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UNIDADE CURRICULAR DE EXTENSÃO I Orientação do Projeto de Extensão Tema: Desenvolvimento Regional Subtema: Orientação profissional das juventudes OBJETIVOS: Conceituar a Extensão Universitária e sua relação indissociável com Ensino e Pesquisa; Apontar os marcos legais que estabeleceram a Curricularização da Extensão Universitária no Brasil; Demarcar a importância da prática pedagógica do extensionismo universitário; Apresentar um modelo de Extensão Universitária do desenvolvimento regional voltado à orientação profissional das juventudes. Programação: A data de entrega das atividades estarão disponíveis em um cronograma no AVA Apresentação teórica da disciplina Formação Universitária e Responsabilidade social Caros estudantes, um dos objetivos dessa disciplina é compreender o papel da extensão na formação dos estudantes universitários. Mas antes queremos fazer uma pergunta: Afinal de contas, você já parou para pensar para que serve o conhecimento adquirido por você na formação Universitária? Inicialmente, vale lembrar que uma questão essencial para quem adentra no mundo acadêmico é saber sobre o papel que a Educação deve cumprir na sociedade. Conforme Severino (2009, p. 121) “O futuro da sociedade brasileira está na dependência da sua transformação em uma sociedade menos excludente. E nesse processo, a educação, diretamente vinculada à produção econômica e à dinâmica política, terá papel relevante no compromisso de responder aos desafios da alta modernidade. Construir o futuro implica investir na educação, na perspectiva de uma política educacional intrinsecamente voltada para os interesses humanos da sociedade, visando à superação intencional e planejada de suas forças de exclusão social.”. Nesse sentido, um elemento central é considerar que a Educação é um bem coletivo e que deve estar a serviço da Humanidade. A finalidade da Universidade é de participar do esforço coletivo de promoção de uma sociedade mais justa, solidária e equânime. Desse modo é importante assinalar que todos os que fazem parte da Universidade devem estar envolvidos com a sua missão que trazer bem-estar social, posto que “... a universidade é um espaço voltado para a sociedade, tornando-se assim responsabilidade de todos”(FRANCISCO JUNIOR, 2020, p. 135). Ainda segundo Severino (2009), “construir o futuro implica investir na educação, na perspectiva de uma política educacional intrinsecamente voltada para os interesses humanos da sociedade, visando à superação intencional e planejada de suas forças de exclusão social”. É imprescindível também apontar que toda a comunidade acadêmica, inclusive os estudantes, são parte da vocação da Universidade para o bem- estar social, na formação de pessoas e no cultivo e disseminação de conhecimento para toda a sociedade. Por fim, o compromisso social da Universidade impõe “...formar cidadãos éticos, críticos e bem-preparados para enfrentar as constantes mudanças e mutações de um mundo cada vez mais, no qual boa parte das profissões do futuro ainda não foi sequer inventada” (KNOBEL, 2021, p. 61). Em outras palavras, cabe a Universidade capacitar os seus estudantes como seres autônomos e cientes de sua responsabilidade pessoal com seu contexto social e político. A Universidade se constitui a partir de três pilares: O ensino, a pesquisa científica e a extensão. Esses fundamentos são indicados na Constituição de 1988, que em seu texto estabeleceu a “indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” na tarefa, vocação e missão da Universidade brasileira. Assim sendo, o que se ensina e o que se pesquisa no interior de um curso superior está conectado com a extensão universitária. Compreende-se o ensino como a transmissão de saberes que são legitimados em um currículo de uma área de conhecimento. Já o papel de produzir novos saberes e conhecimentos que respondam aos problemas presentes no campo científico é uma demanda da pesquisa. Sem esses pilares a formação universitária torna-se frágil. Quando pensamos nesses fundamentos, compreendemos que o papel da formação universitária não é somente repassar informações e saberes para os estudantes em sala de aula (uma perspectiva conteudista da “educação bancária”), mas também levar o acadêmico a produzir conhecimento pela pesquisa científica e da extensão, possibilitando que tais saberes possam servir a sociedade. Cabe a Universidade criar condições para que pesquisa, ensino e extensão sejam inseparáveis, posto que essas se retroalimentam mutuamente. O Ensino, a pesquisa e a extensão são ações que não devem ser pensadas de forma isolada. Por exemplo, ao fazer um trabalho de extensão, o estudante poderá tanto usar ferramentas próprias da pesquisa científica como a coleta de informações via entrevistas semiestruturadas. Assim como o conhecimento na prática extensionista poderá ser incorporado nas práticas de ensino no cotidiano da Universidade. Sigamos em frente e tenha um bom estudo! Compreendendo a Extensão Universitária Caros estudantes, chegamos a um ponto crucial de nossa disciplina, que é compreender com maior profundidade o que é a extensão universitária. Antes de responder essa pergunta, nos parece apropriado colocar uma outra questão: Para que serve o teu conhecimento? A Extensão Universitária é o desenvolvimento de ações junto à comunidade tendo como princípio elementar que a Universidade deve compartilhar seus saberes e conhecimentos adquiridos através do ensino e pesquisa. Tal articulação visa atender as demandas presentes nas comunidades onde a universidade está inserida, produzindo benefícios sociais. Ou seja, a atuação da universidade não está restrita a sala de aula, muito menos aos seus laboratórios e grupos de pesquisas, mas enseja servir a comunidade através de iniciativas para além do campus universitário. Embora alguns achem que o que se aprende na Universidade são apenas teorias, a extensão universitária é um mecanismo prático para o estudante testar seus conhecimentos, além de o educar na promoção de responsabilidade social. Ou seja, além de disseminar conhecimentos na sociedade, a extensão corrobora para que os estudantes ponham em prática os saberes adquiridos em sua formação universitária, o que é uma forma de aprender na prática através de iniciativas que o colocam em contato com os desafios presentes em sua localidade. Considera-se que o envolvimento do estudante com práticas de extensão é importante porque o leva a passar por novas vivências para além daquelas que já experimenta em seu cotidiano. Segundo Sandra de Deus (2000), A Extensão Universitária afirma, acima de tudo, que a comunidade acadêmica não pode e não precisa estar fechada consigo mesma. Ela necessita se expandir. Ela tem esse papel e esse dever. Acima de tudo, ela sobrevive e se recria a partir do contato com essa diversidade, que é apresentada no mundo fora da universidade. A partir deste contato, o mundo, em si, transforma-se, recria-se. As pessoas também se tornam outras. Tornam-se atentas com o que ocorre socialmente em sua volta. Independentemente da sua área de atuação (seja exata, seja humanas), o estudante universitário, ao viver a experiência da Extensão, transforma-se, consegue atuar no seu trabalho de maneira muito mais consistente. Embora pareça mais “seguro” somente assistir aulas ou desenvolver pesquisas nos limites dos muros da universidade, é de suma importância confrontar o aprendizado com a realidade. Os marcos históricos e legais da Curricularização da Extensão Universitária Falar em práticas extensionistas demanda reconhecer sobre qual é o papel da Universidade deve cumprir no Projeto de desenvolvimento de uma nação. Assim sendo, historicamente ela é disputada por diferentes projetos políticos e isso não é diferente na América Latina.Um exemplo aconteceu na Argentina com a Reforma de Córdoba. Essa reforma se constituiu a partir da luta do movimento estudantil em romper com o caráter elitista local. Entre as propostas para mudar os rumos da Universidade de Córdoba estavam a defesa da autonomia Universitária e da Educação gratuita, democratização do acesso à Educação Superior, da Unidade regional da América Latina, da assistência estudantil e a promoção da Extensão universitária através do fortalecimento da função social da Universidade. Com os debates decorrentes sobre o papel da Universidade Brasileira nos últimos anos, hoje vivemos um novo processo de Curricularização da Extensão Universitária. Isso regulamenta a inclusão de práticas extensionistas nos cursos de graduação. É a partir da curricularização das atividades de extensão no currículo dos Cursos, considerando da Resolução N.07 de 18 de dezembro de 2018, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que se instituiu as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e que regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei n. 13.005/14. Com as novas normativas busca-se garantir o mínimo de 10% (dez por cento) da carga horária de todos os cursos na graduação sejam efetivamente para desenvolver ações de Extensão. Ademais, intenta-se com essas mudanças fortalecer a formação e o protagonismo estudantil, promover mais efetivamente a relação junto à comunidade. Finalmente, é importante dizer que essa normativa referenda a indissociabilidade do Ensino, a pesquisa e a extensão universitária. No que tange ao desenvolver ações de extensão, o estudante poderá tanto usar ferramentas e instrumentos próprios da pesquisa científica, bem como aprender novos saberes que estão presentes no envolvimento com a sociedade. Esse conhecimento aprendido na prática de extensão poderá ser incorporado nas práticas de ensino no cotidiano da Universidade. É preciso considerar que a extensão não se trata em tão somente repassar informações aprendidas em sala de aula para uma comunidade. Também é importante assinalar que as vivências experimentadas nas ações extensionistas podem produzir conhecimentos que poderão ser aproveitados no ensino e na pesquisa científica. Finalmente, para realizar um bom trabalho extensionista deve-se ter uma postura correta ao desenvolver ações junto às comunidades. Uma delas é não tratar a comunidade ou o público alvo da iniciativa extensionista como seres passivos de questionar qual tipo de conhecimento tem maior interesse ou prioridade. A postura paternalista que trata as pessoas pobres como inexoravelmente ignorantes e incapaz de fazer escolhas é desumanizadora. Assim, deve-se evitar tanto uma postura de superioridade, bem como messiânica ou de invasão cultural. Para realizar o trabalho junto à comunidade, o diálogo e escuta sensível são fundamentais. Planejem-se! A atividade de extensão não pode ser voluntarista. É impróprio em uma ação de responsabilidade social que não reconheça as informações, potencialidades e saberes já presentes de um determinado lugar. Conforme Dias, respeito ao outro é fundamental, pois esse “...tem saberes, história, cultura e valores próprios, além de diversidades culturais, de grupo, raça e idade”. É do mesmo modo importante ter uma postura investigativa, como realizar um mapeamento que permita a identificação das pessoas e da vida local. Assim sendo, colete o máximo de informações sobre a comunidade local e seu público alvo (DIAS, 2021). É preciso também lembrar que na ação de extensão os estudantes podem aprender com as iniciativas presentes na comunidade. Assim sendo, exercite a escuta, pois também se aprende em contato com os saberes produzidos pelo povo! 5. BIBLIOGRAFIA BÁSICA KNOBEL, Marcelo. Reflexões sobre educação superior: a universidade e seu compromisso com a sociedade . Editora Blucher, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555061383/ FERNANDES, Marcelo Costa; SILVA, Lucilane Maria Sales da; MACHADO, Ana Larissa Gomes; MOREIRA, Thereza Maria Magalhães. Universidade e a Extensão Universitária: a visão dos moradores das comunidades circunvizinhas. Educação em Revista | Belo Horizonte | v. 28 | n. 04 | p. 169-194| dez. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/SfxX7fpVccbMrSSDHqCSNhy/?format=pdf&lang=pt DIAS, Camila Schwartz. A prática pedagógica do extensionista na elaboração do conhecimento do produtor rural. Org. STEIN, Ronei, T. et ai. Fundamentos da Extensão RuralA universidade brasileira e sua inserção social. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo A, 2021. (páginas 95 até 110) Disponível em https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786581492908/pageid/94. 6. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SEVERINO, Antônio Joaquim. Educação e universidade: conhecimento e construção da cidadania. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, n. 10, p. 117-124, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/dcRwJ5SSQW6Z43pGWpKyMkc/?lang=pt DALBOSCO, Cláudio Almir. Educação superior e os desafios da formação para a cidadania democrática (1). Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 20, p. 123-142, 2015. Didponível em : https://www.scielo.br/j/aval/a/QDSV7wHqtszRMqYYrnGrdZf/?lang=pt DEUS, Sandra de. Extensão universitária: trajetórias e desafios. Santa Maria, RS: Ed. PRE-UFSM, 2020. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/renex/images/EBOOK_- _Sandra_de_Deus_-_Extensao_Universitaria.pdf. Francisco Junior, Luiz Carlos. Faces e Interfaces da Universidade. In: BARBOSA, Frederico https://www.scielo.br/j/icse/a/dcRwJ5SSQW6Z43pGWpKyMkc/?lang=pt https://www.scielo.br/j/aval/a/QDSV7wHqtszRMqYYrnGrdZf/?lang=pt https://www.ufmg.br/proex/renex/images/EBOOK_-_Sandra_de_Deus_-_Extensao_Universitaria.pdf https://www.ufmg.br/proex/renex/images/EBOOK_-_Sandra_de_Deus_-_Extensao_Universitaria.pdf Celestino(Org). Ensino, pesquisa e Extensão no Brasil: uma abordagem pluralista. Piracanjuba-GO Editora Conhecimento Livre, 2020. Disponível em: https://conhecimentolivre.org/wp-content/uploads/2020/08/L.28.3-2020.pdf SILVA, Gizeli Aparecida Martins Alves da. Extensão em foco: A extensão universitária sob a ótica do desenvolvimento de competências. Universidade Fernando Pessoa. Dissertação de Mestrado. Faculdades de Ciências Humanas e Sociais Porto, 2018. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7009/1/DM_Gizeli%20Aparecida%20Martins%20Alves %20da%20Silva.pdf. PASSO A PASSO DO PROJETO DE EXTENSÃO Etapa I: Mapeamento Os alunos deverão realizar um mapeamento dos jovens da região, que estão fora do mercado de trabalho e vinculados a instituições como escolas, CRAS, ONGs ou mesmo aqueles atendidos por programas sociais. Etapa II: Escolher espaço para realização da prática: O espaço deverá ser um local onde existam jovens atendidos e/ou acompanhados por políticas públicas ou mesmo Organizações não governamentais-ONGS por Ex. Escolas, Centro de Referências de Assistência Social-CRAS e/ou Associações; Apresentar-se conduzindo a carta de apresentação, assinada pelo estudante, pelo coordenador do Polo, devendo também ser assinada ao final da atividade, pelo responsável pela instituição onde será realizada a prática; O aluno deverá preencher a ficha do local de aplicação do Projeto de Extensão. Realizar observação no espaço escolhido, identificando as principais dificuldades dos jovens quanto à inserção no mercado de trabalho; Nessa etapa os discentes deverão realizar enquetes com os jovens sobre as principais dúvidas em relação ao 1° emprego e quais temas desejam ter mais conhecimento. O aluno deverá preencher a ficha parcial da frequência do Projeto de Extensão. Etapa 03 – Realização do Projeto de Extensão Durante a realização do Projeto de Extensão: O estudante deverá construir um relatório, registrando todasas ações desenvolvidas no processo e que fará parte de uma das avaliações. O estudante deverá comparecer ao local da prática e apresentar a proposta do projeto de extensão ao responsável pela instituição onde será realizado o projeto para que este possa analisar sua aplicabilidade em comum acordo com a instituição; https://conhecimentolivre.org/wp-content/uploads/2020/08/L.28.3-2020.pdf https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7009/1/DM_Gizeli%20Aparecida%20Martins%20Alves%20da%20Silva.pdf https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7009/1/DM_Gizeli%20Aparecida%20Martins%20Alves%20da%20Silva.pdf Na apresentação da proposta do projeto de extensão o estudante poderá utilizar como metodologia de apresentação: oficinas, palestras, minicursos, apresentação de banner, painel, slides, entre outras metodologias relacionadas ao tema pesquisado; Realizar registro dos relatos de feedback sobre a proposta de Extensão (resultados positivos e negativos); Fazer registros fotográficos (pedir para assinar documento de uso de imagem - áudio e vídeo). O aluno deverá preencher a ficha parcial de frequência do Projeto de Extensão. Enviar o banner com os resultados do projeto, bem como apresenta-lo no encontro presencial do polo. AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA AP I Avaliação Parcial I- Prova objetiva ( 20% da nota final) (Conteúdo está na Apresentação teórica da disciplina) AP II (20% da nota final) O aluno deverá preencher: -Ficha do local de aplicação da UCE I -Carta de apresentação do aluno -Ficha parcial de frequencia -Termo de uso da imagem - Projeto de Extensão AP III- (60% da nota final) -Frequência -Relatório Final - Envio do Banner -Apresentação do banner com resultados do projeto no Polo (local)
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