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OAB XVIII EXAME – 1ª FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
REGIME JURÍDICO. 
 
- Confere prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e 
restrições (Perece da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos 
quais decorrem os outros Princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e 
sujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do Direito Administrativo”. 
 
Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: 
Princípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE. A Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades 
estão subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde 
o que não está proibido está permitido (art.5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o 
administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da CF). A Administração Pública tem que agir objetivamente 
em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é 
atribuição da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do 
Servidor (agente público de fato). 
 
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, 
serão meramente informativas, educativas ou de orientação social. 
 
OBS: O Novo CPC, define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações 
processuais, a partir da sua vista dos autos. 
 
 MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: noção de Administração proba, a Moralidade 
Administrativa seria um conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração. 
Representa um conjunto de valores que fixam um padrão de condutas que deve ser observado na 
atividade administrativa, no sentido de que ela atue com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, 
lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que 
ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, LXXIII da CF/88  Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes 
públicos. 
 
 PUBLICIDADE. Transparência no exercício da atividade administrativa. 
 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo 
(privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da 
Administração deve ser: 
 
 Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, satisfatória. 
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 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública. 
 
 Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à 
coletividade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este 
ato é praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da 
Finalidade Pública (desvio específico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos. 
 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção 
relativa, juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (Constitucional). 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus 
próprios atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade 
 Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais 
não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súmula 473, do 
STF: ”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, 
porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser 
provocado e deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial 
restringe-se a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a 
conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da 
Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9.784/99, art. 53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE 
ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos 
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação. 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado 
ato. Incisos IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica 
do judiciário devem ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática 
de um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela 
aplicável aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração 
motivar ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos 
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vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos 
Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF). 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar 
como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem 
que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a 
Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de 
modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
 
 Princípio da Continuidade. 
 
 Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95, define que a atuação administrativa deve ser 
ininterrupta. 
 
 Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de leiespecífica. 
 
 Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem 
técnica e por motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 
 
 *PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
CONCEITO. 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública 
como necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever 
da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, 
nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre abuso de poder. 
 
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
 
PODER VINCULADO. Competência vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, 
cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração uma 
competência para expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza 
de nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só 
impõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
 
 
 
 
 
 
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PODER DISCRICIONÁRIO. 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade 
de se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do objeto e na avaliação dos motivos do 
ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do 
ato. Pode deliberar a respeito do motivo e do objeto do ato, quando a lei deixar alguns dos elementos 
para prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada 
de mais de uma decisão. 
 
Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. 
Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
OBS: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos 
princípios constitucionais. 
 
PODER HIERÁRQUICO. 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando 
conveniente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do mesmo 
âmbito e escalão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar. Organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-
as entre os órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens 
emanadas pelos órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo 
se manifestamente ilegais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela 
Administração através de seu Poder Disciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar. Coordenação, harmonização das funções, internamente, quando 
a cargo do mesmo órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar. Controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo 
também com que sejam observadas as leis e instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam 
mais convenientes e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa. Art. 12, da Lei 9.784/99, do 
Processo Administrativo Disciplinar. Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento 
legal (delegar competência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos ou 
quando o ato deva ser praticado com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior 
escalão, mesmo que o órgão ou o agente delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente 
delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma excepcionalidade. OBS: O responsável pelo 
ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 9.784/99. É o chamamento da competência pela 
autoridade que não era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da 
autoridade que assim o era. É excepcional, só será possível quando permitida por lei. A autoridade 
avocante deverá ser superior à autoridade avocada. Deve ser justificada e temporária. O Poder 
Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da 
Administração Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há Poder Hierárquico 
de órgão da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da 
Administração Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico 
no âmbito externo. OBS: Não é controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a 
Indireta. É um controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual 
foi criada a entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão 
Ministerial (as entidades da Administração indireta se vinculam a um Ministério). 
 
PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
 
Poder Regulamentar. É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente a 
lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou disciplinar 
internamente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento 
administrativo). 
 
PODER DISCIPLINAR. 
 
Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o Poder Público, como os 
servidores públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respeito 
ao Devido Processo Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa. 
 
PODER DE POLÍCIA. 
 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as 
liberdades individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restringir 
uma liberdade seria decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos 
e agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o 
uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e 
bem-estar geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativa. 
 
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão 
limitados pelo Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos 
administrados, apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através deatos com destinatários 
indeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar 
inerte, tem que exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na 
hipótese da Administração manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: 
As licenças são atos vinculados quando o particular cumpre todos os requisitos. 
 
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 Atributos do Poder de Polícia. 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação. O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. 
Portanto, se um particular detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. 
Daí porque, a doutrina entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de 
navios e aeronaves; entidades da Administração Indireta; agências reguladoras; concessionários, 
permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais restrita. OBS: Apenas os atos e 
atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetiva demolição de 
uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções. Devem ser previstas expressamente em lei. As sanções prevêem o 
resultado útil do Poder de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
 Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), 
INMETRO. 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há 
hierarquia, subordinação. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
 
 Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode 
ser feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. 
Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração 
Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, 
permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 200/67). Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de 
mandato. Não serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato 
de mandato. 
 
 Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um 
representante. Não serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, 
não é incapaz. 
 
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 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce 
o poder, manifesta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A 
vontade deve ser imputada ao órgão, não sendo imputada ao agente. 
 
ÓRGÃO PÚBLICO. 
 
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não pode 
celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos 
e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerrogativas 
funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na 
Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO. 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as 
chefias de cada Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
 
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de 
Estado, Ministérios. 
 
C Superiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinados aos órgãos autônomos e 
aos independentes. Ex. Procuradorias. 
 
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão 
independente ou autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
 ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas 
ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
A Singulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é 
responsável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre 
Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), 
administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. OBS. No máximo poderá regular, 
complementar, disciplinar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
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 Interno. Feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 
 Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação 
Popular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e 
despesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS. 
 
 Conceito. Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas 
do Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São 
criadas e extintas por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro. 
 
 Atos e Contratos. 
 
a) Auto-Executáveis, presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato 
administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo Direito Privado. 
 
 Responsabilidade Civil. 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será 
Objetiva: quando houver ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, 
e a responsabilidade do servidor também será subjetiva. 
b) OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, 
subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma 
condicionada. Para haver alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- AutorizaçãoLegislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o 
seqüestro (bens determinados). 
 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de 
Garantia (O Penhor, a Hipoteca e a Anticrese são vedados). 
 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de 
usucapião, nem do pró-labore, nem os bens dominicais. 
 
 Regime de Precatório (art. 100, CF). 
 
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada 
em julgado. Os Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro 
seguinte, se existir disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por 
ano). 
 
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b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria. OBS: 
Alimentos: Obedecem ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 
60 salários mínimos, no qual a pessoa estará fora do precatório. 
 
 
 Privilégios Processuais. 
 
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos 
diversos. 
 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame 
necessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando 
se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários 
mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem 
salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito 
público. 
 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for 
submetido ao duplo grau obrigatório, não haverá coisa julgada. 
 
OBS: Quanto ao reexame necessário, com a vigência do Novo CPC os valores limites sofrerão alterações. 
 
 Regime Tributário. 
 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: 
restringe-se às finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades 
complementares estão sujeitas aos impostos. 
 
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de 
Responsabilidade Fiscal). 
 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): 
 
A Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). 
Preferencialmente, deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público. 
 
B Celetista: Para titulares de emprego público. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO). 
 
 Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os 
Conselhos de Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
 
 STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de 
Polícia, fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito 
privado. Declarou inconstitucional o art. 58 da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe 
terão natureza de Autarquia. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Concurso Público. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
 
 Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 Anuidade: Natureza tributária, contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do 
Tribunal de Contas e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
 
 Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. 
Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos por eleição. 
Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 
 OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente 
após prévia aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie). 
 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é 
atividade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 
 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel 
de complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação. 
 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e 
financeira. 
 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É 
investidura ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
 
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de 
regime especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). OBS: Já há projeto de lei 
querendo uniformizar o prazo: 04 anos para todas. 
 
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 
ano (a depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora. 
 
g) Distinções. 
 
AProcedimento Licitatório. 
 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedimento 
licitatório, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consulta). 
 
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, 
entretanto, que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e 
Consulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo 
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- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade 
específica das agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a 
modalidade específica das agências reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal. 
 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT 
só deveria ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações 
temporárias. 
 
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e 
que, portanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: 
regime celetista e contratação temporária. 
 
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas 
as agências reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do 
contrato. 
 
h) Exemplos de Agências. 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
B Autarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agência 
de Desenvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é 
autarquia comum. 
 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS. 
 
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso 
fazem um planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão.Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder 
Público. Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A  contrato de gestão  
agência executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se 
tornou agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência 
executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, parágrafo único, da 
Lei 8.666/93: Dispensa de licitação. Regra geral: 
 
AValor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 
para os outros serviços); 
 
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000). 
 
e) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando 
o valor da licitação for até R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. 
Essa dispensa vale também para: sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios 
públicos. Só vale para as autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
 
 
 
 
 
 
 
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 FUNDAÇÃO PÚBLICA. 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: 
Quando forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO. 
 
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte 
da Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso 
falar de fundação pública, será a de Direito Público. 
 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos 
diversos. 
 
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame 
necessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando 
se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários 
mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem 
salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito 
público. 
 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO 
(fundações governamentais). 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas 
normas de direito público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda 
Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a 
finalidade das fundações públicas de direito privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala 
em fundação pública, todas elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS. 
 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; sua criação é autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. 
Entretanto, não poderá haver capital de uma sociedade de economia mista investido na empresa pública, 
do contrário ela perderá esse status. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo 
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13 
 
c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade 
econômica; criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. 
Devem ser constituídas, obrigatoriamente, como sociedades anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) Finalidades: 
 
A Prestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do 
Direito Público sobre o Direito Privado. 
 
B Explorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá 
prevalência do regime de Direito Privado, com alguma influência do Direito Público. 
 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da segurança nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação. 
 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS. 
 
A LICITAÇÃO. 
 
01. Quando for prestadora de serviço público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
 
02. Quando exploradora de atividade econômica. Podem ter estatuto próprio, que regerá o 
procedimento licitatório de cada pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão 
obedecer à Lei 8.666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93). 
 
BFALÊNCIA. 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de 
atividade econômica  estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, 
sejam exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à 
falência. 
 
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar 
sujeitas à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo 
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14 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL. 
 
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E 
a responsabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, 
que determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde 
subsidiariamente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO. 
 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributária 
recíproca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão 
imunidade tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço 
postal), por isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios 
processuais (prazos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e 
imprescritíveis; Estão sujeitas ao regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas da 
Empresa. 
 
E REGIME DE BENS. 
 
01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende que só os bens das pessoas jurídicas de direito público são 
bens públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, 
concessionárias, permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regrasdos 
bens públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL. 
 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das 
PJ´s de Direito Público). 
 
Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 8.429/92) de cargo, emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao teto do STF se a empresa pública ou a sociedade economia 
mista receberem ajuda do Estado para o custeio; se não receberem ajuda para custeio, não estão sujeitos 
ao teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realizada 
motivadamente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 390, 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
orientação jurisprudencial  Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, já que 
os mesmos não gozam de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrativo. 
 
 ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes Paraestatais). 
 
 São entes paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da 
Administração pública, mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos. 
 
 
 01º Setor (Estado); 
 
 02º Setor (mercado); 
 
 03º Setor. Entes de cooperação (paraestatais), que serão apontados abaixo; 
 
 04º Setor (economia informal). Não têm fins lucrativos e servem para ajudar o Estado na prestação 
de um serviço público ou no fomento de uma atividade. 
 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São 
beneficiárias da Parafiscalidade. 
 
b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de 
Contas. 
 
c) OBS: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL. 
 
a) Lei 9.637/98. As organizações sociais servem para prestação de serviços públicos, 
serviços estes que estão listados nesta lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento 
tecnológico. 
 
b) As organizações sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram 
transformadas em pessoas jurídicas de direito privado com esta denominação (organização social). 
 
c) Criação das Organizações Sociais: celebração do contrato de gestão: É o vínculo 
jurídico das organizações sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que 01º celebra-
se o contrato de gestão, para que depois as organizações sociais existam no mundo jurídico). 
 
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo 
em que for atuar para que celebre o contrato de gestão. Ato administrativo discricionário do Ministério do 
Planejamento e Gestão, após a celebração do contrato de gestão, dá o status de organização social. 
 
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93: Dispensa a Administração de licitar 
com as organizações sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão. 
 
Entretanto, as organizações sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do 
Tribunal de Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e 
receber bens públicos. Ex. Instituto de matemática pura e aplicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE 
INTERESSE PÚBLICO. 
 
a) Lei 9.790/99. Diferenças para as organizações sociais: 
 
A A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 
ano, para tornar-se uma OSCIP. 
 
B O vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato 
administrativo, segundo parte da doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação 
orçamentária (não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito 
bancário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
 
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das 
Organizações Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal podem ser compostos por 
servidores públicos. 
 
F OBS: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o 
concurso público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO. 
 
a) Constituição As Entidades de Apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação 
ou Cooperativas, criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e Hospitais Públicos. São Fundações Privadas 
que atuam com a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo jurídico: convênio celebrado com a 
Universidade. Ex. As Entidades de Apoio fazem convenio com a Universidade Pública para organizarem 
uma pós-graduação, da qual se poderá cobrar mensalidade. 
 
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às 
outras entidades ainda não há legislação. 
 
 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (Lei 13.019/04). 
 
 
TERMO DE COLABORAÇÃO – Planos de Trabalho propostos pela Administração Pública em 
regime de mútua cooperação 
 
TERMO DE FOMENTO - Planos de Trabalho propostos pela Entidade Privada em regime de mútua 
cooperação. 
 
Transferência de recursos 
 
Atividades a serem executadas 
 
Prestação de contas 
 
 
 
 
 
 
 
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17 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. 
Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder 
público para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a 
celebração de parceria. 
CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 Públicação do edital no site do órgão interessado 
 
 Classificação das propostas pela comissão de seleção 
 
Comissão – 2/3 – servidores 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
Capacidade técnica e operacional 
 
 Encerramento 
 Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAME 
Inexigibilidade - inviabilidade de competição 
Dispensa - rol exaustivo 
1 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de 
relevante interesse público - mesmas condições da vencedora. 
2 - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública - assistência social, saúde ou 
educação. 
3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança. 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROS 
Procedimento seletivo simplificado via internet. 
 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS 
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu 
representante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo 
de metas propostas com os resultados alcançados. 
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsável, 
com a descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. 
Prazo de até 90 dias + 30 dias 
 
RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DE 
PENALIDADES 
a) advertência: 
b) suspensão temporária da participaçãoem chamamento público e impedimento de celebrar termos 
de fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da 
administração pública sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. 
c) declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou celebrar termos de fomento, 
termos de colaboração - Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal. 
 
* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para 
executar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, 
no desempenho das suas atividades. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os 
contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma 
atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função 
política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime 
uma declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em 
providências jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de 
legitimidade pelo Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos 
interesses coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam do 
fato administrativo (realizações da administração sem declaração de vontade). 
 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em nome 
do Estado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos administrativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função de 
executar a lei, de ofício, ao caso concreto. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos. 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de 
acordo com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto 
não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, 
corresponde à verdade de fato  Fé Pública. 
 
 Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para 
os administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 
 Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver 
resistência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, 
que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja 
cumprida, sob pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível 
outra solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do 
ato. Ex. demolição de obra. 
 
 Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco 
elementos, com base na Lei de Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de um dos requisitos torna o ato 
inválido (anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos 
(conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por lei, conferida aos órgãos e 
agentes públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos 
atos administrativos. Decorre sempre da lei, é sempre vinculada, portanto, mesmo quando o ato é 
discricionário, sem o qual o ato é inválido. 
 
OBS: O Novo CPC continua com a possibilidade de prorrogação de competência relativa no âmbito 
judicial, mudando só o artigo que trata da matéria. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua finalidade específica prevista em lei, mesmo que atenda 
a uma outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio 
de poder, e será inválido. A finalidade específica de cada ato está sempre prevista em lei, é sempre 
elemento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. ato de remoção, a finalidade específica é uma 
melhor prestação do serviço público. 
OBS: Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do ato administrativo. Este ato é, em regra, escrito e no idioma 
nacional, a forma está prescrita em lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em lei: quando 
a lei se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais 
de trânsito). 
 
OBS: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade 
especial para prática de determinados atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato 
irregular, já o vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve 
como formalidade para eficácia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte 
da Administração (Ex. Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O 
motivo será elemento vinculado quando o ato for vinculado; será discricionário quando o ato assim o for 
(ocorre quando a lei não elenca o motivo, deixando que a Administração o pondere). 
 
OBS: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional que estabelece a exigência da Administração 
em revelar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela 
Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os 
motivos determinam e condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe 
juridicamente). É a própria essência do ato, a própria Administração vai escolher qual o seu objeto. É 
elemento discricionário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. 
Remoção (o objeto é a própria remoção). 
 
 
 
 
 
 
 
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****OBS: Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos: 
 
 Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o 
conteúdo do ato à luz de sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa 
é pressuposto de Validade lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto. 
Seria aquilo sobre o qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto 
seria o elemento extrínseco ao ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 
 
a) Simples (01 vontade):É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, 
expressada por um único órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, 
exoneração). Pouco importa se o órgão é singular ou colegiado. 
 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade 
emanada por mais de um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o 
TRF forma uma lista tríplice  a encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único 
agente ou órgão público, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe 
dar eficácia e validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do STF, 
após a aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estado de 
Defesa, Intervenção Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia pelo 
Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, 
incertos e indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quando 
seus efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. 
Autorização, permissão. 
 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todos os 
atos vinculados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito 
conhecida pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opinião. 
Ex. certidões, declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
 
 
 
 
 
 
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Atos negociais – atos nos quais a manifestação de vontade do Estado coincide com o 
requerimento do particular. 
 
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso, 
através do qual a Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material 
ou uso em caráter privativo de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um 
determinado serviço público. Ex: autorização para exercer atividade material  táxi, porte de armas; 
autorização de uso de bem público, quando predominar o interesse particular; Autorização de serviço 
público  Ex. Rádios comunitárias. 
 
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a 
Administração faculta ao particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um 
serviço público também em razão de interesse público, que neste caso é predominante. OBS.: Lei 
8.987/95, art. 40  Tornou a Permissão para prestação de serviço público um Contrato Administrativo 
Bilateral, distinguindo-se da autorização para prestação de serviço público porque esta é ato 
administrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o interesse particular. Autorização de uso 
público X Permissão de uso público: o interesse envolvido na autorização de uso público, que é bem 
mais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso público leva em conta o 
interesse público predominantemente. 
 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a Administração reconhece um 
direito subjetivo do administrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, 
condicionadas no seu exercício ao prévio reconhecimento por parte da Administração (a lei, ao tempo 
que reconhece um direito ao administrado, condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o 
administrado tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se 
através do Alvará de Licença (ato formal vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É ato vinculado, através do qual a Administração 
reconhece ao administrado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula em escola ou 
universidade pública. 
 
 Normativos: atos que exprimem normas gerais 
 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo 
(prefeito, presidente e governador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo, 
tendo por destinatários pessoas incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dá 
solenidade à desapropriação, sem o decreto a desapropriação é nula). 
 
OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes do 
Executivo, que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirá 
sempre como formalidade para outro ato. 
 
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição Federal de 1988 permanecendo apenas 
os Decretos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor. 
 
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
 
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas 
Legislativas. Exceção: Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos 
Vagos e para Organização da Administração, desde que não crie novas despesas. 
 
 
 
 
 
 
 
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b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados utilizam para 
exprimirem as suas deliberações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoras possuem 
órgãos colegiados que podem expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgão colegiado. Não 
pode ser expedida por órgão singular. Resoluções Administrativo-Normativas: São as Resoluções com 
efeitos gerais e abstratos. 
 
OBS: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que são lei em sentido amplo, embora de efeito 
interno à câmara legislativa. 
 
 
c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): Tem caráter abstrato, são atos formais 
através dos quais a Administração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução os 
Decretos Executivos, para regulamentar os regulamentos do Poder Executivo. 
 
Atos ordinatórios: atos de organização interna da atividade pública: 
 
 
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas 
autoridades públicas editam para determinarem a implementação ou realização de algum fato material 
(fato administrativo). Ex. Ordem de construção. 
 
b) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não 
seja o Chefe do Executivo). Utilizada para qualquer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua 
vida funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial (quando não for instaurado por auto de prisão em 
flagrante); Instauração de Processo Administrativo Disciplinar, Sindicância. 
 
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores) 
As autoridades superiores emitem ordens uniformes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos 
funcionários do órgão para regulamentar internamente a execução dos serviços. 
 
 
Atos Punitivos: atos de aplicação de penalidades. 
 
Atos enunciativos: atos que atestam fatos ou emitem opiniões. 
 
 Extinção dos Atos Administrativos 
 
 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
 
b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação que o 
ato constituiu. 
 
c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
 
d) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia.CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
 
 
 
 
 
 
 
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DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por 
razões de conveniência e oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não 
é possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus 
próprios atos administrativos. OBS: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de 
sua função típica, que é a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-se 
inconveniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidade 
dos atos anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 
 - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença. 
 - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. OBS: STF: Não há 
Direito Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Administração 
pode revogar seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido. 
 -Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente e 
oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo os 
efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou 
Viciado, por razões exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o 
Judiciário (controle externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atos 
de todos os Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos 
restritivos dos Direitos dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dos 
Direitos do administrado: A Invalidação terá efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a 
Invalidação do Ato. Passados os 05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la  Convalidação 
Temporal. OBS: Ação Judicial p/ Anulação de Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 9.784/99, art. 55): 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, não são convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, 
não convalidável, não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: Mudança de categoria de um ato, quando sai de 
uma categoria na qual o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também tem efeito retroativo. 
Diferencia-se de convalidar (reeditar o mesmo ato sem o vício que o contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de atos nulos com vício de conteúdo e objeto. 
(Nomeação de servidor para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação para cargo 
de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. OBS: Doutrinadores 
defendem que, quando houver possibilidade de convalidação, a Administração está obrigada a Convalidar 
o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a convalidação como faculdade da administração. 
• Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pela 
autoridade competente, Confirmado, haverá a convalidação. 
• Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em 
lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
 
*CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
Controle Político (mecanismo de freios e contra-pesos): 
 
- É controle previsto constitucionalmente, feito por um Poder sobre atos de outro Poder. 
 
- Ex: Sanção e veto do presidente; Rejeição do veto pelo Congresso; Impeachment do presidente. 
 
Controle ADMINISTRATIVO: 
 
- É controle sobre a função administrativa do Estado. 
 
1ª Fase: Verificação da Legalidade dos Atos. 
 
2ª Fase: Verificação das Políticas Públicas (ADPF No 45) 
 
EC 45/05  Criou os Conselhos Nacionais de Justiça e do Ministério Público, que é mecanismo de 
controle da atividade administrativa do Judiciário e do MP. 
 
a. CONTROLE Quanto ao ÓRGÃO CONTROLADOR: 
 
I) Controle Legislativo: Faz o controle administrativo através do Tribunal de Contas e 
através das CPI´s. 
 
II) Controle Judicial ou Judiciário: Todo ato administrativo pode ser revisto pelo 
Judiciário no que disser respeito à sua legalidade. Ex: Mandado de Segurança, Ação Civil Pública, Ação 
Popular, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III) Controle Administrativo: Realizado pela própria administração. Meios de Controle 
Administrativo: Ex. Recurso Administrativo Hierárquico, Direito de Petição, Supervisão Ministerial; Poder 
Hierárquico. 
 
 Controle Administrativo Hierárquico: Quando o superior fiscaliza os seus 
subordinados. Obs. Entre a Administração Direta e a Indireta não há relação de hierarquia. 
 
 Controle Finalístico: É o controle exercido pela Administração Direta sobre a 
Indireta, através da Supervisão Ministerial. Poderá controlar despesas e receitas, regras orçamentárias, 
cumprimento de finalidades, nomeação de dirigentes. 
 
b. CONTROLE quanto à EXTENSÃO: 
 
I) Interno: Controle realizado dentro da própria estrutura. 
 
II) Externo: Controle realizado por outros órgãos. 
 
c. CONTROLE quanto à NATUREZA: 
 
I) Legalidade: Pode ser exercido pela Administração, pelo Judiciário. 
 
II) Mérito: Só a própria Administração pode exercê-lo. 
 
OBS: Princípio da Autotutela: quando esses dois controles forem exercidos pela própria Administração. 
 
d. CONTROLE quanto à OPORTUNIDADE: 
 
I) Controle Prévio: Ex. Análise jurídica para a publicação de edital de licitação. 
 
II) Controle Concomitante. 
 
III) Controle Posterior: Ex. Homologação do Processo; Controle pelo Tribunal de Contas. 
 
 
*AGENTES PÚBLICOS* 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
• Todo aquele que exerce função pública, quer seja temporária, quer sem remuneração (Ex: 
integrantes do júri, mesário). É a expressão mais abrangente, compreendendo os Agentes Políticos, 
Servidores Estatais e Agentes Honoríficos. 
 
a) AGENTE POLÍTICO  Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos (Secretários e 
Ministros), Membros do Legislativo, Membros do Ministério Público (Procurador e Promotor de Justiça) e 
Poder Judiciário. Seguem Regime Estatutário ou o chamado Regime Legal. 
 
OBS: Há divergência se Ministério Público e Judiciário se enquadrariam nesse conceito. A corrente 
Majoritária admite seu enquadramento. 
 
b) SERVIDOR ESTATAL  Todo aquele que atua no Estado, não sendo necessariamente 
‘Funcionário Público’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ Servidor Estatal  Servidor Público 
  Servidor de Entes Governamentais de Direito Privado 
 
 Servidores Públicos  Aquele que atua em Pessoa Jurídica de Direito Público  
Administração Direta Administração Indireta  Autarquias 
  Fundações Públicas 
 
 E.C. 19/98, CF/88  Acabou com o Regime Jurídico Único, o que veio a igualmente abolir a expressão 
‘Funcionário Público’, uma vez que essa denominação referia-se ao servidor que, com exclusividade, 
podia exercer cargo publico. 
 
Após a EC 19/98, pode-se ser tanto titular de CARGO PÚBLICO (vínculo Estatutário), quanto de 
EMPREGO PÚBLICO (vínculo celetista). A lei que cria o cargo/emprego é que definirá o Regime a ser 
adotado. 
 
 Servidores de Entes Governamentais de Direito Privado  São aqueles 
integrantes das Empresas Públicas ou de Sociedade de Economia Mista. Só podem ter EMPREGOS 
PÚBLICOS (CLT), mas se equiparam aos servidores públicos nos seguintes aspectos: 
 
I) Estão sujeitos a CONCURSO PÚBLICO; 
 
II) Vale o Regime da NÃO CUMULAÇÃO de CARGO ou EMPREGO; 
 
III) Se a empresa pública ou Sociedade de Economia Mista NÃO receber dinheiro 
para custeio (verba governamental para sobreviver no dia-dia), NÃO se SUBMETE ao TETO 
REMUNERATÓRIO. No entanto, se depender do Estado para sobreviver, SUBMETE-SE ao TETO; 
 
IV) Submetem-se à Lei de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA; 
 
V) Sujeitam-se aos REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS (MS, HD etc); 
 
VI) Equiparam-se a Servidores Públicos para EFEITOS PENAIS; 
 
VII) Não gozam de ESTABILIDADE, não sendo necessário Processo 
Administrativo, nem de motivação para ser despedido Súm. 390 e OJ 247 do TST 
 
c) AGENTES HONORÍFICOS É o Particular em Colaboração, que podem ser: 
 
 Voluntários (ex. Amigos da Escola); 
 Requisitados (ex. Mesários, Jurados do Júri e Serviço Militar Obrigatório); 
 Aqueles que exercem Atos Oficiais. 
 Serviço Notorial (Cartório de Registro Público, delegados de função, art. 236 da 
C.F/88). OBS: quem legisla sobre cartórios é o Estado federado. 
 
01. CARGO PÚBLICO 
 
  cargo em Comissão 
● Subdivide-se em  cargo Efetivo 
  cargo Vitalício 
 
a) CARGO EM COMISSÃO  É o chamado cargo de parente ou comissionado. 
 
 
 
 
 
 
 
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É de livre nomeação e exoneração  Exoneração AD NUTUM. Qualquer pessoa pode exercer cargo de 
confiança, desde que se reserve um limite mínimo que detenha cargo efetivo, pelo principio da 
continuidade. 
 
OBS: CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO de CONFIANÇA  A Função é um plus que só pode ser 
exercido por cargo efetivo, que ganhara gratificação pela responsabilidade a maior (lei 8.112/90). 
 
b) CARGO EFETIVO  Nomeado por Concurso Público, em caráter definitivo, podendo vir a 
adquirir a estabilidade. O cargo é efetivo e não estável, já que essa última qualidade pertence ao servidor. 
 
Quando o servidor se torna estável, só poderá ser demitido via Processo Administrativo, processo Judicial 
transitado em julgado ou avaliação periódica. 
 
c) CARGO VITALÍCIO  só pode haver dispensa via processo judicial transitado em julgado (ex. 
Ministério Público, Juiz, Tribunal de Contas, esse ultimo sequer precisa de concurso publico para 
contratação) 
 
PROVIMENTO 
 
 
• Necessário para o preenchimento de um cargo (art.10, lei 8.112/90). 
 
 Originário  Nomeação 
• Provimento  Vertical  Promoção 
 Derivado  Horizontal  Readaptação 
  Reingresso  Reintegração 
 Recondução 
  Reversão 
 
a) Provimento ORIGINÁRIO  Só ocorre por Nomeação, a qual depende de aprovação em concurso 
público. 
 
▪ NOMEAR  Designar, atribuir ao servidor. Resulta no provimento. 
 
▪ EMPOSSAR  Aceitar o cargo (assina os papéis). Quando se anui à posse, têm-se a investidura, que 
é a formação de relação jurídica com a Administração. 
 
Se nomeado, tem 30 dias para tomar posse. Empossado, terá 15 dias para entrar em exercício. 
 
Se o nomeado não tomar posse nos 30 dias, a nomeação torna-se sem efeito. Perde-se a vaga no 
concurso. Se tomar posse, mas não entrar em exercício nos 15 dias, ocorrerá desinvestidura mediante 
EXONERAÇÃO de OFÍCIO. 
 
OBS: A desinvestidura também poderá ser pela modalidade de demissão, porém sem aplicabilidade no 
caso anterior, pois a demissão sempre será uma penalidade disciplinar. 
 
OBS: No provimento Originário, admite-se as seguintes hipóteses de DESNECESSIDADE de 
CONCURSO PÚBLICO: 
 
 Cargo em COMISSÃO; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Hipóteses Constitucionais (Regra do Quinto Constitucional, Ministro do STF, Tribunal de Contas, 
etc.); 
 
 Contratação TEMPORÁRIA (via processo seletivo simplificado); 
 
 Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias (via processo seletivo, art. 198, §4º, 
C.F/88); 
 
b) Provimento DERIVADO 
 
  Vertical  Promoção 
 ▪ Derivado  Horizontal  Readaptação 
  Reingresso  Reintegração 
  Recondução 
  Reversão 
 
 Provimento VERTICAL  Ascensão na carreira; ascensão funcional. A única hipótese possível 
é a Promoção. 
 
 Provimento HORIZONTAL  Recolocação do Servidor com limitação física (surdez, problemas 
cardíacos, etc.). A única hipótese é a READAPTAÇÃO, na qual muda de cargo sem ascender na carreira 
(ex. professora, que por problemas de saúde, torna-se atendente de biblioteca). 
 
OBS: Remoção não é provimento, pois é forma de deslocamento de um lugar para outro. A Lei 8.112/90, 
art.10º elenca rol taxativo quanto aos casos de provimento. 
 
 Provimento por REINGRESSO  Servidor retorna à Administração, isso só quando o mesmo 
gozar de estabilidade (art. 41 da C.F/88). 
 
I) REINTEGRAÇÃO  Quando o afastamento se deu por conta de uma ilegalidade contra 
o servidor (ex. desligamento de estável sem processo administrativo). 
 
II) RECONDUÇÃO  São duas hipóteses: 
 
A  Quando o antigo ocupante do cargo for Reintegrado. 
B  Quando houver retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, 
tendo em vista a sua inabilitação em estágio probatório de outro cargo (art.29, I da lei 8.112/90). 
 
OBS: Quando ocorrer Excesso de Despesa com Pessoal (art.169 da C.F/88). Para tanto, observa-se 
os limites de gasto com pessoal impostos no art. 19 da LC 101/00 que estabelece os seguintes índices: 
 
  União  50% 
art. 19 da LC 101/00  Estado 60% 
  Município  60% 
 
Excedido o limite, começa-se a despedir na seguinte ordem: 
 
1º  Pelo menos 20% dos CARGOS em COMISSÃO; 
 
2º  Servidores NÃO ESTÁVEIS (em estágio probatório); 
 
3°  Servidores ESTÁVEIS (só poderão exonerá-los após todos os não estáveis e os 20% dos cargos 
de confiança). Será por via EXONERAÇÃO (não é demissão, por não ser uma pena), sendo que a 
 
 
 
 
 
 
 
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Administração só poderá se valer desse novo cargo (pois o anterior terá que ser extinto), ou cargo a ele 
análogo, depois de 04 anos de sua extinção. 
 
OBS: Se houver dispensa sem observância dessa ordem legal, o servidor é REINTEGRADO, ante a 
ilegalidade da conduta administrativa. Daí, se o servidor retorna ao cargo de origem, terá direito a todas 
as vantagens do período em que esteve afastado (subsídio/vencimento, tempo para fins de antiguidade, 
etc.). Dessa forma, o atual ocupante do cargo pertencente ao servidor, então, reintegrado deverá ser 
RECONDUZIDO a outro cargo vago. 
 
O reconduzido tem direito a voltar ao cargo de origem desde que VAGO. Se não estiver vago, reconduz 
para cargo equivalente vago. Novamente, se não houver vaga, ficará em DISPONIBILIDADE, recebendo 
proporcionalmente ao tempo de serviço1. Pelo instituto do REAPROVEITAMENTO,

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