem ser anotadas de forma clara, pois as mesmas são também conteúdos de avaliações. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
EMENTA
Epistemologia Jurídica. Axiologia Jurídica. Teoria da norma jurídica. Teoria dos Direitos Subjetivos. Direito como fato social. Fontes e divisão do direito. Interpretação e hermenêutica (conceito). Espécies de interpretação. Sistemas ou escolas de interpretação. Integração jurídica e lacunas da lei. Constituição brasileira: direitos individuais, coletivos, econômicos e sociais. Repartição de competências. 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DINIZ, Maria Helena. *Compêndio de introdução à ciência do direito*: introdução à teoria geral do direito, à filosofia do direito, à sociologia jurídica e à lógica jurídica. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 613 p.
NADER, Paulo.* Introdução ao estudo do direito*. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 438 p.
REALE, Miguel. *Lições preliminares de direito*. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 391 p. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CARDOSO, Otávio Ferreira. *Introdução ao estudo do direito*: simplificada. Belo Horizonte: Del Rey, 1987. 211 p.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. *Introdução ao estudo do direito.* 38. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 465 p.
LIMA, Hermes. *Introdução à ciência do direito*. 33. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002. 235 p.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. *Instituições de direito civil*: Introdução ao direito civil - teoria geral de direito civil. 21. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 718 p. 
O caráter obrigatório da disciplina Introdução ao Estudo do Direito
No Brasil primeiramente, por volta do ano de 1827, a disciplina que continha esse caráter introdutório era Direito Natural, nas universidades de São Paulo e Olinda.
No ano de 1891, a referida disciplina foi substituída pela História e Filosofia do Direito.
Em 1912, foi instituída a disciplina Enciclopédia Jurídica, pela Reforma Rivadávia Correia, sendo suprimida, após três anos, pela Reforma Maximiliano, permanecendo a Filosofia do Direito, como disciplina introdutória, até que em 1931. 
A disciplina que assumiu a posição de disciplina introdutória seria a Introdução à Ciência do Direito, que perdura até os dias de hoje, porém, com alteração do nome para Introdução ao Estudo do Direito.
Em 1994 a portaria nº 1.886 de 30 de dezembro ratificou essa obrigatoriedade, alterando tão somente a nomenclatura, que passou a ser Introdução ao Direito, embora o conteúdo tenha se mantido o mesmo.
 
As Formas do Conhecimento Jurídico
O Conhecimento Empírico
	São os conhecimentos acumulados ao sabor da experiência da vida. 
Surge da relação do ser com o mundo. 
Todo ser humano apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária, por meio dos relacionamentos, das leituras, dos diálogos com amigos, das situações agradáveis e/ou desagradáveis vividas... Sem nenhum método, distante de qualquer sistema, sem nenhuma análise crítica.
O Conhecimento Filosófico
	É a reflexão mais profunda sobre os fenômenos e a busca do entendimento da essência, da natureza das coisas, também metódica, crítica e sistemática, É um estudo racional, porém não há uma preocupação de verificação. 
O Conhecimento Dogmático
	Também chamado de conhecimento revelado (teológico ou místico-religioso) pois se refere sempre a um ato de “revelação”. É, em sua própria essência, dogmático, cria verdades absolutas, inquestionáveis e não demonstráveis.
O Conhecimento Científico do Direito
	É a substituição do conhecimento empírico pelo conhecimento científico por meio dos rigores de um método de aprendizado segundo um sistema organizado submetendo cada nova ideia à análise prévia que lhe permite aceitá-la ou não, de forma a ser capaz de criticar seu conteúdo conceitual.
TÊMIS - Símbolo da Justiça 
A venda nos olhos caracteriza a imparcialidade (a justiça é cega). 
Numa das mãos a justiça sustenta a balança em que pesa o direito e na outra a espada de que serve para defender. 
A espada sem a balança é a força brutal, a balança sem a espada é a impotência do Direito. 
Afinal, o que é Direito? 
O Vocábulo DIREITO 
O direito brasileiro não permite a pena de morte. (lei) 
O Estado tem o direito de julgar os criminosos. (faculdade/poder)
A segurança pública é direito de todos os cidadãos brasileiros. (justo)
João é especialista em direito. (ciência)
Não existe vida em sociedade sem direito. (fato social) 
HOMEM SER SOCIAL
O homem é um ser eminentemente social e nunca adotou a solidão como forma habitual de vida, demonstrando que a sociabilidade é característica fundamental de nossa espécie.
Por viver em sociedade, a ação de um homem passou a INTERFERIR na ação de outros homens, provocando, consequentemente, a REAÇÃO de seus semelhantes. Assim, fez-se necessário a criação de normas regulamentadoras de comportamento. Dessa necessidade, nasceu o Direito.
Direito corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia subsistir sem um mínimo de ordem, de direção e solidariedade. O Direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social. Formas mais rudimentares e toscas de vida social já implicam um esboço de ordem jurídica.
O Direito pelos grandes pensadores da história: 
“Ubi societas, ibi jus” Ulpiano (Jurisconsulto romano – sec. II d.C )
Onde está a sociedade aí está o direito.
“O homem é um ser político. Gregário por natureza (homo politicus), e assim se agrupa e institui uma liderança para governar.” (Aristóteles – filósofo grego)
“O Homem nasce livre, entretanto o vemos acorrentado em toda parte.” (Jean-Jacques Rousseau (Suíça 1712-1778) é considerado um dos principais filósofos do iluminismo. Autor da obra-prima, O Contrato-Social.
Rousseau, explica a vida em sociedade como sendo fruto do estabelecimento de um contrato tacitamente aceito por cada um de nós para nos submertemos a um poder a fim de atendermos nossas necessidades pela convivência mútua. 
“Assegura que a evidência da existência de um pacto entre os homens para se submeterem a um poder é a de estarem todos convivendo em sociedade, pois, caso contrário, encontrar-se-iam em constante conflito e guerra uns contra os outros, e o fato de não estarem demonstra o contrato.” (Thomas Hobbes – filósofo inglês – 1586-1679)
“O grupo ao se formar cria uma terceira vontade, diferenciada da de todos os indivíduos que o compõe, bem com do próprio grupo, uma vontade que os vincula, que os mantém presos, em suma, o poder ou governo.” (Rudolf Stammler (1856 - 1938) jurista e escritor alemão.) 
O Direito, por ser fruto da elaboração humana, sofre também influência do tempo e do local. Por isso, ele deve estar sempre aberto às mudanças que ocorrem durante as diferentes épocas, e assim, deverá estar sempre atualizado.
O direito não existe sem sociedade.
	Como norma de conduta, o direito atribui faculdade ou poderes a uma parte e impõe, a outra, obrigações. Assim, o direito é a norma que enlaça o direito de uma parte com o dever de outra.
	O direito é parte integrante da vida diária.
Direito comporta cinco realidades diferentes:
Norma: a regra geral obrigatória;
Faculdade: prerrogativa do Estado de criar leis;
Justo: o que é devido por justiça;
Ciência: sistematização teórica e racional do Direito;
Fato social: está ligado aos fatos sociais, econômicos, culturais, artísticos, esportivos...
Para melhor entender este conceito, vejamos um breve exercício de análise da vida de uma pessoa comum, em uma cidade comum, desde o nascimento:
Nascimento com vida. Ano zero. Personalidade, direitos e obrigações definidos.
Vida neonatal, alimentação, crescimento, vacinação, direitos e obrigações.
Berçário, educação fundamental, ensino médio, superior, direitos e obrigações.
Emprego, trabalho, remuneração,direitos e obrigações. 
Vida pessoal, casamento, filhos (que voltam ao ciclo 1), direitos e obrigações.
Vida de trabalho: atribuições, direitos e obrigações.
Relação com bens, aquisição, posse, propriedade, transferência da propriedade, direitos e obrigações.
Morte, relação de bens, sucessão, parentesco, direitos e obrigações.
DIREITO
Aspecto Etimológico: “Direito”, origina-se do latim rectum (reto) ou directum (direito), que significa “o que é conforme a régua”, ou seja, o que é reto, direito, linear, correto.
Aspecto Real: É um conjunto de regras obrigatórias que garantem a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. 
A real função da ciência jurídica é servir como instrumento para gerar a paz e harmonia nas diversas relações sociais.
Dessa forma, para que o Direito cumpra a sua função é necessária a imposição de determinados comportamentos e posturas, que limitam a liberdade dos indivíduos. Há outras manifestações sociais que também auxiliam o Direito nessa missão como: a religião, a moral, a ética e as regras de trato social.
	Direito corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia subsistir sem um mínimo de ordem, de direção e solidariedade. O Direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social. 
EPISTEMOLOGIA JURÍDICA - A Ciência do Direito
Epistéme, do grego, significa ciência, conhecimento.
Epistemologia, portanto, é o estudo do conhecimento, ou teoria da ciência, ou melhor, é a análise crítica de todos os fatores que originam, informam ou condicionam o conhecimento, tais como econômicos, sociais, históricos, linguísticos e técnico-científicos, sistematizando suas relações e aplicações. 
Epistemologia Jurídica: É uma ciência de investigação de condutas que têm em vista um “DEVER-SER” jurídico, isto é, a Ciência do Direito investiga e estuda as normas jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser obedecidas.
É certo que, uma vez cumprida a determinação da norma, o “DEVER-SER” exaure-se num “SER”, ou, quando descumprida a determinação da norma, ocorre um outro “SER”, porém de conteúdo aparentemente contrário ao pretendido pelo regramento jurídico.
Entretanto, se oculta nessas simples observações, uma enormidade de questões, de problemas que precisam ser examinados.
Exemplo - uma norma jurídica que disciplina o trânsito: 
Ao sinal de luz vermelha corresponde a ordem “o motorista deve parar”. 
Essa ordem é um “dever-ser” jurídico, pois aponta o que a norma jurídica pretende que seja. É um comando dirigido aos indivíduos, especialmente, no caso, aos motoristas.
Quando diante de um sinal vermelho a ordem é cumprida, ocorre um fato que se ajusta ao conteúdo da norma; a norma jurídica é vivenciada como um acontecimento no mundo do “ser”, dos fatos.
Já quando o motorista desobedece à norma, não parando seu automóvel e ultrapassando o sinal, há uma violação do comando e ao mesmo tempo outro tipo de “ser”: um fato sancionado pela norma jurídica. 
A violação é, portanto, também um fato; é um acontecimento no mundo do ser. o sistema jurídico, é verdade, regra, também, a conduta negativa ou não querida: ao infrator o Direito prescreve a sanção. No caso do sinal vermelho, é uma multa imposta ao transgressor. 
Não que o Direito queira primordialmente aplicar a multa, mas a sanção faz parte da estrutura da norma para que esta seja cumprida, e não para que seja violada. 
Ao olhar esse exemplo de norma jurídica, que, representada por um semáforo, pretende disciplinar o trânsito, pode-se levantar muitas dificuldades para o investigador do Direito:
O sinal vermelho estava funcionando no momento da ultrapassagem?
E se estivesse quebrado?
O motorista pode escusar-se de pagar a multa alegando que não viu o sinal?
Pode apresentar a mesma justificativa, alegando que mora naquela rua e nem percebeu o sinal, pois fora instalado naquele dia?
Pode o motorista alegar que ultrapassou o sinal, porque se aproximaram do seu carro dois sujeitos mal-encarados e pressentiu que ia ser assaltado?
E se o motorista for menor de idade, vale a multa?
Se não existe norma administrativa estipulando que naquela esquina devia ter sinal, e os funcionários o instalaram por engano, vale a multa?
Pode a multa ser lavrada por indicação de um cidadão comum a um guarda de trânsito que não assistiu à ocorrência? 
Valerá a multa se ela foi lavrada por um guarda que fica escondido atrás de uma árvore com um talão na mão, para anotar quem ultrapassar o sinal, ao invés de se mostrar ostensivamente?
Estará adequado o valor da multa? Será justo seu montante?
O valor deve variar dependendo da qualidade do infrator: se primário ou reincidente?
Vale o argumento de que ninguém respeita aquele sinal, porque está mal colocado naquela esquina? 
Vê-se, com esse simples exemplo, quão intrincados podem ser os fatos e os argumentos com os quais o cientista do Direito tem de lidar.
 Multiplicando-se esse caso por um universo enorme de outras normas jurídicas e fatos, e, indo além, colocando-se valores e o próprio ser humano como elemento de investigação, percebe-se o grau de complexidade que envolve o estudo do Direito. 
AXIOLOGIA JURÍDICA
Axios, termo grego, que significa: Valor, apreciação, estimativa. Logia, termo também oriundo do grego e significa: Estudo, tratado.
É a parte da filosofia que se ocupa dos valores, tais como o bem, o belo, o verdadeiro etc. Os valores específicos, concretos, ficam a nível das próprias ciências. Assim, os valores jurídicos são abordados na Filosofia do Direito; os econômicos, nas chamadas Ciências econômicas; os políticos, na Ciência Política. 
Axiologia jurídica é, naturalmente, o estudo dos valores jurídicos, na base dos quais está a justiça. Recebe, por isso, também as denominações de Teoria dos valores jurídicos, Teoria do direito justo, Estimativa jurídica, Teoria da justiça e outras.
O homem é um ser em ação, que elabora planos e dirige seu movimento, com o objetivo de alcançar determinados fins. A escolha desses fins não é feita por acaso, mas em função do que o homem considera importante à sua vida, de acordo como os valores que elege.
A atividade humana, em última análise, é motivada pelos valores. 
A ideia de valor está vinculada às necessidades humanas. Só se atribui valor a algo, na medida em que este pode atender a alguma necessidade. Assim, a necessidade gera o valor; este coloca o homem em ação, que por sua vez vai produzir algum resultado prático.
Pode-se dizer, contudo, que a ideia de valor se compreende na noção que temos entre o bem e o mal, entre as coisas que promovem o homem e as que o destroem. O valor não existe no ar, desvinculado dos objetos. Vem impregnado na realidade, na existência. Todo projeto cultural é estruturado com vista à realização de um valor próprio. 
Paulo Nader assinala quatro caracteres fundamentais para os valores;
 
a) Correspondem a necessidades humanas: para que algo possua valor, é indispensável que seja dotado de algumas propriedades, capazes de satisfazer às necessidades humanas. Se o homem não possuísse necessidades, não haveria sequer a ideia de valor; 
b) São Relativos: Como as necessidades humanas não são padronizadas, não obstante se possa acusar uma faixa comum, os valores não se apresentam com idêntico significado para todas as pessoas. Assim, um código é sempre valioso para um estudante de Direito e não possui tal importância para o aluno de Engenharia. Diante das coisas o homem pode assumir três posições básicas: atribuir valor positivo, negativo ou manter-se neutro. A intensidade de valoração também é relativa, de acordo com o grau de necessidade da pessoa;
c) Bipolaridade: A cada valor positivo corresponde um valor negativo ou desvalor. Exemplos: justiça e injustiça; amor e ódio. Essa estrutura polar dos valores é designada por polaridade essencial, pelo filósofo Johannes Hessen; 
d) Possuem hierarquia: O homem estabelece uma linha de prioridade entreos valores. Esta também é variável de um ser humano para outro. De um ponto de vista objetivo, considerando-se as necessidades e interesses do gênero humano, pode-se estabelecer uma graduação entre os valores, de forma estável. Assim, os valores espirituais ocupariam um plano superior aos de ordem material. Entre estes, os de sobrevivência teriam primazia em relação aos de ostentação. 
O DADO E O CONSTRUÍDO
Segundo Miguel Reale, no universo, há coisas que se encontram, por assim dizer, em estado bruto, ou cujo nascimento não requer nenhuma participação da inteligência humana. Porém, ao lado dessas coisas, postas originariamente pela natureza, outras há sobre as quais o homem exerce a sua inteligência e a sua vontade, adaptando a natureza a seus fins. 
Constituem-se, então, dois mundos complementares: 
DADO (o mundo natural): elementos que são apresentados aos homens, sem a sua participação intencional, quer para o seu aparecimento, quer para o seu desenvolvimento. 
CONSTRUÍDO (o mundo da cultura e da conduta humana): tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza, através do conhecimento de suas leis visando atingir determinado fim. 
CULTURA é o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar a si mesmo. É desse modo, o conjunto dos utensílios e instrumentos, das obras e serviços, assim como das atitudes espirituais e formas de comportamento que o homem veio formando, através da história, como patrimônio da espécie humana. 
O OBJETO DO CONHECIMENTO JURÍDICO
Qual o objeto do conhecimento jurídico?
	Que realidade nós devemos observar quando pretendemos estudar o Direito?
Teoria Jurídica
Uma teoria é uma explicação sobre alguma coisa, explicação essa que é feita mediante um conjunto de proposições. Uma teoria da física ou até mesmo da química pode ser considerada ultrapassada na medida em que se descobre, com os estudos, que seus pressupostos ou conclusões eram falsos. 
O mesmo não ocorre com a ciência do direito. Não há teorias jurídicas verdadeiras ou falsas. Há teorias jurídicas atuantes ou não atuantes. Isso porque as teorias jurídicas lidam com dados construídos pelo homem, e não dados fornecidos, prontos. O direito é construído, e não descoberto, encontrado. 
A peculiaridade da ciência do direito se dá em razão da comunicação das teorias. 
Quando um teórico estuda determinado assunto, ele se dispõe a comunicar suas investigações. Assim é que, muitas vezes, uma teoria matemática pode ser demonstrada mediante uma equação. Essa comunicação assume, sempre, um caráter INFORMATIVO. 
Exemplo: temos a teoria da adição, mediante a qual 30 + 50 = 80. Há, simplesmente, uma descrição de como as coisas acontecem.
O direito tem a finalidade de regrar a sociedade, direcionando os comportamentos dos seres que dela fazem parte. 
O fim pacificador do direito é sempre verificado. Isso indica a chamada função DIRETIVA da comunicação. 
A linguagem utilizada pela ciência do direito não somente busca informar sobre as teorias, mas também determinar como devem se dar os comportamentos humanos, qual é o ideal, o correto. 
A diferença entre comunicação informativa e diretiva é muito bem explicada pelo jurista Tércio Sampaio Ferraz Jr:
 	Uma comunicação tem sentido informativo quando utiliza a linguagem para descrever certo estado das coisas. _ “Esta mesa está quebrada”. 
	Tem sentido diretivo quando a língua é utilizada para dirigir o comportamento de alguém, induzindo-o a adotar uma ação. _ “Conserte a mesa”. 
	Logo, importa que a ciência do direito lida com as funções informativa e diretiva da linguagem na comunicação de suas proposições. 
ZETÉTICA E DOGMÁTICA 
Zetética deriva de zetein, que significa perquirir, questionar. 
Dogmática advém de dokein, que significa ensinar, doutrinar. 
Se o que se busca no estudo do direito é privilegiar a função informativa da linguagem dizemos que prepondera o enfoque zetético. 
Se, ao contrário, se busca ressaltar a função diretiva, temos o enfoque dogmático do estudo do direito. 
Questões zetéticas têm uma função especulativa explícita e são infinitas. 
Questões dogmáticas têm uma função diretiva explícita e são finitas. 
Nas questões zetéticas, o problema tematizado é configurado como um ser (que é algo?). 
Nas questões dogmáticas, a situação nelas captada configura-se como um dever-ser (como deve ser algo?). 
Por isso, o enfoque zetético visa saber o que é uma coisa. 
Já o enfoque dogmático preocupa-se em possibilitar uma decisão e orientar a ação”.
Exemplo: Um policial militar ao se deparar com uma situação em que um sujeito tenha subtraído um objeto de outro, ele deverá, imediatamente, prender aquele, pois ele praticou um crime (furto). 
	Não é permitido ao policial colocar em dúvida algumas premissas tais como o que significa crime, qual o motivo do furto, etc. 
	O enfoque do policial é dogmático, pois visa, em último caso, direcionar o comportamento das pessoas, informando-as de que furtar é errado. Se, ao invés de efetuar a prisão, o policial começa a questionar as premissas, seu enfoque será zetético, pouco prático, e o ladrão fugirá.
DISCIPLINAS ZETÉTICAS: São chamadas disciplinas zetéticas aquelas que não são jurídicas propriamente ditas, são gerais, mas que admitem o direito como objeto de estudo. Exemplo: sociologia (sociologia jurídica); filosofia (filosofia do direito); antropologia (jurídica) etc. 
DISCIPLINAS DOGMÁTICAS: Dogmáticas são disciplinas que partem de dogmas/premissas que não podem ser tidos como verdadeiros ou falsos, mas que em razão da dúvida, alguém acaba fixando-os na sociedade e impondo sua obrigatoriedade. 
Assim, todas as disciplinas que partem dos campos sociais preenchidos pelo legislador são disciplinas dogmáticas: direito constitucional, direito civil, direito processual civil, direito penal, direito empresarial, direito penal, direito administrativo, direito previdenciário, direito do consumidor, direito eleitoral etc.
O ensino jurídico no Brasil ocupa-se muito mais das matérias dogmáticas do que das zetéticas. Isso se dá devido a preocupação em formar profissionais que lidarão com problemas concretos. Serão juízes, promotores, advogados. 
Porém, o excesso no enfoque dogmático sempre atrapalha o jurista, pois antes de jurista é necessário que seja humano, o que só é possível mediante um paritário enfoque zetético da ciência do direito.
A Ciência do Direito preocupa-se com o estudo da NORMA JURÍDICA POSITIVA.
FONTES DO DIREITO
Desde os povos primitivos, as aldeias, os vilarejos, as cidades sempre foram construídas próximas às águas (ribeirões, rios, cachoeiras...). Daí a palavra FONTE significar “nascimento”, “origem”, “procedência”. 
As fontes do Direito são o nascedouro, a origem, a evolução do Direito.
Dessa forma, fontes são os meios pelos quais se formam ou pelos quais se estabelecem as normas jurídicas. São os órgãos sociais de que dimana o direito objetivo.
Várias as classificações dessas fontes. A mais importante divide-as em fontes diretas ou imediatas e fontes indiretas ou mediatas.
Fontes diretas ou imediatas 
São aquelas que, por si só, pela sua própria força, são suficientes para gerar a regra jurídica. São o COSTUME e a LEI.
A primeira fonte do Direito que se tem notícia é o COSTUME.
Nas comunidades primitivas não existiam leis escritas. As normas se fixavam pelo uso repetido de uma regra, que se transmitia oralmente, de geração a geração. 	
COSTUME é a norma criada espontaneamente pela sociedade, sendo produzida por uma prática geral, constante e prolongada.
Com a descoberta da escrita os homens passaram a escrever as normas de conduta, na certeza de que ninguém as desobedeceria. Como também, na certeza de que não seriam modificadas para proveito pessoal ou perdidas com o tempo.
Assim, as normas escritas passaram a se chamar LEI. 
LEI – vem do latim legere, que significa ler. 
LEI é a norma jurídica escrita emanada de poder competente.A lei está presente na Legislação, que é o conjunto das leis vigentes em um país. 
Fontes indiretas ou mediatas 
São aquelas que não são suficientes para gerar a regra jurídica, porém encaminham os espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma. 
São a Doutrina e a Jurisprudência.
Jurisprudência: "Conjunto das decisões dos tribunais a respeito do mesmo assunto." Mas não se pode dizer que um caso isolado não seja precisamente Jurisprudência. Os juízes dispõem de ampla liberdade para a decisão, que devem decidir de acordo com as circunstâncias do caso e a sua própria consciência.	
A Doutrina: "É o resultado do estudo que pensadores - juristas e filósofos do Direito - fazem a respeito do Direito." Exerce papel fundamental no sentido de estabelecer parâmetros, descobrir caminhos ainda não percorridos, apresentar soluções justas, interpretar as normas, pesquisar fatos, propor alternativas, objetivando a construção do Estado de Direito, aperfeiçoando o Sistema Jurídico. A sua influencia é sentida na elaboração das normas jurídicas.
Fontes Estatais: São as fontes formais, escritas e positivadas. São frutos dos atos do Estado: as leis e a jurisprudência. (exemplo o Código civil)
Fontes não Estatais: São as fontes não formais, não expressamente escritas. O costume jurídico e a doutrina.
RELAÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL
Direito e Moral 	 
	Há muita confusão entre o que é Direito e o que é Moral. 
 	A Moral baseia-se na consciência das pessoas, sendo o conjunto de valores sobre o Bem e o Mal que orientam o comportamento humano. Cumpre-se por motivação espontânea. Quando não cumprida, provoca determinadas conseqüências, que valem como sanções (remorso, arrependimento,...)
A Norma Moral não é sancionada nem promulgada, pois estas são as características de normas estatais que se regulamentam dentro de um procedimento formal, complexo e rígido, com o qual se dá publicidade aos mandamentos jurídicos.
Já o Direito representa apenas o “Mínimo Moral” declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver. 
	É a possibilidade de a conduta transgressora sofrer coerção, isto é, repressão, uso da força potencial do Estado, que se concretiza em alguma forma de sanção (punição).
 	O Direito não é algo diverso da Moral, mas é uma parte desta, armada de garantias específicas (Normas e Sansões).
Norma Moral - Conduta certa ou errada; boa ou má. Moral ou Imoral.
Direito – lícito ou ilícito (legal ou ilegal) 
Amoral – indiferente à Moral.
"Moral é um conjunto de regras no convívio. O seu campo de aplicação é maior do que o campo do Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídicas. O campo da moral é mais amplo. A semelhança que o Direito tem com a Moral é que ambas são formas de controle social.
	Existem algumas teorias que podem explicar melhor o campo de aplicação entre o Direito e Moral:
Teoria dos Círculos Secantes (Claude Du Pasquier)
Direito e Moral coexistem, não se separam, pois há um campo de competência comum onde existem regras com qualidade jurídica e que têm caráter moral.Toda norma jurídica tem conteúdo moral, mas nem todo conteúdo moral tem conteúdo jurídico. 
‘
Teoria dos Círculos Concêntricos (Jeremy Benthan)
A ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da moral. Os dois círculos (Moral e Direito) seriam concêntricos, com o maior pertencendo à moral. Assim, o campo da moral é mais amplo do que o do direito e este se subordina a moral. 
Teoria dos Círculos Separados (Hans Kelsen)
Hans Kelsen (1881- 1973): É considerado o principal representante da chamada Escola Normativista do Direito, ramo da Escola Positivista. Judeu, foi perseguido pelo nazismo e emigrou para os Estado Unidos da América, onde viveu até seus últimos dias e onde exerceu o magistério na Universidade de Berkeley, vindo a falecer nesta mesma cidade californiana. 
Autor da obra “Teoria Pura do Direito”que diz que Direito e Moral são sistemas completamente diferentes, que não se confundem e não se tocam; não possuem nenhuma intersecção. 
Hans Kelsen, por meio de uma perspectiva normativista, procura formular uma teoria pura do direito que funda a ordem jurídica na norma, sem levar em conta como fundamento de validade qualquer aspecto subjetivo, sociológico ou cultural. O direito é entendido exclusivamente a partir da normatividade e da validade, então seu campo nada tem a ver com a ética ou com a moralidade.
	A proposta kelseniana prevê que as normas jurídicas devem ser estudadas pela ciência do direito; as normas morais, por sua vez, são objeto de estudo da ética. Mais especificamente, o raciocínio jurídico não deverá versar sobre o que é certo ou errado, mas sim sobre o que é válido ou inválido.
O direito é positivo na medida em que é o direito posto pela autoridade do legislador, dotado de validade, por obedecer a requisitos formais. Em decorrência disto, o direito não precisa respeitar um mínimo moral para ser definido e aceito como direito, pois é válida a ordem jurídica ainda que contrarie os alicerces morais.
Para o famoso cientista do Direito, a norma é o único elemento essencial ao Direito, cuja validade não depende de conteúdos morais. 
Teoria Do Mínimo Ético  (Georg Jellinek)
O Direito infelizmente tutela muita coisa que não é moral. Embora possa provocar nossa revolta, tal fato não pode ficar no esquecimento. Muitas relações amorais ou imorais realizam-se à sombra da lei, crescendo e se desenvolvendo sem meios de obstá-las. Por mais que os homens se esforcem para que o Direito tutele somente o “lícito moral”, sempre permanece um resíduo de imoral tutelado pelo Direito. 
O Direito representa apenas o mínimo de moral obrigatória para que a sociedade possa viver.
Exemplo:
	O pai que mensalmente, paga a prestação alimentícia por força do imperativo da sentença, só praticará um ato moral no dia em que se convencer de que não está cumprindo uma obrigação, mas praticando um ato que o enriquece espiritualmente, com tanto mais valia quanto menos pesar nele o cálculo de interesses.
O cumprimento obrigatório da sentença satisfaz ao mundo jurídico, mas continua alheio ao campo propriamente moral. 
	Isto demonstra que o que distingue o Direito da Moral, é a COERCIBILIDADE.
ESTREITAS RELAÇÕES ENTRE O DIREITO E A MORAL
O incesto não é considerado crime no sistema jurídico repressivo brasileiro, inexistindo tipo penal específico para a apenação do agente. Não obstante a indiferença legal sobre o assunto, trata-se de um típico comportamento moralmente condenável.
A preocupação constitucional com o princípio da moralidade pública, expressa no art. 37, da Constituição Federal, caput: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”.
Aqui se comprova a relevância do princípio moral párea a própria organização, manutenção e credibilidade cívica dos serviços públicos. O que é moralmente recomendável tornou-se juridicamente exigível do funcionalismo público;
Toda a teoria do negócio jurídico e dos tratos comerciais circula em torno da ideia de boa-fé, estabelecendo inúmeras presunções a ela concernentes (art. 164, novo C. Civil);
O mau proceder moral dos pais, do ponto de vista moral, pode acarretar efeitos jurídicos sobre o poder familiar, conforme se verifica da leitura deste artigo da legislação civil (art. 1.638, novo C. Civil);
Fica o juiz autorizado, jurídica e formalmente, em caso de lacuna da lei, a aplicar os costumes como forma de solução de litígios (art. 4º L.I.C.Civil).
Dessa forma, a ordem moral, por ser espontânea, informal e não coercitiva, distingue-se da ordem jurídica. No entanto, ambas não se distanciam, mas se complementam na orientação do comportamento humano.
ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
Filósofo, jurista, educador e poeta brasileiro. Autor, entre outros, de Filosofia do Direito e de Lições Preliminares do Direito, obras clássicas do pensamentofilosófico-jurídico brasileiro. Miguel Reale marcou várias gerações de estudantes como professor e jurista, tornando-se guia e mestre de seus ex-alunos: suas obras são usadas como referência em todas as escolas de direito do país. A Teoria Tridimensional do Direito, que é de sua autoria, é hoje uma poderosa fonte de compreensão do direito brasileiro.
Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só fato como rezam os marxistas ou os economistas do Direito, porque Direito não é economia. Direito não é produção econômica, mas envolve a produção econômica e nela interfere; o Direito não é principalmente valor, como pensam os adeptos do Direito Natural tomista, por exemplo, porque o Direito ao mesmo tempo é norma, é fato e é valor. 
Para Miguel Reale, todo fenômeno jurídico pressupõe sempre três elementos: FATO, VALOR, NORMA. 
Juntos vão formar uma síntese integradora, na qual “um elemento de fato, ordenado valorativamente em um processo normativo. " 
O FATO é o acontecimento social referido pelo Direito objetivo.
O VALOR é o elemento moral do Direito, é o ponto de vista sobre a justiça.
A NORMA consiste no padrão de comportamento social, que o Estado impõe aos indivíduos.
Há uma interdependência entre os três elementos e a referência a um deles implica, necessariamente , a referência aos demais.
A teoria Tridimensional do Direito está intimamente ligada ao nascimento da norma jurídica que irá regular a vida em sociedade, pois o "fato" irá gerar um "valor" na sociedade fazendo nascer uma norma jurídica para proteger esse "valor“.
 Exemplo: 
João matou Pedro (fato);
gera um "valor" que é a vida;
nasce a norma (art.121 CP) para proteger este valor. 
	 Já que sem o Direito, não existe a sociedade, sem sociedade, não existiria o próprio Direito, partindo do entendimento de Miguel Reale que "fato, valor e norma estão sempre presentes e correlacionados em qualquer expressão da vida jurídica", o que aponta no sentido de que os filósofos, juristas e sociólogos não devem estudar nem analisar esses elementos de forma isolada, mas, sim, associados ao "mundo da vida", 
Quer dizer, as investigações do filósofo, do jurista e do sociólogo passam a ter um sentido dialético, a sentença judicial é apreendida segundo uma experiência axiológica concreta e não apenas como um ato lógico formal, resultante unicamente de um silogismo.
	 Nada mais ilusório do que reduzir o Direito a uma geometria de axiomas, teoremas e postulados normativos, perdendo-se de vista os valores que determinam os preceitos jurídicos e os fatos que os condicionam, tanto na sua gênese como na sua ulterior aplicação.
Exemplo de teoria tridimensional do Direito:
 Fato - Valor – Norma
	Ou seja: Acontece um fato qualquer. A sociedade atribui um determinado valor a esse fato (pode ser um valor positivo ou negativo). Depois cria-se uma norma para regulamentar esse fato (se o fato possuir um valor positivo a norma criada vai permitir esse fato, mas se o fato possuir um valor negativo a norma criada vai proibir esse fato).
Exemplificando: 
Certo dia alguém feriu outra pessoa. (Fato) 
Depois a sociedade começou a perceber que isso é prejudicial. (Valor) 
Depois criaram uma lei dizendo que isso é crime. (Norma Jurídica) 
Exemplificando: 
Certo dia alguém teve que ferir outra pessoa para se defender. (Fato) 
Depois a sociedade começou a perceber que isso não é errado. (Valor) 
Depois criaram uma lei dizendo que isso não configura crime, e sim legítima defesa. (Norma Jurídica) 
CONCLUSÃO 
Se analisarmos essas três noções do Direito veremos que cada uma delas obedece, respectivamente, 
a uma perspectiva do fato (realização ordenada do bem comum)
Da norma (ordenação bilateral-atributiva de fatos segundo valores);
Ou do valor (concretização da ideia de justiça)

Continue navegando