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* GEOTERMOMETRIA, GEOBAROMETRIA, INCLUSÕES FLUIDAS, ALTERAÇÕES DAS ROCHAS ENCAIXANTES E ISÓTOPOS ESTÁVEIS Introdução: O minério é depositado em variadas condições de temperatura e pressão, indo de ambientes crustais profundos, depósitos magmáticos, passando pelos hidrotermais, metamórficos, aos depósitos formados em superficie ou próximos dela (placeres, alterações residuais, quimicos, etc) * Como saber isso? Termômetros geológicos – minerais que dão informação sobre a temperatura de formação dos depósitos minerais ou das rochas hospedeiras; Barômetros geológicos – minerais que indicam as condições de pressão. O conhecimento das condições de T e P do minério e/ou das rochas hospedeiras é fundamental para o entendimento da gênese do minério, consequentemente, para a formulação de programas de exploração * Alguns métodos termométricos Medidas diretas – envolvem medidas de temperaturas de lavas, fumarolas ou outras fontes hidrotermais; Ponto de fusão – Indica a T máxima que o minério pode cristalizar a partir do líquido magmático ou fluido hidrotermal. Pode-se então determinar a temperatura de cristalização ou a ordem de cristalização; Ex. Bismuto 271oC Pontos de Inversão- O conhecimento da temperatura de inversão é dado pelo estudo dos polimorfos que representam substâncias de mesma composição química e diferentes formas cristalográficas. Ex. O quartzo Beta inverte-se para quartzo Alfa com a queda da Temperatura em 575oC. Pode-se determinar se o quartzo cristalizou originalmente como β-quartzo por ataque com ácido fluorídrico e assim saber se ele foi depositado acima ou abaixo de 573oC. Calcocita (Cu2S) ortorrômbica (baixa temperatura) inverte-se a 105oC para calcocita hexagonal e esta para digenita (420oC) (Cu9S5); Argentita (isométrica) (Ag2S) alta temperatura inverte-se para acantita (ortorrômbica-baixa temperatura) em 175oC. Exsolução – Resulta na formação de minerais oriunda de exsolução de solução sólida, tão a solução sólida esfria. Ex. Calcopirita –bornita 500oC; Calcopirita –cubanita 450oC Bornita –Calcocita 175 a 225oC Pirrotita-Pentlandita 425-450oC. * * * Alguns métodos termométricos (cont) Fácies tipomórficas – a forma do cristal varia com a temperatura de formação. Ex. Cassiterita relacionada a granitos apresenta-se em cristais pequenos e achatados; Quando relacionada a rochas vulcânicas ocorre sob forma de agulhas compridas e na zona de oxidação, como estanho-madeira. Pirita octaédrica indica alta T, e pirita com sua forma cúbica indica mais baixa T. * Alteração Hidrotermal Conceito: Diz respeito às mudanças mineralógicas, químicas e texturais da rocha hospedeira induzidas pela percolação de soluções aquosas quentes enriquecidas em cloretos (Na, K) e ions como SO4, HS, H2SO4, H2S, responsáveis pela formação de muitos tipos de depósitos minerais sob forma de veios, stockworks, vulcano-exalativos, entre outros. Isso gera modificações metassomaticas quimicas resultados do desequilíbrio quimico entre a rocha encaixante e os fluidos hidrotermais, reponsáveis pela modificação textural e composicional da rocha hospedeira. Em Alta T - Realiza-se em condições subsolidus magmática pela ação e infiltração de fluidos supercríticos na massa rochosa ou de fluidos associados ao estágio tardio de cristalização magmática. Entre as reações subsolidus tem-se: A- troca de bases nos feldspatos (Na por K ou K por Na); B-mudanças no estado estrutural do feldspato; C-albitização D-microclinização Em Menor Temperatura e P , sob ação de exsolução de gases e fase aquosas enriquecidas em cloretos (Na, K) e ions como SO4, HS, H2SO4, H2S, tem-se cloritiza~cão, epidotização Localiza-se ao longo de veios ou em volta de corpos irregulares de origem hidrotermal. * O Mapeamento das assembléias de alteração hidrotermal é portanto muito importante para a identificação dos condutos hidrotermais bem como de depósitos minerais soterrados. A rocha hospedeira do depósito apresenta variado grau de alteração hidrotermal, cuja intensidade diminui à medida que se afasta da zona de descarga e, portanto, do corpo mineralizado * Principais feições das alterações hidrotermais São caracterizadas por mudanças na Cor, Textura, composição mineralógica e química ou qualquer combinação destas. Podem estar associadas a dois tipos de estruturas: 1- canalisada – de extensão localizada, geralmente discordante, controlada por falhas e/ou fraturas 2-pervasiva – de extensão regional, discordante ou concordante, associada a permeabilidade da rocha hocha hospedeira. Ou combinação das duas. * Alteração hidrotermal envolve mudanças Cor, Textura, composição mineralógica e química ou qualquer combinação destas. * Reproduzida de Xavier * Algumas feições caracteristicas de hidrotermalismo Veios Hidrotermais (textura dos veios reflete a natureza e origem do veio que representam as expressões fósseis da descarga de fluidos ao longo de estruturas ou microestruturas canalisadas ) * * Estilos e tipos de alteração hidrotermal: dependem de vários fatores, entre os quais: (1) A natureza das rochas encaixantes; (2) Composição dos fluidos; (3) Concentração, atividade e potencial quimico dos componentes, tais como: H+, CO2, O2, K+, Cl, H2S andSO2. Obs. O estilo diz respeito à intensidade e a forma da alteração que pode ser: pervasiva (penetrativa) –substituição da maioria dos minerais originais da rochas e não pervasiva ou canalizada- fenômenos de alterações localizados O Tipo de Alteração- diz respeito aos minerais neoformados dominantes. * Nomenclatura das alterações hidrotermais Propilica- Marcada pela presença de epidoto, clorita, albita, carbonato (calcita, dolomita ou ankerita), com modificação importante dos cations Na, Ca e K, etc. H2O, CO2 e S podem ser acrescidos a rocha. Em função do domínio dos minerais propílicos tem-se adotados algumas subdivisões, tais como: cloritização, albitização, epidotização e carbonatação.; pH Neutro a Alcalino; T- Argílica intermediária –Alteração argilosa contendo kaolinita e os minerais do grupo da montmorilonita oriundas de alteração do plagioclásio; pH -4-5; T<200-250C Argílica avançada –Alteração argilosa enriquecida em dickita, caulinita (ambas Al2Si2O5 (OH)4, pirofilita (Al2Si4O10 (OH)2 e quartzo. Sericita é usualmente presente.pH-<4 Sericítica- É comum em rochas encaixantes ricas em Alumínio, tais como: ardósias, granitos. contendo sericita (muscovita) e quartzo. Pirita pode estar presente. pH= 4-6;T-200-250C Potassica- Feldspato K e/ou biotita são os minerais essencias deste tipo de alteração. Minerais argilosos são ausentes, mas clorita pode estar presente. pH=Neutro a alcalino Silicificação- Dada pelo aumento na proporção de quartzo ou sílica criptocristalina nas rochas alteradas. A silicificação de rochas carbonáticas induzidas por intrusões graníticas gera escarnitos. Greisenização- corresponde a uma transformação pós-magmática que ocorre a T entre 200 e 450°C e de 0,5 a 2,5 kbar, sob influência de soluções residuais ácidas a ultra-ácidas ricas em sílica e voláteis, associados a intrusões graníticas rasas, originando os greisens. Os greisens são rochas metassomatizadas constituídas de quartzo-micas, frequentemente com topázio, fluorita, turmalina, feldspato e minerais metálicos, formados a partir de granitos ou outras rochas pela ação de soluções hidrotermais-pneumatolíticas com elevado teor de F, Cl, e H2O. Essas mudanças são acompanhadas de ganhos e/ou perdas de elementos, de massas durante alteração hidrotermal. * * * PRINCIPAIS FLUIDOS NA LITOSFERA * Principais ambientes de formação * Alterações hidrotermais em depósitos tipo IOCG (Iron Oxide-Copper-Gold) * * * Alterações Hidrotermais - (Que tipos Rochas ? –Albitização-Hematitização e propilitização) * Depósito Pórfiro * * Depósito de Cu-Mo pórfiro (alteração potássica e propilítica) * Alteração fílica, greisenização e argilitização em depósitos estaníferos * Alteração supergênica Está diretamente ligada com as alterações provocadas em níveis superficiais por ação das águas meteóricas e subterrâneas em depósitos sulfetados. Em geral, os sulfetos produzidos na zona supergênica, zona imediatamente abaixo do lençol freático, estão associados às reações de troca iônicas entre soluções sulfatadas e os sulfetos hipogênicos, conforme as reações: 1- FeS2 + 7.5O2 +8H2O + CO2 2Fe(OH)3 + 4H2SO4 + H2CO3 ácido sulfúrico 2- CuFeS2 + 8.5O2 + 6H2O + CO2 2Fe(OH)3 + CuSO4 + 2H2SO4 + H2CO3 MS + RSO4 RS + MSO4 5FeS2 + 14CuSO4 + 12H2O 7Cu2S + 5FeSO4 + 12H2SO4 5CuFeS2 + 11CuSO4 + 8H2O 8Cu2S + 5FeSO4 + 8H2SO4 CuFeS2 + CuSO4 2CuS + FeSO4 Os principais depósitos formados por estes processos correspondem aos depósitos do tipo GOSSANS ou Chapéu de Ferro. * * * * * Inclusions fluidas Conceito: fluidos que foram retidos e/ou aprisionados em irregularidades durante o crescimento ou formação dos cristais ou introduzidos ao longo de microfraturas e clivagens após a cristalização dos minerais hospedeiros. Seu tamanho varia de 1µ a alguns milímetros. Seu estudo permite: 1- indicar a T de formação ou deposição dos minerais; 2- densidade; 3-salinidade; 4-composição da solução que formou o minério; 5- História de formação e gênese do minério * * * * C * Principais Minerais Hospedeiros das Inclusões * * * Inclusões fluidas em topázios * Tipos de inclusões fluidas (três tipos) Primárias –formadas ao mesmo tempo que o cristal hospedeiro. Ocorrem isoladas ou em pequenos grupos e podem definir zonas de crescimento. Secundárias- formadas após o cristal hospedeiro, geralmente associadas a episódios de deformação e/ou metamorfismo. Elas cruzam zonas de crescimento do cristal ou mesmo seus limites Pseudo-secundárias-formadas em fraturas dentro de um simples cristal, entre os episódios de crescimento do cristal * * * * * Composição das inclusões fluidas - Contém uma ou mais fases: L = liquido (e.g. H2O, hidrocarbonetos) V = vapor (e.g. H2O, CO2, CH4) S = solido (e.g. NaCl, KCl, carbonatos, sulfetos) * Inclusões fluidas em dolomitos * Dol A Dol B Liquido Vapor * Classificação das Inclusões fluidas primárias As inclusões fluidas normalmente ocorrem em combinação, tais como L + V, L + V + S, V1 + V2, L1 + L2 etc * As inclusões primárias subdividem-se em: Tipo I-Inclusão monofásica –Fase líquida (L) Tipo II – Inclusão bifásica de moderada salinidade, consistindo de água e pequenas bolhas de vapor d`água que representam cerca de 10 a 40% das inclusões (L+V). Salinidade varia de 0 a 23wt% de NaCl; Tipo III – Inclusões, geralmente com mais de 60% de vapor d`água (V+L). CO2 pode estar presente; Tipo IV-Inclusão monofásica rica em vapor (V)-preenchida por fase vapor de baixa densidade (mistura de H2O, CO2 eCH4) Tipo V-Inclusões polifásicas, contendo fases S+L+V. Ricas em sais (halita). Salinidade pode ir mais de 50 wt% de NaCl. Contém cristais de halita cúbico bem formado, bem como silvita e anidrita. Tipo VI – Inclusões de líquidos imiscíveis: um rico em CO2 e outro em H2O. Gradam para inclusões do tipo II, sobretudo em depósitos tipo Cu-Pórfiro. * * Microtermometria Objetiva identificar a temperatura de homogeneização total da inclusão aquosa (bifásica a T ambiente) pelo desaparecimento da fase vapor durante seu aquecimento no laboratório. A temperatura que essa mudança de fase ocorre = Temperatura de homogeneização total (Tht) * Microtermometria * * * * * Modificações subsequentes à formação das inclusões Recristalização-mudanças na dimensão, forma e separação de uma inclusão em várias inclusões heterogêneas Fugas-perda ou acréscimo de liquidos à inclusão. Mais comum são as perdas relacionadas a fraturamentos recentes * Inclusões Secundárias * * Isótopos estáveis Conceito:atomo de um elemento tendo o mesmo número de prótons e diferente número de neutrons ou de massa Utilização – são usados para obter informações sobre: 1- temperatura da mineralização 2-fontes dos constituintes da mineralização 3-processos físico-químicos por ocasião da mineralização (aqueles que produzem fracionamentos isotópicos como óxido-redução) * Principais Isótopos Estáveis Carbono 12C 6protons 6neutrons 13C 6protons 7neutrons 14C 6protons 8neutrons Oxigênio 16O 8protons 8neutrons 17O 8protons 9neutrons 18O 8protons 10neutrons * * * * * Diagrama δD vs δ 18Osmow para diferentes tipos de fluidos aquosos, em que estão distribuídos os valores encontrados nas rochas e ocorrências de óxido de ferro da Bacia de Jaibaras. * Isótopos em de S em depósitos sulfetos em rochas mafica-ultramaficas * * Bibliografia recomendada Cap 7 do livro do Evans, 1997 Cap. 3 do livro do Bateman 1980 Caps 5 e 7 do livro de Guilbert e Park 1986. Cap. 1 do Livro do Biondi 2004.
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