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DIREITO INTERNACIONAL O direito interno é aplicável às relações jurídicas que não ultrapassem as fronteiras territoriais de um Estado, enquanto o direito externo é aquele que rege as relações jurídicas entre dois ou mais sujeitos de Direito Internacional. Direito Internacional surge para regular e solucionar os conflitos decorrentes das relações jurídicas transnacionais. FUNDAMENTOS E FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO A Paz de Vestfália (1648) a partir dela surge o Direito Internacional. Foi um marco, pois colocou fim à Guerra dos Trinta Anos e reconheceu a soberania dos Estados, a obrigação de não intervenção nos assuntos internos e a igualdade jurídica dos Estados. A soberania dos Estados é a premissa básica do Direito Internacional. Porém, ela não é absoluta, o poder é limitado pela necessidade de respeitar os direitos das pessoas e os direitos dos demais Estados. Os Estados são juridicamente iguais entre si. 1. Conceito do Direito Internacional Público Busca explicar sua obrigatoriedade na sociedade internacional, por meio de duas correntes doutrinárias: voluntarista e objetivista. Para a doutrina voluntarista, a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre da vontade dos Estados; já para a doutrina objetivista, a obrigatoriedade será estabelecida independentemente da vontade do Estado. É o conjunto de regras e princípios que regula as relações internacionais entre os Estados soberanos, organismos internacionais e indivíduos, abrangendo, assim, os sujeitos do Direito Internacional. 1.2 Fontes do Direito Internacional Público As fontes são os instrumentos aptos a produzir normas, subdividem-se em materiais e formais: • Fontes materiais: são os fatos sociais, históricos, políticos e econômicos que deflagram a produção das normas. Assim, as fontes materiais seriam os princípios gerais do Direito. • Fontes formais: são os atos estatais que regulamentam os fatos sociais, ou seja, são os direitos e deveres aceitos por vontade expressa ou tácita pelo poder público. Por exemplo, os tratados. As fontes formais subdividem-se em estatutárias e extraestatutárias: — Fontes estatutárias: são aquelas que constam no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), ou seja, as convenções internacionais, os costumes internacionais, os princípios gerais do Direito, as decisões judiciais, bem como a doutrina: 1 – A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 2 – A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem. Destaca-se que a CIJ é o principal órgão jurisdicional do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), cujo funcionamento é regulado pela Carta das Nações Unidas e pelo Estatuto da CIJ. — Fontes extraestatutárias: são aquelas que não estão previstas no art. 38 do Estatuto da CIJ: atos unilaterais dos Estados, decisões das OIs, jus cogens e soft law. O Estatuto da CIJ, que é parte integrante da Carta das Nações Unidas, foi promulgado pelo Governo brasileiro por meio do Decreto n. 19.841, de 22 de outubro de 1945 1.3 Convenções internacionais Denominada pela doutrina como tratados internacionais, atualmente, é a principal fonte do Direito Internacional por trazer maior segurança jurídica às RI’s. De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional. Regido também pelo próprio, tendo como objetivo tutelar temas de interesse comum. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 foi ratificada, com reserva, isto é, aceita pelo Brasil em 2009, com a aprovação pelo Congresso Nacional. Reserva significa exclusão ou modificação de interpretação de determinadas cláusulas. 1.4 Costumes internacionais O costume possui um elemento objetivo, são atos praticados de forma geral, uniforme e reiterada de uma conduta pelos sujeitos do Direito Internacional; e um elemento subjetivo, caracterizado pela convicção de que a referida prática é juridicamente exigível. Primeiramente, surge uma conduta, que percebe que esse comportamento é necessário para a vida social. Portanto, a prática geral, uniforme e reiterada dessa conduta deve estar acompanhada da convicção de que se trata de uma prática obrigatória. Caso a conduta esteja desacompanhada da convicção de que se trata de um direito, teremos apenas o chamado uso. O costume é uma importante fonte do Direito Internacional, uma vez que a negociação dos tratados pode demandar muito tempo e ainda encontrar resistência dos sujeitos em se comprometerem por escrito com alguma cláusula específica. A respeito da prova do costume, a parte que invoca a norma costumeira deve provar sua existência por meio de atos estatais, declarações unilaterais e pela jurisprudência. A extinção de um costume se dá pelo desuso (desaparecimento da prática); pela substituição por outro costume; e pela substituição por tratado (codificação dos costumes para trazer maior segurança e estabilidade nas RI’s). 1.5 Princípios gerais do Direito O art. 38 do Estatuto da CIJ refere-se aos “princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas”, “nações civilizadas” representa um momento no qual se entendia pela superioridade de alguns povos em relação a outros. São normas gerais e abstratas que representam a base de valores que formam as normas secundárias e, ainda, auxiliam na interpretação das normas, dos tratados e dos costumes. Os princípios gerais do Direito seriam aqueles reconhecidos em diversos ordenamentos jurídicos do mundo. • Princípio do uso ou ameaça de força: renúncia do uso de ameaça ou força nas RI’s no que tange à integridade territorial ou à independência política de um Estado. • Princípio da solução pacífica dos litígios entre Estados: solução pacífica das controvérsias, respeitando a paz e a segurança internacionais. • Princípio da não intervenção nos assuntos internos dos Estados: proibição do uso de qualquer forma de intervenção (política, econômica, social, territorial) em um Estado. • Princípio do dever de cooperação internacional: evitar a discriminação nas relações entre os Estados, a fim de promover a cooperação deles em assuntos de interesses gerais. • Princípio da autodeterminação dos povos: defende a emancipação de países que vivem sob dominação colonial como maneira de promover a paz mundial e a cooperação entre os povos. • Princípio da igualdade soberana dos Estados: direito do Estado de escolher livremente seus sistemas políticos, sociais, econômicos e culturais. • Princípio da boa-fé no cumprimento das obrigações internacionais: as obrigações assumidas livremente pelo Estado devem ser compatíveis com o Direito. • Princípio da proibição propaganda de guerra: proibição de qualquer propaganda em favor da guerra. • Princípio da pacta sunt servanda: o contrato obriga as partes nos limites da lei, proibindo a invocação de normas de Direito Interno para justificar seu inadimplemento. 1.6 Decisões judiciais e doutrina O art. 38 do Estatuto da CIJ estabelece que as decisões judiciárias e a doutrina são meios auxiliares de solução de conflitos. Jurisprudência são as decisões judiciárias que compõem as decisões das cortes e tribunais internos e internacionais quetêm como finalidade evitar decisões conflitantes para garantir estabilidade. Embora as decisões judiciais vinculem apenas as partes controvertidas, os tribunais tendem a recorrer aos precedentes judiciais para solucionar novos conflitos. A doutrina também é fonte auxiliar para a determinação de regras de Direito; Além dos estudos por juristas, considera as manifestações de algumas entidades como Conferências, os grupos de estudos da ONU, as decisões de tribunais internacionais, entre outros. 1.7 Atos unilaterais dos Estados Embora os atos unilaterais não estejam previstos no art. 38 do Estatuto CIJ, são considerados fonte do Direito Internacional. De acordo com o princípio do estoppel, o Estado não pode ter um comportamento contraditório ao compromisso assumido anteriormente. Os tipos de atos unilaterais dos Estados podem ser: autonormativos e heteronormativos. Atos autonormativos são aqueles que geram efeitos jurídicos apenas no Estado que os pratica; já os atos heteronormativos geram efeitos jurídicos em outros Estados. Podemos elencar os seguintes atos unilaterais do Estados: • Silêncio: é a concordância em relação a determinado ato, pois em caso de discordância o Estado deverá se manifestar por meio do protesto. • Protesto: é a manifestação expressa e pública de discordância de determinada situação ou ato. • Notificação: é o ato de um Estado que comunica oficialmente outro sujeito de Direito Internacional de seu posicionamento sobre determinada situação. • Promessa: é o compromisso de um Estado em adotar determinada conduta. • Reconhecimento: é o ato declaratório de admissão ou constatação de determinada situação. • Renúncia: é a desistência de um direito. • Denúncia: é o ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado. • Ruptura das relações diplomáticas: ato que suspende o diálogo oficial com um Estado. • Declaração de persona non grata: Estado torna inaceitável a presença de autoriade estrangeira no território. 1.8 Decisões das OIs São fontes do Direito Internacional. Para que as decisões das OIs sejam vinculantes, será necessário que os Estados se vinculem a determinada decisão, caso contrário, elas serão não vinculantes. 1.9 Jus cogens Conjunto de normas, apresentam valores universais aceitos e reconhecidos pela comunidade internacional. Embora o Estatuto da CIJ não estabeleça expressamente, o jus cogens, por se tratar de norma cogente, possui hierarquia superior às demais normas e vincula os Estados, independentemente da vontade deles. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 refere tais normas com o não poder de ser derrogadas, ou seja, abolidas ou alteradas. Por se tratar de norma imperativa, qualquer tratado que esteja em conflito com ela será considerado nulo. As normas de jus cogens não estão compiladas em um documento, contudo, elas podem ser encontradas em tratados, nos costumes, nos princípios gerais de Direito, na doutrina, nas decisões dos tribunais internacionais, entre outros. As características das normas de jus cogens são: • Inderrogabilidade: não podem ser abolidas ou alteradas pelos Estados, salvo por norma posterior da mesma natureza. • Capacidade de anular os tratados: tratados conflitantes com as normas de jus cogens tornam-se nulos ou extinguem-se, inclusive, se a norma imperativa for superveniente aos tratados. • Superioridade hierárquica: as normas imperativas estão acima das demais normas. • Relativização do voluntarismo: as normas de jus cogens se impõem aos Estados independentemente do consentimento deles. • Validade erga omnes: as normas imperativas são impostas a todos os sujeitos de Direito Internacional, independentemente de aceitação. 1.10 Soft law Também é conhecido como direito maleável e direito plástico. Trata de um programa de ação para os Estados que pressupõe determinadas condutas desejáveis, mas que não são vinculantes e não trazem sanções. As regras são elaboradas aceleradamente do que um tratado e, futuramente, podem ser alteradas para se tornarem obrigatórias. 1.11 Tratados Um acordo de vontades, que estipula direitos e obrigações, celebrado entre dois ou mais sujeitos do Direito Internacional. De modo geral, os tratados possuem a seguinte estrutura: • Preâmbulo: apresenta as partes, os motivos e os objetivos para a celebração do tratado. Não possui efeito vinculante. • Dispositivo: descreve os direitos e as obrigações assumidos pelos sujeitos que celebraram o tratado, possuindo efeito vinculante. • Anexos: possuem caráter técnico, podendo conter tabelas, procedimentos, gráficos, entre outros elementos. Devem apresentar as seguintes condições de validade: • Capacidade das partes: podem celebrar tratados os sujeitos de Direito Internacional: Estados, OIs e a Santa Sé. A Convenção de Viena em seu art. 6º, dispõe que “Todo Estado tem capacidade para concluir tratados”. • Habilitação dos agentes: Representar o sujeito de Direito Internacional será demonstrada com a apresentação dos “plenos poderes”. Contudo, os Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros das Relações Exteriores e os Chefes de missão diplomática serão considerados representantes de seus Estados independentemente da apresentação dos “plenos poderes”, nos termos do art. 7º da Convenção de Viena. • Consentimento mútuo: não pode haver vício de consentimento na celebração dos tratados. — Erro (art. 48): Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o seu consentimento. — Dolo (art. 49): Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de outro Estado negociador, o Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o seu consentimento. — Corrupção de representante de um Estado (art. 50): Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu consentimento. — Coação de representante de um Estado (art. 51): Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que tenha sido obtida pela coação de seu representante, por meio de atos ou ameaças dirigidas contra ele. — Coação de um Estado pela ameaça ou emprego da força (art. 52): É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou o emprego da força. • Objeto lícito e possível: os tratados devem regular objetos lícitos e possíveis, respeitando o jus cogens. Interpretação A boa-fé é a premissa básica de compreensão dos tratados, que devem ser interpretados em um contexto geral e atendendo ao seu objetivo e finalidade, conforme se verifica no art. 31 da Convenção de Viena. Para evitar a interpretação ambígua, podem ser utilizados como meios suplementares de interpretação “os trabalhos preparatórios do tratado e as circunstâncias de sua conclusão”, nos termos do art. 32 da Convenção de Viena. Caso o tratado seja realizado em mais línguas com diferença de sentido nos textos, sem que haja a possibilidade de utilizar as regras gerais ou os meios suplementares de interpretação, cada parte estará vinculada pelo texto de sua língua. Contudo, as partes podem dispor que, em caso de divergência, um dos textos prevalecerá, conforme o art. 33 da Convenção de Viena. Vigência No art. 24 estabelece que um tratado entra em vigor na forma e na data previstas nele, porém, não havendo disposição nesse sentido, o tratado entrará em vigor quando todos os Estados negociadores manifestarem seu consentimento. No período entre a entrada em vigor de um tratado, o Estado é obrigado a não praticar atos que frustrem o objeto, verifica no art. 18. A ratificação é o ato no qual o Estado manifesta seu consentimento em obrigar-se por um tratado. Destaca-se que a ratificação pode ser dispensada desde que prevista no tratado. Posteriormente, ocorre a trocados instrumentos de ratificação entre os Estados contratantes. No caso de tratados multilaterais, os instrumentos de ratificação são depositados junto ao depositário previamente designado. O depositário pode ser um ou mais Estados ou uma organização internacional, cuja função é registrar e publicar o tratado juntos. É possível a ratificação de um tratado com reserva desde que o tratado não a proíba. A Convenção de Viena estipula que os tratados poderão ser alterados com o acordo de todas as partes. O acordo de emenda não vincula os Estados que já são partes, como não vincula os Estados que não fizeram parte. Efeitos Um tratado poderá criar obrigações para terceiros Estados, conforme o art. 35. Somente será possível a revogação ou modificação de obrigação aceita por terceiro Estado se houver o consentimento das partes e do terceiro Estado. Por outro lado, um tratado também pode criar direitos para terceiros Estados, se assim o dispuser e o terceiro Estado consentir (art. 36). No sistema jurídico brasileiro, os tratados e as convenções internacionais incorporados estão hierarquicamente subordinados à Constituição Federal (CF). Suspensão, denúncia e extinção A suspensão de um tratado pode advir: • de suas próprias disposições; ou a qualquer momento, pelo consentimento das partes; • se todas as partes concluírem um tratado posterior sobre o mesmo assunto; • pela sua violação substancial; • pela impossibilidade temporária superveniente de cumprir um tratado quando resultar na destruição de um objeto indispensável ao cumprimento do tratado. A denúncia ou retirada de um tratado se dá pela notificação, com pelo menos doze meses de antecedência, conforme se verifica no art. 56 da Convenção de Viena. 2. Conceito de Direito Internacional Privado Tem como fundamento a aplicação das leis estrangeiras, a internacionalização das atividades humanas que podem acarretar efeitos em mais de um ordenamento jurídico. Para que ocorra a aplicação da norma de Direito Internacional Privado, é necessária a presença do “elemento estrangeiro” ou “elemento de estraneidade”. Assim, regula a escolha sobre qual lei (nacional ou estrangeira) deverá ser aplicada a uma relação jurídica com conexão transnacional (seja bens ou pessoas). 2.1 Fontes de Direito Internacional Privado Também chamado de Direito Indicativo, designa a legislação competente (nacional ou estrangeira) que irá resolver a questão jurídica no caso concreto. Assim, não soluciona a questão jurídica, pois apenas indica qual lei deverá ser aplicada. As fontes de Direito Internacional Privado estão divididas em fontes formais e fontes materiais. • Fontes materiais: são os fatos da vida que motivam a criação das normas jurídicas. • Fontes formais: são normas originárias de cada Estado que reconhecem determinados valores preexistentes em uma sociedade. As fontes formais subdividem-se em: 1. fontes formais internas: Podem ser: • CF: no Brasil, a CF orienta o Direito Internacional Privado por meio dos direitos fundamentais nela previstos. • Leis: são normas escritas do Direito Interno. No Brasil, a maioria das fontes está nas leis infraconstitucionais: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. • Costumes internos: de acordo com o art. 4º da Lindb, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. • Jurisprudência interna: o papel das decisões judiciais é auxiliar o juiz na determinação do Direito a ser aplicado ao caso concreto. 2. fontes formais internacionais. • Tratados internacionais: são as normas escritas que tiveram o consentimento dos Estados contratantes. Também são a principal fonte de Direito Internacional Privado porque prevalecem em relação às leis internas. Portanto, após a ratificação de um tratado, o Estado não pode invocar uma norma interna para descumprir uma regra expressa do tratado. A América Latina inovou na uniformização e codificação do Direito Internacional Privado. Os Tratados de Montevidéu, de 1960, e o Código de Direito Internacional Privado, denominado Código Bustamante, aprovado em 1928, são exemplos de fontes internacionais. • Costumes internacionais: são a prática geral, uniforme e reiterada de uma conduta com a convicção de sua obrigatoriedade. São raros. • Jurisprudência dos tribunais internacionais: são decisões exaradas pelos tribunais internacionais sobre o direito que deverá ser aplicado a uma relação de Direito Internacional Privado. São raros. SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL Os sujeitos do Direito Internacional Público são: Estados, OIs, organizações não governamentais (ONGs), indivíduos, blocos regionais, pessoas jurídicas, a Santa Sé, a Ordem de Malta e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). 1.Estado Estado é a pessoa jurídica de Direito Público Externo, com representação internacional e atuação igualitária em relação aos demais Estados. O Estado é o principal sujeito do Direito Internacional, pois possui capacidade de exercer todos os atos permitidos no Direito Internacional. 1.1. Elementos constitutivos De acordo com a Convenção Interamericana sobre os Direitos e Deveres dos Estados, firmada em Montevidéu, em 1933, o Estado deve possuir os seguintes requisitos: • população permanente (indivíduos nacionais ou estrangeiros que habitam o território); • território determinado; • governo; • capacidade de entrar em relações com os demais Estados. 1.2 Classificação • Estado simples: Internamente possui um poder único e centralizado, e nas relações internacionais é absolutamente soberano. • Estado composto: Internamente não possui um poder centralizado, que pode ser dividido em: Estado composto por coordenação e Estado composto por subordinação. ▫ Estado composto por coordenação: aquele constituído pela união de Estados soberanos ou de unidades estatais que, internamente, possuem autonomia, porém, externamente são representados por um órgão central (por exemplo: Estados federais, confederação de Estados). ▫ Estado composto por subordinação: aquele que não possui total autonomia, confiando a outro Estado o exercício de determinados direitos. O Estado composto por subordinação são os Estados vassalos, os protetorados internacionais, os Estados-clientes, os Estados-satélites e os Estados exíguos – contudo, estes não existem mais. 1.3 Formas de extinção De acordo com a Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Tratados de 1978, significa a substituição de um Estado por outro na responsabilidade das relações internacionais de um território. Estado predecessor significa o Estado que foi substituído; e Estado sucessor significa o Estado que substituiu outro Estado. As formas de extinção de um Estado podem ser: • Absorção completa: ocorre quando um Estado absorve o território de outro Estado. • Desmembramento: ocorre quando um Estado deixa de existir porque seu território foi dividido entre vários Estados. • Fusão: ocorre quando dois Estados efetivamente se unem, dando origem a uma nova personalidade jurídica internacional pública. No caso de parte do território de um Estado passar a integrar o território de outro Estado, os tratados do Estado predecessor deixam de vigorar e passam a vigorar os tratados do Estado sucessor. Em se tratando de desmembramento, o Estado sucessor poderá não se vincular aos tratados celebrados pelo Estado predecessor; e, ocorrendo a fusão, os contratos multilaterais devem ser respeitados. 1.4 Direitos fundamentais • Direito à liberdade: é o direito de cada Estado atuar com soberania em suas relações internas (autonomia) e internacionais (independência). • Direito à igualdade: o Direito Internacional reconhece que todos os Estados são juridicamente iguais entre si (art. 10 da Carta da OEA). • Direito ao respeito mútuo: “todo Estado americano tem o dever de respeitar os direitos dosdemais Estados de acordo com o direito internacional” (art. 11 da Carta da OEA, 1993). • Direito de defesa: o direito de defesa de um Estado não é absoluto, uma vez que não autoriza a prática de atos injustos contra outro Estado (art. 51 da Carta das Nações Unidas 1945). • Direito de jurisdição: um Estado criará normas que serão exercidas em seu território e sobre sua população. • Direito à utilização da coisa comum: as regiões de domínio público internacional podem ser utilizadas nas relações exteriores de acordo com regras consignadas em tratados. • Direito à liberdade do comércio internacional: cada Estado atua com soberania em suas relações internacionais. • Direito à não intervenção: é relativo, a intervenção ocorre quando um Estado mais poderoso interceder nos assuntos internos de outro Estado, geralmente com a justificativa de motivos humanitários (art. 19 da Carta da OEA). 2. OIs Jurídicas de Direito Internacional Público formadas pela reunião de Estados ou de outras OIs. Possuem autonomia, e não soberania, apenas os Estados possuem soberania. O objetivo é legitimar a cooperação em temas de interesse comum da comunidade internacional. 2.1 Requisitos Para que seja considerado uma OI: • mínimo de três Estados com direito de voto; • mínimo de três Estados com contribuição para o orçamento; • estrutura formal (assembleia geral, secretaria e conselhos); • funcionários com diferentes nacionalidades; • independência na escolha dos funcionários; • objetivo internacional. 2.2 Características • não possuem território; • organizações e seus agentes beneficiam-se de imunidades funcionais; • têm o direito de cooperar com outras organizações; • respondem ativa e passivamente pelas consequências advindas de sua participação em atividade internacional; • possuem personalidade internacional independentemente da de seus membros; • não possuem soberania; têm apenas atribuições próprias, limites de competência e funcionais determinados em sua carta constitutiva. 2.3 Classificação • De fins gerais: possuem várias finalidades. Exemplos: ONU e OEA. • De fins especiais: possuem uma finalidade. Exemplos: Conselho da União Europeia (CUE), Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Quanto à estrutura jurídica ou natureza dos poderes exercidos, as OIs podem ser: • Supranacionais: ocorre transferência dos poderes dos Estados para as organizações. Exemplos: União Europeia (UE) e Mercado Comum da União Europeia. • Intergovernamentais: agem mediante votação dos representantes dos Estados que integram a OI. Exemplo: ONU. Quanto ao âmbito de participação, as OIs podem ser: • Universais ou globais: são aquelas têm como objetivo abranger o maior número de Estados da sociedade internacional. Exemplos: ONU, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e FMI. • Regionais: são aquelas que abrangem apenas alguns dos Estados da sociedade internacional, seja por questões geográficas, ideológicas, culturais, entre outras. Exemplos: OEA, Otan e Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quanto aos poderes recebidos, as OIs podem ser de: • Cooperação: constituem a maioria das OIs, atuando de forma coordenada com o intuito de desenvolver as condições econômicas, políticas e sociais de seus membros. Exemplos: ONU e OEA. • Integração: visam a unificação de seus membros a órgãos comuns. A integração pode se dar de diversas formas: união econômica, zona de livre-comércio, mercado comum, entre outras. Exemplo: UE. 2.4 ONU Em 26 de junho de 1945, foi assinada a Carta das Nações Unidas com o intuito de preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra e defender os direitos fundamentais do homem. OI universal que tem seus objetivos: • manter a paz e a segurança internacionais; • desenvolver relações amistosas entre as nações; • conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; • ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns. Contudo, um membro poderá ser expulso se violar persistentemente os princípios da Carta da ONU, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Os principais órgãos da ONU são: uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um Conselho de Tutela, uma CIJ e um Secretariado. A Assembleia Geral será constituída por todos os membros das Nações Unidas, e cada membro terá direito a um voto. Se o membro estiver com suas contribuições atrasadas, não terá direito a voto. O Conselho de Segurança será composto por 15 membros, dos quais 5 membros são permanentes (China, França, Reino Unido, Rússia e EUA). Os membros não permanentes serão eleitos pelo período de 2 anos. O Conselho Econômico e Social será composto por 54 membros das Nações Unidas, eleitos pela Assembleia Geral. Possui como atribuições fazer estudos e recomendações a respeito de “assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos”. O Conselho de Tutela está com suas atividades suspensas, pois não existem mais territórios tutelados. A CIJ é o principal órgão judiciário das Nações Unidas, tendo seu estatuto como anexo à Carta da ONU. Todos os membros das Nações Unidas são parte da CIJ. O Secretariado será composto de um Secretário-Geral indicado pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Os demais funcionários do Secretariado são nomeados pelo Secretário-Geral. O Secretário-Geral participará de todas as reuniões, e fará um relatório anual à Assembleia Geral sobre os trabalhos da Organização. Também poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais. No Brasil, a ONU trabalha para alcançar 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que as pessoas possam desfrutar de paz e de prosperidade. 2.5 UE Em 1958, foi criada a Comunidade Econômica Europeia (CEE), OI REGIONAL, formada por seis países (Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos). Com a evolução da organização, em 1993, a CEE passou a denominar-se UE, que atualmente, é constituída por 27 países europeus. Em 2020, o Reino Unido retirou-se da UE. Formada pelos seguintes órgãos: Parlamento Europeu; Conselho da União Europeia (CUE), Comissão Europeia, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas. O Parlamento possui 705 deputados eleitos pelos cidadãos. Seus principais poderes: legislativo, de supervisão e orçamentário. O CUE é formado por ministros dos governos de cada país da UE. São atribuições do Conselho: celebrar acordos, aprovar legislação, definir a política externa e de segurança, bem como aprovar o orçamento da UE. A Comissão Europeia é o órgão executivo que representa internacionalmente a UE, zela pelo cumprimento de sua legislação, elabora/controla seu orçamento e propõe novas leis. Tribunal de Justiça da UE é composto por 1 juiz de cada país e 11 advogados-gerais, com a função de interpretar a legislação e garantir sua aplicação. 2.6 OEA A OEA foi fundada em 1948 com a assinatura da Carta da OEA, que entrou em vigor em dezembro de 1951. Tem como finalidade conseguir uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência. Os órgãos da OEA são: Assembleia Geral; Conselhos; Comissão Jurídica Interamericana; Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH); Secretaria Geral; Conferências Especializadas e Organismos Especializados (art.53 da Carta). A Assembleia Geral é o órgão supremo da OEA, e cada Estado-membro tem direito a um voto. Os Conselhos da OEA são: O Conselho Permanente, que é composto de um representante de cada Estado-membro e tem como finalidade a manutenção das relações de amizade entre os Estados membros. E o Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral também composto por um representante de cada Estado-membro e possui a finalidade de promover a cooperação entre os Estados americanos. A Secretaria Geral é o órgão central da OEA, de modo que o Secretário-Geral será eleito pela Assembléia Geral para um período de cinco anos e não poderá ser reeleito mais de uma vez, nem poderá suceder-lhe pessoa da mesma nacionalidade. Já as Conferências Especializadas são reuniões intergovernamentais destinadas a tratar de assuntos técnicos especiais ou a desenvolver aspectos específicos. Os Organismos Especializados são intergovernamentais estabelecidos por acordos multilaterais, que tenham determinadas funções em matérias técnicas. 3. ONGs As organizações não governamentais representam uma entidade coletiva nacional regida pelo Direito Interno do país no qual foi constituída. Também conhecidas como sociedades civis, são entidades sem fins lucrativos que ao longo dos anos aumentaram sua relevância no cenário mundial. 4. Indivíduos As pessoas físicas não possuem capacidade de agir internacionalmente, não podendo celebrar tratados, porém o Direito Internacional atribui ao indivíduo normas diretamente aplicáveis, que incluem o direito de petição e, em situação ad hoc, a responsabilidade penal. 5. Outros sujeitos A Santa Sé é reconhecida como sujeito de Direito Internacional, podendo celebrar tratados, muito embora não possua todos os elementos constitutivos de Estado. Possui soberania e território (Estado da Cidade do Vaticano), contudo a população não tem nacionais, sendo formada apenas por estrangeiros. A Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, também conhecida como Ordem de Malta, e o CICV também foram reconhecidas como sujeitos de Direito Internacional. 6. Território Exerce sua soberania dentro dos limites de seu território. 6.1 Modos de aquisição do território Os modos de aquisição do domínio sobre um território por um Estado podem ser: Modos originais, o território adquirido não era de outro Estado, podendo se dar: • Ocupação: ocorre quando o território apropriado não pertence a outro Estado. Caso o território seja habitado, mas não haja organização política para reivindicá-lo. • Acessão: ocorre por meio de acréscimos de território decorrentes de fatos naturais. São espécies de acessão: aluvião (acréscimo lento de formação às margens de um rio); avulsão (desmembramento súbito de porção de terra, causado por forças naturais, que se junta a outras terras); formação de ilhas no mar (pertence ao Estado que possui o domínio territorial no qual a ilha se formou). Modos derivados, ocorre a transmissão de um Estado para outro, podendo ocorrer: • Cessão: ocorre quando um Estado transfere a soberania sobre seu território, ou parte dele, a outro Estado. • Prescrição: caracteriza-se pela posse de um Estado em determinado território, no qual exerce a soberania, de maneira pacífica e ininterrupta, por tempo longo o suficiente para presumir o consentimento. 6.2 Domínio terrestre Abarca o solo e o subsolo até os limites das fronteiras de um Estado, que podem ser estabelecidos de modo artificial ou natural. 6.3 Domínio fluvial Os rios e os cursos d’água, os quais podem ser nacionais ou internacionais. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) de 1990, dispõe regras internacionais e legislação nacional para prevenir, reduzir e controlar a poluição do meio marinho. Com relação à navegação nos rios internacionais em 1866, o Brasil abriu a navegação dos rios Amazonas, Tocantins e São Francisco para os navios mercantis, com o intuito de facilitar as RI’s e desenvolver a navegação, comércio naquela região. Embora um Estado tenha o direito de explorar um rio internacional dentro de seu limite territorial, não é permitida que tal exploração prejudique o Estado vizinho. Nesse sentido, foi aprovado o Princípio 2 da Declaração sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, aprovada na Conferência das Nações Unidas. Um rio será denominado contíguo quando estabelecer o limite territorial entre mais Estados. Tais limites podem ser: • Talvegue: linha de maior profundidade no leito de um rio, o que revela a melhor rota para as embarcações, bem como para a fixação do limite territorial entre os Estados. • Administração em condomínio: a administração do uso do rio será realizada pelos Estados em conjunto. • No meio do rio: será utilizado quando a navegação puder ser realizada por mais de uma rota ou quando não for fácil estabelecer o talvegue. • Em uma das margens do rio: embora seja incomum, ocorre quando o rio for de uso exclusivo de um Estado. Caso um rio internacional mude seu curso de forma natural, o limite territorial também será alterado. 6.4 Domínio marítimo A CNUDM de 1982, codificou o Direito do Mar com o intuito do uso pacífico dos mares e dos oceanos pelos Estados. O domínio territorial: as águas, mares interiores; o mar territorial; a zona contígua; a zona econômica exclusiva (ZEE); e a plataforma continental. • Águas e mares interiores: as águas interiores são aquelas situadas no interior da linha de base do mar territorial. As baías integram as águas interiores do Estado. As águas dos portos são consideradas internas. Os ancoradouros são bacias naturais ou artificiais que possuem saída para o mar e são utilizados para carga, descarga e fundeio de navios. • Mar territorial: uma faixa, a partir da linha de base, até um limite que não ultrapasse 12 milhas marítimas da costa. A soberania estende-se ao espaço aéreo, ao leito e ao subsolo deste mar. A CNUDM de 1982 prevê o direito de passagem em trânsito e o direito de passagem inocente. A passagem em trânsito compreende a liberdade de navegação, sem penetrar nas águas interiores. O direito de passagem inocente também se refere ao trânsito contínuo, desde que não seja prejudicial à paz, ordem ou à segurança do Estado costeiro. O Estado costeiro pode exercer o direito de perseguição, com motivos de que o navio estrangeiro infringiu suas leis. Somente poderá ser exercido por navios de guerra ou por navios do governo. • Zona contígua: não pode estender-se além de 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base. É um espaço adjacente ao mar territorial. • ZEE: possui a extensão de 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base. Para: exploração e aproveitamento; conservação e gestão dos recursos naturais das águas sobrejacentes, do leito do mar e seu subsolo. • Plataforma continental: leito e o subsolo de todo litoral, até 200M de profundidade. 6.5 Domínio aéreo 1944, foi concluída a Convenção de Chicago sobre Aviação Civil Internacional, diz que cada Estado possui soberania sobre o espaço aéreo de seu território. A Convenção de Chicago instituiu a Organização Internacional de Aviação Civil (Oaci) para desenvolver os princípios e a técnica da navegação aérea internacional. 7. Espaços internacionais Não estão sob domínio de um Estado, podendo ser elencados em: alto-mar; fundos oceânicos; Antártida; e espaço sideral. • Alto-mar: partes do mar não incluídas na ZEE. • Fundos oceânicos: Convenção de 1982, diz que os recursos pertencem à humanidade, sendo esta representada pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos. Poderão ser vendidos se estiverem em conformidade com a Convenção. • Antártida: em 1959 o Tratado da Antártida reconhece o interesse da humanidade na Antártica e seu uso pacífico a colaboração na pesquisa científica. • Espaço sideral: o Direito Internacional regulamenta as atividades no espaço. Em 1967,foi assinado o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, o espaço sideral não poderá ser objeto de apropriação nacional. ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL 1. Nacionalidade É o vínculo jurídico-positivo, de Direito Público interno, que liga um indivíduo ao Estado. • Originária ou primária: adquirida no nascimento ou pelo critério sanguíneos não importando o local de nascimento. • Derivada, adquirida ou secundária: Alterar ou incluir dentro dos requisitos. 1.1 Brasileiro nato No Brasil Império, observamos um estímulo à migração. Na Constituição de 1824, havia a previsão de quais seriam os cidadãos brasileiros (nascidos no Brasil e os filhos de país Brasileiros). Atualmente, a nacionalidade brasileira pode ser adquirida no momento do nascimento ou via naturalização. 1.2 Brasileiro naturalizado A naturalização depende da vontade do estrangeiro, contudo sua concessão é um ato discricionário do Estado. Assim, a aquisição da nacionalidade brasileiro pode ser de dois tipos: • Ordinária: estrangeiro originário de países de língua portuguesa, residente no Brasil por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral. Os procedimentos dessa hipótese estão previstos na Lei de Migração. • Extraordinária: estrangeiro de qualquer nacionalidade, residente no Brasil por mais de 15 anos e sem condenação penal. Destaca, a condição jurídica dos portugueses no Brasil. Em 1971, Brasil e Portugal celebraram a Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses. Contudo, foi revogada, e que promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre Brasil e Portugual em 2000, diz que possuem os mesmos direitos e deveres dos nacionais sem implicar a perda da respectiva nacionalidade. Os direitos políticos somente serão reconhecidos aos que tiverem três anos de residência habitual, acarretando a suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade. A Lei de Migração também concedeu proteção ao apátrida, definido como “pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado’’. Aos residentes no Brasil aplicam-se todos os direitos atribuídos aos migrantes. 1.3 Cargos privativos de brasileiros natos • presidente e vice-presidente da República; • presidente da Câmara dos Deputados; • presidente do Senado Federal; • ministro do STF; • carreira diplomática; • oficial das Forças Armadas; • ministro de Estado da Defesa. 1.4 Perda da nacionalidade Apenas ao brasileiro naturalizado. • Por decisão judicial que cancelar a naturalização em decorrência de atividade nociva. • No caso de aquisição de outra nacionalidade. Essa hipótese traz duas exceções: — caso ocorra o reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; — caso seja imposta a naturalização ao brasileiro residente em outro país como condição para a permanência ou o exercício dos direitos civis no território estrangeiro. 2. Novos sujeitos A proteção dos direitos humanos foi reconhecida em diversos tratados, a proteção do indivíduo deixa de ser exclusiva do Estado. 3. Elementos de conexão O Direito Internacional Privado regula o estatuto pessoal, ou seja, um conjunto de atributos referentes a personalidade, nome, capacidade e direitos de família. Pode ser atribuído pelo critério da nacionalidade ou pelo critério do domicílio. No Brasil, o critério atribuidor do estatuto pessoal é o domicílio. Contudo, existem duas exceções à regra do domicílio: A primeira é que se aplica o critério da nacionalidade para a celebração de casamento no exterior, se ambos os cônjuges forem brasileiros. A segunda é que a regra de sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO A nova Lei de Migração (2017) trouxe avanços aoS direitos humanos no Brasil que não eram garantidos pelo Estatuto do Estrangeiro (1980). 1. Direitos e deveres A Constituição Federal estabelece que todos são iguais perante a lei, brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. O estrangeiro necessita de permissão do Estado para entrar e permanecer. O Brasil adota o princípio da reciprocidade na concessão de vistos, se o país exigir, o Brasil irá exigir. O Brasil possui cinco tipos de vistos: • De visita: turismo, negócios, trânsito, atividades artísticas ou desportivas. • Temporário: intuito de estabelecer residência por tempo determinado. Pesquisa, saúde, trabalho, atividade religiosa, serviço voluntário etc. • Diplomático e oficial: a autoridades e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em missão oficial. • De cortesia: concedido a personalidades e autoridades estrangeiras em viagem não oficial ao Brasil, trabalhadores, artistas etc. A Constituição brasileira concede o asilo político ao estrangeiro. Poderá ser diplomático ou territorial. No asilo diplomático, o indivíduo fica protegido dentro do próprio Estado em que é perseguido (por exemplo, Consulado). Com relação ao asilo territorial, o indivíduo é recebido no território nacional. A Declaração Universal dos Direitos do Humanos (DUDH) afirma que a pessoa vítima de perseguição tem direito de procurar asilo em outros países. O instituto do refúgio tem como objetivo a proteção do indivíduo. A perda da condição de refugiado se dará nas seguintes hipóteses: • renúncia; • prova da falsidade dos fundamentos invocados; • o exercício de atividades contrárias à segurança nacional; • a saída do território nacional sem prévia autorização do Governo brasileiro. Em 1950, após a Segunda Guerra Mundial, foi criado o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), órgão subsidiário das Nações Unidas. 2. Expulsão Consiste na retirada de migrante ou visitante do território nacional. Poderá ser expulso: • Todo tipo de crime. A Lei de Migração também prevê certas hipóteses nas quais o estrangeiro não será expulso: • tiver filho/tutela brasileiro que esteja sob sua guarda, dependência econômica ou socioafetiva; • tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, reconhecido judicial; • tiver ingressado no Brasil até os 12 anos de idade, morando até então; • for pessoa com mais de 70 anos que resida no país há mais de 10 anos. O estrangeiro poderá ser preso caso, após ser notificado da expulsão, permanecer no Brasil ou retornar ao país antes da revogação. 3. Extradição Cooperação entre o Estado brasileiro e o Estado requerente. Ocorre a entrega de pessoa condenada ou processada criminalmente. A Constituição Federal determina que nenhum brasileiro será extraditado, e não poderá ser extraditado em razão de crime político ou de opinião. Para que o extraditando seja entregue, o Estado requerente deverá assumir os seguintes compromissos: • não prender ou processar o extraditando por fato anterior ao pedido de extradição; • computar o tempo de prisão cumprido no Brasil em decorrência do pedido de extradição; • converter a pena corporal, perpétua ou de morte em pena restritiva de liberdade, respeitando o limite máximo de trinta anos; • não entregar o extraditando a outro Estado, sem o consentimento do Brasil; • não agravar a pena por motivo político; • garantir os direitos humanos do extraditando. 4. Deportação Deportação é a retirada compulsória de estrangeiro que se encontra em situação irregular no território nacional. Pelo vencimento do visto ou pela prática de conduta vedada (por exemplo, realizar atividade remunerada e possuir um visto de turista). Não requer decisão judicial, antes de ser deportado, o indivíduo será notificado pessoalmente para que saia do Brasil no prazo determinado. Se vencido o prazo, a deportação será executada. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL E JURISDIÇÃO INTERNACIONAL 1. Responsabilidade internacional dos Estados Não há superioridadeentre os Estados. Assim, para solucionar descumprimento de tratados ou normas internacionais, existe um instituto jurídico denominado responsabilidade internacional. • Elementos objetivos: ato ilícito, imputabilidade e dano. • Elemento subjetivo: nexo de causalidade. O ato ilícito é o que afronta ou viola uma norma do DI de caráter imperativo e cogente. A Imputabilidade refere-se à indicação da pessoa ou agente a quem se atribui a responsabilidade. Dano é o resultado gerado pelo ato considerado ilícito. O nexo de causalidade é o elo de conexão entre o fato praticado e o resultado decorrente. Não está presente no âmbito do Direito Internacional a busca pelo ressarcimento subjetivo. 1.1 Características da responsabilidade internacional A responsabilidade internacional tem natureza civil, de caráter patrimonial e moral que não tem natureza penal, ou seja, responsabilidade remuneratória. Para que seja aplicada a responsabilidade internacional, deve ser sujeito de Direito Internacional. Quanto às formas de ressarcimento, o descumprimento gera dois tipos de consequências: • O Estado responsável pelo ilícito praticado é obrigado a cessar sua prática e a não repetir o comportamento ilícito. • Deve o Estado reparar integralmente os danos que causou à outra parte. Além disso, existem teorias doutrinárias que tratam da responsabilidade internacional: • Teoria subjetivista ou da culpa: apresenta aspectos a intenção do agente que pratica o ato ilícito. • Teoria objetivista ou do risco: a responsabilidade prescinde de culpa ou dolo, basta o nexo de causalidade nos termos dos ordenamentos jurídicos nacionais. • Teoria mista: sem grande aceitação doutrinária, há necessidade da prova de culpa na modalidade negligência nos casos de omissão; já nos casos comissivos, deve estar configurado o nexo de causalidade. De acordo com o projeto da ONU sobre responsabilidade internacional, esta poderá ser afastada por: • consentimento do ofendido; • autodefesa ou legítima defesa; • contramedidas; • estado de necessidade; • estado de perigo extremo; • força maior. A doutrina entende que essas excludentes não se aplicam quando há violação de normas que estão acima de todas. 2. Jurisdição É o poder que um Estado tem para interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados. Precisa estar em harmonia com a lei e os direitos. Entende o instituto da jurisdição como um dever de não interferência. Estado deve exercer quando, diante de uma questão/problema, cabe a ele decidir, não sendo possível sua omissão. Contudo, as limitações da jurisdição sofrem autolimitação e heterolimitação. Autolimitação são aquelas limitações estabelecidas pelo próprio sistema: • Atuação de órgãos não jurisdicionais. • Exclusão da jurisdição brasileira em virtude da imunidade diplomática. • Contencioso administrativo. • Compromisso arbitral. • Limites negativos de competência internacional. A heterolimitação refere-se a limites estabelecidos por outros sistemas legais: • Atos de Império: não são de observância, a prática está acobertada pela imunidade de jurisdição e este ato não será julgado por outro Estado. • Atos de gestão: atos praticados pelo Estado como se fosse pessoa privada, e não há necessidade de imunidade. Exemplo: construtoras brasileiras contratadas por outro Estado para construir uma ponte. 3. Competência É o poder de fazer cumprir a jurisdição. O estabelecimento de quem terá o poder/dever de solucionar uma lide apresentada. As regras para fixação da competência estão presentes na CF, no CPC e nos demais ordenamentos jurídicos. 3.1 Limites da jurisdição nacional – juízo competente A jurisdição estará dentro do território nacional, mas é possível que, em alguns casos, o Direito Internacional Público estabeleça exceções. Dadas as relações entre estados, é preciso estabelecer regras para que os Estados respeitem as decisões por órgãos jurisdicionais (juízes) de outros Estados. Para o exercício dessa jurisdição, é preciso entender a chamada jurisdição interna ou nacional e a jurisdição internacional, bem como conhecer a chamada jurisdição exclusiva e concorrente. Existem, porém, questões/lides que tanto podem ser analisadas pelo juízo nacional quanto por um juiz estrangeiro, gerando à decisão efeitos dentro do território nacional. É o caso da jurisdição concorrente. Nesse caso, necessário que antes de produzir efeito no território nacional, sejam submetidas à homologação do STJ. 3.2 Critérios de fixação da competência • da soberania nacional; • da hierarquia; • das partes envolvidas; • do valor da causa; • dos limites territoriais de cada órgão jurisdicional. • Auxílio direto: procedimento de solicitação cooperação internacional não necessariamente decorrente de uma decisão judicial. • Carta rogatória: instituto de cooperação através do qual uma autoridade judiciária solicita a outra autoridade judiciária de outro Estado que execute uma decisão não definitiva. Exemlo: intimação. • Ação de homologação de sentença estrangeira: busca dar efeito executório no território nacional de decisão judicial expedida por órgãos judiciais estrangeiros. 4. Homologação de sentença estrangeira A competência para homologar as sentenças estrangeiras é do STJ, dando efetividade e executoriedade para produzir seus efeitos dentro do território nacional, já que somente após a homologação uma sentença estrangeira terá eficácia. A ação de homologação de sentença estrangeira requer pagamento de custas, deve ser protocolada por advogado e endereçada ao presidente do STJ. Sendo então analisada. Em se tratando de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira, a sentença estrangeira não será homologada. Portanto, a sentença estrangeira apenas terá eficácia no Brasil após sua homologação pelo STJ. 5. Imunidades Imunidade de jurisdição é o privilégio concedido a determinadas pessoas estrangeiras em razão do cargo ou da função que ocupam. Pode ser civil ou criminal no Estado em que a pessoa se encontra. 5.1 Imunidade diplomática A missão diplomática tem como objetivo colaborar para relações entre os Estados acreditante e acreditado, e, ainda, proteger os interesses do Estado acreditante e de seus nacionais. O Estado acreditado não tem o poder soberano sobre os bens ou as pessoas que fazem parte da missão diplomática do país acreditante. A imunidade diplomática envolve todos os membros da missão, mas não membros de outras nacionalidades. • Não podem ser detidos ou presos pelas autoridades locais. • Somente com a autorização do chefe da missão diplomática, as autoridades do Estado acreditado poderão adentrar nos locais da missão diplomática. • Gozam de total isenção de impostos e taxas, com exceção dos impostos indiretos. 5.2 Imunidade consular Os cônsules e os funcionários, gozam de inviolabilidade física e imunidade aos processos civil e penal somente no que se refere aos atos oficiais praticados. 5.3 Imunidade de jurisdição do Estado Somente os atos estatais recebem imunidade. 5.4 Renúncia à imunidade Deverá ser expressa e poderá abranger a imunidade de jurisdição e/ou execução. 5.5 Distinção entre imunidade de jurisdição e de execução A imunidade de execução atinge bens relacionados à missão (diplomática ou consular). Já a imunidade de jurisdição impede que Estados estrangeiros, as organizações submetam-se a um julgamento de outros Estados. Assim, o Estado estrangeiro sendo isento do pagamento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) incidente sobre o imóvel que abriga missão consular no Brasil. Contudo, essa imunidade tributária não alcança as taxas referentes a serviços específicos prestados pelo poder público local. 5.6 Responsabilidade e sanções internacionais A ONU, através da Comissão de Direito Internacional, redigiu dois projetos de tratados cujo objetivo é regular a responsabilidade internacional dos Estados e das OIs, embora possuam apenas caráter doutrinárioe não tenham ainda assumido caráter de tratado oficial. 5.7 Classificação da responsabilidade internacional 1º critério: responsabilidade comissiva ou omissiva • Comissiva: quando o Estado ou a OI pratica uma ação que pode gerar responsabilidade internacional. • Omissiva: quando o Estado ou a OI não pratica atos e sua ausência de ação pode gerar responsabilidade internacional. 2º critério: convencional ou delituosa • Convencional: quando o ato ou a omissão viola uma norma escrita, um tratado ou uma convenção. • Delituosa: quando a ação ou a omissão viola um costume internacional. 3º critério: direta ou principal e indireta ou subsidiária • Direta: quando o ato decorre de uma ação de um dos Poderes do Estado. • Indireta: quando alguém que está sob a proteção do Estado pratica o ato ou a ação. Como já dito, os elementos para que se configure: • Ato ilícito que viole o direito internacional. • Imputabilidade que constitua o nexo entre o ato e o dano. • Dano ou prejuízo material ou imaterial. 5.9 Sanções internacionais São medidas adotadas como forma de punir os países que comprometem a paz mundial e a segurança internacional. Poderão ser unilaterais ou multilaterais, sendo: • Sanções econômicas: restrição de comercialização em setores específicos. • Sanções comerciais: aumento de tarifas e taxas de importação, restrição na importação. • Sanções militares: impedimento de fornecimento de armas etc. • Sanções diplomáticas: restrição das relações diplomáticas, fechamento de embaixadas, limitações de visitas etc. • Sanções desportivas: proibição de participação em eventos esportivos internacionais. • Proibições de importação e exportação de investimentos. Um dos fatores da falta de eficácia das sanções internacionais é que as medidas mais drásticas geralmente atingem diretamente a população, e não o Estado. SISTEMA INTERNACIONAL DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS, TRIBUNAIS INTERNACIONAIS E PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 1. Solução de controvérsias É um instituto jurídico aplicável aos casos em que há um conflito de interesses entre os envolvidos. 1.1 Soluções pacíficas Aqueles adotados pela Carta da ONU, pode ser dividida em soluções pacíficas de caráter jurisdicional e soluções pacíficas de caráter não jurisdicional. Não jurisdicionais: • Sistema de consultas: reuniões acordadas em tratados para os Estados envolvidos discutir temas controvertidos. • Negociação diplomática: Estados diretamente promovem todos os esforços para encontrar uma solução. • Bons ofícios: promover esforços para que os envolvidos encontrem uma solução, a exemplo da negociação diplomática. Porém, aqui ocorre a presença de um terceiro que atua na aproximação. • Mediação: terceiro Estado alheio fica como mediador, conhecendo os fatos que geram o conflito e ajudar na solução, inclusive apresentando propostas de saída pacífica. Diferentemente dos bons ofícios, no qual o terceiro não se envolve no conflito, aqui o terceiro atua intesamente. • Investigação: é procedimento antecipatório dos meios de solução de conflitos. • Conciliação: há a intervenção de terceiros para a solução de conflitos, no entanto será constituída uma comissão (sempre em número ímpar)que apresentarão sua decisão aos Estados em conflito. Tal decisão não é obrigatória. Instrumentos jurisdicionais de solução de controvérsia através dos meios jurisdicionais Possui uma obrigatoriedade de observância, visto que as decisões exaradas devem ser cumpridas pelos envolvidos, sob pena de cometimento de ilícito internacional. Meios coercitivos para a solução de conflitos internacionais • Retorção: Estado pratica os mesmos atos que recebeu ou está recebendo de outro Estado. • Represália: medidas mais duras e arbitrárias aplicadas por um Estado em detrimento de outro em razão de injustiças sofridas pelo Estado. • Embargo: Estado adota medidas contra outro, com o intuito de retaliação e autotutela. Espécie de represália. • Bloqueio: prática que visa impedir que terceiros Estados mantenham relações comerciais. • Boicote: interrupção das relações comerciais de um Estado em relação a outro. Espécie de represália. • Rompimento das relações diplomáticas: ocorre a suspensão das relações diplomáticas entre Estados conflitantes. 1.2 Direito de guerra e neutralidade Como normas internacionais, preveem o que pode ou não ser praticado durante um conflito armado entre Estados. Estipuladas no Direito Internacional Humanitário (DHI), sujeitos às consequências, já que os crimes de guerra são investigados, processados e julgados perante o TPI. 2 Tribunais internacionais O TPI é órgão julgador permanente e independente em relação aos demais Estados. Não julga os crimes praticados pelos Estados, mas certas categorias de crimes praticados por pessoas físicas. Composta por presidência, gabinete do promotor, secretariado e divisões judiciais. A presidência tem mandato de 3 anos e é eleita pelos demais juízes da Corte. Quanto à jurisdição do TPI, não tem atuação irrestrita e somente exercerá sua jurisdição quando: • o acusado for nacional de um Estado-parte do Estatuto de Roma ou de outro país que aceite a jurisdição do TPI; • os crimes tenham ocorrido após 1º de julho de 2002; • a apresentação da informação do crime for apresentada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. 2.1 Cortes internacionais Alguns recebem competência para julgar as pessoas e outros, competência para julgar os Estados. As cortes internacionais são: • Corte Interamericana de Direitos Humanos: pertencente a OEA; • TPI: considerado uma corte de julgamento internacional. • CIJ: principal órgão judiciário das Nações Unidas, 1945. 3. Proteção Internacional dos Direitos Humanos • Sistema Interamericano de proteção dos Direitos Humanos: refere-se a um sistema regional do qual o Brasil faz parte. É composto pelos seguintes órgãos: Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgãos de monitoramento da OEA. • Sistema Africano: a Organização da Unidade Africana (OUA), substituída pela União Africana (UA) em julho de 2002. • Sistema Europeu: o Conselho da Europa (CE) foi fundado em 1949. • Sistema das Nações Unidas: normas de proteção, através do Conselho de Direitos Humanos da ONU, da Revisão Periódica Universal, dos Relatores Especiais e dos Órgãos de Monitoramento. Em 25 de outubro de 1980, foi concluída a Convenção de Haia sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças. Logo, a regra é o retorno da criança ao seu país de origem, contudo, o juiz poderá recusar o retorno nas seguintes hipóteses: • se a pessoa, entidade ou organismo requerente não tinha a guarda da criança; • se a pessoa, entidade ou organismo requerente consentiu ou concordou posteriormente com a transferência ou retenção; • se, no retorno, existir risco grave de a criança ficar sujeita a perigos de ordem física ou psíquica ou em uma situação intolerável. 3.1 Conceito de direitos humanos Estamos falando em garantias de direitos de amplo espectro. 3.2 Origem Foram garantidos com o final da Segunda Guerra Mundial, em meados de 1945. A ONU, em 1948, através da Assembleia Geral, publicou a DUDH. Contudo, seus primeiros sinais na Revolução Americana e na Revolução Francesa. 3.3 Princípios fundantes • Princípio da inviolabilidade da pessoa: não impor sacrifícios a uma pessoa cujos resultados são para outro indivíduo. • Princípio da autonomia da pessoa: a pessoa é livre para escolher as suas condutas. • Princípio da dignidade da pessoa: todos devem ser tratados de acordo com seus atos e atitudes. Atualmente, é possível identificar pelos estudiosos do Direito as seguintes gerações de direitos humanos: • 1ª geração (liberdade): direitos civis e políticos (ex.: direito à vida). • 2ª geração (igualdade): direitos econômicos, sociais e culturais, bem como os direitos coletivos. • 3ª geração (fraternidade): direitoao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade. • 4ª geração (solidariedade): direito à democracia direta, à informação e ao pluralismo, deles dependendo a concretização da sociedade aberta do futuro. • 5ª geração: geração esperança. 3.4 Principais tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil e em pleno vigor • Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; • Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990; • Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 1992; • Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de janeiro de 1992; • Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992; • Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, em 27 de novembro de 1995. 3.5 Status normativo do tratado internacional de direitos humanos dentro do ordenamento jurídico Status de emenda constitucional (EC) O ministro argumenta que os tratados de direitos humanos anteriores fariam parte do chamado bloco de constitucionalidade, ou seja, “a somatória daquilo que se adiciona à Constituição escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados’’. Status de supralegalidade Na prática, a constitucionalidade ou a supranacionalidade dos tratados de direitos humanos deveria fazer pouca diferença, pois qualquer norma de direitos humanos deveria ser interpretada pelo princípio pro homine, ou seja, no sentido mais favorável ao ser humano, sendo vedado qualquer retrocesso social. Status de lei ordinária (LO) Trata-se do posicionamento minoritário. 3.6 Métodos de implementação internacional dos direitos humanos São mecanismos de proteção que podem ser efetivados de duas formas: • Sistema de petições: as reclamações sobre questões de violação de direitos humanos podem ser formuladas individualmente ou por Estados, desde que respeitem as condições. • Sistema de relatórios e investigações: é exercido pelos órgãos de supervisão internacional, com a finalidade de informar a observância dos tratados ratificados. Os órgãos de supervisão, elaboram os relatórios que servem de base para a escolha de medidas a serem tomadas contra os Estados que não observam os direitos humanos. PRINCÍPIOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL E CONTRATOS INTERNACIONAIS 1.OMC: origem, objetivos e princípios básicos 1.1 Origem do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt/OMC) Após a Primeira Guerra Mundial e o período da Grande Depressão dos anos de 1930, as tarifas protecionistas dos Estados eram as principais barreiras ao livre-comércio. Em 1944, no final da Segunda Guerra Mundial, a Conferência de Bretton Woods, que definiu uma nova ordem econômica, com o intuito de evitar o isolamento, e instituiu o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). No anos de 1947, veio o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – Gatt). O Gatt surge como um acordo temporário, constituindo um foro de negociações que regulava as tarifas do comércio internacional cujos objetivos eram incentivar o livre-comércio. A rodada Uruguai (1986-1993) foi a oitava e última e resultou na criação da OMC, em 1995, com a assinatura da Ata Final de Marraqueche, realizada em 1994. A OMC possui anexos do Gatt. É uma OI que possui a seguinte estrutura: • Conferência Ministerial: é o principal órgão da OMC, composto por representantes de todos os membros. • Conselho Geral: composto por representantes de todos os membros, é um órgão de negociações. • Secretaria: é chefiada pelo Diretor-Geral, que indicará os demais integrantes da Secretaria. • Órgão de Solução de Controvérsias (OSC): composto por representantes de todos os membros. O procedimento possui etapas: Consulta, Painel, Apelação e Implementação. Quando um membro se sentir prejudicado pela prática comercial de outro membro, aquele poderá solicitar uma consulta ao OSC. Caso não haja acordo, o membro solicitante poderá requerer o Painel. O Órgão de Apelação é um órgão permanente do OSC que analisa as questões de direito e interpretações das decisões proferidas durante os painéis. Caso o relatório final seja aprovado pelo OSC, instaura-se a etapa da implementação na qual o membro que praticou conduta em desacordo com as obrigações assumidas internacionalmente deverá comunicar sua intenção de cumprir ou não a decisão. 1.2 Objetivos da OMC São: elevar os níveis de vida e o emprego, aumentar a produção, respeitando o meio ambiente e promovendo um desenvolvimento sustentável, auxiliar os países em desenvolvimento e celebrar acordos, na base da reciprocidade, redução das tarifas aduaneiras e barreiras comerciais. 1.3 Princípios básicos Os princípios são fontes do Direito Internacional. A OMC adotou os seguintes princípios do Gatt: não discriminação, proteção transparente e base estável, concorrência leal, proibição de restrições quantitativas, e tratamento especial e diferencial aos países em desenvolvimento. Princípio da não discriminação Com relação ao princípio da nação mais favorecida, um país-membro deverá estender aos demais membros da OMC qualquer vantagem ao produto de um país, proibindo o tratamento discriminatório. O princípio da não discriminação não é absoluto, admitindo exceções em relação aos acordos preferenciais de comércio celebrado entre determinados países (UE, Mercosul, Associação Latino-Americana de Integração, Aliança do Pacífico, entre outros). O princípio do tratamento nacional estabelece que um país-membro deverá conceder o mesmo tratamento aos produtos nacionais e importados, evitando que o produto importado seja marginalizado em relação ao nacional. Princípio da proteção transparente Tarifas de alfândega, taxas, deverão ser publicadas para permitir ciência delas. As leis, os regulamentos e as decisões administrativas e judiciárias também deverão ser publicados. Princípio da concorrência leal Coibir o dumping e os subsídios. Visam impedir que um país insira seus produtos em outros mercados internacionais por um valor abaixo praticado, e pela prática do país de conceder fundos, incentivos fiscais ou qualquer forma de proteção de renda, preços que resultem na elevação das exportações de um produto nacional em detrimento do produto estrangeiro. Princípio da proibição de restrições quantitativas A tarifa é o único meio de proteção admitido. Assim, as restrições quantitativas ocorrerão quando um país limitar, a importação de um produto no território nacional ou a exportação de um produto nacional. Princípio do tratamento especial e diferencial aos países em desenvolvimento O objetivo é de elevar o nível geral de vida das populações. Os tratamentos especiais previstos no art. XVIII do Gatt de 1994 são: • a modificação ou a retirada de uma concessão tarifária; • a regulamentação do nível geral de suas importações, limitando o volume ou o valor das mercadorias, que não deverá ultrapassar o necessário para aumentar suas reservas monetárias. • o auxílio ao país, após a indicação de medida se propõe a promover a criação de ramo de produção para elevar o nível de vida da população; • a instituição de medidas que isentarão de obrigações. CONTRATOS INTERNACIONAIS 1. Conceito São acordos de vontades bilaterais ou plurilaterais geradores de direitos e obrigações entre as partes. Para que se caracterize como contrato internacional, deve possuir um elemento de estraneidade que o liga a mais de um ordenamento jurídico. 2 Formação e execução O Direito Internacional Privado regula a relação jurídica cujo objeto contenha elementos de estraneidade e vínculos a mais de um ordenamento jurídico. 3. Elementos de conexão nos contratos internacionais O primeiro elemento de conexão é a capacidade das partes. Em relação ao exame da capacidadeda pessoa jurídica, este deverá ser realizado com base na legislação do país em que foi constituída. Além do critério do domicílio, existem os critérios da nacionalidade e da territorialidade. O segundo elemento de conexão, é o local de constituição do ato que definirá a escolha da lei aplicável. Contudo, não sendo possível determiná-lo, será considerado o lugar em que residir o proponente. 4. Conflito de leis A Lindb não estabelece a permissão ou a proibição para a autonomia da vontade, deixando sua permissão à lei do contrato. Entretanto, a legislação brasileira impõe limites ao princípio de autonomia, os contratos realizados no estrangeiro não serão eficazes no território nacional se ofenderem o nacional. 5. Autonomia da vontade das partes Existem três espécies de normas aplicáveis aos contratos: imperativas; facultativas e supletivas. As normas imperativas limitam a autonomia da vontade. Os contratos de trabalho e de consumo são exemplos de normas imperativas. As normas facultativas admitem que os contratantes definam quais deverão ser aplicadas ao contrato. As normas supletivas somente serão aplicadas se os particulares não se manifestarem ou se manifestarem de forma nula. O sistema jurídico brasileiro regula que as normas que serão aplicadas ao contrato serão aquelas do local de sua constituição. 6. Estrutura dos contratos internacionais Planejamento, instrumentos pré-contratuais (carta-convite), acordo de confidencialidade, denominação do contrato, qualificação das partes intervenientes, preâmbulo, cláusula de definições, cláusula de interpretação (em razão das diferentes culturas e línguas entre as partes envolvidas), objeto contratual, obrigação das partes, cláusula de pagamentos, tributos, cláusulas declaratórias e disposições gerais (adiantamentos, não renúncia, notificações, cessão, títulos, lei e foro de competência para solução dos conflitos). 7. Tipos de contratos internacionais • Contrato de franchising (franquia): o franqueador permite, um franqueado a usar, gozar e fluir de marcas e outros objetos de propriedade intelectual, associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva/não exclusiva de produtos ou serviços, bem como ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador. Em contrapartida, caberá ao franqueado a remuneração direta ou indireta. Não se trata de relação de consumo, e não há vínculo empregatício na relação. • Contrato de factoring: A prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria diversos. Acontece quando um empresário (faturizado) cede a outro (factor ou faturizador) os créditos, em sua totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros. • Contrato de leasing: o arrendamento mercantil, ou leasing financeiro ou tradicional, é um tipo de contrato no qual uma pessoa jurídica ou natural, com a intenção de utilizar determinado, consegue que uma instituição financeira o adquira, arrendando-o ao interessado por tempo determinado. • Comfort letters: é a garantia que uma sociedade-mâe, através da emissão de uma ‘carta’, garante ao credor de sua controlada (sociedade-filha/garantido), o pagamento do débito desta última. O pagamento poderá ser variáveis. • Contratos de joint venture: e é um termo utilizado na área econômica que define a cooperação econômica entre duas ou mais empresas. Há dois tipos de joint ventures: Contratual: não há a formação de uma nova empresa. Societária: ocorre o nascimento de uma nova empresa com personalidade jurídica própria. Há também duas espécies de joint venture: Nacional: formada por sócios de mesma nacionalidade. Internacional: é aquela na qual os co-venturers são de nacionalidades diferentes. Formas: — Corporated joint ventures: - Sociedades de capital com vínculo fiduciário entre os sócios. - Forma de sociedade limitada com estrutura associativa, não societária. - Possibilidade de investimentos em grandes escalas. — Contractual joint ventures: - Flexíveis de acordo com as necessidades dos parceiros; podem criar um único meio de trabalho ou diversos simultâneos. - Apresentam facilidade de alteração de suas disposições, considerando o momento negocial das partes envolvidas. - Ocorre operacionalidade das transações. Características principais das joint venture: — Vínculo originário contratual. — Direito independente dos participantes quanto à gestão conjunta. — Natureza associativa. • Contratos de catering: Promover serviços alimentares em lugares remotos ou de difícil alcance. Contrato de agência: uma pessoa assume, sem vínculos de dependência, a obrigação de promover a conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios. • Contrato de know-how: é um contrato “atípico”, protegido por mecanismos indiretos, como a Lei de Propriedade Industrial, nos casos de ocorrência de concorrência desleal. Não encontra amparo legislativo brasileiro, mas no Direito Internacional estará presente sempre que houver estraneidade. • Contrato de venda de bem de capital: garantia pelo bem que está sendo vendido, garante ao vendedor a possibilidade de recuperar o bem no caso de não pagamento. • Contratos de vendas de mercadorias: produzem obrigações recíprocas entre as partes envolvidas, devendo uma parte ser responsável pelo dever de entrega do bem com a transferência do domínio, e a outra, o dever de pagamento do preço avençado. 8. Cláusulas essenciais • Cláusulas gerais: são cláusulas amplas e sem especificidades. • Cláusula de retenção de título: estabelece em qual momento ocorrerá a transferência definitiva do bem/direito após o completo pagamento dos valores acordados. • Cláusula de escala de preço: prevista nos casos de oscilação comercial em relação aos custos da operação, mão de obra, matéria-prima, frete, entre outros. • Cláusula sobre juros: a taxa Libor permite, nos casos de atraso nos pagamentos, o dever de indenizar através de percentual fixado em indicadores internacionais previamente estabelecidos. • Cláusula de force majeure: estabelece recomendações da câmara comercial. As partes decidem sobre interferências de eventos extraordinários (força maior) na relação contratual, causando suspensão, execução parcial ou rescisão do contrato. • Cláusula de escolha de lei aplicável (direito material): define qual lei será aplicável, a de convenção internacional ou a do Direito doméstico de uma das partes. • Cláusula arbitral: possui grande importância, pois permite a criação da chamada cláusula “cheia” de arbitragem. • Cláusula de forma de pagamento: há várias formas: Crédito documentário, Transferência bancária direta, Remessa direta de documentos, Carta de crédito, Pagamentos parcelados, com prazo e forma de contagem imprescindíveis. • Cláusula do prazo de entrega e recebimento: estabelece os prazos para comprador e vendedor e, ainda, norteia se o contrato pode se considerar não cumprido. • Cláusula da escolha de língua do contrato: evita mal-entendidos por equívocos de tradução e fixa a língua padrão. • Cláusula de rescisão: possibilita o desfazimento do vínculo contratual/unilateral sem ônus para as partes. • Cláusula de confidencialidade: protege informações técnicas, operações etc. • Cláusula de hardship ou cláusula de readaptação: permite uma renegociação/revisão das condições anteriormente pactuadas em razão de dificuldades econômicas. • Cláusula penal e de garantias: possibilita a indenização para parte do contrato e garante o pagamento por seguro. • Cláusula de comunicação válida: define a forma padrão de discussão dos termos do contrato (e-mail, fax, telegrama, assinatura digital, chaves de assinaturas) e permite alterações rápidas. • Incoterms (2000): são termos internacionais de comércio utilizados nas transações de compra e venda de mercadorias no comércio internacional. — EXW (wx works): o vendedor cumpre com sua obrigação de entregar
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