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Princípio da Eficiência

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475Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Marcos André da Cunha - PGE
Ivan Aparecido Ruiz - UEM
1 Introdução
O princípio da eficiência foi introduzido 
de modo explícito na Constituição Federal 
por intermédio da Emenda Constitucional nº 
19/1998, posicionando-se ao lado dos demais 
princípios da Administração Pública (legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade - art. 37, 
caput, CF).
Muito embora haja alguma discussão 
doutrinária no sentido de que a eficiência já 
estava implícita na Carta Maior de 1988 como 
dever de todo agente público, referida questão não 
se apresenta relevante para o presente trabalho, 
uma vez que o mencionado princípio é hoje parte 
integrante da Constituição Federal, devendo 
como tal ser tratado. Logo, cabe analisar o seu 
significado, sua extensão e o que pode ser feito para 
que seja aplicado pelos gestores públicos.
O presente texto tem por finalidade demonstrar 
a importância do princípio da eficiência para a 
Administração Pública, bem como a necessidade 
de que seus agentes comprometam-se em buscar 
maiores resultados dentro dos recursos disponíveis, 
sempre tendo como parâmetro o indeclinável 
atendimento ao interesse público, fim último do 
Estado.
No vertente caso, porém, o tema será 
direcionado para a busca da eficiência na cobrança 
judicial da dívida ativa da Fazenda Pública do 
Estado do Paraná, aproveitando-se dos problemas 
vivenciados e dos conhecimentos acumulados em 
alguns anos de atuação na ação executiva fiscal.
Oportuno destacar que a cobrança judicial 
da dívida ativa, cuja atribuição foi incumbida à 
Procuradoria Geral do Estado, nos termos do que 
preconiza o art. 124, inc. III, da Constituição do 
Estado do Paraná, que por seu turno encontra 
fundamento no art. 132 da Constituição Federal, 
enfrenta problemas de efetividade decorrentes, 
sobretudo, do extraordinário número de ações 
executivas atualmente em andamento, sendo 
que novos ajuizamentos são realizados todos os 
meses em volume maior do que os Procuradores 
de Estado podem fazer frente.
Assim, além de tentar demonstrar o que 
representa, qual o alcance e o objetivo do princípio 
da eficiência, ainda se buscará estabelecer sua 
relação com a missão institucional da cobrança 
judicial da dívida ativa, sugerindo a adoção de 
algumas medidas visando cumprir da maneira mais 
otimizada e eficaz possível a referida obrigação.
Não se trata de propostas revolucionárias ou 
suficientes por si mesmas a uma efetiva conquista 
de resultados expressivos, o que seria muita 
pretensão. O intuito principal é expor a importância 
de estar sempre revendo os métodos existentes, 
com a implementação de novas alternativas e a 
difusão de idéias e experiências, sem perder de 
vista a necessidade de uma prévia organização 
e planejamento direcionados à consecução de 
objetivos definidos, com o estabelecimento 
de prioridades tendentes a cuidar com mais 
especificidade daquilo que se revela de maior 
importância sob a ótica do interesse público. Caso 
surjam críticas ou reflexões dentro da Instituição, 
a missão do trabalho estará alcançada.
2 O Significado da Eficiência como 
Princípio Constitucional
A Emenda Constitucional nº 19/1998 
introduziu no caput do art. 37 da Constituição 
Federal o princípio da eficiência, passando o 
referido dispositivo a ter a seguinte redação:
O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
PROPOSTAS PARA A OTIMIZAÇÃO DA COBRANÇA JUDICIAL DA 
DÍVIDA ATIVA
476 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Art. 37. A administração pública direta e indireta 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, eficiência e, também, 
ao seguinte...
No entanto, faz-se necessário estabelecer, desde 
logo, o que deve ser entendido por eficiência como 
princípio da Administração Pública.
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (2002, p. 
251) descreve a eficiência como sendo a “ação ou 
virtude de produzir um efeito; eficácia”. Já o dicionário 
HOUAISS (2001, p. 1102) define-a como “poder, 
capacidade de uma causa produzir um efeito real”. 
Para os léxicos, portanto, eficiência e eficácia são 
sinônimos que representam a capacidade de se 
produzir determinado efeito.
Todavia, é curial salientar que a ciência da 
administração estabelece uma nítida distinção 
entre os termos eficiência e eficácia.
Sobre o tema, ensina Idalberto CHIAVENATO 
(1998, p. 47):
Assim, a eficiência está voltada para a melhor 
maneira (the best way) pela qual as coisas 
devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim 
de que os recursos (pessoas, máquinas, matérias-
primas) sejam aplicados da forma mais racional 
possível. A eficiência preocupa-se com os meios, 
com os métodos e procedimentos mais indicados 
que precisam ser devidamente planejados e 
organizados a fim de assegurar a otimização da 
utilização dos recursos disponíveis. A eficiência 
não se preocupa com os fins, mas simplesmente 
com os meios. O alcance dos objetivos visados não 
entra na esfera de competência da eficiência; é 
um assunto ligado à eficácia. À medida que o 
administrador se preocupa em fazer corretamente 
as coisas, ele está se voltando para a eficiência 
(melhor utilização dos recursos disponíveis). 
Porém, quando ele utiliza estes instrumentos 
fornecidos por aqueles que executam para avaliar 
o alcance dos resultados, isto é, para verificar 
se as coisas bem feitas são as que realmente 
deveriam ser feitas, então ele está se voltando 
para a eficácia (alcance dos objetivos através 
dos recursos disponíveis).
Em atenção à divisão de conceitos sob 
comento, poderia surgir a indagação se a eficiência 
alçada à norma constitucional estaria a impor uma 
conduta desvinculada de resultados, tendo em 
conta que estes estão ligados à noção de eficácia. 
Isto porque, na primeira hipótese, bastaria aos 
agentes públicos apenas cumprir corretamente 
suas tarefas e obrigações para que os objetivos da 
Administração Pública fossem satisfeitos, ao passo 
que na segunda haveria ainda a exigência de se 
buscar o alcance de resultados.
Outra resposta não pode ser admitida senão 
a de que o aludido comando constitucional está 
a exigir as duas coisas, obrigando uma atuação 
estatal apoiada na otimização dos meios e na luta 
constante por melhores resultados institucionais.
Ocorre que eficiência e eficácia são fatores 
indissociáveis, sendo que a diferenciação 
estabelecida pela ciência da administração tem 
cunho nitidamente didático. Não há como 
visualizar a organização sem a apreciação de ambos 
os critérios em conjunto, como bem esclarece o 
próprio Idalberto CHIAVENATO (1998), que 
na mesma página da obra acima citada destaca 
que “cada organização deve ser considerada sob o 
ponto de vista de eficácia e eficiência, simultaneamente” 
(destaque nosso).
Compartilha do mesmo entendimento Alvacir 
Correa dos SANTOS (2003, p. 189), para quem, 
“seja no âmbito da administração privada, seja no da 
administração pública, eficiência e eficácia têm de andar 
juntas, significando que, em qualquer empreendimento ou 
organização, deve-se sempre buscar o melhor resultado, 
com o menor esforço e custos possíveis”.
Dessa forma, a individualização dos termos 
efetivada pela ciência da administração visa uma 
análise teórica mais aprofundada do tema, ante 
a importância de toda e qualquer organização 
maximizar a utilização dos recursos disponíveis e 
alcançar os objetivos pretendidos.
Não é por outra razão que os vocábulos eficácia 
e eficiência têm sido tratados comumente como 
sinônimos, inclusive pelos dicionários.
Sem adentrar no tema, o que será objeto de 
melhoraprofundamento no tópico seguinte, cabe 
aqui apenas ressaltar que a inserção no texto 
constitucional do princípio da eficiência decorre 
do fato da Reforma Administrativa de 1998 ter se 
orientado pelo modelo da administração pública 
gerencial, caracterizada basicamente pela busca de 
resultados e atendimento dos anseios do cidadão-
usuário.
477Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Outrossim, é a própria sociedade que está a 
impor uma atuação estatal ditada pela melhor 
e mais racional utilização dos meios, mas que 
também esteja comprometida com resultados, em 
observância ao interesse público.
Ao elevar a eficiência à categoria de preceito 
constitucional, procurou-se deixar clara a 
necessidade de que a Administração Pública se 
conduza de modo a produzir serviços adequados, 
com maior qualidade e tendentes a cumprir 
satisfatoriamente seus fins legais.
Também a doutrina tem deliberadamente se 
guiado no sentido de se conferir ao princípio da 
eficiência uma conotação de realização apropriada 
dos meios disponíveis com busca de resultados:
O princípio apresenta, na realidade, dois 
aspectos, pode ser considerado em relação ao modo 
de atuação do agente público, do qual se espera o 
melhor desempenho possível de suas atribuições, 
para lograr os melhores resultados; e em relação 
ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a 
Administração Pública, também com o mesmo 
objetivo de alcançar os melhores resultados na 
prestação do serviço público (DI PIETRO, 
2001, p. 83, destaques do autor).
O princípio da eficiência, certamente, é um 
daqueles que já, antes da Emenda Constitucional 
nº 19/98, poderia ser extraído do sistema de 
princípios que regem a Administração Pública. 
Isso mostra-se um tanto óbvio, pois não seria 
razoável pensar em atividades da Administração 
Pública desempenhadas com ineficiência e sem o 
atingimento de resultados dentro do seu objetivo 
maior, qual seja, a realização do bem comum 
(BASTOS, 2002, p. 79).
O saudoso Hely Lopes MEIRELLES (1997, 
p. 90), por sua vez, há muito tempo tratava a 
eficiência como um dever do agente público:
Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente 
público de realizar suas atribuições com presteza, 
perfeição e rendimento funcional. É o mais 
moderno princípio da função administrativa, 
que já não se contenta em ser desempenhada 
apenas com legalidade, exigindo resultados 
positivos para o serviço público e satisfatório 
atendimento das necessidades da comunidade e 
de seus membros.
A Administração Pública deve, indubi-
tavelmente, otimizar os meios de que dispõe para 
a consecução de seus objetivos. Todavia, também 
se apresenta certo que é seu dever, na medida do 
possível, procurar o alcance de resultados.
Não se trata de agir nos mesmos moldes e 
dirigida a mesma finalidade a que se presta a 
iniciativa privada, tendo em conta que a atuação 
estatal é pautada não só pela eficiência, mas também 
pela legalidade, moralidade, impessoalidade, 
publicidade e demais princípios implícitos no 
texto constitucional, sempre tendo em mira o 
atingimento do interesse da coletividade.
Impõe anotar que os agentes públicos nem 
sempre conseguirão atingir os objetivos pretendidos. 
Todavia, estão obrigados a se conduzir buscando 
alcançá-los, revendo procedimentos e métodos 
que se mostrem inadequados ou aptos ao alcance 
dos fins visados.
A propósito, veja-se a feliz lição de Marilene 
Talarico M. RODRIGUES (2006, p. 105):
A eficiência da administração representa 
a aplicação de procedimentos a partir da 
lei, que possam ter o máximo de resultados 
e encontra íntima relação com o princípio 
da proporcionalidade, representando um 
instrumento de controle e adequação dos meios 
aos fins. A eficiência, assim, revela-se pela 
razoabilidade do método, pela proibição do 
excesso e pela proporcionalidade no agir da 
administração.
O Princípio da Eficiência, assim, apresenta-se 
como elemento normativo que impõe ao agente 
público uma atuação voltada à utilização mais 
racional dos recursos disponíveis, precedida 
de planejamento e organização, objetivando o 
alcance de melhores resultados institucionais, 
sem se descurar da finalidade essencial da 
Administração Pública, que é o atendimento ao 
interesse público.
3 A Administração Pública Gerencial e o 
Princípio da Eficiência
Na metade do século XX surgiu a idéia da 
administração pública gerencial ou por resultados, 
que adota várias inovações operacionais e 
organizacionais provenientes da iniciativa privada, 
como a diminuição de níveis hierárquicos, a adoção 
do sistema de custos e a difusão de sistemas de 
informações gerenciais.
478 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Tal modelo surge como uma reação ao 
conceito da administração pública burocrática, 
sob o fundamento de que esta seria ineficiente 
por apresentar um formalismo exagerado, forte 
e maléfica estrutura hierárquica e concentração 
do poder.
Obtempere-se que o novel modelo, segundo 
seus defensores, apresenta-se como uma forma 
moderna de administração pública, com ênfase 
para o aumento da qualidade e da eficiência 
dos serviços ofertados pelo Estado aos cidadãos 
(cidadão-cliente), descentralização de poder, 
concentração de objetivos nos resultados, redução 
de custos e deslocamento da preponderância dos 
procedimentos internos (meios) para os externos 
(fins).
Neste momento, já é possível inferir que a 
adoção da eficiência como princípio constitucional 
decorre da influência do aludido padrão de 
administração pública no Estado brasileiro, como, 
aliás, pode ser constatado da apresentação do 
Plano Diretor da Reforma do Estado realizado 
no Governo Fernando Henrique CARDOSO (on-
line, 2006):
É preciso, agora, dar um salto adiante, no 
sentido de uma administração pública que 
chamaria de ‘gerencial’, baseada em conceitos 
atuais de administração e eficiência, voltada 
para o controle dos resultados e descentralizada 
para poder chegar ao cidadão, que, numa 
sociedade democrática, é quem dá legitimidade 
às instituições e que, portanto, se torna ‘cliente 
privilegiado’ dos serviços prestados pelo Estado.
Comentando o assunto, assinala Otávio 
Campos FISCHER (2006, p. 262):
Devemos lembrar que a explicitação normativa do 
princípio da eficiência na Constituição de 1988, 
por meio da EC 19/1998, realizou-se em um 
momento que se pretendeu impor uma profunda 
transformação na estrutura e no funcionamento 
da Administração Pública brasileira. Estamos às 
voltas com uma nova (e, para muitos, brilhante) 
idéia, a de Administração Pública gerencial, 
na qual o papel do princípio da eficiência seria 
central, na medida em que ‘teria o condão de 
voltar-se contra a burocracia estatal, atenuando 
o formalismo exacerbado da Administração 
Pública brasileira’.
No entanto, seria pouco sensato pensar que a 
Administração Pública pode ser guiada por conceitos 
puramente privados. É bem verdade que estes 
não podem ser ignorados pelos administradores 
públicos, mas é sempre prudente advertir que o 
Estado possui finalidades essencialmente diversas 
das organizações privadas.
Como dito, a Administração Pública se 
sujeita não somente ao princípio da eficiência, 
mas também aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade etc.
Oportuno relembrar que toda atuação estatal 
deve ter por objetivo o atendimento ao interesse 
público e o alcance do bem comum, representado 
pela necessidade de proporcionar uma melhor 
qualidade de vida aos cidadãos, com a realização 
de serviços adequados.
Dessa forma, cabe advertir dizer que nem 
sempre a economicidade deverá prevalecer, pois 
em muitos casos o interesse público se sobrepõe à 
relação custo/benefíciono atendimento ao interesse 
da coletividade (saúde, educação, segurança 
pública etc.). A análise acerca da necessidade de 
contratação de médicos para um posto de saúde, 
por exemplo, não pode, sob hipótese alguma, estar 
atrelada à questão puramente econômica.
Isto não significa que a tendência de uma 
administração pública gerencial, sob os auspícios 
da qual o constituinte derivado da Reforma 
Administrativa de 1998 se inspirou, possa ser 
desprezada ou vista com indiferença.
Sobre o tema, interessante se faz novamente 
destacar o pensamento de Otávio Campos 
FISCHER (2006, p. 263):
Entretanto, a eficiência pública não pode ser 
reduzida, confundida, nem lida a partir da – ou 
como se fosse um espelho da – eficiência privada. 
É dizer, eficiência pública não é eficiência 
privada e vice-versa, porque seus pressupostos 
são diversos. Não significa que não possam 
influenciar e moldar (em variados graus) um ao 
outro, mas o fundamento de cada qual é oposto e 
é assim que devem ser lidos (destaque nosso).
Portanto, tem-se cristalino que os conceitos 
advindos da administração pública gerencial 
podem, na medida do legal e possível, serem 
aplicados à Administração Pública brasileira, desde 
que respeitados os demais princípios e normas 
constitucionais.
Sem adentrar na questão de qual modelo de 
administração deve ou irá prevalecer, assunto que 
479Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
extravasa o objeto do presente trabalho, o fato é 
que a idéia de uma administração pública gerencial 
está presente no cenário nacional.
Podem ser citados como exemplo de acolhimento 
dos aludidos conceitos pela Constituição Federal, 
entre outros, as disposições contidas nos seguintes 
dispositivos: § 3.º, art. 37 (reclamações relativas 
à prestação de serviços públicos); § 8.º, art. 37 
(ampliação mediante contrato da autonomia 
gerencial); § 2.º do art. 39 (escolas de governo); § 1.º 
do art. 41 (avaliação periódica de desempenho).
É certo, outrossim, que não há como se falar 
em rompimento entre o modelo burocrático e o 
gerencial, devendo este se caracterizar como um 
aperfeiçoamento daquele. O modelo burocrático, 
frise-se, demonstrou um avanço fantástico na 
história da Administração Pública mundial, 
tendo surgido como uma contraposição ao 
Estado Patrimonial, que era caracterizado pela 
corrupção, empreguismo, nepotismo, confusão 
entre o patrimônio público e o do soberano, além 
de utilização do Estado para manutenção de 
oligarquias (clero, nobreza).
Aliás, é o próprio Plano Diretor da Reforma do 
Aparelho do Estado que observa (on-line, 2006):
Isto não significa, entretanto, que negue todos os 
seus princípios. Pelo contrário, a administração 
pública gerencial está apoiada na anterior, da 
qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos 
seus princípios fundamentais, como a admissão 
segundo rígidos critérios de mérito, a existência 
de um sistema estruturado e universal de 
remuneração, as carreiras, a avaliação constante 
de desempenho, o treinamento sistemático. A 
diferença fundamental está na forma de controle, 
que deixa de basear-se nos processos para 
concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa 
profissionalização da administração pública, que 
continua um princípio fundamental.
Diante disso, resta indubitável que o 
princípio da eficiência foi introduzido no texto 
constitucional brasileiro por força da nova onda 
de uma administração pública dita gerencial, que 
tem como marca principal a concentração nos 
resultados. Referido princípio, entretanto, deve 
ser visto em conjunto com os demais princípios e 
normas constitucionais, a fim de se resguardar o 
objeto maior da Administração Pública, consistente 
na concretização do bem comum.
4 Extensão e Aplicabilidade do Princípio 
da Eficiência
O princípio da eficiência é de observância 
obrigatória por toda a estrutura administrativa 
brasileira, abrangendo os Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário (art. 37, caput, CF).
Oswaldo Othon de Pontes SARAIVA FILHO 
(2006, p. 291-292) explicita:
Tal princípio obriga a todos os Poderes da 
República, quando atuarem como administradores 
na prática de atos administrativos. [...] Em 
relação ao Poder Judiciário, a EC 45/2004 
trouxe normas com o escopo de promover 
uma maior produtividade e eficiência aos 
magistrados.
De outro lado, ainda que exista em sede 
doutrinária alguma discussão no sentido de que 
a eficiência já se fazia implícita entre os demais 
princípios da Administração Pública, sendo sua 
inserção desnecessária, resta indubitável que ao 
ser conduzido a princípio básico da atividade 
administrativa, pretendeu o constituinte derivado 
deixar inconteste sua relevância, tornando-se de 
observância indeclinável e imediata.
Airton Rocha da NÓBREGA (on-line, 2006) 
expõe a respeito:
Pode-se concluir, portanto, que ao alçar-se a 
eficiência no plano constitucional, à condição 
de princípio básico da atividade administrativa 
buscou-se dar destaque ao desejo de maximizarem-
se sempre os resultados em toda e qualquer 
atuação do Serviço Público, impondo-se uma 
atuação dentro dos padrões aceitáveis de presteza, 
perfeição e rendimento.
Outro não é o entendimento de Marilene 
Talarico M. RODRIGUES (2006, p. 104):
Penso, contudo, que, apesar de opiniões 
contrárias, é de ser entendido como de utilidade 
a inserção do princípio da eficiência no caput do 
art. 37 da Constituição, que reside na valorização 
da persecução da eficiência do administrador 
público, a fim de que possa responder às crescentes 
demandas do Estado. A ação administrativa deve 
ser a melhor possível, na forma estabelecida 
pela lei. Há que procurar a eficiência dentro da 
legalidade, com responsabilidade.
No entanto, não se desconhece que poucas 
mudanças foram sentidas na prática administrativa, 
480 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
o que, talvez, possam ser explicadas pela falta de 
uma maior firmeza de atuação e cobrança de 
resultados por parte dos gestores públicos, pela 
ausência de comprometimento de parcela dos 
servidores, por uma ainda tímida participação 
da população, pela carência de um melhor 
controle interno, falta de uma efetiva e constante 
preparação e valorização dos servidores etc.
Demais disso, não se olvida que é imprescindível 
uma mudança cultural para que se torne efetiva 
a adoção no Brasil do aludido princípio. Dentro 
deste enfoque, cabe a cada agente público, no 
desempenho de seu mister, esforçar-se para colocá-
lo em prática.
A assunção do comprometimento com a 
eficiência administrativa deve ser imediata, sendo 
a Escola de Governo a que se refere o art. 39, 
§ 2.º, da Constituição Federal um importante 
instrumento para incutir nos administradores e 
agentes públicos a necessidade de se atender tal 
missão.
Odete MEDAUAR (2002, p. 30) destaca um 
rol de medidas que considera relevantes para o 
processo contínuo de reforma administrativa, 
tais como:
Modelos organizacionais com menos graus 
hierárquicos, menos chefias, mas cada qual com 
mais poder de decisão, aplicação rigorosa da 
exigência de concurso público para investidura 
em cargo, função e emprego público, treinamento 
e reciclagem constante dos servidores públicos, 
instituição de carreiras, em todas as funções, com 
avaliação verdadeira de mérito, redução drástica 
da exigência de papéis e documentos inúteis, 
implantação de controle de resultado e gestão.
Destarte, cumpre advertir que a aplicação do 
princípio da eficiência deve partir não somente 
dos gestores, na medida em que cada agente 
público tem igualmente a obrigação de assumir sua 
responsabilidade por uma Administração Pública 
mais eficiente, que reconhece sua função de prestar 
serviçosadequados e com qualidade, almejando 
o alcance de resultados e, na medida do possível, 
com economia de gastos.
As dificuldades existentes não podem servir 
de escusa para que o aparelho estatal coloque 
em prática medidas tendentes a uma maior 
eficiência. A Constituição Federal determina 
que a Administração Pública seja eficiente, com 
melhor utilização dos meios e recursos disponíveis 
na obtenção de resultados, devendo ser fielmente 
atendida sua expressa determinação.
Acerca do tema, são de grande valia as 
ponderações de Emerson GABARDO (2002, 
p. 86):
Situando a reforma imposta pela Emenda nº 
19/98 a partir desta perspectiva de conformação 
constitucional, não há como se aceitar a tese 
de que o princípio da eficiência é meramente 
decorativo, não possuindo força normativa. [...] 
Sua natureza se altera a partir da vontade da 
Constituição, quando foi ascendida à categoria 
de princípio jurídico expresso, ainda que seja 
difícil sua observação prática. A interpretação 
constitucional deve submeter-se ao “princípio 
da ótima concretização da norma”, que não 
deve se prender à mera subsunção lógica ou 
conceitual. Ou seja, a concretização do princípio 
da eficiência deve levar em conta a realidade na 
qual se aplica e as outras proposições normativas 
da Constituição.
E mais adiante, arremata (p. 92):
Como afirma Odete Medauar, a ‘a eficiência 
é princípio que norteia toda a atuação da 
Administração Pública, impondo, entre outras 
exigências, a de rapidez e precisão, contrapondo-
se à lentidão, ao descaso, à negligência, à 
omissão’. Estas imposições, todavia, não são 
meros aconselhamentos ao agente administrativo, 
possuindo clara natureza jurídica. [...] Não 
se discorda de Celso A. Bandeira de Mello, de 
que a eficiência é de ‘difícil controle ao lume do 
direito’. Todavia, a dificuldade de controle não 
implica ausência de juridicidade. Seu caráter 
jurídico já podia ser identificado antes mesmo de 
sua expressão na Constituição Federal de 1988; 
em constando de forma explícita, reforça-se sua 
característica de norma jurídica [...].
Portanto, infere-se que o princípio da eficiência 
apresenta-se como norma constitucional de 
atendimento obrigatório, tal qual os demais 
princípios administrativos e constitucionais. 
Trata-se, na expressão utilizada por Hely Lopes 
MEIRELLES (1997, p. 90), do “dever de uma boa 
administração”, da qual os agentes públicos não 
podem se afastar.
481Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
5 A Dívida Ativa do Estado do Paraná e o 
Princípio da Eficiência
É de conhecimento geral que o volume da 
dívida ativa tem aumentado de forma significativa 
em todas as esferas estatais.
A inadimplência do crédito público é uma 
conseqüência inevitável de problemas que assolam 
o setor econômico. O empresário em dificuldade 
privilegia o pagamento de credores e funcionários, 
deixando a quitação de suas dívidas fiscais para 
um segundo momento, que nem sempre se mostra 
possível. Além disso, existem, infelizmente, 
alguns contribuintes que, de modo intencional, 
buscam obter acréscimos patrimoniais à custa do 
erário público, praticando inescrupulosamente a 
malsinada sonegação fiscal.
Existem hoje em andamento, somente na área 
abrangida pela Procuradoria Regional do Estado 
em Maringá, conforme dados colhidos junto ao 
Sistema de Controle de Processos Judiciais (SPJ), 
cerca de 16.500 ações executivas fiscais (afora as 
que se encontram em arquivo provisório), que 
estão sob o cuidado de 5 Procuradores do Estado, 
correspondendo a aproximadamente 3.300 ações 
para cada Procurador.
A imensa maioria das dívidas representa valores 
não muito expressivos. No entanto, cada uma delas 
gera uma ação executiva fiscal, tornando difícil a 
missão do Procurador de realizar o seu célere e 
detido acompanhamento.
Assim, a inscrição de créditos em dívida ativa é 
crescente, bem como o ajuizamento respectivo de 
ações, assoberbando sobremaneira os Procuradores 
de Estado e o Poder Judiciário. Em contrapartida, 
verifica-se a incapacidade (de ordem legal, 
inclusive, já que há limites impostos pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal para gastos com pessoal 
etc.) do poder público em aumentar na mesma 
proporção o número de agentes públicos com 
atuação neste setor, além de inexistir atualmente 
uma política estratégica organizada e direcionada 
a uma melhor eficiência no recebimento de tais 
valores.
Neste ponto, parece oportuno recordar que a 
análise da eficiência focaliza a correta e adequada 
utilização dos recursos disponíveis, estando, assim, 
voltada para a forma mais racional de execução das 
tarefas, visando à obtenção de maiores e melhores 
resultados.
Em vista disso, não será objeto de análise 
a questão relativa à necessidade de ampliação 
de recursos humanos (apesar de sua patente 
existência), restringindo-se o presente trabalho a 
comentar a situação atual e apresentar propostas 
tidas como viáveis para o alcance do objetivo 
constitucional da eficiência na matéria pertinente 
à cobrança da dívida ativa do Estado do Paraná.
Não se pode deixar de reconhecer que várias 
têm sido as iniciativas dentro da Procuradoria 
Geral do Estado do Paraná tendentes a obter 
maior sucesso no desempenho das atribuições 
institucionais. O que se pretende, portanto, 
humildemente, é ampliar a discussão e oferecer 
outras alternativas.
Nos termos do que já se discorreu nos tópicos 
anteriores, todos os órgãos da Administração 
Pública estão vinculados ao princípio da eficiência, 
o que enseja uma análise para o interior da 
instituição, visando verificar o que pode ser feito 
para a conquista de maiores resultados.
Neste contexto, surge como indispensável 
à necessidade de uma melhor organização e 
planejamento dos trabalhos, visando a um 
incremento na cobrança da dívida ativa no Paraná, 
a qual deve ser pautada pelo direcionamento 
das ações a serem tomadas e pela priorização de 
processos que mereçam cuidado especial, com 
estabelecimento de métodos e procedimentos 
uniformes para os casos mais corriqueiros e menos 
relevantes.
O foco principal, frise-se, concentra-se na 
priorização dos casos em que se vislumbra 
maior perigo de lesão aos cofres públicos e/ou 
possibilidade de êxito na recuperação de valores, 
nos quais deverá existir um acompanhamento 
mais de perto por parte do Procurador do 
Estado. De outro lado, e tendo em vista que o 
elevado número de processos judiciais em trâmite 
atualmente impede uma atuação nestes moldes, 
há que se adotar providências no sentido de que 
possa ser remetido ao arquivo provisório boa 
parcela daquelas ações, a partir de critérios e 
normas expressas, contemplando as hipóteses em 
que isso poderá ocorrer, com a determinação de 
que um mínimo de diligências seja previamente 
realizado.
As alterações no modelo atual passam 
basicamente pelas seguintes providências: (i) 
não ajuizamento de ações inviáveis em razão de 
482 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
sua onerosidade; (ii) arquivamento imediato de 
processos com baixo valor e que, após algumas 
diligências básicas, não foram localizados bens para 
penhora; (iii) concentração de atos e padronização 
de procedimentos para garantir maior agilidade no 
iter processual, o que representa, ainda, controle 
da realização de atos mínimos e segurança ao 
Procurador em sua atuação; (iv) a priorização de 
ações com maior potencial de risco ao erário e 
com mais probabilidade de êxito na recuperação 
dos valores; (v) criação de um grupo formado por 
integrantes de alguns órgãos do Estado vinculados 
com o crédito público e a repressão à sonegação 
fiscal, (vi) ações preventivas.
É interessante registrar que a União e alguns 
Estados-Membroshá algum tempo vêm adotando 
medidas como as aqui tratadas, inclusive com 
grande êxito.
De outra banda, impende esclarecer que as 
referidas sugestões têm em mira, neste momento, 
apenas as dívidas ativas relacionadas com o 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS), que é o grande sustentáculo 
do Estado e o maior responsável pelas cobranças 
judiciais, muitas delas com envolvimento de 
expressivas quantias.
Portanto, o que se espera é que o planejamento 
mais direcionado venha a otimizar a utilização 
dos recursos humanos e materiais existentes, 
a fim de que o Estado do Paraná possa obter 
mais e melhores resultados em sua tarefa legal e 
institucional de recuperar os valores a si devidos 
pelos contribuintes.
Com vistas a tal fim, passa-se a discorrer sobre 
as medidas consideradas importantes.
5.1 Não Ajuizamento de Dívidas Ativas 
 de Pequeno Valor
O ajuizamento de processos demanda o 
dispêndio de numerário e tempo, representados 
por atos relativos à inscrição em dívida ativa, 
alimentação de dados no cadastro respectivo, 
impressão de extratos do valor da dívida e dados 
do contribuinte, petição inicial, impressão de 
capa de autuação, conferência de documentos, 
assinatura de petição, alimentação do Sistema de 
Controle de Processos Judiciais (SPJ), distribuição 
de ações, atos dos Juízes e Serventuários da 
Justiça, acompanhamento e manifestação dos 
Procuradores do Estado etc.
Resta indubitável que uma ação, independente 
do valor em cobrança, traduz um certo e 
determinado custo operacional, tanto de elementos 
materiais como humanos.
Isto significa que a Administração Pública 
deve aferir a viabilidade do ajuizamento de ações 
até determinado valor, promovendo em seguida 
as medidas necessárias visando obter autorização 
legal para deixar de propô-las em tais casos.
A União Federal, por exemplo, não ajuíza ações 
de valor igual ou inferior a R$ 10.000,00, nos 
termos do que lhe autoriza a Lei n.o 11.033/2004 
(DOU de 22.12.2004).
Vale advertir que o custo do processo não está 
atrelado apenas aos materiais utilizados, mas 
principalmente ao elemento profissional humano 
que nele atua, seja no âmbito administrativo 
(Procurador e demais Agentes Públicos) ou judicial 
(Juiz, Serventuários da Justiça).
Desse modo, faz-se necessário que se determine 
um minucioso estudo acerca de qual valor 
apresenta-se viável economicamente para o 
ajuizamento das ações executivas fiscais.
Saliente-se que tal providência não denota 
renúncia de receitas, pelo simples fato de que 
as despesas do processo superam o eventual 
e incerto recebimento dos valores devidos ao 
fisco. Assim, não há qualquer infração à Lei de 
Responsabilidade Fiscal.
Acerca do tema, aduz Carlos Henrique ABRÃO 
(2006, p. 83):
Volta-se para o consagrado exemplo da cobrança 
de dívida ativa de valores irrisórios, quando o 
gasto é maior do que a colocação em prática da 
função da máquina, eis que o custo-benefício 
nada representa, quando então as Fazendas 
Públicas, nos âmbitos de suas competências, 
resolveram estabelecer um teto mínimo para 
ensejar a execução fiscal.
Por oportuno, cabe esclarecer que o 
procedimento hoje existente de suspensão do 
ajuizamento de ações não atende aos fins sob 
análise, haja vista que no quinto ano do prazo 
prescricional acabam as certidões de dívida ativa 
desaguando no Poder Judiciário, ainda que não 
tenha alcançado determinada quantia. Outrossim, 
há que se fazer um levantamento mais detalhado 
acerca dos valores gastos para a inscrição em dívida 
ativa e o ajuizamento respectivo.
483Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
O estudo ora proposto deverá levar em 
consideração que impostos como o IPVA – Imposto 
sobre a Propriedade de Veículos Automotores - 
devem ter um tratamento diferenciado, pois quase 
sempre se cuidam de valores baixos.
Estabelecidas as part icular idades de 
determinados impostos e dívidas (IPVA, 
ITCMD, multas penais etc.), resta indubitável 
que o estabelecimento de um valor mínimo para 
o ajuizamento das ações é estritamente necessário, 
pois além de economizar recursos públicos ainda 
diminui o volume de trabalho dos Procuradores 
e dos Juízes, com aumento de tempo para o 
acompanhamento de outras ações de maior 
importância.
5.2 Cuidados e Providências na 
 Elaboração da Petição Inicial
No Estado do Paraná as petições iniciais das 
ações executivas fiscais e as certidões de dívida 
ativa correlatas são confeccionadas e emitidas pela 
Secretaria de Estado da Fazenda, que em seguida 
as remete à Procuradoria Geral do Estado para o 
respectivo ajuizamento.
Conquanto o referido órgão fazendário tenha 
em seus cadastros o(s) nome(s) e o(s) endereço(s) 
do(s) o representante(s) legal(is) da sociedade que 
será executada, na peça que dá início ao processo 
executivo é mencionado apenas o endereço desta 
última.
Ocorre que quando do ajuizamento das ações 
a imensa maioria dos contribuintes já promoveu 
o encerramento de suas atividades empresariais. 
Referida situação tem provocado a prática 
desnecessária de atos processuais e considerável 
atraso no andamento dos feitos executivos, 
especialmente quando a ação tramita em cidades 
maiores (Curitiba, Londrina, Maringá etc.).
Na quase totalidade dos casos o mandado de 
citação é devolvido sem o devido cumprimento 
pelo Oficial de Justiça, sob o argumento de que 
o executado encerrou suas atividades no local 
e seu representante legal encontra-se em local 
ignorado.
Diante deste quadro, revela-se necessário 
promover a alteração no programa da Secretaria 
de Estado da Fazenda/Setor de Dívida Ativa, 
no intuito de que na petição inicial passe a 
constar não somente o endereço da pessoa (física 
ou jurídica) executada, mas também o de seu 
representante legal. 
Além disso, parece salutar que nos casos em que 
já se tenha a notícia de que o contribuinte encerrou 
irregularmente suas atividades (hipótese comum 
quando há várias ações ajuizadas contra o mesmo 
contribuinte), os Procuradores proponham desde 
já a ação contra os responsáveis tributários, ainda 
que tal providência demande um pouco mais de 
tempo para o seu ajuizamento.
A experiência tem demonstrado que na 
imensa maioria das ações em face de pessoas 
jurídicas há a inclusão de sócios no iter processual, 
principalmente em decorrência da dissolução 
irregular da sociedade sem o pagamento dos 
tributos devidos.
No nosso sentir, nada obsta que já estando 
comprovada a dissolução irregular da sociedade 
(dissolução de fato, sem as providências legais), 
ou a prática de atos com infração à lei (ex.: 
infração fiscal), a ação seja proposta em face do 
contribuinte e do(s) responsável (is) tributário(s), 
consoante autoriza os arts. 4.º, inc. IV, da Lei n.o 
6.830/1980, 135, inc. III, do Código Tributário 
Nacional e 582, inc. V, do Código de Processo 
Civil, devendo em tais casos haver a devida 
fundamentação na petição inicial.
Para o sucesso desta empreitada, faz-se 
imprescindível um trabalho de convencimento 
junto ao Poder Judiciário, demonstrando a 
legalidade e a economicidade de assim se 
proceder.
5.3 Arquivamento Provisório de Processos
Os Procuradores do Estado possuem sob 
sua responsabilidade um número de processos 
executivos fiscais muito superior ao que se poderia 
chamar de recomendável ou aceitável, consoante 
já mencionado nas linhas antecedentes.
Vale lembrar que a atuação do Procurador 
lotado no interior do Estado, por exemplo, 
não se limita aos processos executivos fiscais 
(cobrança da dívida ativa), tendo, ainda, como 
incumbência, manifestar-se nas mais diversas 
modalidades de ações (inventário, arrolamento, 
separação judicial, divórcio, usucapião), além 
de promover o ajuizamento de determinadas 
484 O Princípio da Eficiência naAdministração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
ações (indenizatórias, reintegração de posse, 
cautelar fiscal etc.), a apresentação de defesa 
nos casos em que o Estado do Paraná figura no 
pólo passivo da demanda (ações de indenização, 
embargos à execução fiscal etc.), a prestação de 
informações em Mandados de Segurança, bem 
como a elaboração de pareceres e informações em 
processos administrativos.
Diante de tantos processos e atribuições, resta 
impraticável o acompanhamento mais acurado e 
específico dos processos executivos fiscais.
No entanto, a prática tem demonstrado que em 
parcela considerável das ações executivas o Estado 
não logra sucesso no recebimento de seu crédito, 
ante a ausência de localização de bens suscetíveis 
de penhora ou dos próprios executados.
Neste contexto, não há dúvidas de que 
o arquivamento de muitos desses processos 
apresenta-se como uma solução urgente e 
necessária, já que com menos ações será possível 
um acompanhamento mais próximo, adotando-se 
providências extras e peculiares a cada caso.
Para que isto possa ocorrer, deve ser baixado um 
ato normativo pelo Procurador Geral do Estado, 
devidamente homologado pelo Governador do 
Estado (art. 5º, inc. XV, da Lei Complementar 
Estadual n.o 40/1987), autorizando que os 
Procuradores requeiram o arquivamento provisório 
dos processos em que já foram tomadas algumas 
providências mínimas sem a obtenção de êxito 
plausível, tais como a citação dos Executados (em 
alguns casos, frise-se, tal providência bastaria para 
que o processo pudesse ser arquivado. Ex: ações até 
determinado valor) e diligências negativas junto 
ao DETRAN, Cartórios de Registro de Imóveis 
e Receita Federal. Tal medida, entretanto, não 
deve abranger ações de valor elevado, nas quais 
outras diligências terão que ser realizadas, nem 
aquelas cujos executados estão em plena atividade 
empresarial.
A normatização e regulamentação de tais 
providências pelo Procurador Geral visa uniformizar 
os procedimentos e dar maior transparência ao ato, 
além de tornar claro os objetivos e a justificativa 
das medidas adotadas.
Com um número menor de processos na mesa, 
o Procurador terá mais tempo para cuidar das 
ações executivas fiscais prioritárias, atribuindo 
maior qualificação ao seu trabalho. Logo, melhores 
resultados advirão.
5.4 Priorização de Processos com 
 Acompanhamento Permanente e 
 Adoção de Providências Específicas
O estabelecimento de prioridades é medida 
que visa dar ênfase à importância diferenciada de 
determinados processos, sobretudo pelo elevado 
número de demandas do Estado em andamento 
no Poder Judiciário.
Neste esteio, dois elementos se apresentam 
como critérios norteadores para a definição e 
estabelecimento do que deve ser priorizado: (i) o 
valor em cobrança na ação e (ii) a possibilidade de 
êxito quanto ao seu efetivo recebimento.
Algumas medidas já foram adotadas no seio 
da Procuradoria objetivando o aludido fim, as 
quais precisam apenas sofrer algumas pequenas 
alterações e aperfeiçoamento.
Em princípio, entendemos necessário que 
haja um planejamento e acompanhamento mais 
específico dos ditos “grandes devedores com 
capacidade de pagamento”.
Mostra-se imprescindível a criação de uma 
Procuradoria Especializada em Grandes Devedores, 
com atribuições de realizar a coordenação, o 
assessoramento e o controle das ações a serem 
desenvolvidas, além de distribuir funções, delinear 
objetivos, centralizar informações, métodos 
e linhas de procedimentos, repassando-as aos 
servidores a si vinculados.
Não obstante, impende a realização de esforços 
no intuito de que os responsáveis em cada unidade 
pelo acompanhamento das causas comuniquem-
se periodicamente, no propósito de trocar idéias 
e experiências vivenciadas por cada qual. Tal 
providência é indispensável para o sucesso do 
objetivo proposto, haja vista que poderão ser 
compartilhadas as ações que estejam se mostrando 
positivas ou negativas na prática.
Outrossim, a cada período deve haver uma 
prestação de contas acerca das medidas adotadas. 
No mesmo prazo há que se proceder a uma 
nova avaliação quanto aos objetivos traçados e 
contribuintes escolhidos, e se não é o caso de 
alterar estratégias e/ou acrescentar, diminuir ou 
substituir os nomes constantes da lista. A prática 
tem demonstrado que sem um prazo definido 
para a conclusão dos trabalhos não há uma 
seqüência eficiente para a produção de resultados 
485Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
almejados, notadamente pelo expressivo volume de 
atribuições de responsabilidade do Procurador. 
Por outro lado, quando na unidade não 
houver distribuição do acompanhamento das 
referidas ações entre todos os Procuradores, há 
que se diminuir as atribuições dos que forem 
designados para o desempenho desta missão. 
Ressalte-se que dentro de cada unidade a tarefa 
pelo acompanhamento de referidas ações deve ser 
delegada para aqueles que apresentem um perfil 
mais dinâmico e investigativo para o trato das 
ações executivas fiscais.
Em alguns casos é essencial que os mandados 
de citação e penhora sejam acompanhados pelo 
Procurador, no intuito de que este possa oferecer 
subsídios ao serventuário da justiça.
É importante que as ações empreendidas e os 
resultados obtidos, positivos ou negativos, sejam 
catalogados e repassados a todos os interessados.
A prioridade como forma de atuação é 
conseqüência inevitável do grande número de 
tarefas de competência dos Procuradores, sendo 
oportuno relembrar que outro não tem sido o 
comportamento dos gestores públicos, que, diante 
da insuficiência de recursos frente às necessidades 
da coletividade, elege prioridade na formalização 
e implementação de políticas públicas.
Excluídas as ações prioritárias, cabe fazer um 
planejamento direcionado aos demais processos, 
que, frise-se, ainda são muitos e precisam de um 
delineamento objetivo.
Parece prudente que seja estabelecida uma 
nova prioridade para aqueles processos que 
representam grandes cifras (mas não se enquadrem 
como prioritários), bem como para aqueles em 
que os executados estejam em plena atividade ou 
que, por alguma outra razão mereçam um cuidado 
especial. Vale observar que as ações tidas como 
menos importantes devem ter um procedimento 
padrão com diligências mínimas e objetivas 
(citação dos executados), objetivando que sobre 
mais tempo para o acompanhamento das ações de 
relevância média ou máxima.
5.5 Padronização de Procedimentos e 
 de Petições
A padronização de procedimentos visa permitir 
maior celeridade na análise dos processos executivos 
fiscais não enquadrados como prioritários, pois 
estabelece de modo geral e objetivo quais as 
providências que devem ser buscadas em dadas 
situações.
É evidente que o pré-estabelecimento de atos 
e diligências a cargo do Procurador não significa 
tolher sua liberdade de conduzir a ação na forma 
que melhor lhe aprouver, pois o que se tem em mira 
é fixar as providências essenciais e mínimas para 
que o processo com pouca - ou quase nenhuma 
- possibilidade de êxito possa ser remetido mais 
rapidamente ao arquivo provisório. Não há 
dúvidas de que em determinadas circunstâncias 
o Procurador pode e deve agir de maneira 
diferente ao procedimento comum, a fim de que 
o interesse público seja resguardado. Lembre-
se, aqui, que o princípio da eficiência deve ser 
analisado em conjunto com os demais princípios 
da Administração Pública (legalidade, moralidade, 
impessoalidade e publicidade).
A padronização também não será cabível nos 
casos tidos como prioritários e de maior relevância, 
pois nestes a criatividade e a incessante luta por 
resultados deve prevalecer, especialmente em 
atenção à especificidade do caso concretosob 
análise.
A uniformização dos procedimentos facilita o 
trabalho dos Procuradores e de seus colaboradores, 
definindo diligências simples e com maior 
probabilidade de sucesso na localização dos 
Executados e de bens a si pertencentes.
Além disso, ter-se-á um controle administrativo 
geral de atos mínimos que a prudência recomenda 
que sejam praticados no feito executivo. Na outra 
ponta, infere-se que os Procuradores estarão 
resguardados por critérios objetivos que pautarão 
seu modo de atuar em determinadas situações.
Portanto, a padronização de procedimentos, 
que inclusive tem sido reconhecida como 
importante pela doutrina administrativa em 
tarefas de natureza repetitiva, constitui-se em um 
instrumento capaz de atribuir maior transparência 
e agilidade às ações a serem executadas.
Também é interessante a padronização de 
manifestações e de petições para casos mais 
corriqueiros e repetitivos, no intuito de se 
conquistar maior agilidade.
Somente para anotar, é oportuno registrar que 
a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a 
486 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Justiça Federal acabam de lançar um sistema que 
permitirá que todo o trâmite do processo executivo 
fiscal se faça por meio digitalizado, numa tentativa 
de conferir maior agilidade e economia no 
procedimento de recebimento de débitos federais 
(sistema de execução fiscal e defesa virtual).
A priorização, assim, apresenta-se importante 
em razão do elevado número de ações em 
andamento e da necessidade de se dar mais atenção 
aos processos que exijam um cuidado maior.
5.6 Sedimentação de Entendimento 
 Interno – Súmulas Administrativas
No cotidiano, com o Direito em constante 
evolução, verifica-se que alguns temas jurídicos 
acabam sendo sedimentados pelo Poder Judiciário 
na contramão da posição do Estado, mas, por falta 
de uma normatização interna expressa, acabam 
sendo repisados pelos Procuradores do Estado, que 
se sentem na obrigação de continuar defendendo 
a tese favorável ao erário.
Um exemplo dessa situação está na inclusão 
de sócio cotista no pólo passivo da ação, cuja 
questão encontra entendimentos diferentes entre 
os Procuradores lotados nas diversas unidades 
administrativas, conquanto o Superior Tribunal 
de Justiça tenha firmado posicionamento pela 
possibilidade de inclusão apenas do sócio-
gerente. Referido tema, como tantos outros, 
deveria ser definido por meio da jurisprudência 
administrativa, o que tornaria mais segura a 
manifestação dos Procuradores e evitaria a perda 
de tempo e o risco de eventual sucumbência.
A edição de súmulas administrativas oferece 
ainda um norte de atuação, sedimentando o 
entendimento na esfera administrativa, seja 
no âmbito interno da PGE, seja com relação às 
demais Secretarias e órgãos do Estado. Além 
disso, representam uma maior segurança jurídica 
aos cidadãos, na medida em que estes passam 
a conhecer o pensamento do Estado sobre 
determinado tema.
Cabe relembrar que é competência da 
Procuradoria Geral do Estado propor medidas 
visando à uniformização da jurisprudência 
administrativa (art. 5º, XXI, da Lei Complementar 
n.º 40/1987).
5.7 Celebração de Convênios
Para que a análise dos processos ganhe 
agilidade sem perder tecnicidade e segurança, 
é imprescindível que, de modo urgente, sejam 
firmados convênios com alguns órgãos visando à 
prestação de informações interessantes ao objeto 
do feito executivo, especialmente com a Receita 
Federal, o Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária, Cartórios de Registro de Imóveis 
e de Títulos e Documentos e Juntas Comerciais 
dos Estados.
Também se mostra salutar que as informações 
sejam solicitadas e respondidas por meio eletrônico, 
providência que redunda em uma maior agilidade 
no alcance dos objetivos, além de evitar perda de 
tempo e redundar em economia de materiais.
Portanto, a celebração de convênios representa 
agilidade na análise dos processos e considerável 
economia de papel e dinheiro.
5.8 Formação de Grupo de Atuação
Em algumas regiões deve ser criado um grupo 
de atuação formado por Agentes Públicos de 
diferentes setores da Administração Pública 
Estadual, com o propósito de promover a troca 
de informações e experiências para o melhor 
acompanhamento de ações relativas a grandes 
devedores, seja no âmbito criminal ou civil.
Esse grupo deve ser composto por representantes 
da Procuradoria Geral do Estado, Ministério 
Público Estadual (promotoria especializada em 
questões fiscais), Delegacia Especializada em 
Crimes de Sonegação Fiscal – NURCE -, Polícia 
Militar e Secretaria de Estado da Fazenda.
Tal equipe teria a incumbência de discutir 
assuntos importantes e comuns, no intuito de 
estabelecer diretrizes próprias de atuação.
Saliente-se, por exemplo, que a Polícia Militar 
poderia prestar serviços na área investigativa, já 
que possui um corpo de militares preparados para 
esta função (setor de inteligência).
O que se tem visto, muitas vezes, na prática, 
é que o Ministério Público possui informações de 
interesse para a Procuradoria do Estado, que, por 
sua vez, conhece fatos dos quais aquela instituição 
não tem ciência.
487Capítulo 8 - Administração e Previdência
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Essa constante troca de informações e ações, 
em um trabalho mútuo e ordenado, pode trazer 
grandes resultados para a cobrança da dívida 
ativa. Tal experiência, aliás, já foi realizada de 
modo incipiente na cidade de Maringá, tendo sido 
possível perceber sua viabilidade e importância.
5.9 Atuação Preventiva
Apresenta-se muito importante que 
a Procuradoria Geral do Estado passe a ser 
cientificada pela Secretaria de Estado da Fazenda 
quando seus agentes promoverem a lavratura 
de processos administrativos fiscais de valores 
elevados ou em que haja discussões relevantes sob 
o ponto de vista jurídico, principalmente quando 
o contribuinte estiver em pleno exercício de suas 
atividades.
A l u d i d a p ro v i d ê n c i a p ro p i c i a r á o 
acompanhamento do processo pela Procuradoria, 
que poderá, em determinadas situações, ajuizar 
ação cautelar fiscal (Lei nº 8397/92) com o 
propósito de evitar a atitude perniciosa de alguns 
contribuintes que tentam dissipar ou ocultar seu 
patrimônio antes do ajuizamento da ação executiva 
fiscal, ou, ainda, em sendo o caso, emitir parecer 
contrário à autuação, cuja providência evitaria o 
ajuizamento de ações inúteis que acabam apenas 
gerando gastos ao Estado, além de zelar para que 
não ocorram falhas no processo administrativo 
fiscal suscetível de ocasionar sua anulação futura. 
Saliente-se, por oportuno, que é nesta fase que 
com maior freqüência alguns contribuintes tentam 
dilapidar seu patrimônio.
É evidente que tal medida deve ser utilizada 
para casos especiais estabelecidos de maneira 
criteriosa e objetiva, sob pena de não ser possível 
realizar um trabalho eficiente.
6 Considerações Finais
A eficiência foi erigida a princípio constitucional 
pela Emenda Constitucional n.º 19/1998, 
passando a figurar ao lado dos demais princípios 
da Administração Pública que já faziam parte do 
caput do art. 37 da Constituição Federal.
Não se discorda que a atuação eficiente 
consistia em uma obrigação dos gestores públicos 
antes mesmo da Emenda sob comento, tanto que o 
Professor Hely Lopes Meirelles há muito já citava 
a eficiência como um dever do administrador 
público.
Todavia, ao ser inserida expressamente no 
texto constitucional, a eficiência ganhou maior 
relevância, não podendo ser desprestigiada pelos 
administrados ou pelos agentes públicos. Vale 
ressaltar que, a estes, compete zelar para que sua 
atuação pessoal seja direcionada a uma prestação 
de serviço com qualidade,mais economicidade e 
voltada a resultados melhores para a Administração 
Pública.
Não se cuida, porém, de uma atuação no 
sentido puramente privatístico da palavra, tendo 
em vista que o objetivo primeiro do Estado é 
a busca do interesse público. Desse modo, o 
princípio da eficiência há que ser sempre analisado 
em conjunto com os demais princípios norteadores 
da Administração Pública.
Ser eficiente é uma obrigação a que todos os 
Poderes estão submetidos, além de se mostrar uma 
exigência da coletividade que cada vez mais clama 
por serviços públicos adequados e de qualidade.
Portanto, cabe a cada agente público esforçar-se 
para uma melhor eficiência de atuação.
Aos Administradores Públicos, por sua vez, 
incumbe a responsabilidade maior de liderar 
seus servidores para o cumprimento do referido 
propósito, o que deve ser concretizado após prévia 
organização e planejamento da secretaria ou setor 
de trabalho, com clara descrição dos objetivos que 
se pretende alcançar.
A revisão de métodos e procedimentos de 
trabalho constitui-se numa forma de buscar 
alternativas para a conquista de resultados.
Com base em tais ponderações, foram 
apresentadas neste trabalho algumas pequenas 
sugestões de medidas para implementação na 
cobrança judicial da dívida ativa do Estado do 
Paraná, no propósito único de tentar contribuir 
para o alcance de uma maior efetividade em tão 
difícil missão.
A idéia principal é repensar o sistema como 
um todo, com a certeza de que novas e melhores 
sugestões advirão, contribuindo para uma atuação 
cada vez mais racional em relação aos meios 
disponíveis, com resultados progressivamente 
maiores. O que não se pode admitir é que 
procedimentos e métodos de trabalho sejam 
perenes por conta do receio do novo, da mudança, 
bem como que os objetivos não sejam alterados 
ou ajustados à realidade que constantemente se 
modifica.
488 O Princípio da Eficiência na Administração Pública: Propostas para a Otimização da Cobrança...
Gestão de Políticas Públicas no Paraná
Referências
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