Buscar

Dir Tributário 00

Prévia do material em texto

CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Estou relançando, aqui no site, o curso à distância de Direito Tributário, que 
concluí em dezembro de 2004. Quando lancei o curso pela primeira vez, 
todos imaginávamos que o edital para os concursos da Receita fosse sair 
em brevíssimo prazo, sem falar no concurso para fiscal do INSS que 
também era dado como certo e próximo. Como vocês infelizmente sabem, 
nenhum dos editais para esses concursos foi publicado até agora. Assim 
como da outra vez, temos expectativas bem fundadas de que saiam logo, 
mas agora todos nós, inevitavelmente, estamos muito mais cautelosos em 
transmitir “certezas”, por mais confiável que seja a fonte que origine 
notícias a esse respeito. 
Entre o término do curso anterior e hoje tivemos a publicação da EC nº 
45/2004 (“reforma do Judiciário”), que nenhuma influência tem no Direito 
Tributário. Diferentemente, há poucos dias foi publicada a Lei 
Complementar nº 118/2005, especificamente alterando o CTN. Trata-se de 
alterações importantes e nem sempre fáceis de entender. 
Muito embora a LC nº 118/2005 só vá ter vigência a partir de junho de 
2005, nada impede que qualquer edital exija a legislação publicada até a 
data da publicação dele. É verdade que os editais da ESAF costumam 
conter cláusula adotando a vigência da legislação como marco (exemplo 
literal: “Legislação com entrada em vigor após a data de publicação deste 
Edital, bem como alterações em dispositivos legais e normativos a ele 
posteriores, não serão objeto de avaliação nas provas do concurso.”). 
Equivalente situação verificamos, usualmente, nos editais do CESPE 
(reproduzo este exemplo: “Legislação com entrada em vigor após a data de 
publicação deste edital, bem como alterações em dispositivos legais e 
normativos a ele posteriores, não serão objeto de avaliação nas provas do 
concurso.”). Entretanto, repito, é perfeitamente possível e legítimo que 
edital de qualquer concurso e banca adote como critério cobrar a legislação 
já publicada na data da publicação dele. 
Aliás, tanto no que concerne à ESAF quanto ao CESPE, acho improvável 
que se perca essa oportunidade “de ouro”, para os elaboradores das 
questões, de tratar temas inéditos. Uma das verdades mais consabidas no 
mundo dos concursos é que qualquer banca, por motivo óbvio, tem 
verdadeira fixação em “novidades” (o motivo óbvio é que as “novidades” 
permitem fugir das questões já manjadas, muitas vezes manjadíssimas, 
que não são nada recomendáveis para a imagem de qualidade que as 
bancas desejam ter ou manter). Como o texto publicado terá que ser 
sabido mesmo por qualquer servidor, presente e futuro, que trabalhe com 
tributos, parece-me mais razoável que ele seja exigido, não que não seja. 
Em suma, será necessário, neste curso, que, pelo menos até a publicação 
dos editais, nós estudemos o CTN antes e depois das alterações 
introduzidas pela LC nº 118/2005. Não dará para escapar, tampouco, das 
classificações dos créditos previstas na nova “Lei de Falências”, 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
classificações estas essenciais para compreensão de algumas das 
modificações trazidas pela LC nº 118/2005 ao CTN. Como a maior parte 
delas diz respeito à parte final do CTN, portanto final do curso, é possível 
(Deus queira provável) que até lá os editais da Receita e do INSS já 
tenham sido publicados e já conheçamos seu conteúdo. 
Quanto a alterações, por último, menciono que algumas houve acerca do 
SIMPLES, especificamente referentes às vedações à opção, que penso ser 
oportuno conhecermos. 
O conteúdo deste curso, que consta do programa, disponível aqui no site, é 
praticamente o mesmo do curso anterior. Acrescento questões dos 
concursos mais recentes e faço as atualizações necessárias, referentes à 
legislação e à jurisprudência tributárias (não há, hoje, praticamente 
nenhuma alteração, fora as já citadas acima). Reorganizei as aulas de 
forma a concluirmos o curso em 12 semanas, considerando uma aula por 
semana. Evidentemente, saindo qualquer edital importante (Receita ou 
INSS), comprometo-me a publicar mais de uma aula por semana, de modo 
a terminar o curso antes do concurso. 
Creio que o grau de aprofundamento do curso anterior foi o ideal para 
enfrentarmos qualquer questão da ESAF e do CESPE; assim, manterei o 
mesmo nível. Como da outra vez, a intenção é trabalharmos o mais 
parecido possível com um curso comum, como se estivéssemos em sala de 
aula. Por isso, usarei aqui uma linguagem bastante informal, e o menos 
rebuscada possível (infelizmente o Direito muitas vezes exige o 
conhecimento de termos nada corriqueiros). Procurarei explicar os 
conceitos e esmiuçar o conteúdo dos tópicos abordados de forma 
extremamente detalhada, o que não significa que eu vá conseguir evitar 
todas as dúvidas, evidentemente. Para isso, aliás, existe o fórum, em que 
todas as dúvidas relacionadas à matéria serão respondidas. Sempre que eu 
estiver tratando de um ponto que sei ser muito cobrado pela ESAF ou pelo 
CESPE, enfatizarei à essa circunstância, apresentando questões que já 
caíram nos concursos passados etc. 
Como sempre, procurarei ser bastante objetivo e direto. Evitarei, 
intencionalmente, perder tempo (que seria desperdiçar o tempo de vocês) 
com lucubrações fora das possibilidades de cobrança da matéria nas 
questões, por mais interessantes que essas “viagens” pudessem ser. 
Lembro que este não é um curso recomendável para quem pretenda um 
estudo acadêmico do Direito Tributário, tipo mestrado ou doutorado, nem 
para quem se dedique à prática da advocacia, mas sim um curso voltado 
especificamente para preparação para concursos públicos da ESAF e do 
CESPE, de qualquer nível. 
Marcelo Alexandrino. 
 
 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 0: DIREITO TRIBUTÁRIO COMO RAMO DO 
DIREITO PÚBLICO 
 
Por definição, o Direito é um só (“uno e indivisível”, como dizem os 
juristas). 
Apesar disso, é comum e muito útil, para efeito didático, classificar o 
Direito em categorias ou em ramos. 
Uma das mais antigas classificações é a que divide o Direito em público 
e privado. Não precisamos nos aprofundar muito nisso, mas é relevante 
sempre termos em mente que o Direito Tributário é um ramo do Direito 
público. 
Lembrarmos disso pode, em alguns casos, em um concurso, nos ajudar 
a solucionar determinadas questões, ou deduzir algumas respostas, 
mesmo sem conhecer a norma legal que esteja especificamente por trás 
da questão cobrada. 
Pois bem, ser um ramo do Direito público já me permite, desde logo, 
afirmar que o Estado sempre estará presente em um dos pólos das 
relações jurídicas de Direito Tributário. Mas isso não basta, porque 
podemos ter o Estado também em relações jurídicas regidas 
predominantemente pelo Direito privado (quando, por exemplo, a União 
aluga para um particular um imóvel dela que estivesse desocupado). 
O que caracteriza uma relação de Direito público é o fato de o Estado 
nela figurar na condição de poder público, isto é, com supremacia. 
Parece estranho afirmar isso, mas nas relações de Direito público temos 
como principal característica a desigualdade jurídica (desigualdade 
mesmo!). O Estado encontra-se em uma posição juridicamente superior 
à do particular em uma relação de Direito público. 
E por que isso? 
A justificativa para essa desigualdade (fala-se em “verticalidade” da 
relação) é que o Estado, na relação de Direito público, representa ou 
defende os interesses da sociedade (o interesse público). E o interesse 
público deve prevalecer sobre o interesse particular, desde que 
respeitados os direitos e garantias fundamentais, evidentemente. Essa 
característica das relações de Direito públicoé traduzida em um dos 
mais importantes princípios aplicáveis a todo o Direito público: o 
princípio da supremacia do interesse público (geralmente estudado 
com mais detalhe no Direito Administrativo). 
E não é difícil visualizar a aplicação no Direito Tributário. Basta 
prestarmos atenção na situação de uma pessoa obrigada a pagar um 
imposto. Vejam bem, não se leva em conta a vontade da pessoa (lógico, 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
senão ninguém pagaria). A pessoa não praticou nenhum ilícito, ou seja, 
não está sendo punida por alguma atitude indevida. Apesar disso, o 
Estado, unilateralmente, coloca essa pessoa em uma relação jurídica 
como obrigada a efetuar a ele um pagamento. Ou seja, o Estado, 
compulsoriamente, subtrai uma parte da riqueza que a pessoa produziu 
com seu esforço, sem que ela tenha feito nada errado e sem que ela 
possa se opor a isso legitimamente! Tentem imaginar algo parecido com 
isso em uma relação de Direito privado (do Direito Civil ou do Direito 
Comercial)... Totalmente impossível, não é? 
Por isso, diz-se que nas relações jurídicas de Direito privado temos 
igualdade jurídica entre as partes (“horizontalidade”). Os princípios mais 
importantes do Direito privado são a autonomia da vontade e a 
liberdade negocial. Só com isso já dá para ver como são imensamente 
diferentes as relações jurídicas travadas no âmbito do Direto público e 
no do privado. 
Visto isso, passemos à análise de uma relação jurídica tributária típica. 
 
ESTRUTURA E ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA 
Nós acabamos de ver que o Direito Tributário é ramo do Direito público 
e as conseqüências gerais desse fato. Precisamos, agora, mencionar que 
existe uma outra classificação tradicional, que divide as relações 
jurídicas em relações de Direito real e relações de Direito pessoal. 
As relações de Direito real têm como paradigma (modelo) o direito de 
propriedade, e caracterizam-se por ter, no pólo passivo, um número 
indeterminado de indivíduos (toda a coletividade). Se eu sou 
proprietário de uma coisa (“real”, em Direito, significa “referente a 
coisas”), ocupo o pólo ativo da relação de Direito real, como titular do 
direito de propriedade, e, no pólo passivo, estão todas as demais 
pessoas, que são obrigadas a respeitar o meu direito (diz-se que o 
direito real pode ser oposto contra todos, ou seja, é “oponível erga 
omnes”). Não falemos mais sobre direitos reais, porque todas as 
relações de Direito Tributário são relações pertencentes ao Direito 
pessoal. 
As relações de Direito pessoal subdividem-se em direitos 
personalíssimos – que não têm cunho patrimonial objetivo, como o 
direito à honra, à imagem, à liberdade etc. – e direitos obrigacionais, 
que têm caráter patrimonial definido. 
É claro que as relações de Direito Tributário, sendo relações de Direito 
pessoal, são do tipo relações de Direito obrigacional (Direito Tributário 
sem caráter patrimonial é algo impensável!). 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
Pois bem, sendo Direito pessoal, as relações jurídicas tributárias têm em 
seus pólos pessoas (quando falamos em “pessoas”, no Direito, estamos 
abrangendo as pessoas físicas e as jurídicas, de direito público ou de 
direito privado). Além disso, o número de pessoas é sempre 
determinado. 
Como a relação tributária é obrigacional, eu tenho, no pólo ativo, uma 
pessoa chamada credor (que é o titular do direito, que exige o objeto da 
obrigação) e, no pólo passivo, uma pessoa chamada devedor (que é o 
obrigado, de quem é exigido o objeto da obrigação). Assim, aquele que 
ocupa o pólo ativo é chamado sujeito ativo, e o que figura como 
devedor é denominado sujeito passivo. 
O sujeito ativo e o sujeito passivo estão vinculados entre si em razão de 
um objeto, dito objeto da relação jurídica. No caso das relações 
obrigacionais, o objeto é sempre uma prestação. Portanto, o sujeito 
ativo exige a prestação e o sujeito passivo está obrigado à prestação. 
As prestações em geral, segundo uma classificação lá do Direito 
romano, subdividem-se em prestações de dar, de fazer e de não 
fazer. 
No Direito Tributário, vamos ter, como regra geral, as prestações de dar 
como “dar dinheiro”. As prestações de fazer e não fazer, por outro lado, 
abrangem qualquer coisa que não envolva entrega de dinheiro, como a 
entrega de declarações, a emissão de notas fiscais, a escrituração de 
livros contábeis, o abstenção de embaraçar o trabalho da fiscalização 
etc. 
Cabe, agora, a seguinte pergunta: qual das espécies de prestação deve 
ser mais importante, no Direito Tributário? As prestações de dar ou as 
de fazer e não fazer? 
É intuitivo verificar que o objetivo principal do Direito Tributário é 
regular as prestações de dar, porque esse ramo do Direito justamente 
regula as relações jurídicas que possibilitam ao Estado, legitimamente, 
obter recursos (dinheiro) dos particulares para o atingimento dos fins de 
interesse público descritos na Constituição do País. 
Não é por acaso que as relações jurídicas tributárias que têm como 
objeto uma prestação de dar (“dar dinheiro”) são ditas obrigações 
principais. 
As outras, de fazer e não fazer, que não envolvam entrega de dinheiro, 
são chamadas, pelo nosso Direito, obrigações acessórias. Mais tarde, 
veremos por que essa expressão, embora seja a “oficial”, é criticada 
pelos autores. 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
Resumidamente, a crítica se dá porque, no Direito privado, diz-se que “o 
acessório segue o principal”. Portanto, no Direito privado, não seria 
possível uma obrigação acessória sem uma principal. Além disso, 
sempre que fosse extinta a obrigação principal, a acessória seria 
automaticamente extinta. 
Nada disso ocorre no Direito Tributário. É possível termos obrigação 
tributária acessória sem principal (como, por exemplo, a obrigação de 
apresentar a “Declaração de Isento”). Além disso, o normal, no Direito 
Tributário, é a extinção da obrigação principal não acarretar a 
automática extinção da obrigação acessória (por exemplo, se eu pago 
imposto de renda no ajuste anual, mas não entrego a declaração, 
continuo obrigado a entregá-la, e ainda por cima vou pagar multa pelo 
atraso na entrega, mesmo já tendo pagado o imposto correspondente.). 
Os autores que criticam a expressão obrigações acessórias propõem 
termos como “obrigações instrumentais”, “obrigações formais” ou 
“obrigações secundárias”. Qualquer desses termos pode aparecer em 
concurso, mais o mais comum, disparadamente, é ser usado 
“obrigações acessórias”, porque é essa a expressão usada no Código 
Tributário Nacional (CTN). 
Pois bem. Vimos até agora que a relação jurídica tributária tem um 
sujeito ativo (credor) vinculado a um sujeito passivo (devedor), em 
torno de um objeto, que é sempre uma prestação. Esta pode ser uma 
obrigação de dar (principal), ou de fazer ou não fazer (acessória). O 
credor exige a prestação e o devedor está obrigado à prestação. 
Resta perguntarmos a origem, a fonte ou a causa do vínculo entre o 
credor e o devedor. Ou seja, o que leva o sujeito passivo a estar 
obrigado à prestação? 
Como vimos anteriormente, o Direito Tributário é ramo do Direito 
público. Portanto, não temos que pensar em autonomia da vontade. A 
rigor, vontade é algo quase sempre irrelevante no Direito Tributário. 
Como a relação obrigacional tributária é imposta ao sujeito passivo, e 
como vivemos em um Estado de Direito, em que a única forma de impor 
unilateralmente uma obrigação a alguém é por meio de lei, fica claro 
que a causa do vínculo obrigacional é sempre a lei. 
Portanto, temos sempre, previamente, uma lei que estabelece uma 
situação hipotética. Quando ocorre, nomundo real, a situação descrita 
na lei, dizemos que a lei incide e surge a obrigação (a relação jurídica 
obrigacional tributária). A hipótese descrita na lei é, por isso, chamada 
“fato gerador abstrato” ou hipótese de incidência (porque, quando 
ocorrida no mundo dos fatos, ou mundo empírico, a lei incide, tornando 
o fato do mundo real um fato jurídico). O evento, ou situação, ocorrido 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
no mundo real é denominado fato gerador (ou “fato gerador 
concreto”), porque é o fato cuja ocorrência gerou a obrigação. 
Em resumo, o vínculo entre o sujeito passivo e o sujeito ativo decorre 
da lei. Esta estabelece uma hipótese de incidência e, quando ocorre no 
mundo real o fato descrito abstratamente na norma (chama-se a isso 
subsunção do fato à norma), imediata e automaticamente surge a 
obrigação tributária (por isso o fato é chamado fato gerador da 
obrigação tributária). 
Enfim, essa é toda a estrutura da relação jurídica tributária. Falta só 
saber de onde vem o poder atribuído ao legislador para editar uma lei 
estabelecendo a hipótese de incidência capaz de fazer surgir uma 
obrigação tributária. 
A resposta é simples: o poder de editar as leis das quais decorrem as 
relações tributárias é sempre atribuído pela Constituição Federal. 
A quem é atribuído? 
Às únicas pessoas que podem editar leis no Brasil (chamadas pessoas 
políticas): à União, aos estados-membros, ao DF e aos municípios. 
Esse poder de editar as leis tributárias é denominado competência 
tributária, cuja sede, como dito, é sempre a Constituição Federal. 
Na verdade, o estudo aprofundado do Direito Tributário é, em grande 
medida, um estudo detalhado dos elementos integrantes da relação 
jurídica obrigacional tributária, cuja estrutura e funcionamento, em 
linhas bastante genéricas, acabamos de ver. 
 
PONTOS ESSENCIAIS QUE DEVEM SER FIXADOS: 
1) O Direito Tributário é ramo do Direito público. Portanto, nas relações 
jurídicas tributárias o Estado figura em posição de superioridade jurídica 
(supremacia). Não há “autonomia da vontade” nas relações jurídicas 
tributárias. 
2) As relações jurídicas de Direito Tributário são relações de Direito 
pessoal obrigacional. São os seguintes os seus elementos: 
a) sujeito ativo: exige o objeto da relação jurídica; é o titular do direito 
(credor); 
b) sujeito passivo: é a pessoa de quem é exigido o objeto da relação; 
é o obrigado ou devedor; 
c) objeto da relação: é sempre uma prestação, que pode ser um dar 
(dar dinheiro), chamada obrigação principal, ou um fazer ou não fazer 
CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO 
PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 
(qualquer coisa que não seja dar dinheiro), chamada obrigação 
acessória; 
d) vínculo jurídico: é o elo entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, em 
decorrência do qual aquele tem o direito de exigir a prestação e este 
tem a obrigação de prestá-la; a causa desse vínculo é sempre a lei; 
3) A situação hipoteticamente descrita na lei, necessária ao surgimento 
do vínculo jurídico, é denominada hipótese de incidência ou fato 
gerador abstrato (in abstracto). 
4) O fato ocorrido no mundo real ou fenomênico que, enquadrando-se 
na hipótese legal, faz surgir a obrigação tributária, é chamado fato 
gerador ou fato gerador concreto (in concreto). 
5) Denomina-se subsunção o enquadramento do fato do mundo real na 
hipótese legal (subsunção do fato à norma). 
6) Ocorrida a subsunção, o surgimento da relação jurídica obrigacional 
tributária (ou simplesmente obrigação tributária) é imediato e 
automático, independendo de qualquer procedmento por parte da 
Administração fazendária. 
7) O poder de editar leis tributárias é conferido diretamente pela 
Constituição Federal. Esse poder é denominado competência 
tributária (ou poder de tributar). 
8) Pela própria definição de competência tributária, somente a possuem 
as pessoas capazes de editar leis, ou seja, a União, os estados-
membros, o DF e os municípios (as pessoas políticas). 
Até a próxima.

Continue navegando