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PECS - Sistema de Comunicação por Troca de Figuras.

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PECS - Sistema de Comunicação por Troca 
de Figuras. 
 O sistema PECS foi desenvolvido nos Estados 
Unidos, por volta dos anos 80, por Lori Frost e por 
Andrew Bondy no Delaware Autistic Program. O 
PECS é reconhecido em todo o mundo por ajudar a 
criança com autismo a comunicar e melhorar a sua 
interação social. 
 Esse método visa ajudar a criança a perceber 
que através da comunicação ela pode conseguir muito 
mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a 
assim a comunicar-se. É um sistema de comunicação 
aumentativa que funciona com troca de cartões, este 
sistema permite-lhes desenvolver a compreensão, a 
fala, a reduzir a frustração e comportamentos ina-
propriados e desenvolver o uso da estrutura da lin-
guagem. 
 Segundo a Associação de Amigos do Autismo 
(AMA, 2005), este sistema de comunicação aumenta-
tiva é uma ajuda tanto dentro da sala de aula, como 
em casa e na comunidade. É um sistema fácil de usar 
por terapeutas, professores e pais, e não requer trei-
no altamente técnico ou equipamento de alto custo. É 
acessível à maioria das pessoas, devido ao seu baixo 
custo e facilidade de transporte, o que possibilita que 
a criança ou jovem possa levá-lo para qualquer parte 
e, assim, utilizá-lo em diferentes contextos. 
 O PECS é constituído por símbolos pictográfi-
cos que se tornam facilmente percetíveis a qualquer 
parceiro comunicativo e promove a iniciativa comuni-
cativa da criança. As crianças que utilizam o PECS são 
ensinadas a escolher uma imagem do objeto que dese-
jam e a oferecê-la ao interlocutor para que este lhe 
dê o objeto correspondente. Assim sendo, a criança 
dará início a um ato comunicativo para a obtenção de 
um resultado concreto num contexto social. Proporci-
ona, ainda, situações de aprendizagem, nas quais a 
criança inicia o pedido partindo de uma figura, persis-
tindo na comunicação até que o parceiro responda . 
 Além disso, o uso do PECS tem como outro 
objetivo estabelecer rotinas e pistas visuais para que 
a criança se organize, e saiba o que espera ela duran-
te o seu dia, favorecendo assim, na diminuição da an-
siedade e fornecendo-a uma maior segurança. As fi-
guras facilitam a percepção visual do espaço, sinali-
zando os locais para as atividades e a agenda do dia. 
Outra das vantagens serão os índices de motivação 
elevados por parte das crianças ao aderirem ao uso 
do sistema, na medida em que alcançam exatamente o 
que desejam . 
 Através dos PECS, as crianças aprendem o quão 
importante é ter uma pessoa a auxiliá-la na aprendi-
zagem e aprendem ainda a confiar nos outros . 
 A introdução de fases é feita à medida que a cri-
ança/jovem vai progredindo no seu desenvolvimento. 
Podemos assim considerar o PECS como um sistema 
flexível que pode evoluir, ajustando-se ao grau de 
necessidades comunicativas da criança/jovem que o 
utiliza. 
As seis fases do PECS: 
Fase I 
A criança aprende a comunicar sem o uso da palavra 
falada, dando a imagem ao adulto para indicar o que 
pretende. Atua com troca de uma única figura para 
itens ou atividades. O adulto nesse processo deverá 
estimular a comunicação da criança nomeando as figu-
ras. 
Fase II 
Ainda usando uma única figura, a criança aprende a 
generalizar esta nova habilidade e usá-la em lugares 
diferentes, com pessoas diferentes e usando distân-
cias variadas. Nesta fase, a criança já deverá ser ca-
paz de procurar as figuras no seu caderno de comuni-
cação, as quais se encontram organizadas por catego-
rias. O uso do caderno de comunicação é introduzido 
quando a criança já percebe que um determinado sím-
bolo corresponde ao desejado. 
Fase III 
 A criança aprende a escolher entre duas ou 
 
figuras para pedir seus itens favoritos. Ex: Escolher 
o que quer comer, entre dois brinquedos, dois livros 
etc. Nessa fase a criança entende o que é importante 
fazer a discriminação correta entre os cartões a fim 
de obter o que realmente deseja. Também aprende 
expandir seu vocabulário. 
Fase V 
Até esta fase o foco principal tem incidido sobre a 
função comunicativa “pedido” iniciado pela criança. 
Isto é, tem-se procurado ensinar a criança a comuni-
car para formular pedidos de itens que deseja. 
Fase VI 
Nessa fase a criança aprende a se expressar e co-
mentar em resposta a perguntas como: "O que você 
vê?", "O que você ouve?" e "O que é isso?". Eles 
aprendem a compor sentenças começando com "Eu 
vejo", "Eu ouço", "Eu sinto", "É um", etc. Estas fun-
ções comunicativas representam um nível de desen-
volvimento comunicativo mais complexo. O sistema 
PECS parece exigir menos competências cognitivas, 
linguísticas ou de memória, já que as figuras ou sím-
bolos que são usados no processo comunicativo refle-
tem as necessidades e /ou interesses individuais da 
criança/ jovem. 
 Progressivamente o grau de dificuldade será 
aumentado, ao ponto do sistema PECS ensinar a cri-
ança a criar enunciados simples a partir de várias 
imagens e de uma “sequência de frases”. Este siste-
ma continuará a expandir o número de imagens por 
enunciado e o número de conceitos sobre o qual a cri-
ança poderá pronunciar-se. 
 Exemplo de figuras PECS. 
 
Referências: 
AMA, Associação Mão Amiga. Associação de Pais e 
Amigos de Pessoas Autistas. 2005. 
BRITO, Maria Margarida Vilela de Almeida Guerra. A 
contribuição do PECS no desenvolvimento da comuni-
cação de uma aluna com perturbações do espectro do 
autismo. Dissertação de Mestrado em Ciências da 
Educação. Vila Real, 2014. 
TELMO, I. Formautismo: Manual de formação em au-
tismo para professores e famílias. Lisboa: APPDA-
Lisboa, Associação Portuguesa para as Perturbações 
do Desenvolvimento e Autismo. 2006. 
Ministério da Educação Secretária da Educação Es-
pecial. Saberes e Práticas da inclusão. Brasília, 2004

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