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Os poderes do Direito Administrativo

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA 
CAMILA ABDO LEITE DO AMARAL CALVO
Direito Administrativo
 Os Poderes administrativos
São Paulo 
2016
CAMILA ABDO LEITE DO AMARAL CALVO
R.A:. 2444145553
Curso de Direito
Direito Administrativo
 Os Poderes administrativos
					
Relatório de pesquisa apresentada à Universidade
Anhanguera, como exigência da disciplina Direito Administrativo, orientado pelo professor Doutor Mauro José Fernandes Tavares
São Paulo
2016
 RESUMO
Neste estudo, para fins da presente pesquisa, pretende-se enfatizar o estudo do poder disciplinar, suas formas de manifestação, sua extensão, seus limites, entre outros aspectos relevantes por meio de pesquisa em livros e sites da internet, com o intuito de esclarecer o que são os poderes administrativos, seus conceitos, bem como classificações elaborada por Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, entre outros autores, segundo os quais os poderes administrativos estão divididos em: poder vinculado; poder discricionário; poder de polícia; poder regulamentar; poder hierárquico e poder disciplinar.
ABSTRACT
 In this study, for aims of the present inquiry, it intends to emphasize the study of the disciplinal power, his forms of demonstration, his extension, his limits, between other relevant aspects through inquiry in books and sites of the Internet, with the intention of explaining what there are the administrative powers, his concepts, as well as classifications when it was prepared by Hely Lopes Meirelles and Celso Antônio Bandeira of Mello, between other authors, according to whom the administrative powers are divided in: linked power; discretionary power; police officer power; to be able to regularize; hierarchical power and to be able to discipline.
Palavras-chaves: direto administrativo, os poderes administrativos, considerações do direito administrativo 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO.......................................................................................................6
2 DESENVOLVIMENTO
Classificação...................................................................................................7
2.1.2 	PODER VINCULADO OU REGRADO............................................................8
2.1.3 PODER DISCRICIONÁRIO............................................................................9
2.1.4 PODER HIERARQUICO .............................................................................10
2.1.5 PODER DISCIPLINAR.................................................................................12
2.1.6 PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO.............................................14
2.1.7 PODER DE POLICIA....................................................................................16
2.2 Doutrina........................................................................................................19
2.3 Jurisprudência..............................................................................................21
3 	CONCLUSÃO ...............................................................................................26
4 REFERÊNCIAS ............................................................................................27
�
INTRODUÇÃO
Direito Administrativo é o ramo que trata exclusivamente do Direito vinculado ao Estado e sua função administrativa, como executor de políticas públicas e administrador dos interesses coletivos da sociedade. Os Poderes Administrativos são inerentes à Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções atendendo o interesse público. Os poderes são verdadeiros poderes-deveres, pois a Administração não apenas pode como tem a obrigação de exercê-los. 
A atividade administrativa, vista sob a luz do jurídico, vem tendo constante evolução e sendo aperfeiçoada, tanto pela doutrina como pelas decisões jurisprudenciais, sempre na tentativa de acompanhar o desenvolvimento social e tecnológico vivido pelas sociedades modernas. No Brasil é notável a evolução de princípios e interpretações pela qual passou e passa o Direito Administrativo desde seus primórdios, no ordenamento nacional.
Esse fato se deve a Constituição Federal de 1988 e sua atribuição democrática, mas também à legislação infraconstitucional, levada pela nova visão de constitucionalização do Direito, que determina a maior abrangência dos direitos e garantias fundamentais contidos na Carta, levando o Direito Administrativo a criar mecanismos para enraizá-lo na sociedade.
“Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins desejados do Estado”.
Hely Lopes Meireles ainda menciona o poder administrativo, como sendo uma atribuição à autoridade para remover os interesses particulares que se opõem no interesse público. Nessas situações o poder de agir se converte em dever de agir. Sendo assim, o Direito Público é uma imposição, um dever para o agente que o detém, pois não é admitida a omissão da autoridade diante de situações que exigem sua atuação. Segundo o autor, os poderes administrativos nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem. Dentro dessa diversidade, são classificados, consoante a liberdade da Administração para a prática de seus atos, em poder vinculado e poder discricionário; segundo visem ao ordenamento da Administração ou à punição dos que a ela se vinculam, em poder hierárquico e poder disciplinar; diante de sua finalidade normativa, em poder regulamentar; e, tendo em vista seus objetivos de contenção dos direitos individuais, em poder de polícia.
DESENVOLVIMENTO
2.1.1 CLASSIFICAÇÃO
Grau de liberdade de Administração 
1-) Poder Vinculado
2-) Poder Discricionário
Ordenamento da Administração: Poder Hierárquico
Sancionamento Interno: Poder Disciplinar 
Finalidade normativa: Poder Regulamentar
Contenção dos direitos individuais: Poder de Polícia
	
. 
 
	2.1.2 PODER VINCULADO OU REGRADO
Poder Vinculado, também denominado de regrado, é aquele que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. Nesses atos, a Administração Pública fica inteiramente "presa" aos dispositivos legais, não havendo opções ao administrador: diante de determinados fatos, deve agir de tal forma. Assim, diante de um Poder Vinculado, o particular tem um direito subjetivo de exigir da autoridade à edição de determinado ato. A lei encarrega-se de prescrever, com detalhes, se, quando e como a Administração deve agir, determinando os elementos e requisitos necessários. O agente público fica restrito ao enunciado da lei e suas especificações. Seu descumprimento pode tornar o ato praticado inválido pelo agente. Os requisitos vinculados se dão: 
- Competência – autoridade legal 
- Finalidade – interesse público
- Forma prescrita em lei
Exemplo: A prática de ato (portaria) de aposentadoria de servidor público; a licença para construir. Se o particular atender a todos os requisitos estabelecidos em lei, a Administração Pública é obrigada a dar a licença.
Nos dizeres do mestre Hely Lopes Meirelles o poder vinculado ou regrado é aquele que a lei (DireitoPositivo) confere à Administração Pública para a prática de atos de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. 
Hely Lopes Meirelles considera que, na prática, o agente público fica inteiramente preso ao enunciado da lei, em todas as suas especificações. Assim sendo, a liberdade de ação do administrador é mínima.
Ainda, segundo o autor, se deixar de atender a qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo, por estar desvinculado do seu tipo-padrão e através do Princípio da Legalidade, impõe ao agente público que ele observe fielmente todos os requisitos expressos em lei.
2.1.3 PODER DISCRICIONÁRIO
É a prerrogativa legal conferida à Administração Pública para a prática de determinados atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. Sendo assim, tem-se por discricionariedade a liberdade de ação da Administração Pública dentro dos limites estabelecidos na lei. Tal não se confunde com arbitrariedade, que extrapola os limites fixados pela lei, tornando o ato ilegal, distinguindo-se também do poder vinculado pela maior liberdade de ação que é conferida ao administrador. Se para a prática de um ato vinculado a autoridade pública está adstrita à lei em todos os seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede essa faculdade. Como exemplo do exercício do Poder Discricionário, temos a nomeação para cargo em comissão, ato em que o administrador público possui uma liberdade de escolha, ou seja, pode nomear aquele que for de sua total confiança, não se exigindo nenhuma seleção prévia. O ato administrativo possui cinco elementos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade. Nenhum ato será discricionário em relação a todos os elementos, pois no que se refere à competência, à forma e à finalidade, o ato será sempre vinculado. Já os elementos objeto e motivo podem ser vinculados ou discricionários, dependendo do ato analisado. Assim, a discricionariedade não alcança todos os elementos do ato administrativo, pois em relação à competência, à forma e à finalidade do ato a autoridade está subordinada ao que a lei impõe.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo mencionam que conveniência e oportunidade formam o poder discricionário e esses elementos permitem que o administrador público eleja, entre as várias condutas previstas em lei, a que se traduzir mais propícia para o interesse público.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo defendem que, a doutrina e jurisprudência moderna destacam a tendência de limitação ao poder discricionário da Administração Pública, a fim de possibilitar um maior controle judicial dos atos administrativos. Esse ato visa evitar o indevido uso da discricionaridade administrativa, como forma de proteger atos que se revestem na forma da arbitrariedade e também para proporcionar um controle judicial dos atos praticados.
Segundo os autores, nesse aspecto, assumem relevância os Princípios implícitos e explícitos da Razoabilidade e Proporcionalidade, que são apontados pela doutrina, como as maiores limitações impostas ao Poder Discricionário da Administração.
2.1.4 PODER HIERÁRQUICO
Exerce poder hierárquico, no sentido tradicional do Direito administrativo,
a) um Governador de Estado em relação a um Prefeito de Município daquele Estado.
b) o Presidente da República em relação a um presidente de autarquia federal.
c) o Governador de Estado em relação ao Presidente do Tribunal de Justiça daquele Estado.
d) o Presidente da República em relação ao Presidente do Congresso Nacional.
e) um Prefeito de Município em relação a um Secretário daquele Município.
Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre o servidores do seu quadro de pessoal.
Inexistente no Judiciário e no Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos.
“...o poder hierárquico tem por objetivo ordenar, controlar, e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da Administração, repartindo e escalonando as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada um possa exercer eficientemente seu encargo; coordena, entrosando as funções no sentido de obter o funcionamento harmônico de todos os serviços a cargo do mesmo órgão; controla, velando pelo cumprimento da lei e das instruções e acompanhando a conduta e o rendimento de cada servidor; corrige os erros administrativos, pela ação revisora dos superiores pelos atos dos inferiores. Desse modo, a hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência. Hely Lopes Meirelles”
O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da administração ao repartir e escalonar as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada qual exerça eficientemente o seu cargo, coordena na busca de harmonia entre todos os serviços do mesmo órgão, controla ao fazer cumprir as leis e as ordens e acompanhar o desempenho de cada servidor, corrige os erros administrativos dos seus inferiores, além de agir como meio de responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência.
Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, além de se definir a responsabilidade de cada um.
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores.
Quando a autoridade superior dá uma ordem, ela determina, de maneira específica, os atos a praticar ou a conduta a seguir em caso concreto. Daí é decorrente o dever de obediência.
Já a fiscalizar é o poder de vigiar permanentemente os atos praticados pelos seus subordinados. Tal se dá com o intuito de mantê-los de acordo com os padrões legais regulamentares instituídos para a atividade administrativa.
Delegar é conferir a outrem delegações originalmente competentes ao que delega. No nosso sistema não se admitem delegações entre os diferentes poderes, nem de atos de natureza política.
As delegações devem ser feitas nos casos em que as atribuições objeto das primeiras forem genéricas e não fixadas como privativas de certo executor.
Avocar é trazer para si funções originalmente atribuídas a um subordinado. Nada impede que seja feita, entretanto, deve ser evitada por importar desprestígio ao seu inferior.
Rever os atos dos inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos para mantê-los ou invalidá-los.
“MEIRELLES destaca subordinação de vinculação administrativa. A subordinação é decorrente do poder hierárquico e admite todos os meios de controle do superior sobre o inferior. A vinculação é resultante do poder de supervisão ministerial sobre a entidade vinculada e é exercida nos limites que a lei estabelece, sem retirar a autonomia do ente supervisionado”
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo defendem que a hierarquia caracteriza-se pela existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos e agentes do Executivo. Sendo o Poder Hierárquico que permite à Administração estabelecer tais relações, distribuindo as funções de seus órgãos e agentes conforme o escalonamento hierárquico.
Antônio Cecílio Moreira Pires discorre sobre o Princípio da Hierarquia dizendo que, os órgãos da administração são estruturados de tal forma que existe sempre uma relação de infra-ordenação e subordinação. Essa forma abre precedentes para poderes como o disciplinar.
Hely Lopes Meirelles lembra que dessa conceituação resulta que não há hierarquiano Judiciário e no Legislativo, nas suas funções próprias, pois ela é privativa da função executiva, como elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos.
Márcio Fernando Elias Rosa coloca que do poder hierárquico decorrem algumas prerrogativas como: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever atividades de oragos inferiores.
2.1.5 PODER DISCIPLINAR
Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores, o poder disciplinar é exercido no âmbito dos órgãos e serviços da Administração. É considerado como supremacia especial do Estado.
Correlato com o poder hierárquico, o poder disciplinar não se confunde com o mesmo. No uso do primeiro a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas. Já no uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente controla o desempenho dessas funções e a conduta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura cometidas.
São, respectivamente, exemplos da aplicação do poder disciplinar e do poder de polícia, no âmbito da Administração Pública, a
a) aplicação de penalidade de demissão a servidor e a interdição de estabelecimento por razões sanitárias.
b) delegação de competência e a prisão em flagrante de servidor.
c) avocação de competência e a aplicação de penalidade de multa a servidor.
d) aplicação de penalidade de advertência a servidor e a anulação de ato administrativo.
e) revogação de ato administrativo e a condenação de servidor por improbidade administrativa.
O poder disciplinar também se coloca no plano interno da Administração. É a faculdade de que dispõe a Administração para impor sanção a seus agentes diante de infrações disciplinares, infrações a normas administrativas.
Se a Administração vier a exercer o seu poder disciplinar ela deve respeitar, obviamente, vários princípios administrativos.
Não se pode confundir a idéia de exercício poder disciplinar com a hipótese de exoneração de agente durante o prazo de seu estágio probatório.
O exercício do poder disciplinar traz a perspectiva de imposição de sanção ao agente faltoso, que praticou uma conduta em desacordo com as regras administrativas. 
Quando a Administração reconhece que o agente, durante o estágio probatório, não tem capacidade, não tem aptidão para o exercício das funções, ela deverá EXONERAR o agente.
Contudo, se o agente praticar uma conduta faltosa, uma infração disciplinar, se estará diante do exercício do poder disciplinar, no sentido de imposição de uma penalidade administrativa que pode até chegar à demissão do agente.
“"o poder disciplinar tem sua origem e razão de ser no interesse e na necessidade de aperfeiçoamento progressivo do serviço público.Caetano, Marcelo".
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo dizem que, a doutrina aponta o Poder Disciplinar como que de exercício caracteristicamente discricionário. Um exemplo disso é o art. 128 da Lei n° 8.112/90, mas por outro lado o art. 132 da mesma Lei reduz drasticamente essa discricionaridade ao afirmar que a penalidade de demissão será aplicada nos casos em que ela determinar. Dessa forma, é possível afirmar que existe um grau bastante limitado de discricionaridade no exercício do poder disciplinar.
Hely Lopes Meirelles diz que as penas disciplinares no nosso Direito Administrativo Federal são de seis espécies, enumerando-se nesta ordem crescente de gravidade: 1) advertência; 2) suspensão; 3) demissão; 4) cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 5) destituição em cargo em comissão; 6) destituição de função comissionada (Lei 8.112/90, art. 127). O administrador tem a liberdade de escolher (dentre estas seis) nos limites da sua discricionaridade a punição que entenda satisfazer a necessidade da Administração Pública.
Nos dizeres do autor, a motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a validade da pena. Não sendo possível admitir como legal a punição desacompanhada de justificativa da autoridade que a impõe, pois se destina a evidenciar a conformação da pena com a falta e a permitir que se confiram a todo tempo à realidade e a legitimidade dos atos ou fatos ensejadores da punição administrativa.
2.1.6 PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO
O poder regulamentar pode ser extraído do art. 84, IV, da CRFB88, que estabelece a competência do Presidente da República (chefe do Executivo) para sancionar leis e baixar decretos e regulamentos para sua execução. A idéia do poder regulamentar vem justamente da parte final desse dispositivo – baixar decretos e regulamentos para sua fiel execução.
	As Constituições anteriores não mencionavam a finalidade dos decretos e regulamentos, qual seja, possibilitar a fiel execução das leis.
	Por conta da alteração do texto constitucional, a doutrina, em sua grande parte, passou a entender que os regulamentos e decretos expedidos pelo Chefe do Executivo, após a CRFB88, devem limitar-se a regulamentar leis, deixando de existir, assim, os Regulamentos Autônomos que são aqueles editados sem que haja a necessidade de existência de uma legislação infraconstitucional.
	Essa corrente que entende que no ordenamento jurídico brasileiro só cabe o regulamento executório é a majoritária atualmente e mantém seu entendimento mesmo após a Emenda Constitucional n. 32, que deu nova redação ao inciso VI do art. 84, permitindo a auto-organização do executivo mediante decreto.
	Tais autores, em relação à alteração realizada pela Emenda Constitucional n. 32, sustentam que a possibilidade de o chefe do Executivo de editar decretos para se organizar internamente prevista pela emenda não configura a possibilidade de edição de decreto autônomo, pois, para eles, a alteração do texto constitucional teve por intuito explicitar mais ainda a possibilidade de auto-organização interna, que já era autorizada.
“Os regulamentos autônomos são aqueles com capacidade de projeção de uma restrição, uma obrigação, aos particulares, o que não é possível no ordenamento jurídico brasileiro, não apenas porque é clara a redação do art. 84, IV, mas também porque o art. 5º, II, da CR’88, estabelece de forma expressa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Celso Antônio Bandeira de Mello”
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo defendem que ao Poder Executivo é conferida a prerrogativa de editar atos normativos gerais e abstratos, os quais são definidos pela doutrina como: a) decreto ou regulamento de execução, que costumam ser definidos como regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, editadas em função de uma lei, concernentes à atuação da Administração, possibilitando a fiel execução da lei a que se referem. Os decretos de execução, são atos normativos ditos secundários, pois precisam de lei (ato primário) os regulamente, desta forma, situam-se hierarquicamente abaixo das leis, a qual não podem contrariar, sob pena de serem declarados ilegais; b) decretos autônomos, na visão dos autores através de Carlos Mário da Silva Velloso, alguns sistemas constitucionais conferem ao Poder Executivo a prerrogativa de editar regulamentos como atos primários, diretamente derivados da Constituição. Esses atos seriam classificados como regulamentos autônomos e se dividiriam em externos, que contêm norma dirigidas aos cidadãos e internos, que dizem respeito à organização, competência e funcionamento da Administração Pública. Ainda, outro expoente citado pelos autores é Hely Lopes Meirelles, que defende que o decreto autônomo serve para suprir as lacunas da lei até que o legislador a regule e que este não invada matéria reservada à lei; c) regulamento autorizado, é aquele que complementa disposições da lei em razão de expressa determinação, nela contida, para que o Poder Executivo assim o faça. O próprio Poder Judiciário, têm admitido à utilização do regulamento autorizado quando a lei, estabelecendo as condições, os limites e oscontornos da matéria a ser regulamentada, deixa ao Executivo a fixação de normas técnicas, como regras relativas a registro de operações no mercado de capitais, estabelecimento de modelos de notas fiscais e outros documentos, elaborarão de lista com medicamentos sujeitos à retenção de receita e o modelo de receituário especial, etc.
Odete Medauar entende que, muitas vezes, a própria lei, nos artigos finais, prevê a edição de regulamento. No ordenamento brasileiro entende-se que, em princípio, a ausência de regulamentação impede a eficácia da lei. No entanto, essa orientação não pode prevalecer de maneira absoluta, em especial ante a inércia do Executivo. No caso em que a lei prevê a edição de regulamento, sem fixar prazo, ao Executivo deve-se conceder prazo razoável (40 a 60 dias) antes de caracterizar a omissão ou inércia, após esse prazo, as disposições da lei hão de ser invocadas, caso sua execução não dependa de regulamento; se este for necessário, resta ao titular do direito usar a via judicial. Na hipótese em que a lei fixa prazo e este se encerra sem que o Executivo expeça o regulamento, os preceitos da lei também poderão ser invocados, se prescindirem de regulamento; necessitando deste, resta reclamar o reconhecimento do direito na via jurisdicional.
2.1.7 PODER DE POLICIA
O poder de polícia é a faculdade que a Administração tem de restringir, limitar direitos, como o uso da propriedade. É a restrição da liberdade de atuação do particular, com a finalidade garantir a predominância do interesse público sobre o interesse particular. A razão de ser do poder de polícia é o interesse coletivo – supremacia do interesse público sobre o particular.
Por exemplo, o direito à propriedade não é absoluto, mas sim relativo, porque a propriedade tem que garantir a sua função social. O proprietário não pode usar a propriedade da forma que lhe convier. Devem ser respeitadas as normas que limitam o seu uso.
Todos também têm a liberdade de exercício da profissão, mas há limites a essa liberdade, e a fiscalização fica também a cargo de entidades específicas (OAB, CREA, etc.).
A definição do poder de polícia pode ser extraída do art. 78 do Código Tributário Nacional, na medida em que o exercício do poder de polícia se coloca como fato gerador de um tributo – a taxa.
Art. 78 do CTN: “Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”
O poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração para condicionar ou restringir o exercício de direitos, atividades, aí compreendido o uso de bens, sempre em prol do interesse coletivo.
A razão do poder de polícia é o interesse coletivo. O fundamento está na supremacia do interesse público em detrimento do interesse particular. A Administração pode fazer valer a sua vontade para atender ao interesse público. 
A Administração não pode dispor, renunciar, do poder de polícia, daí porque, na realidade, se está diante de um PODER-DEVER DE POLÍCIA.	
O objeto do poder de polícia é geral. O exercício do poder de polícia pode recair, a princípio, sobre todo e qualquer bem ou direito.
A extensão do poder de polícia é muito ampla, ela não é, a princípio, limitada, porque recai sobre bens, direitos, mas o seu limite está na idéia dos direitos fundamentais. A Constituição consagra os direitos fundamentais e confere à Administração a possibilidade de exercer o poder de polícia de forma a evitar que um particular possa abusar do exercício de seus direitos fundamentais prejudicando terceiros.
O exercício do poder de polícia se dá para garantir que todos os cidadãos exerçam seus direitos fundamentais, sem contudo atingir os direitos de outros.
O poder de polícia nunca poderá ser exercido de forma a excluir um direito fundamental.
A desapropriação não constitui, propriamente, o exercício do poder de polícia. Há uma intervenção no direito de propriedade não com o fundamento do poder de polícia, mas sim porque voltada ao interesse público.
Alguns autores mencionam que a servidão administrativa seria um dos aspectos do poder de polícia (Celso Antônio Bandeira de Mello), contudo essa posição é muito discutível.
Os atributos do Poder de Polícia:
•Autotutela: que é a possibilidade de a Administração de decidir e fazer executar a sua decisão, sem necessidade de ir ao Poder Judiciário. 	Mas isso não quer dizer que as decisões devem ser impostas sem observância do contraditório e ampla defesa. Ao contrário, deve ser garantido o devido processo legal. Contudo, há situações que, em decorrência da urgência e necessidade, pode a Administração fazer valer a sua decisão, possibilitando o pronunciamento do interessado após a prática do ato (ex. retirada de pessoas em encostas de morro).
•Imperatividade/Coercibilidade: representa o poder da Administração de impor suas decisões. A coercibilidade não se confunde com a auto-executoriedade. Ela se faz presente através de mecanismos de sanções, como a multa, que não é auto-executável.
•Discricionariedade: esse atributo é discutível porque alguns autores, como Hely, acham que o exercício do poder de polícia advém de uma faculdade. Outros autores, como Celso Antônio Bandeira de Melo sustentam que o exercício do poder de polícia é vinculado e a Administração tem o poder dever de exercê-lo. Ainda segundo Celso Antônio, qualquer medida restritiva de direitos deve decorrer da lei, daí porque também sob esse aspecto não ser poderia afirmar como atributo do poder de polícia a discricionariedade. Maria Sylvia sustenta uma posição intermediária, afirmando que, em regra, é vinculado, mas nada impede que o legislador confira ao Administração um juízo de valor quanto à graduação da imposição, quanto à escolha dos meios.
Os requisitos de validade dos atos administrativos em geral são a competência, a forma – revestimento externo - finalidade constante na lei que autoriza a prática do ato, que é a finalidade pública latente. Esses três requisitos estarão sempre vinculados ao ato administrativo.
A doutrina costuma visualizar a projeção de dois outros princípios com mais força na esfera do ato administrativo, os quais, entretanto, não obstam a incidência dos outros princípios administrativos: o princípio da razoabilidade e o da legalidade, este último referido por Hely Lopes como sendo a legalidade estrita. 
Essa expressão “legalidade estrita” é utilizada por alguns doutrinadores de forma a tentar mostrar que esses princípios têm uma incidência muito própria, em razão de o Poder de Polícia trazer em si uma restrição, uma limitação, daí porque sua interpretação deve ser feita de forma estrita, mais presa aos conceitos exarados pelos princípios.
A proporcionalidade deve estar presente na medida em que o poder de polícia limita, restringe, o exercício de direito. Essa restrição deve ser feita de forma adequada para atingir o fim almejado, que é o interesse público. É por isso que a razoabilidade ou proporcionalidade – aqui entendidas como sinônimos – é vista com muito rigor dentro do Poder de Polícia. 
A Administração pode limitar ou restringir direitos até onde o interesse público reclamar. Deve haver necessidade na restrição, adequação, e proporcionalidade entre a medida adotada e o fim visado. Essa restriçãodeve ser necessária e adequada, ou seja, que os limites impostos guardem imediata relação com a medida adotada. A intervenção deve ser oportuna, também.
Os instrumentos de Atuação do Poder de Polícia geralmente, a Administração se faz valer do ALVARÁ, que poderá ser de licença ou de autorização. 
O alvará de licença se apresentará quando a Administração conferir algo que tenha um caráter de definitividade. A licença gera um direito àquele que a obtém, para exerce-lo no período nela constante ou de forma permanente. 
Já o alvará de autorização é concedido de forma precária e não gera direitos. 
A autorização é concedida pela Administração para, geralmente, o exercício de determinada atividade, quando há uma exigência mínima para tanto. Outro exemplo é o porte de armas.
A Administração pode, constatando que o exercício imediato de determinada atividade não é capaz de gerar uma conseqüência danosa ao interesse público, autorizar a título precário o exercício de determinada atividade enquanto não cumprida, ainda, eventual exigência estabelecida. Se a lei não vedar, pode a Administrativa autorizar o exercício da atividade por determinado prazo, até cumprida a exigência.
A grande diferença entre licença e autorização está no caráter definitivo ou precário, e de uma conferir direitos e a outra não.
"Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Meirelles”
DOUTRINA
As fontes do Direito Administrativo são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e aperfeiçoamento de toda ciência administrativista, produzindo, aprimorando e até justificando, suas Leis, normas internas e decisões judiciais.
 Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, dentre outras, quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes. A doutrina contende à obviedade: o Direito Administrativo tem base, ou sustentação, em dois princípios basilares, pois sem eles não seria possível apreendê-lo e aplicá-lo, especialmente nos liames entre o Estado e os particulares (relação de administração). Embora sejam deveras conhecidos, nunca é demais citá-los: a supremacia do interesse público sobre o do particular e a indisponibilidade do interesse público.
 Esses “vetores jurídicos” podem ser considerados conceitos lógico-jurídicos, devido à universalidade e apreensão a priori, independentemente do direito positivo – ao menos nos países em que se adota o modelo continental europeu de Direito Administrativo. Entretanto, têm compostura jurídica à medida da própria ordenação, que lhes confere a tonalidade [jurídica].
Por causa desses princípios básicos, a Administração detém prerrogativas [públicas]; mostrando a possibilidade de ela constranger, direta ou indiretamente, o particular, utilizando coação [administrativa]; a qual, no entanto, só pode ser medida extrema (ultima ratio).
Nessa linha, a análise também refere (a) às formas fundamentais da coação, ou seja, como esta se “manifesta”, ou se apresenta, ante os administrados, com menção mais detida às medidas acautelatórias da Administração Pública; bem como (b) à executoriedade do ato administrativo, coação direta “decorrente” de ato [administrativo], medida extrema, efeito da pretensão do Poder Público, nunca atributo ou elemento do ato. 
Nesse sentido, os atos e fatos administrativos visam ao interesse:
“O regime de direito público resulta da caracterização normativa de determinados interesses como pertinentes à sociedade e não aos particulares considerados em sua individuada singularidade. Juridicamente, esta caracterização consiste, no Direito Administrativo, segundo nosso modo de ver, na atribuição de uma disciplina normativa peculiar que, fundamentalmente, se delineia em função da consagração de dois princípios: a) supremacia do interesse público sobre o privado; b) indisponibilidade,
pela Administração, dos interesses públicos. Celso Antônio Bandeira de Mello”
Quando estudiosos do Direito publicam seus estudos, pesquisas ou suas interpretações jurídicas acerca de determinada ponto da Lei, isso quer dizer, que foi publicada uma doutrina acerca daquele tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito acerca de determinada questão jurídica.Desta forma, não se engane, a doutrina, não se presta somente a interpretar a Lei, mas também a todas as outras questões relacionadas ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e sua evolução.
Existe certa divergência jurídica, quanto ao fato da doutrina representar uma fonte do Direito.Para estes autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa em afronta direta ao princípio da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a doutrina constitui uma fonte do Direito, não havendo qualquer empecilho neste sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é constantemente utilizada quando da realização dos julgamentos pelos Tribunais. A doutrina também é fonte secundária e influencia no surgimento de novas leis e na solução de dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a legislação existente, que muitas vezes é falha e de difícil interpretação.
JURISPRUDÊNCIA
 1-) EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E PORCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. REFORMA DE ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO. OBTENÇÃO DE AUTO DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS. MULTA DIÁRIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 2º E 5º, LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 08.10.2014. 1. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, LV, da Lei Maior, nos moldes com que solvida a controvérsia pelas instâncias de origem, bem como observados os limites com que devolvida a matéria à apreciação deste Supremo Tribunal Federal demandaria vedada incursão na legislação infraconstitucional aplicada ao caso (art. 102 da Constituição da República). 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o exame da legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não viola o princípio da separação de Poderes. 3. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 3. Agravo regimental conhecido e não provido.
ARE 905257 AgR / SP - SÃO PAULO 
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Relator(a): Min. ROSA WEBER
Julgamento: 02/02/2016 Órgão Julgador: Primeira Turma
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-034 DIVULG 23-02-2016 PUBLIC 24-02-2016
Parte(s)
AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Ementa 
Decisão
A Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Unânime. Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. 1ª Turma, 2.2.2016.
Indexação
- VIDE EMENTA.
Legislação
LEG-FED CF ANO-1988
 ART-00002 ART-00005 INC-00055 ART-00102
 CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Observação
- Acórdão(s) citado(s):
(PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA)
RE 153781 (2ªT), RE 154158 AgR (2ªT), AI 495880 AgR (1ªT), AI 436911 AgR (1ªT).
(PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES)
AI 739151 AgR (1ªT), ARE 757716 AgR (2ªT).
Número de páginas: 9.
Análise:04/03/2016, MAD. 
2-) EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUÍZES DO TRIBUNAL MARÍTIMO. PEDIDO DE RESTABELECIMENTO DA REPRESENTAÇÃO MENSAL PREVISTA NA LEI N. 8.216/1991. REQUERIMENTO DIRIGIDO AO MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. OMISSÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO DE PETIÇÃO. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: COMPETÊNCIA DO SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS PARA APRECIAR O PEDIDO. TEORIA DA ENCAMPAÇÃO: INAPLICABILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO. COMPETÊNCIA REGULAMENTAR: DESCABIMENTO (ART. 27, INC. XVII, AL. G, DA LEI N. 10.683/2003 C/C ART. 87, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA). QUESTÃO AFETA À IMPLEMENTAÇÃO DE NORMAS EXISTENTES EM MATÉRIA DE PESSOAL CIVIL. MANUTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. RECURSO ORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
(RMS 32004 2ºJULG, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 16/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-039 DIVULG 01-03-2016 PUBLIC 02-03-2016)
3-) EMENTA Ação penal. Inexigência de licitação (art. 89, caput e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93). Desmembramento da ação penal em relação a corréus sem prerrogativa de foro. Descabimento. Alegação de ofensa aos princípios do duplo grau de jurisdição, do juiz natural e da indivisibilidade da ação penal. Invocação de nulidade do processo pelo fato de a imputação se basear em denúncia anônima e em documentos não submetidos previamente ao contraditório e à ampla defesa, bem como pelo fato de ser inepta a denúncia. Preliminares rejeitadas. Contratação direta, por município, de empresa especializada para assessoria e consultoria técnica na área de gestão cadastral e tributária. Singularidade do serviço e notória especialização da contratada configuradas. Juízo de adequação típica negativo. Inexistência, outrossim, de delegação de poder de polícia à contratada. Contratação, ademais, fundada em pareceres favoráveis da Procuradoria e da Controladoria-Geral do Município. Erro de tipo configurado. Ausência de dolo. Ação penal improcedente. 1. Desmembramento da ação penal em relação aos corréus que não detêm foro por prerrogativa de função. Descabimento. Inexistência de ofensa ao duplo grau de jurisdição e ao juiz natural. Precedentes. Hipótese de continência por cumulação subjetiva (art. 77, I, Código de Processo Penal), em que duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração. Condutas que se imbricam indissoluvelmente e devem ser analisadas em conjunto. Providência, ademais, não ordenada no primeiro momento em que o processo aqui aportou. Instrução do feito realizada perante o Supremo Tribunal Federal. Feito pronto para julgamento, cuja cisão, na presente fase processual, prejudicaria a compreensão global dos fatos e poderia levar ao pronunciamento de decisões contraditórias, o que deve ser evitado. 2. Denúncia. Oferecimento contra apenas um dos sócios da empresa contratada. Alegação de ofensa ao art. 48 do Código de Processo Penal, sob o fundamento de que os demais sócios também auferiram proveito. Descabimento. Hipótese em que o denunciado foi o único representante da contratada que assinou o contrato vergastado e que, em tese, comprovadamente concorreu para a consumação da ilegalidade (art. 89, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93). Denúncia contra os demais sócios da empresa pelo só fato de ostentarem essa condição, o que implicaria responsabilidade objetiva, vedada pelo direito penal. Princípio da indivisibilidade da ação penal, ademais, que não se aplica à ação penal pública. Precedentes. 3. Nulidade do processo. Alegação de que a imputação se baseou em denúncia anônima. Descabimento. Persecução penal lastreada em documentos públicos não albergados pelo sigilo, quais sejam, o contrato derivado da inexigibilidade de licitação e o procedimento administrativo do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina em que esse julgou ilegal a contratação direta. Peças de informação extraídas de inquérito civil instaurado pelo Ministério Público. Denúncia anônima, outrossim, que foi objeto de procedimento administrativo preparatório do inquérito civil. Precedentes. 4. Alegação de que os documentos em que se lastreia a denúncia não foram submetidos ao contraditório e à ampla defesa. Descabimento. Peças extraídas de inquérito civil. Inaplicabilidade do princípio do contraditório à fase da investigação preliminar. Regra do art. 155 do Código de Processo Penal, a qual não se aplica ao juízo de admissibilidade da acusação. 5. Denúncia. Inépcia não configurada. Descrição suficiente do fato criminoso e de suas circunstâncias, a ensejar o pleno exercício do direito de defesa. Acusados que, no primeiro grau de jurisdição, apresentaram alentadas respostas à acusação, nos termos do art. 514 e 396 do Código de Processo Penal. Superfetação que, embora desnecessária, ensejou a possibilidade de os réus se defenderem amplamente da imputação. 6. Contratação direta de empresa especializada em assessoria e consultoria técnica na área de gestão cadastral e tributária, visando, dentre outros serviços, à implantação de cadastro técnico multifinalitário. Singularidade do serviço e notória especialização da contratada configuradas. Impossibilidade jurídica de haver competição entre eventuais interessados, o que não é um plus que se agrega às hipóteses dos incisos do art. 25 da Lei nº 8.666/93, e sim a consequência lógica da tipificação de uma dessas hipóteses. Contratada, ademais, que já havia prestado outros serviços de mesma natureza, mas de menor complexidade, à Prefeitura contratante e a outro município de grande porte da região. Empresa que gozava da confiança dos administradores. Juízo de adequação típica negativo. 7. Contratação direta de serviços de assessoria e consultoria técnica na área tributária. Inexistência de delegação de poder de polícia à contratada. Contratação, ademais, precedida de pareceres favoráveis da Procuradoria e da Controladoria-Geral do Município. Dolo ausente. Inexistência de consciência da eventual impossibilidade de delegação. Erro de tipo configurado. 8. Ação penal julgada improcedente.
(AP 560, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 25/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 10-09-2015 PUBLIC 11-09-2015)
Publicação
ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-180 DIVULG 10-09-2015 PUBLIC 11-09-2015
Parte(s)
AUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
RÉU(É)(S) : MARCO ANTÔNIO TEBALDI
ADV.(A/S) : CARLOS ADAUTO VIRMOND VIEIRA E OUTRO(A/S)
RÉU(É)(S) : LUIZ CLÁUDIO GUBERT
RÉU(É)(S) : NELSON CORONA
ADV.(A/S) : MARCELO HARGER E OUTRO(A/S)
RÉU(É)(S) : IVO RONALD BACHMANN JUNIOR
ADV.(A/S) : HIPÓCRATES FERNANDES
4-) EMENTA Mandado de segurança. Ato do CNJ. Reclamação disciplinar. Procedimentos censórios instaurados paralelamente no CNJ e na corte de origem. Sobrestamento do feito em trâmite no conselho. Julgamento pelo tribunal de origem. Incidência do art. 103-b, §4º, V, CF/88. Pretensão revisional do conselho iniciada. Observância do limite temporal. Necessidade. Segurança concedida. Nos autos da ADI nº 4.638/DF, o Supremo Tribunal firmou o entendimento de que o Conselho Nacional de Justiça possui atribuição correicional originária e autônoma, no sentido de que seu exercício não se submete a condicionantes relativas ao desempenho da competência disciplinar pelos tribunais locais. Todavia, a par do poder censório inicial atribuído ao CNJ, tratou, ainda, a EC nº 45/04, de conferir ao Conselho Nacional de Justiça poder revisional (art. 103-B, § 4º, inciso V), que, por essência, se realiza a partir do julgamento disciplinar pelo órgão local, sob limite temporal de um ano, de modo que, uma vez julgada a questão pela corregedoria de origem, a continuidade de eventual apuração em curso no CNJ há de se conformar àquele prazo constitucional. Hipótese em que foi o CNJ cientificado da decisão proferida no procedimento disciplinar local em 7/8/12, tendo, porém, adotado a primeira medida para revisão do julgado apenas em 23/12/13, após, portanto, o decurso do lapso temporal constitucional.Segurança concedida para anular a reclamação disciplinar nº 0002367-41.2011.2.00.0000.
(MS 32724, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 17/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-043 DIVULG 07-03-2016 PUBLIC 08-03-2016)
MS 32724 / DF - DISTRITO FEDERAL 
MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 17/11/2015 Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-043 DIVULG 07-03-2016 PUBLIC 08-03-2016
Parte(s)
IMPTE.(S) : A V DE C
ADV.(A/S) : LAERTE JOSÉ CASTRO SAMPAIO E OUTRO(A/S)
IMPDO.(A/S) : CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão
A Turma, por votação unânime, julgou procedente o Mandado de Segurança, para o arquivamento da Reclamação Disciplinar nº 0002367-41.2011.2.00.0000, restando prejudicado o agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Presente à Sessão o Dr. Laerte
José Castro Sampaio, em favor do impetrante. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. 2ª Turma, 17.11.2015.
Indexação
AGUARDANDO INDEXAÇÃO
Legislação
LEG-FED CF ANO-1988
 ART-0103B PAR-00004 INCLUÍDO PELA EMC-45/2004
 ART-0103B PAR-00004 INC-00003 INCLUÍDO PELA EMC-45/2004
 ART-0103B PAR-00004 INC-00005 INCLUÍDO PELA EMC-45/2004
 CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
LEG-FED EMC-000045 ANO-2004
 EMENDA CONSTITUCIONAL
LEG-FED RES-000135 ANO-2011
 ART-00012 "CAPUT"
 RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ
Observação
- Acórdão(s) citado(s):
(PRAZO, PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, MAGISTRADO)
MS 26540 (2ªT).
- Decisão monocrática citada:
(ATRIBUIÇÃO, AUTÔNOMIA, COMPETÊNCIA, CNJ)
ADI 4638.
Doutrina
BOSSLER, Fábio Luís. Os limites constitucionais de atuação do Conselho Nacional de Justiça. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Direito. Universidade de São Paulo, 2015.
3.CONCLUSÃO
“A Administração Pública, para atender à sua finalidade – que é a satisfação do interesse público -, é dotada de poderes administrativos, conferidos pelo ordenamento jurídico, caracterizando-se como instrumentos para a realização de suas atividades públicas” José Francisco Siqueira Neto.
Os poderes administrativos distinguem-se dos poderes políticos do Estado, haja vista que aqueles são instrumentais, destinam-se à realização das atividades públicas, ao passo que estes são estruturais, isto é, referem-se à estrutura do Estado.
O conjunto dos poderes administrativos é denominado de competência pública, pois confere à Administração Pública a capacidade necessária para a realização dos deveres públicos.
Deve-se enfatizar que, apesar da denominação “poderes administrativos”, estes devem ser entendidos, antes de tudo, como verdadeiros deveres, porquanto os poderes instrumentais são outorgados à Administração Pública para que esta cumpra os deveres impostos para a satisfação do interesse público. Em outros termos, a atribuição dos poderes instrumentais à Administração Pública se justifica em virtude de sua finalidade precípua, a saber, o dever de satisfação do interesse público.
“Embora o vocábulo “poder” dê a impressão de que se trata de faculdade da Administração, na realidade, trata-se de poder-dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em benefício da coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis”. Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Ressalta-se que há muitas divergências no que diz respeito à natureza jurídica dos poderes administrativos. Há autores que entendem que os poderes administrativos possuem a natureza de ato, ao passo que há outros que consideram que tais poderes possuem a natureza de competências. Em razão de tais divergências, na doutrina, encontram-se diversas formas de classificação dos poderes administrativos.
4.REFERÊNCIAS
1.http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=AC%C3%93RD%C3%83O+DIREITO+ADMINISTRATIVO&p=4&c= Acesso em 15/03/2016 ás 15:40horas
2.http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26413192/direito-administrativo/jurisprudencia
https://miguelbarudi.wordpress.com/monografia-graduacao/ Acesso em 20/03/2016 ás 04:10
3.http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito-administrativo/poderes-administrativos Acesso em 18/03/2016 as 22:30 horas
4.http://www.prioricursos.com.br/priori_c_artigo/view/19 Acesso em 17/03/2016 ás 20:00 horas
5.http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=803
http://www.folhape.com.br/blogdosconcursos/?p=23026 Acesso em 20/03/2016 ás 01:40
6.https://www.aprovaconcursos.com.br/noticias/2015/04/22/fontes-do-direito-administrativo/ Acesso em 05/03/2016 ás 16:00 horas
7.https://www.algosobre.com.br/direito-administrativo/fontes-do-direito-administrativo.html Acesso em 10/03/2016 ás 23:00 horas
8.http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26413192/direito-administrativo/jurisprudencia Acesso em 14/03/2016 ás 02:00 horas
9. BRANCATO, Ricardo Teixeira INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E DE DIREITO PRIVADO, São Paulo, Saraiva, 8ª edição, 1993
10. MELLO, Celso Antônio Bandeira ELEMENTOS DE DIREITOS ADMINISTRATIVOS, São Paulo, Revista dos tribunais, 1ª edição, 1980

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