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PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES III Professores Betisabel Vilar de Jesus Santos Joaquim Francisco Soares Guimarães 2 Contextualizando a Extensão Universitária: O conceito da extensão universitária; Trajetos históricos e desafios da extensão universitária; Extensão universitária nas Instituições de Ensino Superior; A extensão e a participação da comunidade; Projetos de extensão da Universidade Tiradentes: O papel da extensão na formação acadêmica; A extensão universitária: o aperfeiçoamento da cidadania; O compromisso institucional da extensão na Universidade Tiradentes; Os projetos extensionistas desenvolvidos na Universidade. EMENTA DA DISCIPLINA Geral: Conhecer a importância da prática interdisciplinar na elaboração de projetos extensionistas, levando os discentes a perceberem a aproximação e a aplicação desses projetos para a comunidade acadêmica e não acadêmica. OBJETIVOS Conhecer os conceitos e definições de extensão universitária; Conhecer as perspectivas, tendências e contexto histórico da extensão universitária; Específicos: Articular o Ensino e a Pesquisa com as demandas sociais, buscando o comprometimento da comunidade universitária com interesses e necessidades da sociedade; Estabelecer mecanismos de integração entre os saberes locais e o conhecimento científico, visando produzir os conhecimentos resultantes do confronto com a realidade acadêmica, a partir da permanente articulação entre teoria e prática. 1.1 O Conceito de Extensão Universitária. 1.2 Trajetos Históricos e Desafios da Extensão Universitária. 1.3 Extensão Universitária nas Instituições de Ensino Superior. 1.4 A Extensão e a Participação da Comunidade. Tema 1: Contextualizando a Extensão Universitária A universidade enquanto instituição social tem que se referenciar, produzir um conhecimento capaz de emancipar. Para Boaventura Santos (2001) emancipar caracteriza-se por levar o sujeito a pensar sobre as consequências de seus atos, substituindo a relação sujeito-objeto pela reciprocidade, a solidariedade e a participação entre os sujeitos. 1.1 - O Conceito da Extensão Universitária “Processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade.” (BRASIL, Plano Nacional de Extensão, 2000/01, p. 5). A extensão é o pilar que estabelece uma relação com a universidade e a sociedade em uma relação de mão dupla onde é situada uma troca de conhecimentos. (Guimarães, 2012, p.14) Extensão Universitária é um dos alicerces sobre o qual se sustenta o tripé que caracteriza as universidades brasileiras. Extensão é a ferramenta formadora da relação e interação entre a população e a universidade. Nasce como um organismo a ser utilizado pela universidade para a efetivação do seu compromisso social e também como articuladora de suas relações. Mecanismo social, comprometido com as carências sociais do seu tempo. Mecanismo modificador de posteriores profissionais dispostos a prestação de serviços nas distintas áreas do conhecimento, onde precisarão se preocupar com os grupos sociais excluídos da sociedade. 1) Reafirmar a extensão universitária como processo acadêmico definido e efetivado em funções das exigências da realidade; 2) Assegurar a relação bidirecional entre a universidade e a sociedade; 3) Dar prioridade as praticas voltadas para o atendimento de necessidades sociais emergentes; OBJETIVOS DA EXTENSÃO 4) Estimular atividades cujo desenvolvimento implica relações multi, inter e/ou transdisciplinares; 5) Enfatizar a utilização de tecnologia disponível para ampliar a oferta da de oportunidade; 6) Considerar as atividades voltadas para o desenvolvimento, produção e preservação e social do país; 7) Inserir a educação ambiental e o desenvolvimento sustentado como componentes da atividade extensionista. Nogueira (2005, pp.88 a 89) 1.2 Trajetos Históricos e Desafios da Extensão Universitária. 1269 - a Extensão teve início no Mosteiro da Alcabaça, Portugal; Posteriormente ordens religiosas adotaram esta prática ao levar as ações educacionais para fora dos muros dos colégios; 1867 - a extensão universitária passou a existir na Inglaterra, com caráter de educação continuada (realizada por meio de cursos destinados a toda a população adulta que não se encontrava na universidade); Modelo de Extensão Norte-americano, caracterizado pela prestação de serviços na área rural e urbana. Século XIX surgem as Universidades Populares (Europa), para atender aos jovens que não tinham espaço no mercado de trabalho e almejavam ir para a universidade. 1918 – na América Latina as Universidades Populares surgiram como resultado do movimento dos estudantes que elaboraram o Manifesto de Córdoba, na Argentina. São criadas universidades como: Gonzáles Prado, no Peru, José Martin, em Cuba. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO BRASIL 1911 – Primeiros indícios de sua prática 1931 – a prática da extensão universitária foi inserida no Estatuto das Universidades Brasileiras → Modelo Europeu. Posteriormente passou a se configurar por meio de ações abertas às comunidades como cursos, conferências e/ou congressos. 1960 -1964 – estudantes defendem que a universidade deve contribuir para as transformações da sociedade. 1968 - a extensão passa a ter como finalidades: complementar a pesquisa, associando a esta valores sociais (inspirada no Modelo Norte americano). Calcada também na prestação de serviço tanto na zona rural como na zona urbana → Lei nº 5.540 em seu artigo 20. 1980 – Novo momento da universidade → assume caráter inclusivo FINALIDADE DA EXTENSÃO Aproximar e integrar universidade e comunidade, ciência e saber popular e cultural, originando novos conhecimentos para a sociedade; Possibilitar a docentes e discentes um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, acrescenta novos saberes ao conhecimento existente e sua democratização; Possibilitar aos discentes experiências na sua área de conhecimento e, condições para o enriquecimento da sua formação cultural e cidadã. FASES DE CONCEITUAÇÕES E DE PRÁTICAS DE EXTENSÃO NA VISÃO DE PAULO FREIRE. 1- transmissão vertical do conhecimento e a extensão do serviço: uma prática pedagógica onde a transmissão do conhecimento é de autonomia da universidade, sendo este conhecimento restrito a poucos; 2- o voluntarismo – ação voluntária sócio – comunitária: o objetivo é a ação filantrópica; 3 - a ação sociocomunitária institucional: objetiva propagar as ideias de uma classe hegemônica que instalada no poder adota práticas manipuladoras; 4 – o acadêmico institucional: movimento novo, de caráter sistemático, e dialógico, onde permaneceu em algumas inserções do universo acadêmico. MOMENTO DE INTERAÇÃO DESAFIOS DA EXTENSÃO Atualmente as universidades vivenciam múltiplos desafios colocados tanto pela sociedade, quanto pelo Estado. Estes são ocasionados: pela perda da capacidade para definir corretamente os problemas aos quais a formação e as pesquisas devem servir (Buarque, 1994, p.225), ou seja, sobre como devemos/estamos a produzir e difundir conhecimentoPARA QUE? PARA QUEM? COMO? * Na atualidade, as universidades discutem vários pontos desafiadores estabelecendo indicadores para a área social. * Os impasses desafiadores e/ou taxados por alguns doutrinadores como dificultores estão relacionados a uma concepção que se pretende hegemônica e visa a confecção do saber conferindo-lhe credibilidade. 1.3 Extensão Universitária nas Instituições de Ensino Superior Para Sousa (2010), o papel da universidade está relacionado à transformação social, a produção de conhecimento, a formação de recursos humanos e a critica social, embora com limitações. As Instituições de Ensino Superior produzem conhecimento técnico e, ao se aproximar da comunidade viabiliza o entrelaçamento entre teoria e prática e o desenvolvimento de uma consciência crítica com vista a transformar a realidade Santos, Freire e Silva (2006, p.7), afirmam que: “[...], A extensão universitária se faz presente onde não há políticas públicas articuladas e de amplo alcance”. É obrigação da instituição desenvolver essa prática junto às pessoas necessitadas de conhecimento, pois é através do conhecimento que a comunidade pode modificar e melhorar a sua situação. O movimento extensionista nas universidades tem como características comuns: → o fato de estar voltado a ação nas comunidades, disponibilizando a esta, o conhecimento e recursos produzidos; → um arcabouço parecido quanto aos conhecimentos teóricos, ainda que as práticas se diferenciem, pois cada universidade cria sua política particular. Mas, as políticas de extensão devem ser norteadas pela Política Nacional de Extensão Universitária e pelo que estabelece a LDB. → Tem aumentado o envolvimento das instituições de ensino superior na vida das comunidades em função de fatores como: a) parte como resultado do aumento do quantitativo de alunos e cursos; b) parte por ter aumentado a evidência de problemas sociais no país; c) parte por conta das exigências dos órgãos reguladores da educação superior. 1.4 A Extensão e a Participação da Comunidade A extensão é o meio de intervir de forma significativa nas comunidades, com o objetivo de levar conhecimento, que muitas vezes essas comunidades não têm acesso. Trata-se de um leque de informações importantes para a vida social e que muitas vezes lhes são negados. O Movimento Extensionista possibilita: → A melhoria das condições humanas e materiais da comunidade; → O desenvolvimento da cidadania nas comunidades que estão carentes; → O continuo aprendizado e a ampliação da visão mundo; →O efetivo aprendizado dos estudantes, que em contato com a realidade na qual irá atuar, poderá refletir sobre a teoria e buscar nela a resposta as problemáticas que se apresentem; → Para os docentes, suscita novos temas de pesquisa e a reflexão sobre a teoria que vem sendo trabalhada nas aulas; → Para as universidades significa: a consolidação do conhecimento; o compromisso político e ético com a comunidade em seu entorno, transformando a vida social ao seu redor, sanando e melhorando suas deficiências. Deve-se invocar a universidade para refletir sobre as verdadeiras dificuldades das comunidades e articular ações que de fato possam solucionar os problemas. Todo movimento da universidade, afirmador do seu papel social, tem estado ligado de alguma forma ao corpo docente e discente, tendo-o na maioria das vezes como elemento gerador. Não existe nenhum exagero ao afirmar-se que a extensão universitária no Brasil teve sua origem ao movimento estudantil. MOMENTO DE INTERAÇÃO
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