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REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO

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Prévia do material em texto

Osvaci Amaro Venâncio Júnior
REDAÇÃO JURÍDICA SEM 
MISTÉRIO
GUIA PRÁTICO PARA CURIOSOS
V448r
 Venâncio Júnior, Osvaci Amaro
 Redação jurídica sem mistério: guia prático para curiosos / Osvaci Amaro Venâncio Júnior
 1ª ed. – Florianópolis: Habitus, 2019.
 178 p.; 14x21 cm
 ISBN 978-65-5035-000-0
 
 1. Redação Jurídica 2. Argumentação e Linguagem Jurídica - Brasil I. Título
 CDU 340.11
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características 
gráficas e/ou editoriais.
A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art.184 e seus §§ 1º, 2º e 3º, Lei n° 10.695, de 
01/07/2003), sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei n° 9.610/98).
Todos os direitos desta edição reservados à Habitus Editora
www.habituseditora.com.br – habituseditora@gmail.com
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Copyright© 2019 by Osvaci Amaro Venâncio Júnior
Produção Editorial: Habitus Editora
Editor Responsável: Israel Vilela
Capa e Diagramação: Carla Botto de Barros
As ideias e opiniões expressas neste livro são de exclusiva responsabilidade 
dos Autores, não refletindo, necessariamente, a opinião desta Editora.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CONSELHO EDITORIAL:
Alceu de Oliveira Pinto Junior
UNIVALI 
Antonio Carlos Brasil Pinto
UFSC
Cláudio Macedo de Souza
UFSC 
Dirajaia Esse Pruner
UNIVALI - AMATRA XII 
Edmundo José de Bastos Júnior
UFSC- ESMESC
Elias Rocha Gonçalves
IPEMED - SPCE Portugal - ADMEE Europa - CREFAL Caribe
Fernando Luz da Gama Lobo D'Eça
IES - FASC
Flaviano Vetter Tauscheck
CESUSC-ESA-OAB/SC
Francisco Bissoli Filho
UFSC
Geyson Gonçalves / Cesusc
ESA OAB/SC
Gilsilene Passon P. Francischetto
UC (Portugal) - FDV/ES
Jorge Luis Villada / Ucasal
(Argentina)
Juan Carlos Vezzulla
IMAP (Portugal)
Juliano Keller do Valle
UNIVALI
Lauro Ballock
UNISUL
Marcelo Bauer Pertille
UNIVALI
Marcelo Gomes Silva
UFSC
Marcelo Buzaglo Dantas
UNIVALI
Nazareno Marcineiro
UFSC - ACADEMIA DA PMSC
Florianópolis
2019
Osvaci Amaro Venâncio Júnior
REDAÇÃO JURÍDICA SEM 
MISTÉRIO
GUIA PRÁTICO PARA CURIOSOS
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1. “denunciar a lide” ou “denunciar à lide”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2. Sujeitos diferentes que parecem iguais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3. De onde veio a palavra “acórdão”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4. Assinalar prazo?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5. Use sempre com iniciais maiúsculas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6. Quer escrever bem? Você pode começar conhecendo bem o 
assunto sobre o qual vai escrever. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
7. “veículo de placas MTY 3245” ou “veículo de placa MTY 3245”?. . . . 15
8. “Com relação ao pedido de indenização...” ou “Em relação ao 
pedido de indenização...”?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9. O magistrado determinou a emenda à inicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Palavras que sobram. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
11. Vai transcrever ementa? Muito cuidado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
12. Na dúvida não coloque a vírgula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
13. Quando usar a forma “e/ou”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
14. O mau emprego do gerúndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
15. Palavras que não constam do Volp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
16. O emprego da vírgula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
17. O emprego da crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Flexão do infinitivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
19. Repetição das preposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
20. “se” índice de indeterminação do sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
21. Ambiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
22. O paralelismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
23. Escreva bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
24. No prazo de 30 (trinta) dias contado ou contados da citação? . . . . . . 29
25. “Coisinhas” que cansam o leitor da sua peça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
26. independente ou independentemente? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
27. “conhecer e dar provimento ao recurso” está correto? . . . . . . . . . . . . 31
28. “Arrematando a petição inicial, requereu o autor fosse a ré 
condenada a reparar os danos materiais”. Há erro nessa construção? 32
29. E a colocação pronominal? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO
6 7
OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
30. Estão corretas as formas “devido a”, “relativo a”, “concernente 
a”, “referente a”, “pertinente a”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
31. Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
32. não há que se falar, não há que falar, não há se falar, não há falar. . . . 36
33. Pronome possessivo: partes do corpo e substantivos abstratos. . . . . . . 37
34. Se o verbo, sozinho, resolve, use-o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
35. “O Novo Código de Processo Civil” ou “O novo Código de 
Processo Civil”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
36. Se não há pausa, não há vírgula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
37. Escreva “de modo que”, “de forma que”, “de maneira que”, e não 
“de modo a”, “de forma a”, “de maneira a” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
38. “condena-se os autores a pagar a multa prevista...” ou “condenam-
se os autores a pagar a multa prevista...”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
39. A expressão “ou não” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
40. Agravo “da” ou “contra a” decisão? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
41. Posso usar na minha peça o tempo presente para me referir a fatos 
passados? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
42. “pois” e “porque”, quando usar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
43. O autor tem “que” ou “de” demonstrar o fato constitutivo do seu 
direito?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
44. Colocando ordem no texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
45. “à” ou “na” época dos fatos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
46. Posso redigir o acórdão em primeira pessoa?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
47. em que pese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
48. Quando abrir novo parágrafo?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
49. Intime-se-o. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
50. O início do prazo da prescrição se dá no momento que surge a 
pretensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
51. Ao escrever números, preciso colocá-los por extenso entre 
parênteses? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
52. O ponto e vírgula. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
53. se não, vejamos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
54. Pugna-se pela produção de todos os meios de prova em direito 
admitida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
55. “isso porque”, “até porque”, “ocorre que”: de novo a danada da 
vírgula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
56. Contratos “objeto” ou “objetos” da presente demanda? . . . . . . . . . . . 58
57. O “se” desnecessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
58. Paráfrase ou plágio? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
59. Conhecem-se dos embargos de declaração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
60. O (difícil) emprego do artigo definido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
61. “Inicialmente”, “Antes de mais nada”, “Em primeiro lugar”, “Por 
fim”, “Finalmente”: há problema em utilizar essas expressões?. . . . . . 62
62. Abreviaturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
63. A Primeira e Segunda Turmas do STJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
64. “A reparação não deve constituir-se em enriquecimento indevido” 
ou “A reparação não deve constituir enriquecimento indevido”? . . . . 65
65. Boa pergunta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
66. Curiosidade sobre a crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
67. Padronização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
68. “art. 14, I, do CP”: é assim mesmo que se escreve. . . . . . . . . . . . . . . . 70
69. Como escrever siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
70. “para o fim de” não; “para” já é finalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
71. Um esclarecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
72. E se a parte processual vier pluralizada? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
73. “(a)” ou “a)”?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
74. E o latim, hein? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
75. A expressão “Pois bem” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
76. Não sei. Veja como está na lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
77. Essas são as provas de que dispõe o advogado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
78. Os verbos “assistir” e “socorrer” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
79. “... sentença que julgou procedente o pedido” – Quem julga é a 
sentença ou o juiz? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
80. “Analisando os autos, conclui-se...” ou “Analisando-se os autos, 
conclui-se...”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
81. O que usar após o ponto de interrogação? letra maiúscula ou 
minúscula? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
82. [sic] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
83. Ao Juízo da Vara Cível da Comarca de Lages . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
84. “Dessa forma”, “Nesse sentido”, “Dessarte” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
85. Termos em que, Pede deferimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
86. Gosta do “cujo” mas não sabe usar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
87. Bacen Jud, BacenJud, Bacenjud, Bacen-Jud, Bacen-JUD, BACEN 
JUD... Afinal de contas, como se escreve? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO
8 9
OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
88. Mais sobre parte processual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
89. §. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
90. Cuidado ao fazer citações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
91. “Data vênia”, “Data maxima vênia”, “Datíssima vênia” . . . . . . . . . . . 92
92. Não faça com que sua peça pareça mal redigida . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
93. Classes processuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
94. Vá que você tenha de fazer sustentação oral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
95. Regência de “condenar” e “condenação” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
96. Expressões a serem evitadas nas peças. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
97. “senão” ou “se não”?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
98. O “sendo que” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
99. Mais uma dica para deixar sua peça redondinha, redondinha . . . . . . 100
100. A palavra “sequer” não tem sentido negativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
101. O emprego de “o mesmo” (errou, danou-se) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
102. Dúvidas sobre como escrever numerais por extenso? . . . . . . . . . . . . 103
103. A expressão “qual seja” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
104. “Há quatro tipos de preclusão” ou “Há quatro tipos de preclusões”? . . 105
105. Lapso temporal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
106. “Súmula n. 130” ou “Súmula 130”?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
107. vez que, eis que, haja vista que . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
108. Sabendo usar as formas “compromitente”, “compromissário”, 
“cedente”, “cessionário”,... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
109. Abrevie somente se for necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
110. Regência do verbo “oficiar”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
111. “Sua peça está mal-escrita? Isso é ótimo” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
112. “pedido de liminar” ou “pedido liminar”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
113. supra, supracitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
114. Abalroar, abalroamento, colidir, colisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
115. Materialidade delitiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
116. A expressão “haja vista” é invariável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
117. Dicas preciosas para melhorar a redação das suas peças . . . . . . . . . . 117
118. “este” ou “esse”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
119. meritoriamente, meritório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
120. “Procederam-se as intimações” ou “Procederam-se às intimações”?. . . 120
121. A expressão “enquanto que” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
122. Cláusula “ad judicia” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
123. Ponto antes ou depois das aspas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
124. Você faz parte dos 95% de operadores jurídicos que não sabem a 
distinção entre “elidir” e “ilidir”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
125. “Os embargos de declaração não se prestam para o reexame 
do mérito” ou “Os embargos de declaração não se prestam ao 
reexame do mérito”? . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
126. Especialmente para quem redige projetos de sentença (mas o 
advogado atento também poderá tirar proveito) . . . . . . . . . . . . . . . . 125
127. Apenas por extenso, por extenso com a sigla, ou apenas a sigla?. . . . 126
128. O uso indevido da palavra “auxílio” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
129. Convergir, converter, fazer a conversão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
130. O “juridiquês” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
131. Cuidado: as conjunções possuem sentido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
132. Crase (caso difícil) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
133. A expressão “junto a” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
134. Imitir/imissão “na” ou “da” posse? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
135. Técnica de argumentação para advogados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
136. Como fazer supressões de palavras, frases e parágrafos em citações . . . 135
137. Vírgula com elementos normativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
138. Quando usar o gerúndio não é apenas feio... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
139. Funções da linguagem jurídica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
140. Procuradoria-Geral de Justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
141. Erro(s) gramatical(ais) em tese jurídica formada em ADI julgada 
pelo STF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
142. Uma dica daquelas para escrever siglas corretamente . . . . . . . . . . . . 141
143. Mais um motivo para sempre revisarmos as peças . . . . . . . . . . . . . . . 142
144. Ponto e vírgula em enumerações complexas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
145. Cuidado com o emprego do “onde” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
146. à fl.? à fls.? às fls.? nas fls.? E como fazer se for o verso da folha? . . . 145
147. Super dica para deixar suas peças mais agradáveis de serem lidas. . . 146
148. Na frase “o autor faz jus ao benéfico”, “jus” deve vir em itálico? . . . 147
149. às expensas, à expensas, a expensas, as expensas? . . . . . . . . . . . . . . . 148
150. Como escrever datas: 13-11-2018, 13/11/2018 ou 13.11.2018? . . . . 149
151. Para mim, um dos melhores posts que fiz até hoje. . . . . . . . . . . . . . . 150
152. O autor, assim como a ré, interpuseram recurso especial. O 
correto é “interpuseram” ou “interpôs”?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
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REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO
10
153. Três verbos jurídicos cuja regência costumamos errar . . . . . . . . . . . . 152
154. Sobre citações de peças processuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
155. Sobre textos das Turmas Recursais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
156. “em vez de” ou “ao invés de”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156
157. Aprenda a argumentar: Semiótica Jurídica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
158. O emprego da vírgula depois do travessão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
159. Erro gramatical que mais encontro em peças jurídicas . . . . . . . . . . . 158
160. O uso da expressão “e nem” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
161. Cuidado com a hipercorreção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
162. Falta de clareza: confusão do caso “em tese” com o caso concreto. . . 161
163. Ao fornecer ao consumidor serviço mais oneroso que o contratado, 
o banco maculou o negócio jurídico. O correto é “que” ou “do 
que”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
164. à medida que, na medida em que, à medida em que, na medida que . . 163
165. Outra técnica de argumentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
166. Vírgula com nome seguido de sigla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
167. O verbo “reduzir” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
168. O trecho citado inicia com maiúscula, e agora? . . . . . . . . . . . . . . . . 167
169. Para embargos, só devo usar o verbo “opor”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
170. Usando os conectivos “aliás”, “além disso”, “não bastasse isso” e 
equivalentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
171. Considera-se inepta a inicial, dentre outras hipóteses, quando lhe 
faltar pedido ou causa de pedir. A forma correta é “dentre” ou 
“entre”? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
172. “frente a” e “face a”: essas expressões estão erradas. . . . . . . . . . . . . 171
173. “Sua desistência implicou a extinção do processo, sem resolução 
do mérito”: “a” extinção ou “na” extinção? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
174. Algumas dicas sobre redação da petição inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
175. O que significa um dicionário trazer palavras que outro não traz? O 
que fazer quando dicionários divergem sobre a grafia de palavras? 
Se uma palavra não consta nos dicionários, ela não existe? . . . . . . . . . 174
176. Os verbos “interpor” e “impetrar”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
177. Se todo mundo escreve assim, eu também posso escrever? A 
questão da praxe na redação jurídica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
178. Cuidado com a palavra “perante” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
INTRODUÇÃO
Um texto bem-escrito não cumpre apenas papel formal no âmbi-
to jurídico. Pelo contrário. Quando escreve uma peça jurídica, o ope-
rador do direito almeja persuadir o leitor do que está escrevendo é 
correto, de modo que não há dúvida de que a boa escrita é elemento 
de persuasão/argumentação. Portanto, um texto bem-elaborado, para 
cuja compreensão o esforço do leitor é mínimo, influencia na própria 
discussão do direito material e tende a fazer com que o destinatário 
aceite com mais facilidade o que é por meio dele transmitido.
Partindo desse entendimento, e a fim de suprir a lacuna existente 
nas redes sociais sobre o tema, no dia 10 de abril de 2018 resolvi abrir 
uma conta no Instagram para fazer diariamente postagens sobre reda-
ção jurídica, sempre de forma descontraída e que respeita a inteligência 
do leitor/seguidor. Este livro é uma compilação das principais posta-
gens feitas até o momento em que foi editado. Espero que gostem!
Forte abraço.
@prof.osvacijr
13
1. “DENUNCIAR A LIDE” OU “DENUNCIAR À LIDE”?
Assim como se denuncia o fato à polícia, de igual modo se denun-
cia a lide a alguém. A mesma regra se aplica a “denúncia (denunciação) 
da lide”: como se faz denúncia de contrabando, faz-se denúncia da lide.
“O réu denunciou a lide à companhia de seguros” (certo).
“O réu denunciou à lide a companhia de seguros” (errado).
“A denunciação da lide à empresa é obrigatória” (certo).
Era isso.
2. SUJEITOS DIFERENTES QUE PARECEM IGUAIS
De vez em quando encontro construções como esta em textos 
jurídicos:
“Ao final, o apelante requereu o provimento do recurso para de-
terminar o pagamento da indenização nos termos da inicial”.
Pessoal, muito cuidado! O apelante requereu, mas quem decide 
não é ele, é o magistrado. Corrigir para:
“Ao final, o apelante requereu o provimento do recurso para que 
seja determinado o pagamento da indenização nos termos da inicial”.
Era isso.
3. DE ONDE VEIO A PALAVRA “ACÓRDÃO”?
A palavra “acórdão” é substantivação de “acordam”, terceira 
pessoa do plural do verbo “acordar” (concordar, entrar em acordo).
Em boa hora o novo CPC trouxe a definição correta de acórdão 
ao dispor: “acórdão é o julgamento COLEGIADO proferido pelos 
tribunais”(art. 204). O CPC revogado dispunha, equivocadamente, 
que “recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos 
tribunais” (art. 163). Ora, decisões monocráticas são proferidas pelos 
tribunais (por meio de relatores), mas não são acórdãos. Daí o acerto 
do CPC vigente ao trazer a expressão “colegiado”.
Era isso.
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
4. ASSINALAR PRAZO?
Não raro vejo em peças jurídicas a expressão “assinalar prazo”: 
cumprimento da obrigação no prazo “assinalado” pelo juiz; o relator 
“assinalou” prazo para apresentação das contrarrazões; foi “assinala-
do” prazo de 60 dias para a aplicação das medidas protetivas.
Mas cuidado, pessoal. O correto é “assinar”, não “assinalar” 
prazo. O Código de Processo Civil traz corretamente essa redação; 
não se sabe por que cargas-d’água apenas o § 1º do art. 829 apresenta 
a forma “assinalar”.
De todo modo, escrevam sempre “assinar” prazo: cumprimento 
da obrigação no prazo “assinado” pelo juiz; o relator “assinou” prazo 
para apresentação das contrarrazões; foi “assinado” prazo de 60 dias 
para a aplicação das medidas protetivas.
Era isso.
5. USE SEMPRE COM INICIAIS MAIÚSCULAS
Palavrinhas e expressões que devem aparecer com iniciais 
maiúsculas, independentemente do contexto em que estão inseridas:
Poder Executivo, Tribunal Pleno, Decreto-Lei n., Três Poderes, Justi-
ça Comum, Fazenda Pública, Municipalidade, Tribunal do Júri, Lei Seca.
Os termos equivalentes também virão com inicial maiúscula. As-
sim, como escrevemos Poder Executivo, escreveremos Poder Legisla-
tivo; Lei Seca, Lei dos Juizados...
Era isso.
6. QUER ESCREVER BEM? VOCÊ PODE COMEÇAR CONHE-
CENDO BEM O ASSUNTO SOBRE O QUAL VAI ESCREVER
Quando estamos inseguros do tema sobre o qual temos que es-
crever, é normal “empacar” no meio do caminho. Isso acontece com 
todos nós!
Por isso, estude bem o assunto, tenha bem em mente a mensagem 
que deseja transmitir. Esse já é um grande passo para uma boa escrita.
E lembre-se: escrever bem significa escrever bons textos, não 
boas frases.
Era isso.
7. “VEÍCULO DE PLACAS MTY 3245” OU “VEÍCULO DE 
PLACA MTY 3245”?
O correto é sempre “veículo de placa”; placa no singular. “Auto-
móvel de placa...”, “motocicleta de placa...”. A placa é uma só, ainda 
que nos automóveis constem duas identificações.
Era isso.
8. “COM RELAÇÃO AO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO...” OU 
“EM RELAÇÃO AO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO...”?
As duas formas estão corretas e podem ser substituídas por: quan-
to a, no que tange a, no que concerne a, no que se refere a, relativamente 
a, no que toca a, no que diz respeito a, sobre o(a), no tocante a,...
Era isso.
9. O MAGISTRADO DETERMINOU A EMENDA À INICIAL
Não, não, não. Mil vezes não! O correto é emenda DA inicial, e 
não emenda À inicial! Tem o sentido de corrigir, completar, expurgar 
irregularidades.
A forma “emenda À” tem o sentido de aumentar, ampliar, acres-
centar (“emenda a um projeto”, “emenda a uma lei”, “emenda ao or-
çamento”, “emenda à Constituição”).
Atentem-se também para a diferença entre “emenda da inicial” e 
“aditamento da inicial”. A emenda ocorre nas hipóteses do art. 321 do 
CPC; o aditamento está previsto no art. 329.
Era isso.
10. PALAVRAS QUE SOBRAM
Há palavras e expressões que não contribuem para a mensagem 
que se quer passar. Vejam (algumas frases foram extraídas do livro “A 
Linguagem do Juiz”, de Geraldo Amaral Arruda):
“O laudo do exame grafotécnico realizado confirma que o che-
que que serviu de instrumento à fraude perpetrada for preenchido 
pelo acusado”.
“A prova testemunhal colhida deixa claro...”.
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
“Declaro cessada a eficácia da liminar concedida para que se efe-
tive o protesto do título”.
“Além dos prejuízos que foram causados em seu veículo, neces-
sitou...”.
“Não provada sua culpa pelo acidente ocorrido,...”.
“As testemunhas ouvidas apresentaram...”.
“Como destacado na decisão impugnada, no caso em exame não 
comprovou a devedora...”.
“O STJ assentou entendimento no sentido de que se aplica o CDC 
aos contratos de plano de saúde”.
“Como houve a comprovação de que os réus causaram o aci-
dente,...”.
Repararam que se as palavras e expressões destacadas não es-
tivessem na frase nenhuma falta fariam? Pensem nisso. Quanto mais 
“limpo” o texto, mais agradável fica a leitura.
Era isso.
11. VAI TRANSCREVER EMENTA? MUITO CUIDADO
Pessoal, cuidado: ementas de acórdãos não são “precedentes”, 
“jurisprudência” nem “julgados”. Por mais que reflitam uma deci-
são colegiada, ementas são apenas um resumo, isto é, não trazem a 
razão de decidir do julgamento, a qual aparece apenas na fundamen-
tação do acórdão, motivo pelo qual elas não podem ser confundidas 
com aqueles termos.
Portanto, ao transcreverem ementas de acórdãos nas suas peças, 
redijam o parágrafo introdutório assim, por exemplo:
“Nesse sentido, colhem-se julgados/precedentes do Superior Tri-
bunal de Justiça, representados pelas seguintes ementas:”
Reparem que se não fizerem construções como a que aparece na 
parte final (“representados pelas seguintes ementas”), seu leitor pen-
sará que você não sabe a diferença entre ementa e julgado/precedente, 
pois o texto ficaria assim: “Nesse sentido, colhem-se julgados/prece-
dentes do Superior Tribunal de Justiça:”, o que, repito, não é correto, 
porque ementas são apenas resumos; não se confundem com “julga-
dos” nem com “precedentes”.
O parágrafo introdutório pode, claro, ser redigido de outras 
maneiras:
“Conforme se infere da ementa do acórdão relativo à Apelação 
Cível n. ...” (em vez de “Conforme se infere do seguinte precedente”).
“Essa compreensão se coaduna com o entendimento inserto na 
ementa do acórdão a seguir transcrita:”
Alguns aí podem estar achando que se preocupar com isso – em 
não confundir precedente, julgado e jurisprudência com ementa – é 
preciosismo. Nã-na-ni-na-não! Quando vocês dão valor a detalhes 
como esse, suas peças aos poucos vão adquirindo credibilidade, e o 
leitor pode, assim, acabar aderindo mais facilmente às teses que de-
fendem. Acreditem! Isso pode fazer toda a diferença no final (já disse 
não sei quantas vezes isso aqui no Insta).
Era isso.
12. NA DÚVIDA NÃO COLOQUE A VÍRGULA
Isso mesmo. A vírgula serve para mostrar ao leitor alguma anor-
malidade algum corte na fluência textual. Se escrevo “a ré interpôs ape-
lação” estou na normalidade (sujeito e predicado) mas se escrevo “a 
ré, inconformada, interpôs apelação” estou na Anormalidade (sujeito 
predicativo predicado) que está marcada pelo emprego das vírgulas.
Reparem que mesmo na Anormalidade a falta da vírgula poderá 
no máximo dificultar um pouco o trabalho do leitor que talvez tenha 
de voltar ao início da frase para compreender a mensagem nada mais 
do que isso. O sentido contudo quase nunca ficará prejudicado.
É interessante que com certas palavras e expressões sempre sa-
bemos virgular. Todos nós colocamos por exemplo corretamente a vír-
gula depois de “aliás” “isto é” “ou seja” e “desse modo” (quando esta 
expressão vem no início da frase). Empregamos corretamente a vírgula 
também nas enumerações nos apostos quando queremos dar uma ex-
plicação enfim em vários casos sabemos intuitivamente usar a vírgula.
Quando todavia tiverem dúvidas sobre o uso da vírgula meu 
conselho é para que vocês não a empreguem pois, é bem melhor, não 
colocar a vírgula, quando ela for necessária do que, colocá-la quando, 
não for necessária. Esse é o ponto.
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
Não colocando a vírgula onde era para ter o leitor poderá des-
confiar da competência linguística de vocês? Poderá mas o sentido 
da mensagem que estão transmitindo será captado podem ter certeza.
Decidi fazer este post para tentar diminuir o medo que vocês 
têm de errar no emprego da vírgula. Que fique bem claro: a falta de 
uma vírgula que era para existir pode até deixar o trecho da peça 
de vocês menos agradável de ser lido porém em 99% doscasos não 
prejudicará o sentido textual.
Não precisam então ter aquele medo todo de errar. Basta que 
na dúvida vocês não coloquem a vírgula. Só não vão agora sair por aí 
falando que o Prof. Osvaci Junior disse que não é necessário colocar 
vírgulas nas peças. Em nenhum momento afirmei tal coisa, hein? Eu 
disse “NA DÚVIDA não coloquem a vírgula”.
Era isso.
13. QUANDO USAR A FORMA “E/OU”?
Muita, mas muita gente tem dúvida sobre o uso das conjunções 
acopladas “e/ou”.
Basicamente, você vai usar “e/ou” quando as alternativas pude-
rem ser utilizadas conjuntamente ou de forma independente. Abaixo 
tem um exemplo:
“As petições e os recursos protocolizados nos Correios deverão 
conter, para os feitos que tramitam em primeiro grau, a comarca e/ou 
a vara para a qual foram dirigidos”.
Neste caso, as petições deverão conter a comarca ou a vara, ou 
a comarca e a vara. Tanto faz. O “e/ou” está corretamente utilizado.
“Requereu a abstenção da inscrição e/ou da manutenção do seu 
nome em cadastro de inadimplentes” (ERRADO)
Agora o “e” está sobrando, pois a “inscrição” e a “manutenção” 
são atividades excludentes. O correto é: “...abstenção da inscrição ou 
da manutenção...”
“Considera-se consumado o crime de furto no momento em que 
o agente obtém a posse da res furtiva, ainda que não seja mansa e pa-
cífica e/ou haja perseguição policial” (ERRADO)
Dessa vez é o “ou” que está sobrando, pois, mesmo que estejamos 
diante de duas alternativas, note que o “e” já traz implícita essa ideia.
Mais exemplos:
“Converte-se em direito líquido e certo à nomeação a expectativa 
de direito do candidato aprovado em concurso público que se classifi-
ca fora das vagas ofertadas, se, no prazo de validade do concurso, va-
garem cargos dentro do quadro de servidores e/ou forem contratados 
servidores temporários para o exercício das funções do cargo vago” 
(ERRADO – o “e” está sobrando)
“É prescindível para a configuração da falta grave prevista no 
art. 50, VII, da Lei de Execução Penal a realização de perícia para de-
monstrar o efetivo funcionamento do aparelho celular e/ou dos seus 
componentes” (ERRADO – o “ou” está sobrando)
“A indenização por invalidez permanente é proporcional à exten-
são do dano e calculada mediante o enquadramento da perda anatô-
mica e/ou funcional do membro ou órgão lesado da vítima” (CERTO)
Era isso.
14. O MAU EMPREGO DO GERÚNDIO
O mau emprego do gerúndio nos textos jurídicos é assustado-
ramente recorrente. Isso ocorre em razão da falta de conhecimen-
to, por parte do operador do direito, de outros recursos linguísticos 
para desenvolver seu texto. O gerúndio, principalmente nos textos 
jurídicos, é um verdadeiro “quebra-galho” gramatical. Vejam, por 
exemplo, a seguinte frase:
“A prova acusatória, portanto, é completa, não tendo sido ilidida 
pelo acusado, sendo certo que ficou patente que sua ação abarcou am-
bos os elementos da denunciação caluniosa”.
Observem que os gerúndios, utilizados incorretamente, causam 
ambiguidade, a ponto de provocarem irritação no leitor pela incom-
preensão textual. Então cuidado!
Corrigida, a frase fica assim:
“A prova acusatória, portanto, é completa, e não foi ilidida pelo 
acusado, de forma que ficou patente que sua ação abarcou ambos os 
elementos da denunciação caluniosa”.
Era isso.
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
15. PALAVRAS QUE NÃO CONSTAM DO VOLP
Primeiramente é importante dizer que, ao contrário do que mui-
tos pensam, o Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) 
não tem caráter oficial. A Academia Brasileira de Letras, responsável 
pela publicação do vocabulário, não é uma instituição governamental, 
de modo que suas publicações não têm força normativa.
O fato, portanto, de uma palavra não constar do Volp não quer ne-
cessariamente dizer que ela não exista, como tenho ouvido de alguns. O 
trabalho, digno de respeito, dos lexicólogos da ABL não pode significar 
desprezo aos também ótimos trabalhos realizados por lexicógrafos na 
elaboração de dicionários, os quais não raras vezes divergem da Acade-
mia quanto à grafia e até quanto à existência de certos vocábulos.
É inegável, contudo, a relevância do Volp para a padronização 
ortográfica. Por isso achei interessante apresentar algumas palavras 
que, embora sejam recorrentes nos textos jurídicos, não constam no 
trabalho da ABL. São elas:
• inocorrência – substituir por “não ocorrência”
• inacolhimento – substituir por “não acolhimento”
• aficcionado – substituir por “aficionado”
• inexitoso – substituir por “sem êxito”
• inobstante – substituir por “não obstante”, “nada obstante”, “embo-
ra”
• oportunizar – substituir por “permitir”, “possibilitar”, “favorecer”
• delibatório – substituir por “inicial”, “não definitivo”
• apenamento/apenacão – substituir por “pena”, “penalidade”
• correicional – substituir por “correcional”
• improvimento – substituir por “não provimento”, “desprovimen-
to”
• elocubração – substituir por “elucubração”
• pré-fixar – substituir por “prefixar”
• pré-questionamento – substituir por “prequestionamento”
• pertinir – substituir por “concernir”, “dizer respeito a”
• chéquico – substituir por “de cheque”
• inaplicar – substituir por “não aplicar”
• inexigir – substituir por “não exigir”
• consumerista/consumeirista – substituir por “do consumidor”
• impago – substituir por “não pago”
• alegativa – substituir por “alegação”
• plausividade – substituir por “plausibilidade”
• indeferitório – substituir por “não deferitório”, “que não deferiu”
• sobrestativo – substituir por “de sobrestamento”
Era isso.
16. O EMPREGO DA VÍRGULA
Hoje quero passar para vocês duas ótimas regras sobre vírgula 
para não errar mais. Vamos lá?
A primeira regra, apesar de simples assimilação, costumamos 
errar bastante: NÃO HÁ VÍRGULA ENTRE SUJEITO E PREDICADO, 
MESMO QUE O PERÍODO ESTEJA INVERTIDO. Veja:
“O mesmo decreto que fixou sua remuneração, estabeleceu a po-
lítica de atualização desse valor” (Errado – “O mesmo decreto que 
fixou sua remuneração” é sujeito do predicado “estabeleceu a política 
de atualização desse valor”. Sem vírgula, portanto).
“O art. 151, I, da Carta Magna, adverte...” (Errado – sem vírgula 
depois de “Magna”).
“Funcionou como representante do Ministério Público, o Exmo. 
Sr. ...” (Errado – “o Exmo. Sr. ...” é sujeito do predicado “funcionou 
como representante do Ministério Público”).
A segunda e valiosa regra sobre o uso da vírgula é: VIRGULE 
PARA INTERROMPER A FLUÊNCIA (NORMALIDADE) DA ORA-
ÇÃO. Observe a seguinte frase:
“Alega que o prazo prescricional ainda não havia encerrado”.
Se formos interromper essa frase, que flui normalmente, coloca-
mos entre vírgulas a informação que a interrompe:
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
“Alega que, na data do ajuizamento da ação, o prazo prescricio-
nal ainda não havia encerrado” (Certo).
Ainda sobre o caso acima, existe uma regra muito, mas muito 
boa: OU SE COLOCAM AS DUAS VÍRGULAS, OU NÃO SE COLO-
CA NENHUMA. Veja:
“Alega que, na data do ajuizamento da ação, o prazo prescricio-
nal ainda não havia encerrado” (Certo – duas vírgulas).
“Alega que na data do ajuizamento da ação o prazo prescricional 
ainda não havia encerrado” (Certo – nenhuma vírgula).
“Alega que na data do ajuizamento da ação, o prazo prescricional 
ainda não havia encerrado” (Errado – apenas uma vírgula).
“Alega que, na data do ajuizamento da ação o prazo prescricional 
ainda não havia encerrado” (Errado – apenas uma vírgula).
Note que essa regra se aplica bem em estruturas com a conjunção 
integrante “que” (alega que, constata-se que, afirma que, a leitura da 
cláusula revela que).
Era isso.
17. O EMPREGO DA CRASE
Hoje o assunto é a crase. Não é difícil, desde que compreenda-
mos o seu funcionamento e não fiquemos só na decoreba.
Observem:
na = em + a
da = de + a
à = a + a
Em todas essas contrações têm-se preposição + artigo definido 
“a”. Como a preposição “a” e o artigo definido feminino “a” possuem 
a mesmaforma, isto é, são representados pelo mesmo símbolo “a”, a 
contração é marcada pelo acento grave “à”, conhecido como “crase”.
Quando o artigo ligado à preposição for masculino, a contração se 
faz por “ao”. É por isso que não há crase antes de palavras masculinas.
Disso deriva excelente regra sobre a crase, que EU SEMPRE, EU 
DISSE SEMPRE, APLICO: Use a crase antes do nome feminino se na 
substituição deste por um nome masculino aparecer a forma “ao”. Veja:
“Ele se referiu à carta” (certo, pois dá para substituir por “ao 
documento”).
Outro exemplo:
“O apelante viu várias vezes seu único imóvel ser levado a hasta 
pública”.
NÃO VAI CRASE: substituindo “hasta pública” por “leilão”, ve-
remos facilmente a ocorrência apenas da preposição “a” (a leilão).
Por fim:
“Não se presta a prova exclusivamente testemunhal para anular 
cessão de direitos hereditários realizada por pessoas que não seriam 
suscetíveis de ser induzidas em erro ou coagidas a prática de ato por 
chantagem emocional”.
E agora? Há crase antes de “prática”?
A resposta é NÃO. Veja que se substituíssemos “prática” por 
“cometimento”, não teríamos “ao cometimento”, apenas “a cometi-
mento”, apenas a preposição “a”.
Existem outras regras sobre o uso da crase. Essa que passei resol-
ve, todavia, 95% dos casos!
Era isso.
18. FLEXÃO DO INFINITIVO PESSOAL
Primeiramente é importante esclarecer que infinitivo IMpessoal 
é a forma, digamos assim, normal do verbo: ajuizar, perder, falar, plei-
tear, requerer. Nunca é flexionado.
O infinitivo é PESSOAL quando flexiona de acordo com a pes-
soa, com o sujeito a que se refere: ajuizar eu, ajuizares tu, ajuizarmos 
nós, ajuizarem eles.
1ª regra: Flexiona-se o infinitivo quando possui sujeito próprio, 
diferente de outro sujeito no período. Assim:
“O apelante alega serem os réus os responsáveis pelo acidente” 
(Certo – o “serem” está flexionado porque o seu sujeito é “réus”, no 
plural, diferente do sujeito “apelante”).
REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
2ª regra: Se os sujeitos forem idênticos, o infinitivo será flexiona-
do apenas se a flexão tornar mais CLARA a frase. Veja:
“As partes foram intimadas a se manifestar no prazo de 15 (quin-
ze) dias, sob pena de extinção do feito” (Certo – não há necessidade 
de flexão do infinitivo “manifestar” (manifestarem), pois se trata de 
mesmos sujeitos (“partes”) e a flexão não tornaria a frase mais clara).
Observe agora o seguinte período:
“Os desembargadores acordaram prover parcialmente o recurso 
para, considerando as peculiaridades do caso, concederem ao apelado 
a gratuidade da justiça” (Certo – apesar de sujeitos idênticos (desem-
bargadores), o verbo “conceder” está distante, de modo que a flexão 
torna o período mais claro).
Atente-se que nas LOCUÇÕES VERBAIS (verbo auxiliar + verbo 
principal) o verbo principal nunca virá flexionado:
“Os autores pretendem reformar a sentença” (Certo – e não “re-
formarEM a sentença”).
Pelo mesmo motivo está incorreta a seguinte construção:
“Na hipótese de interposição de apelação adesiva, devem os re-
corridos serem instados para contrarrazões” (o correto é “devem os 
recorridos SER instados”).
Idêntico problema é encontrado nas locuções verbais em que o 
verbo auxiliar é constituído de gerúndio mal-empregado:
“A relação processual tem que ser integrada pela Caixa Econômi-
ca Federal, devendo os autos serem remetidos à Justiça Federal” (Erra-
do – o correto é “devendo os autos SER remetidos à Justiça Federal”).
Era isso.
19. REPETIÇÃO DAS PREPOSIÇÕES
“Foi condenado ao pagamento das custas processuais e DOS 
honorários advocatícios” ou “das custas processuais e honorários 
advocatícios”?
1ª regra: Quando há mais de um nome mas um só regime, não se 
repete a preposição:
“João ajuizou ação contra Pedro e Felipe” (ajuizou uma só ação; 
um só regime; não se repete a preposição).
“João ajuizou ação contra Pedro e CONTRA Felipe” (ajuizou 
duas ações; dois regimes; a preposição se repete).
“Condenou o réu a pagar ao autor e apelante a quantia de...” 
(autor e apelante são a mesma pessoa; um só regime; não se repete 
a preposição).
“Condenou o réu a pagar ao autor e AO apelante” (autor e ape-
lante são pessoas diferentes; dois regimes; a preposição se repete).
“Colhe-se lição de Theotônio Negrão e Lúcia Jacinto” (uma 
só obra).
“Colhe-se lição de Theotônio Negrão e DE Lúcia Jacinto” 
(duas obras).
Seguem a mesma regra:
“Autor com parcos recursos e hipossuficiência técnica” (e não: 
“com” hipossuficiência...).
“A decisão afrontou o princípio do contraditório e DA ampla 
defesa”.
“As tutelas provisórias são classificadas em tutela de urgência e 
tutela de evidência” (e não: “em” tutela de evidência).
2ª regra: Se os complementos são palavras que têm mais ou me-
nos o mesmo sentido, não se aconselha repetir a preposição:
“A existência de sistema de monitoramento ou vigilância não im-
possibilita a consumação do crime de furto” (e não: “de” vigilância).
“Em relação à natureza e importância da causa” (e não: “à” im-
portância).
3ª regra: Quando a estrutura de dois regimes estiver pluralizada, 
é facultativa a repetição da preposição “de”:
“A decisão afrontou oS princípioS do contraditório e DA ampla 
defesa” ou “oS princípioS do contraditório e ampla defesa” (ambas as 
formas estão corretas).
Essa regra responde à pergunta inicial. Tanto está correto es-
crever “foi condenado ao pagamento das custas processuais e DOS 
honorários advocatícios” quanto “das custas processuais e honorá-
REDAÇÃO JURÍDICA SEM MISTÉRIO
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
rios advocatícios”.
Era isso.
20. “SE” ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO
Quando o pronome “se” estiver ligado a um verbo transitivo 
INdireto, que exige preposição, ele serve de índice de indetermina-
ção do sujeito, ou seja, ele indica que a frase tem sujeito, mas não se 
sabe qual é. Veja:
“Eu preciso de intérpretes” (sujeito: eu).
“Precisa-se de intérpretes” (sujeito indeterminado; não se sabe 
qual é).
Quando o “se” é índice de indeterminação do sujeito, o verbo 
fica SEMPRE no singular:
“Tratam-se de apelações cíveis interpostas...” (Errado).
“Trata-se de apelações cíveis interpostas...” (Certo).
Se sabemos que o pronome “se” serve, quando ligado a um ver-
bo transitivo indireto, de índice de indeterminação do sujeito, por que 
insistimos em escrever orações como as abaixo?
1 – “Trata-se o presente caso de ação anulatória”.
2 – “O caso trata-se de crime de homicídio”.
3 – “Tratam-se os autos de agravo de instrumento da deci-
são...”.
Pois saiba que todas essas orações estão escritas de forma IN-
CORRETA!
Por quê? Ora, se o “se” é índice de INDETERMINAÇÃO do su-
jeito, as orações não podem trazer sujeitos expressos, que nos exem-
plos são: 1 – o presente caso; 2 – o caso; 3 – os autos (neste último ainda 
há o agravante do “tratam”, no plural).
Corrigir para:
1 – “Trata-se, no presente caso, de ação anulatória” ou “O pre-
sente caso trata de ação anulatória”.
2 – “O caso é de crime de homicídio” ou “Trata-se, no caso, de 
crime de homicídio”.
3 – “Os autos tratam de agravo de instrumento da decisão...” ou 
“Trata-se, nos autos, de agravo de instrumento da decisão...” ou, ain-
da, “Trata-se de agravo de instrumento da decisão...”.
Era isso.
21. AMBIGUIDADE
Ambiguidade é a propriedade que certas construções linguísti-
cas têm de apresentarem sentidos diferentes, não almejados pelo au-
tor do texto.
Veja abaixo:
“Não se conhece de agravo de instrumento quando não instruí-
do com a petição inicial, se o exame do seu conteúdo for necessário à 
compreensão da controvérsia”.
A construção é ambígua, porque não é possível saber, imediata-
mente, se o “seu” remete ao conteúdo da petição ou do agravo.
Frase sem ambiguidade:
“Não se conhece de agravo de instrumento quando não instruí-
do com a petição inicial, se o exame do conteúdo DESTA for necessá-
rio à compreensão da controvérsia”.
Dependendo da posição que construções iniciadas por locuções 
prepositivas (de acordo com, afim de, em razão de) assumem na frase, 
esta pode adquirir significado ambíguo:
“Constatando a perícia debilidade permanente da função cogni-
tiva do autor, que caracterizam danos corporais totais, de acordo com 
a tabela da MP n. 451/2008, faz ele jus à indenização máxima prevista”.
A posição da construção iniciada pela locução “de acordo com” 
torna o período ambíguo, pois não se sabe se ela está relacionada à 
oração anterior (“que caracterizam danos corporais totais”) ou à pos-
terior (“faz ele jus à indenização máxima prevista”).
Mais claro estaria o período se redigido da seguinte forma:
“Constatando a perícia debilidade permanente da função cogniti-
va do autor, que caracterizam danos corporais totais, faz ele jus, de acor-
do com a tabela da MP n. 451/2008, à indenização máxima prevista”.
Era isso.
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22. O PARALELISMO
A fim de se tornarem mais claras para o leitor, ideias similares 
devem ser representadas por estruturas sintáticas similares. É o que se 
denomina de Paralelismo.
Repare no seguinte exemplo, em que NÃO há paralelismo:
“O fim da lei não deve ser a imobilização da vida, e sim o de 
manter contato íntimo com ela”.
Veja que na primeira parte do período temos predicado substan-
tivado (“imobilização”), e na segunda o predicado aparece na forma 
verbal (“manter”). O período fica mais claro, com paralelismo, assim:
“O fim da lei não deve ser o de IMOBILIZAR a vida, e sim o de 
MANTER contato íntimo com ela”.
Ou:
“O fim da lei não deve ser a IMOBILIZAÇÃO da vida, e sim a 
MANUTENÇÃO do contato íntimo com ela”.
Outro exemplo de redação sem paralelismo:
“Impõe-se considerar que os demandantes possuem um filha de 
8 anos de idade e a natureza previdenciária da causa”.
Redação com paralelismo:
“Impõe-se considerar QUE os demandantes possuem uma filha 
de 8 anos de idade e QUE a causa tem natureza previdenciária”.
Ou:
“Impõe-se considerar A idade da filha dos demandantes (8 anos) 
e A natureza previdenciária da causa”.
A ausência de paralelismo não torna, na maioria dos casos, a 
construção incorreta gramaticalmente. Todavia certamente o parale-
lismo confere estilo à frase, fazendo com que fique mais aceitável e 
elegante para o leitor.
Era isso.
23. ESCREVA BEM
Quando escreve um texto jurídico, o redator precisa persuadir o 
leitor de que o que está escrevendo é correto. Quem se lança a redigir 
petições, sentenças e arrazoados deve possuir domínio sintático, justi-
ficar suas escolhas semânticas e ter controle pragmático do contexto, 
no sentido de conhecer seu público e convencer seu espírito. Isso vem 
desde os sofistas, passando por Aristóteles, incrementado por Cícero, 
atualizado por Perelman e ajustado por Alexy.
Não há dúvidas de que a boa escrita é elemento de persuasão/
argumentação. Um texto bem escrito não cumpre apenas papel formal 
no âmbito jurídico. Pelo contrário. Um texto bem elaborado, para cuja 
compreensão o esforço do leitor é mínimo, influencia na discussão do 
próprio direito material, pois tende a fazer com que o destinatário aceite 
com mais facilidade o que nele está escrito. Portanto escreva bem.
Mas escrever bem não pode significar exagerado apreço ao pu-
rismo das regrinhas gramaticais, muitas vezes esdrúxulas. De nada 
adianta o operador do direito saber a diferença entre complemento 
nominal e adjunto adnominal se não conhece como julga o magistrado 
que analisará o seu caso, se não conhece a jurisprudência dos tribunais 
superiores, se não sabe que escrever é um processo eminentemente 
ideológico; é um jogo semiótico no qual sairá vencedor quem conse-
guir compartilhar a sua verdade com o leitor.
Por isso, antes de indagar se o correto é “ação contra” ou “ação 
em face de”, o escritor deveria se preocupar em estudar estilística, 
saber o efeito que o ritmo das frases exerce no leitor, começar a ler 
os clássicos e entender por que são chamados de clássicos. O escritor 
precisa compreender que uma crase incorreta nunca tirará o brilho de 
um texto que na sua inteireza é coerente, convincente e agrada o leitor.
Era isso.
24. NO PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS CONTADO OU CON-
TADOS DA CITAÇÃO?
O Código de Processo Civil traz as duas concordâncias. Veja:
“Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no 
prazo de 5 (cinco) dias contadoS do deferimento, ressalvada a hipóte-
se do art. 539, § 3º”.
“Art. 752. Dentro do prazo de 15 (dias) contado da entrevista, o 
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
interditando poderá impugnar o pedido”.
QUAL A FORMA CORRETA?
As duas concordâncias estão corretas: “contado” pode concordar 
com “prazo”, no singular, ou com o número referente a ele, no plural.
PREFIRA, contudo, a concordância no SINGULAR. Essa conclu-
são é extraída de frases como as abaixo, nas quais fica evidente que o 
emprego do singular é o mais adequado:
“As partes devem se manifestar no prazo de 10 (dez) dias, que 
correrá em cartório” (e não: que correrão).
“...no prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual o juiz...” (e não: findos 
os quais).
Se em construções como essas você não quiser usar “contado” 
nem “contadoS”, existem formas de substituição:
“...prazo de 5 (cinco) dias A CONTAR da última intimação”.
“...prazo de 5 (cinco) dias DA última intimação”.
Era isso.
25. “COISINHAS” QUE CANSAM O LEITOR DA SUA PEÇA
1 Parágrafos muito pequenos ou muito grandes
Não existe regra fixa, mas geralmente bons parágrafos contêm 
de três a seis, sete linhas.
2 Muitos destaques
Não faça muitos negritos, sublinhados, itálicos. Isso enfeia de-
mais o texto. Apenas destaque o que for importante. E lembre-se: se 
tudo é importante, nada há para ser destacado.
3 Recuos desproporcionais
O tamanho normal de recuo da margem esquerda para citações é 
de 4 cm. Fazer recuo de 6, 7, 8 cm é abusar da paciência do leitor (ainda 
mais se vier negritado, como é normal acontecer).
4 Uso de iniciais maiúsculas sem necessidade
Isso é uma chateação. Retire todas as maiúsculas de “... o Autor 
interpôs Apelação questionando o Laudo Pericial elaborado...”.
5 Uso de exclamação
Polui o texto. Se quiser usar exclamação, use uma apenas. Por-
tanto, se for escrever “Isso é um absurdo!”, escreva assim mesmo, e 
não “ISSO É UM ABSURDO!!!!!”. O mesmo raciocínio se aplica ao 
ponto de interrogação.
6 Uso exagerado de travessões
O travessão – que muitos confundem com o traço – e com a vírgu-
la – deve ser usado com muita parcimônia. Meu conselho é que – quase 
nunca – seja usado, pois confunde a leitura – e também polui o texto.
7 Notas de rodapé
Não, né. Deixe as notas de rodapé, com referências doutrinárias e 
jurisprudenciais, para os trabalhos científicos. Em peças jurídicas faça 
referências dentro do próprio texto, entre parênteses.
Era isso.
26. INDEPENDENTE OU INDEPENDENTEMENTE?
Hoje vou sanar essa dúvida que, tenho certeza, muitos de vo-
cês têm.
A resposta é: TANTO FAZ. Tanto está correto escrever “indepen-
dentemente” (advérbio) como “independente” (adjetivo funcionando 
como advérbio). Veja:
“A legitimidade para a execução individual de sentença profe-
rida em ação civil pública, independente (ou independentemente) de 
autorização específica do exequente, advém...” (Correto).
“Estão vencidas todas as obrigações contratuais, independente 
(ou independentemente) de notificação judicial” (Correto).
“A fixação de honorários é imperativa, independente (ou inde-
pendentemente) de pedido” (Correto).
Era isso.
27. “CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO” ESTÁ 
CORRETO?
NÃO. Essa estrutura está incorreta!
“Conhecer” e “dar provimento” possuem regências diferentes:
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OSVACI AMARO VENÂNCIO JÚNIOR
Eu dou provimento AO
Mas eu conheço DO
Por isso não está correto “conhecer e dar provimento ao recur-
so”. Corrija para:
“Conhecer do recurso e dar-lhe provimento”.
Atente-se também que o correto é “conhecer E dar provimento”, 
e não “conhecerPARA dar provimento”.
Isso porque o conhecimento e o exame do mérito são etapas dis-
tintas da apreciação de um recurso, e não se conhece PARA (com a 
finalidade de) prover ou desprover o recurso.
Mas preste atenção: está correto escrever “Conheço do recurso e 
dou-lhe provimento PARA condenar o réu a compensar o dano moral 
sofrido pelo autor”, pois agora sim eu dou provimento com uma fina-
lidade. “Para”, portanto.
Ficou se indagando se está correto usar a primeira pessoa no 
voto? Leia o n. 46.
Era isso.
28. “ARREMATANDO A PETIÇÃO INICIAL, REQUEREU O 
AUTOR FOSSE A RÉ CONDENADA A REPARAR OS DANOS 
MATERIAIS”. HÁ ERRO NESSA CONSTRUÇÃO?
Gramaticalmente, a estrutura está perfeita.
O problema aqui pode ser de ordem semântica, de sentido. 
Acompanhem meu raciocínio:
Se a frase em questão estiver na CONTESTAÇÃO ou na SEN-
TENÇA, em vez do “fosse” (pretérito do subjuntivo) eu usaria “seja” 
(presente), pois até então não foi apreciado o pedido da condenação.
Se a frase estiver no ACÓRDÃO, usaria o “fosse”, pois nesse caso 
o pedido de condenação já foi apreciado na sentença, e o que o rela-
tor está fazendo é narrando o que ACONTECEU na instância inferior 
(passado, portanto), ainda que o pedido esteja sendo objeto de reapre-
ciação pelo tribunal.
Acompanharam?
No início do post eu disse que gramaticalmente a estrutura está 
perfeita. E está mesmo! Destaco isso porque é dúvida recorrente dos 
meus alunos a necessidade do “QUE”, conjunção integrante, antes de 
“seja”, “fosse”.
NÃO, não há necessidade! A conjugação do verbo já demonstra 
que ele está no subjuntivo, de forma que o “que” pode ser deixado 
de lado.
Arrisco até mesmo a dizer que em textos jurídicos não soa bem 
esse “que”. Vejam:
“Pugnou QUE seja o apelante condenado por litigância de má-fé”.
“Pugnou seja o apelante condenado por litigância de má-fé”.
A segunda frase soa mais jurídico e está corretíssima!
Era isso.
29. E A COLOCAÇÃO PRONOMINAL?
Não gosto deste tema. A maior parte das “regrinhas de atração” 
do pronome que fomos obrigados a decorar é baseada na pronúncia 
do português de Portugal. Como nós temos pronúncia diferente, pen-
so que algumas daquelas regrinhas não se aplicam para o português 
do Brasil. Daí o meu desgosto.
A boa notícia é que nos textos jurídicos não costumamos cometer 
“erro” gramatical de colocação pronominal, quer ver?
Certamente nenhum de nós escreve frases como estas nas peças:
“SE condenam os réus a indenizar o autor”.
“Conforme infere-SE dos autos, o acusado agiu em legítima 
defesa”.
“O demandante alega que feriu-SE ao cair no buraco”.
“O caso em exame muito parece-SE com o do julgado transcrito”.
“Nenhum dos autores insurgiu-SE contra a decisão”.
Claro que não! Em vez disso escrevemos, NATURALMENTE:
“Condenam-SE os réus a indenizar o autor”.
“Conforme SE infere dos autos, o acusado agiu em legítima 
defesa”.
“O demandante alega que SE feriu ao cair no buraco”.
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“O caso em exame muito SE parece com o do julgado transcrito”.
“Nenhum dos autores SE insurgiu contra a decisão”.
Perceberam como colocamos os pronomes oblíquos de forma 
correta sem precisarmos decorar nenhuma regra boba de atração?
Não é de todo rígida a regra que diz para não colocar o pronome 
logo após a vírgula. Observem esta frase:
“A apelante alega que, assim como seu marido, se sentiu humi-
lhada quando...”.
O “SE sentiu” está correto, porque o “que” do “alega que” pede 
a próclise, ainda que o sintagma “assim como seu marido” esteja in-
terrompendo o período.
Em locuções verbais com verbos pronominais (= que vêm acom-
panhados de pronomes), vejo construções como:
“Atendeu o policial, o qual SE estava recuperando do ferimento” 
(o verbo pronominal é “recuperar-se”).
A construção acima, apesar de correta, SOA MUITO MAL!
Preferir:
“Atendeu o policial, o qual estava-SE recuperando”; ou
“... o qual estava SE recuperando” (sem hífen); ou
“... o qual estava recuperando-SE”.
Eu uso a segunda forma, pois acho que o hífen polui o texto, 
além do que a terceira soa estranho para mim.
Era isso.
30. ESTÃO CORRETAS AS FORMAS “DEVIDO A”, “RELATIVO 
A”, “CONCERNENTE A”, “REFERENTE A”, “PERTINENTE A”?
Vez ou outra me questionam sobre essas expressões; se são elas 
vernáculas.
Sim, são todas expressões (que podem ser usadas como sinôni-
mas) permitidas pela língua portuguesa.
Estão corretas, portanto, todas as frases abaixo:
“Devido ao não pagamento da dívida, seu nome foi inscrito na 
Serasa”.
“O pleito relativo à exclusão da capitalização dos juros não foi 
analisado”.
“Ademais, requereu o autor a redução do montante concernente 
à cláusula penal”.
“Insurgiu-se contra a pena referente ao crime de tráfico de drogas”.
“Trata-se de lançamento por homologação pertinente a uma con-
fissão de dívida”.
Muita atenção para a expressão “no que pertine”, não admitida em 
português. É que, ao contrário, por exemplo, de “concernir” (“no que 
concerne” está correto), não existe o verbo “pertinir” na nossa língua.
Era isso.
31. ACENTUAÇÃO
Com acento:
eles têm, eles contêm, eles vêm (verbo “vir”)
eles convêm
pôr (verbo)
pôde (3ª pes. sing. do pret. perf. de “poder”)
Sem acento:
enjoo, voo
creem, deem, leem, veem (verbo “ver”)
ideia, assembleia, heroico, joia, eu apoio
polo ativo
Nunca é demais rever a questão da acentuação nessas palavras, 
não é mesmo?
Lembre-se de que há acento em “pôr”, mas não o há nos seus 
derivados: propor, interpor, opor...
Uma regra do novo (?) acordo ortográfico pouco conhecida é a 
de que nas paroxítonas não se acentuam o “i” e o “u” tônicos prece-
didos de ditongo: “feiUra”, “bocaiUva”, E NÃO “feiÚra”, bocaiÚ-
va”. Apesar de essas palavras serem pouco frequentes nos textos 
jurídicos, fica a dica!!
Era isso.
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32. NÃO HÁ QUE SE FALAR, NÃO HÁ QUE FALAR, NÃO HÁ 
SE FALAR, NÃO HÁ FALAR
Expressãozinha que suscita muitas dúvidas esta. Vamos lá.
Transcrevo abaixo o que diz o Dicionário de Regência Verbal, do 
Celso Pedro Luft (os destaques são meus):
“NÃO haver + Infinitivo. NÃO SER POSSÍVEL; não existir meio 
de ou modo como: Não havia dominá-los. [...]
Haver que + Infinitivo. SER PRECISO; dever: Há que ter paciên-
cia. ‘Não há que fiar em lágrimas’ (Vieira). ‘Não há que fiar em Deus 
no tempo de inverno’ (Prov.). Havia que recuperar o tempo”.
Nos textos jurídicos usamos na maioria das vezes a expressão 
com o sentido de “não ser possível”, de modo que o correto é dizer 
“NÃO HÁ FALAR”:
“Se a autoridade policial constatou situação de narcotraficân-
cia, NÃO HÁ FALAR em invalidade da apreensão por violação de 
domicílio”.
“Assim, NÃO HÁ FALAR em cerceamento de defesa”.
“Consequentemente, NÃO HÁ FALAR em excesso de execu-
ção”.
Alerto que no Dicionário de Verbos e Regimes, Francisco Fernan-
des admite, além da expressão acima (“não há falar”), a forma “Não 
há QUE falar”, o que quer dizer que VOCÊ NUNCA VAI ERRAR 
USANDO A EXPRESSÃO “NÃO HÁ FALAR”.
São INCORRETAS as formas “não há que SE falar” e “não há 
SE falar”.
É claro que a expressão “não há” pode vir acompanhada de ou-
tros verbos que não o “falar”. Veja:
“Sem provas, não há CONDENAR o acusado” (= não é possível 
condenar).
“Ausente demonstração da relação comercial, não há DENUN-
CIAR a lide à empresa Karol Gatfer Ltda.” (= não é possível denunciar).
Era isso.
33. PRONOME POSSESSIVO: PARTES DO CORPO E SUBS-
TANTIVOS ABSTRATOS
Costumamos usar os pronomes possessivos em demasia. Isso 
é um fato. Seja porque nos falta conhecimento da nossa língua seja 
porque queremos imprimir ritmo às nossas frases, o possessivo serve 
comumente de indevida “bengala” linguística.
Não se recomenda o pronome possessivo antes de nomes de par-
tes do corpo, quando relacionadas à própria pessoa de que se trata:
“O autor diz que, em razão da fratura no SEU pé direito, reque-
reu à seguradora o pagamento de indenização” (Errado. Sem o “seu”).
“O apelante bateu com a SUA cabeça na mureta de concreto que 
sustentao alambrado” (Errado).
“O réu passou a conviver, desde o acidente, com inúmeras cica-
trizes em toda a SUA perna” (Errado).
Também não é recomendado o possessivo antes de substantivos 
abstratos, se também estiverem relacionados com a própria pessoa do 
discurso:
“Diz estar exercendo a SUA garantia constitucional ao direito de 
petição” (Errado. Sem o “sua”. “Garantia” é substantivo abstrato).
“A formalidade do art. 431-A do CPC objetiva assegurar às partes 
a SUA possibilidade de participação na produção da prova” (Errado).
“Ainda que as vítimas tenham sentido redução na SUA capacida-
de laboral ao longo desses anos,...” (Errado).
“Deve valer-se a acusada do SEU direito de não produzir prova 
contra si mesma” (Errado).
Agora retorne ao primeiro parágrafo do post e veja como estão so-
brando os possessivos “nossa” (nossa língua) e “nossas” (nossas frases).
Era isso.
34. SE O VERBO, SOZINHO, RESOLVE, USE-O
Por ser forma mais concisa e objetiva, use apenas o verbo quando 
ele, por si só, conseguir expressar a ideia que você quer transmitir.
Assim, é preferível “requerer”, “pagar”, “nomear” a “efetuar/fa-
zer/realizar requerimento”; “efetuar/fazer/realizar pagamento”; “efe-
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tuar/fazer/realizar nomeação”.
Por isso, escreva:
“A parte tem direito à gratuidade da justiça quando não possui 
condições de PAGAR as despesas processuais sem prejuízo próprio e 
de sua família”.
E não:
“A parte tem direito à gratuidade da justiça quando não possui 
condições de EFETUAR O PAGAMENTO das despesas processuais 
sem prejuízo próprio e de sua família”.
Seguindo esse raciocínio, prefira as formas verbais às nominais 
em construções como:
“Cabe ao juiz DETERMINAR as provas necessárias à instrução 
do processo”.
E não:
“Cabe ao juiz a DETERMINAÇÃO das provas necessárias à ins-
trução do processo”.
Era isso.
35. “O Novo Código de Processo Civil” ou “O novo Código de 
Processo Civil”?
Para início de conversa, o CPC de 2015 já não é tão novo assim. 
Então o meu conselho é que você NUNCA use o epíteto “novo” para 
se referir a ele; em alguns casos, nem mesmo o ano “2015” precisa ser 
usado. Veja:
“O art. 85 do Código de Processo Civil dispõe que...” (se o ano 
não é mencionado, subentende-se que se trata do código de 2015).
Se, todavia, no texto você estiver comparando o CPC/2015 com o 
CPC/1973, a indicação do ano se faz necessária. Observe:
“O Código de Processo Civil de 2015 traz, entretanto, disposição 
diferente [à do CPC/1973]”.
Mas não: “O NOVO Código de Processo Civil traz...”.
Agora voltemos ao tema do post. Caso você, ainda assim, queira 
escrever “‘novo’ Código de Processo Civil”, a inicial de “novo” deve 
vir em MINÚSCULA.
Isso porque nenhum adjetivo em português vem com inicial 
maiúscula. Nunca escrevemos, no meio das frases, “Bela casa”, “In-
tempestivo recurso”, “acidente Violento”.
Portanto, escreva (se for escrever) “novo Código de Processo Ci-
vil”; “novo” com inicial minúscula.
Era isso.
36. SE NÃO HÁ PAUSA, NÃO HÁ VÍRGULA
Surpresos com essa afirmação? Mas é isso mesmo: quando não 
existe pausa, não existe vírgula.
Vejam as seguintes construções, corretamente virguladas:
“Contudo, na impossibilidade de devolução do bem, deve o 
banco depositar a quantia...” (há pausa e vírgula depois de “contu-
do” e “bem”).
“Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o deve-
dor em mora desde que o praticou” (idem; há pausa e vírgula depois 
de “ilícito”).
“Ademais, sem parcelamento regular não é possível abrir a ma-
trícula, e, sem a matrícula, a sentença que venha a deferir o usucapião 
não pode ser registrada” (idem em todas as ocorrências de vírgula).
ATENÇÃO: Dizer que “se não há pausa, não há vírgula” NÃO 
SIGNIFICA que sempre que houver pausa haverá vírgula. São coisas 
diferentes!!
Observem estas construções, também corretamente virguladas:
“O art. 173, § 2º, da Carta Magna adverte...” (não há vírgula de-
pois de “Magna”, apesar da pausa na leitura. A vírgula aí separaria 
sujeito de predicado, o que não é permitido).
“Funcionou como representante do Ministério Público o Exmo. 
Sr. ...” (novamente: apesar da pausa na leitura, não há vírgula depois 
de “Público”, pois também separaria sujeito de predicado).
“Do Superior Tribunal de Justiça colhe-se:” (vejam que há pausa 
depois de “Justiça”, mas a vírgula aí estaria errada, pois separaria o 
verbo (colher) do seu complemento (Do Superior Tribunal de Justiça), 
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o que igualmente não é permitido).
Há até casos em que existe a pausa, a vírgula seria possível, mas 
não é usada por ser desnecessária ou porque a clareza não a pede.
Analisemos a frase anteriormente transcrita:
“Ademais, sem parcelamento regular não é possível abrir a ma-
trícula, e, sem a matrícula, a sentença que venha a deferir o usucapião 
não pode ser registrada”.
Notem que há pausa depois de “regular” e que a vírgula aí não 
estaria incorreta, mas optou-se pelo não emprego dela por ser desne-
cessária e porque o texto ficaria “poluído” de vírgulas.
Era isso.
37. ESCREVA “DE MODO QUE”, “DE FORMA QUE”, “DE 
MANEIRA QUE”, E NÃO “DE MODO A”, “DE FORMA A”, “DE 
MANEIRA A”
Como vejo as locuções conjuntivas serem mal tratadas em textos 
jurídicos...
Nunca escreva “de modo a”, “de forma a”, “de maneira a”.
Estão, assim, INcorretas todas as seguintes construções:
“Os honorários advocatícios devem ser arbitrados com razoabi-
lidade e de acordo com a natureza da causa, DE MODO A prestigiar o 
trabalho do causídico”.
“Os crimes sexuais são cometidos, de regra, na clandestinidade, 
sem testemunhas, DE FORMA A assumir a palavra da vítima especial 
relevância para a elucidação dos fatos”.
“O interesse recursal constitui pressuposto de admissibilidade 
de todo recurso, DE MANEIRA A impor à parte a demonstração do 
prejuízo obtido com a manutenção da decisão atacada”.
Corrigir para:
“Os honorários advocatícios devem ser arbitrados com razoabi-
lidade e de acordo com a natureza da causa, DE MODO QUE se pres-
tigie o trabalho do causídico”.
“Os crimes sexuais são cometidos, de regra, na clandestinidade, 
sem testemunhas, DE FORMA QUE a palavra da vítima assume espe-
cial relevância para a elucidação dos fatos”.
“O interesse recursal constitui pressuposto de admissibilidade 
de todo recurso, DE MANEIRA QUE cabe à parte demonstrar o pre-
juízo obtido com a manutenção da decisão atacada”.
Estão igualmente INcorretas as expressões pluralizadas “de mo-
doS a”, “de formaS a”, “de maneiraS a”.
Era isso.
38. “CONDENA-SE OS AUTORES A PAGAR A MULTA PREVIS-
TA...” OU “CONDENAM-SE OS AUTORES A PAGAR A MULTA 
PREVISTA...”?
Como “autores” é plural, o verbo deve ir para o plural também. 
Calma que vou explicar.
O pronome “se” cumpre diversas funções na oração, e uma delas 
é a de apassivar o sujeito.
O sujeito de uma oração é a pessoa ou coisa que pratica a ação 
contida no verbo:
“Colho os seguintes julgados”. O sujeito (oculto) é “eu” (eu colho).
A mesma frase, agora na passiva:
“Colhem-se os seguintes julgados (por mim)”.
Veja que apareceu um “SE” depois de “colhem”, e isso indica 
que a voz está na PASSIVA, isto é, o sujeito não pratica, mas sofre a 
ação do verbo. Esse “se” é denominado, portanto, de “partícula apas-
sivadora”. A frase acima também pode ser lida assim: “Os seguintes 
julgados são colhidos por mim”.
Sabe-se que o pronome “se” é apassivador quando se junta a um 
verbo TRANSITIVO DIRETO (verbo que não exige preposição).
Nesse caso, o verbo deve ir para o plural se o sujeito estiver no plu-
ral, e ficar no singular se o sujeito também estiver no singular. Assim:
“Acolhem-se os embargos de terceiro para julgar extinta a exe-
cução” (sujeito “embargos de terceiro” no plural, verbo “acolhem” 
no plural).
“Julgou-se o pedido improcedente” (sujeito “o pedido” no sin-
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gular, verbo “julgou” no singular).
“Intimem-se os réuspara, querendo, apresentar impugnação” 
(“réus” plural, “intimem” plural).
“Intime-se o réu para, querendo, apresentar impugnação” (“réu” 
singular, “intime” singular também).
Então, respondendo à pergunta do post, o correto é:
“CondenaM-se os autores a pagar a multa prevista...”.
Era isso.
39. A EXPRESSÃO “OU NÃO”
Eu poderia colocar este tema na lista do “palavras que sobram” 
(n. 10), mas a frequente ocorrência indevida do “ou não” nos textos 
jurídicos me levou a dedicar um post só sobre ele.
Observem como a expressão “ou não” pode ser excluída das 
construções abaixo sem causar prejuízo no entendimento:
“O que se debate nesta ação é a existência OU NÃO de dano 
moral compensável”.
“Essa discussão sobre a incidência OU NÃO da causa de dimi-
nuição da pena é irrelevante”.
“A referida demanda não ingressa na análise da validade OU 
NÃO dos encargos contratados”.
“Resta examinar se a citação interrompeu OU NÃO a prescrição”.
“Pouco importa saber se o veículo estava OU NÃO em nome 
dos réus”.
Obviamente que existem casos em que a expressão “ou não” é 
corretamente empregada, a exemplo das frases abaixo:
“É cabível ‘habeas corpus’ para a análise da ilegalidade ou não 
de ato constritivo da liberdade de locomoção”.
“São devidos honorários nas execuções, embargadas ou não”.
“No caso, é necessário perícia para que se atribua à ré a respon-
sabilidade ou não pelo infortúnio”.
Era isso.
40. AGRAVO “DA” OU “CONTRA A” DECISÃO?
As duas preposições regem o nome “agravo”. Então está COR-
RETO escrever tanto “agravo DA decisão” quanto “agravo CONTRA 
a decisão”.
Até um tempo atrás eu dizia aos meus alunos que não utilizas-
sem a preposição “contra”, pois o Dicionário de Regência Nominal 
traz apenas a regência com a preposição “de”.
Todavia, o CPC traz vááááárias ocorrências de “agravo CON-
TRA”, motivo pelo qual penso serem aceitáveis as duas regências. 
Não adianta remar contra a maré!!
Então podem escrever sem medo:
“Trata-se de agravo de instrumento DA decisão que indeferiu...”.
OU
“Trata-se de agravo de instrumento CONTRA a decisão que in-
deferiu...”.
(como eu sei que vocês sempre gostam de saber a preferência do 
professor, lá vai: prefiro com a preposição “de”)
Da mesma forma está correto escrever “recurso DA decisão ou 
CONTRA a decisão”; “apelação DA sentença ou CONTRA a sentença”.
A palavra “interposto” também rege as preposições “de” e “con-
tra” (“recurso extraordinário interposto DO ou CONTRA o acórdão”)
Era isso.
41. POSSO USAR NA MINHA PEÇA O TEMPO PRESENTE 
PARA ME REFERIR A FATOS PASSADOS?
A fim de responder a esta pergunta, imaginemos que a seguinte 
construção esteja no relatório do acórdão, na contestação ou na ape-
lação:
“João da Silva ajuizou ação de indenização contra Pedro da Cos-
ta (autos n. 98.567.777).
Sustenta que no dia 23-7-2017 transitava pela avenida Getúlio 
Vargas quando a motocicleta conduzida pelo réu colidiu com o seu 
automóvel, causando os danos discriminados às fls. 10-11.
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Assevera que buscou pessoalmente com o réu o ressarcimento 
dos danos, contudo não teve êxito, de forma que outra saída não teve 
a não ser o ajuizamento da presente demanda.
Requereu, ao final, a condenação do réu ao pagamento da quantia 
de R$ 6.500,00 a título de indenização pelos danos materiais sofridos.”
Vejam que no primeiro parágrafo há o verbo “ajuizar” no passa-
do; no segundo parágrafo o verbo “sustentar” no presente; no terceiro, 
“asseverar” no presente; e, no último, o verbo “requerer” no passado.
E agora? Essa “mistura” de tempos verbais é possível?
Sim, é possível e está corretíssima!! Apesar de se estar referindo 
a fatos que já aconteceram, o tempo presente no segundo e terceiro 
parágrafos denomina-se “presente histórico”, isto é, a FORMA é de 
tempo presente mas o SENTIDO é de passado.
É claro que em vez de “sustenta” e “assevera” poder-se-ia escre-
ver “sustentou” e “asseverou”, o que não impede, todavia, a forma no 
presente (presente histórico).
Interessante que a FORMA verbal no presente pode ser às vezes 
usada até mesmo para indicar ação futura, como se observa na seguin-
te passagem: “Portanto, remetam-se os autos à origem, onde o réu, 
querendo, PODE (ou ‘poderá’) arguir a nulidade em tela”.
Era isso.
42. “POIS” E “PORQUE”, QUANDO USAR?
Para início de conversa, é bom ter bem claras duas noções:
- “Pois” e “porque” podem ter o mesmo sentido; ambas podem 
ser conjunções explicativas.
- A conjunção “porque”, além de explicativa, pode introduzir 
oração que denota causa.
Então, só se pode falar em diferença entre “pois” e “porque” se 
se partir do pressuposto de que o “porque” cumpre APENAS função 
causal (o “pois” é sempre explicativo).
Diante desse pressuposto, usa-se “pois”, não “porque”, para in-
troduzir oração que denota o motivo óbvio, natural, notório, lógico da 
oração que ela explica. Vamos logo para os exemplos:
“O recurso não pode ser conhecido, POIS ausentes os pressu-
postos de admissibilidade” (vejam que o “pois” introduz um motivo 
óbvio da oração anterior. A frase pode ser lida assim: É CLARO que 
se não houver pressupostos de admissibilidade o recurso não pode 
ser conhecido).
“O recurso não pode ser conhecido, PORQUE ausente o prepa-
ro” (agora o motivo não é tão óbvio assim; isso porque, não obstante 
a inexistência de preparo, o recurso poderia ser conhecido na hipótese 
de gratuidade da justiça, por exemplo).
“Não acolho o pedido de indenização por danos materiais, POIS 
feito apenas na réplica”.
“Não acolho o pedido de indenização por danos materiais, POR-
QUE não provou o autor fato constitutivo do seu direito”.
“No caso não existiu dano moral, POIS o episódio causou ao au-
tor apenas mero aborrecimento”.
“No caso não existiu dano moral, PORQUE a inscrição do nome 
do autor nos órgãos de proteção decorreu de exercício regular do di-
reito do réu”.
Ocorre que no direito é muito comum a construção silogística 
de frases, e nesse sentido o “pois” é bastante usado como elemento 
coesivo-argumentativo, sugerindo que a posição assumida é óbvia e 
lógica, quando não pacífica.
Vejam o seguinte período, em que o “porque” deveria ser usado, 
mas o “pois” também está correto uma vez que quem escreve quer 
passar a ideia de obviedade:
“Não é nulo o julgamento dos embargos de declaração por outro 
magistrado que não aquele que proferiu a sentença, POIS o recurso 
não está vinculado ao juiz, e sim ao órgão jurisdicional”.
Era isso.
43. O AUTOR TEM “QUE” OU “DE” DEMONSTRAR O FATO 
CONSTITUTIVO DO SEU DIREITO?
Notem que a frase expressa obrigatoriedade e poderia ser escrita 
assim: “O autor DEVE demonstrar o fato constitutivo do seu direito”.
Nesse sentido alguns gramáticos puristas lecionam que o correto 
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seria o uso do “de” (o autor tem DE demonstrar), não do “que”.
Eu até prefiro com o “de” mesmo, MAS SÃO ACEITAS AMBAS 
AS FORMAS (ter de ou ter que) para indicar obrigatoriedade:
“O autor tem DE demonstrar o fato constitutivo do seu direito” 
(Certo).
“O autor tem QUE demonstrar...” (Certo).
Uma dica que dou pra vocês é: quando já existir na frase outro 
“de” ou “que”, usar a outra forma para evitar repetição. Assim:
“Os adquirentes dos imóveis depositaram em juízo a quantia 
que tinham DE pagar à construtora” (como já há um “que” depois de 
“quantia”, é preferível o “de” para evitar a repetição).
“De fato, os embargantes tinham QUE provar a existência de 
omissão na sentença” (nesse caso, já há dois “de” na construção, então 
o “que” é recomendado).
À exceção desses casos (para evitar repetição), pode-se usar, in-
diferentemente, a expressão “ter que” ou “ter de”.
Era isso.
44. COLOCANDO ORDEM NO TEXTO
Pessoal, alerto para o cuidado que devemos ter para não subor-
dinar ou coordenar orações indevidamente, que é o que ocorre quan-
do não prestamos atenção na escrita ou não conhecemos bem esses 
processos sintáticos, desordenando o texto.
Vejam, por exemplo,

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