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LEI Nº 13.155/2015 – PROFUT / LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL DO ESPORTE Guilherme Consul Charles Art. 1º. Estabelecimento de “princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente e democrática para entidades desportivas profissionais de futebol”. Criação do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro. Ponto a ser visto: interferência do Estado na autonomia das entidades de organização e prática desportiva. CAPÍTULO I – PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO E DE RESPONSABILIDADE FISCAL DO FUTEBOL BRASILEIRO – PROFUT Seção I – Disposições Gerais Art. 2º. Busca pelo equilíbrio financeiro das entidades desportivas profissionais de futebol. Aqui, entidades de práticas desportivas são as previstas nos arts. 26 e 28 da Lei Pelé (partícipes de competição profissional promovida para obter renda e disputada por atletas profissionais cuja remuneração decorra de CETD), as ligas em que se organizarem (Primeira Liga conta?) e as entidades de administração do desporto. Já que a adesão é obrigatória, por que não disponibilizar os dados dos parcelamentos das equipes e como está sendo realizado o controle de pagamento das parcelas? Ademais, quais os termos para a adesão das Federações? PS: previsão realizada no § único do art. 47. Art. 3º. Adesão feita por requerimento das entidades desportivas profissionais, a partir da apresentação dos seguintes documentos: estatuto/contrato social com atos de designação e responsabilidade dos dirigentes; demonstrações financeiras e contábeis (balanço) e relação das operações de antecipação de receitas com assinaturas dos dirigentes e conselho fiscal. Art. 4º. Condições para a permanência no Profut: I - Estar em dia com as obrigações trabalhistas e tributos federais vencidos a partir da data de publicação da lei (ago/2015) – tal previsão é realmente necessária, dado que há sanção legal para o descumprimento de tais fatos?; II - Mandato máximo de quatro anos para os cargos eletivos, sendo permitida apenas uma recondução – crítica feita aqui no tocante à autonomia de organização das entidades; III - Existência de conselho fiscal autônomo; IV - Fica proibida a antecipação de receitas referentes a períodos posteriores ao término da gestão – permitido antecipar 30% das receitas do primeiro ano subsequente ou quando se substituir passivos onerosos, havendo a redução do nível de endividamento – quando se recebe valores de contratos de patrocínio ou televisão referentes a um período posterior ao fim do mandato, há a possibilidade de recebimento ou comprometimento prévio desta verba? V - Redução do déficit – até 10% da receita bruta apurada no ano anterior a partir de 01/01/2017 e até 5% a partir de 01/01/2019 – ponto com mais dificuldade de ser cumprido. A esmagadora maioria dos clubes precisaria fechar suas portas por dois ou três anos para observar essa previsão. Uma coisa é prever isso para os clubes de série A com cotas consideráveis de TV. Outra coisa é pensar nos clubes da série D, que jogam apenas estaduais, etc; VI - Publicação das demonstrações contábeis feitas de maneira separada (por atividade econômica e modalidade esportiva), separando também atividades recreativas e sociais, realizadas por auditoria independente; VII - Cumprimento das obrigações trabalhistas e verbas salariais, inclusive direito de imagem – qual a fiscalização existente em cima do pagamento do direito de imagem? VIII - Previsão de afastamento por cinco anos de dirigente/administrador que praticar ato de gestão irregular ou temerária – mais uma interferência na autonomia desportiva. IX - Limitação dos custos com folha de pagamento e direito de imagem do plantel profissional em 80% da renda bruta anual – apesar de concordar com a limitação, tal previsão deveria vir pela CBF, não por meio de lei; X - Investimento mínimo na formação de atletas e futebol feminino, com oferta de ingresso a preços populares – extremamente vago. Injetar dinheiro em outras instituições que tenham esses projetos é válido?; §1º - Entidades de administração devem comprovar a representação da categoria de atletas nos órgãos e conselhos técnicos que aprovam os regulamentos das competições. §2º - Publicação nos sites das entidades acerca do cumprimento das obrigações supralistadas, guardado o sigilo dos salários – verificar o cumprimento da previsão. §3º - Conselho fiscal eleito por votação, exercício pré-determinado e regimento interno regulando seu funcionamento. §4º - Clubes com faturamento inferior a 1,5x do teto do faturamento da empresa de pequeno porte (R$ 5,4 mi) estão dispensados de cumprir a redução do déficit e da questão da limitação de gasto com folha. §5º - A existência de débitos em discussão judicial não interfere na questão do cumprimento das obrigações trabalhistas. §6º - Receitas que devem constar do balanço: TV, patrocínio, publicidade, luva, marketing, transferência de atletas, bilheteria, atividades sociais e decorrentes de repasse de recursos públicos de qualquer natureza. Despesas: com a modalidade desportiva profissional e não profissional, pagamento de direitos econômicos, direitos de imagem. Art. 5º. Em relação às entidades de administração ou liga que organizar competição profissional de futebol, deve haver: - Publicação da prestação de contas e demonstrações contábeis, realizada por auditoria independente; - Garantia de representação dos atletas quando da aprovação dos regulamentos das competições, prevista estatutariamente; - Conselho fiscal autônomo; - Mandato máximo de quatro anos para os cargos eletivos, sendo permitida apenas uma recondução; - Prever sanções, no RGC, para os clubes que descumprirem suas obrigações. Previsão de advertência e proibição de registro de CETD – a despeito do parágrafo único dispor que a sanção não tem natureza desportiva/disciplinar, tal previsão é questionável, dado que a proibição de registro pode afetar sim o desempenho da equipe dentro de campo. Seção II – Parcelamento Especial de Débitos das Entidades Desportivas Profissionais de Futebol perante a União Subseção I Art. 6º. Possibilidade de parcelamento dos débitos na Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda e no Banco Central, além dos débitos previstos no Ministério do Trabalho e Emprego (subseção II). §1º - Fatos geradores dos débitos, tributários ou não, devem ter ocorrido até a data de publicação da Lei, independente de constituição, inscrição como dívida ativa (ainda que em execução) ou objetos de parcelamento anterior, cumpridos ou não. §2º - O requerimento de parcelamento implica confissão irrevogável dos débitos, configurando confissão extrajudicial. Débitos em discussão administrativa/judicial podem não ser colocados. §3º - Renúncia a impugnações ou recursos administrativos até o prazo final de adesão. §4º - Possibilidade de intimação para apresentação de requerimento de extinção dos processos. Art. 7º. Pagamento da dívida deverá se dar em até 240 parcelas, com redução de 70% das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos legais. §1º - Valor das parcelas deve ser superior a R$3 mil. §2º - Reduções não são cumulativas com outras reduções previstas em lei. §3º - Em caso de reduções prévias à lei, essas continuarão a valer. §4º - Enquanto o parcelamento não for consolidado, a entidade deve manter o pagamento das parcelas previstas. §5º - Taxa SELIC usada no cálculo dos juros (acúmulo mensal), calculado a partir do mês seguinte ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, sendo de 1% relativamente ao mês em que o pagamento for realizado.§6º - As entidades desportivas profissionais poderão reduzir em 50% o valor das 24 primeiras prestações; em 25% o valor das 24 parcelas seguintes e 10% das 12 últimas. §7º - Vencimento no último dia útil do mês. §8º - Exigência de regularidade no pagamento das prestações – grande dúvida em relação à observação da regularidade, o tempo mostrará se tal disposição será observada. Art. 8º. Se os débitos estiverem vinculados a depósitos administrativos ou judiciais, os percentuais de redução previstos no caput do art. 7º serão aplicados sobre o valor do débito atualizado à época do depósito, incidindo sobre o valor das multas de mora e de ofício, das multas isoladas, dos juros de mora e do encargo legal efetivamente depositados. Art. 9º. O requerimento de parcelamento deverá ser apresentado até o último dia útil do terceiro mês subsequente ao da publicação da lei – prazo foi adiado para 2016. §1º - O deferimento do parcelamento não autoriza o levantamento de garantias eventualmente existentes, as quais somente poderão ser liberadas após a quitação do parcelamento ao qual o débito garantido esteja vinculado, exceto a penhora de dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira, o qual poderá, a requerimento da entidade desportiva, ser utilizado para quitação automática do saldo da dívida ou de parcelas vincendas de que trata o caput do art. 7º desta Lei – verificar este parágrafo, mas creio que não se pode colocar no parcelamento dívida que o pagamento esteja garantido por uma verba futura, por exemplo. Art. 10. Não serão pagos honorários nas ações extintas em decorrência do parcelamento. Art. 11. Não se aplica ao parcelamento: LEI Nº 9.964, DE 10 DE ABRIL DE 2000 (REFIS). Art. 3o, §1o A opção pelo Refis exclui qualquer outra forma de parcelamento de débitos relativos aos tributos e às contribuições referidos no art. 1o. LEI Nº 10.684, DE 30 DE MAIO DE 2003 (Parcelamento com a Receita, PGFN e INSS). Art. 1º, §10. A opção pelo parcelamento de que trata este artigo exclui a concessão de qualquer outro, extinguindo os parcelamentos anteriormente concedidos, admitida a transferência de seus saldos para a modalidade desta Lei. Subseção II – Das Condições Específicas para o Parcelamento de Débitos relativos ao FGTS e às Contribuições instituídas pela Lei Complementar no 110, de 29 de junho de 2001. Art. 12. O parcelamento do FGTS poderá ser feito em até 180 meses. §1º - O deferimento se dará pelo MTE ou pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), ou ainda por intermédio da CAIXA, mediante autorização. §2º - Débitos relativos ao pagamento de FGTS aos trabalhadores não serão objeto das reduções previstas no art. 7º. §3º - Entidades devem, caso o trabalhador faça jus ao uso de valores da conta do FGTS durante o período de vigência do parcelamento, antecipar os recolhimentos, podendo observar o valor da parcela vigente para realizar as antecipações. §4º - Atualização dos valores de acordo com a Lei nº 8.036/90 (FGTS). Art. 13. Os depósitos existentes vinculados aos débitos a serem parcelados nos termos desta Lei serão automaticamente convertidos em renda para o FGTS após aplicação das reduções para pagamento ou parcelamento. § Único – Emissão de guia própria pela Caixa. Art. 14. O deferimento do pedido de parcelamento representa confissão de dívida e é suficiente para a exigência do crédito devido ao FGTS. Art. 15. Subseção I aplicável no parcelamento do FGTS, exceto o previsto no art. 8º quando cabe ao Conselho Curador do FGTS fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em atraso. Subseção III – Da Rescisão do Parcelamento Art. 16. As hipóteses de revogação do parcelamento são: descumprimento do art. 4º; falta de pagamento de TRÊS parcelas ou a falta de pagamento de até duas prestações se extintas todas as demais ou vencida a última prestação do parcelamento. § Único – Parcela paga parcialmente é considerada inadimplida. Art. 17. Após a rescisão do parcelamento, (I) será efetuada a apuração do valor original do débito, com os acréscimos legais da época dos fatos geradores, e (II) com a dedução das parcelas pagas. Art. 18. Rescindido o parcelamento, a entidade desportiva não poderá receber repasses de recursos públicos federais por dois anos. CAPÍTULO II – DA AUTORIDADE PÚBLICA DE GOVERNANÇA DO FUTEBOL (APFUT) Seção I – Disposições Gerais Art. 19. Competências da APFUT: (I) Fiscalizar as obrigações previstas no art. 4º e comunicar ao órgão federal responsável se houver descumprimento; (II) Expedir regulamentação sobre a maneira de fiscalização; (III) Solicitar informações e documentos às entidades desportivas profissionais; (IV) Elaborar e aprovar regimento interno. §1º - Participação plural na composição do APFUT – Ministérios da Fazenda, do Trabalho/Previdência Social e do Esporte, atletas profissionais, dirigentes de clubes, treinadores, árbitros e entidade de fomento ao desenvolvimento do futebol brasileiro. §2º - A APFUT pode fixar prazos para sanar irregularidades. §3º - Apoio e assessoria pelo Ministério do Esporte. §4º - Decreto do Executivo Federal que irá dispor sobre a organização e funcionamento da APFUT – Decreto nº 8.642/2016. Seção II – Da Apuração de Eventual Descumprimento das Condições previstas no art. 4o desta Lei Art. 20. Atuação da APFUT será de ofício ou mediante denúncia fundamentada para apurar o descumprimento da lei. §1º - Os legitimados para denúncia são: CBF ou Federações, Clubes, atletas vinculados ao clube denunciado, associação ou sindicato dos atletas, associação de empregados dos clubes, associação ou sindicato de empregados das entidades de administração ou clubes e Ministério do Trabalho e Emprego. §2º - Caso haja veiculação em dois veículos de comunicação acerca de possíveis irregularidades, a APFUT poderá realizar investigação a partir das denúncias presentes, quando considerá-las bem fundamentadas. Art. 21. A entidade denunciada terá 15 dias para apresentar defesa. Art. 22. Findo o prazo, a APFUT pode arquivar a denúncia; advertir a entidade desportiva profissional, podendo fixar prazo de até 6 meses para regularizar sua situação ou comunicar o órgão federal responsável pelo parcelamento para que este seja excluído. Art. 23. A comunicação ao órgão federal responsável pelo parcelamento não precisará ser realizada quando a entidade desportiva profissional adotar mecanismos de responsabilização pessoal dos dirigentes envolvidos na irregularidade ou regularizar a situação que tenha motivado a advertência. A comunicação pode não ser realizada também quando o clube já estiver proibido de registrar novos atletas. CAPÍTULO III – DA GESTÃO TEMERÁRIA NAS ENTIDADES DESPORTIVAS PROFISSIONAIS DE FUTEBOL Art. 24. De acordo com o art. 50, CC/02, os dirigentes possuem seus bens particulares submetidos aos efeitos de certas e determinadas relações de obrigações quando houver abuso da personalidade jurídica por meio de desvio de finalidade. §1º - Definição de dirigente: todo aquele que exerça, de fato ou de direito, poder de decisão na gestão da entidade. Inclui-se aqui os administradores. §2º - Solidariedade passiva e ilimitada dos dirigentes envolvidos em gestão temerária e atos ilícitos. §3º - Caso o dirigente que saiba de alguma infração cometida por antecessor ou administrador competente não comunique o fato ao órgão estatutário competente, também será responsabilizado. Art. 25. Restam configurados como atos de gestão temerária: (I) Aplicar de créditos ou bens sociais para proveito próprio ou de terceiros. (II) Obter vantagem em detrimento de benefícios ao clube. (III) Celebraçãode contrato com empresas em que dirigente ou parente até 3º grau seja sócio ou administrador, exceto quando for de patrocínio ou doação em benefício da entidade desportiva. (IV) Receber pagamento ou doação oriundos de contrato com a entidade desportiva profissional dentro do prazo de um ano. (V) Antecipar ou comprometer receitas referentes a períodos posteriores ao do mandato, salvo se for até 30% da receita do primeiro ano do mandato subsequente ou se substituir passivos onerosos, diminuindo o grau de endividamento. (VI) Obter prejuízo anual superior a 20% da receita bruta do ano anterior. (VII) Atuar de maneira omissa quanto à diminuição das dívidas fiscais e trabalhistas. (VIII) Não divulgar informações acerca da gestão para associados e torcedores. §1º - O dirigente não será responsabilizado se agir de boa-fé, sem culpa grave ou dolo. §2º - É vedado o recebimento de pagamento ou doações de cônjuges, parentes até 3º grau e empresa ou sociedade civil que tenha dirigente como sócio ou administrador. §3º - A obtenção de dívidas para construção de estádios, CT’s e aquisição de terrenos não entrará nos 20% permitidos do Art. 25, IV, desde que haja comprovação da possibilidade de adimplemento da obra ou quando houver financiamento-projeto com contas separadas da entidade. Art. 26. Os dirigentes poderão ser responsabilizados por mecanismos internos das entidades, não obstante a possibilidade da responsabilização civil/penal. §1º - Haverá assembleia geral para definir como apurar a responsabilidade dos dirigentes quando não houver previsão administrativa. §2º - Convocação com 15% dos associados com direito a voto, em três meses da ciência do ato de gestão temerária ou irregular, se não houver instauração de procedimento ou convocação de assembleia em momento anterior. §3º - Inelegibilidade de 10 anos para dirigente responsabilizado. Art. 27. A entidade desportiva profissional pode adotar medida judicial para reaver os prejuízos causados. §1º - Os dirigentes responsabilizados não poderão participar da assembleia que decidirá a medida judicial a ser tomada. §2º - Para que haja o impedimento do dirigente, a medida judicial deve ser proposta em até três meses após deliberação da assembleia geral. CAPÍTULO IV – DAS LOTERIAS Art. 28. Autoriza-se a instituição da Loteria Instantânea Exclusiva (LOTEX), temática do futebol. §1º - Autorização do Ministério da Fazenda e execução pela Caixa. §2º - Podem participar os clubes que cederem os direitos de uso de imagem e publicarem os balanços da maneira prevista. §4º - Destinação do valor arrecadado: 65% para premiação, 10% ao Ministério do Esporte para aplicação em projetos de iniciação escolar, 2.7% para os clubes, 18.3% para custeio e manutenção, 3% para o Fundo Penitenciário Nacional e 1% para formar a renda líquida. §5º - Autorização para a Caixa negociar o uso da imagem dos clubes no tocante à LOTEX. §3º, §6º, §7º, arts. 29 e 30: VETADOS. CAPÍTULO V – DO REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS DESPORTIVAS PROFISSIONAIS – VETADO INTEGRALMENTE CAPÍTULO VI – ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO Art. 37. Alteração na Lei de Contravenções Penais. Nova redação ao §2º do art. 50 – institui a multa de valor entre R$ 2.000,00 e R$ 200.000,00 para quem participar de aposta como ponteiro ou apostador também na internet ou outro meio de comunicação. Art. 38. Alterações na Lei Pelé: Introdução do inciso IV no art. 3º - reconhecimento do desporto de formação como aquisição inicial de conhecimentos desportivos que permita a apreensão de conhecimentos desportivos e técnicos que melhorem o desempenho da prática desportiva. Introdução do inciso VI no art. 6º - previsão da arrecadação de 10% da LOTEX para o Ministério do Esporte. Nova redação ao §1º do art. 14 – estatutos ou contratos sociais de acordo com o art. 217, II CF para COB, CPB e entidades de administração. Nova redação ao caput, §1º e §3º do art. 16 – inserção da possibilidade da constituição por meio de contratos sociais, não apenas estatutos. Nova redação ao inciso II do §1º do art. 16 – participação dos atletas na eleição para os cargos de direção da entidade. Introdução do §2º no art. 22 – Formação do Colégio Eleitoral nas entidades nacionais do desporto com, pelo menos, os representantes dos clubes da Série A e B. Introdução do art. 22-A – Os votos para deliberação em assembleia e nos demais conselhos das entidades de administração do desporto serão valorados a partir do disposto no sistema de votação composto pelos clubes da Série A e B. Nova redação ao caput do art. 23 – Inserção da possibilidade da constituição por meio de contratos sociais, não apenas estatutos. Nova redação aos incisos II, III, §1º e §2º do art. 23 – Previsão nos estatutos ou contratos sociais de inelegibilidade por 10 anos de dirigentes condenado por crime doloso em sentença definitiva, inadimplentes na prestação de recursos públicos, na prestação de contas da própria entidade ou das contribuições previdenciárias e trabalhistas, afastados de cargos eletivos ou de confiança por gestão temerária ou irregular e dirigentes falidos. Garantia à representação de atletas como votantes nos conselhos técnicos responsáveis pela aprovação dos regulamentos das competições. Afastamento dos dirigentes incorrentes em alguma das práticas supracitadas, independente de previsão estatutária, assegurados o processo regular e a ampla defesa para destituição. Os próprios atletas devem escolher seus representantes em votação organizada pela entidade de administração do desporto. Nova redação ao §2º do art. 27 – os clubes não podem dar bens patrimoniais, desportivos ou sociais para integralizar sua parcela de capital ou colocá-los como garantia, salvo concordância de maioria absoluta definida em Assembleia Geral. Nova redação ao art. 31 – pagamento de salário ou contrato de direito de imagem em atraso de mais 3 meses deixa o atleta livre para rescindir o contrato e exigir o pagamento da cláusula compensatória desportiva. Inserção do §5º do art. 31 – em caso do atleta rescindir seu contrato por atraso de salário ou contrato de imagem, ele está liberado para assinar com qualquer clube, de qualquer divisão, independentemente da quantidade de partidas disputadas. Nova redação ao §2º do art. 42 – captação para apostas legalmente autorizadas não é válida para a cobrança do direito de arena. Nova redação ao §3º do art. 53 – os 2,7% da arrecadação com loterias serão destinados a programas e projetos de fomento, desenvolvimento e manutenção do desporto, fomentando a participação e desenvolvimento dos atletas. Inserção do art. 82-B – obrigação de contratação de seguro de vida e acidentes pessoais aos atletas pelas entidades de prática desportiva com equipes de treinamentos de modalidades olímpicas ou paraolímpicas (atletas não profissionais), assim como as entidades de administração em competições nacionais. Inserção do § único do art. 87-A – limitação do direito de imagem em 40% do salário do atleta. Art. 39. VETADO Art. 40. Alterações no Estatuto do Torcedor: Nova redação ao §1º do art. 10 – importante mudança feita aqui, em relação ao critério técnico definido para a participação dos clubes em competições. Determina que, além da colocação obtida em competição anterior, o clube deve ter regularidade fiscal, por meio de CND, apresentação de certificado de regularidade do FGTS e comprovação de pagamento dos salários e direito de imagem dos atletas. Nova redação ao §3º do art. 10 – previsão de REBAIXAMENTO para o clube que não cumprir os requisitos acima – cadê a autonomia aqui?Quem assume a vaga é o primeiro clube que não obteve o acesso no ano anterior. Inserção do §5º do art. 10 – dispõe da maneira que pode se dar a comprovação da regularidade fiscal – por meio de CPEND (Certidão Positiva com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União). Nova redação ao caput e §1º do art. 32 – inclui a possibilidade de audiência pública transmitida pela internet como modo de escolha de árbitro para as partidas, no prazo de 48 horas antes do jogo. Nova redação ao §2º do art. 37 – disposição do valor das multas a serem cobradas por União, Estado e municípios: valor entre R$ 100,00 e R$ 2.000.000,00. Nova redação aos arts. 41-C, 41-D, 41-E – inclusão do termo “ou evento a ela (competição desportiva) associado” nas hipóteses de cometimento de crime. Art. 41. Alteração na Lei 10.891/2004 (Bolsa Atleta): Inserção dos §6º e 7º no art. 1º - determina que o atleta de modalidade olímpica ou paraolímpica com mais de 16 anos e que receba valor superior a um salário mínimo como bolsa atleta será filiado ao Regime Geral de Previdência Social como contribuinte individual, sendo de competência do Ministério do Esporte recolher a contribuição previdenciária dos beneficiários. Art. 42. Alterações na Lei 11.345/2006 (Timemania): Nova redação à alínea b, inciso IV do art. 2º - destinação de 1/3 do valor destinado ao Ministério do Esporte para ações dos clubes sociais com projetos aprovados pela Federação Nacional dos Clubes Esportivos (FENACLUBES). Inserção do art. 7º-A – após as amortizações previstas na lei, os valores da remuneração referidos nas demonstrações contábeis deverão ser utilizados exclusivamente em atividades de formação desportiva. Art. 43. Alteração na Lei 11.438/2006 (Incentivo ao Esporte): Nova redação ao caput do art. 1º - estende até o ano de 2022 a vigência da lei. CAPÍTULO VII – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 44. O Capítulo III é aplicável ao COB, CPB (Paraolímpico), entidades nacionais e regionais de administração do desporto, ligas regionais e nacionais, entidades de prática filiadas ou não às referidas aqui e também a CBC (Clubes). Art. 45. Podem aderir ao parcelamento as entidades nacionais e regionais de administração do desporto e as entidades de prática desportiva, que devem cumprir o previsto nos incisos I, II, III, VI, VII e VIII do caput do art. 4º - os clubes também devem cumprir o inciso V do caput do art. 5º. A fiscalização fica por conta da Apfut. MELHOR PARÁGRAFO DA LEI: §4º. O Poder Executivo regulamentará de forma diferenciada este artigo. Art. 46. Exigência a partir da vigência da lei as previsões nos incisos I a VII do caput do art. 4º e, a partir de 01/01/2016, o que está disposto nos incisos VIII ao X do caput do art. 4º e seu parágrafo único. Art. 47. A Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, o Ministério do Trabalho e Emprego, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil, no âmbito de suas atribuições, editarão as normas necessárias à execução dos parcelamentos previstos nesta Lei. § Único. O Poder Executivo deverá divulgar, semestralmente, o valor da arrecadação de receitas decorrente da adesão aos parcelamentos, sem infringir o art. 198 do CTN (vedada a divulgação de informações obtidas acerca do estado de negócios ou atividades dos sujeitos passivos a ela submetidos). Arts. 48 e 49. VETADOS. Art. 50. Os TRT’s ficam autorizados a instaurar o Ato Trabalhista (Regime Centralizado de Execução) para as entidades desportivas profissionais (clubes envolvidos em competições de atletas profissionais, ligas e entidades de administração). Art. 51. VETADO. Art. 52. Lei entra em vigor a partir de sua publicação. Art. 53. Revogação da MP nº 669 (PROFUT).