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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 1 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático SUMÁRIO ITEM ASSUNTO PÁG. 1 – UMA ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À CONTABILIDADE DE CUSTOS 1.1 – Introdução, Conceito 1.2 – Origem e Evolução 1.3 – Contabilidade Gerencial, Financeira e de Custos 1.4 – Finalidade da Contabilidade de Custos 1.5 – Terminologias Contábeis Aplicadas a Custos 1.6 – Classificação dos Custos 1.7 – Custos em linhas Gerais 1.8 – Principais Objetivos dos Sistemas Contábeis e Sistemas de Custos 1.9 – Princípios Contábeis Aplicados a Custos 2 – METODOS DE CUSTEIO 2.1 – Introdução 2.2 – Sistemas de Custeio 2.3 – Sistema de Custeio por Absorção 2.3.1 – Características do Sistema de Custeio por Absorção 2.3.2 – Vantagens e Desvantagens 2.3.3 – Critério de Rateio dos Custos Indiretos 2.3.4 – Análise dos Critérios de Rateio dos Custos Indiretos 2.3.5 – Exercícios Aplicados 2.3.6 – Contabilização dos Custos Diretos e Indiretos aos Produtos 2.3.7 – Exercícios Aplicados 2.4 – Custeio por Absorção pelos Métodos Departamental e Custo Padrão 2.4.1 – Custo Departamental e Custo Padrão ou Standard 2.4.2 – Métodos de Rateio 2.4.3 – Exercícios Aplicados 2.5 – Sistema de Custeio Direto/Variável ou Marginal 2.5.1 – Aplicações do Custeio Direto/Variável 2.5.3 – Margem de Contribuição 2.5.4 – Utilização da Margem de Contribuição 2.6 – Custeio Baseado em Atividade – ABC – Uma Abordagem Introdutória 2.6.1 – Importância do Custeio Baseado em Atividade 2.6.2 – Características 2.6.3 – Custos Indiretos, Departamentos de Serviços, Atividades e Direcionadores de Custos 2.6.4 – Esquema Básico do Custeio ABC 2.6.5 – Vantagens e Desvantagens 2.6.6 – Etapas do Custeio ABC 2.6.7 – Custeamento de Produtos pelo Custeio Baseado em Atividades - ABC 2.6.8 – Exemplo de Custeamento de Produto pelo ABC comparado com Absorção 2.6.9 – Atribuição de Custos às Atividades 3 – CUSTOS PARA FINS GERENCIAIS 3.1 – Margem de Contribuição 3.2 – Ponto de Equilíbrio 3.3 – Alavancagem Operacional 3.4 – Utilização da Margem de Contribuição e da Alavancagem Operacional para Maximização dos Lucros 03 03 04 05 06 07 11 11 13 16 16 17 18 19 20 21 25 31 41 58 58 60 64 67 68 68 69 70 72 72 73 73 74 74 77 79 81 82 85 88 94 95 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 2 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 4 – BIBLIOGRAFIA 4.1 – Bibliografia Básica e Complementar 5– PLANO DE CONTAS 5.1 – Estrutura do Plano de Contas Básico para Empresa Industrial 101 102 Elaborado por: Prof. Lourival Batista Pereira PROIBIDA A REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO DO AUTOR CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 3 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 1 – UMA ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À CONTABILIDADE DE CUSTOS Introdução Para estudar a Contabilidade de Custos, é necessário ter conhecimento das noções básicas da Contabilidade, como: o Patrimônio e seus elementos componentes, as situações líquidas patrimoniais, as noções de débito e crédito, a escrituração dos fatos administrativos pela contabilidade geral ou financeira através do lançamento nos livros Diário e Razão, além de saber elaborar o Balancete de Verificação e as Demonstrações Financeiras, ainda que de forma simplificada. Conceito Contabilidade de Custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria ou um serviço. Contabilidade de Custos é o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decisão. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS • A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução Industrial, e tinha como objetivos: a) Avaliação de inventários de matérias-primas, de produtos fabricados e de produtos vendidos, tudo ao final de um determinado período. b) Verificar os resultados obtidos pelas empresas como conseqüência da fabricação e venda de seus produtos. Nessa época, as empresas possuíam processos produtivos basicamente artesanais, e conseqüentemente os únicos custos produtivos considerados era o valor das matérias-primas consumidas e da mão-de-obra utilizada. Como conseqüência do crescimento das organizações, da intensificação da concorrência e da crescente escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle das atividades empresariais e, além disso, as inúmeras possibilidades de utilização dos fatores de produção determinam uma variedade quase infinita no comportamento dos custos resultantes. É, então, imprescindível, para qualquer empresa ter um sistema de custos, ainda mais numa economia capitalista e concorrencial como a nossa. É difícil tomar decisões confiáveis e ter uma margem de segurança satisfatória, sem o conhecimento dos custos do modo mais real possível. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 4 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Nesse sentido, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, desde que apropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta administrativa da mais alta relevância. Assim, as informações de custos transformam-se, gradativamente, num verdadeiro sistema de informações gerenciais, de vital importância para a administração das organizações empresariais. Essas informações constituem um subsídio básico para o processo de tomada de decisões, bem como para o planejamento e controle das atividades empresariais. CONTABILIDADE DE CUSTOS Introdução a Contabilidade de Custos A contabilidade é um instrumento fundamental para o perfeito funcionamento das organizações. Ao longo do estudo da contabilidade podemos classificar o campo contábil da seguinte forma: Contabilidade Gerencial → Compreende o ramo da contabilidade cujo objetivo é ode fornecer informações fundamentais aos administradores, visando o bom desempenho das atividades de gerencia. A Contabilidade Gerencial é uma Ação Administrativa, pois não utiliza técnicas específicas como a Contabilidade Financeira. Contabilidade Financeira → Tem como objetivo o controle do Patrimônio através dos registros e controles de todos os fatos que estejam relacionados diretamente a este Patrimônio, informando aos usuários através das Demonstrações Contábeis, qual a estrutura do Patrimônio em determinado momento. Para atingir seus objetivos a Contabilidade Financeira utiliza técnicas específicas, como: Escrituração, Demonstrações Contábeis, Análise de Balanço e Auditoria. A Contabilidade Financeira é responsável pelo fornecimento dos dados que alimentam a Contabilidade Gerencial, podendo ser interpretada como parte operacional do complexo contábil. Contabilidade Gerencial Contabilidade de Custos Contabilidade Financeira CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 5 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Contabilidade de Custos → É o ramo da Contabilidade Financeira que utiliza técnicas específicas para identificar, classificar e registrar os custos ligados diretamente à produção de Bens e/ou Serviços. É um componente fundamental da Contabilidade Gerencial, pois transmite as informações relacionadas com a estrutura dos Custos, facilitando, assim, as tomadas de decisões. É usada mais especificamente nas atividades industrial e de serviços, porem, com o aperfeiçoamento da Administração Pública, já se pode destacar a necessidade de se utilizar a Contabilidade de Custos para acompanhar os gastos públicos. Um dos objetivos da Contabilidade de Custos é a determinação do Custo dos produtos Vendidos – CPV, já que o mesmo é um elemento fundamental e indispensável na apuração do resultado industrial. A diferença da Contabilidade de Custos em relação a Contabilidade Comercial, são as atividades desenvolvidas pelas empresas, pois enquanto a empresa comercial compra e vende mercadorias, a empresa industrial adquire matéria-prima transformando-a em outros Bens que são vendidos posteriormente. FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS • A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos custos, sendo que estes custos coletados servem a três finalidades principais: a) fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques; b) fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa; c) fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões. Em resumo, a Contabilidade de Custos, fornece informações para: 1. A determinação dos custos dos fatores de produção; 2. A determinação dos custos de qualquer natureza; 3. A determinação dos custos dos setores de uma organização; 4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa; 5. À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar problemas especiais; 6. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia dos produtos; 7. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos da utilização do equipamento; 8. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra; 9. O estabelecimento dos orçamentos; 10. A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 6 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático TERMINOLOGIAS CONTÁBEIS APLICADAS A CUSTOS Segundo Aurélio Buarque de Holanda “Dicionário da Língua Portuguesa” Terminologia é um conjunto de termos próprios de uma arte ou de uma ciência, sendo que no estudo da Contabilidade de Custos, deparamos com inúmeros termos relacionados, às vezes, com um único conceito. Ex.: Mão-de-Obra → Salário Matéria-Prima → Material Direto Custos → Despesas etc. Essa profusão (superabundância) de títulos pode trazer certa dificuldade para as pessoas que estão iniciando seus estudos de custos, diante desta situação, procuraremos utilizar as nomenclaturas mais constantes e que são usadas no dia-a-dia pelas pessoas que atuam na área de custos. A Contabilidade de Custos utiliza termos próprios e específicos, considerando que Custo é o valor consumido na produção de bens e/ou serviços. Quando falamos que Custo é o consumo, estamos relacionando apenas o que realmente foi utilizado na produção. Ex.: A compra de Matéria-Prima para estocagem não é um custo, e sim, um investimento. O custo só será caracterizado quando a Matéria-Prima for usada na produção de bens. Custos x Despesas Um dos itens na Contabilidade de Custos que provoca dúvidas é justamente o que é Custos e o que é Despesas Vamos mostrar algumas diferenças que irão facilitar o estudo da Contabilidade de Custos. Custos → Gastos consumidos na produção de Bens e/ou Serviços. Ex.: Consumo de matéria-prima, Mão-de-obra, etc. Despesas → Gastos com Bens e/ou Serviços com o objetivo de gerar uma Receita. Ex.: Despesas com publicidades, aluguéis, etc. Diante desta posição podemos definir que: Custos → Geram Ativos. Ex.: Matéria-Prima (consumo) + Mão-de-Obra + Outros Custos = Produto Pronto. O produto pronto enquanto não for vendido ficará registrado em uma conta do Ativo → Estoque de produtos Prontos/Acabados. Despesas → Reduzem o Patrimônio Líquido, pois representa uma saída de recursos que não retornam ao Patrimônio. Uma despesa será recuperada por uma receita. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 7 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático O complexo industrial é formado pela fábrica e pelo escritório, sendo assim, todo gasto consumido na fábrica é um custo, enquanto todo gasto consumido no escritório é uma despesas. Gastos → Representam as transações assumidas pela empresa visando à obtenção de Bens e/ou Serviços, sendo que nessas operações a empresa se compromete a entregar ativos (dinheiro) ou assume compromissos (obrigações). Ex.: A aquisição de uma máquina industrial é um gasto classificado como Investimento, já o pagamento dos salários do pessoal do escritório é um gasto classificado como Despesas. Diante desta situação, podemos observar que o termo gasto aplicado ou estudado em uma empresa industrial é muito abrangente. Desembolso → Ocorre quando do pagamento relativo à aquisição de Bens e/ou Serviços, com isto, o desembolso representa uma redução das disponibilidades da empresa. Investimento → Valores aplicados no Ativo, visando proporcionar benefícios futuros. Ex.: Compra de: Matéria-Prima; Máquinas e Equipamentos; Veículos para uso; Instalações, etc. Perda → Acontece com o surgimento de um evento anormal, não caracterizando-se como custo ou mesmo despesa. Ex.: Greve de empregados; Desperdícios de matéria-primapor falta de regulagem de máquinas; Deterioração de um produto, etc. Quanto à classificação contábil as perdas podem ser classificadas em: a) Perda Normal → surge no processo de produção. Ex.: Corte de peças errado pelo funcionário; Evaporação de produtos químicos, etc. b) Perda Anormal → acontece independente do processo de produção. Ex.: Greve de funcionários; Desperdícios de matéria-prima por falta de regulagem de equipamentos, etc. Perda não se confunde com despesas e muito menos com custos ou sacrifícios, para obtenção de receita, em função de sua anormalidade e involuntariedade. Classificação dos Custos No estudo da Contabilidade de Custos podemos classificar os Custos da seguinte maneira: 1. Custo de Produção; 2. Custo Direto; 3. Custo Indireto; 4. Custo Primário; 5. Custo de Transformação; 6. Custo Fixo; 7. Custo Variável; 8. Custo Semivariável ou Semifixo. ►Custo de Produção → É o Custo identificado com o processo produtivo, sendo composto pela soma dos Custos Diretos e Indiretos ►Custos Diretos → São aqueles identificados ou alocados diretamente aos produtos e ou serviços. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 8 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Ex.: Matéria-Prima (material direto); Mão-de-Obra Direta; Componentes adquiridos prontos; Embalagens; etc. a) Matéria-Prima - é o componente principal usado na produção de Bens; é um custo direto, pois podemos avaliar quanto cada produto consome deste item. Ex.: Madeira, aço, tecido, etc. b) Mão-de-Obra Direta - representa o salário do pessoal ligado diretamente à produção dos Bens; ela é de fácil identificação, pois pode medir o consumo de Mão-de-Obra para cada operário que trabalhou na produção. Ex.: Torneiro mecânico, serralheiro, pintor, montador, etc. c) Componentes adquiridos prontos - são itens utilizados na produção de alguns Bens e que não são fabricados pela empresa e são usados diretamente na produção do Bem. Ex.: Embalagens, motor, componentes, etc. ►Custos Indiretos (CI) → São aqueles incorridos (consumidos) na produção, no entanto, de difícil alocação aos produtos e ou serviços, sendo necessário à utilização de um rateio. Ex.: Aluguel do setor produtivo; Depreciação do setor produtivo; Salário da supervisão; Manutenção; Materiais indiretos; etc. Os Custos Indiretos são tratados tendo por base a dificuldade de determinar o seu valor em relação ao serviço e ou produto fabricado. ►Custo Primário (CP) → Compreende os gastos com Matérias–Primas mais os gastos com Mão-de-obra Direta. Não se confunde Custo Primário com Custo Direto, pois no Custo Primário não são considerados os materiais secundários e os materiais de embalagem, ainda que diretamente aplicados no produto. ►Custos de Transformação (CT) → Compreende a soma de todos os gastos ou custos que a empresa teve com a produção em um determinado período, exceto os relativos a Matérias- Primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens compradas, etc.). Ele representa o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial, etc.). Custos Fixos (CF) → São aqueles que independem do volume de produção ou venda, não sofrem alteração em relação à quantidade produzida, o valor será sempre o mesmo. Ex.: A empresa paga o aluguel da fábrica no valor fixo de $ 5.000,00, independentemente da quantidade que a empresa produz o valor do aluguel não se altera. Diante desta posição, os custos fixos têm as seguintes características: • Em termos de custos unitários, quanto maior for o volume de produção ou venda menores serão os custos por unidade; • Em termos de custos totais, independem das quantidades produzidas ou vendidas. Custos Variáveis (CV) → São aqueles que estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda, com isto, sofrem alteração em relação à quantidade produzida, pois, quanto maior for a produção maior serão os custos variáveis. Ex.: consumo de Matéria-Prima, quanto maior a quantidade produzida, maior será o consumo de Matéria-Prima. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 9 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Diante desta posição, os custos variáveis têm as seguintes características: • Em termos de custos totais, quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos totais; • Em termos unitários, os custos permanecem constantes. Obs.: Os Custos Fixos e Variáveis são classificados em relação ao volume produzido. Custos Semivariáveis ou Semifixos → São aqueles que contêm uma parte fixa e outra variável. Ex.: Energia Elétrica; Manutenção de equipamentos; Mão-de-Obra Direta; etc. Obs.: O Custo Semivariável ou Semifixo varia com o nível de atividade, porém não direta e proporcionalmente. Podemos, ainda, identificar dentro do processo produtivo, outras nomenclaturas de Custos / Gastos, vejamos algumas delas: Custo da Produção do Período (CPP) → Representa o total de todos os Custos consumidos em um determinado período. Custo da Produção Acabada (CPA) → Representa o total de todos os Custos consumidos na produção. Na identificação deste Custo podemos encontrar Custo de produção de períodos anteriores. Ex.: Na produção contínua alguns produtos não são concluídos dentro de um determinado período; neste caso, os Custos já alocados passarão para o período seguinte. Custo dos Produtos Vendidos (CPV) → Representa a soma de todos os custos consumidos na produção e que foram comercializados em um período. Custo das Matérias–Primas Disponíveis (CMPD) → Compreendem o valor do Estoque Inicial de Matérias–Primas mais o valor das Compras de Matérias–Primas efetuadas no período. Custo das Matérias–Primas Aplicadas (CMPA) → Compreende o Custo das Matérias- primas Disponíveis menos o Estoque Final de Matérias–Primas. Custo dos Produtos Disponíveis para Venda (CPDV) → compreende o custo da Produção Acabada no Período mais Estoque Inicial de Produtos Acabados. Produtos em Elaboração ou em Processo (PEP) → Representam os produtos em estágio de produção e que ainda não foram concluídos, ou sejam, estão no processo de produção mas, ainda, faltam receber alguns custos para serem concluídos. No encerramento do Balanço Patrimonial, o valor dos Produtos em Elaboração ou em Processo será destacado no Ativo, “Estoque de Produtos em Elaboração ou em Processo”. No processo de produção, a Matéria-Prima logo que passa a ser beneficiada já denomina-se Produtos em Elaboração ou em Processo. Produtos Acabados (PA) → São aqueles concluídos e prontos para serem entregues aos consumidores, não recebendo mais custos. Os gastos que porventura venham a ocorrer são classificados como Despesas, denominados como Despesas pós produção. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 10 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Ex.: Salários e Comissão de Vendedores, propaganda & Publicidades, Fretes para entrega aos clientes, etc. DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS Esquema de determinação dos custos += + + = = + + = = Esquema de custos quanto à determinação do Resultado Matéria-Prima Mão-de-Obra Direta Custo Direto Mão-de-Obra Indireta Custo Total CIF Outros Gastos Indiretos Custo de Produção Despesas Administrativas Despesas Comerciais Despesas de Distribuição e Vendas Custos Resultado Despesas Estoques Produtos Indireto Custo dos Produtos Vendidos Direto Vendas CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 11 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Obs.: O exemplo acima está compactado, servindo apenas de uma amostra preliminar na identificação dos custos CUSTOS EM LINHAS GERAIS Normalmente os contadores definem custo como um recurso sacrificado ou de que se abre mão para um determinado fim. Muitos consideram custo como quantias monetárias (como dólares, libras, reais) que devem ser pagos na obtenção de mercadorias ou serviços. Para o direcionamento de decisões, os gestores sempre necessitam saber quanto custa determinada coisa (por exemplo: um novo produto, uma máquina, um serviço ou um processo), surgindo daí à acumulação e a apropriação de custos. Um sistema de custo tipicamente considera custos em dois estágios básicos: 1. Acumulam-se custos de acordo com alguma classificação “natural” (muitas vezes autodescritivas) como materiais, mão-de-obra, combustível, propaganda, expedição, etc. 2. Apropriam-se esses custos aos objetos de custos. Assim, como veremos ao longo deste semestre, os gestores das entidades apropriam custos a determinados objetos de custo para ajudá-los na tomada de decisão. Exemplo: » custos podem ser apropriados a um departamento para facilitar decisões sobre a eficiência departamental; ou » custos podem ser também apropriados ao produto ou ao cliente para facilitar a análise de lucratividade por produto ou cliente. PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS SISTEMAS CONTÁBEIS Vários são os objetivos dos sistemas contábeis, visando atender as necessidades específicas e abrangentes na empresa, em um ambiente estável e constante para que as metas almejadas atinjam os resultados esperados, dentre eles temos: 1. Formulação das estratégias gerais e dos planos de longo prazo; 2. Decisões de alocação de recursos com ênfase no produto e no cliente, tanto quanto no preço; 3. Planejamento e controle de custo das operações e atividades; 4. Mensuração da performance e avaliação das pessoas; 5. Adequação com a regulamentação externa e as exigências legais de publicação dos demonstrativos. SISTEMAS DE CUSTOS CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 12 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Os Sistemas de Custos precisam sempre levar em consideração a quantidade do pessoal envolvido em sua alimentação e processamento, a necessidade de informação do usuário final, a adequacidade de sua adaptação às condições específicas da empresa, a utilização de quantidades físicas associadas aos valores monetários e, acima de tudo, a relação entre sua utilidade ou a de cada informação e o sacrifício envolvido em sua obtenção. Normalmente, a dificuldade encontrada pelas empresas na implantação de um Sistema de Custos, reside na qualificação e competência do pessoal envolvido nas fases iniciais do processamento, em muitos casos, o grande responsável pelos insucessos dos Sistemas de Custos. Na implantação de qualquer Sistema dessa natureza, deve ser levado em consideração, que se comece com rotinas e formulários simples e com números que no início sejam fáceis de se obter. Deve ser obrigatório o treinamento no sentido de se conseguir gradualmente a melhoria da qualidade das informações levantadas, pois, no período em que se faz o desenho e se define o Sistema, é preciso lembrar desse fato para que o planejamento seja feito de forma que seja implantado de maneira progressiva, não só em termos de território abrangido, mas também de sofisticação em cada território. Em geral, o pessoal técnico de produção é normalmente avesso à burocracia e, em geral, encara um Sistema de Custos como uma forma de controle e, devido a essas duas razões, tenderá, em inúmeras situações a rejeitar ou simplesmente fazer resistência passiva a sua implantação. Cada elemento envolvido no processo deve ser conscientizado da necessidade e utilidade de cada informação, para depois ser treinado a localizá-la e transmiti-la. Nenhum sistema de custo é capaz de resolver todos os problemas das empresas, pois, para atingir sua capacidade de funcionar como instrumento de administração, precisa estar constantemente em processo de desenvolvimento e aprimoramento. Sistema não é somente um conjunto de normas, fluxos, papéis e rotinas, mas um conjunto de homens; que muitas vezes, esquecemos disso. Sistemas Importados A importação de Sistemas de Custos consiste na utilização de sistemas já utilizados em matriz, outras empresas ou em concorrentes, quer na mesma região quer em outros países. O fato de um sistema estar funcionando muito bem em outro local ou empresa não significa que na empresa em implantação dará os mesmos resultados. Uma outra questão, da mesma forma preocupante, é a adoção de um sistema já em funcionamento em outra empresa, com tecnologia diferente, em virtude de situação específica. O uso de sistemas importados só funcionará, se as estruturas de custos forem semelhantes, a qualidade do pessoal do mesmo nível, processo de produção semelhante e se as necessidades de informações pela diretoria forem às mesmas. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 13 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Quantificações Físicas Pouco adiantará saber que o valor de custos de um determinado produto passou de um valor para outro, se não existirem paralelamente informações sobre volume físico consumido e produção realizada. Uma das grandes utilidades dos sistemas de custos é exatamente a sistematização criada para o registro de volumes físicos consumidos e fabricados. A contabilidade financeira costuma trabalhar só com valores monetários, mas a de Custos, apesar de poder também fazê-lo, tem sua utilidade duplicada ou triplicada com a utilização desses dados de natureza não monetários. Custos e Benefícios Cada informação provoca um gasto (nenhuma é gratuita) e pode trazer um benefício, sendo que, essa relação entre gasto e benefício precisa ser bem avaliada na hora da implantação de um Sistema, e mesmodepois, durante todo seu funcionamento, sendo que diariamente, são encontrados inúmeros relatórios com números e dados que acabam por nunca virar informação, ou então jamais trazerem qualquer benefício, mas continuam a ser produzidos em série tão-somente porque no modelo inicial estavam previstos. O gasto envolvido na obtenção de cada informação é normalmente alto, e a expansão dos sistemas pode estar sendo efetivada muito mais em função do orgulho pessoal de uma pessoa de chefiar um departamento sofisticado ou então para justificar aumento de número ou salários de subordinados. A avaliação deve ser contínua e de preferência por alguém não envolvido diretamente no próprio sistema. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS Já vimos a origem histórica da Contabilidade de Custos e também sua aderência aos princípios de contabilidade geralmente aceitos em razão de sua vinculação com a Contabilidade Financeira, verificaremos agora um pouco mais detalhado, como alguns dos princípios contábeis são aplicados à Contabilidade de Custos. Princípio da Realização da Receita Determina o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) apenas quando da realização da receita. Em regra geral, ocorre a realização da receita, quando do transferência do bem ou serviço para terceiros. Normalmente as indústrias só reconhecem o resultado obtido em sua atividade quando da realização da receita, ou seja, no momento em que há a transferência do bem elaborado para o adquirente, com isso, a Contabilidade de Custos também não pode apurar resultado antes desse instante e, no máximo, pode servir como ferramenta para previsão do redito. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 14 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Este princípio é responsável por uma das grandes diferenças entre os conceitos de lucro na Economia e na Contabilidade. Contabilmente, já que a receita só será reconhecida futuramente, os valores agregados de gastos, relativos a fatores utilizados no processo de fabricação, vão sendo acumulados na forma de estoques. Só serão considerados como despesas também futuramente. Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e Receitas Esse aspecto da Teoria Contábil é de extrema importância para Custos e diz respeito basicamente ao momento do reconhecimento das despesas. Pela realização, fica definido o momento do reconhecimento da receita, após isso, pela competência ou transformação temos o reconhecimento das despesas. A regra teoricamente é simples: após o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores representativos dos esforços para sua consecução (despesas), como esses esforços podem ser subdivididos em dois grupos, também existem praticamente dois grandes grupos de despesas: a) despesas especificamente incorridas para a consecução daquelas receitas que estão sendo reconhecidas; e b) despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas, e não necessariamente daquelas que agora estão sendo contabilizadas. Um exemplo das despesas no primeiro grupo é a própria despesa relativa a quanto foi o custo de produção do bem ora vendido, ou então a despesa de comissão relativa a sua venda, etc. e como exemplo das do segundo grupo encontramos as despesas de administração, de propaganda, etc., que representam gastos com finalidade de obtenção de receitas, mas não só ou especificamente das apropriadas ao período. Com isso, temos a seguinte seqüência: primeiro, apropriamos as receitas em função da realização; depois, deduzimos dessas receitas todos os gastos relativos diretamente ao processo de obtenção dessas mesmas receitas; e, finalmente, deduzimos aquelas despesas que foram incorridas no período e dizem respeito a esforços de geração de receitas, mas cuja vinculação com elas é extremamente difícil ou então impossível de se verificar. No que diz respeito à relação entre esse princípio e a Contabilidade de Custos, talvez encontremos muitas vezes mais razões históricas do que lógicas. Princípio do Custo Histórico como Base de Valor. Esse princípio determina que os ativos sejam registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico. Quando há problemas de inflação, o uso de valores históricos deixa muito a desejar. Ao somarmos todos os custos de produção de determinado item, estoca-lo e leva-lo a balanço pelo valor original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na época em que foi elaborado; pode nada ter a ver com o valor atual de reposição no estoque, nem com o valor histórico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda. Princípio da Consistência ou Uniformidade CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 15 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Esse princípio determina que na existência de diversas alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Isto significa que a alternativa adotada deve ser utilizada sempre, não podendo a entidade mudar o critério em cada período. Quando houver interesse ou necessidade dessa mudança de procedimento, deve a empresa reportar o fato e o valor da diferença no lucro com relação ao que será obtido se não houvesse a quebra de consistência. Assim para a apropriação de inúmeros custos de industrialização, há a necessidade de adoção de critérios escolhidos entre várias alternativas diferentes. Por exemplo, a empresa pode distribuir os custos de manutenção em função de horas-máquina, valor do equipamento, média passada, etc.. Todos são métodos aceitos, mas não podem ser utilizados indiscriminadamente em cada período. Após a adoção de um deles, deve haver consistência em seu uso, já que a mudança pode provocar alterações nos valores dos estoques e, consequentemente, nos resultados. Esse é um dos aspectos que a Auditoria Independente mais procura verificar, já que tem interferência direta e às vezes relevante nas peças de sua maior preocupação: Balanço e Demonstração do Resultado. Princípio do Conservadorismo ou Prudência Esse princípio determina que o conservadorismo obriga a adoção de um espírito de precaução por parte do contador. Quando tiver dúvida sobre o tratamento de um determinado gasto como Ativo ou Redução de Patrimônio líquido (básica e normalmente despesa), deve optar pela forma de maior precaução, ou seja, pela segunda. Por exemplo, sendo duvidoso o recebimento de um direito ativado, este deve ser baixado para o resultado (diretamente ou por meio da constituição de uma provisão), ou, então, se um estoque, avaliado pelo custo de aquisição (mercadoria) ou de fabricação (produto), estiver ativado por um valor que exceda seu valor de venda, deve ser reduzido ao montante deste último (Custo ou Mercado – dos dois o menor). No que diz respeito à relação entre certos custos de produção e o Conservadorismo, podem ser mencionados certos tipos de gastos que provocam dúvida quanto a sua verdadeira classificação entre custo ou despesa; na dúvida, deve prevalecer a hipótese mais pessimista, que não vai provocar o estoque desse valor, e sim sua transformação imediata em despesa. Princípio da Materialidade ou Relevância Esse princípio, como regra contábil, é de extrema importância para Custos, ela desobriga de um tratamento mais rigoroso aquelesitens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais. Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisariam ir sendo tratados como custo na proporção de sua efetiva utilização; mas, por se tratarem de valores irrisórios, costumeiramente são englobados e totalmente considerados como custo no período de sua aquisição, simplificando o procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos períodos. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 16 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático É necessário lembrar, entretanto, que a soma de diversos itens irrelevantes pode ser material, e, nesse caso, um tratamento mais rigoroso precisa ser utilizado. 2 – MÉTODOS DE CUSTEIOS Introdução Custeio é o método ou a maneira pela qual se utiliza para a apropriação, alocação ou distribuição dos custos aos respectivos produtos e ou departamentos, os quais denominamos de Sistemas de Custeios. Método significa a maneira pelo qual se chega a um determinado resultado. Sendo assim, a Contabilidade de Custos utiliza-se de diferentes métodos de custeio para apropriar seus custos, conforme a necessidade e os objetivos de cada usuário. Existem diversos conceitos de sistemas de custeio, cada um com sua metodologia própria, com suas vantagens e desvantagens de aplicação para apuração dos custos, vamos estudar basicamente os Sistemas de Custeio mais utilizados. Por sistema de custeio, podemos entender como sendo as formas de apuração de custos de um determinado produto. Dependendo do sistema de custeio adotado, teremos diferentes custos para um mesmo produto. Sistemas de Custeio Vários são os Sistemas de Custeio adotados para apuração dos custos, dentre eles destacamos os mais utilizados pela maioria das empresas brasileiras, sendo: a) Custeio por Absorção (fiscal): considera na apuração do Custo dos Produtos Vendidos – CPV todos os Custos de Produção, sejam Diretos e Indiretos exceto as Despesas. b) Custeio Direto ou Variável (gerencial): considera somente os Custos Variáveis ou Diretos (matéria-prima; mão-de-obra direta e CIF variável), sendo os Custos Fixos tratados como Despesas. c) ABC – Custeio Baseado em Atividades (gerencial e de gestão): tem por base a análise das diversas atividades desenvolvidas pela indústria, tendo como ponto de apoio e como estrutura os Custos Indiretos. d) RKW – (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit): tem por base ratear aos produtos não só os Custos de Produção más também as demais despesas Administrativas e Financeiras. Na realidade a principal função do RKW é determinar o preço de venda dos produtos, após uma análise dos custos e despesas incorridas no processo de produção. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 17 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO Segundo Wernke, a atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir um dos principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em demonstrações financeiras periódicas – do montante do estoque final e do custo dos produtos vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos. Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os custos aos produtos da forma mais adequada possível, ou seja, calcular o custo total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis e dos custos fixos (ou a soma dos custos diretos e dos custos indiretos). A atribuição dos custos variáveis aos produtos é efetuada facilmente pelas fichas técnicas (lista de componentes do produto). Quando se lida com custos fixos, porém, é necessário recorrer a métodos específicos de custeamento. O método de custeio por Absorção é bastante utilizado pelas empresas brasileiras, pois além de respeitar os Princípios Fundamentais de Contabilidade, é aceito pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Segundo Leone “o critério do custo por absorção é aquele que inclui todos os custos indiretos de fabricação de um certo período nos custos de suas diferentes atividades industriais, sejam produtos, processos ou serviços. O critério para tanto precisa recorrer a uma série de rateios por causa dos custos comuns, de difícil identificação ou não relevantes. A finalidade principal do critério é ter o custo total (direto e indireto) de cada objeto de custeio. Este custo total se destina, entre outros fins, a determinar a rentabilidade de cada atividade, a avaliar os elementos que compõem o patrimônio e a compor uma informação significativa no auxílio à decisão de estabelecer os preços de venda dos produtos ou dos serviços”. Conforme Vieira “no método de custeio por absorção os produtos fabricados pela empresa serão apurados prevendo-se, em princípio, a apropriação de todos os custos de produtos registrados no período, quer sejam de comportamento fixo ou variável”. Neste método os custos dos setores auxiliares ou de suporte, normalmente representativos de custos fixos, serão objetos de rateio, para determinação do custo global dos produtos fabricados. Neste caso, destacam-se mais especificamente os valores de custo das áreas de gerência industrial, engenharia industrial, supervisão, planejamento e controle de produção, transportes internos e outros. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 18 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Segundo Wernke , este é o método mais tradicional de custeio e é empregado quando se deseja atribuir um valor de custos ao produto, atribuindo-lhe também uma parte dos custos indiretos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos, de forma direta ou indireta mediante critérios de rateio. Custeio por absorção é o método de custeio do estoque no qual todos os custos de fabricação, variáveis e fixos, são considerados custos inventariáveis, isto é, o estoque “absorve” todos os custos de fabricação (HORNGREN e FOSTER). Entre as vantagens do custeio por absorção destacam-se: a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade; Conceito Fiscal: Dec. lei 1598/77 - art. 13, a,b,c,d,e. Define o custo de produção a ser considerado pelas empresas industriais; A legislação deixa clara a sua opção pelo sistema de custeio integral ou absorção, na medida em que, relaciona como integrantes dos produtos, além dos custos diretos também os indiretos. b) Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área; c) Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto. Por ser permitido pela legislação brasileira, este método é o mais utilizado para fins contábeis. Em termos gerenciais, porém, costuma receber várias críticas.. sendo que a principal desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização de rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos.Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros. Segundo Santos, o método de custeamento por absorção é falho em muitas circunstâncias, como instrumento gerencial de tomada de decisão, porque tem como premissa básica os “rateios” dos chamados custos fixos, que, apesar de aparentarem lógicos, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganosas. Características do Sistema de Custeio por Absorção Este método de custeio possui as seguintes características, conforme Leone: a) Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e indiretos; b) Em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e produtivos); c) Em segundo lugar alocamos os centros de custos para os produtos; CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 19 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático d) Os CIF acabam transferindo-se, contabilmente, para a conta de estoques de produtos acabados; é) É útil nas empresas que têm processo de produção pouco flexível e poucos produtos; f) Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção As principais vantagens segundo Leone são: a) Considera o total dos custos por produto; b) Formação de custos para estoques; c) Permite a apuração dos custos por centros de custos. As principais desvantagens segundo o mesmo autor são: a) Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos; b) Não evidencia a capacidade ociosa da entidade; c) Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos. Conforme Wernke a fixação de preços com base nas informações prestadas pelo custeio por absorção, poderá apresentar os seguintes problemas básicos: � Fixação de preços com base em custos globais, considerados, aqueles de caráter fixo que, por sua vez, sofrem variações em termos de sua expressão unitária, dependendo do volume de produção no período contábil objeto de apuração; � Fixação de preços sem um conhecimento real da margem de contribuição mais efetiva de cada produto vendido; � Fixação de preços de forma menos eficiente, em termos de identificação do mix mais adequado de produção e vendas, para fins de otimização do resultado global; � Controle de custos fixos em nível de produto específico, através da utilização de critérios de rateio, sem maior expressão para fins de controle gerencial; � Aplicação de conceitos de custo médio ponderado de materiais e produtos distorcendo uma apuração mais precisa de custos e resultados, quando registrados altos índices de inflação. De acordo com o que foi relatado, nota-se que este método, apesar de ser bastante usado possui algumas deficiências para fins gerenciais, em função disso existe à necessidade de ser cuidadosamente analisado para que não gere informações distorcidas ou irreais. Como pudemos observar o Sistema de Custeio por Absorção considera na apuração do Custo dos Produtos Vendidos – CPV todos os Custos de produção – Diretos e Indiretos, exceto as Despesas. Assim sendo, os Custos serão absorvidos à medida que os mesmos vão sendo identificados com a produção. Na apuração do Custeio por Absorção, devem ser observadas as seguintes etapas: a) Separação entre Custos e Despesas; CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 20 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático b) Identificação dos Custos Diretos e Indiretos; c) Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação; d) Levantamento dos Custos de Produção; e) Apuração do Custo dos Produtos Vendidos – CPV; f) Apuração do Resultado. CRITÉRIO DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS Mais do que fazer uma enumeração de quais são os critérios para rateio dos Custos Indiretos de Fabricação, vamos discutir como devem ser analisados os diversos fatores a se considerar na escolha dessas bases de alocação ou rateio desses custos. De acordo com o que estudamos sobre o Custeio por Absorção, vamos exemplificar a utilização do rateio dos custos para apuração do CPV e custo unitário do produto. Exemplo: Uma empresa industrial apresenta, no seu processo produtivo, os seguintes gastos para a fabricação de 5.000 unidades do seu produto. Aquisição de Matéria-Prima $ 6.700 Mão-de-Obra Direta – MOD $ 2.340 Salário do pessoal do escritório $ 5.600 Aluguel da Fábrica $ 1.000 Energia consumida na produção $ 600 Depreciação de Equipamentos $ 340 Depreciação de Móveis do Escritório $ 100 Despesas c/publicidades $ 800 Mão-de-Obra Indireta – MOI $ 6.500 Salário do supervisor de produção $ 1.300 Materiais Indiretos $ 2.300 Seguros da fábrica $ 180 Seguros do escritório $ 50 Pró-Labore da diretoria $ 2.600 Manutenção da fábrica $ 560 Pintura do Prédio da administração $ 230 Obs.: Da Matéria-Prima adquirida só foram usadas na produção o equivalente a 65%; Foram vendidas 3.800 unidades. Pede-se: 1) Calcular o Custo dos Produtos Vendidos – CPV do período; 2) Calcular o Custo Unitário de Produção. 1ª Etapa: Separar Custos de Despesas. Custo Direto: Matéria-Prima (65% de $ 6.700) $ Mão-de-Obra Direta $ Total $ Custo Indireto: Aluguel da Fábrica $ Energia consumida $ Depreciação de Equipamentos $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 21 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Mão-de-Obra Indireta – MOI $ Salário do supervisor de produção $ Materiais Indiretos $ Seguros da fábrica $ Manutenção da fábrica $ Total $ 2ª Etapa: Apurar o Custo de Produção. Considerando-se que não existiam Estoques anteriores, teremos o seguinte cálculo do Custo de Produção: Custo de Produção = Custo Direto + CIF* Custo de Produção = _________________________________ Custo Unitário de Produção = Custo de Produção . Quantidade Produzida Logo, teremos: Custo Unitário de Produção = _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Cada unidade produzida tem um custo unitário de produção igual a $ 3,90, note que não foi usado em momento algum o valor correspondente às Despesas. 3ª Etapa: Apuração do Custo dos Produtos Vendidos. Custo dos Produtos Vendidos - CPV = Unidades Vendidas X Custo Unitário de Produção Custo dos Produtos Vendidos - CPV = ________________________________________ Custo dos Produtos Vendidos - CPV = ________________________________________ ANALISE DOS CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS Custos Comuns Todos os Custos Indiretos, só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos, etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores. Exemplo: Empresa aluga um prédio para instalartodo seu complexo, tanto administrativo quanto operacional ou produtivo, devendo ela separar a parte que cabe a produção (custo) e aos setores administrativos e de vendas (despesas), devendo ser utilizado o critério de rateio pela área ou volume (m²) para se obter um número considerado mais justo para cada parte. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 22 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Rateio dos Custos dos Departamentos Os Custos Comuns a vários departamentos são rateados ou alocados em função de sua natureza (pelo menos os mais importantes), como o próprio aluguel, a depreciação dos edifícios, a energia consumida, o seguro apropriado, etc. Depois que os Custos Indiretos já estiverem totalmente atribuídos aos Departamentos e precisarmos ratear os existentes nos de Serviços, já não poderemos normalmente atribuir Custo por Custo. Não seria muito praticável pegarmos os vários itens que compõem o Custo Indireto total do Almoxarifado, seja: supervisão, materiais indiretos, depreciações, seguros, etc. e começarmos a ratear um por um. Quando atribuímos Custos de um Departamento para outro ou outros, baseamos em algum critério e fazemos a alocação a partir do bolo todo, para esse rateio, é necessário verificar então quais são as bases mais adequadas. O mesmo vai acontecer com a apropriação dos Custos dos Departamentos de Produção para os produtos. Através de alguns exemplos, vamos demonstrar a utilização do custeio por absorção para alocação dos custos totais na composição do custo de produção de um ou vários produtos. Para aplicação dos exemplos, simular algumas despesas administrativas e custos de produção utilizados no processo produtivo e ou administrativos. Inicialmente a contabilidade geral ou financeira fará o registro inicial de todas as despesas operacionais e dos custos/gastos de produção em contas transitórias, em seguida a contabilidade de custos fará o registro contábil destes gastos/custos aos respectivos produtos ou departamentos e dos departamentos aos respectivos produtos. Resumidamente: atribuímos custos aos Departamentos de Produção ou Produtivos e aos de Serviços ou Auxiliares e destes aos produtos. Exemplo: Uma determinada empresa produz em suas dependências os seguintes produtos M e N e como foi registrado um Custo Indireto total de $ 5.400 em um determinado departamento de produção da empresa, a mesma necessita distribuí-los a dois produtos, para tanto utilizará algumas bases para alocação dos mesmos aos respectivos produtos. De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados foram coletados e de acordo com esses dados, vamos estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de Fabricação, conforme os critérios a seguir: As seguintes informações foram coletadas: Custos M N Total Matéria Prima Aplicada $ 5.000 7.000 12.000 Mão-de-obra Direta Aplicada $ 1.000 1.000 2.000 (=) Custos Diretos Totais $ 6.000 8.000 14.000 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 23 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Custos Indiretos a Ratear $ ? ? 5.400 Total $ ? ? 19.400 Horas-máquina utilizadas Hm 140 100 240 � Vamos estabelecer, no primeiro momento, o rateio dos Custos Indiretos com base em horas- máquina: uma primeira alternativa seria a apropriação com base nesse critério, que nos levaria então a apropriar os $. 5.400. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ � Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos é com base na Mão-de-obra Direta: na ausência da informação de número de horas de Mão-de-obra Direta, usamos o valor em reais (poderia existir diferença caso o custo médio por hora fosse diferente quanto ao pessoal usado para fazer um produto e outro). __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ � Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos seria com base na Matéria- prima Aplicada: também na ausência de quantidade física de matéria-prima usada (poderiam ser materiais diferentes e de diferentes preços), fazemos uso dos valores em reais. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ � Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos seria com base no Custo Direto Total (Custo Primário, no caso): __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 24 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________Com a adoção dos critérios de Rateio dos Custos Indiretos, percebemos que o produto M poderia variar de um Custo Total de $.8.250 até $.9.150 e o N de $.10.250 até $.11.150. Evidentemente, quando carregamos mais custos em um produto por um critério, apropriamos menos nos demais produtos, já que o total é o mesmo. Com isto, percebemos que para a alocação dos Custos Indiretos de Fabricação é necessário proceder a uma análise de seus componentes e verificação de quais critérios melhor relaciona esses Custos com os produtos. Percebemos também como é necessário que o responsável pela decisão sobre a forma de apropriação de Custos (Contador de Custos, Controller, Diretor Financeiro, etc.) conheça detalhadamente o sistema de produção. O desconhecimento da tecnologia de produção pode provocar aparecimento de impropriedades de vulto na apuração dos Custos. Para fixação do rateio dos Custos Indiretos de Fabricação – CIF aos respectivos produtos ou departamentos, vamos exercitar com alguns exercícios. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 25 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Exercícios para fixação do rateio dos Custos Indiretos de Fabricação aos produtos: Primeiro: A Cia Pereira produz em suas dependências industriais, em um único departamento, botões com quatro e dois furos e necessitando estabelecer um critério mais adequado para a distribuição ou alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos produtos, pois a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou um especialista como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a realidade de distribuição desses custos aos respectivos produtos. De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados foram coletados: Custos Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ 450.000 225.000 675.000 Matéria-prima consumida $ 200.000 320.000 520.000 (=) Custos Diretos de Fabricação $ 650.000 545.000 1.195.000 Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ ? ? 1.800.000 Total ? ? 2.995.000 Tempo Total de Fabricação Hh 8.000 5.000 13.000 Pede-se: De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de Fabricação, conforme os critérios a seguir: Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) Itens Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total 2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida Itens Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total 3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos de Fabricação Itens Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 26 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total 4) Tomando como base para rateio: Tempo de Fabricação (Hh) Itens Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total 5) Tomando como base para rateio: MOD + Tempo de Fabricação (Hh) Itens Botões 4 furos Botões 2 furos Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 27 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Segundo: A Cia Pereira produz em suas dependências industriais, em um único departamento, mesas e estantes e necessitando estabelecer um critério mais adequado para a distribuição ou alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos produtos, pois a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou um especialista como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a realidade de distribuição desses custos aos respectivos produtos. De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados foram coletados: Custos Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ 417.500 213.500 631.000 Matéria-prima consumida $ 355.000 184.000 539.000 (=) Custos Diretos de Fabricação $ 772.500 397.500 1.170.000 Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ ? ? 630.000 Total $ ? ? 1.800.000 Horas-máquinas utilizadas Hm 1.200 700 1.900 Pede-se: De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de Fabricação, conforme os critérios a seguir: 1)Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos de Fabricação: Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 28 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Total $ 4) Tomando como base para rateio: Horas-máquinas Utilizadas(Hm) Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 5) Tomando como base para rateio: MOD + Horas-máquinas Utilizadas(Hm) Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 6) Tomando como base para rateio: Matéria-prima + Horas-máquinas (hm) Utilizadas Itens Mesas Estantes Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 29 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Terceiro: A Cia Batista produz em suas dependências industriais, em um único departamento, cadeados e fechaduras e necessitando estabelecer um critério mais adequado dedistribuição ou alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos produtos, pois a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou um especialista como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a realidade de distribuição desses custos aos respectivos produtos. De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados foram coletados: Mão-de-obra direta (MOD): Cadeados $. 387.500 e Fechaduras $.485.800; Matéria-prima Consumida: Cadeados $. 317.400 e Fechaduras $ 435.100; Custos Indiretos de Fabricação (CIF): $. 733.500; Horas-maquinas Utilizadas (Hm): Cadeados 1.120 e Fechaduras 1.280; Espaço Físico Ocupado: Cadeados 420 m² e Fechaduras 580 m²; Energia Medida Consumida: Cadeados 943 Kwh e Fechaduras 877 Kwh; Horas-homens Trabalhadas: Cadeados 645 e Fechaduras 784. Custos Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ Horas-máquinas utilizadas Hm Espaço físico ocupado M2 Energia Medida consumida Kw Horas-homens trabalhadas Hh Pede-se: De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de Fabricação, conforme os critérios a seguir: 1) Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 30 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Total $ 3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos (MOD + MP.) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 4) Tomando como base para rateio: Horas-máquinas Utilizadas (Hm) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 5) Tomando como base para rateio: Espaço Físico Ocupado (M2) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 6) Tomando como base para rateio: Energia Medida Consumida (Kw) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ 7) Tomando como base para rateio: Horas-homens Trabalhadas (Hh) Itens Cadeados Fechaduras Total Mão-de-obra Direta (MOD) $ Matéria-prima consumida $ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ Total $ CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 31 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS AOS PRODUTOS A contabilização pode ser variada, existe desde os critérios mais simples até os mais complexos, depende da necessidade ou o critério adotado por cada profissional contábil em cada empresa. Após entendermos o processo de rateio dos Custos Indiretos de Fabricação aos respectivos produtos, vamos agora entender como proceder com a contabilização desses custos aos respectivos produtos, em seguida aos departamentos e dos departamentos aos respectivos produtos. Como estamos tratando do Custeio por Absorção, para o rateio e alocação dos custos de produção aos respectivos produtos ou departamentos, com algumas despesas/custos utilizados no processo produtivo ou administrativo de uma empresa e consequentemente sua contabilização, que primeiramente são registrados pela Contabilidade Geral ou Financeira, em seguida a Contabilidade de Custos fara a contabilização desses custos aos respectivos produtos. Vejamos como fica o registro pelo critério simplificado: Uma determinada empresa fabrica em suas dependências industriais, os produtos A, B e C, necessitando conhecer os custos dos produtos fabricados em um determinado período, para poder definir os valores de venda desses produtos, para tanto contratou uma consultoria para que apurasse esses custos. As seguintes informações foram colhidas em alguns setores responsáveis pelo controle de alguns itens na empresas, sendo os seguintes: 01-Pagamento de comissões a vendedores no valor de $. 80.000; 02-Pagamento de Mão-de-obra no valor de $. 120.000; 03-Materia-prima consumida na fábrica no valor de $. 350.000; 04-Pagamento de salários da administração no valor de $. 90.000; 05-Depreciação da fábrica no período no valor de $. 60.000; 06-Parcela realizada do seguro realizado da fábrica no valor de $. 10.000; 07-Juros passivos pagos no período no valor de $. 50.000; 08- Pagamento de retirada da diretoria no valor de $ 40.000; 09-Aquisição de materiais diversos cons. na fábrica no valor de $. 15.000; 10-Pagamento de energia elétrica consumida na fábrica no valor de $. 85.000; 11-Pagamento de despesas com manutenção da fábrica no valor de $. 70.000; 12-Pagamento de despesas de frete sobre vendas no valor de $. 45.000; 13-Pagamento de correios, telefone no valor de $. 5.000; 14-Pagamento de material consumido na administração no valor de $. 5.000. CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 32 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático O primeiro passo será a identificação dos Custos de Produção e das Despesas, pois o que interessa para a apropriação dos valores aos respectivos produtos são os custos que comporão os produtos fabricados. Identificação dos Custos de Produção e Despesas: Comissões de Vendedores 80.000 Mão-de-Obra 120.0000 Matéria-prima Consumida 350.000 Salários da Administração 90.000 Depreciação na Fábrica 60.000 Seguros da Fábrica 10.000 Juros Passivos 50.000 Honorários da Diretoria 40.000 Materiais Diversos da Fábrica 15.000 Energia Elétrica da Fabrica 85.000 Manutenção da Fábrica 70.000 Despesas com Frete 45.000 Correios, Telefone 5.000 Materiais Diversos 5.000 Total de gastos do período 1.025.000 O segundo passo a ser executado, será a separação dos Custos de Produção e das Despesas. Custos de Produção Total Despesas Administrativas Total Despesas de Venda Total CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 33 Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático Despesas Financeiras As despesas que totalizam o montante de $ 315.000 por não incorporarem ao custo de produção são descarregadas diretamente no Resultado do período, não sendo alocadas ou rateadas aos respectivos produtos. O terceiro passo será o registro contábil de todos os fatos
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