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Trabalho Ausencia e Morte Presumida


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Instituições Jurídicas
Ausência e Morte presumida
Rio de janeiro, 2015
Antes de começarmos a falar sobre morte presumida e ausência, precisamos explicar o que se trata personalidade jurídica e seu papel na sociedade e no estudo do Direito. 
Personalidade Jurídica 
Trata-se da condição necessária para ser sujeito de direito e está presente no Código Civil de 2002. 
Pode-se dizer que a personalidade jurídica é uma criação do Direito, para que o indivíduo seja considerado pessoa, e, portanto, tenha direitos e obrigações. 
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
A personalidade jurídica se inícia no momento do nascimento com vida, cuja comprovação se dá com o funcionamento do sistema cardiorrespitatório. Item presente no Art. 2º do Código Civil. 
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
Por sua vez, a personilidade jurídica se encerra com a morte do indivíduo. 
Mors omnia solvit. – Venosa
A morte tudo resolve.
Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte;
A morte do indivíduo deve ser corroborada por um profissional da área da saúde capacitado para declarar o óbito. Na ausência deste, a Lei de Registros Públicos 6.015/73 atesta que é possivel que duas testemunhas que tenham presenciado ou veficado a morte, declarem o óbito. 
Morte presumida
Na morte presumida há probabilidade da morte, não a certeza. 
Pode ser estabelecidade de duas maneiras: com decretação da ausência (art 6º) ou sem decretação de ausência (art 7º).
Nos casos em que não foi possível encontrar o cadáver, não foram verificadas testemunhas ou indivíduos que tenham presenciado a morte, mas seja extremamente provável que o fato tenha ocorrido uma vez que o morto em questão estava em perigo de vida, a lei autoriza que o juiz declare morte presumida. 
Sem decretação de ausência
Todavia, esta declaração judicial somente é admitida em casos excepcionais, como podemos verificar no parágrafo único do art. 7º do Código Civil. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Outros casos excepcionais tratam-se dos desaparecidos em campanha militar ou feitos prisioneiros que não sejam encontrados em até dois anos após o término da guerra. 
Exemplo: Amarildo Dias de Souza – Ajudante de pedreiro, desaparecido em 2013, na Rocinha, Rio de Janeiro. Foi considerado que ele estava em perigo de vida. 
Com decretação de ausência
Ausência é “um estado de fato, em que uma pessoa desaparece de seu domicílio, sem deixar qualquer notícia” (Pablo Stolze, 2005, p. 140). Ausente é o indivíduo que desapareceu, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente.
Caso este não tenha deixado um representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens ou se deixou representante ou procurador e ele não possa ou queira representá-la- artigos 22 e 23 do Código Civil) se dá quando a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Neste caso, a morte é reconhecida depois de uma sucessão de atos (declaração da ausência e curadoria dos bens, abertura da sucessão provisória e abertura da sucessão definitiva). Somente depois da abertura da sucessão definitiva é que se pode considerar a possiblidade de prática do ato registral que dá publicidade à morte presumida. Há necessidade de declaração judicial. 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.