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Darleison Rodrigues, Lamba Gomes, Thales Costa Campo Elétrico Brasil 2016 Darleison Rodrigues, Lamba Gomes, Thales Costa Campo Elétrico Relatório técnico apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na dis- ciplina de Eletricidade e Magnetismo I, no Curso de Engenharia de Energias, na Univer- sidade da Integração Internacional da Luso- fonia Afro-Brasileira. Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável Engenharia de Energias Brasil 2016 Resumo Este trabalho apresenta os experimentos realizados na segunda aula prática de Eletricidade e Magnetismo I, realizado na UFC, Campus do PICI, em Fortaleza – Ceará. Nesta prática, foram realizados experimentos que permitiram a observação do comportamento do campo elétrico produzido por diferentes sistemas experimentais. Palavras-chaves: campo elétrico. potencial elétrico. linhas equipotenciais Lista de ilustrações Figura 1 – Cada ponto é expressado por setas que contem a magnitude F e orien- tação θ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Figura 2 – Dipolo Elétrico com cargas q = −q = 5 e r = 2√2 . . . . . . . . . . . 11 Figura 3 – Arranjo experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Figura 4 – Campo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Figura 5 – Campo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Figura 6 – Campo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Figura 7 – Campo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Figura 8 – Campo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Lista de símbolos ε0 Permissividade σ Densidade superficial de cargas ⊂ Subconjunto Sumário 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.1 Carga Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.2 Campo Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.2.1 Linhas de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.2.1.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.3 Campo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.5 Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 I METODOLOGIA 15 1.6 Procedimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 II RESULTADOS 19 1.7 Campos elétricos e linhas equipotenciais . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.7.1 Campo elétrico entre cargas pontuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.7.2 Campo elétrico entre barras paralelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.7.3 Campo elétrico no interior de um anel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.7.4 Campo elétrico entre uma barra e uma carga pontual . . . . . . . . . . . . 22 1.7.5 Campo Elétrico de uma Carga Pontual no interior de um Anel Carregado . 23 1.8 Questionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.9 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 9 1 Introdução 1.1 Carga Elétrica Carga elétrica é a propriedade física da matéria que causa uma força quando colocada em um campo eletromagnético. Existem dois tipos de cargas: positiva e negativa. Um objeto está negativamente carregado se esse tem excesso de elétrons, caso contrário está positivamente carregado ou neutro. O SI determina o nome da unidade para uma carga elétrica como coulomb (C). Na engenharia elétrica, é como usar ampere-hora (Ah), e, na química é como usar o valor da carga elementar (e) como unidade. Além disso, a carga elétrica pode ser definida como a célula do eletromagnetismo. Dessa forma, é coerente afirmar que todos os fenômenos eletromagnéticos são, em última instância, manifestações de interações entre cargas elétricas. A força eletroestática foi observada por Coulomb através de uma balança de torção, essa força também é conhecida como lei de Coulomb publicada em 1885, e pode ser expressada em (1.1). ~F = 14piε0 | q1 || q2 | r2 rˆ (1.1) Sendo | q1 | e | q2 | as cargas elétricas em módulo. O valor e da carga elementar é da ordem de e ≈ 1.602 176 185× 10−19 O valor de ε0, permissividade do vácuo, pode ser calculado através de ε0 = 106 36pi ≈ 8.854 187 187 × 10 −12C2 ·N−1 ·m−2 10 Capítulo 1. Introdução 1.2 Campo Vetorial No cálculo vetorial, um campo vetorial é uma atribuição de uma vetor para cada ponto em um subespaço euclidiano. Para exemplificar, um campo de vetores é uma função vetorial que associa um vetor a cada ponto P (x, y, z) do espaço xyz e pode ser expressada em (1.2), note que xyz ⊂ R3 F (x, y, z) = f(x, y, z)ˆi+ g(x, y, z)ˆj+ h(x, y, z)kˆ (1.2) Um campo vetorial no plano, por exemplo, pode ser visualizado com uma coleção de "setas"com uma dada magnitude e direção cada um ligado a um ponto no plano. Geralmente, são usados para modelar a velocidade e a direção de um fluido em movimento através do espaço, como a velocidade e direção do vento, ou a força e a direção dessa força, tal como força elétrica, magnética ou gravitacional, o campo vetorial indica como essa magnitude varia de ponto a ponto. A figura 1.2 ilustra um campo vetorial F(u, v) = √ u2 + v2, sendo ~u = −1 · (1 + cos(x2 + y))ˆi e ~v = (1 + x− y)ˆj o código fonte para a imagem pode ser encontrado em 1. Figura 1 – Cada ponto é expressado por setas que contem a magnitude F e orientação θ 1 <https://github.com/darleison/eletricidade/blob/master/imgs/campo.py> 1.2. Campo Vetorial 11 1.2.1 Linhas de campo Linhas de campo úteis para visualizar campos vetoriais, que são de outra maneira difícil de descrever. Note que, como as linhas de longitude e latitude no globo, ou linhas topográficas em um mapa topográfico, essas linhas não são linhas físicas que estão realmente presentes em determinados locais; eles são apenas ferramentas de visualização. 1.2.1.1 Propriedades a) São tangentes ao campo ~F em cada ponto; b) n o de linhas ∝ é proporcional ao | ~F |, ou seja, o número de linhas de campo que atravessa uma unidade de área perpendicular ao campo | ~F |; c) As linhas saem das cargas positivas e chegam nas cargas negativas; d) As linhas de campo nunca se cruzam; A segunda entidade mais simples do eletromagnetismo é o dipolo elétrico e que é o conjunto de duas cargas iguais e de sinais contrários. O dipolo confirma a pressuposto que as linhas de campo saem das cargas positivas e chegam em cargas negativas. A figura 1.2.1.1 mostra as linhas de campo de um dipolo, o código fonte para a imagem pode ser encontrado em 2 Figura 2 – Dipolo Elétrico com cargas q = −q = 5 e r = 2√2 2 <https://github.com/darleison/eletricidade/blob/master/imgs/dipolo.py> 12 Capítulo 1. Introdução 1.3 Campo Elétrico O campo elétrico, ~E, (em unidade de volts por metro) é um campo vetorial que pode ser definido em todo lugar, exceto no ponto das cargas (onde diverge para o infinito). É conveniente colocar uma carga de teste hipotética no ponto para se medir a intensidade do campo. Pela lei de Coulomb, essa carga de teste( ou de prova) vai realizar uma força que pode ser usado para definir o campo elétrico como segue, ~F = q0 · ~E Isso vale para cargas estacionárias, para cargas não estacionárias usa-se a equação de Lorentz. Dessa forma, explicitando o campo elétrico, e usando a notação moderna para o cálculo vetorial temos, E = F q0 Se uma coleção de N partículas de cargas estacionárias qi = q1, q2, . . ., qn no espaço em ri = r1, r2, . . . rn, na ausência o correntes, o princípio da superposição prova que o campo resultante é a soma dos campos gerados por cada partícula como ocorre na lei de Coulomb, o campo elétrico resultante de N partículas pode ser expresso em 1.3: E(r) = N∑ i=1 Ei(r) E(r) = 14piε0 N∑ i=1 qi r− ri |r− ri|3 (1.3) Esse conceito pode ser estendido para outros tipos de campos elétrico como dipolo, anel, disco entre outros. 1.4. Objetivos 13 1.4 Objetivos Obter experimentalmente linhas equipotenciais em diversas configurações de eletro- dos; Representar o campo elétrico a partir de linhas equipotenciais; 1.5 Material • Fonte de tensão 12 VAC; • Multímetro digital; • Cuba transparente; • Eletrodos metálicos com diversos formatos; • Base metálica; • Cabos (04); • Garras tipo jacaré (02); • Fios de cobre (sensores); • Água; • Folhas de papel quadriculado com indicação das posições dos eletrodos. Parte I Metodologia 1.6. Procedimentos 17 1.6 Procedimentos Montou-se o arranjo experimental mostrado na figura 1.6 do procedimento labo- ratorial (com a fonte de tensão desligada) e colocou-se a bandeja sobre a folha do papel quadriculado 1. Em seguida, foram colocados os eletrodos na bandeja, no local indicado no papel quadriculado. Figura 3 – Arranjo Experimental Fonte: Roteiro de Aulas Eletricidade I Posteriormente, conectaram-se os eletrodos à fonte de tensão, saída 12 V AC e colocou-se água na bandeja de modo a formar uma lâmina de aproximadamente 1cm de espessura. Estando o sistema citado pronto, ligou-se a fonte de tensão e conectou-se a entrada do multímetro (COM) ao terminal (sensor) fixo à base metálica. Conectou-se a outra entrada do multímetro (V) ao terminal (sensor) móvel e deslocando-se o mesmo pelos pontos do papel quadriculado, localizou-se pontos de mesmo potencial, isto é, pontos onde a diferença de potencial seja nula (Estando a ponta do terminal móvel sempre perpendicular à superfície do líquido). Escolheu-se a escala de 20 VAC no voltímetro e marcaram-se os pontos de mesmo potencial no papel quadriculado correspondente. Em seguida, formaram-se linhas equipotenciais ligando os pontos de mesmo poten- cial e a partir destas, foram traçadas as linhas de força do campo elétrico. O procedimento anterior foi repetido para as outras configurações de eletrodos mostradas nos papéis quadriculados. Repetiu-se o procedimento também com as barras paralelas, mas com um anel metálico sobre a linha tracejada como indicado no papel quadriculado correspondente. Através deste teste pôde-se observar que o anel metálico “blinda”, mesmo que parcialmente o campo elétrico. Parte II Resultados 1.7. Campos elétricos e linhas equipotenciais 21 1.7 Campos elétricos e linhas equipotenciais 1.7.1 Campo elétrico entre cargas pontuais Nesta etapa do experimento foi observada a configuração das linhas de campo do dipolo elétrico, fluindo da carga positiva, ligada ao fio azul, para a carga negativa, ligada ao fio vermelho, bem como as regiões equipotenciais, que definem superfícies esféricas de mesma potência. Ao unir os pontos de mesma potência, observaram-se campos ao redor de cada carga pontual, e ao unir esses pontos aos pontos de outras regiões de diferentes potenciais, de forma a ficarem perpendicular em relação ao ponto de origem do vetor, observou-se o fluxo do campo elétrico. Figura 4 – Campo elétrico entre cargas pontuais 1.7.2 Campo elétrico entre barras paralelas Como as cargas estavam sendo representadas pelas barras paralelas, é possível identificar a uniformidade do campo elétrico durante todo o seu percurso. As linhas de campo saem perpendicularmente de uma barra à outra. Figura 5 – Campo elétrico entre barras paralelas 22 Capítulo 1. Introdução 1.7.3 Campo elétrico no interior de um anel Neste procedimento foi analisada a configuração das linhas de campo produzidas por duas barras paralelas carregadas e um anel blindado metálico localizado entre elas. Constatamos experimentalmente a ausência de linhas de campo dentro do anel, ou seja, a região blindada evitou a presença do campo elétrico dentro do anel, pois os elétrons do anel são fixos, sua carga é neutra, impossibilitando assim a passagem do fluxo. A ausência de campo elétrico no interior do anel blindado é devido ao efeito da Gaiola de Faraday, que deixa carregado apenas a superfície próxima ao campo elétrico. Figura 6 – Campo elétrico no interior de um anel 1.7.4 Campo elétrico entre uma barra e uma carga pontual Nesta etapa foi observado que a configuração correspondente às linhas de campo da carga pontual foi se tornando uniforme a medida que o fluxo avançava no sentido da barra, ou seja, o fluxo correspondente a carga pontual foi adaptando-se ao fluxo uniforme da barra carregada. Figura 7 – Campo elétrico entre uma barra e uma carga pontual 1.7. Campos elétricos e linhas equipotenciais 23 1.7.5 Campo Elétrico de uma Carga Pontual no interior de um Anel Carregado Nesta fase uma carga pontual magnética foi colocada no centro de um disco circular metálico carregado eletricamente. Observou-se que as linhas de campo saíram da superfície do anel no sentido da carga pontual, pois o anel estava carregado positivamente, enquanto a carga pontual estava carregada negativamente. Figura 8 – Campo Elétrico de uma Carga Pontual no interior de um Anel Carregado 24 Capítulo 1. Introdução 1.8 Questionário 1. Como verificar experimentalmente se numa determinada região do espaço há um campo elétrico? Resposta: O lugar geométrico representado pelo conjunto dos vários pontos que compõem esta região deve possuir pontos cujo potencial é o mesmo, ou seja, a diferença de potencial entre estes pontos deve ser nula. Para isso deve-se usar um multímetro para medir essa diferença de potencial em diferentes pontos carregados do lugar geométrico. 2. Como verificar experimentalmente se numa determinada região do espaço há um campo gravitacional? Resposta: Para que um campo gravitacional possa existir em um determinado lugar do espaço, a energia potencial de um ponto inicial deve ser diferente da energia encontrada em outro ponto, ou seja, se um objeto carregado for exposto a esta região, o campo gravitacional deve desloca-lo de um ponto a outro, constatando a energia potencial. 3. Duas linhas de força nunca se cruzam. Por quê? Resposta: Se as linhas de força pudessem se cruzar, nos pontos de cruzamento haveria duas tangentes diferentes, uma para cada linha que se cruza. Em outras palavras, em tal ponto do espaço teríamos dois valores diferentes do campo elétrico, o que é absurdo. 4. Duas superfícies equipotenciais diferentes podem interceptar-se? Justifique. Resposta: Não, pois cada superfície equipotencial é definida por uma determinada energia potencial, cuja diferença entre pontos nesta mesma superfície é zero, ou seja, de uma superfície para outra é necessário que exista uma diferença de potencial, e caso isso ocorra, se estaria analisando superfícies diferentes. 5. Em qual das configurações desta prática foi obtido um campo elétrico aproximadamente constante? Justifique. Resposta: Na configuração correspondente a das barras paralelas, pois as linhas de campo da carga positiva para a carga negativa permanecem uniforme durante toda a região do campo. 6. É possível isolar uma pequena região do espaço das forças elétricas? Como? Resposta: Sim, basta isolar a região de onde o campo esta sendo produzido, com algum material metálico que não tenha elétrons livres para que o fluxo do campo não se propague. 1.9. Conclusão 25 1.9 Conclusão Através deste experimento pôde-se identificar a existência das linhas equipotenciais que são produzidas a partir de um dipolo elétrico formado por duas cargas pontuais, ou por barras paralelas carregadas. Identificou-setambém que o campo elétrico gerado pelas duas barras é contínuo, uniforme e perpendicular as barras e que o campo gerado por cargas pontuais é esférico, como mostra a literatura. Analisou-se também o comportamento de um campo produzido entre uma barra elétrica e uma carga pontual, onde o mesmo sai com um formato esférico da carga pontual e chega perpendicular à barra. Constatou-se que, devido ao efeito da Gaiola de Faraday, não existe campo elétrico em uma região blindada do espaço, no caso da utilização de um anel metálico. Pode-se identificar ainda que as linhas de campo de um anel circular carregado saem radialmente deste em sentido a carga pontual, ou seja, o anel estava carregado positivamente enquanto a carga pontual estava negativa. Todos os procedimentos realizados obedeceram aos princípios apresentados na literatura, tanto os testes como os objetivos de verificar a existência de vários tipos de campos elétricos, como seu comportamento devido à várias formas de corpos carregados. Folha de rosto Resumo Lista de ilustrações Lista de símbolos Sumário Introdução Introdução Carga Elétrica Campo Vetorial Linhas de campo Propriedades Campo Elétrico Objetivos Material Metodologia Procedimentos Resultados Campos elétricos e linhas equipotenciais Campo elétrico entre cargas pontuais Campo elétrico entre barras paralelas Campo elétrico no interior de um anel Campo elétrico entre uma barra e uma carga pontual Campo Elétrico de uma Carga Pontual no interior de um Anel Carregado Questionário Conclusão
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