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Psicologia da saúde (1)

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Psicologia da saúde
Everton de castro Resende RA:06114-007
Somente com a morte ressignificamos a vida?
Aprendemos durante toda a vida a pensar a morte somente na hora da morte, mas isso é correto? A morte é um processo da vida é deve ser pensando como tal.
No filme (the bucket list) termo inglês que significa fazer uma lista de coisas para fazer antes de morrer. E pensando nisso, morrer é viver de acordo com aquilo que acredita.
No filme temos duas realidades totalmente opostas, de um lado temos um homem rico excêntrico que construiu toda sua vida objetificando as coisas (inclusive pessoas), do outro lado temos um mecânico que passou a vida toda buscando o melhor pra sua família, em comum eles tem a morte eminente.
E é diante a morte que pensamos a vida e invertemos valores, onde a vida é uma certeza e a morte é uma certeza e onde vejo justamente o contrário disso tratando a vida como uma incerteza com um medo de enfrentamento das situações que nos são expostas e evitamos a morte (pelo menos de falar sobre ela).
Há muitas crenças por de trás disso, muitas culturas influenciam como vamos lidar com essas questões, de certo é que precisamos enfrentar essas incertezas físicas e biológicas que a vida nos dispõe, e é diante da incerteza que vamos aprendendo como lidar, diante da incerteza aprendemos a ser resilientes, descobrimos forças aonde não tínhamos e talvez esse seja a grande caixa de pandora que o mistério da vida nos proporciona, aprender a evoluir sem que para isso tenhamos grandes perdas no percurso.
No documentário “ the beautiful of the broken mind” onde uma moça de aproximadamente 33 anos sofreu um AVC teve que reaprender a fazer tudo na vida, inclusive a falar, nesse documentário mostra o quanto a vida e frágil, mas também como podemos superar as dificuldades. No filme Antes de Partir, vemos uma lista com alguns itens simples que o personagem interpretado pelo ator Morgan Freeman, mesmo sendo um homem simples ainda não havia realizado ou não havia dado importância suficiente e diante da doença passa a reavaliar coisas como “chorar de tanto rir”. Diante de doenças e o risco da morte, damos um novo significado a nossa vida, muitas vezes são nesses momentos que passamos a avaliar se fizemos o que queríamos, se aproveitamos o tempo que tínhamos e conquistas mais simples passam a ter uma importância maior. O modelo biomédico que hoje é estabelecido e podemos dizer que esse modelo ainda passa por outras esferas que envolvem o homem, como religião e principalmente educação onde as coisas não são tratadas com a diversidade que elas precisam, aprendemos desde muito cedo uma versão da história e a temos como verdade absoluta, porém quando chegamos na fase adulta nos deparamos com um mundo vasto de informações, de versões que antes não tínhamos ai cria-se um choque cultural muito grande de como lidar com tais questões. Acreditamos que se os núcleos (familiar, escolar...) tratassem destas questões com menos misticismo de uma forma aberta saberíamos como melhor lidar com a morte, sabendo valorizar a vida ao invés de apenas temer a morte.
Já nascemos carregando uma culpa por sermos pecadores e levamos isso para o resto da vida, nos limitando em tudo, porque tudo pode ser condenável, e receberemos punições severas. Mudar essas crenças é quase uma missão impossível, mas não cabe a nós profissionais da área de saúde fazer tal discernimento, devemos sim ter uma visão ampla da questão, ciente de todos esses significados e ainda temos que fazer uma auto-reflexão sobre o que é morrer e o que a morte significa para nós, para que possamos diante da morte termos a serenidade necessária para levar o melhor para nossos pacientes e familiares.
Porque a vida é feita de ciclos, seja ele o escolar, um namoro, um casamento, a maioria das coisas chega ao fim, e a morte é o fim do ciclo da vida.
Somente com a vida significamos a morte.

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