Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Sistemas de Informação Gerenciais Aula 1 Professor Luciano Frontino de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Introdução Olá! Seja bem-vindo à primeira aula da disciplina “Sistema de Informação Gerencial”! Para introduzir os assuntos que serão trabalhados a partir daqui, tente se lembrar de uma situação na qual teve de lidar com informações relativas a alguma atividade específica em seu trabalho. A partir disso, reflita: As informações que você tinha em mãos serviram para tomar alguma decisão importante? Elas foram suficientes? Qual o nível de tecnologia que você utilizou para lidar com as informações: hardware (computadores, notebooks etc.) ou software (planilhas, relatórios, telas etc.)? É possível, nos dias de hoje, desempenhar as atividades de forma eficaz e eficiente sem o uso de tecnologia? Tais questões refletem a importância de lidar com os Sistemas de Informação nas atividades organizacionais. Por isso, deve-se identificar o papel das informações e a forma como circulam dentro das empresas, verificando seu gerenciamento e seu papel na era digital e da Revolução da Informação. Tudo isso você verá durante essa aula, vamos lá? Contextualização Essa aula é, principalmente, sobre a relação entre informação e tecnologia, fator determinante para o sucesso de uma organização. Para situar você, apresentamos um texto intitulado “A tecnologia aproximando clientes e empresas”. http://convergecom.com.br/tiinside/services/09/11/2015/a-tecnologia- aproximando-clientes-e-empresas/?noticiario=TI CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 TEMA 1 O papel das informações nas empresas As atividades de gestão, seja em grandes, médias ou pequenas empresas, necessitam da busca e do tratamento de informações. Elas são utilizadas a todo o momento para várias tarefas, tais como alertar, estimular, reduzir incertezas, revelar alternativas e embasar a tomadas de decisão. Além disso, permeiam a hierarquia, formando a base do processo decisório e sendo determinantes para a estratégia da organização. A qualidade das informações que recebemos influencia, em grande parte, o sucesso de nossas ações, auxiliando no enfrentamento das mudanças causadas por diversos fatores, sejam sociais, econômicos, normativos ou tecnológicos, os quais têm impacto na sustentabilidade das empresas. Os sistemas de informação representam uma importante área funcional da empresa, tendo tanta importância quanto as funções de contabilidade, finanças, gerência de operações, comercialização e administração de recursos humanos. Também contribuem para a eficiência operacional, para a produtividade, para o moral dos colaboradores e para a satisfação e atendimento do consumidor. Diferentes informações para diferentes tipos de decisão As informações se apresentam em diferentes tipos e formatos, dependendo do nível funcional e das situações de decisão enfrentadas pelos gestores. Clique para mais informações: Nível operacional As informações são utilizadas em situações do cotidiano, têm característica previsível e efeito imediato. Ocorrem, por exemplo, quando um gerente de produção resolve substituir um equipamento que vem apresentando níveis de falha acima da média. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Nível tático ou gerencial As informações são tratadas de maneira detalhada e analítica, sendo provenientes de diversas fontes e produzindo efeitos mais amplos. Ocorrem, por exemplo, quando um gerente de marketing decide lançar uma campanha para a promoção de uma nova linha de produtos. Nível estratégico Os executivos fazem uso das informações em situações complexas e de mais alta incerteza, que envolvem a elaboração de cenários, previsões, tendências e análises especializadas, as quais impactam os rumos da organização em longo prazo. Decisões de tal tipo acontecem, por exemplo, quando a diretoria executiva decide fazer a aquisição de uma concorrente ou se inserir em um novo mercado. Além do suporte à tomada de decisão, as informações são um elo para a sinergia entre equipes e um importante fator de motivação. Nas modernas organizações, os gestores criam condições para a motivação das pessoas, disseminando adequadamente as informações, estimulando os colaboradores à participação e contribuindo na produtividade. Quando as informações organizacionais são disseminadas de forma adequada e equilibrada entre equipes, as pessoas tendem a compreender os aspectos relevantes dos negócios da empresa e reconhecem os problemas e desafios enfrentados por ela, favorecendo a autonomia e proporcionando, portanto, um clima organizacional baseado em transparência e credibilidade. Então basta investir na correta utilização das informações para sucesso da empresa? Na verdade, a utilização correta das informações é apenas um dos fatores que afetam o desempenho das empresas. Os sistemas de segurança e as políticas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 de controle de acesso também são essenciais para preservar o conhecimento organizacional e garantir o retorno dos recursos investidos em novos produtos, em inovação e em elaboração de novas estratégias competitivas. Esses itens desempenham papel essencial, já que regulam a forma com que as informações são recuperadas e distribuídas nos diversos âmbitos da organização, de forma interna ou externa. Você já deve ter se deparado com alguma situação envolvendo problemas de segurança de dados sem saber. Isso porque mesmo os e-mails recebidos sem autorização que são encaminhados para caixa de spam são situações de potencial perigo. A proteção dos dados requer cuidados no uso de sistemas, geralmente utilizando senhas para acesso. Muitas pessoas não fazem ideia da criatividade dos hackers em obter os dados pessoais para fazer invasão de sistemas. Muitas vezes, cuidados simples como a troca periódica de senhas e o acesso a sites confiáveis permitem um bom nível de segurança das informações. O desenvolvimento de atividades na área dos sistemas de informação figura como oportunidade dinâmica de carreiras desafiadoras e compensadoras para milhões de profissionais. Além disso, são um componente central dos recursos, da infraestrutura e das capacidades das empresas que lidam com e-business. Quais carreiras de TI seguirão fortes até 2020? A seguir você confere uma reportagem sobre esse assunto. Começo a leitura agora mesmo: http://computerworld.com.br/carreira/2015/03/02/7-carreiras-de-ti-que-seguirao- quentes-ate-2020 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 No vídeo a seguir o professor Luciano traz mais informações sobre o papel das informações nas empresas. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. Tema 2 A circulação das informações nas organizações As informações organizacionais são tratadas em um processo cíclico envolvendo, antes de qualquer coisa, a identificação da sua necessidade, passando pela sua aquisição, organização, armazenamento, distribuição e utilização (CHOO, 2003). A cada etapa em que as informações são manipuladas, elas tendem a circular entre pessoas e sistemas, seguindo os denominados fluxos informacionais, que ocorrem em vários níveis funcionais da organização. De acordo com Valentim (2012)“os fluxos informacionais perpassam do nível estratégico ao nível operacional, refletindo e impactando nos processos que compõem a organização, inclusive o processo decisório e, por consequência, as estratégias de ação”. Em relação às regras de circulação das informações, os fluxos podem ocorrer de maneira formal ou informal. A diferença entre os fluxos informais e os fluxos formais reside na agregação de diferentes possibilidades de interação, proporcionando maior liberdade de expressão e sendo essenciais para a gestão do conhecimento em uma organização. Fluxos formais São os que seguem normas e procedimentos bem definidos, previstos, estruturados e documentados nas políticas da organização. Eles estão na base da gestão da informação, refletindo as regras de circulação e proteção. Como exemplo, pode-se citar o envio de um relatório pelo gestor de um projeto aos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 participantes, conforme previsto no termo de abertura e em conformidade com a política de comunicação da organização. Fluxos informais São iniciados de forma espontânea pelas pessoas, sem regras específicas e trafegando por múltiplos canais de comunicação. São as informações trocadas em ambientes interativos, como as salas de chat on-line, os fóruns de discussão e os ambientes de relacionamento. De acordo com a origem e o destino das informações, os fluxos informacionais são divididos em três categorias, como você pode ver a seguir: Adaptado de: Lesca e Almeida (1994). Leia a seguir o artigo “Os mitos sobre conversação e ambiente corporativo” e complemente seus estudos! http://idgnow.com.br/blog/tecnologiaecomunicacao/2012/01/31/os-mitos-sobre- conversacao-e-ambiente-corporativo/ Para mais informações sobre a circulação da informação nas organizações, confira a seguir a videoaula do professor Luciano. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tema 3 O mundo digital e a Revolução da Informação A partir da segunda metade do século XX, os computadores deram início a uma silenciosa revolução que mudou para sempre o cotidiano das pessoas e das organizações. Esse fenômeno foi denominado Revolução da Informação e trouxe grandes transformações, fazendo emergir novos modelos organizacionais e moldando o cenário competitivo das empresas. As tecnologias digitais estão na origem desta revolução como invenções sem par que transformam as informações em registros digitais processados de forma eletrônica. Os registros armazenados fisicamente em papel foram se tornando bancos de dados guardados digitalmente, organizando dados em grandes volumes. Fazendo uso de softwares específicos, as informações são processadas com altíssima velocidade e grau de precisão. A partir daí as tarefas repetitivas executadas pelos seres humanos foram sendo abolidas do cotidiano empresarial, criando novos patamares de produtividade. Entretanto, as informações revelam a sua utilidade somente quando alcançam as pessoas e são devidamente utilizadas por elas. Atendendo a essa necessidade, o avanço seguinte e não menos importante da Revolução da Informação foi o advento das redes digitais de comunicação. Ou seja, computadores e softwares passam a funcionar de forma interconectada, fazendo as informações circularem com velocidade e segurança, percorrendo grandes distâncias na velocidade da luz. Têm-se, assim, os três pilares tecnológicos da Revolução da Informação: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 A agilidade de comunicação alcançada pelas redes mudou o fluxo de informação nas empresas. As estruturas mais tradicionais, centralizadas e hierárquicas, nas quais as informações seguiam fluxos controlados e bem definidos, cederam lugar a modelos horizontais, nos quais as informações fluem de forma ágil e diretamente entre setores, interna ou externamente às organizações. Quando postamos uma informação em um site corporativo ou enviamos uma mensagem por e-mail ou por um sistema de mensagens instantâneas, fazemos com que a informação chegue de forma quase imediata a um número ilimitado de pessoas. Quando compramos um produto em uma loja virtual, produzimos, sem perceber, um fluxo invisível e instantâneo de informações entre uma infinidade de sistemas. Quer um exemplo? 1. Você compra o produto no site de e-commerce. 2. Paga por meio de um sistema bancário. 3. Para verificar o pagamento e a disponibilidade, a loja utiliza os softwares financeiro e de estoque. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 4. Para que o produto chegue até você, é necessário um sistema eficiente de logística da transportadora. Assim, na prática, as novas formas de produzir e transmitir informações se traduzem em um imenso ganho de eficiência e produtividade. Os modernos ambientes corporativos são consequência dos avanços da era digital e permitem a interação, colaboração e compartilhamento de recursos de forma ubíqua. O trabalho em equipe já não exige mais a presença física, isso porque as informações estão presentes em qualquer lugar e a qualquer momento, sem barreiras geográficas. A comunicação digital acontece também de maneira assíncrona, permitindo interagir com os outros em momentos diferentes. A ubiquidade e a assincronia são características determinantes das novas formas de comunicação. Ubiquidade Segundo o Dicionário Houaiss (2009), ubiquidade é o “fato de estar ou existir concomitantemente em todos os lugares, pessoas, coisas”. Assincronia Segundo o Dicionário Houaiss (2009), assincronia é a “qualidade, condição ou estado de assíncrono; falta de concomitância (de coisas ou fenômenos) no tempo; assincronismo”. A tecnologia que move a informação A interação complexa e substancial entre computadores, softwares e redes de comunicação permite o alcance de uma alta capacidade de comunicação entre pessoas e sistemas, mantida pela Tecnologia da Informação e Comunicação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 (TIC), em inglês conhecida por ICT (Information and Communication Technology). A TIC, ao longo do tempo, vai incorporando novos avanços tecnológicos, aprimorados com base nas invenções e inovações produzidas desde que foi criada a informação digital. Nos dias de hoje, ela representa a principal força impulsionadora da nova era digital e o principal fator para que as empresas desenvolvam novos modelos de negócio. Mas qual o conceito de TIC? Podemos conceituar TI como sendo os recursos tecnológicos e computacionais para guarda, geração e uso da informação e do conhecimento (REZENDE, 1999). Outra definição se refere ao hardware, ao software e à tecnologia de armazenagem, que representam a infraestrutura da informação (LAUDON & LAUDON, 2010). Uma forma interessante de pensar em sua importância é imaginar a realidade sem a evolução atual. Segundo Ritto (2005) “TI é como uma commodity como energia elétrica; não é a sua presença que faz diferença; é a sua ausência que exclui”. Se uma empresa não possui tecnologia equiparada a de seus concorrentes, então existe uma séria ameaça a sua própria sobrevivência. As TICs lidam com sistemas de vários tipos e de diferentes naturezas, que apresentam interações diversas e lógicas diferenciadas (se pensarmos que os seres humanos lidam com uma lógica diferente da lógica dos sistemas). A tarefade planejá-las adequadamente não se resume apenas em definir os tipos de equipamentos ou softwares, já que os desafios são muitos e tendem a ficar complexos ao longo do tempo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Observação Os sistemas são concebidos, dentro das organizações, de maneira simples, geralmente atendendo diretamente às necessidades de informação e visando controles finais para atendimento à legislação. Com o tempo, o crescimento e a interligação com outros sistemas, aparem novas interações e algumas dificuldades. Além disso, o ambiente também tende a mudar ao longo do tempo. Inevitavelmente, os modelos mentais que originaram esses sistemas já não servem mais, sendo necessárias soluções mais adequadas para lidar com a complexidade. Vários são os fatores críticos que têm impacto sobre o planejamento e a estruturação de uma área de TIC. A seguir você confere alguns deles. Clique para mais informações: Obsolescência programada Novos equipamentos já saem de fábrica com um prazo para término da fabricação definido. Computadores se tornam obsoletos em prazos mais curtos que um ano. Dessa forma, gerenciar os impactos da obsolescência é um grande desafio, principalmente para empresas que trabalham com estratégias inovadoras e precisam lançar novos produtos constantemente. Atualização permanente É necessário que os sistemas contratados desempenhem uma agenda de atualização, tanto para novas características a serem atendidas pelo software quanto para atualizações de segurança ou adequação a equipamentos. Implantação de novos sistemas Com a proliferação de novos equipamentos baseados em tecnologia multitouch, as plataformas de software precisam ter alto grau de conectividade e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 portabilidade, além disso é mais complicado para os sistemas mais antigos se adequarem às novas realidades. Treinamento e capacitação Esse é um problema permanente, pois à medida que novos softwares e equipamentos são lançados, é necessário que as pessoas sejam bem capacitadas para operar tais sistemas e extrair a eficiência desejada. Integração corporativa Empresas com estratégias de fusão ou aquisição precisam lidar com a integração, substituição ou desmobilização de outros sistemas já implantados, necessitando de programas de implantação que consigam abranger uma série de resistências culturais. Prestação de serviços Com a ideia de computação em nuvem (cloud computing) e do fornecimento de software como um serviço (SaaS – Software as a Service), as organizações precisam adaptar suas plataformas e infraestruturas para novas modalidades de contrato, conciliando-as com projetos já implantados. Gerenciamento de projetos É necessário que os gestores da área de TIC estejam habituados à dinâmica de gerenciamento de projetos, pois cada nova solução a ser implantada é um novo projeto a ser gerenciado, e o controle de cronogramas de implantação com prazos bem definidos é crucial para que os resultados previstos sejam alcançados. São vários os desafios de se lidar com novas tecnologias. A seguir você confere alguns: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Cloud computing Trata-se da computação em nuvem, ou seja, existem servidores de dados localizados na internet para acesso remoto por parte da empresa. Interfaces homem- máquina São as novas formas de interação com os sistemas, tais como operação por meio da movimentação de mãos; interfaces cérebro-máquina para movimentação de cursor de forma automática e dispositivos para portadores de necessidades especiais. Tablet computing A computação com tablets substituindo computadores e notebooks em vários setores das organizações. Computing intelligence Novos softwares e dispositivos inteligentes para tornar as tarefas mais intuitivas, tais como reconhecimento de voz e sintetização de fala. Business Intelligence + Big Data Novas ferramentas e softwares para mineração em quantidades massivas de dados. Redes sociais corporativas Redes sociais para uso das empresas, modificando os sistemas baseados em intranet e tornando mais colaborativas as atividades a serem desempenhadas. A TIC deve considerar, portanto, as necessidades da empresa e dos usuários de tecnologia, primando pela visão da qualidade (de processos, produtos ou serviços) e ainda pela eficiência de processos e pela eficácia de objetivos. Vivemos na era do “everything as a service” você sabe o que isso quer dizer? Clique no botão a seguir e leia um texto que trata desse assunto: http://idgnow.com.br/blog/tecnologia/2013/03/21/a-era-do- %E2%80%9Ceverything-as-a-service%E2%80%9D/ Para mais informações sobre o mundo digital e a Revolução da Informação, confira a seguir a videoaula do professor Luciano. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Tema 4 Os efeitos da era da informação na economia Nas últimas décadas, as consequências da Revolução da Informação ultrapassaram os limites das organizações e tiveram grande impacto na economia do planeta. A concorrência entre as empresas é cada vez mais acirrada, na mesma medida em que distâncias geográficas não são mais barreiras para o desenrolar das atividades econômicas. O fenômeno da globalização, impulsionado pela explosão no uso da internet, permitiu a criação de novos modelos de negócio, redirecionando estratégias de mercado. A tradicional economia da era industrial originada no século XVIII baseada na mecanização e na produção em massa, se transforma em uma nova economia “pós-industrial”, baseada na informação e no conhecimento. Que tal ver o que dois importantes autores falam a respeito da Revolução da Informação? Alvin Toffler (1980) se refere à Revolução da Informação como a terceira onda econômica mundial, em que a força das novas organizações não está mais na produção de bens e sim na informação, no conhecimento e na tecnologia. De acordo com o autor, a Revolução da Informação sucedeu as revoluções agrícola e industrial, criando uma espécie de economia digital, na qual o capital intelectual e a tecnologia são os principais fatores de sucesso. Peter Drucker(1999), considerado um dos pais da Administração e um dos mais influentes pensadores da gestão contemporânea, apontou que a Revolução da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Informação não está na informação em si, nem mesmo nos efeitos práticos que a tecnologia produz no cotidiano das empresas. A real revolução está nos novos modelos econômicos oportunizados a partir das novas tecnologias. Conforme Drucker (1999), a internet está representando para a era da informação o que as ferrovias representaram para a era industrial. O uso exponencial da internet e o avanço do comércio nos meios eletrônicos são fatores vitais para a nova economia, criando canais inéditos de distribuição de produtos e serviços, reinventando os fluxos de produção e redefinindo o perfil dos consumidores finais. Big Data: o mais novo fenômeno da era digital O volume cada vez maior de dados produzidos a todo o momento pelos usuários na internet originou o fenômeno do Big Data. A partir de uma pesquisa na internet, as palavras de busca que são digitadas e cada link clicado são devidamente registrados. Ou seja, qualquer ação, como assistir a um vídeo, ler um jornal ou comprar um produto emuma loja virtual, é registrada. Não ficam registrados apenas os dados da transação, mas também os demais produtos visualizados que não foram adquiridos, a localização geográfica, os dados pessoais e o comportamento do consumidor. Dessa forma, o extraordinário volume de informações que são capturadas a todo momento, em escala global, está armazenado em servidores corporativos, formando imensos banco de dados, de valor inestimável para as organizações. Mas para que serve o Big Data? Ele é explorado pelas empresas para monitorar de forma contínua o desempenho dos negócios; para conhecer e estimular potenciais consumidores e para criar modelos preditivos, que sejam capazes de antecipar as tendências CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 e, assim, realimentar as estratégias de mercado. O Big Data leva os Sistemas de Informações Gerenciais a um novo patamar, sendo o principal desafio conferir significado e utilidade para a imensa massa de dados originada das redes digitais. Para mais informações sobre a importância dos dados atualmente, clique no botão a seguir e leia o texto “Da era do ouro à era dos dados”. http://convergecom.com.br/tiinside/29/10/2015/da-era-do-ouro-a-era-dos- dados/?noticiario=TI Tema 5 O gerenciamento das informações As informações têm o potencial de proporcionar agilidade e auxiliar na construção do sucesso das organizações, mas também podem afetar de forma negativa o desempenho da empresa caso sejam mal gerenciadas. Além de manter e cuidar do que possuem, as organizações precisam cuidar do que sabem ou conhecem, ou seja, do seu capital intelectual. Dessa forma, a gestão da informação e do conhecimento constituiu um importante campo, que chama a atenção da alta administração e provoca mudanças importantes nas estruturas das empresas. O volume crescente de informações tratado nas organizações, assim como sua dinâmica inerente, exige que sua gestão seja suportada por tecnologias. Dos anos 1970 em diante, com o uso intensivo das tecnologias de armazenamento e redes de computadores, o gerenciamento das informações tornou-se altamente especializado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Gerentes de tecnologia se tornaram gestores da informação, que lidam com os sistemas tecnológicos e com as políticas para garantir que as informações sejam devidamente captadas, organizadas, armazenadas, acessadas, mantidas e protegidas. Isso reflete a importância estratégica das informações para as organizações, originando a denominação CIO (Chief Information Officer) ou Executivo-Chefe de Informação. O cargo de gerente de sistemas tem se valorizado ao longo do tempo. Clique no botão a seguir e leia um texto que demonstra essa constatação, intitulado “Gerente de sistemas em empresas de grande porte será o cargo com a maior valorização salarial em 2016”. http://convergecom.com.br/tiinside/18/11/2015/gerente-de-sistemas-em- empresas-de-grande-porte-sera-o-cargo-com-a-maior-valorizacao-salarial-em- 2016/?noticiario=TI Para mais informações sobre o gerenciamento das informações, confira a seguir a videoaula do professor Luciano. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. Trocando ideias Quanta informação vimos até agora, não é mesmo? Esse é o momento de compartilhar suas impressões. Entre no fórum dessa aula e responda: Como deve agir o gerente de informação? De que forma seu desempenho influencia os ambientes complexos e de alta mudança no contexto organizacional? Dê sua opinião e veja o que seus colegas têm a dizer! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Na prática Imagine a seguinte situação: A empresa XYZ atua na área de cosméticos e produtos de beleza fabricados a partir de matérias-primas naturais e orgânicas. A direção da empresa analisa alternativas para a implantação de um novo sistema de informação que busque aumentar a performance no atendimento aos pedidos feitos pelos representantes e diminuir o prazo de entrega da logística. No sistema atual, os representantes precisam acessar o site da empresa e fazer o pedido, registrando os produtos que deverão ser entregues para os clientes. Para isso, possuem notebooks com acesso à internet por meio de uma rede 3G contratada com a operadora de telefonia. Alguns representantes preferem fazer quando estão em casa, conectando o notebook à rede local, outros na própria empresa. O acompanhamento dos pedidos é feito mediante o acesso à opção de rastreamento. A empresa XYZ tem duas alternativas para a implantação de um novo sistema de informação, no mesmo patamar de custo. Clique e tenha mais informações: APPX Está sendo negociado na forma de locação e tem a alternativa de fornecer um aplicativo para ser instalado no celular ou tablet do representante, o que poderia agilizar os pedidos. O sistema prevê também que um aplicativo possa ser baixado pelo cliente para acompanhamento dos pedidos encomendados. Além disso, proporciona uma série de relatórios que permitem ao representante avaliar os pedidos efetuados em relação às metas estabelecidas e também analisar as vendas por grupos de produtos. No pacote a ser adquirido, a empresa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 XYZ contará também com um módulo para análises de inteligência de negócios (BI), pelo mesmo custo. CelSys A outra alternativa, oferecida por um fornecedor de softwares concorrente, é um sistema de e-commerce que permite que o próprio cliente faça a compra, sem intermédio de um representante. Esse sistema parece ser mais simples que o APPX e também possui um aplicativo para que o cliente faça os pedidos por tablet ou celular, permitindo o acompanhamento dos pedidos de forma on-line. Por meio deste sistema, os relatórios podem ser acessados diretamente pelos gerentes e analistas da XYZ. No entanto, requer uma modificação na estrutura de negócios da empresa. O módulo de BI deve ser negociado à parte. Diante do que foi exposto, responda às seguintes questões: 1. Qual deverá ser a alternativa escolhida? Quais critérios estão sendo levados em conta com relação a essa decisão? 2. Com relação ao tema “O mundo digital e a revolução da informação”, liste os fatores críticos de sucesso que podem ser identificados neste estudo de caso, referenciando com o que está descrito no texto. Anote as respostas em seu caderno! Em seguida, clique no botão a seguir, veja um comentário a respeito das questões e compare com o que você respondeu: Comentário 1. Analisando o problema sob um contexto estratégico e sistêmico, o sistema CelSys parece ser o mais adequado. No entanto, irá requerer que a empresa mude o formato do seu negócio, necessitando assim de uma mudança estrutural que irá além dos detalhes de implantação do sistema CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 propriamente dito e poderá ter um impacto muito grande no custo, evitando a mediação da compra pelo representante. 2. Os itens são descritos abaixo: Obsolescência programada: o sistema atual parece estar obsoleto em relação à possibilidade oferecida pelos novos sistemas. Tablet computing: possibilidade dos novos sistemas serem operados por dispositivos móveis. Big Data: novos sistemas permitirem novos tipos de análises dos dados. Síntese Nesta aula, vimos vários conceitos relacionados à informação no ambiente organizacional: seu papel, a forma comoela circula interna e externamente, os impactos de sua revolução e como a era digital influencia as atividades das empresas e a economia de um modo geral. Por fim, entendemos que o gerenciamento das informações é uma das atividades mais importantes a ser desempenhada nas organizações, tendo em vista que tudo depende da forma como as informações são tratadas. Confira no vídeo a seguir as considerações finais do professor Luciano. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Referências ACKOFF, R. From data to wisdom. Journal of Applied Systems Analysis, n. 16, 1989. CHOO, C. W. A organização do conhecimento. São Paulo: SENAC, 2003. DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1999. DRUCKER, P. Beyond the Information Revolution. Atlantic Monthly, 1999. DRUCKER, P. F. O gerente eficaz. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. ELEUTÉRIO, M. A. M. Sistemas de Informação Gerencial. Curitiba: Intersaberes, 2016. GONTIJO et al. Tomada de decisão, do modelo racional ao comportamental: uma síntese teórica. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, 2004. HARRIS, R. Introduction to Decision Making. VirtualSalt, 1998. Disponível em <http://www.virtualsalt.com/crebook5.htm>. Acesso em: 4 dez. 2015. LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de Informação Gerenciais. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. ______. Sistemas de Informação Gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. LESCA, H.; ALMEIDA, F. C. Administração estratégica da informação. Revista de Administração. São Paulo, 1994. MEDEIROS, L. F. Banco de Dados – Princípios e Prática. Curitiba: IBPEX, 2007. O’BRIEN, J. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. POTTER, R.; RAINER, R.; TURBAN, E. Administração de Tecnologia da Informação – Teoria e Prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. REZENDE, D. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática. Atlas, 2003. SIMON, H. Comportamento Administrativo: estudo dos processos decisórios nas organizações administrativas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1979. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 STAIR M. R. Princípios de Sistemas de Informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro, 2004. TOFFLER, A. A terceira onda. Rio de Janeiro: Record, 1980. TURBAN, E. et al. Administração de Tecnologia da Informação. Rio de Janeiro: Campus, 2005. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Sistema de Informação Gerencial Aula 2 Prof. Luciano Frontino de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Muitas vezes, quando falamos algo relacionado com dado e informação, tendemos a utilizar estes dois termos indiscriminadamente. Algumas vezes podemos dizer: “não tenho informação suficiente para tomar esta decisão” ou “não tenho dados suficientes para decidir sobre isto”. Porém, quando falamos em SIG, é importante definir de maneira distinta cada um destes conceitos. Na interação com sistemas organizacionais, os dados podem se transformar em informação, caracterizado pelo valor que proporcionam. Também há muitas situações em que apesar de termos uma grande quantidade de informações, elas são insuficientes para avaliar uma situação. Desta forma, tanto os aspectos quantitativos e qualitativos devem ser considerados. Assim, dados e informação relacionam-se entre si, pois fazem parte de uma estrutura comunicacional que abrange desde os níveis mais básicos até os mais complexos. Contextualizando Atualmente, o universo digital já é tão vasto quanto o real e continua se expandindo. De acordo com o estudo da EMC, empresa líder do mercado internacional de armazenamento de dados, já existem disponíveis quase um septilhão de bits de informação no mundo (ou seja, o número 1 seguido de 24 zeros), total similar ao de estrelas conhecidas no céu, segundo a Agência Espacial Europeia. A estimativa é que, até 2020, o número de dados armazenados em computadores, servidores, smarphones e tablets seja, no mínimo, multiplicado por seis; um volume tão gigantesco que os especialistas passaram a medi-lo em termos de distância da Terra à Lua. Hoje, as informações disponíveis em formato digital equivaleriam a uma pilha de iPads Air (aqueles mais finos) de nada menos que 256 mil quilômetros ou dois terços da distância do nosso planeta até o satélite. No fim da década, no entanto, seriam seis pilhas e meia: 1,6 milhões de quilômetros. Se todas essas informações fossem divididas pela população conectada em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 2020, haveria quase 6 mil gigabytes de carga por pessoa. Uma família comum hoje preenche com informações 65 iPhones de 32GB por ano; daqui a seis anos, preencherá 318 smartphones. E se hoje os profissionais de TI já têm um pesado fardo sobre seus ombros, lidando com aproximadamente 230GB de dados, em 2020, a carga dessa turma especializada em tech será de 1.200GB. Fonte: Adaptado de MACHADO, André. Estudo da EMC prevê que volume de dados virtuais armazenados será seis vezes maior em 2020. O Globo Online, 10/04/2014. Problematização Tema 1: Dado e Informação, qual é a diferença? A diferença entre dado e informação não é tão evidente. Tendemos a utilizar estes dois termos de forma sobreposta no dia a dia. Mesmo na literatura especializada, eles são frequentemente usados de maneira inadequada. Um exemplo é a frase: “A era digital gera uma sobrecarga de informações sobre as pessoas”. Interpretando de forma correta, não se trata de sobrecarga de informações, e sim de sobrecarga de dados. Mas qual é a diferença entre dado e informação? Dado: dados são sinais desprovidos de interpretação ou significado. São números, palavras, figuras, sons, textos, gráficos, datas, fotos ou qualquer sinal desprovido de contexto. Quando uma pessoa vê um cadastro em uma tela de computador ou olha para um relatório pela primeira vez, ela entra em contato com dados. Dados são entendidos então como estruturas sem significado. Informação: informação refere-se, portanto, ao dado dotado de significado, que o torna compreensível. Para terem significado, os dados devem conter algum tipo de estrutura ou contexto associado. À medida que as informações em um cadastro são assimiladas, analisadas e percebidas, os dados se tornam informações. Portanto, dados são símbolos ou signos que representam objetos ou fatos. Podem ser expressos de maneira numérica, textual ou visual, por exemplo um valor, uma imagem ou uma data. Os dados constituem-se registros de algo que foi observado e então mensurado. Quando um dado é interpretado e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 analisado, ele ganha relevância e alcança a sua finalidade: torna-se uma informação. Podemos dizer então que o dado é o elemento básico, ou a “matéria prima” de uma informação. Da mesma forma, podemos dizer que a informação é o resultado da interpretação dos dados. Os dados geralmente são volumosos e capturados de forma automática ou semiautomática. Eles residem em grandes bancos de dados e são manipulados diretamente por sistemas computacionais. As informações, por outro lado, são produzidas em menor volume a partir dos dados. Elas são compreensíveis e significativas às pessoas em suas tomadas de decisão e normalmente se apresentam na forma de textos, relatórios, planilhas ou gráficos.Diferentes informações a partir dos mesmos dados O contexto em que os dados são interpretados podem originar diferentes informações. Analise os exemplos a seguir (ELEUTÉRIO, 2016). Exemplo 1. Cada vez que compramos um produto em um site de comércio eletrônico são coletados diversos dados sobre a transação. Entre eles estão o código do produto, a quantidade de itens adquiridos, a data e hora da compra e a localização geográfica do usuário. No banco de dados do sistema de e- commerce, esses dados ficam armazenados em registros individuais, por exemplo: (5423), (3), (02/12/2014), (12:53) e (192.09.87.31), indicando respectivamente o código do produto, a quantidade informada, a data, a hora e o endereço IP do computador de origem (que pode ser usado para identificar a localização geográfica do usuário). Esses registros serão apenas um conjunto de dados até que sejam interpretados e relacionados entre si. Quando isso ocorre, eles se tornam informações, ganhando utilidade e relevância. Temos como exemplos de informações: avaliação do desempenho de venda de cada produto, identificação das preferências de cada região, produtos mais visitados no site, época do ano em que cada produto vende mais, horários de maior acesso, entre outras. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Exemplo 2. O supervisor de uma fábrica registra o volume de produção de janeiro a dezembro com os seguintes dados de produção (quantidade de itens produzidos). JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 130 200 250 300 700 800 900 250 230 220 30 240 Veja algumas informações que podem ser extraídas a partir desse mesmo conjunto de dados: Informação 1: a maior parte da produção anual concentrou-se nos meses de maio, junho e julho. Informação 2: a produção média no ano foi de aproximadamente 354 peças por mês. Informação 3: no mês de novembro houve uma queda de produção de 90% em relação à média anual. Perceba que essas informações auxiliam o gestor de produção no planejamento e reorganização da operação, ou seja, são recursos essenciais e valiosos para a organização. Leitura Obrigatória: “Sua Empresa Já é Digital? Tem Certeza?”. Essa é a pergunta-título de uma matéria interessantíssima de David Goulden. Acesse-a a seguir. http://computerworld.com.br/sua-empresa-ja-e-digital-tem-certeza O professor Luciano Frontino de Medeiros aborda as principais diferenças entre dado e informação no material online. Não perca! Tema 2: Informações Quantitativas e Qualitativas As informações podem ser divididas em dois grandes grupos: informações quantitativas e qualitativas. Informações quantitativas podem ser medidas, expressas em números. Por exemplo: “A inflação subiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior” ou “Nossa central telefônica processa em média 60 ligações por minuto”. Por outro lado, as informações qualitativas têm natureza subjetiva e são representadas de forma descritiva, expressando julgamentos de valor ou CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 opiniões. Por exemplo: “O produto avaliado revelou desconforto na sua utilização”. Veja como esses dois tipos de informações são utilizadas no meio organizacional. Informações Quantitativas: as informações quantitativas geralmente são usadas para comparar metas e resultados, especificar recursos ou produtos finais. Informações Qualitativas: as informações qualitativas são especialmente úteis para expressar opiniões sobre produtos ou serviços. Leitura Obrigatória: Informações de qualidade são primordiais para o planejamento, a organização e a tomada de decisão das organizações, não é mesmo? Mas quais são os meios de obter essas informações? Saiba a resposta lendo o artigo indicado a seguir. http://www.devmedia.com.br/informacoes-com-qualidade/5459 Fique por dentro das principais características das informações quantitativas e qualitativas assistindo à explicação do professor Luciano Frontino de Medeiros no material online. Tema 3: O Valor e a Qualidade das Informações É possível mensurar o valor de uma informação? Embora se trate de um recurso de característica intangível, pode-se afirmar que o valor de uma informação é compatível com o quanto ela pode afetar o negócio de uma organização. Esse valor potencial pode ser estimado pelo nível de atenção que ela provoca nas pessoas ou ainda pelo quanto as empresas estão dispostas a pagar por ela. O propósito das informações Outra forma de avaliar o valor de uma informação é compreender o seu propósito em uma organização. Segundo MORESI (2000), as informações são usadas basicamente para duas finalidades: compreender o ambiente de negócio (interno e externo) e agir sobre ele. Isso significa que as informações estão CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 diretamente ligadas à avaliação das situações e ao processo de decisão. Com isso, a sua importância depende do nível de criticidade que ela representa na atividade gerencial. A relevância das informações Em relação ao nível de relevância (ou importância) as informações podem ser classificadas em quatro categorias: irrelevante, potencial, mínima e crítica. A figura a seguir ilustra essas categorias e o impacto que elas representam para as organizações. Informação crítica: informações críticas são aquelas que garantem a sobrevivência da organização, como os indicadores financeiros, por exemplo. Informação mínima: as informações mínimas são usadas para o gerenciamento das atividades, como os indicadores de desempenho operacionais, por exemplo. Informação potencial: as informações potenciais são aquelas que podem ter um impacto futuro, tipicamente usadas para buscar diferenciais competitivos para as empresas, como por exemplo, uma tendência de mercado. Informação irrelevante: as informações irrelevantes não causam impacto algum sobre a organização e devem ser descartadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 A qualidade das informações A qualidade de uma informação é avaliada pelos seguintes atributos: relevância, precisão, confiabilidade e temporalidade. Clique nas palavras destacadas, a seguir, e conheça melhor cada um deles. Relevância: reflete a importância da informação para a tomada de decisão. Precisão: indica a proximidade (ou margem de erro) da informação em relação ao fato em si. Confiabilidade: indica o grau de confiança na fonte produtora da informação. Temporalidade: refere-se ao tempo que a informação leva para ser apresentada ao tomador de decisão; quando esse tempo é muito curto, dizemos que a informação foi produzida em tempo real, como as utilizadas por operadores de bolsas de valores. Leitura Obrigatória: A informação tornou-se amplamente valorizada nas organizações contemporâneas, sendo assim, qual é a forma ideal de administrá-la? Fique por dentro desse assunto lendo o artigo indicado a seguir. http://revista.crb8.org.br/index.php/crb8digital/article/viewFile/42/43 No material online o professor Luciano Frontino de Medeiros aborda alguns aspectos interessantes sobre o valor e a qualidade das informações. Imperdível! Tema 4: Convertendo Dados em Informações Para transformar dados em informação a partir de um sistema de informação, são utilizadas algumas operações específicas. De acordo com Davenport e Prusak (1999), podemos caracterizar as seguintes operações: contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. Clique nas palavras destacadas para conhecer suas funções. Contextualização: saber qual é a finalidade dos dadoscoletados. Categorização: conhecer os componentes essenciais dos dados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Cálculo: analisar os dados de forma matemática ou estatística. Correção: eliminar os erros dos dados. Condensação: resumir os dados de forma mais concisa. A partir disso, para transformar os dados de uma planilha de produção em informações, é preciso seguir os seguintes passos: Contextualizar a planilha e de acordo com o seu setor específico. Verificar os diferentes tipos de produtos e categorizar aqueles que atingiram a meta ou não. Calcular o atingimento geral em um prazo maior (uma semana ou um mês). Informar a correção de algum dado que esteja com erro explícito na planilha. Condensar os dados para um nível de informação mais resumido (como a produção do dia ao invés da produção de hora em hora). Porém, na prática os dados geralmente são coletados em grandes volumes e em formatos inadequados, impossíveis de serem utilizados pelas pessoas. Para que se tornem úteis, é preciso convertê-los por meio de um tipo de formatação ou configuração que permita sua interpretação. Esse tipo de conversão de dados em informações envolve três fases: filtragem, processamento e apresentação. Analise esses processos na figura a seguir.[ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Filtragem dos dados A primeira etapa da conversão de dados em informações é a filtragem, na qual são selecionados apenas aqueles dados que interessam à nossa análise. Por exemplo, se pretendemos avaliar o desempenho de vendas de um determinado produto em uma determinada região serão descartados todos os dados que não atendem essas condições. Essa tarefa é desempenhada com muita eficiência pelos bancos de dados e seus mecanismos de filtragem. Processamento dos dados Depois de filtrados, os dados passam pela etapa de processamento onde são inter-relacionados, interpretados e manipulados para que se transformem em informações. Um relatório financeiro que agrupa receitas e despesas e calcula a margem de lucro de cada período é um bom exemplo de processamento. O processamento dos dados é realizado por rotinas de software e normalmente envolve operações aritméticas e estatísticas, como o cálculo de médias, frequências, percentuais, totalizações e sumarizações. Tecnicamente falando, os dados se tornam informações ao final do processamento. É nessa etapa que eles são inter-relacionados e se tornam significativos para fins de análise. Mas na prática, para que as informações sejam interpretadas pelos usuários, é necessário que elas sejam exibidas de forma adequada, o que é realizado na etapa de apresentação. Apresentação das informações Dados coletados e processados com qualidade terão pouca utilidade se não forem apresentados de maneira apropriada aos seus destinatários. A etapa de apresentação cumpre essa função, transformando as informações em um formato compreensível e útil ao usuário. Nessa transformação, as técnicas de comunicação usadas para apresentar as informações determinam, em grande parte, a forma com que as pessoas se apropriam das informações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Uma comunicação eficiente deve garantir que as informações apresentadas sejam significativas e encaminhadas às pessoas certas. Para isso, identificamos dois importantes processos: a sumarização e o roteamento. A sumarização é o processo que reduz o volume de informações levadas aos destinatários, para que apenas as mais relevantes sejam apresentadas. Com a sumarização, evitamos apresentar excesso de informações que podem confundir o público. O roteamento garante que as informações cheguem até as pessoas certas, isto é, aquelas que efetivamente fazem parte do processo decisório ou que poderão contribuir com ele. Os softwares realizam o roteamento das informações com muita eficiência, permitindo a criação de grupos de usuários por departamento, projeto ou nível funcional, por exemplo. Na prática, o roteamento é feito por meio de mensagens de grupo ou arquivos em diretórios compartilhados nos servidores corporativos com as devidas permissões de acesso. Em relação ao formato, as informações podem ser apresentadas de forma textual, tabular ou gráfica por meio de relatórios, tabelas, planilhas e gráficos. A disposição gráfica das informações também facilita a interpretação dos dados pelo usuário, destacando os elementos relevantes da análise. Algumas técnicas especiais são utilizadas na apresentação de informações mais complexas com múltiplas dimensões de análise e dados em grande volume. Nelas, os usuários interagem com as informações e as observam seletivamente, alterando dinamicamente os dados, incluindo e excluindo variáveis e rotacionando os gráficos para observar melhor o resultado do processamento. Exemplos disso são as tabelas dinâmicas e os gráficos tridimensionais usados pelos executivos na análise de situações complexas. O fenômeno do big data impulsionou a criação de novos métodos de apresentação das informações (Taurion, 2013) por meio do uso intensivo de técnicas tridimensionais interativas para manipular dados heterogêneos em larga escala. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Leitura Obrigatória: Quer saber mais sobre esse conteúdo? Então leia o artigo “Turbilhão de ideias: a dificuldade em converter dados em informação” disponível a seguir! http://www.ideiademarketing.com.br/2012/08/02/turbilhao-de-ideias-a- dificuldade-em-converter-dados-em-informacao/ Fique por dentro dos principais aspectos da conversão de dados em informações assistindo à explicação do professor Luciano Frontino de Medeiros no material online. Tema 5: A Pirâmide do Conhecimento Agora que compreendemos a relação entre dado e informação, ampliaremos nosso estudo introduzindo dois outros níveis informacionais: o conhecimento e a inteligência. Conhecimento é o conjunto completo de informações, dados e relações que levam as pessoas à tomada de decisão, à realização de tarefas e à criação de novas informações. O conhecimento não é apenas uma informação conhecida, é a informação no contexto. É o valor adicionado à informação pelas pessoas que tem experiência para compreender seu real potencial. O conhecimento é uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado que proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Apesar das definições, não existem limites bem definidos entre dado, informação e conhecimento. Existe uma dependência do contexto e da interpretação do agente (ou seja, da pessoa que percebe e entende os dados e as informações) para atribuir o significado. Dados, informações, conhecimento e inteligência se relacionam por meio de uma estrutura de quatro camadas, denominada pirâmide do conhecimento, também conhecida como estrutura DIKW (do inglês Data-Information- Knowledge-Wisdom), como ilustra a figura a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Na base da pirâmide estão os dados que são registros brutos e não interpretados, geralmente capturados em grande volume e sem um significado específico. No segundo nível estão as informações, produzidas a partir da filtragem e interpretação dos dados, portanto em menor volume e maior valor agregado. No próximo nível está o conhecimento, uma forma superior de compreensão construída a partir da análise das informaçõese usada para agir sobre o mundo real (Ackoff, 1989). E no nível mais alto da pirâmide está a inteligência (ou a sabedoria), que, segundo alguns autores determina como e quando usar o conhecimento. Na medida em que ascendemos na pirâmide, aumentamos nosso nível de compreensão sobre os fatos e reduzimos a quantidade de itens que manipulamos. Podemos dizer que, na pirâmide do conhecimento, volume e valor são grandezas inversamente proporcionais. A pirâmide do conhecimento é amplamente referenciada no estudo da informação e da gestão do conhecimento, embora sua estrutura verticalizada e reducionista seja criticada por alguns autores (Frické, 2007). A principal crítica está na parte superior da pirâmide, nas camadas do conhecimento e inteligência. Segundo Frické, a transformação de informações em conhecimento, e de conhecimento em inteligência, são processos cognitivos complexos, que não usam apenas as informações dos níveis inferiores da pirâmide, mas também a vivência, a experiência e os modelos mentais dos indivíduos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 A transformação de informação em conhecimento também demanda algumas operações, caracterizadas da seguinte maneira por Davenport e Prusak (1999): Comparação: De que forma as informações relativas a esta situação se comparam a outras situações conhecidas? Consequências: Quais implicações estas informações trazem para as decisões e tomadas de ação? Conexão: Quais as relações deste novo conhecimento com o já acumulado? Conversação: O que as outras pessoas pensam desta informação? Com relação ao exemplo da transformação de dados em informação, podemos: Comparar os resultados da planilha com os as anteriores; Identificar as consequências do não atingimento da meta ou problemas de qualidade para a produção e o custo; Fazer conexões com problemas que aconteceram anteriormente; Conversar com os pares para alinhar os objetivos e articular as ações necessárias para manter a produção nos níveis previstos. Outra forma de visualizar a tríade dado-informação-conhecimento é em um contexto maior, do qual faz parte a estrutura hierárquica que se inicia desde o bit, até a aplicação da inteligência para a resolução de problemas. Do ponto de vista puramente físico, um arquivo nada mais é do que uma sequência de 0s e 1s gravada em um meio de armazenamento estático. A sequência de bits é ininteligível do ponto de vista do tratamento com os dados, considerado assim o primeiro nível ou o mais baixo de tratamento de dados na hierarquia do conhecimento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Num segundo nível, quando consideramos uma sequência de 8 bits, podemos identificar um dígito ou caractere ASCII (American Standard Code for Information Interchange) e a informação começa a fazer um certo sentido. Em vez de 0s e 1s, temos uma sequência de caracteres padrões codificados de 8 em 8 bits. No exemplo, a sequência de bits 01100001 corresponde ao número 61 hexadecimal, ou 97 decimal. Pela tabela ASCII, 97 corresponde ao caractere “a”. As sequências de dígitos ou caracteres agrupados, num terceiro nível, formam os dados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Caso esse agrupamento seja quebrado, perde-se o sentido do mesmo. Assim, os dados podem ser caracterizados como átomos em termos de indivisibilidade. O nome próprio de uma pessoa (digamos, MARIA) não fará nenhum sentido se for separado em duas partes (por exemplo, MAR e IA). Porém, dados isolados não identificam bem os elementos ou entidades da vida cotidiana. Dados de diferentes naturezas precisam ser armazenados, como o endereço de um cliente (nome, endereço, complemento, cidade, estado, CEP), o saldo de uma conta bancária (cliente, conta, débito, crédito) ou a quantidade fabricada em uma linha de produção (produto, código, quantidade, custo). Arquivos com a característica de um banco de dados referem-se a uma sequência de dados de diferentes naturezas, armazenados numa disposição predefinida muitas vezes denominada de cabeçalho ou estrutura. Dessa forma, num quarto nível, os dados são agrupados no que chamamos de grupos de dados ou moléculas, que possibilitam (em conjunto ou confrontação com outros conjuntos de dados) a transformação dos mesmos em informação. A informação diz respeito a algo novo inserido num certo contexto. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Especificamos a informação como o quinto nível da hierarquia. Exemplos práticos de geração de informação são as consultas a banco de dados, onde uma ferramenta de consulta baseada em linguagem SQL (Standard Query Language) extrai os dados de um grupo (uma tabela ou um conjunto de tabelas) gerando relatórios que atendam a um critério específico de consulta. Desta forma, várias operações de transformação de dados em informação são feitas, tornando-os com significado no seu devido contexto. O acervo formado pela geração de informações nos processos de gestão, devidamente filtradas e sistematizadas ao longo do tempo, tal como um sistema de informação de uma empresa, irá constituir o conhecimento que compõe o sexto nível da pirâmide. Para que algo seja considerado conhecimento é necessário haver pessoas que atribuam valor às informações geradas por um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 sistema de informação. Assim, são as pessoas que colocam as informações em contextos e fazem suas interpretações, ou seja, dão significado a elas. Ainda podemos elaborar um sétimo nível onde o conhecimento gerado pelas informações, sendo manipulado por pessoas ou sistemas, irá constituir a inteligência. Nele, o processo de tomada de decisão faz uso de todo o edifício elaborado, desde a estrutura simplificada dos bits até a ponte com o pensamento (humano ou de um agente de software). Dessa forma, dentro dessa pirâmide, os sistemas de informação desempenham um papel essencial nos procedimentos de nível mais alto, necessários para os negócios das organizações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Leitura Obrigatória: Que tal aprofundar os seus conhecimentos sobre esse conteúdo? Não perca tempo e leia o artigo “Inteligência Competitiva em Organizações: dado, informação e conhecimento” disponível a seguir. http://www.dgz.org.br/ago02/Art_02.htm O que será que o professor Luciano Frontino de Medeiros tem a dizer sobre a pirâmide do conhecimento? Assista no seu material digital. Trocando Ideias Agora é com você! Qual é a sua opinião em relação ao papel do gerente na percepção do valor da informação nos processos de tomada de decisão? Reflita a respeito e posicione-se nessa questão. Na Prática Estudo de caso: transformando dados em informação Patrícia faz análises de giro de estoque de matérias-primas no setor de PCP de uma fábrica, acessando os dados necessários no Sistema Integrado de Gestão. Ela mantém em sua estação de trabalho uma planilha de fornecimento de matérias-primas a partir das notas fiscais de entrada, o que dá mais segurança quanto à situação real dos estoques. O cálculo é feito dividindo a variação da quantidade consumida pela média de estoque em um determinado período. Por exemplo, se a quantidade de matéria-prima do estoque inicial do mês era de 400 unidades e no final era de 800 unidades, a média de estoque será de (800+ 400) /2 = 600 unidades. No caso de serem consumidas 1200 unidades de matéria-prima no mês, o cálculo do giro de estoqueserá o consumo (1200) dividido pelo valor médio em estoque (600), ou seja, 1200/600 = 2. Assim o giro de estoque é “2”, ou seja, o estoque teve de ser renovado duas vezes neste período. Na planilha, Patrícia consegue classificar em ordem decrescente (do maior para o menor) o valor de giro de estoque. Isto permite indicar quais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 matérias-primas giram mais e quais permanecem mais tempo no estoque. Patrícia faz também a classificação ABC, indicando na classe A os primeiros 20% das matérias ordenadas, na classe B os 30% seguintes e o restante (50%) para a classe C. Dessa forma, ela pode otimizar a compra de matérias-primas, evitando comprar aquelas que não giram muito em um determinado período. Como a informação que ela atualiza na planilha tem um atraso de dois dias devido à digitação das notas fiscais de entrada no ERP, algumas informações sobre o giro podem estar equivocadas. Dessa forma, ela sempre precisa corrigir os valores de entrada para deixar a planilha mais atualizada possível. Diante desse cenário, quais formas de conversão de dados em informação são utilizadas por Patrícia faz diariamente para controlar o giro do estoque da empresa? Depois de formular a sua resposta, veja no material online o feedback do professor Luciano Frontino de Medeiros. Síntese Nesta aula foram vistos os conceitos de dado e informação, mostrando a diferença entre eles no contexto de sistemas de informação gerencial. Também foi estudado os tipos de informação (quantitativas ou qualitativas) e o valor da informação a partir do seu propósito, relevância e qualidade. Além disso, vimos as formas de conversão de dados em informação e a hierarquia da informação e do conhecimento, por meio da pirâmide do conhecimento. Assista às considerações finais do professor Luciano Frontino de Medeiros sobre os temas abordados nesta aula no material digital. Referências ELEUTÉRIO, M. Sistemas de Informação Gerencial. Curitiba: Intersaberes, 2016. LAUDON, K; LAUDON, J. Sistemas de Informação Gerenciais, 9ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 MEDEIROS, L. F. Banco de Dados – Princípios e Prática. Curitiba: IBPEX, 2007. REZENDE, D. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática. Atlas, 2003. p. 65. TURBAN, E. et al. Administração de Tecnologia da Informação. Campus, 2005, p. 100. DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Sistemas de Informação Gerencial Aula 3 Professor Luciano Frontino de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Introdução Um dos objetivos centrais dos sistemas de informações é fornecer subsídios para a tomada de decisão. Os gestores necessitam tomar decisões a todo o momento, visando o alcance das metas estabelecidas; logo, informações com qualidade auxiliam na redução da incerteza n que diz respeito a qualquer processo de tomada de decisão. Além dos sistemas de informação responsáveis pelo controle das atividades operacionais das organizações, existem ferramentas específicas para auxiliar o gestor; ferramentas que combinam e processam diferentes dados e informações, gerando apresentações elaboradas que potencializam os processos decisórios. Nesta aula veremos como isso acontece! Contextualização Saber tomar as decisões é a principal função do administrador da empresa, pois não existe decisão perfeita, ele terá que pesar as vantagens e desvantagens de cada alternativa para escolher a melhor, sempre visando o desempenho econômico. Lembrando que também existem os resultados não econômicos, como a satisfação dos membros do negócio e dos colaboradores! A tomada de decisão é um processo que demanda identificação do problema, dos critérios; da forma de elaborar, analisar e escolher alternativas, verificando a eficácia da decisão. O ato de tomada de decisão pode ser um ato de sofrimento para muitas pessoas. Algumas possuem dificuldades nas decisões mais simples, como escolher uma roupa para uma determinada ocasião ou um roteiro para as férias. A grande dificuldade para tomar decisões acontece frequentemente em qualquer situação, seja ela no ambiente profissional ou pessoal. Uma vez consumada, a decisão é uma estrada sem volta. As consequências virão – cedo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 ou tarde, positivas ou negativas. Por isso, a decisão exige um compromisso efetivo com a escolha feita e suas consequências. Isso nem sempre é fácil, por três motivos: 1. Não existe decisão perfeita porque não podemos analisar todas as alternativas e todas as consequências. 2. Ao optar por uma alternativa, temos de renunciar às outras e isso gera sempre um sentimento de perda, mesmo quando a decisão é eficaz. 3. Toda decisão é um ato absolutamente individual e intransferível. Não se pode decidir pelos outros nem culpar os outros pelas nossas más ações. No ambiente empresarial, essa dificuldade também existe, ela se torna muito mais grave, pode-se perder uma grande negociação apenas pelo titubear de decisão numa reunião, a indecisão tem levado muitas pessoas a erros difíceis de reparação. Um exemplo disso é o empresário que precisa tomar uma decisão de investimento em inovação de produtos, ou numa negociação com fornecedores e acaba perdendo uma excelente oportunidade de ganho ou lucro porque no momento de tomada de decisão ele é acometido pela indecisão. E o mercado não perdoa quem não toma as decisões nas horas certas! São inúmeras as implicações de uma tomada de decisão. A maior parte das consequências normalmente está fora do alcance visual. Um processo decisório pressupõe opções, escolhas (nem sempre muito fáceis de fazer). Existem perdas e ganhos, conflitos de valores e isso tudo é extremamente necessário. Por isso é importante tentar, de alguma forma, sistematizar um contexto, criar um cenário pelo menos próximo da realidade onde as possibilidades de decisão possam ser examinadas sob todos os ângulos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Pesquise TEMA 1: As atividades gerenciais Gerenciar é fazer com que as pessoas façam o que precisa ser feito. O gestor não é aquele que executa as tarefas diretamente, mas, sim, aquele que assegura que elas sejam realizadas pela sua equipe de acordo com os objetivos traçados. Portanto, a atividade gerencial pressupõe o planejamento e a coordenação sobre as pessoas e sobre os processos organizacionais. PETER DRUCKER (1972) resume as atividades de um gestor em cinco categorias: 1. Estabelecer objetivos O gestor estabelece os objetivos a serem atingidos pela sua equipe e as tarefas a serem realizadas. 2. Organizar atividades O gestor decompõe o trabalho em ‘atividades gerenciáveis’ e seleciona as pessoas que realizarão as tarefas. 3. Motivar e comunicar O gestor integra as pessoas em uma equipe, através de decisões sobre salários, colocações, promoções e da comunicação com a equipe. 4. Medir O gestor estabelece metas e métricas de desempenho apropriadas; analisa, avalia e interpreta o desempenho das pessoas. 5. Desenvolver as pessoas O gestor promove o desenvolvimento pessoal e profissional de sua equipe por meio da capacitação e de espaços de criação do conhecimento. Em cada atividade gerencial, o principalpapel do gestor é tomar decisões que afetarão, em menor ou maior grau, o desempenho da organização. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Sugestão de Leitura Leia o artigo intitulado “A importância do sistema de informação gerencial para tomada de decisões”. http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VISeminario/Artigos%20apresent ados%20em%20Comunica%E7%F5es/ART%203%20- %20A%20import%E2ncia%20do%20sistema%20de%20informa%E7%E3o% 20gerencial%20para%20tomada%20de%20decis%F5es.pdf Vamos conferir o que mais o professor Luciano tem a dizer sobre o assunto deste tema? Acesse o material on-line! Tema 2: A tomada de decisão e tipos de decisão Em linhas gerais, tomar uma decisão é escolher o que deve ser feito em uma determinada situação. A tomada de decisão é necessária sempre que houver mais de uma alternativa para resolver um problema ou mudar uma situação. Tomar uma decisão significa não apenas identificar as possíveis alternativas, mas, sobretudo, escolher aquela que melhor atende aos nossos objetivos, desejos ou valores. Trata-se de uma atividade intelectual – ou cognitiva – em que, primeiramente, percebemos que algo deve mudar para depois elegermos a melhor alternativa de ação. Herbert Simon, precursor nos estudos do processo decisório, sintetiza a tomada de decisão como ‘uma combinação entre pensamento e ação que culmina em uma escolha’ (SIMON, 1965). Além de Simon, muitos outros pesquisadores têm estudado a racionalidade e a tomada de decisões no campo do comportamento humano e organizacional. Em uma organização, as decisões são tomadas a todo o momento, em todos os níveis funcionais, desde simples decisões operacionais, como decidir sobre a máquina mais apropriada para ampliar a linha de produção até CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 complexas decisões estratégicas, como a aquisição de uma empresa concorrente. A cada decisão que tomamos, usamos uma quantidade maior ou menor de informações que, quando combinadas, embasam nossas escolhas, e nos ajudam a formar uma espécie de “modelo racional” para decidir o que fazer. Informação e decisão são, portanto, conceitos inseparáveis! Tipos de decisão As decisões podem ser classificadas de acordo com a sua complexidade. Em um extremo, estão as decisões simples, que fazem parte de nosso cotidiano, em que as informações são suficientemente claras para reduzir a probabilidade de insucesso. No outro extremo, estão as decisões complexas, baseadas em informações estimadas ou imprecisas, que deixam margem para incerteza ou que podem causar grande impacto na organização. Como vimos anteriormente, a complexidade das decisões gerenciais cresce na medida em que ascendemos nos níveis funcionais da organização, porque os seus resultados se tornam menos previsíveis. De acordo com o grau de incerteza das informações e da previsibilidade das decisões, elas são classificadas em três tipos: estruturada, não estruturada e semiestruturada. Decisões estruturadas: Decisões estruturadas são aquelas tomadas em situações bem definidas, com base em variáveis precisas e informações consistentes. Elas ocorrem tipicamente no nível operacional das organizações e geralmente fazem parte da rotina da empresa. Decisões estruturadas utilizam fontes de informação bem definidas e tendem a ser tomadas mais rapidamente, com maior segurança e assertividade. Por exemplo, o responsável pelo almoxarifado decide pela reposição de um determinado item no estoque, com base na quantidade atual de itens, na média de consumo desse item e no estoque mínimo desejado. Decisões não estruturadas: Quando a decisão envolve um contexto de incerteza, uma situação imprevista ou quando as informações que apoiam a decisão são CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 imprecisas, estimadas ou desconhecidas, dizemos que a decisão é não estruturada. Decisões não estruturadas ocorrem tipicamente nos níveis estratégicos e de alta gestão das organizações, no qual os executivos precisam tomar decisões de grande impacto, baseadas em cenários futuros ou projeções contextuais. As decisões não estruturadas geralmente utilizam fontes de informação diversificadas, requerem uma cuidadosa análise de risco e são suscetíveis a revisões e planos de contingência. Por exemplo, a abertura de capital na bolsa de valores ou o lançamento de um novo produto no mercado. Decisões semiestruturadas: Quando uma situação de decisão reúne as características dos dois tipos apresentados acima, dizemos que ela é semiestruturada. Decisões semiestruturadas ocorrem normalmente nos níveis gerenciais intermediários, nos quais os decisores se deparam com uma combinação de informações bem definidas com informações estimadas ou qualitativas. Um bom exemplo desse tipo de decisão é a seleção de fornecedores para um processo produtivo, conforme descrito em Lima (2013). Nessa situação de decisão, que é crítica para a efetividade de uma cadeia de suprimentos, cada possível fornecedor (ou alternativa de solução) é avaliado por uma combinação de informações quantitativas – prazo de entrega ou preço do produto – e qualitativas – qualidade do produto ou a solidez de sua operação. Exemplos de decisões Para melhor ilustrar os tipos de decisão, apresentamos na tabela a seguir exemplos de situações de decisão em três diferentes áreas de negócio. Setor Decisão estruturada Decisão semiestruturada Decisão não estruturada Industrial O supervisor de produção decide desativar a linha de montagem para realizar a manutenção preventiva, conforme estabelecido nas instruções de operação. O gerente de produção decide automatizar a linha de montagem, após observar os índices de falha e o custo da mão de obra e após a análise de viabilidade financeira. O diretor- presidente decide investir na construção de uma nova unidade industrial em outro país, apostando no crescimento do setor naquela região. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Educacional O analista administrativo decide pela concessão de uma bolsa de estudo, conforme estabelece o regimento interno. O chefe de departamento decide sobre o lançamento de um novo curso para atender à demanda do mercado. A mantenedora decide adquirir faculdades no interior do estado, para aumentar a fatia de mercado da instituição. Varejo O analista financeiro decide aprovar o crédito de um cliente, observando que ele atende a todos os requisitos predefinidos. O gerente comercial decide redistribuir a equipe de vendedores, diante do aumento nas vendas em certas regiões. O diretor comercial decide estabelecer uma parceria estratégica com um grande fornecedor para entrar em um novo mercado. Na tabela que você acabou de visualizar temos uma matriz na qual o tipo de decisão é correlacionado com o nível organizacional, permitindo identificar que função ou subsistema da empresa é considerado para a tomada de decisão. Por exemplo: no nível operacional, uma decisão tipicamente estruturada é o controle de estoque – quando os níveis de segurança de estoque são atingidos, as ordens de compra podem ser automaticamente geradas etc. Já uma decisão não estruturada se adapta bem ao nível estratégico, como planejamento de novos negócios. Entretanto, mesmo decisões não-estruturadas podem ser tomadas em níveis mais operacionais, como, por exemplo, a administração de caixa: de acordo com a maneira como o mercado financeiro
Compartilhar