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Resumo David Ricardo

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Ricardo fazia distinção entre a noção de valor e a noção de riqueza. 
O Valor era considerado como a quantidade de trabalho necessária à produção do 
bem, contudo não dependia da abundância, mas sim do maior ou menor grau de 
dificuldade na sua produção. 
Já a riqueza era entendida como os bens que as pessoas possuem, bens que eram 
necessários, úteis e agradáveis. 
O preço de um bem era o resultado de uma relação entre o bem e outro bem 
Esse preço era representado por uma determinada quantidade de moeda, 
obviamente que variações no valor da moeda implicam variações no preço do bem. 
Ricardo definia o Valor da Moeda como a quantidade de trabalho necessária à 
produção do metal que servia para fabricar o numerário. Analiticamente 
Se o Valor da Moeda variasse, o preço do bem variava mas o seu Valor Não. 
A teoria de David Ricardo é válida para bens reproduzíveis (Por exemplo um 
objecto de arte tem valor pela sua escassez e não pela quantidade de trabalho que 
lhe está inerente). 
Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho contribuía para 
o valor de um bem. 
Princípio Rendimentos Decrescentes 
Sua principal contribuição foi o princípio dos rendimentos 
decrescentes, devido a renda das terras. Tentou deduzir um teoria do 
valor a partir da aplicação do trabalho. 
Outra contribuição foi a Lei do Custo Comparativo, que demonstrava 
os benefícios advindos de uma especialização internacional na 
composição dos commodities do comércio internacional. Este foi o 
principal argumento do Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra, 
durante o século XIX, exportando manufaturas e importando 
matérias primas. 
A Renda 
A Renda deveria ser tal de forma a que permitisse ao rendeiro a conservação do 
seu lucro à taxa de remuneração normal dos seus capitais. 
O seu peso no Rendimento depende das condições de produção. Quem trabalha em 
melhores condições paga mais renda, contudo, quem acabava por pagar essa 
renda, era na realidade o consumidor final. 
Eis uma grande diferença relativamente a Adam Smith, pois Smith acreditava que a 
Renda era a diferença entre o Rendimento e o Somatório dos Salários e dos Lucros. 
O Salário 
O trabalho era visto como uma mercadoria. 
Há a distinguir duas noções de preços, a saber: 
 Preço Corrente à Salário determinado pelo jogo de mercado e pelas forças 
da procura e da Oferta 
 Preço Natural à O Salário que permitia subsistir e reproduzir sem 
crescimento nem diminuição. 
O Preço Natural não é constante. Varia de acordo com o caso específico dos países, 
das épocas, ou seja, depende do ambiente em que se esteja inserido. 
Este Preço tende a elevar-se (tomemos em consideração por exemplo, o facto, de o 
bem estar passar a incluir objectos que antes eram considerados de luxo e que com 
o progresso tecnológico e principalmente social, se tornam mais baratos e 
essenciais). 
Duas situações podem ocorrer: 
 Se o Preço de Mercado for maior que o Preço Natural , existirá a tendência a 
viver melhor, e com mais condições de vida. Este facto levará a uma 
tendência para uma maior reprodução. Com a reprodução subirá a 
população. Essa subida da População levará a um aumento do número de 
trabalhadores (um aumento da procura de trabalho) e consequentemente os 
Salário praticado abarão por descer para o nível do Preço Natural 
 Se O Preço Natural for superior ao Preço de Mercado, a qualidade de vida 
das populações será menor, estabelecendo-se um raciocínio antagónico ao 
anterior, isto é, tendência para a menor reprodução, o que baixará a Procura 
de Trabalho. Essa diminuição da Procura de Trabalho levará a uma subida 
dos salários 
Começa-se aqui a desenhar um dos ciclos viciosos que iremos explorar com maior 
detalhe na Sétima Parte da História do Pensamento Económico, que será também 
dedicada ao Pensamento de David Ricardo. 
Os Lucros 
Smith considerava que as Rendas era a diferença entre o Rendimento e os 
Salários+Lucros. (Rendas=Rendimento-Salários-Lucros) 
Ricardo por outro lado, estabelece que os Lucros são a diferença entre o 
Rendimento e os Salários+Rendas (Lucros=Rendimentos-Salários-Rendas). 
Um Agricultor que é detentor do Capital, guarda um lucro que é o que sobra depois 
de pagos as rendas e os salários. 
Caso o Agricultor seja detentor das Terras, ganha o Lucro e a Renda. 
Sendo as Rendas Fixas, os lucros tornam-se cada vez mais importantes, quanto 
mais baixos sejam os salários. Começa aqui a surgir a noção do Lucro ser um 
fenómeno inerente à Luta de Classes. 
A teoria do Crescimento 
Para Ricardo o crescimento depende da acumulação de capital, logo, depende da 
sua taxa de crescimento, isto é do Lucro. 
Para Ricardo a existência de uma taxa de lucro elevada, implica um maior 
crescimento económico. Esse maior crescimento Económico levará a existência de 
uma poupança mais abundante, que permitirá a sua canalização para o 
Investimento. 
Desenvolvimento Económico é assegurado pelo aumento do emprego e também 
pela melhoria das técnicas de produção. 
Já o Comércio tem pouca importância no Crescimento Económico, sem contudo 
deixar de ser necessário. A sua importância releva da teoria das vantagens 
comparativas, pois permite que com a maior exportação, possamos importar mais 
e mais barato. Por isso o Comércio é muito importante, sem contudo representar 
um papel muito relevante para o Crescimento Económico. 
Portanto, Ricardo defende que enquanto existir evolução da taxa de lucro, o 
crescimento estará assegurado. Contudo o Lucro, como vimos na Teoria da 
Repartição do Rendimento na Sexta Parte da História do Pensamento Económico, 
depende de outras variáveis, mais concretamente dos Salários e das Rendas, e aqui 
se começará a desenhar uma das contradições do sistema capitalista, que Marx irá 
explorar, mais concretamente a tendência para a baixa da taxa de lucro. 
Raciocínio de Ricardo é muito simples. De fato, o Mundo apresenta uma tendência 
para a expansão. Essa expansão tem consequência ao nível da subida da 
população. A Subida da População levará a que novas terras (as menos férteis) 
tenham que ser cultivadas. 
Como mais terras são cultivas, irá se verificar uma diferenciação no pagamento das 
rendas para as terras mais ou menos férteis. 
Como as rendas aumentam, fruto da subida do preço das rendas das terras mais 
férteis, obviamente que o lucro diminuirá. 
Ricardo explica esta tendência para a baixa da taxa de lucro de uma outra forma. 
A acumulação de capital leva a uma subida da população (por exemplo com a 
existência de uma melhoria das condições de vida, haverá uma maior tendência 
para a procriação). Isso levará a um aumento da procura de trabalho, que levará a 
uma subida do nível de salário (consequentemente das condições de vida), 
existindo a necessidade de se aumentar a produção. Esse aumento da produção é 
obtido com a utilização de terras menos férteis, o que, como vimos anteriormente, 
levará a uma subida das rendas. O Lucro irá obviamente descer, e se o preço dos 
produtos agrícolas sobe, isso irá se repercutir no salário que também ira crescer, 
em conclusão, mais um factor que corrobora a ideia da tendência para a baixa da 
taxa de lucro. 
Por causa desta lei, o crescimento fica ameaçada. Quanto maior for a taxa de lucro, 
menor será a apetência para o investimento. 
Mais cedo ou mais tarde, o Rendimento Nacional parará de crescer, atingindo-se 
uma fase estacionária. 
Ricardo encontrou duas formas de retardar isto: 
1. Pela Importação de Produtos Agrícolas Com a importação de produtos agrícolas, 
consegue-se impedir que o preço suba e consequentemente os salários e as rendas 
aumentem. 
2. Aumento da Produtividade Agrícola, via mecanização e novas descobertas à Esta 
mecanização poderá Ter um efeitoperverso, obviamente que me refiro ao 
problema do desemprego. Contudo, Ricardo considerava que o seu 
desenvolvimento irá ser lento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da renda 
É na elaboração da teoria da renda que se nota a forte influência de Malthus sobre o 
pensamento ricardiano, uma vez que suas conclusões refletem claramente a preocupação de 
Malthus decorrente da desproporção entre o crescimento da população e o da produção de 
alimentos. Paulo Sandroni, no Dicionário de economia do século XXI, descreve assim a 
abordagem de Ricardo: 
Em sua análise dos problemas econômicos, construiu um modelo teórico fundamentado numa 
economia predominantemente agrícola, procurando determinar as leis que regulam a 
distribuição do produto entre as diferentes classes da sociedade e localizando no trabalho o 
valor de troca das mercadorias. Apesar disso, acreditava que os custos do capital podem 
influenciar os preços e que o aumento dos salários sobre os preços relativos depende da 
proporção desses dois fatores de produção. 
Para Ricardo, a renda relaciona-se com o aumento da população. Acreditava que a maior 
demanda acarretada por esse aumento da população exige o cultivo de terras menos férteis, 
nas quais o custo de produção é mais elevado do que em terras mais férteis. Mas custos e 
lucros deveriam ser mantidos no mesmo nível dos dois casos, pois, de outro modo, as terras 
de pior qualidade deixariam de ser cultivadas. Mesmo com essas medidas, no entanto, os 
arrendatários das melhores terras acabariam tendo uma maior receita, independente do 
trabalho e do capital aplicados na produção. Essa diferença em seu favor (ou o excedente 
sobre o custo da produção) constituiria a renda da terra apropriada pelo proprietário. 
Assim, a renda de determinada terra seria a diferença entre o valor da colheita dessa área fértil 
e da colheita de outras menos férteis. Com o inevitável crescimento da renda diferencial da 
terra, os proprietários rurais iriam se apossando de maior percentual do excedente econômico, 
em detrimento dos capitalistas. 
O estado estacionário 
Dando continuidade à sua análise, observa o Professor Paulo Sandroni, enfatizando o caráter 
liberal do pensamento ricardiano: 
Ricardo previa a ocorrência de um "estado estacionário", resultante do crescimento 
populacional e responsável pelo cultivo de terras cada vez menos férteis. Ao chegar a 
determinado limite, o lucro seria tão baixo que a acumulação de capital simplesmente cessaria, 
prejudicando o desenvolvimento econômico. Para adiar esse "estado estacionário", seria 
necessária a aplicação de um programa econômico liberal. 
A lei de ferro dos salários 
Conselho Federal de Economia http://www.cofecon.org.brFornecido por Joomla!Produzido em: 
18 September, 2011, 15:27 
O mesmo pessimismo subjacente à concepção do "estado estacionário" pode ser observado na 
forma como Ricardo - novamente influenciado por Malthus - enxerga a tendência permanente 
de queda nos salários. Reproduzindo Galbraith: 
Da mesma forma que seu amigo [Malthus], David Ricardo previa um contínuo aumento da 
população, e a população de Malthus tornou-se o operariado de Ricardo. Entre os operários 
haveria tamanha concorrência na procura de emprego ou trabalho, de um lado, e de comida, 
de outro lado, que tudo ficaria reduzido a um simples processo de subsistência. Era o destino 
da humanidade. 
Numa "sociedade em evolução", tal fato poderia ser adiado e, como um momento de reflexão 
sugerirá, na Inglaterra do século XIX, essa era uma restrição importante. Mas as restrições de 
Ricardo nunca alcançaram as suas generalizações majestosas. No mundo ricardiano, os 
trabalhadores receberiam o mínimo necessário à subsistência, nada mais do que isso. Era a 
chamada lei de ferro e fogo dos salários. 
Essa tendência, de acordo com Marx, será mantida e até agravada em razão do contínuo 
progresso tecnológico e do contingente de trabalhadores desempregados por ele gerado. 
Denominado exército industrial de reserva, constitui-se num fenômeno inerente e 
absolutamente necessário à própria produção capitalista. 
Teoria do valor 
Mesmo os mais ferrenhos defensores das idéias de Adam Smith admitem que, na análise do 
valor, o grande economista escocês apresentou uma teoria caracterizada por ambigüidades. A 
teoria do valor-trabalho, resgatada mais tarde por Marx, quando se torna o ponto de partida da 
teoria da exploração (mais-valia), supõe que em toda e qualquer troca de mercadorias tende a 
haver uma troca de quantidades iguais de trabalho, utilizado na sua produção. Sendo assim, 
como explica Paul Singer, "um maço de cigarros vale vinte caixas de fósforos, porque o tempo 
de trabalho necessário à produção do primeiro seria vinte vezes maior do que aquele utilizado 
para produzir a segunda". 
Foi essa teoria do valor (e não a ambígua teoria de Adam Smith) que se consagrou como a 
teoria clássica do valor, cuja influência na teoria econômica foi absoluta até a segunda metade 
do século XIX, quando ocorre a chamada revolução marginalista defendendo a tese de que o 
valor de uma mercadoria não depende das horas de trabalho necessárias à sua produção - 
uma medida objetiva -, mas sim do grau de satisfação que essa mercadoria é capaz de 
proporcionar para o consumidor - uma medida subjetiva. Desde então, essas duas concepções 
teóricas têm ocupado espaço destacado na arena do debate teórico da economia. 
A teoria das vantagens comparativas 
Adam Smith havia desenvolvido a teoria das vantagens absolutas para explicar o 
funcionamento do comércio internacional. Em contraposição, Ricardo formulou a teoria das 
vantagens comparativas (ou dos custos comparativos), segundo a qual cada país tende a se 
especializar nos ramos em que tem maiores vantagens, isto é, em que seus custos de 
produção são menores do que os de seus concorrentes. Com isso, procurou demonstrar, como 
bem observa Paulo Sandroni, "a vantagem de um país importar determinados produtos, 
mesmo que pudesse produzi-los por preço inferior, desde que sua vantagem, em comparação 
com outros produtos, fosse ainda maior". 
Encerro essa breve análise da teoria das vantagens comparativas transcrevendo um 
interessante comentário de Todd Buchholz, no delicioso Novas idéias de economistas mortos: 
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18 September, 2011, 15:27 
Embora as teorias de Ricardo sejam ensinadas pelo mundo todo, são as nações européias da 
década de 1990 que melhor testarão o legado de Ricardo. Se elas cumprirem o seu 
compromisso de 1992 de derrubar todas as barreiras comerciais remanescentes entre elas, 
Ricardo conseguirá uma vitória parcial. Para uma vitória completa, os países do Mercado 
Comum devem também manter o seu segundo compromisso - não erguer fortalezas no seu 
litoral que impediriam países tais como os Estados Unidos e o Japão [e os países da América 
Latina] de participar do seu dinâmico programa de prosperidade. Até aqui os resultados estão 
misturados. Durante a última metade da década de 1980, enquanto o comércio dentro do 
Mercado Comum deu um salto de 15%, o comércio com os países não-membros caiu em cerca 
de 10%. Ricardo ficaria desapontado, mas esperançoso. 
Princípios de economia política e tributação 
Escrevendo seu livro mais importante já no primeiro quartel do século XIX, Ricardo não vive 
mais o clima cultural da ordem natural, pregado pelos fisiocratas, por Smith e por Say. 
Não é fácil entender o pensamento econômico de Ricardo. Seu livro Princípios de Economia 
política e tributação, de 1817, apresenta uma série de dificuldades: 
1º) Por se tratar de umlivro cujo conteúdo faz uma crítica à Riqueza das nações, de Smith; 
2º) Porque diversos capítulos aparecem sem conexão uns com os outros, o que faz pressupor 
tratar-se de um livro feito "à prestação", ou seja, à medida que Ricardo vai sentindo 
necessidade de aprofundar determinados assuntos, vai acrescentando capítulos novos. Em 
função dessa dificuldade, a leitura de seu livro conduz muitas vezes os leitores a duas 
conclusões de prismas diferentes. Uns pensam que a linha básica da obra consiste em mostrar 
que a teoria do valortrabalho explica todos os fatos econômicos, já que esse fator é o mais 
elementar, do qual os outros parecem derivar e, assim, o sistema de Ricardo seria a explicação 
de como o fator trabalho subentende todos os outros fatores como seu princípio organizador. 
Para outros, a linha básica da obra consiste em mostrar quais as leis que determinam a 
distribuição da renda entre as classes sociais e sua relação com as circunstâncias gerais da 
sociedade. As duas problemáticas acima se encontram presentes, a bem da verdade, do 
princípio ao fim do pensamento ricardiano. Ocorre, porém, que para percebê-lo parece 
necessário que se confronte sua obra com A riqueza das nações de Adam Smith. Isto porque, 
contendo seu livro uma série de críticas à Riqueza, é preciso ter em mente a estrutura do livro 
criticado para perceber o alcance do pensamento de Ricardo. Por esse ponto de vista - ainda 
que isto não esteja especificado em seu livro - o seu pensamento deve obedecer o seguinte 
plano: 
A. Enfoque sobre o capital em vez do trabalho como causa principal da riqueza das nações; 
B. Obstáculos ao crescimento das nações: a renda diferenciada e o trabalho; 
C. Medidas para superar os obstáculos; 
D. O papel do Estado no direcionamento do capital e desobstrução dos obstáculos. 
Nessa seqüência fica mais fácil entender como Ricardo, através de sua teoria econômica, põe 
à prova a harmonia do racionalismo. 
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18 September, 2011, 15:27 
De fato, ao se aceitar a teoria da renda de Ricardo, tornam-se discutíveis tanto a ordem natural 
dos fisiocratas, como a harmonia entre os interesses privados e o geral. Assim, não haveria 
harmonia, mas conflito. Aliás, na época em que seu grande livro foi publicado, o problema 
preponderante era o conflito entre os interesses da indústria e da agricultura, razão pela qual 
em sua obra Ricardo ia em auxílio à tese industrialista, em prejuízo daquela defendida pelos 
proprietários rurais. 
Com base nisso, pode-se afirmar que Ricardo concordava com Smith quanto ao conceito de 
riqueza nacional: "o montante de bens e serviços à disposição dos consumidores" (quanto 
maior esse montante, maior a riqueza). 
Ricardo, no entanto, não vê o crescimento dessa riqueza como algo retilíneo e sem conflitos 
como imaginava Smith. Para ele, esse crescimento não era retilíneo, mas sim passível de 
obstrução. Ricardo procura mostrar que a causa principal do crescimento da riqueza das 
nações é a acumulação de capital. Essa acumulação, por sua vez, vai depender da taxa de 
juros, pois, segundo Ricardo, tanto os agricultores como os industriais são, antes de tudo, 
investidores, e, como tal, não podem viver sem lucros, da mesma forma que os trabalhadores 
não vivem sem salários. 
O motivo que os leva a acumular diminui com a redução do lucro e cessará por completo 
quando seus lucros forem tão pequenos a ponto de não lhes garantir uma compensação 
adequada pelo esforço e risco que devem necessariamente correr pelo emprego do seu capital 
numa atividade produtiva. O empresário estará, por conseguinte, desviando-se constantemente 
de uma para outra atividade, procurando sempre melhor rentabilidade pelo emprego do capital.

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