Buscar

Apostila de Contabilidade e Analise de Custos ( Professor Lourival Batista Pereira)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 112 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 1 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
SUMÁRIO 
ITEM ASSUNTO PÁG. 
1 – UMA ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 1.1 – Introdução, Conceito 
 1.2 – Origem e Evolução 
 1.3 – Contabilidade Gerencial, Financeira e de Custos 
 1.4 – Finalidade da Contabilidade de Custos 
 1.5 – Terminologias Contábeis Aplicadas a Custos 
 1.6 – Classificação dos Custos 
 1.7 – Custos em linhas Gerais 
 1.8 – Principais Objetivos dos Sistemas Contábeis e Sistemas de Custos 
 1.9 – Princípios Contábeis Aplicados a Custos 
 
2 – METODOS DE CUSTEIO 
 2.1 – Introdução 
 2.2 – Sistemas de Custeio 
 2.3 – Sistema de Custeio por Absorção 
 2.3.1 – Características do Sistema de Custeio por Absorção 
 2.3.2 – Vantagens e Desvantagens 
 2.3.3 – Critério de Rateio dos Custos Indiretos 
 2.3.4 – Análise dos Critérios de Rateio dos Custos Indiretos 
 2.3.5 – Exercícios Aplicados 
 2.3.6 – Contabilização dos Custos Diretos e Indiretos aos Produtos 
 2.3.7 – Exercícios Aplicados 
 2.4 – Custeio por Absorção pelos Métodos Departamental e Custo Padrão 
 2.4.1 – Custo Departamental e Custo Padrão ou Standard 
 2.4.2 – Métodos de Rateio 
 2.4.3 – Exercícios Aplicados 
 2.5 – Sistema de Custeio Direto/Variável ou Marginal 
 2.5.1 – Aplicações do Custeio Direto/Variável 
 2.5.3 – Margem de Contribuição 
 2.5.4 – Utilização da Margem de Contribuição 
 2.6 – Custeio Baseado em Atividade – ABC – Uma Abordagem Introdutória 
 2.6.1 – Importância do Custeio Baseado em Atividade 
 2.6.2 – Características 
 2.6.3 – Custos Indiretos, Departamentos de Serviços, Atividades e 
 Direcionadores de Custos 
 2.6.4 – Esquema Básico do Custeio ABC 
 2.6.5 – Vantagens e Desvantagens 
 2.6.6 – Etapas do Custeio ABC 
 2.6.7 – Custeamento de Produtos pelo Custeio Baseado em Atividades - ABC 
 2.6.8 – Exemplo de Custeamento de Produto pelo ABC comparado com 
Absorção 
 2.6.9 – Atribuição de Custos às Atividades 
 
3 – CUSTOS PARA FINS GERENCIAIS 
 3.1 – Margem de Contribuição 
 3.2 – Ponto de Equilíbrio 
 3.3 – Alavancagem Operacional 
3.4 – Utilização da Margem de Contribuição e da Alavancagem Operacional para 
Maximização dos Lucros 
 
 
03 
03 
04 
05 
06 
07 
11 
11 
13 
 
 
16 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
25 
31 
41 
58 
58 
60 
64 
67 
68 
68 
69 
70 
72 
72 
73 
 
73 
74 
74 
77 
79 
 
81 
82 
 
 
85 
88 
94 
 
95 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 2 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
4 – BIBLIOGRAFIA 
 4.1 – Bibliografia Básica e Complementar 
 
5– PLANO DE CONTAS 
5.1 – Estrutura do Plano de Contas Básico para Empresa Industrial 
 
 
 
101 
 
 
102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: Prof. Lourival Batista Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO DO AUTOR 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 3 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
1 – UMA ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
 
Introdução 
 
Para estudar a Contabilidade de Custos, é necessário ter conhecimento das noções 
básicas da Contabilidade, como: o Patrimônio e seus elementos componentes, as situações 
líquidas patrimoniais, as noções de débito e crédito, a escrituração dos fatos administrativos 
pela contabilidade geral ou financeira através do lançamento nos livros Diário e Razão, além 
de saber elaborar o Balancete de Verificação e as Demonstrações Financeiras, ainda que de 
forma simplificada. 
 
Conceito 
 
Contabilidade de Custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional 
dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma 
mercadoria ou um serviço. 
 
Contabilidade de Custos é o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e 
interpreta os custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da 
organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, 
para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decisão. 
 
 
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
• A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução Industrial, e tinha como objetivos: 
a) Avaliação de inventários de matérias-primas, de produtos fabricados e de produtos 
vendidos, tudo ao final de um determinado período. 
 
b) Verificar os resultados obtidos pelas empresas como conseqüência da fabricação e venda de 
seus produtos. 
 
 Nessa época, as empresas possuíam processos produtivos basicamente artesanais, e 
conseqüentemente os únicos custos produtivos considerados era o valor das matérias-primas 
consumidas e da mão-de-obra utilizada. 
 
 Como conseqüência do crescimento das organizações, da intensificação da concorrência 
e da crescente escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de 
planejamento e controle das atividades empresariais e, além disso, as inúmeras possibilidades 
de utilização dos fatores de produção determinam uma variedade quase infinita no 
comportamento dos custos resultantes. 
 
É, então, imprescindível, para qualquer empresa ter um sistema de custos, ainda mais 
numa economia capitalista e concorrencial como a nossa. 
 
É difícil tomar decisões confiáveis e ter uma margem de segurança satisfatória, sem o 
conhecimento dos custos do modo mais real possível. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 4 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Nesse sentido, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, 
desde que apropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta 
administrativa da mais alta relevância. 
 
Assim, as informações de custos transformam-se, gradativamente, num verdadeiro 
sistema de informações gerenciais, de vital importância para a administração das organizações 
empresariais. 
 
Essas informações constituem um subsídio básico para o processo de tomada de 
decisões, bem como para o planejamento e controle das atividades empresariais. 
 
 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
Introdução a Contabilidade de Custos 
 
 A contabilidade é um instrumento fundamental para o perfeito funcionamento das 
organizações. 
 
 Ao longo do estudo da contabilidade podemos classificar o campo contábil da seguinte 
forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Gerencial → Compreende o ramo da contabilidade cujo objetivo é ode 
fornecer informações fundamentais aos administradores, visando o bom desempenho das 
atividades de gerencia. 
 
 A Contabilidade Gerencial é uma Ação Administrativa, pois não utiliza técnicas 
específicas como a Contabilidade Financeira. 
 
Contabilidade Financeira → Tem como objetivo o controle do Patrimônio através dos 
registros e controles de todos os fatos que estejam relacionados diretamente a este Patrimônio, 
informando aos usuários através das Demonstrações Contábeis, qual a estrutura do Patrimônio 
em determinado momento. 
 
 Para atingir seus objetivos a Contabilidade Financeira utiliza técnicas específicas, como: 
Escrituração, Demonstrações Contábeis, Análise de Balanço e Auditoria. 
 
 A Contabilidade Financeira é responsável pelo fornecimento dos dados que alimentam a 
Contabilidade Gerencial, podendo ser interpretada como parte operacional do complexo 
contábil. 
 
Contabilidade 
Gerencial 
Contabilidade 
de Custos 
Contabilidade 
Financeira 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 5 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Contabilidade de Custos → É o ramo da Contabilidade Financeira que utiliza técnicas 
específicas para identificar, classificar e registrar os custos ligados diretamente à produção de 
Bens e/ou Serviços. 
 
 É um componente fundamental da Contabilidade Gerencial, pois transmite as 
informações relacionadas com a estrutura dos Custos, facilitando, assim, as tomadas de 
decisões. 
 
 É usada mais especificamente nas atividades industrial e de serviços, porem, com o 
aperfeiçoamento da Administração Pública, já se pode destacar a necessidade de se utilizar a 
Contabilidade de Custos para acompanhar os gastos públicos. 
 
 Um dos objetivos da Contabilidade de Custos é a determinação do Custo dos produtos 
Vendidos – CPV, já que o mesmo é um elemento fundamental e indispensável na apuração do 
resultado industrial. 
 
 A diferença da Contabilidade de Custos em relação a Contabilidade Comercial, são as 
atividades desenvolvidas pelas empresas, pois enquanto a empresa comercial compra e vende 
mercadorias, a empresa industrial adquire matéria-prima transformando-a em outros Bens que 
são vendidos posteriormente. 
 
 
FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
• A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos 
custos, sendo que estes custos coletados servem a três finalidades principais: 
 
a) fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques; 
 
b) fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa; 
 
c) fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões. 
 
Em resumo, a Contabilidade de Custos, fornece informações para: 
1. A determinação dos custos dos fatores de produção; 
 
2. A determinação dos custos de qualquer natureza; 
 
3. A determinação dos custos dos setores de uma organização; 
 
4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa; 
 
5. À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar 
problemas especiais; 
 
6. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade 
ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos 
serviços de garantia dos produtos; 
 
7. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as 
despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos da utilização do 
equipamento; 
 
8. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos 
estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra; 
 
9. O estabelecimento dos orçamentos; 
 
10. A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 6 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
TERMINOLOGIAS CONTÁBEIS APLICADAS A CUSTOS 
 
 Segundo Aurélio Buarque de Holanda “Dicionário da Língua Portuguesa” Terminologia 
é um conjunto de termos próprios de uma arte ou de uma ciência, sendo que no estudo da 
Contabilidade de Custos, deparamos com inúmeros termos relacionados, às vezes, com um 
único conceito. 
Ex.: Mão-de-Obra → Salário 
 Matéria-Prima → Material Direto 
 Custos → Despesas 
etc. 
 
 Essa profusão (superabundância) de títulos pode trazer certa dificuldade para as pessoas 
que estão iniciando seus estudos de custos, diante desta situação, procuraremos utilizar as 
nomenclaturas mais constantes e que são usadas no dia-a-dia pelas pessoas que atuam na área 
de custos. 
 
 A Contabilidade de Custos utiliza termos próprios e específicos, considerando que 
Custo é o valor consumido na produção de bens e/ou serviços. 
 
 Quando falamos que Custo é o consumo, estamos relacionando apenas o que realmente 
foi utilizado na produção. 
Ex.: A compra de Matéria-Prima para estocagem não é um custo, e sim, um investimento. O 
custo só será caracterizado quando a Matéria-Prima for usada na produção de bens. 
 
Custos x Despesas 
 
 Um dos itens na Contabilidade de Custos que provoca dúvidas é justamente o que é 
Custos e o que é Despesas 
 
 Vamos mostrar algumas diferenças que irão facilitar o estudo da Contabilidade de 
Custos. 
 
Custos → Gastos consumidos na produção de Bens e/ou Serviços. 
Ex.: Consumo de matéria-prima, Mão-de-obra, etc. 
 
Despesas → Gastos com Bens e/ou Serviços com o objetivo de gerar uma Receita. 
Ex.: Despesas com publicidades, aluguéis, etc. 
 
Diante desta posição podemos definir que: 
Custos → Geram Ativos. 
Ex.: Matéria-Prima (consumo) + Mão-de-Obra + Outros Custos = Produto Pronto. 
 
O produto pronto enquanto não for vendido ficará registrado em uma conta do Ativo → 
Estoque de produtos Prontos/Acabados. 
 
Despesas → Reduzem o Patrimônio Líquido, pois representa uma saída de recursos que não 
retornam ao Patrimônio. Uma despesa será recuperada por uma receita. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 7 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 O complexo industrial é formado pela fábrica e pelo escritório, sendo assim, todo 
gasto consumido na fábrica é um custo, enquanto todo gasto consumido no escritório é uma 
despesas. 
 
Gastos → Representam as transações assumidas pela empresa visando à obtenção de Bens 
e/ou Serviços, sendo que nessas operações a empresa se compromete a entregar ativos 
(dinheiro) ou assume compromissos (obrigações). 
Ex.: A aquisição de uma máquina industrial é um gasto classificado como Investimento, já o 
pagamento dos salários do pessoal do escritório é um gasto classificado como Despesas. 
 
Diante desta situação, podemos observar que o termo gasto aplicado ou estudado em uma 
empresa industrial é muito abrangente. 
 
Desembolso → Ocorre quando do pagamento relativo à aquisição de Bens e/ou Serviços, com 
isto, o desembolso representa uma redução das disponibilidades da empresa. 
 
Investimento → Valores aplicados no Ativo, visando proporcionar benefícios futuros. 
Ex.: Compra de: Matéria-Prima; Máquinas e Equipamentos; Veículos para uso; Instalações, 
etc. 
 
Perda → Acontece com o surgimento de um evento anormal, não caracterizando-se como 
custo ou mesmo despesa. 
Ex.: Greve de empregados; Desperdícios de matéria-primapor falta de regulagem de 
máquinas; Deterioração de um produto, etc. 
 
Quanto à classificação contábil as perdas podem ser classificadas em: 
 
a) Perda Normal → surge no processo de produção. 
Ex.: Corte de peças errado pelo funcionário; Evaporação de produtos químicos, etc. 
 
b) Perda Anormal → acontece independente do processo de produção. 
Ex.: Greve de funcionários; Desperdícios de matéria-prima por falta de regulagem de 
equipamentos, etc. 
 
 Perda não se confunde com despesas e muito menos com custos ou sacrifícios, para 
obtenção de receita, em função de sua anormalidade e involuntariedade. 
 
Classificação dos Custos 
 
No estudo da Contabilidade de Custos podemos classificar os Custos da seguinte maneira: 
1. Custo de Produção; 
2. Custo Direto; 
3. Custo Indireto; 
4. Custo Primário; 
5. Custo de Transformação; 
6. Custo Fixo; 
7. Custo Variável; 
8. Custo Semivariável ou Semifixo. 
 
►Custo de Produção → É o Custo identificado com o processo produtivo, sendo composto 
pela soma dos Custos Diretos e Indiretos 
 
►Custos Diretos → São aqueles identificados ou alocados diretamente aos produtos e ou 
serviços. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 8 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Ex.: Matéria-Prima (material direto); Mão-de-Obra Direta; Componentes adquiridos 
prontos; Embalagens; etc. 
 
 a) Matéria-Prima - é o componente principal usado na produção de Bens; é um custo 
direto, pois podemos avaliar quanto cada produto consome deste item. 
 Ex.: Madeira, aço, tecido, etc. 
 b) Mão-de-Obra Direta - representa o salário do pessoal ligado diretamente à produção 
dos Bens; ela é de fácil identificação, pois pode medir o consumo de Mão-de-Obra para 
cada operário que trabalhou na produção. 
 Ex.: Torneiro mecânico, serralheiro, pintor, montador, etc. 
 
 c) Componentes adquiridos prontos - são itens utilizados na produção de alguns Bens e 
que não são fabricados pela empresa e são usados diretamente na produção do Bem. 
 Ex.: Embalagens, motor, componentes, etc. 
 
►Custos Indiretos (CI) → São aqueles incorridos (consumidos) na produção, no entanto, de 
difícil alocação aos produtos e ou serviços, sendo necessário à utilização de um rateio. 
Ex.: Aluguel do setor produtivo; Depreciação do setor produtivo; Salário da supervisão; 
Manutenção; Materiais indiretos; etc. 
 
Os Custos Indiretos são tratados tendo por base a dificuldade de determinar o seu valor em 
relação ao serviço e ou produto fabricado. 
 
►Custo Primário (CP) → Compreende os gastos com Matérias–Primas mais os gastos com 
Mão-de-obra Direta. 
 
 Não se confunde Custo Primário com Custo Direto, pois no Custo Primário não são 
considerados os materiais secundários e os materiais de embalagem, ainda que diretamente 
aplicados no produto. 
 
►Custos de Transformação (CT) → Compreende a soma de todos os gastos ou custos que a 
empresa teve com a produção em um determinado período, exceto os relativos a Matérias-
Primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa 
(componentes adquiridos prontos, embalagens compradas, etc.). 
 
 Ele representa o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um 
determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial, 
etc.). 
 
Custos Fixos (CF) → São aqueles que independem do volume de produção ou venda, não 
sofrem alteração em relação à quantidade produzida, o valor será sempre o mesmo. 
Ex.: A empresa paga o aluguel da fábrica no valor fixo de $ 5.000,00, independentemente da 
quantidade que a empresa produz o valor do aluguel não se altera. 
 
Diante desta posição, os custos fixos têm as seguintes características: 
• Em termos de custos unitários, quanto maior for o volume de produção ou venda menores 
serão os custos por unidade; 
 
• Em termos de custos totais, independem das quantidades produzidas ou vendidas. 
 
Custos Variáveis (CV) → São aqueles que estão diretamente relacionados com o volume de 
produção ou venda, com isto, sofrem alteração em relação à quantidade produzida, pois, 
quanto maior for a produção maior serão os custos variáveis. 
Ex.: consumo de Matéria-Prima, quanto maior a quantidade produzida, maior será o consumo 
de Matéria-Prima. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 9 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Diante desta posição, os custos variáveis têm as seguintes características: 
• Em termos de custos totais, quanto maior for o volume de produção, maiores serão os 
custos totais; 
 • Em termos unitários, os custos permanecem constantes. 
 
Obs.: Os Custos Fixos e Variáveis são classificados em relação ao volume produzido. 
Custos Semivariáveis ou Semifixos → São aqueles que contêm uma parte fixa e outra 
variável. 
Ex.: Energia Elétrica; Manutenção de equipamentos; Mão-de-Obra Direta; etc. 
 
Obs.: O Custo Semivariável ou Semifixo varia com o nível de atividade, porém não direta e 
proporcionalmente. 
 
Podemos, ainda, identificar dentro do processo produtivo, outras nomenclaturas de 
Custos / Gastos, vejamos algumas delas: 
 
Custo da Produção do Período (CPP) → Representa o total de todos os Custos consumidos 
em um determinado período. 
 
Custo da Produção Acabada (CPA) → Representa o total de todos os Custos consumidos na 
produção. 
 
Na identificação deste Custo podemos encontrar Custo de produção de períodos 
anteriores. 
Ex.: Na produção contínua alguns produtos não são concluídos dentro de um determinado 
período; neste caso, os Custos já alocados passarão para o período seguinte. 
 
Custo dos Produtos Vendidos (CPV) → Representa a soma de todos os custos consumidos 
na produção e que foram comercializados em um período. 
 
Custo das Matérias–Primas Disponíveis (CMPD) → Compreendem o valor do Estoque 
Inicial de Matérias–Primas mais o valor das Compras de Matérias–Primas efetuadas no 
período. 
 
Custo das Matérias–Primas Aplicadas (CMPA) → Compreende o Custo das Matérias-
primas Disponíveis menos o Estoque Final de Matérias–Primas. 
 
Custo dos Produtos Disponíveis para Venda (CPDV) → compreende o custo da Produção 
Acabada no Período mais Estoque Inicial de Produtos Acabados. 
 
Produtos em Elaboração ou em Processo (PEP) → Representam os produtos em estágio de 
produção e que ainda não foram concluídos, ou sejam, estão no processo de produção mas, 
ainda, faltam receber alguns custos para serem concluídos. 
 
No encerramento do Balanço Patrimonial, o valor dos Produtos em Elaboração ou em 
Processo será destacado no Ativo, “Estoque de Produtos em Elaboração ou em Processo”. 
 
 No processo de produção, a Matéria-Prima logo que passa a ser beneficiada já 
denomina-se Produtos em Elaboração ou em Processo. 
 
Produtos Acabados (PA) → São aqueles concluídos e prontos para serem entregues aos 
consumidores, não recebendo mais custos. Os gastos que porventura venham a ocorrer são 
classificados como Despesas, denominados como Despesas pós produção. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 10 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Ex.: Salários e Comissão de Vendedores, propaganda & Publicidades, Fretes para entrega aos 
clientes, etc. 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS 
 
Esquema de determinação dos custos 
 
 += 
 
 + 
 
 + = 
 
 = 
 
 
 
 + 
 
 + = 
 
 = 
 
 
 
 
 
Esquema de custos quanto à determinação do Resultado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matéria-Prima Mão-de-Obra Direta Custo Direto 
Mão-de-Obra Indireta 
Custo 
Total 
CIF Outros Gastos Indiretos 
Custo de 
Produção 
Despesas 
Administrativas 
Despesas 
Comerciais 
Despesas de 
Distribuição e Vendas 
Custos 
Resultado 
Despesas 
Estoques 
Produtos 
Indireto 
Custo dos 
Produtos 
Vendidos 
Direto 
Vendas 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 11 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
Obs.: O exemplo acima está compactado, servindo apenas de uma amostra preliminar na 
identificação dos custos 
 
CUSTOS EM LINHAS GERAIS 
 
Normalmente os contadores definem custo como um recurso sacrificado ou de que se 
abre mão para um determinado fim. 
 
 Muitos consideram custo como quantias monetárias (como dólares, libras, reais) que 
devem ser pagos na obtenção de mercadorias ou serviços. 
 
Para o direcionamento de decisões, os gestores sempre necessitam saber quanto custa 
determinada coisa (por exemplo: um novo produto, uma máquina, um serviço ou um 
processo), surgindo daí à acumulação e a apropriação de custos. 
 
Um sistema de custo tipicamente considera custos em dois estágios básicos: 
 
1. Acumulam-se custos de acordo com alguma classificação “natural” (muitas vezes 
autodescritivas) como materiais, mão-de-obra, combustível, propaganda, expedição, 
etc. 
2. Apropriam-se esses custos aos objetos de custos. 
 
Assim, como veremos ao longo deste semestre, os gestores das entidades apropriam custos 
a determinados objetos de custo para ajudá-los na tomada de decisão. 
 
Exemplo: 
» custos podem ser apropriados a um departamento para facilitar decisões sobre a eficiência 
departamental; ou 
 
» custos podem ser também apropriados ao produto ou ao cliente para facilitar a análise de 
lucratividade por produto ou cliente. 
 
 
PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS SISTEMAS CONTÁBEIS 
 
 Vários são os objetivos dos sistemas contábeis, visando atender as necessidades 
específicas e abrangentes na empresa, em um ambiente estável e constante para que as metas 
almejadas atinjam os resultados esperados, dentre eles temos: 
 
1. Formulação das estratégias gerais e dos planos de longo prazo; 
 
2. Decisões de alocação de recursos com ênfase no produto e no cliente, tanto quanto no 
preço; 
 
3. Planejamento e controle de custo das operações e atividades; 
 
4. Mensuração da performance e avaliação das pessoas; 
 
5. Adequação com a regulamentação externa e as exigências legais de publicação dos 
demonstrativos. 
 
SISTEMAS DE CUSTOS 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 12 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 Os Sistemas de Custos precisam sempre levar em consideração a quantidade do pessoal 
envolvido em sua alimentação e processamento, a necessidade de informação do usuário final, 
a adequacidade de sua adaptação às condições específicas da empresa, a utilização de 
quantidades físicas associadas aos valores monetários e, acima de tudo, a relação entre sua 
utilidade ou a de cada informação e o sacrifício envolvido em sua obtenção. 
 
 Normalmente, a dificuldade encontrada pelas empresas na implantação de um Sistema 
de Custos, reside na qualificação e competência do pessoal envolvido nas fases iniciais do 
processamento, em muitos casos, o grande responsável pelos insucessos dos Sistemas de 
Custos. 
 
 Na implantação de qualquer Sistema dessa natureza, deve ser levado em consideração, 
que se comece com rotinas e formulários simples e com números que no início sejam fáceis de 
se obter. 
 
 Deve ser obrigatório o treinamento no sentido de se conseguir gradualmente a melhoria 
da qualidade das informações levantadas, pois, no período em que se faz o desenho e se define 
o Sistema, é preciso lembrar desse fato para que o planejamento seja feito de forma que seja 
implantado de maneira progressiva, não só em termos de território abrangido, mas também de 
sofisticação em cada território. 
 
 Em geral, o pessoal técnico de produção é normalmente avesso à burocracia e, em geral, 
encara um Sistema de Custos como uma forma de controle e, devido a essas duas razões, 
tenderá, em inúmeras situações a rejeitar ou simplesmente fazer resistência passiva a sua 
implantação. 
 
 Cada elemento envolvido no processo deve ser conscientizado da necessidade e 
utilidade de cada informação, para depois ser treinado a localizá-la e transmiti-la. 
 
Nenhum sistema de custo é capaz de resolver todos os problemas das empresas, pois, 
para atingir sua capacidade de funcionar como instrumento de administração, precisa estar 
constantemente em processo de desenvolvimento e aprimoramento. 
 
Sistema não é somente um conjunto de normas, fluxos, papéis e rotinas, mas um 
conjunto de homens; que muitas vezes, esquecemos disso. 
 
Sistemas Importados 
 
A importação de Sistemas de Custos consiste na utilização de sistemas já utilizados em 
matriz, outras empresas ou em concorrentes, quer na mesma região quer em outros países. 
 
O fato de um sistema estar funcionando muito bem em outro local ou empresa não 
significa que na empresa em implantação dará os mesmos resultados. 
 
Uma outra questão, da mesma forma preocupante, é a adoção de um sistema já em 
funcionamento em outra empresa, com tecnologia diferente, em virtude de situação específica. 
 
O uso de sistemas importados só funcionará, se as estruturas de custos forem 
semelhantes, a qualidade do pessoal do mesmo nível, processo de produção semelhante e se as 
necessidades de informações pela diretoria forem às mesmas. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 13 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
Quantificações Físicas 
 
Pouco adiantará saber que o valor de custos de um determinado produto passou de um 
valor para outro, se não existirem paralelamente informações sobre volume físico consumido e 
produção realizada. 
 
Uma das grandes utilidades dos sistemas de custos é exatamente a sistematização criada 
para o registro de volumes físicos consumidos e fabricados. 
 
A contabilidade financeira costuma trabalhar só com valores monetários, mas a de 
Custos, apesar de poder também fazê-lo, tem sua utilidade duplicada ou triplicada com a 
utilização desses dados de natureza não monetários. 
 
 
Custos e Benefícios 
 
Cada informação provoca um gasto (nenhuma é gratuita) e pode trazer um benefício, 
sendo que, essa relação entre gasto e benefício precisa ser bem avaliada na hora da 
implantação de um Sistema, e mesmodepois, durante todo seu funcionamento, sendo que 
diariamente, são encontrados inúmeros relatórios com números e dados que acabam por nunca 
virar informação, ou então jamais trazerem qualquer benefício, mas continuam a ser 
produzidos em série tão-somente porque no modelo inicial estavam previstos. 
 
O gasto envolvido na obtenção de cada informação é normalmente alto, e a expansão 
dos sistemas pode estar sendo efetivada muito mais em função do orgulho pessoal de uma 
pessoa de chefiar um departamento sofisticado ou então para justificar aumento de número ou 
salários de subordinados. 
 
 A avaliação deve ser contínua e de preferência por alguém não envolvido diretamente 
no próprio sistema. 
 
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS 
 
 Já vimos a origem histórica da Contabilidade de Custos e também sua aderência aos 
princípios de contabilidade geralmente aceitos em razão de sua vinculação com a 
Contabilidade Financeira, verificaremos agora um pouco mais detalhado, como alguns dos 
princípios contábeis são aplicados à Contabilidade de Custos. 
 
Princípio da Realização da Receita 
 
 Determina o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) apenas quando da 
realização da receita. 
 
Em regra geral, ocorre a realização da receita, quando do transferência do bem ou 
serviço para terceiros. 
 
 Normalmente as indústrias só reconhecem o resultado obtido em sua atividade quando 
da realização da receita, ou seja, no momento em que há a transferência do bem elaborado para 
o adquirente, com isso, a Contabilidade de Custos também não pode apurar resultado antes 
desse instante e, no máximo, pode servir como ferramenta para previsão do redito. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 14 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 Este princípio é responsável por uma das grandes diferenças entre os conceitos de lucro 
na Economia e na Contabilidade. 
 
 Contabilmente, já que a receita só será reconhecida futuramente, os valores agregados 
de gastos, relativos a fatores utilizados no processo de fabricação, vão sendo acumulados na 
forma de estoques. Só serão considerados como despesas também futuramente. 
Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e Receitas 
 
 Esse aspecto da Teoria Contábil é de extrema importância para Custos e diz respeito 
basicamente ao momento do reconhecimento das despesas. 
 
 Pela realização, fica definido o momento do reconhecimento da receita, após isso, pela 
competência ou transformação temos o reconhecimento das despesas. 
 
A regra teoricamente é simples: após o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos 
os valores representativos dos esforços para sua consecução (despesas), como esses esforços 
podem ser subdivididos em dois grupos, também existem praticamente dois grandes grupos de 
despesas: 
a) despesas especificamente incorridas para a consecução daquelas receitas que estão 
sendo reconhecidas; e 
b) despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas, e não necessariamente 
daquelas que agora estão sendo contabilizadas. 
 
 Um exemplo das despesas no primeiro grupo é a própria despesa relativa a quanto foi o 
custo de produção do bem ora vendido, ou então a despesa de comissão relativa a sua venda, 
etc. e como exemplo das do segundo grupo encontramos as despesas de administração, de 
propaganda, etc., que representam gastos com finalidade de obtenção de receitas, mas não só 
ou especificamente das apropriadas ao período. 
 
 Com isso, temos a seguinte seqüência: primeiro, apropriamos as receitas em função da 
realização; depois, deduzimos dessas receitas todos os gastos relativos diretamente ao processo 
de obtenção dessas mesmas receitas; e, finalmente, deduzimos aquelas despesas que foram 
incorridas no período e dizem respeito a esforços de geração de receitas, mas cuja vinculação 
com elas é extremamente difícil ou então impossível de se verificar. 
 
 No que diz respeito à relação entre esse princípio e a Contabilidade de Custos, talvez 
encontremos muitas vezes mais razões históricas do que lógicas. 
 
 
Princípio do Custo Histórico como Base de Valor. 
 
 Esse princípio determina que os ativos sejam registrados contabilmente por seu valor 
original de entrada, ou seja, histórico. 
 
 Quando há problemas de inflação, o uso de valores históricos deixa muito a desejar. Ao 
somarmos todos os custos de produção de determinado item, estoca-lo e leva-lo a balanço pelo 
valor original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na época em que 
foi elaborado; pode nada ter a ver com o valor atual de reposição no estoque, nem com o valor 
histórico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda. 
 
 
Princípio da Consistência ou Uniformidade 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 15 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 Esse princípio determina que na existência de diversas alternativas para o registro 
contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a 
empresa adotar uma delas de forma consistente. 
 
 Isto significa que a alternativa adotada deve ser utilizada sempre, não podendo a 
entidade mudar o critério em cada período. 
 Quando houver interesse ou necessidade dessa mudança de procedimento, deve a 
empresa reportar o fato e o valor da diferença no lucro com relação ao que será obtido se não 
houvesse a quebra de consistência. 
 
 Assim para a apropriação de inúmeros custos de industrialização, há a necessidade de 
adoção de critérios escolhidos entre várias alternativas diferentes. Por exemplo, a empresa 
pode distribuir os custos de manutenção em função de horas-máquina, valor do equipamento, 
média passada, etc.. Todos são métodos aceitos, mas não podem ser utilizados 
indiscriminadamente em cada período. Após a adoção de um deles, deve haver consistência em 
seu uso, já que a mudança pode provocar alterações nos valores dos estoques e, 
consequentemente, nos resultados. 
 
 Esse é um dos aspectos que a Auditoria Independente mais procura verificar, já que tem 
interferência direta e às vezes relevante nas peças de sua maior preocupação: Balanço e 
Demonstração do Resultado. 
 
Princípio do Conservadorismo ou Prudência 
 
 Esse princípio determina que o conservadorismo obriga a adoção de um espírito de 
precaução por parte do contador. Quando tiver dúvida sobre o tratamento de um determinado 
gasto como Ativo ou Redução de Patrimônio líquido (básica e normalmente despesa), deve 
optar pela forma de maior precaução, ou seja, pela segunda. 
 
 Por exemplo, sendo duvidoso o recebimento de um direito ativado, este deve ser 
baixado para o resultado (diretamente ou por meio da constituição de uma provisão), ou, então, 
se um estoque, avaliado pelo custo de aquisição (mercadoria) ou de fabricação (produto), 
estiver ativado por um valor que exceda seu valor de venda, deve ser reduzido ao montante 
deste último (Custo ou Mercado – dos dois o menor). 
 
 No que diz respeito à relação entre certos custos de produção e o Conservadorismo, 
podem ser mencionados certos tipos de gastos que provocam dúvida quanto a sua verdadeira 
classificação entre custo ou despesa; na dúvida, deve prevalecer a hipótese mais pessimista, 
que não vai provocar o estoque desse valor, e sim sua transformação imediata em despesa. 
 
Princípio da Materialidade ou Relevância 
 
 Esse princípio, como regra contábil, é de extrema importância para Custos, ela 
desobriga de um tratamento mais rigoroso aquelesitens cujo valor monetário é pequeno dentro 
dos gastos totais. 
 
 Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisariam ir sendo 
tratados como custo na proporção de sua efetiva utilização; mas, por se tratarem de valores 
irrisórios, costumeiramente são englobados e totalmente considerados como custo no período 
de sua aquisição, simplificando o procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos 
períodos. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 16 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 É necessário lembrar, entretanto, que a soma de diversos itens irrelevantes pode ser 
material, e, nesse caso, um tratamento mais rigoroso precisa ser utilizado. 
 
 
 
2 – MÉTODOS DE CUSTEIOS 
 
Introdução 
 
Custeio é o método ou a maneira pela qual se utiliza para a apropriação, alocação ou 
distribuição dos custos aos respectivos produtos e ou departamentos, os quais denominamos de 
Sistemas de Custeios. 
 
Método significa a maneira pelo qual se chega a um determinado resultado. Sendo 
assim, a Contabilidade de Custos utiliza-se de diferentes métodos de custeio para apropriar 
seus custos, conforme a necessidade e os objetivos de cada usuário. 
 
Existem diversos conceitos de sistemas de custeio, cada um com sua metodologia 
própria, com suas vantagens e desvantagens de aplicação para apuração dos custos, vamos 
estudar basicamente os Sistemas de Custeio mais utilizados. 
 
Por sistema de custeio, podemos entender como sendo as formas de apuração de custos 
de um determinado produto. 
 
Dependendo do sistema de custeio adotado, teremos diferentes custos para um mesmo 
produto. 
 
 
Sistemas de Custeio 
 
Vários são os Sistemas de Custeio adotados para apuração dos custos, dentre eles 
destacamos os mais utilizados pela maioria das empresas brasileiras, sendo: 
 
a) Custeio por Absorção (fiscal): considera na apuração do Custo dos Produtos Vendidos 
– CPV todos os Custos de Produção, sejam Diretos e Indiretos exceto as Despesas. 
 
b) Custeio Direto ou Variável (gerencial): considera somente os Custos Variáveis ou 
Diretos (matéria-prima; mão-de-obra direta e CIF variável), sendo os Custos Fixos 
tratados como Despesas. 
 
c) ABC – Custeio Baseado em Atividades (gerencial e de gestão): tem por base a 
análise das diversas atividades desenvolvidas pela indústria, tendo como ponto de apoio 
e como estrutura os Custos Indiretos. 
 
d) RKW – (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit): tem por base ratear aos 
produtos não só os Custos de Produção más também as demais despesas 
Administrativas e Financeiras. 
 
 Na realidade a principal função do RKW é determinar o preço de venda dos produtos, 
após uma análise dos custos e despesas incorridas no processo de produção. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 17 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
 
 
 SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO 
 
Segundo Wernke, a atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir 
um dos principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em 
demonstrações financeiras periódicas – do montante do estoque final e do custo dos produtos 
vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos. 
 
Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os 
custos aos produtos da forma mais adequada possível, ou seja, calcular o custo total de cada 
produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis e dos custos 
fixos (ou a soma dos custos diretos e dos custos indiretos). 
 
A atribuição dos custos variáveis aos produtos é efetuada facilmente pelas fichas 
técnicas (lista de componentes do produto). 
 
Quando se lida com custos fixos, porém, é necessário recorrer a métodos específicos de 
custeamento. 
 
O método de custeio por Absorção é bastante utilizado pelas empresas brasileiras, pois 
além de respeitar os Princípios Fundamentais de Contabilidade, é aceito pela legislação 
comercial e pela legislação fiscal. 
 
Segundo Leone “o critério do custo por absorção é aquele que inclui todos os custos 
indiretos de fabricação de um certo período nos custos de suas diferentes atividades industriais, 
sejam produtos, processos ou serviços. 
 
O critério para tanto precisa recorrer a uma série de rateios por causa dos custos 
comuns, de difícil identificação ou não relevantes. 
 
 A finalidade principal do critério é ter o custo total (direto e indireto) de cada objeto de 
custeio. Este custo total se destina, entre outros fins, a determinar a rentabilidade de cada 
atividade, a avaliar os elementos que compõem o patrimônio e a compor uma informação 
significativa no auxílio à decisão de estabelecer os preços de venda dos produtos ou dos 
serviços”. 
 
Conforme Vieira “no método de custeio por absorção os produtos fabricados pela 
empresa serão apurados prevendo-se, em princípio, a apropriação de todos os custos de 
produtos registrados no período, quer sejam de comportamento fixo ou variável”. 
 
Neste método os custos dos setores auxiliares ou de suporte, normalmente 
representativos de custos fixos, serão objetos de rateio, para determinação do custo global dos 
produtos fabricados. Neste caso, destacam-se mais especificamente os valores de custo das 
áreas de gerência industrial, engenharia industrial, supervisão, planejamento e controle de 
produção, transportes internos e outros. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 18 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Segundo Wernke , este é o método mais tradicional de custeio e é empregado quando se 
deseja atribuir um valor de custos ao produto, atribuindo-lhe também uma parte dos custos 
indiretos. 
 
Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos, de forma direta 
ou indireta mediante critérios de rateio. 
Custeio por absorção é o método de custeio do estoque no qual todos os custos de 
fabricação, variáveis e fixos, são considerados custos inventariáveis, isto é, o estoque 
“absorve” todos os custos de fabricação (HORNGREN e FOSTER). 
 
Entre as vantagens do custeio por absorção destacam-se: 
a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema 
de custos integrado à Contabilidade; 
Conceito Fiscal: Dec. lei 1598/77 - art. 13, a,b,c,d,e. 
Define o custo de produção a ser considerado pelas empresas industriais; 
A legislação deixa clara a sua opção pelo sistema de custeio integral ou absorção, na 
medida em que, relaciona como integrantes dos produtos, além dos custos diretos também 
os indiretos. 
 
b) Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a 
organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos 
departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de 
cada área; 
 
c) Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada 
produto. 
 
Por ser permitido pela legislação brasileira, este método é o mais utilizado para fins 
contábeis. 
 
Em termos gerenciais, porém, costuma receber várias críticas.. sendo que a principal 
desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização de rateios para distribuir os custos 
entre os departamentos e/ou produtos.Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, 
penalizando alguns produtos e beneficiando outros. 
 
Segundo Santos, o método de custeamento por absorção é falho em muitas 
circunstâncias, como instrumento gerencial de tomada de decisão, porque tem como premissa 
básica os “rateios” dos chamados custos fixos, que, apesar de aparentarem lógicos, poderão 
levar a alocações arbitrárias e até enganosas. 
 
Características do Sistema de Custeio por Absorção 
 
Este método de custeio possui as seguintes características, conforme Leone: 
a) Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e indiretos; 
 
b) Em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e 
produtivos); 
 
c) Em segundo lugar alocamos os centros de custos para os produtos; 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 19 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
d) Os CIF acabam transferindo-se, contabilmente, para a conta de estoques de produtos 
acabados; 
 
é) É útil nas empresas que têm processo de produção pouco flexível e poucos produtos; 
 
f) Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. 
 
 
Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção 
 
As principais vantagens segundo Leone são: 
 
a) Considera o total dos custos por produto; 
 
b) Formação de custos para estoques; 
 
c) Permite a apuração dos custos por centros de custos. 
 
As principais desvantagens segundo o mesmo autor são: 
 
a) Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos; 
 
b) Não evidencia a capacidade ociosa da entidade; 
 
c) Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos. 
 
Conforme Wernke a fixação de preços com base nas informações prestadas pelo custeio 
por absorção, poderá apresentar os seguintes problemas básicos: 
 
 
� Fixação de preços com base em custos globais, considerados, aqueles de caráter fixo 
que, por sua vez, sofrem variações em termos de sua expressão unitária, dependendo do 
volume de produção no período contábil objeto de apuração; 
 
� Fixação de preços sem um conhecimento real da margem de contribuição mais efetiva 
de cada produto vendido; 
 
� Fixação de preços de forma menos eficiente, em termos de identificação do mix mais 
adequado de produção e vendas, para fins de otimização do resultado global; 
 
� Controle de custos fixos em nível de produto específico, através da utilização de 
critérios de rateio, sem maior expressão para fins de controle gerencial; 
 
� Aplicação de conceitos de custo médio ponderado de materiais e produtos distorcendo 
uma apuração mais precisa de custos e resultados, quando registrados altos índices de 
inflação. 
 
De acordo com o que foi relatado, nota-se que este método, apesar de ser bastante usado 
possui algumas deficiências para fins gerenciais, em função disso existe à necessidade de ser 
cuidadosamente analisado para que não gere informações distorcidas ou irreais. 
 
Como pudemos observar o Sistema de Custeio por Absorção considera na apuração do 
Custo dos Produtos Vendidos – CPV todos os Custos de produção – Diretos e Indiretos, exceto 
as Despesas. 
 
Assim sendo, os Custos serão absorvidos à medida que os mesmos vão sendo 
identificados com a produção. 
 
Na apuração do Custeio por Absorção, devem ser observadas as seguintes etapas: 
 
a) Separação entre Custos e Despesas; 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 20 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
b) Identificação dos Custos Diretos e Indiretos; 
 
c) Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação; 
 
d) Levantamento dos Custos de Produção; 
 
e) Apuração do Custo dos Produtos Vendidos – CPV; 
 
f) Apuração do Resultado. 
CRITÉRIO DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS 
 
Mais do que fazer uma enumeração de quais são os critérios para rateio dos Custos 
Indiretos de Fabricação, vamos discutir como devem ser analisados os diversos fatores a se 
considerar na escolha dessas bases de alocação ou rateio desses custos. 
 
 De acordo com o que estudamos sobre o Custeio por Absorção, vamos exemplificar a 
utilização do rateio dos custos para apuração do CPV e custo unitário do produto. 
 
Exemplo: 
 Uma empresa industrial apresenta, no seu processo produtivo, os seguintes gastos para a 
fabricação de 5.000 unidades do seu produto. 
 
Aquisição de Matéria-Prima $ 6.700 
Mão-de-Obra Direta – MOD $ 2.340 
Salário do pessoal do escritório $ 5.600 
Aluguel da Fábrica $ 1.000 
Energia consumida na produção $ 600 
Depreciação de Equipamentos $ 340 
Depreciação de Móveis do Escritório $ 100 
Despesas c/publicidades $ 800 
Mão-de-Obra Indireta – MOI $ 6.500 
Salário do supervisor de produção $ 1.300 
Materiais Indiretos $ 2.300 
Seguros da fábrica $ 180 
Seguros do escritório $ 50 
Pró-Labore da diretoria $ 2.600 
Manutenção da fábrica $ 560 
Pintura do Prédio da administração $ 230 
Obs.: Da Matéria-Prima adquirida só foram usadas na produção o equivalente a 65%; 
 Foram vendidas 3.800 unidades. 
 
Pede-se: 
1) Calcular o Custo dos Produtos Vendidos – CPV do período; 
2) Calcular o Custo Unitário de Produção. 
 
1ª Etapa: Separar Custos de Despesas. 
Custo Direto: 
Matéria-Prima (65% de $ 6.700) $ 
Mão-de-Obra Direta $ 
Total $ 
 
Custo Indireto: 
Aluguel da Fábrica $ 
Energia consumida $ 
Depreciação de Equipamentos $ 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 21 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Mão-de-Obra Indireta – MOI $ 
Salário do supervisor de produção $ 
Materiais Indiretos $ 
Seguros da fábrica $ 
Manutenção da fábrica $ 
Total $ 
2ª Etapa: Apurar o Custo de Produção. 
 Considerando-se que não existiam Estoques anteriores, teremos o seguinte cálculo do 
Custo de Produção: 
Custo de Produção = Custo Direto + CIF* 
 
Custo de Produção = _________________________________ 
 
Custo Unitário de Produção = Custo de Produção . 
 Quantidade Produzida 
 
Logo, teremos: 
 
Custo Unitário de Produção = 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 Cada unidade produzida tem um custo unitário de produção igual a $ 3,90, note que não 
foi usado em momento algum o valor correspondente às Despesas. 
 
 
3ª Etapa: Apuração do Custo dos Produtos Vendidos. 
Custo dos Produtos Vendidos - CPV = Unidades Vendidas X Custo Unitário de Produção 
 
Custo dos Produtos Vendidos - CPV = ________________________________________ 
Custo dos Produtos Vendidos - CPV = ________________________________________ 
 
 
ANALISE DOS CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS 
 
Custos Comuns 
 
Todos os Custos Indiretos, só podem ser apropriados, por sua própria definição, de 
forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de 
comportamento de custos, etc. 
 
Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo 
subjetivismo; portanto a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes 
ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não 
haver alternativas melhores. 
Exemplo: 
Empresa aluga um prédio para instalartodo seu complexo, tanto administrativo quanto 
operacional ou produtivo, devendo ela separar a parte que cabe a produção (custo) e aos 
setores administrativos e de vendas (despesas), devendo ser utilizado o critério de rateio pela 
área ou volume (m²) para se obter um número considerado mais justo para cada parte. 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 22 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
Rateio dos Custos dos Departamentos 
 
Os Custos Comuns a vários departamentos são rateados ou alocados em função de sua 
natureza (pelo menos os mais importantes), como o próprio aluguel, a depreciação dos 
edifícios, a energia consumida, o seguro apropriado, etc. 
 Depois que os Custos Indiretos já estiverem totalmente atribuídos aos Departamentos e 
precisarmos ratear os existentes nos de Serviços, já não poderemos normalmente atribuir Custo 
por Custo. 
 
Não seria muito praticável pegarmos os vários itens que compõem o Custo Indireto total 
do Almoxarifado, seja: supervisão, materiais indiretos, depreciações, seguros, etc. e 
começarmos a ratear um por um. 
 
Quando atribuímos Custos de um Departamento para outro ou outros, baseamos em 
algum critério e fazemos a alocação a partir do bolo todo, para esse rateio, é necessário 
verificar então quais são as bases mais adequadas. 
 
O mesmo vai acontecer com a apropriação dos Custos dos Departamentos de Produção 
para os produtos. 
 
 Através de alguns exemplos, vamos demonstrar a utilização do custeio por absorção 
para alocação dos custos totais na composição do custo de produção de um ou vários produtos. 
 
 Para aplicação dos exemplos, simular algumas despesas administrativas e custos de 
produção utilizados no processo produtivo e ou administrativos. 
 
Inicialmente a contabilidade geral ou financeira fará o registro inicial de todas as 
despesas operacionais e dos custos/gastos de produção em contas transitórias, em seguida a 
contabilidade de custos fará o registro contábil destes gastos/custos aos respectivos produtos 
ou departamentos e dos departamentos aos respectivos produtos. 
 
 Resumidamente: atribuímos custos aos Departamentos de Produção ou Produtivos e aos 
de Serviços ou Auxiliares e destes aos produtos. 
 
Exemplo: 
Uma determinada empresa produz em suas dependências os seguintes produtos M e N e 
como foi registrado um Custo Indireto total de $ 5.400 em um determinado departamento de 
produção da empresa, a mesma necessita distribuí-los a dois produtos, para tanto utilizará 
algumas bases para alocação dos mesmos aos respectivos produtos. 
 
 De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados 
foram coletados e de acordo com esses dados, vamos estabelecer o rateio ou alocação dos 
Custos Indiretos de Fabricação, conforme os critérios a seguir: 
 
As seguintes informações foram coletadas: 
Custos M N Total 
Matéria Prima Aplicada $ 5.000 7.000 12.000 
Mão-de-obra Direta Aplicada $ 1.000 1.000 2.000 
(=) Custos Diretos Totais $ 6.000 8.000 14.000 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 23 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Custos Indiretos a Ratear $ ? ? 
 5.400 
Total $ ? ? 19.400 
Horas-máquina utilizadas Hm 140 100 240 
 
� Vamos estabelecer, no primeiro momento, o rateio dos Custos Indiretos com base em horas-
máquina: uma primeira alternativa seria a apropriação com base nesse critério, que nos levaria 
então a apropriar os $. 5.400. 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
 
� Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos é com base na Mão-de-obra 
Direta: na ausência da informação de número de horas de Mão-de-obra Direta, usamos o valor 
em reais (poderia existir diferença caso o custo médio por hora fosse diferente quanto ao 
pessoal usado para fazer um produto e outro). 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
 
� Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos seria com base na Matéria-
prima Aplicada: também na ausência de quantidade física de matéria-prima usada (poderiam 
ser materiais diferentes e de diferentes preços), fazemos uso dos valores em reais. 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
 
� Outra alternativa para estabelecer o rateio dos Custos Indiretos seria com base no Custo 
Direto Total (Custo Primário, no caso): 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 24 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________Com a adoção dos critérios de Rateio dos Custos Indiretos, percebemos que o produto 
M poderia variar de um Custo Total de $.8.250 até $.9.150 e o N de $.10.250 até $.11.150. 
 
 Evidentemente, quando carregamos mais custos em um produto por um critério, 
apropriamos menos nos demais produtos, já que o total é o mesmo. 
Com isto, percebemos que para a alocação dos Custos Indiretos de Fabricação é 
necessário proceder a uma análise de seus componentes e verificação de quais critérios melhor 
relaciona esses Custos com os produtos. 
 
Percebemos também como é necessário que o responsável pela decisão sobre a forma de 
apropriação de Custos (Contador de Custos, Controller, Diretor Financeiro, etc.) conheça 
detalhadamente o sistema de produção. 
 
O desconhecimento da tecnologia de produção pode provocar aparecimento de 
impropriedades de vulto na apuração dos Custos. 
 
Para fixação do rateio dos Custos Indiretos de Fabricação – CIF aos respectivos 
produtos ou departamentos, vamos exercitar com alguns exercícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 25 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
 
Exercícios para fixação do rateio dos Custos Indiretos de Fabricação aos produtos: 
Primeiro: 
A Cia Pereira produz em suas dependências industriais, em um único departamento, 
botões com quatro e dois furos e necessitando estabelecer um critério mais adequado para a 
distribuição ou alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos 
produtos, pois a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou 
um especialista como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a 
realidade de distribuição desses custos aos respectivos produtos. 
 
 De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados 
foram coletados: 
Custos Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 450.000 225.000 675.000 
Matéria-prima consumida $ 200.000 320.000 520.000 
(=) Custos Diretos de Fabricação $ 650.000 545.000 1.195.000 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ ? ? 1.800.000 
Total ? ? 2.995.000 
Tempo Total de Fabricação Hh 8.000 5.000 13.000 
Pede-se: 
 De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de 
Fabricação, conforme os critérios a seguir: 
 
Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) 
Itens Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total 
 
 
 
2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida 
Itens Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total 
 
 
 
3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos de Fabricação 
Itens Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 26 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total 
 
 
 
4) Tomando como base para rateio: Tempo de Fabricação (Hh) 
Itens Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total 
 
 
 
5) Tomando como base para rateio: MOD + Tempo de Fabricação (Hh) 
Itens Botões 4 
furos 
Botões 2 
furos 
Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 27 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
Segundo: 
A Cia Pereira produz em suas dependências industriais, em um único departamento, mesas e 
estantes e necessitando estabelecer um critério mais adequado para a distribuição ou 
alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos produtos, pois 
a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou um especialista 
como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a realidade de 
distribuição desses custos aos respectivos produtos. 
 
 De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes dados 
foram coletados: 
Custos Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 417.500 213.500 631.000 
Matéria-prima consumida $ 355.000 184.000 539.000 
(=) Custos Diretos de Fabricação $ 772.500 397.500 1.170.000 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ ? ? 630.000 
Total $ ? ? 1.800.000 
Horas-máquinas utilizadas Hm 1.200 700 1.900 
 
Pede-se: 
 De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de 
Fabricação, conforme os critérios a seguir: 
 
1)Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos de Fabricação: 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 28 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Total $ 
 
 
 
 
4) Tomando como base para rateio: Horas-máquinas Utilizadas(Hm) 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
5) Tomando como base para rateio: MOD + Horas-máquinas Utilizadas(Hm) 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
6) Tomando como base para rateio: Matéria-prima + Horas-máquinas (hm) Utilizadas 
Itens Mesas Estantes Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 29 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
 
Terceiro: 
A Cia Batista produz em suas dependências industriais, em um único departamento, 
cadeados e fechaduras e necessitando estabelecer um critério mais adequado dedistribuição ou 
alocação/absorção dos seus custos indiretos de fabricação – CIF aos respectivos produtos, pois 
a mesma não possui uma estrutura industrial totalmente organizada, contratou um especialista 
como consultor para levantar e estabelecer um critério que melhor espelhe a realidade de 
distribuição desses custos aos respectivos produtos. 
 
 De acordo com alguns controles internos implantados pela empresa, os seguintes 
dados foram coletados: 
 
Mão-de-obra direta (MOD): Cadeados $. 387.500 e Fechaduras $.485.800; 
Matéria-prima Consumida: Cadeados $. 317.400 e Fechaduras $ 435.100; 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF): $. 733.500; 
Horas-maquinas Utilizadas (Hm): Cadeados 1.120 e Fechaduras 1.280; 
Espaço Físico Ocupado: Cadeados 420 m² e Fechaduras 580 m²; 
Energia Medida Consumida: Cadeados 943 Kwh e Fechaduras 877 Kwh; 
Horas-homens Trabalhadas: Cadeados 645 e Fechaduras 784. 
 
Custos Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
Horas-máquinas utilizadas Hm 
Espaço físico ocupado M2 
Energia Medida consumida Kw 
Horas-homens trabalhadas Hh 
 
 Pede-se: 
 De acordo com os dados acima, estabelecer o rateio ou alocação dos Custos Indiretos de 
Fabricação, conforme os critérios a seguir: 
 
1) Tomando como base para rateio: Mão-de-obra Direta (MOD) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
2) Tomando como base para rateio: Matéria-prima consumida 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 30 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Total $ 
 
 
 
 
 
3) Tomando como base para rateio: Custos Diretos (MOD + MP.) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
 
4) Tomando como base para rateio: Horas-máquinas Utilizadas (Hm) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
 
5) Tomando como base para rateio: Espaço Físico Ocupado (M2) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
 
Total $ 
 
 
 
 
 
6) Tomando como base para rateio: Energia Medida Consumida (Kw) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
Total $ 
 
 
 
 
 
7) Tomando como base para rateio: Horas-homens Trabalhadas (Hh) 
Itens Cadeados Fechaduras Total 
Mão-de-obra Direta (MOD) $ 
Matéria-prima consumida $ 
Custos Indiretos de Fabricação (CIF) $ 
Total $ 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 31 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
 
 
 
 
CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS AOS PRODUTOS 
 
A contabilização pode ser variada, existe desde os critérios mais simples até os mais 
complexos, depende da necessidade ou o critério adotado por cada profissional contábil em 
cada empresa. 
 
Após entendermos o processo de rateio dos Custos Indiretos de Fabricação aos 
respectivos produtos, vamos agora entender como proceder com a contabilização desses custos 
aos respectivos produtos, em seguida aos departamentos e dos departamentos aos respectivos 
produtos. 
 
 Como estamos tratando do Custeio por Absorção, para o rateio e alocação dos custos de 
produção aos respectivos produtos ou departamentos, com algumas despesas/custos utilizados 
no processo produtivo ou administrativo de uma empresa e consequentemente sua 
contabilização, que primeiramente são registrados pela Contabilidade Geral ou Financeira, em 
seguida a Contabilidade de Custos fara a contabilização desses custos aos respectivos 
produtos. 
 
 
 
Vejamos como fica o registro pelo critério simplificado: 
 
Uma determinada empresa fabrica em suas dependências industriais, os produtos A, B e 
C, necessitando conhecer os custos dos produtos fabricados em um determinado período, para 
poder definir os valores de venda desses produtos, para tanto contratou uma consultoria para 
que apurasse esses custos. 
 
As seguintes informações foram colhidas em alguns setores responsáveis pelo controle 
de alguns itens na empresas, sendo os seguintes: 
 
01-Pagamento de comissões a vendedores no valor de $. 80.000; 
02-Pagamento de Mão-de-obra no valor de $. 120.000; 
03-Materia-prima consumida na fábrica no valor de $. 350.000; 
04-Pagamento de salários da administração no valor de $. 90.000; 
05-Depreciação da fábrica no período no valor de $. 60.000; 
06-Parcela realizada do seguro realizado da fábrica no valor de $. 10.000; 
07-Juros passivos pagos no período no valor de $. 50.000; 
08- Pagamento de retirada da diretoria no valor de $ 40.000; 
09-Aquisição de materiais diversos cons. na fábrica no valor de $. 15.000; 
10-Pagamento de energia elétrica consumida na fábrica no valor de $. 85.000; 
11-Pagamento de despesas com manutenção da fábrica no valor de $. 70.000; 
12-Pagamento de despesas de frete sobre vendas no valor de $. 45.000; 
13-Pagamento de correios, telefone no valor de $. 5.000; 
14-Pagamento de material consumido na administração no valor de $. 5.000. 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 32 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
O primeiro passo será a identificação dos Custos de Produção e das Despesas, pois o que 
interessa para a apropriação dos valores aos respectivos produtos são os custos que comporão 
os produtos fabricados. 
 
 
 
 
 
Identificação dos Custos de Produção e Despesas: 
Comissões de Vendedores 80.000 
Mão-de-Obra 120.0000 
Matéria-prima Consumida 350.000 
Salários da Administração 90.000 
Depreciação na Fábrica 60.000 
Seguros da Fábrica 10.000 
Juros Passivos 50.000 
Honorários da Diretoria 40.000 
Materiais Diversos da Fábrica 15.000 
Energia Elétrica da Fabrica 85.000 
Manutenção da Fábrica 70.000 
Despesas com Frete 45.000 
Correios, Telefone 5.000 
Materiais Diversos 5.000 
Total de gastos do período 1.025.000 
 
 
 
O segundo passo a ser executado, será a separação dos Custos de Produção e das Despesas. 
 
Custos de Produção 
 
 
 
 
 
 
 
Total 
 
Despesas Administrativas 
 
 
 
 
Total 
 
Despesas de Venda 
 
 
Total 
 
 CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS Pág. 33 
 
Prof. Lourival Batista Pereira – pereiralb@bol.com.br - Material didático 
Despesas Financeiras 
 
 
 
As despesas que totalizam o montante de $ 315.000 por não incorporarem ao custo de 
produção são descarregadas diretamente no Resultado do período, não sendo alocadas ou 
rateadas aos respectivos produtos. 
 
O terceiro passo será o registro contábil de todos os fatos

Outros materiais