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EMPREGO DA VIRGULA ANTES DA CONJUNCAO E ARTIGO 1

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TEXTO.JUS NURT 
EMPREGO DA VÍRGULA ANTES DA CONJUNÇÃO E 
A vírgula 
antes do e 
serve, entre 
outros ca-
sos, para 
dist inguir 
os sujeitos 
das orações 
e tornar o 
texto mais 
claro. 
TEXTO.JUS 
Núcleo de Revisão Textual Edição 11, fevereiro/2011 
I – Orações coordenadas liga-
das pela conjunção e, com su-
jeitos diferentes 
C 
ostumam causar estra-
nheza ao leitor cons-
truções em que a vír-
gula é seguida da conjunção e, 
como neste trecho do art. 18, § 
2º, da Constituição Federal: 
sujeito é o servidor; a segunda, 
pelo verbo assinar, cujo sujeito 
é o magistrado. A inserção da 
vírgula visa, pois, distinguir os 
sujeitos das orações e tornar o 
texto mais claro. É, portanto, 
uma vírgula de clareza. 
 
Embora seja facultativo o em-
prego da vírgula neste caso, se 
a estrutura oracional gerar am-
biguidade em relação aos sujei-
tos, torna-se obrigatório utilizá-la. 
Os Territórios Federais integram 
a União, e sua criação, transfor-
mação em Estado ou reintegra-
ção ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar. 
A fim de esclarecer o tema, con-
vém analisar os principais casos 
em que ocorre o emprego da 
vírgula antes da conjunção e, 
apontados em obras de referên-
cia – como a Nova Gramática do 
Português Contemporâneo, de 
Celso Cunha e Lindley Cintra; 
Português Básico, de Adriano da 
Gama Kury; Português para 
Profissionais, de Adalberto J. 
Kaspary. 
Exemplo: 
 
O servidor elaborou o documen-
to, e o magistrado assinou-o 
imediatamente. 
II – Intercalação entre termos 
ligados pela conjunção e 
Exemplo: 
 
O Presidente do TJDFT, De-
sembargador Sócrates, o Vice-
Presidente, Desembargador Pla-
tão, e o Corregedor da Justiça 
do DF, Desembargador Aristó-
teles, convidam os magistrados 
e os servidores para a soleni-
dade de posse. 
Nota-se que o período contém 
sujeito composto: O Presidente 
do TJDFT, o Vice-Presidente e 
o Corregedor da Justiça do DF. 
Para cada sujeito houve inter-
posição de aposto, que expres-
sa, no contexto apresentado, 
explicação acerca do termo a 
que se refere. Por esse motivo, 
vem marcada por vírgula. 
No período apresentado, ocorrem 
duas ações: a primeira está ex-
pressa pelo verbo elaborar, cujo 
TEXTO.JUS NURT 
[...] a expres-
são e sim 
possui, por 
inteiro, valor 
adversativo, 
o que a tor-
na indivisí-
vel. 
 
Assim, ao se intercalar o segun-
do aposto – Desembargador Pla-
tão –, ocorreu o fenômeno lin-
guístico do uso da vírgula an-
tes da conjunção e. 
 
O emprego da vírgula, neste ca-
so, é obrigatório. 
TEXTO.JUS 
Núcleo de Revisão Textual Edição 11, fevereiro/2011 
Diferentemente do exemplo an-
terior, a expressão e sim pos-
sui, por inteiro, valor adversati-
vo, o que a torna indivisível. As-
sim, ao substituí-la pela conjun-
ção mas, obtém-se o seguinte: 
 
O depoimento da testemunha 
não favoreceu a vítima, mas o 
réu. 
III – Com as expressões e 
não/e sim 
Nota: Quando ocorre a substi-
tuição da expressão e sim pela 
conjunção mas, é possível inter-
calar o advérbio sim após a 
conjunção, desde que venha 
marcado duplamente por vírgu-
las, uma vez que constitui recur-
so estilístico de ênfase. Isso sig-
nifica que, se o vocábulo sim for 
retirado, não haverá prejuízo gra-
matical nem alteração semântica 
para a estrutura oracional. 
 
De acordo com a lição sempre 
precisa de Adalberto J. Kaspary, 
no livro Habeas Verba – Portu-
guês para Juristas (2007, p. 
176), admite-se, ainda, reforçar 
o sim com o termo isto. 
 
Confira as inserções: 
 
a) O depoimento da testemunha 
não favoreceu a vítima; mas, 
sim, o réu. 
 
b) O depoimento da testemunha 
não favoreceu a vítima; mas, 
isto sim, o réu. 
Com a expressão e não, a justi-
ficativa para a presença da vír-
gula se deve ao valor adversati-
vo que a conjunção e adquire 
nesta estrutura. Cabe ressaltar 
que apenas o elemento e da 
mencionada expressão possui 
valor adversativo. Por isso, ao 
substituí-lo pela conjunção mas, 
o vocábulo não permanece obri-
gatoriamente na estrutura ora-
cional a fim de conservar-lhe o 
aspecto negativo. Após a substi-
tuição, o resultado é: 
 
O requerimento dos servidores 
visa à continuidade do curso, 
mas não ao cancelamento. 
Exemplo 1: 
 
O requerimento dos servidores 
visa à continuidade do curso, e 
não ao cancelamento. 
Exemplo 2: 
 
O depoimento da testemu-
nha não favoreceu a vítima, 
e sim o réu. 
É importante atentar para a 
substituição da vírgula, após 
Exemplos: 
 
a) Emocionou-se com o depoi-
mento o magistrado, e os advo-
gados, e as testemunhas, e os 
policiais. 
 
b) O bandido atacou a vítima, e 
desferiu-lhe inúmeros golpes de 
faca, e não queria parar. 
TEXTO.JUS NURT 
[...]
costuma-se 
recorrer à 
repetição 
da conjun-
ção e para 
acentuar a 
pausa. [...] 
Trata-se, 
pois, de re-
curso esti-
lístico [...] 
 
o vocábulo vítima, por ponto e 
vírgula. Isso ocorreu por causa 
da vírgula inserida depois da 
conjunção mas. Esta conjunção 
marca início de oração e, nesta 
posição, quando seguida de vír-
gula, ficaria sinalizada como 
elemento intercalado. Assim, re-
corre-se à troca do sinal de 
pontuação que antecede a con-
junção para indicar com mais 
clareza o início da segunda ora-
ção. 
 
O emprego da vírgula nas hipó-
teses deste item é obrigatório. 
TEXTO.JUS 
Núcleo de Revisão Textual Edição 11, fevereiro/2011 
Trata-se, pois, de recurso esti-
lístico – denotador de continui-
dade e fluidez do pensamento –, 
que, embora apreciável em lite-
ratura, deve ser evitado em tex-
tos técnicos. 
 
Vale a pena destacar, também, 
a preciosa sugestão de Adriano 
da Gama Kury, na obra Ortogra-
fia, Pontuação e Crase (1988, p. 
69), em que o autor aponta a 
possibilidade de substituir as 
vírgulas por travessões, como 
recurso de estilo que confere 
mais força ao aspecto enfático 
do polissíndeto, efeito que se 
pode obter, ainda, por meio do 
ponto. Assim, é possível rees-
crever as orações da seguinte 
maneira: 
IV – Ênfase de termos e de 
orações coordenados por 
meio de polissíndeto 
A princípio, bastaria, nos dois 
exemplos, a inserção das vírgu-
las para separar os elementos 
ou as orações coordenadas. No 
entanto, costuma-se recorrer à 
repetição da conjunção e para 
acentuar a pausa. 
 
Esse recurso origina o denomi-
nado polissíndeto – figura de 
sintaxe que se caracteriza, nes-
te caso, pela reiteração de con-
junção coordenativa. 
Após a análise do tema propos-
to, pode-se afirmar que o texto 
da Constituição apresentado no 
início deste artigo está perfeita-
mente pontuado, uma vez que 
se aplicou a regra do item I – 
emprego da vírgula em orações 
coordenadas ligadas pela con-
junção e, com sujeitos diferen-
tes. 
a) Emocionou-se com o depoi-
mento o magistrado – e os ad-
vogados, e as testemunhas, e 
os policiais. 
 
b) O bandido atacou a vítima. E 
desferiu-lhe inúmeros golpes de 
faca. E não queria parar.

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