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Controle Químico I

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ENTOMOLOGIA FLORESTAL/ 2011 pg. 25 
4.7. MÉTODOS DE CONTROLE QUÍMICO 
 
Os inseticidas são substâncias químicas, que causam a morte dos insetos 
de forma direta e indireta, quando utilizados nas concentrações indicadas. O termo 
inseticida, também, pode ser utilizado para substâncias que atuem como repelentes ou 
atraentes de insetos. 
O uso de substâncias químicas para combater insetos já foi mencionado 
nas escritas dos gregos, romanos e chineses. Mas, a partir da revolução industrial 
ocorrida no século passado é que ocorreu o grande impulso para o seu emprego em larga 
escala. Atualmente, evidencia-se a grande corrida em produzir novos produtos cada vez 
mais eficazes, menos poluidores do ambiente, menos tóxico ao homem e aos animais e 
que não promova o surgimento da resistência dos insetos. 
A literatura apresenta diferentes terminologias sendo as mais usuais 
discutidas a seguir: 
a) Praguicidas: “é aquilo que mata pragas”, portanto poder ser empregado 
para produtos que combatam insetos, ácaros, carrapatos, moluscos, ratos etc. O uso de 
tal termo é inadequado, pois os produtos empregados eliminam pragas e animais 
benéficos e não somente as pragas como proposto pelo termo. 
b) Defensivo: é qualquer substância química empregada para combater 
pragas e doenças das plantas, plantas daninhas, insetos e ácaros nocivos aos animais 
domésticos e também pragas de grãos armazenados (de origem vegetal ou animal). O 
sentido dessa terminologia é o de defesa da planta ou animal, no entanto, essas 
substâncias também causam malefícios ao ambiente, tornando-se questionável a idéia de 
defesa. Sob outro aspecto, o uso é feito pelo homem e, portanto, a ação é de ataque. O 
termo traz sentido ambíguo. 
c) Pesticida: palavra que se originou do inglês “pesticide”, significando 
literalmente “que mata a peste”, porém peste na língua portuguesa significa “qualquer 
doença epidêmica grave de grande mobilidade e mortalidade”. Ficando explícito que o 
significado tende mais para doença do que para pragas, tornando-se totalmente 
inadequado o uso desse anglicismo. 
d) Agrotóxico: termo que expressa um sentido mais amplo, ou seja, 
substância tóxica que combate pragas e doenças. Essa terminologia é bastante 
empregada abrangendo todos os produtos tóxicos aplicados em agroecossistemas. 
e) Agroquímico: compostos químicos ou misturas destinadas à aplicação 
no campo visando aumentar a produção das culturas, tais como, inseticidas, fungicidas, 
fitohormônios etc. Sinônimo de agrotóxico, porém sem levar o sentido de substância 
utilizada seja de natureza tóxica. 
 
 
4.7.1. CLASSIFICAÇÃO DOS INSETICIDAS 
 
Os inseticidas podem ser classificados sob diferentes maneiras, no entanto 
nenhuma delas é perfeita. De forma geral, os inseticidas seguem as classificações 
discutidas a seguir. 
 
 
 
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4.7.1.1. DE ACORDO COM A FINALIDADE DO INSETICIDA (PRAGA A SER MORTA) 
 
Trata-se de uma classificação prática, porém muito resumida e cheia de 
falhas. Como exemplo tem-se as designações cupinicida, sauvicida e formicida, 
aparentemente produtos com funções diferentes. Todavia, um mesmo inseticida poderá 
assumir mais de uma função ao mesmo tempo, evidenciando-se assim a falha dessa 
classificação. 
De acordo com a praga a ser morta podem ser encontradas as seguintes 
designações: adulticida, aficida, baraticida, bernicida, cupinicida, flebotomicida, 
formicida, gafanhoticida, lagarticida, larvicida, mosquicida, ovicida, piolhicida, pulguicida, 
sauvicida, triatomicida etc. 
 
4.7.1.2. DE ACORDO COM O MODO DE ATUAÇÃO SOBRE O INSETO 
 
O inseticida pode atuar sobre o inseto através do contato, ingestão e 
fumigação. Um mesmo inseticida pode reunir as três propriedades concomitantemente. 
A ação de contato dá-se através do tegumento, ou seja, a substância 
química penetra no tegumento do inseto indo atingir o sistema nervoso, levando-o à 
morte. As partes mais atingidas do tegumento são os tarsômeros, região esternal do tórax 
e abdome e as membranas intersegmentais (contato direto). O contato pode ser direto, 
quando durante a aplicação, o produto atinge o inseto diretamente ou indireto, quando é 
depositado sobre o substrato vindo o inseto, posteriormente, a entrar em contato com a 
superfície tratada. 
A ação de ingestão dá-se através da alimentação de uma planta tratada. 
Dessa forma, a ação tóxica passa a agir no trato digestivo do inseto e posteriormente 
atingindo o sistema nervoso. 
A ação de fumigação dá-se através dos espiráculos respiratórios, ou seja, o 
inseticida em sua forma gasosa penetra no sistema respiratório atingindo a parte interna 
dos insetos. 
Os diferentes modos de atuação dos inseticidas nos insetos podem ser 
classificados como no esquema abaixo. 
 
 
 
 Arsenicais verde-paris, arsênico branco, arseniato de alumínio, arseniato de cálcio, arseniato 
de chumbo etc. 
 
 INGESTÃO Fluorados criolita, fluoreto de sódio, fluossilicato de bário etc. 
 
 Orgânico-sintéticos aldrim, BHC, DDT, diazinom, malatiom, paratiom etc. 
 
 Miscelânea tártaro emético, carbonato de bário, sulfato de tálio etc. 
INSETICIDAS Origem vegetal nicotina, piretrinas, rotenonas etc. 
 
 CONTATO Orgânico-sintéticos aldrim, DDT etc. (vide acima) 
 Óleos e sabões 
 Inorgânicos calda sulfo-cálcica 
 
 MICROBIANO formulações com Bacillus thuringiensis 
 
 FUMIGANTES bissulfeto de carbono, brometo de metila, gás cianídrico, nicotina, etc 
 
 REPELENTE naftalina, carbolíneo, piretróides etc. 
 
 ATRAENTES geraniol, gossyplure (Feromônio sexual) 
 
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Uma classificação mais recente feita por Matsumura (1985) baseou-se no 
modo de ação dos inseticidas e classificando os inseticidas em: 
 
Físicos  Óleo mineral 
 
Protoplasmáticos  Metais pesados 
 
Inibidores metabólicos  Inibidores de oxidases de funções múltiplas, da síntese de 
quitina, do metabolismo de carboidratos e aminoácidos 
 
Neurotóxicos  Inibidores da acetilcolinesterase, produtos que interferem 
na permeabilidade de íons e produtos que interferem nos 
receptores nervosos 
 
Agonistas de hormônios  Metoprene 
 
Estomacais  Bacillus thuringiensis 
 
NEUROTÓXICOS: atuam na transmissão sináptica como inibidores da enzima 
acetilcolinesterase fazendo parte deste grupo os inseticidas clorofosforados, fosforados e 
carbamatos. Os agonistas1 da acetilcolina como a nicotina, neocotinóiedes e spinosinas 
promovem a excitação do sistema nervoso. Os agonistas do GABA2 aumentam a 
permeabilidade da membrana da célula nervosa para o íon Cl-, desencadeando um 
bloqueio na transmissão do estímulo nervoso, imobilização e paralisia do inseto. Há 
também os antagonistas3 da acetilcolina como o Cartap e do GABA como os ciclodienos 
(endosulfan/Thiodan) e fenil-pirazóis (fipronil/Regent). Nessa classificação tem-se 
também agonistas da octopamina (neurotransmissor excitatório) como as formamidinas 
(Amitraz). 
Nesse grupo tem-se os inseticidas que agem na transmissão axônica como os piretróides 
e o DDT (moduladores da canais de sódio) que permitem as unidades dos sítios de 
ligação dos canais de Na permanecerem abertas por mais tempo e consequentemente 
aumentando o influxo de Na levando o inseto a uma hiperexcitabilidade. Os piretróides 
agem nos canais abertos de Na e o DDT age tanto nos canais abertos como nos fechados. 
As oxadiazinas agem como bloqueadores dos canais de sódio, diminuindo ou suprimindo 
a fase ascendente do potencial de ação. Ex. Indoxicarb. 
INIBIDORES METABÓLICOS: 
a)Inibidoresda síntese de quitina: benzoilfeniluréias. Ex.: Diflubenzuron (Dimilin), 
triflumjuron (Alsystin) etc. 
b) Juvenóides (agonistas do hormônio juvenile): neste caso o nível de hormônio da ecdise 
que declina muito no último instar permanece elevado e o inseto mantem características 
de inseto jovem não passando para a fase de pupa (holometábola) ou adulta 
(hemimetábola). Ex.: metoprene (Kabat), fenoxicarb etc. 
 
1
 Agonista:compostos que simulam a ação de um composto. 
2
 GABA (gama aminobutírico): nos insetos a junção neuro-muscular não é colinérgica como nos mamíferos, ela funciona com um 
neurotransmissor l-glutamato (excitador) e o ácido -aminobutírico(GABA) (inibidor), a essa junção dá-se o nome de glutaminérgica. 
3
 Antagonista: compostos que agem de modo contrário à ação de um composto. 
 
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c)Antijuvenóides (antagonistas do hormônio juvenil): também conhecidos por 
precocenos. Neste caso ocorre danos ao corpo alado (glândula) responsável pela secreção 
do hormônio juvenil, formando um composto altamente teratogênico com o 
metabolismo dos precocenos e não tendo aplicação prática. Os insetos passam para o 
estádio subseqüente de desenvolvimento de forma precoce. 
c) Agonistas de ecdisteróides: provocam a aceleração no processo da ecdise. EX.: 
tebufenozide (Mimic) e metoxifenozide (Intrepid). 
d) Inibidores da respiração celular: nesse grupo encontram-se os inibidores de transporte 
de elétrons (Rotenona que provoca a redução dos batimentos cardíacos e do consumo de 
oxigênio), inibidores da síntese do ATP (inibem a fosforilação oxidativa e não há formação 
de ATP), Inibidores de ATPase (processo não plenamente conhecido, mas parece interferir 
na respiração celular). 
OUTROS: paralisação da glândula salivar de afídeos (fagodeterrentes), bloqueando a 
alimentação. EX.: Pimetrozine; ação fagodeterrente e hormonal. Ex.: Azadirachtina (Nim); 
endotoxinas que desintegram as células epiteliais do mesêntero. Ex.: Bacillus 
thuringiensis (BT). 
 
4.7.1.3. DE ACORDO COM O MODO DE ATUAÇÃO NA PLANTA 
 
De acordo com essa classificação tem-se os inseticidas com ação de 
contato, penetração (profundidade ou translaminar), sistêmico e protetora (preventiva). 
A ação de contato é quando o inseticida permanece sobre o tecido vegetal 
não chegando a atingir as estruturas internas. 
A ação de profundidade ou translaminar é quando o produto penetra nos 
tecidos da planta, atingindo o inseto alojado no interior ou na parte oposta do local, onde 
se efetuou a aplicação. 
A ação sistêmica é caracterizada pela absorção do inseticida na planta 
(qualquer órgão), passando posteriormente a circular na seiva, normalmente deslocando-
se no sentido ascendente (raiz-folhas), descendente (copa-raiz) e em todos os sentidos. 
Essa propriedade apresenta a vantagem de ter uma ação menos devastadora sobre os 
parasitóides e predadores das pragas, ocorrendo uma certa seletividade, pois somente os 
insetos que venham se alimentar do vegetal ficarão intoxicados. 
A ação protetora é quando o produto se distribui sobre a planta ou sobre o 
solo, impedindo a instalação ou o desenvolvimento do organismo indesejável. 
 
4.7.1.4. DE ACORDO COM A ORIGEM 
 
Esta classificação fundamenta-se na composição química do inseticida, 
conforme esquema na página seguinte. 
 
4.7.2. PROPRIEDADES DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE INSETICIDAS 
 
4.7.2.1. INSETICIDAS INORGÂNICOS 
 
Produtos químicos largamente empregados no passado. Devido a sua ação 
de ingestão são denominados de “inseticidas estomacais”, sendo essa propriedade uma 
grande vantagem, pois os insetos predadores e parasitóides não são afetados em larga 
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escala, tornando-se bastante interessante para o controle integrado. Em contrapartida, 
apresentam como sérias desvantagens à acumulação nos tecidos orgânicos, estabilidade 
e longa persistência no ambiente, devido a sua constituição que é feita à base de metais 
pesados. 
 
 Arsenicais verde-paris, arsênico branco, arseniato de alumínio, arseniato de cálcio, arseniato de chumbo etc. 
 
 INORGÂNICOS Fluorados criolita, fluoreto de sódio, fluossilicato de bário etc. 
 
 Miscelânea tártaro emético, carbonato de bário, sulfato de tálio, calda sulfo-cálcica etc. 
 
 Origem animal óleos animais 
 O 
 R Origem petrolífera óleos minerais 
 G 
 Â Origem vegetal óleos vegetais, nicotina, piretrinas, rotenona, anabasina etc. 
 N 
 I 
C 
Clorados aldrim, BHC, canfeno clorado, clordane, DDT, DDD, dieldrim, heptacloro, lindane, metoxicloro etc. 
 O 
 S Clorofosforados triclorfom, clortiom, diclorvós etc. 
I 
N Clorofosforado sist. Fosfamidom 
S S 
E I Fosforados paratiom metil, azinfos etil, malatiom, diazinom, fenitrotiom, fentoato etc. 
T N 
IC T 
É 
Fosforados sistêmicos dimetoato, ometoato, forate, tiometom, formotiom, monocrotofós, disulfotom etc. 
I ORGÂNICOS T 
D I Carbamatos carbaril, dimetilam, mecarbam, metomil, cartap etc. 
A C 
S O Carbamatos sistêmicos Aldicarb, carbofuram, tiofanoz etc. 
 S 
 Piretróides aletrim, permetrim, resmetrim, fenovarelate, bioaletrim etc. 
 
 Dinitro compostos DNOC, DNOCHP, DNOSHP etc. 
 Origem microbiana Bacillus thuringiensis 
 BIOLÓGICOS 
 Origem virulífera Baculovirus anticarsia Continua... 
 
 
... Continuação 
 Juvenóides diflubenzurom, triflurom, hidropene, methoprene, juvabiona e cyromazina 
 ORGÂNICOS 
 FISIÓLÓGICOS Antihormônio abamectim 
 
 Feromônio gossyplure e gandlure 
 
 ORGÂNICOS OU 
INORGÂNICOS 
MISCELÂNEA COM EXCLUSIVA AÇÃO 
FUMIGANTE 
tiocianatos orgânicos, brometo de metila fosfina, cloropicrina, bissulfeto de carbono etc. 
 
4.7.2.2. INSETICIDAS ORGANO-SINTÉTICOS 
 
A) Clorados: são hidrocarbonetos saturados ou não, que além do átomo de 
cloro pode apresentar átomos de outros elementos químicos em sua composição 
molecular, tais como oxigênio, enxofre etc. 
Os clorados apresentam certas propriedades comuns ao grupo, tais como: 
 Os clorados, salvo algumas exceções, são menos tóxicos do que os 
demais grupos de organo-sintéticos (clorofosforados, fosforados e 
carbamatos). O mais tóxico é o Endrim e o menos tóxico é o Metoxicloro 
sendo, também, bastante tóxicos o Aldrim, Dieldrim, Canfecloro, 
Heptacloro etc.; 
 Acumulam-se no tecido adiposo do homem e dos animais. Acredita-se 
que entre os clorados o DDT é o possuidor de maior poder acumulativo 
e o endossulfam o menor. Sendo, entretanto, eliminados por animais 
em lactação e por aves nas posturas; 
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 Possuem ação residual longa, persistindo no ambiente por um período 
de tempo maior do que os demais grupos. Como regra geral, os clorados 
permanecem atuando eficazmente durante 30 dias; 
 Não apresentam ação de choque, ou seja, a paralisação ou morte 
imediata dos insetos; 
 Não apresentam ação de penetração ou profundidade nas plantas. A 
sua ação é de contato; 
 Não dão sinais de advertência em caso de intoxicação humana; 
 Não combatem cochonilhas; 
 Não combatem ácaros havendo, no entanto, duas exceções: o 
Endossulfã e o Endrim; 
 Não combatem afídeos, porém havendo diversas exceções: Endrim, 
Dieldrim, Endossulfã, BHC e Lindane; 
 São poucos absorvidos através da pele, exceto os ciclodienos: Aldrim, 
Endrim, Dieldrim etc.) 
 Não têm ação sistêmica. 
 
B) Clorofosforados: os clorofosforados e os fosforados são na grande 
maioria ésteres do ácidofosfórico e fosfônico ou de outros ácidos derivados destes, tais 
como tionofosfórico, tiolofosfórico, ditiofosfórico, tionofosfônico e ditiofosfônico. 
Os clorofosforados apresentam as seguintes propriedades: 
 Geralmente não combatem cochonilhas, ácaros, pulgões, besouros e 
gafanhotos; 
 Apresentam poder residual médio; 
 Todos são um pouco fumigantes; 
 Geralmente são menos tóxicos do que os fosforados; 
 Analogamente aos fosforados, não se acumulam no tecido adiposo e 
são inibidores da colinesterase. 
 
C) Fosforados: os fosforados são divididos em sistêmicos e não sistêmicos. 
Esse grupo apresenta as seguintes propriedades: 
 São absorvidos através da pele; 
 Possuem ação de contato, ingestão, fumigação e profundidade (no 
vegetal); 
 Alguns têm ação sistêmica, isto é, sofrem translocação de uma parte da 
planta para outra; 
 Geralmente são bem tóxicos, porém havendo os menos perigosos. Nos 
mamíferos são inibidores da colinesterase, enzima vital e quando inibida 
em grau elevado provoca a morte; 
 São eliminados nas fezes e urina. 
 
D) Carbamatos: os carbamatos são ésteres dos ácidos N-metilcarbâmico e 
N,N-dimetilcarbâmico, sendo os ésteres resultantes denominados de N-metilcarbamatos 
e N,N-dimetilcarbamatos. 
Os carbamatos apresentam as seguintes características: 
 São inibidores da colinesterase; 
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 Apresentam ação de contato, ingestão e fumigação, sendo a última 
praticamente desprezível; 
 Alguns têm ação sistêmica; 
 Não se acumulam nos tecidos gordurosos; 
 Ocorrem carbamatos com toxicidade muito alta e muito baixa (grupo 
heterogêneo); 
 Alguns apresentam ação seletiva, isto é, o dimetilam, por exemplo, tem 
a sua atuação restrita sobre a mosca doméstica como inseticida de 
ingestão. 
 
E) Piretróides Sintéticos: os componentes tóxicos do piretro são 
denominados de piretróides, sendo conhecidos os seguintes piretróides: piretrinas I e II e 
cinerinas I e II. A produção sintética da cinerina I resultou no primeiro piretróide sintético, 
o Aletrim. O piretro também denominado de pó da Pérsia foi utilizado para combater 
insetos por volta do ano 1800. O piretro é o pó obtido da trituração de flores de algumas 
plantas pertencentes ao gênero Chrysanthemum. 
Os piretróides apresentam as seguintes características: 
 Geralmente, os piretróides são muito tóxicos aos peixes e abelhas. 
 Os piretróides, como exemplo Apermetrina e Permetrina, em contato 
com os colóides do solo ou em suspensão na água é rapidamente 
absorvida e degradada. 
 A toxicidade em mamíferos e aves é baixa devido ao rápido 
metabolismo e capacidade de eliminação dos componentes químicos do 
produto pelo organismo animal. 
 Os piretróides sintéticos não são sistêmicos, agindo por contato e 
ingestão e com fulminante ação de choque. 
 O poder de persistência é pequeno, além de serem fotoinstáveis. 
 
F) Fumigantes: os fumigantes atuam sobre o aparelho respiratório e, 
portanto, quanto maior for o ritmo respiratório mais rapidamente ocorrerá a morte do 
inseto. Dentre os diversos fatores que influenciam o ritmo respiratório a temperatura e o 
vácuo parcial ocupam lugares de destaque, ou seja, se ocorrer dois intervalos de 
temperatura de 0-10 ºC e 30 ºC ou mais, o segundo apresenta um menor gasto de 
inseticida, pois o ritmo respiratório do inseto é maior. Também, em temperaturas baixas 
a volatilização de alguns produtos não se dá muito bem. Ao retirar-se parcialmente o ar 
do interior de uma câmara de expurgo, provoca-se uma maior atividade respiratória do 
inseto e consequentemente uma menor quantidade de inseticida a ser utilizada. 
Os fumigantes são aplicados no solo, câmaras de expurgo ou ambientes 
fechados em alguns casos no combate de brocas em suas galerias. A constituição química 
pode ser orgânica ou inorgânica. 
 
G) Biológicos: foram tratados no capítulo sobre controle biológico. 
 
H) Fisiológicos: constituídos por hormônios endócrinos, neuro-hormônios 
e feromônios. Podem ser derivados de plantas, no caso os milhares de terpenos 
encontrados em árvores, das quais são extraídos os juvenóides, podendo também ser 
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sintéticos. Os anti-hormonais podem ser de origem vegetal (precocenos) ou de origem 
microbiana (Abamectin). Os feromônios podem ser natural (origem animal) ou sintéticos. 
Para os inseticidas fisiológicos podem ser destacadas algumas 
propriedades, tais como: 
 Podem apresentar ação de contato, ingestão e fumigação; 
 Demoram para surtir efeito (exceção os feromônios), devendo ser 
aplicados nos estágios iniciais de desenvolvimento da praga; 
 São muito seguros para mamíferos e aves (praticamente atóxicos); 
 Não são bioacumuláveis; 
 São seguros para os inimigos naturais.

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