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Direito Internacional Público Conceito: conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas entre os Estados e as demais pessoas internacionais. Sujeito: toda entidade jurídica que goze de direitos e deveres internacionais e que possui capacidade de exercê-los. Correntes: Clássica: sujeito do DIP são apenas os Estados Individualista/ realista: apenas os indivíduos Moderna: o estado, os indivíduos e as organizações internacionais O Estado (principal sujeito), definição: Um agrupamento humano estabelecido permanentemente num território determinado e sob um governo independente. Elementos constitucionais do Estado: População permanente composta de nacionais e não nacionais Governo soberano e independente Território determinado Capacidade de se relacionar com os demais Estados OBS: Alguns doutrinadores questionam a determinação de Território. Pois quase todos os países da América Latina foram reconhecidos internacionalmente, muito embora suas fronteiras na época ainda não eram definidas. Desenvolvimento do DIP: 4 períodos 1º Período - Grécia Antiga: DIP era denominado de “direito das gentes”, que eram eles: direito de arbitragem, direito de asilo político e direito de declarar guerra. - Império Romano: enfraquece o DIP, acaba com as garantias do Direito. - Igreja: recupera com os princípios da igualdade e fraternidade; teve um papel importante na criação e desenvolvimento das instituições do DIP até o final da Idade Média. 2º Período (importante) - descobrimento das Américas: Surgiu a necessidade de conciliar suas mutuas relações e seus direitos divergentes, nascendo, assim, o DIP como “ciência”. - Hugo Grottius (considerado pai do Direito Internacional): através do seu livro Guerra e Paz, publicado em 1625, sistematiza o Direito Internacional como Ciência Jurídica. - guerra dos 30 anos 3º Período - queda de Napoleão - organização política da Europa: Congresso de Viena de 1815, principais ações: fim do tráfico de escravos; liberdade de navegação nos rios; formação da Stª Aliança (Prússia, Rússia e Áustria); emancipação das colônias de Portugal de Espanha. 4º Período - maior crescimento do Direito Internacional - diversas organizações internacionais - leis internacionais 1945 – criação da ONU. 1947 – Criação da CDI (Comissão de Direito Internacional) 1961 – Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas 1963 – Convenção de Viena sobre Relações Consulares 1969 – Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 1985 – Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados e organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais. Período pós II Guerra: guerra fria – O DIP começa a se preocupar com os espaços aéreos e marinhos, firmando-se tratados sobre estes. Em 1972 – A preocupação com o meio-ambiente entra em pauta, com a Confederação das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Desenvolvimento, em Estocolmo, seguida de vários tratados. Em 1992 – Rio 92 – programa minucioso para melhorar o meio-ambiente. Influência dos blocos econômicos: União Européia, NAFTA, Mercosul e outros. Fontes do DIP: Princípios gerais do Direito Normas Internacionais Jurisprudências da Corte Internacional de Justiça Doutrina dos publicistas Unidade II Tipos de Estado Estado simples: única unidade normativa e poder centralizado, ex: França. Estado composto: várias unidades normativas, o poder central é dividido, ex: Brasil e EUA. Pode ter duas formas: coordenação e subordinação. Subordinação: podem ser 4 tipos. Estado Vassalo: gozam de autonomia nos negócios internos, mas quanto aos negócios externos dependem de outro Estado. (2 casos: guerra ou o próprio Estado se entrega a outro por livre vontade), o Estado que exerce a vassalagem é denominado de susserano. Estado Protetorado (essa subordinação se dá por uma lei internacional): por força de um Tratado Internacional de prazo indeterminado, o exercício da soberania externa sabe ao estado protetor. Estado Cliente: confiam a outro Estado alguns de seus negócios ou interesses. Estado Tutelado: determina região sem governo que é entregue a um Estado para ser organizado. Nascimento do Estado: Fusão: Alemanha com muro de Berlim Separação Ocupação: condição Res Nullius (terra de ninguém) Emancipação: Brasil emancipou-se de Portugal Norma Internacional: Vaticano (criado por lei) Extinção do Estado Total: quando perde todos os elementos: território, governo e população. Parcial: quando perde parte do seu território. Unidade III Direitos e Deveres do Estado Direitos Fundamentais: Norma reguladora: Convenção de Montevidéu de 1933 Direito de existência: existir na comunidade internacional Direito de liberdade: exercer sua soberania Direito de defesa e conservação: se defender contra inimigos internos e externos Direito de igualdade (há uma corrente minoritária que afirma que isso é uma utopia): todos os Estados têm os mesmos direitos perante a comunidade internacional Limitação aos Direitos do Estado Limitação à soberania interna: imunidade de jurisdição penal e civil Limitação a propriedade de território: quando o governo pega um empréstimo com algum banco ou Estado estrangeiros, dão como garantia um pedaço de território, ou navios de bandeira do país. Ou no caso de servidão, que é quando o governo concede uma parte de seu território para ser utilizado por um determinado tempo, em troca da quitação de dividas. Limitação do Direito de Defesa: o Estado pode ser atacado e não pode se defender se tiver feito uma declaração a ONU de que não vai entrar em guerra com ninguém, por nenhum motivo. Deveres: Maior dever: não intervenção Atos de intervenção: tentativa ou imposição a uma forma de governo, a um chefe de governo ou na celebração de tratados. Exemplos de intervenção: entrar no espaço aéreo, marítimo ou terrestre sem permissão; ameaçar um estado a fazer uma lei; financiar uma guerra. Intervenções aceitas pela DIP: intervenção diplomática que pode ser: Quando um Estado estiver sofrendo uma intervenção, deve comunicar uma organização internacional, como a ONU.Verbal Escrita Por força (militar) Limitação ao dever de não Intervenção: Por motivos de auto-defesa: se for atacado/invadido Por motivos de guerra civil: outro Estado pode interferir para acabar com a guerra ou minimizar os efeitos. Por questões humanitárias: por exemplo, em casos de terremotos e furacões, outro Estado por intervir para ajudar. OBS: Essas limitações não são aceitas por uma corrente minoritária que sustenta que a organização internacional tem que resolver, e que dentro do Direito não há sustentabilidade para essas intervenções. Unidade IV: Tratados Internacionais Conceito: é um ato jurídico por meio do qual se manifesta um acordo de vontade entre duas ou mais pessoas internacionais (estados e organizações) obs: indivíduos não podem fazer leis internacionais. Norma reguladora: Convenção de Viena de 1969 Norma Complementar: Convenção de Viena de 1986 Terminologia dos Tratados: Tratado: instrumento de veiculação de regras jurídicas Convenção: matéria de maior relevância para a sociedade internacional Pacto: restringe o objeto político do Tratado Acordo: tratados de natureza econômica Carta: constitutivos de organizações internacionais Protocolo: quando o objeto já faz parte de um tratado anterior Declaração: utilizada para estabelecer regra e princípios jurídicos de interesse coletivo Constituição: não mais utilizado Partes que reformam o Tratado Título: indica a matéria tratada Preâmbulo ou exórdio: as partes do Tratado Considerandos: as intenções das partes em relação à celebração do acordo Articulado ou dispositivos (parte principal): sequência de artigos numerados, onde se estabelecem todas as cláusulas de operabilidade do tratado. Fecho: local, data, idioma e nº de exemplares. Assinatura: do representante Selo de lacre: compromisso das partes Classificação dos Tratados Quanto ao número das partes: - Bilateral: 2 partes, geralmente são acordos - Multilateral: maisde 2 partes Quanto à natureza jurídica - tratados contratados ou executivos (acordos internacionais): menos complexos e de prazo determinado. - tratados normativos: complexos e de prazo indeterminado; efeito suspensivo. Condição de validade dos Tratados Capacidade das partes: capacidade/personalidade jurídica Habilitação dos agentes: Os representantes das partes precisam ser habilitados, através da apresentação da “carta dos plenos poderes”. Obs: o Ministro das Relações Exteriores não precisa da carta. Mutuo consentimento: todas as partes tem que concordar Licitude do objeto: ex: não pode fazer uma lei que permite matar Possibilidade jurídica: tem que ser possível sua aplicação Ratificação do Tratado no Brasil É enviado para o Congresso para a aprovação na integra ou com reservas, com a presença do Ministro das Relações Exteriores. Após, é enviado para o Presidente da República para ser ratificado. Depois de sua aprovação, é enviado para publicação no Diário Oficial da União. E por fim, enviado para ser registrado na secretaria da ONU. Obs: Reserva: se o Tratado permitir, pode ser feito reserva de uma obrigação, ou seja, ele não será obrigado a cumprir. Validade Internacional: somente após registro e publicação pela ONU. Cada Estado tem que mandar sua ratificação para a ONU. Congresso Nacional: não tem poder para recusar a Lei, somente o Presidente da República (isso é no ordenamento do Brasil). Emenda 45: quando a Lei é sobre Direitos Humanos tem que ser publicada como emenda, não como decreto. Clausulas de Adesão Classificação: Aberta: quando a lei não estabelece condição Fechada: quando se estabelece uma condição obrigatória Mista: quando tem os dois tipos em uma clausula. Nulidade do Tratado Quando na sua conclusão conflita com uma norma da mesma matéria, cogente (é independente de ratificação) – em outras palavras: quando já existe uma Lei maior que já está em vigor e trata da mesma matéria. Por erro: não pode haver modificações. Por corrupção entre as partes: ex: compra de assinaturas, ou mesmo em algo na elaboração da norma. Por ameaça: um Estado ameaçar o outro a assinar em beneficio próprio. Extinção do Tratado Expiração do prazo do Tratado: validade Acordo mutuo entre as partes: todas as partes renunciam Renuncia unilateral por parte do Estado que é beneficiado: os Estados beneficiários renunciam a Lei Unidade V Agentes e Órgãos encarregados das Relações Internacionais pelos Estados Hierarquia das Representações Chefe de Estado: órgão máximo - está apto a representar seu Estado, fora dele; pode ser diferente de chefe de governo. - Prerrogativas e imunidades: a prerrogativa da inviolabilidade, que cobre a pessoa do chefe de Estado, os seus documentos, os seus veículos, a casa da residência; a imunidade diplomática, que é a imunidade de jurisdição. Os usos e costumes internacionais estendem à família do Chefe de Estado as mesmas prerrogativas e imunidades. Ministro das Relações Exteriores (chanceler) - Função nacional: referendar (assinar) os atos ou decretos assinados pelo Presidente da República e comparecer ao Congresso Nacional, quando a matéria discutida for a aprovação de tratados e o orçamento do Ministro das Relações Exteriores. - Função internacional: manter contato com os governos estrangeiros, negociação e assinatura de tratados internacionais. - Prerrogativas e imunidades: as mesmas do chefe de Estado, mas tem que estar em função de representação. Missões Diplomáticas Norma reguladora: Convenção de Viena de 1961 Funções das missões: proteger no Estado acreditado interesses do Estado acreditante; negociar com o governo do Estado acreditado; representar o Estado acreditante na sua totalidade no Estado acreditado; promover relações amistosas e desenvolver relações econômicas, culturais e cientificas. Prerrogativa: toda a missão diplomática é inviolável Agente diplomático: é todo funcionário de carreira diplomática Documento de identificação: “passaporte diplomático” Documento de habilitação da função diplomática: “credencial” Prerrogativas (enquanto está no cargo): as mesmas do Ministro das Relações Exteriores, porém somente possui isenção de impostos (bens móveis duráveis e semi) diretos, ex: impostos de importação, ICM, IPI. Imunidade de jurisdição civil e penal: as mesmas do Ministro das R. Exteriores, porém tem exceções: Exceção da imunidade penal: renúncia do seu governo (o governo de seu Estado) Exceções da imunidade civil (somente no exercício da sua função): Na qualidade de autor da ação: pode utilizar a Justiça do país em que está em certos casos. Quando renuncia sua imunidade: o próprio agente (renúncia exclusiva para o caso, não tem amplitude) Nas ações (do agente) relativas à bens imóveis adquiridos no Estado acreditado (ex: comprou um AP e a construtora não entregou). Repartições Consulares (quando não existir isso, as missões diplomáticas fazem os dois papéis) Norma reguladora: Convenção de Viena de 1963 Prerrogativa: invioláveis Funções das Repartições consulares: (não representa o Estado na sua totalidade) são funções administrativas, tais como: visto de passaporte, emissão de certidões de casamento/nascimento, fiscalização de embarcações e aeronaves e atendimento as suas tripulações (ex: no caso de doenças). Cônsules quanto à espécie: cônsul, vice-cônsul e agentes consulares. Tipos de cônsules: Missi: é de carreira diplomática e enviado pelo Estado acreditante. Electi ou honorário: não necessita ser de carreira diplomática, basta ser descendente do Estado acreditante. OBS: depende da parte e importância do consulado. Prerrogativas e Imunidades do cônsul: somente em atos de oficio no consulado (exercício da sua função dentro do consulado). Documento de identificação dos agentes consulares (cônsul e vice-cônsul): passaporte diplomático Documento que habilita a função consular: carta patente ou também denominado de carta de provisão. Ato pela qual o Estado declara aceita a Carta Patente: exequatur (Só existe na consular).
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