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Conceito de Domicílio e sua Importância Jurídica

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Domicílio
Conceito
"É a sede jurídica da pessoa onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos" (Washington de Barros Monteiro). Para Orlando Gomes, "domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus negócios (constitutio rerum et fortunarum), o ponto central das ocupações habituais". Em nosso Código Civil encontramos a indicação de qual seria, como regra geral, o domicílio da pessoa natural (note-se que o Código não fornece um conceito de domicílio):
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Cumpre ressaltar que domicílio e residência podem ou não coincidir. A residência representa o lugar no qual alguém habita com intenção de ali permanecer, mesmo que dele se ausente por algum tempo. A chamada moradia ou habitação nada mais é do que o local onde o indivíduo permanece acidentalmente, por determinado lapso de tempo, sem o intuito de ficar (p. ex., quando alguém aluga uma casa para passar as férias).
No conceito de domicílio estão presentes dois elementos: um subjetivo e outro objetivo. O elemento objetivo é a caracterização externa do domicílio, isto é, a residência. O elemento subjetivo é aquele de ordem interna, representado pelo ânimo de ali permanecer. Logo, domicílio compreende a idéia de residência somada com a vontade de se estabelecer permanentemente num local determinado.
Pluralidade de domicílios e domicílio incerto
É perfeitamente possível que uma pessoa possua mais de um domicílio, residindo em um local e mantendo, por exemplo, escritório ou consultório em outro endereço. A pluralidade de domicílios é disciplinada nos arts. 71 e 72, do Código Civil:
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. 
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Há também casos de pessoas que vivem de passagem por vários locais, como os circenses, sendo que o Código Civil estabelece, para tanto, a seguinte solução:
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. (grifo nosso).
Tal regra aplica-se também em relação às pessoas que têm vida errante, como ambulantes, vagabundos, pessoas desprovidas de moradia etc.
Mudança de domicílio
De acordo com Pablo Stolze Gagliano, opera-se a mudança de domicílio com a transferência da residência aliada à intenção manifesta de o alterar. A prova da intenção resulta do que declarar a pessoa às municipalidades do lugar que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizerem, da própria mudança, com as circunstâncias que a determinaram (art. 74, CC). A mudança de domicílio, depois de ajuizada a ação, nenhuma influência tem sobre a competência do foro (art. 87, CPC).
Fixação do foro competente
Quanto às ações sobre direitos reais de bens móveis ou sobre direitos pessoais, manda o art. 94, caput, CPC, que o réu seja acionado em seu domicílio. Quanto aos imóveis, é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova (art. 95, CPC). No caso do réu possuir mais de um domicílio, pelo que se verifica do art. 94, §1º, CPC, o réu será demandado em qualquer um deles. Se o domicílio for incerto, o réu será demandado no local em que for encontrado ou no domicílio do autor (art. 94, §2º, CPC).
Caso não possua residência no Brasil, o réu responderá perante o foro do autor ou em qualquer foro se este residir fora do país (art. 94, §3º, CPC). Existem, porém, regras especiais para fixação do foro competente, como a seguir demonstramos:
Em se tratando de ação de reparação de danos, cabe o domicílio do autor ou local do fato (art. 100, parágrafo único, CPC).
Se estivermos diante de ação de divórcio, o foro competente é o do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC). As ações sobre alimentos devem ser ajuizadas no foro onde se verifica o domicílio do alimentando (art. 100, II, CPC).
Para propositura de ação de anulação de títulos, o foro será o do devedor (art. 100, III, CPC).
E, finalmente, o inventário, no qual não se sabe qual o domicílio do de cujus, terá como foro o da situação dos bens (art. 96, parágrafo único, I, CPC), e se o de cujus não tiver domicílio certo e os bens estiverem em diferentes lugares, a lei determina que o foro será o do local do óbito (art. 96, parágrafo único, II, CPC).
Classificação do domicílio quanto à natureza
a) Voluntário: decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência em um determinado local, com ânimo definitivo.
b) Legal ou Necessário: decorre da lei, em atenção à condição especial de determinadas pessoas. Assim, temos: (art. 76, CC) 
domicílio do incapaz: é o do seu representante ou assistente; 
domicílio do servidor público: é o lugar em que exerce permanentemente as suas funções; 
domicílio do militar: é o lugar onde serve, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontra imediatamente subordinado; 
domicílio do marítimo: é o lugar onde o navio estiver matriculado; 
domicílio do preso: é o lugar em que cumpre a sentença. 
O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve (art. 77, CC).
O domicílio necessário poderá ser originário ou legal. Será originário quando adquirido ao nascer, como ocorre com o recém-nascido que adquire o domicílio dos pais. O domicílio legal é aquele que decorre, como o próprio nome já acusa, de imposição da lei. É o caso dos menores incapazes, que têm por domicílio o de seus representantes legais (art. 76, CC). O domicílio do menor acompanha o domicílio dos pais, sempre que estes mudarem o seu. Ocorrendo impedimento ou a falta do pai, o domicílio do menor será o da mãe. Se os pais forem divorciados, o menor terá por domicílio o daquele que detém o poder familiar. E no caso de menores sem pais ou tutor, sob cuidados de terceiros? Levar-se-á em consideração o domicílio desses terceiros. E se não existirem tais terceiros? Deverá ser levado em conta o domicílio real.
Quanto ao militar, se em serviço ativo, consiste o domicílio no lugar onde estiver servindo. Caso esteja prestando serviço à Marinha, terá por domicílio a sede da estação naval ou do emprego em terra que estiver exercendo. Em se tratando da marinha mercante (encarregada do transporte de mercadorias e passageiros), seus oficiais e tripulantes terão por domicílio o lugar onde estiver matriculado o navio.
O preso também está sujeito ao domicílio legal, no local onde cumpre a sentença. Se o preso ainda não tiver sido condenado, seu domicílio será o voluntário.
c) de Eleição: decorre do ajuste entre as partes de um contrato (art. 78, CC e art. 111, CPC). A eleição de foro só pode ser invocada nas relações jurídicas em que prevaleça o princípio da igualdade dos contratantes e de sua correspondente autonomia de vontade (arts. 51, IV, CDC e 9º, CLT).
Domicílio da Pessoa Jurídica
As pessoas jurídicas de direito público interno possuem domicílio especificado em lei: art. 75, do CC, art. 99 do CPC, e art. 109, §§ 1º e 2º da CF/88.
O domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, isto quando os seus estatutos não constarem eleição de domicílio especial. O parágrafo 1º do mesmo artigo estabelece que se houver mais de um estabelecimento relativo a mesma pessoa jurídica, em lugares diferentes, cada qual será consideradodomicílio para os atos nele praticados. Caso a pessoa jurídica só tenha sede no estrangeiro, em se tratando de obrigação contraída por agência sua, levar-se-á em consideração o estabelecimento, no Brasil, a que ela corresponda, como emana do parágrafo 2º do já citado art. 75, CC. Dispõe a Súmula 363, do STF: "A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou do estabelecimento, em que se praticou o ato".
O Código de Processo Civil, em seu art. 88, I e parágrafo único, também disciplina a matéria, dispondo:
"Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
I - o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
Parágrafo único. Para o fim do disposto no n° I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal".
Decadência
Nas palavras de De Plácido o termo decadência "derivado do latim cadens, de cadere (cair, perecer, cessar), exprime, dentro de seu sentido originário, o estado de tudo aquilo que decaí ou que perece". Para Arnoldo Wald "a decadência ocorre quando não existe dever jurídico do sujeito passivo que não tenha sido cumprido, ocasionando uma lesão de direito, mas tão somente faculdade que pode ou não ser exercida, durante um certo prazo fixado pela ele". E, segundo Francisco Amaral "decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei". Assim, ela nada mais é do que a perda do próprio direito por negligência de seu titular.
Ela possuí como objeto direitos potestativos, sem pretensão e insuscetíveis de violação, disponíveis ou indisponíveis, que conferem a seu titular o poder de influir unilateralmente na esfera jurídica de outrem sem necessidade de um dever correspondente, sendo, portanto, uma simples sujeição. Caso o titular desse direito não o exerça no prazo disponível, operar-se-á a decadência, com o consequente perecimento do direito, não podendo mais, de maneira alguma, ser cobrado por seu titular.
O Código Civil de 1916 não se referia expressamente à ela sendo que, quando a regulamentava, fazia no mesmo capítulo destinado a prescrição. Atualmente, ela está prevista nos artigos 207 a 211 do Código Civil, os quais inclusive a definem como sendo a perda do direito pelo não exercício por seu titular dentro do prazo previamente estabelecido em lei ou em convenção entre as partes. Extinto o direito pela decadência ele não poderá produzir nenhum efeito. 
A decadência possui duas diferentes formas de arguição, vejamos: 
- Por ação: o titular do direito tenta exercê-lo ignorando o decurso do prazo decadencial. Entra com a ação mesmo sem possuir o direito. O réu da ação, interessado na declaração de decadência, por seu turno, pode pleitar sua declaração, resolvendo assim a questão. 
- Por omissão: neste caso se o titular do direito pretender exercer uma ação para pleitear o direito decaído, o interessado, a quem a decadência favorece, poderá se antecipar e requerer a decadência de forma a impedir que uma futura ação pleiteie um direito já extinto.
Por ser matéria de ordem pública ela pode ser alegada em qualquer tempo ou grau de jurisdição. Caso já esteja extinto, o direito não produzirá mais efeitos, razão pela qual não será facultado ao magistrado reconhecê-lo. Assim, se o Juiz pode reconhecer a decadência ex vi legis, independente de provocação do interessado, ela também poderá ser pronunciada em qualquer estado da causa, quando alegada pelo interessado.
Terão legitimidade para arguir a decadência contra o titular do direito decaído: 
O sujeito passivo do direito, se este for oriundo de relação jurídica obrigacional;
O sujeito passivo da ação,  quando este tiver por fundamento o direito decaído;
Os sucessores, a título universal ou particular, do sujeito passivo do direito ou da ação;
Qualquer terceiro interessado a quem a eficácia do direito decaído poderia acarretar prejuízos.
Alegada e reconhecida pelo magistrado ela tratá, como efeito, a extinção do direito pela inércia de seu titular. Extinto o direito, como consequência será extinta a ação que o asseguraria. O "titular" do direito perdido não mais poderá invocá-lo em juízo, nem mesmo como forma de exceção, tendo em vista que sua extinção é absoluta.
Distinções entre prescrição e decadência
Ambos institutos tem como fundamento o decurso do prazo e a inação do titular do direito. O Código Civil de 1916 não se preocupou em distingui-los. A doutrina e a jurisprudência, porém, se já preocupavam em diferenciá-los, afirmando que a decadência era um instituto jurídico de fundo essencialmente positivo. O Código Civil atual, por seu turno, organizou a disciplina da prescrição e decadência, tratando-os em títulos diferentes, com diferenças em sua substância e em seus efeitos, reservando todos os casos de prescrição a parte geral do Código, de forma que serão decadenciais os demais prazos encontrados na parte especial, como, por exemplo, o artigo 445 (vícios redibitórios) e o artigo 1560 (anulação de casamento).
Como se sabe, a prescrição extingue os direitos em virtude da inércia de seu titular ao longo de um intervalo de tempo. Outros direitos, por seu turno, motivados por sua natureza, devem ser exercidos até determinado tempo, sob pena de caducidade. Na decadência esse prazo é denominado de extintivo, porque ele é fatal a existência do direito, sendo que, se até o vencimento do prazo o titular do direito não o exercer, ele será extinto inexoravelmente. 
A distinção entre os mencionados institutos deve ser feita de maneira clara para destacar a essência de ambos e poder verificar, na pratica, se o prazo é de decadência ou de prescrição. Para Clovis Bevilaqua, Eduardo Espínola, Carpenter Câmara Leal e outros, "a prescrição ataca a ação e não o direito, que só se extingue por via de consequência, enquanto a decadência extingue diretamente o próprio direito ..".
Assim pode-se constatar que elas possuem fundamentos e razões distintas. A decadência não depende, como a prescrição, do fato subjetivo da inércia do titular no decurso de certo lapso de tempo, mas depende exclusivamente do fato objetivo da omissão de exercício do direito durante o período previsto em lei, que visa ajustar a situação de direito à situação de fato.
Critérios de distinção: 
a) Início do prazo: um dos critérios utilizados para realizar essa distinção é a consideração de que o tempo da decadência começa a correr no momento em que nasce o direito e, na prescrição, o prazo se inicia a partir do momento que determinado direito é violado.
b) Causa: outro critério advém do fato da prescrição decorrer exclusivamente de lei, enquanto a decadência pode ser legal, convencional ou judicial, ou seja, o prazo extintivo pode ser definido por disposição legal, por despacho do juiz, ou por acordo entre as partes.
c) Essência: Enquanto na decadência o que perece é o próprio direito, que nunca mais será objeto de discussão, na prescrição o que perece é a pretensão, sendo que o titular daquele direito poderá opor sua pretensão por outro meio judicial. 
d) Efeitos: A prescrição é suscetível de ser suspensão e interrupção. Já a decadência não suspende nem admite interrupção, salvo disposição legal em contrário (art. 207, do CC). Assim, ao contrário da prescrição, em que o prazo não corre contra certas pessoas e se suspende ou interrompe para outras, na decadência o prazo não se suspenderá nem interrompera, por ser fatal e peremptório, tendo em vista que ela deflui de forma contínua contra todos, salvo excepcionalmente, como nos casos dos absolutamente incapazes (art. 208 do CC).
e) Origem da ação: a prescrição visa a ação e a decadência o direito propriamente dito. Quando a ação e o direito têm origem simultânea, o prazo para exercê-lo por meio de uma ação é extintivo, tratando-se, portanto, da decadência (caducidade). Ex: prazo concedido ao interessado em anular casamento contraído por erro essencial sobre a pessoa de seu consorte, pois o direito de anular aquele casamento nasceu ao mesmotempo que a ação para anulá-lo. Outro exemplo ocorre nos casos dos vícios redibitórios, onde o adquirente tem o prazo de 30 dias, se o bem for móvel, ou de 1 (um) ano, se o bem for imóvel,  para obter o direito de redibição (artigo 445 do CC), nesta hipótese o prazo será decadencial, porque a ação judicial nasce ao mesmo tempo que o direito, eles tem a mesma origem. 
Se, por outro lado, a origem do direito é distinta, isto é, não ocorre simultaneamente com a origem da ação, tem-se a prescrição, assim, quando o direito preexiste à ação, que só aparece com a violação daquele, o prazo é de prescrição. Ex: prazo concedido ao autor para exercer ação contra o violador de sua obra literária é de prescrição, porque o direito autoral já existia quando foi lesado e só da lesão é que resulta a ação. 
f) Decretação: a prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, em qualquer situação, uma vez que o art. 194 do Código Civil, que exigia a alegação expressa pela parte interessada, foi revogado pela Lei 11.280/2006; a decadência estabelecida em lei deve ser decretada de ofício pelo juiz, sem que haja necessidade de provocação do interessado. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não poderá suprir a alegação. Assim, a diferença entra elas decorre do fato de que o juiz pode reconhecer a prescrição de ofício em qualquer situação, e a decadência somente quando seu prazo estiver previsto em lei.
Com efeito dispõe o artigo 209 do CC que é nula a renúncia a decadência fixada em lei, pois ela representa um interesse geral de ordem pública. Caso, porém, a decadência seja convencional, a parte poderá dispor livremente dela, posto que ela perderá seu caráter público. No prazo prescricional, por seu turno, o interessado por renunciá-lo de forma expressa ou tácita (artigo 191 do CC) se a prescrição já estiver consumada e se essa renúncia não implicar em prejuízos a terceiros.
g) Classificação das ações: as ações condenatórias estão sujeitas apenas a prescrição, e as ações constitutivas apenas a decadência. A pretensão, quando um direito é violado, busca na jurisdição, através da ação, a obtenção da sentença condenatória como forma de resguardar o direito, tratando-se tipicamente da prescrição. Os direitos de caráter potestativo, por seu turno, são desprovidos de pretensão e, portanto, se necessário seu exercício por meio de ação judicial buscarão uma sentença constitutiva. Para doutrina essa classificação é a mais importante pela eficácia da sentença que geram: a prescrição refere-se a direitos já constituídos e que são violados pelo sujeito passivo, sem que o correspondente titular tenha reagido por via de ação condenatória. Por sua vez, a decadência vincula-se a direitos potestativos, cuja ação constitutiva não foi invocada pelo titular em tempo hábil. 
Prescrição
Prescrição é a perda do direito de ação em virtude de um certo lapso de tempo. Para Clóvis Beviláqua, prescrição é "a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não-uso dela, durante determinado espaço de tempo". Ela é a perda da pretensão do titular do direito violado, conforme redação do artigo 189 do Código Civil.
Vê-se, portanto, que a prescrição encontra-se diretamente relacionada com o tempo, considerando o interesse da sociedade em tornar jurídica situações que se estendem sem oposição por um longo período. 
Existem vários fundamentos para a prescrição, havendo divergências entre alguns doutrinadores. Para uns, se o indivíduo deixa de cobrar seu direito por um longo tempo, é porque já recebeu ou remitiu a dívida. Para outros, ela é um castigo àquele que fica inerte, o qual perderá o direito por culpa própria. Porém, a maioria a fundamenta no fato de que a sociedade não pode permitir que algumas demandas fiquem em aberto por prazo indeterminado, havendo interesse em estabelecer harmonia, justiça e segurança, dando fim aos litígios e evitando que esses fiquem por tempo indefinido à disposição de alguém, podendo após um longo período vir a cobrar determinada pessoa. 
Conceito 
Para que ocorra a prescrição é necessário, portanto, que o titular do direito não o exerça e que a inatividade perdure por algum tempo. Passado esse tempo, a lei considera extinto o direito que poderia e deveria ter sido exercido. O que prescreve é a possibilidade de se propor uma ação que garanta o direito pertencente à uma pessoa, e não o próprio direito; ela pode tê-lo eternamente, porém não terá mais a possibilidade de reclamá-lo.
O Código Civil de 2002 adotou o vocábulo "pretensão", que diz respeito a figura jurídica no campo do direito material. Assim dispõe o art. 189 que "violado o direito nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206", ou seja, a prescrição se inicia no momento em que há violação de um direito.
A violação do direito, que causa dano ao titular do direito subjetivo, faz nascer para esse titular o poder de exigir do devedor uma ação ou omissão que permita a composição do dano verificado. A doutrina chama esse direito de exigir de pretensão. Seu fundamento reveste-se essencialmente de um interesse jurídico social, criado como medida de ordem pública para garantir segurança às relações jurídicas, que poderiam ser comprometidas em virtude da instabilidade gerada do fato de se possibilitar o exercício da ação por prazo indeterminado.
Requisitos 
Existem dois requisitos elementares para que ocorrência da prescrição, são eles:
a) inércia do titular da ação pelo seu não-exercício: corresponde a passividade diante da violação de seu direito por terceiros. Esta atitude de indiferença do titular face a violação de seu direito constitui causa eficiente para a prescrição. Tal inércia demonstra o desinteresse do agente em seu direito, razão pela qual, inclusive, não merece proteção legal. Assim não se pode falar em injustiça , pois o próprio titular do direito deixou de reclamá-lo no prazo legal. Cumpre ressaltar que essa indiferença cessa com a propositura da ação ou por qualquer ato idôneo que a lei admita como tal.
b) decurso do tempo fixado em lei: não é a inércia momentânea ou passageira que configura a prescrição, mas aquela que se processa de forma prolongada, durante o lapso de tempo fixado em lei, indicando o desinteresse de seu titular. Os arts. 205 e 206 do Código Civil regulam os prazos prescricionais. Existe uma variedade de prazos, sendo que cada um corresponde a uma espécie de ação e a determinado direito correspondente. Caso, porém, a lei não fixe nenhum prazo específico, aplicar-se-á a regra do artigo 205, a qual afirma que a prescrição se dará em 10 anos, sendo esta a prescrição ordinária. Se a lei fixar um prazo determinado, a prescrição será denominada de especial. 
Em regra, o início do prazo prescricional está previsto em lei, porém, caso não esteja, ele se iniciará no momento em que a ação poderia ter sido proposta, ou seja, após ser deferido o direito de ajuizar a ação.
Espécies
Existem duas espécies de prescrição: a extintiva e a aquisitiva, sendo que o elemento comum a elas é o tempo, porém, a finalidade social de ambas é diversa. Enquanto a prescrição extintiva traz um elemento negativo, fazendo desaparecer direitos em face da inércia de seu titular no tempo, a prescrição aquisitiva reveste-se de força criadora, fazendo nascer um direito real, motivado pela posse contínua de uma coisa (trata-se da usucapião). Trataremos aqui da prescrição extintiva.
Apenas a título de curiosidade, cumpre ressaltar que alguns doutrinadores não reconhecem a prescrição aquisitiva, pois ressaltam que a energia criadora é extintiva do direito, e a prescrição não atinge o direito em si, mas sim a ação que o protege. 
Institutos afins 
São institutos que têm afinidade com a prescrição por também sofrerem a influência do decurso do tempo, sendo eles a preclusão, a perempção e decadência. A preclusão consiste na perda de uma faculdade processual,por não ter sido exercida no momento próprio. Impedem que se renovem as questões já decididas dentro da mesma ação, produzindo efeitos somente dentro do próprio processo de que advém.
A perempção também é de natureza processual. Consiste na perda do direito de ação pelo autor contumaz que deu causa a três arquivamentos sucessivos (CPC, art.268, parágrafo único). Não extingue o direito material nem a pretensão, que passam a ser oponíveis somente como meio de defesa.
A decadência (artigo 207 a 211 do CC) é a perda do direito material pelo seu não exercício dentro do prazo estabelecido em lei. Atinge diretamente o direito e, por via oblíqua, extingue a ação (é o próprio direito que perece). Difere da prescrição, que refere-se a perda da possibilidade de se propor a ação para reclamar direitos, ou seja, perde-se um direito processual, fazendo desaparecer o direito por ela tutelado. Além disso, diferentes são as características de cada instituto, pois enquanto a prescrição admite interrupção e não corre em relação a determinadas pessoas, a decadência é "fatal", correndo contra quem quer que seja, não admitindo suspensão nem interrupção.
Disposições legais 
O Código Civil trata das disposições gerais sobre a prescrição extintiva nos arts. 189 a 196, nos quais constam as regras básicas para a sua aplicação. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206 (CC, art. 189). A exceção prescreve nos mesmo prazos (art. 190).
O art 191 do CC não admite a renúncia prévia da prescrição, isto é, antes que se tenha consumado ou quando a prescrição ainda está em curso, tendo em vista que o referido instituto é de ordem pública e a renúncia tornaria a ação imprescritível por vontade da parte. São requisitos para a validade da renúncia: a) que a prescrição já esteja consumada; b) que não prejudique terceiros. Observados esses requisitos a desistência do direito de arguir a prescrição pelo prescribente (aquele a quem a prescrição interessa) pode ser expressa (declaração unilateral, autêntica e não solene) ou tácita (demonstrada através de um ato ostensivo do devedor que reconheça a prescrição. O devedor, ciente que contra ele já se consumou a prescrição, pratica algum ato que traga a tona tal fato, que ele reconhece a prescrição do direito, porém abre mão dela).
Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo entre as partes, por tratarem-se de matéria de ordem pública, inalterável por disposição legal (Código Civil, art. 192). A prescrição em curso não cria direito adquirido, podendo o seu prazo ser reduzido ou ampliado por lei superveniente, ou transformado em prazo decadencial. Não se admite, porém, ampliação ou redução do prazo prescricional pela vontade das partes.
Dispõe o art 193 que "a prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita". Pode ser arguida em qualquer fase ou estado de causa, em primeira ou segunda instância e até mesmo pode ser declarada de ofício pelo juiz (CPC, art. 219 § 5º - Lei 11.280/06). Se a defesa não a invocar desde o primeiro momento, considera-se que deixou de fazer por ter confiado nas outras teses de defesa, o que não impede o efeito da prescrição. A única consequência da alegação tardia refere-se ao ônus da sucumbência, onde serão indevidos honorários advocatícios em favor do réu por não alegar a prescrição na oportunidade da contestação (art. 22 do CPC). Referida regra possui uma exceção que pode ser observada na fase de liquidação de sentença, onde é inadmissível a invocação da prescrição.
O art. 195 do CC trata de uma regra de proteção dos incapazes e das pessoas jurídicas em geral, reafirmando o art. 186. De acordo com o mencionado artigo, a prescrição não abrange os absolutamente incapazes, de modo que o prazo prescricional não correrá ou, se já iniciado, ficará suspenso. Por exemplo, se o tutor do menor púbere, culposamente, permitir que a ação do tutelado prescreva, deverá indenizá-lo pelo prejuízo ocasionado.
Existem, ainda, ações imprescritíveis, por tratarem de direito que não admitem perecimento, como, por exemplo, os direitos da personalidade, o estado da pessoa, alguns direitos de família etc. 
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor (accessio praescriptionis - art. 196 do CC). Desse modo, o herdeiro do de cujus disporá apenas do prazo restante para exercer a ação. Tanto o prazo contra como também o prazo a favor do sucessor, que pode ser inter vivos como causa mortis, a título universal (herdeiro) como a título singular (legatário), continuam a correr. 
Causas suspensivas ou impeditivas 
As causas que impedem ou suspendem a prescrição estão agrupadas numa mesma seção, entendendo que estão subordinadas a uma unidade fundamental, pois, dependendo do momento em que surgirem, ora irão impedir, ora irão suspender a prescrição. O Código Civil não faz expressa distinção entre suspensão e impedimento. Dessa forma, os arts. 197, 198, 199 e 200 aplicam-se a ambas as situações. A classificação dependerá da situação fática. 
O impedimento e a suspensão da prescrição fazem cessar temporariamente seu curso. Nos casos de impedimento mantém-se o prazo prescricional íntegro pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente tenha início com o término da causa impeditiva. Nos casos de suspensão, nos quais a causa é superveniente, uma vez desaparecida esta, o prazo prescricional retoma seu curso normal, computando-se o tempo verificado antes da suspensão.
Preceitua o art. 197 do Código Civil que "não ocorre a prescrição: I - entre cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela". A justificativa para a suspensão está na consideração legal de que determinadas pessoas, por sua condição ou situação que se encontram, estão impedidas de agir, tendo como motivo a confiança e amizade que existe entre as partes. 
No art. 198 nota-se a preocupação de proteger pessoas que se encontram em situações especiais. Ele declara que "também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art 3º; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra". Nota-se, portanto, que não corre a prescrição contra os absolutamente incapazes, ou seja, o prazo prescricional nem se inicia ou, se já iniciado, fica suspenso. A disciplina em relação aos relativamente incapazes e as pessoas privadas da administração de seus bens é diversa, assim, a lei permite que a prescrição se consume contra eles, porém lhes confere ação regressiva contra seus representantes, que permitiram que a ação prescrevesse (artigo 195 do CC). 
Por fim, leciona o artigo 199 do CC que "não corre igualmente a prescrição: I - pendendo condição suspensiva; II- não estando vencido o prazo e; III- pendendo ação de evicção". Nas duas primeiras situações o direito ainda não se tornou exigível, não sendo possível considerar a prescrição. Se o terceiro propõe a ação de evicção fica suspensa a prescrição até seu desfecho final. Somente podemos falar em prazo prescricional desde que haja uma ação a ser exercitada. Enquanto não nasce a pretensão, não começa a fluir o prazo prescricional.
Disciplina o art. 200 que "quando a ação se originar de fato que deva ser apurado em juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva". A sentença penal condenatória constitui título executivo judicial. Por fim, cumpre lembrar que determina o artigo 201 do CC que "suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível". 
Causas interruptivas
Primeiramente,  importante dizer que há uma diferença entre suspensão e interrupção da prescrição: ao passo que a suspensão ocorre por força da lei, independenteda vontade do credor, a interrupção depende da iniciativa do credor, ou seja, fica condicionada a um comportamento ativo deste que demonstre que não está inerte.
A interrupção ocorre, pois, quando o prazo prescricional é interrompido, cessado, tornando-se sem efeito o prazo já transcorrido. Ao retomar a sua contagem o prazo inicia-se novamente da estaca zero. 
O art. 202 expõe as causas que interrompem a prescrição ao afirmar que "a interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor" e, em seu parágrafo único, afirma que "a prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper".
O "caput" do art. 202 declara expressamente que a interrupção só poderá ocorrer uma única vez. Esta restrição é benéfica e tem a intenção de não prolongar as interrupções da prescrição. De acordo com o inciso I, do mencionado artigo 202, o efeito interruptivo deriva, pois, da citação válida, que retroagirá à data do despacho se promovida no prazo e na forma estabelecida no CPC, ou da distribuição, onde houver mais de uma vara. Para interromper a prescrição, a citação deve preencher os requisitos de existência e validade.
A prescrição interrompe-se também pelo protesto (art. 202, II). Refere-se ao protesto judicial, medida cautelar autorizada pelo art. 867 do CPC, ainda que ordenado por juiz incompetente. Não confundindo com o protesto cambial (inciso III) que indica, equivocadamente, que o titular do direito não está inerte.
A habilitação do credor em inventários, nos autos da falência ou da insolvência civil, constitui comportamento ativo que demonstra a intenção de interromper a prescrição (inciso IV). Diante da generalização do inciso V, estão inclusas todas manifestações ativas do credor, em especial a propositura de medidas cautelares, notadamente notificações e interpelações. A última hipótese de interrupção, disposta no inciso VI, é a única em que a prescrição interrompe-se sem a manifestação volitiva do credor. Ocorre, por exemplo, nos pagamentos parciais, pagamento de juros, pedidos de prorrogação do prazo ou de parcelamento, entre outros.
O artigo 204 do CC é enfático ao afirmar que "a interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a prescrição operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados". Em seus parágrafos este mesmo artigo informa que a interrupção por um dos credores solidários aproveita aos demais, da mesma forma que a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. Ainda, a interrupção operada contra um dos herdeiros da obrigação solidária não prejudica os demais, salvo se trate de obrigações ou direitos indivisíveis. Por fim, afirma que a interrupção produzida contra o devedor principal prejudica o fiador.
Direito intertemporal
Com efeito, proclama o Código Civil, em seu artigo 2.028, que "serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada". Assim, por exemplo, se durante a vigência do CC/16 já tiverem transcorridos 11 anos, faltarão 9 anos, a partir da vigência do CC/02, para ocorrência da prescrição aquisitiva da usucapião extraordinária (que antes era de 20 anos), pois já passou mais da metade do tempo exigido sob a égide da lei anterior. Caso, porém, na vigência do CC/16 tiverem transcorridos apenas 9 anos, faltarão somente 6 para ocorrência da prescrição aquisitiva da usucapião extraordinária que, com o CC/02, passou a ser de 15 anos, pois ainda não havia passado mais da metade do tempo sob a égide da lei anterior. 
Bens
Para que a que pessoa tenha um direito, imprescindível faz-se a presença de um objeto sobre o qual ela exercerá sua pretensão subjetiva. Em regra, o objeto de uma relação jurídica é um bem.
No mundo jurídico, o conceito de bem abrange o conceito de coisa, porém, não é sempre que esses conceitos caminham conjuntamente. Por vezes, bem é tido como uma espécie de coisas e, por outras, estas são tidas como espécies de bens. A fim de evitar esse conflito de conceitos, o Código Civil excluiu o vocabulário coisa de seus artigos, referindo-se apenas aos bens.
Conforme leciona Carlos Roberto Gonçalves, "bens são coisas materiais ou concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação". Portanto, os bens que podem ser objetos de direito são os corpóreos (que possuem existência física, sendo passíveis de alienação), os incorpóreos (de existência abstrata, que somente podem ser objetos de cessão), determinados atos humanos (prestações), e até mesmo outros direitos (usufruto de crédito, por exemplo) e atributos da personalidade (direito a imagem, por exemplo).
Ao conjunto de bens pertencentes à um particular dá-se o nome de patrimônio. Neste, não estão abrangidas as qualidade pessoais do proprietário, embora por vezes a lesão a esses bens possa acarretar em direito à indenização.
As coisas comuns são os bens insuscetíveis de apropriação pelo homem, razão pela qual não podem ser objeto de relações jurídicas, salvo se for possível sua apropriação em porções limitadas. As coisas sem dono podem ser apropriadas livremente pelas pessoas, bem como as coisas abandonadas.
Classificação
Veremos a classificação com base em critérios de importância científica sendo que, segundo o critério de classificação adotado, o bem possuirá regras próprias. Vejamos as principais classificações:
a) Bens considerados em si mesmos
- Móveis ou Imóveis:é a principal classificação. Conforme seja um ou outro o regime jurídico a ser adotado será diverso. Veremos cada uma dessas espécies e suas peculiaridades:
Bens móveis: nos termos do artigo 82 do CC, são bens suscetíveis de movimento, que podem ser transportados de um lugar para o outro sem que seja alterada sua substância ou sua destinação econômico-social. Dentre suas principais características está o fato de serem adquiridos por simples tradição, ocupação ou invenção, sem necessidade de outorga uxória, escritura pública e registro; ter o lapso de prescrição aquisitiva inferior ao do usucapião de bens imóveis; de sujeitarem-se a penhora, e não a hipoteca; de não serem suscetíveis de direito real de superfície, porém de mútuo; e, por fim, de sujeitarem-se ao ICMS, e jamais ao ITBI. Navios e aeronaves, embora sujeitem-se a hipoteca, são considerados bens móveis. O gás, por seu turno, também o é.
Os bens móveis podem ser classificados em:
Móveis por natureza: são aqueles que possuem movimento próprio. Eles subdividem-se em semoventes (que se movem por força própria, como um animal, por exemplo) e propriamente ditos (se movem por força alheia, como uma cadeira, por exemplo);
Móveis por determinação legal: estão regulamentados no artigo 83 do CC, que considera móveis, para efeitos legais, as energias com valor econômico; os direitos reais sobre móveis, com as ações correspondentes; e os direitos pessoais de caráter patrimonial com suas respectivas ações. Observa-se, portanto, que o Código Civil confere natureza de bem móvel a bens imateriais visando facilitar a proteção jurídica destes. Como exemplo podemos citar o fundo de comércio; as cotas das sociedades; os créditos; os direitos autorais etc;
Móveis por antecipação: são os bens que se incorporam ao solo com a intenção de futuramente separar-se deste, convertendo-se em móvel. Como exemplo podemos citar as árvores que são plantadas justamente para serem cortadas posteriormente.Bens imóveis: são bens insuscetíveis de movimento, que não podem ser transportados de um lugar para o outro sem serem destruídos. Podem, ainda, ser considerados imóveis por determinação legal, conforme estabelece o artigo 79 do CC, o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Dentre suas principais características podemos citar que são adquiridos por escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis, com exigência de outorga uxória; que seu lapso de prescrição aquisitiva é superior ao dos bens móveis; que estão sujeitos a hipoteca; que embora não sejam suscetíveis de mútuo, é a única espécie de bem que admite o direito real de superfície; e, por fim, que se sujeitam ao ITBI, e não ao ICMS.
Como os bens móveis, eles também podem ser classificados como:
Imóveis por natureza: somente o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo;
Imóveis por acessão natural: tudo que se adere naturalmente ao solo, como as árvores, os frutos pendentes, os acessórios etc. Como visto acima, as árvores se destinadas ao corte, serão móveis por antecipação, e, se plantadas em vasos, também serão móveis, pois serão removíveis; 
Imóveis por acessão artificial ou industrial: é a aderência de um bem ao solo por força humana, como as construções e as plantações, que não podem ser retiradas sem destruição, modificação, fratura ou dano ao bem. Tendo em vista o conceito, nele não se abrange as construções provisórias, como as barracas de feira, por exemplo. Nestas hipóteses, não perderá o caráter de imóvel as edificações que separadas do solo não perderem sua unidade, e os materiais separados provisoriamente do prédio que voltarão a integrá-lo futuramente;
Imóveis por determinação legal: são bens que são considerados imóveis por força de lei para dar maior segurança a determinadas relações jurídicas. Eles estão previstos no artigo 80 do Código Civil, dentre os quais podemos citar os direitos reais sobre os bens imóveis e suas respectivas ações e o direito a sucessão aberta (razão pela qual, inclusive, a renúncia da herança deve ser dar por escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis).
- Fungíveis ou Infungíveis:essa classificação possui inúmeras importâncias práticas, como, por exemplo, se um bem é fungível, sobre ele recairá o mútuo, ao passo que, se infungível, sobre ele recairá o comodato. Vejamos as principais características de cada um deles:
Fungíveis: são bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, ou seja, podem ser determinados por peso, número ou medida. O Código Civil os define em seu artigo 85, como sendo "fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade", como dinheiro, ovos etc. Seu empréstimo chama-se mútuo. Em regra, ele somente abrange bens móveis, porém, excepcionalmente podem englobar imóveis. 
Infungíveis: são bens que não podem ser substituídas por outros em virtude de uma característica própria que tenham, que o torne individual, como um quadro, por exemplo. Seu empréstimo chama-se comodato.
A fungibilidade, portanto, é relativa, posto que não resulta apenas da vontade da Lei, podendo, por vezes, resultar da vontade humana. Assim, determinado bem pode ser fungível até que lhe seja atribuída determinada característica específica. Por exemplo, um relógio pode ser um bem fungível, você entrega para uma pessoa e ela pode te devolver outro igual, porém, caso o relógio seja de uma marca ou modelo específico ele não poderá ser substituído, por possuir características próprias que somente nele são encontradas.
A fungibilidade pode existir tanto nas obrigações de dar como nas de fazer. Assim, se um serviço puder ser realizado por qualquer pessoa ele será fungível, como, por exemplo, a lavagem de um carro - não importa quem vá fazer o serviço, o importante é que o carro seja lavado, não importando a pessoa do lavador, posto que esse pode ser substituído a qualquer momento. Porém, se um pintor é contratado para pintar uma tela pelas suas características pessoais como artista, ele não poderá ser substituído por outra pessoa, ainda que este venha a ser um artista melhor do que ele. Isso se dá porque essa obrigação é infungível, também chamada de intuitu personae, ou seja, aquele pintor somente foi contratado em virtude das qualidades pessoais que possui.
- Consumíveis e Inconsumíveis:esta distinção é importante posto que determinados direitos não podem recair sobre bens consumíveis, como, por exemplo, o usufruto (caso recaia sobre ele, será denominado de usufruto impróprio e, ao final, o usufrutuário deverá devolver os bens que ainda existirem além de outros equivalente em gênero, quantidade e qualidade).
Bens Consumíveis: o Código Civil, em seu artigo 86, afirma que "são consumíveis os bens móveis cujo uso importa a destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados a alienação". Assim, bens consumíveis são bens que são destruídos após serem utilizados, como o dinheiro, a comida, o livro para o vendedor etc. Nos bens consumíveis por natureza o seu simples consumo implica em sua destruição. Porém, também será considerada consumível a coisa destinada à alienação, como, por exemplo, um rádio: para o vendedor da loja ele é considerado um bem consumível, tendo em vista que, com a venda, ele se desfará dele, porém, para o comprador, ele será um bem inconsumível, uma vez que, ao adquirir sua propriedade irá usá-lo sem destruí-lo.
Os bens consumíveis podem tornar-se inconsumíveis pela vontade das partes, como uma garrafa de um vinho raro que foi emprestada para uma exposição, por exemplo.
Em relação ao sentido econômico dos bens eles podem ser:
Consumíveis de fato: são os bens natural ou materialmente consumíveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria substância do bem, como uma fruta, por exemplo.
Consumíveis de direito: são os bens destinados a alienação, como o dinheiro, por exemplo.
Não se pode confundir bens consumíveis com bens fungíveis, embora geralmente as coisas fungíveis sejam consumíveis e as infungíveis inconsumíveis. 
Bens inconsumíveis: são bens que não são destruídos pelo seu uso. Eles admitem o uso reiterado sem alteração de sua substância. Ex.: carro, livro para o estudante. Os bens inconsumíveis podem transformar-se em juridicamente consumíveis, como, por exemplo, um livro colocado a venda em uma livraria.
- Divisíveis e Indivisíveis: 
Bens divisíveis: a priori, todos os bens são divisíveis, como, por exemplo, um carro, que pode ser desmontado. Porém, para o Direito Civil, o conceito de divisibilidade está relacionado com a perda ou não da propriedade da coisa, pois, no exemplo acima, se desmontado um carro suas partes não terão mais a mesma utilidade, pois o carro, em si, não terá mais utilidade. Neste sentido, proclama o CC em seu artigo 87, que "bens divisíveis são os que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam". Assim, o bem será divisível quando, ao ser partido, formar partes reais distintas, mantendo sua substância e formando cada qual um todo perfeito. Ex.: água, ouro. 
Bens indivisíveis: são bens que não podem ser fracionados sem que percam suas propriedades, suas características, sua substância. Ao serem partidos deixam de ser o que era, como ocorre, por exemplo, com a divisão de um relógio, de um carro etc.
O CC em seu artigo 88 prescreve que "os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes". Desta forma, considera-se indivisível não só a divisão que acarreta na perda do valor material do bem, mas também a que prejudica consideravelmente seu valor financeiro ao ser fracionada. Podemos concluir, portanto, que a indivisibilidade de um bem pode resultar de três diferentes fontes:
da lei (jurídica): como as servidões; as hipotecas; os imóveis rurais, que não podem ser divididos em frações inferiores a ummódulo regional; os lotes, que não podem ter área inferior a 125 metros quadrados etc;
da vontade das partes (convencional): como as ações, por exemplo. Nesta hipótese o acordo tornará a coisa comum indivisa, por não mais que cinco anos, podendo este prazo ser prorrogado posteriormente. Pode, ainda, ser estabelecida pelo doador ou pelo testador. 
da natureza (física ou natural): são os que não podem fracionar sem alteração da sua substância, diminuição de valor ou prejuízo, como, por exemplo, o carro.
- Singulares e Coletivos:
Singulares: são bens que, embora reunidos, são considerados distintos, isolados uns dos outros. São considerados em sua individualidade, como, por exemplo, um caderno. Podem ser:
Simples: bens formados por partes de uma mesma espécie, homogêneas, como, por exemplo, um animal, uma pedra, um vegetal;
Compostos: bens formados por partes distintas, heterogêneas, como, por exemplo, um automóvel, um edifício, um eletrodoméstico;
Materiais: bens concretos, corpóreos, como, por exemplo, uma cadeira, um avião, uma bicicleta;
Imateriais: bens incorpóreos, abstratos, como, por exemplo, um crédito, uma dívida, um direito.
Coletivos: também chamados de universais ou universalidades, são bens formados por coisas simples que agregados formam um todo. Se considerados conjuntamente esses bens perderão sua autonomia, individualidade. A coletividade será extinta quando as coisas que a formam vão desaparecendo, restando apenas uma delas. Neste sentido, de acordo com o artigo 90 do Código Civil, "constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes a mesma pessoa, tenham destinação unitária". Assim, a universalidade é classificada pela doutrina como:
Universalidade de fato: conjunto de coisas materiais singulares, simples ou compostas, reunidas em coletividade pela vontade da pessoa, tendo distinção comum, ou seja, objetos iguais, da mesma natureza, como, por exemplo, um rebanho, uma bicicleta, uma frota de automóveis.
Universalidade de direito: conjunto de coisas materiais ou imateriais, corpóreas ou incorpóreas que tem caráter coletivo. No entanto, a Lei atribui a essas coisas um caráter unitário, como, por exemplo, um patrimônio, uma herança, a massa falida etc. É formado por um complexo de relações jurídicas com vínculo resultante exclusivamente da lei.
O artigo 1791 do CC estabelece a universalidade do patrimônio e da herança ao prever que "a herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros". Enquanto seu parágrafo único, dispõe que "até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto a propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio".
Não se deve confundir, portanto, coisas compostas com coisas coletivas (universais). Na primeira ocorre a síntese de partes, com a formação de uma coisa inteira, considerada em seu todo, por partes diferentes. Já na segundo ocorre uma reunião, um agrupamento de coisas distintas consideradas em sua individualidade.
b) Bens reciprocamente considerados
- Principais: são os bens que existem sobre si mesmos, abstrata e concretamente, não dependendo de nenhum outro. Ex.: o solo.  
- Acessórios: bens cuja existência supõe a existência de um principal. Ex.: a cláusula penal, que é acessório de obrigação principal; a árvore, que é acessório do solo; a fiança, que é acessória da locação etc. A regra geral é de que o principal é superior ao acessório, razão pela qual este segue o destino daquele (accessorium sequitur suum principale), salvo disposição expressa em sentido contrário. O contrário, porém, não é verdadeiro. O acessório assume a mesma natureza jurídica do principal. Em regra, o proprietário do principal é também do acessório, salvo exceção legal ou convencional. A classe dos acessórios compreende:
Frutos: sãoutilidades que a coisa principal produz periodicamente, cuja colheita não diminui o valor nem a substância da fonte. Eles nascem e renascem periodicamente da coisa. Possuem três requisitos: a periodicidade; inalterabilidade da substância do bem principal; e possibilidade de separação desta. Os frutos podem ser naturais (surgem da força orgânica da própria natureza – maçã); industriais (surgem da força humana – produtos); civis (surgem dos rendimentos produzidos por uma coisa em virtude da utilização por outrem que não o proprietário do bem – aluguel); pendentes (enquanto unidos à coisa que o produziu – maçã no pé ou aluguel não recebido); percebidos ou colhidos (separados da coisa que o produziu – maçã colhida, aluguel recebido); estantes (separados do principal e armazenados para venda – maçã na caixa); percipiendos(deveriam ser colhidos mas não foram – maçã estragada no pé ou direito prescrito); consumidos (não existem mais porque foram consumidos – maçã comida);
Produtos: são as utilidades que a coisa produz, porém não periodicamente, diminuindo-lhe a quantidade e alterando sua substância até que ele se esgote, como, por exemplo, a extração de carvão em uma mina;
Pertenças: são móveis que não constituem parte integrante do bem, porém se destinam, de forma duradoura, ao uso, serviço ou aformoseamento de outro. Por exemplo: um trator de uma fazenda; os bens de decoração de uma residência; etc. O artigo 94 do CC diferencia as pertenças das partes integrantes do bem ao afirmar que "negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso". Pode-se concluir, portanto, que a regra de que o acessório segue o principal não se aplica as pertenças.
Rendimentos: são espécies do gênero frutos, não constituindo uma categoria autônoma. São os frutos civis consistentes em prestações pecuniárias periódicas provenientes do uso da coisa principal, como aluguel, juros etc.
Benfeitorias: são acessórios incorporados ao bem principal pelo homem, visando conservar, melhorar ou embelezar algo. Nos termos do artigo 96 do CC e parágrafos elas podem ser necessárias (visam conservar a coisa, evitar que ela se deteriore, ou permitir sua exploração econômica); útil (visam facilitar ou melhorar o uso do bem – garagem); voluptuária (visam embelezar a coisa sem aumentar sua utilidade – jardim). Referida classificação não é absoluta tendo em vista que, uma mesma benfeitoria pode enquadrar-se em diferentes espécies conforme as circunstâncias. Assim, uma piscina em uma escola de natação será uma benfeitoria necessária; em um colégio será útil; e, em uma residência, será voluptuária. Elas não devem se confundir com acessões, tendo em vista que são feitas sobre bens já existentes. 
Por fim, cumpre afirmar que não constituem bens acessórios a pintura em relação a uma tela; a escultura em relação a uma matéria prima; e um escrito em relação ao material onde é feito, tendo em vista que, nesses casos, o trabalho acessório terá maior valor em relação ao principal. 
c) Bens considerados em relação ao titular do domínio 
- Públicos: nos termos do artigo 98 do CC, são os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, como a União, os Estados ou os Municípios. Segundo sua destinação podem ser:
Bem de uso comum: são os bens de domínio público do próprio Estado que podem ser usados por qualquer um do povo, sem exigência de qualquer formalidade, como, por exemplo, o mar, os rios, as estradas, ruas e praças. Caso o Poder Público regulamente o uso desses bens, eles não perderão seu caráter de uso comum, como ocorre, por exemplo, com a cobrança de pedágio nas rodovias. Ainda, seu uso pode ser restrito ou vedado por questões de ordem pública. Caso não seja vedado o uso, a população poderá livremente ter acesso a eles, porém seu domínio continuará pertencendo a pessoa jurídica de direito público, que terá poder para guarda, administração e fiscalização deles.
Bem de uso especial: assim como os primeiros, também são bens de domínio público do Estado, porém possuem uma destinação especial visando a execução deserviços públicos. Exemplos disso, são os edifícios e terrenos aplicados em serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, utilizados exclusivamente pelo Poder Público.
Tanto os bens de uso comum como os de uso especial são inalienáveis, imprescritíveis, impenhoráveis e impossibilitados de oneração. Porém, a inalienabilidade pode ser relativa se o bem for suscetível de valorização patrimonial, caso em que poderá ocorrer sua desafetação.
Bens dominicais: são os bens de domínio privado do Estado, como, por exemplo, as terras devolutas, as estradas de ferro, as oficinas e fazendas pertencentes ao Estado. Suas normas são próprias e diferentes das aplicáveis aos bens de uso comum e de uso especial. Se destinados a uma finalidade pública específica não poderão ser alienados, caso contrário, poderão ser por qualquer instituto de direito privado ou do direito público. Porém, essa alienabilidade é relativa, podendo ser perdida através da afetação. É um patrimônio federal, estadual ou municipal como objeto de direito real ou pessoal.
Por fim, cumpre ressaltar que, nos termos do artigo 102 do CC, todos bens públicos são insuscetíveis de usucapião. Corroborando este entendimento encontra-se a Súmula 304 do STF.
- Particulares: são os bens que não são de domínio nacional, como a casa de alguém, por exemplo. 
d) Bens considerados quanto a possibilidade de serem ou não negociados
- No comércio: são os bens negociáveis. 
- Fora do comércio (extra commercium): são bens insuscetíveis de apropriação (por sua própria natureza) e legalmente inalienáveis (não passíveis de alienação por disposição legal). São bens naturalmente indisponíveis  (ar, água do mar etc); legalmente indisponíveis (bens de uso comum do povo; bens de uso especial; bens dos incapazes; valores e direitos da personalidade, como a dignidade, liberdade, honra; e órgãos do corpo humano); ou indisponíveis pela vontade humana (bens com cláusula de inalienabilidade - o que implicará na impenhorabilidade e incomunicabilidade dos bens nos termos da Súmula 49 do STF). Assim podem ser:
Insuscetíveis de apropriação: podem ser tanto os bens não econômicos (valores personalíssimos, como vida, honra etc., e as coisas inúteis ou abundantes, como o ar, água), como as coisas da sociedade, de interesse coletivo (gás, água, energia);
Inalienáveis: por lei (bem de família) ou por vontade (testamento, doação).

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