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Direito Bancário - livro

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Universidade regional do noroeste do estado do rio grande do sUl – UnijUí 
vice-reitoria de gradUação – vrg 
coordenadoria de edUcação a distância – cead 
coleção educação a distância
série livro-texto
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil
2012
etiane Barbi Köhler
direito 
Bancário
 2012, Editora Unijuí
 Rua do Comércio, 1364
 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil 
 Fone: (0__55) 3332-0217
 Fax: (0__55) 3332-0216
 E-mail: editora@unijui.edu.br
 Http://www.editoraunijui.com.br
Editor: Gilmar Antonio Bedin
Editor-adjunto: Joel Corso
Capa: Elias Ricardo Schüssler
Designer Educacional: Jociane Dal Molin Berbaum
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: 
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste 
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Catalogação na Publicação: 
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
K79d Köhler, Etiane Barbi.
 Direito bancário / Etiane Barbi Köhler. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2012. 
– 74 p. – (Coleção educação a distância. Série livro-texto).
 ISBN 978-85-419-0032-4
 1. Direito. 2. Direito bancário. 3. Operações bancárias. I. Título. 
II. Série.
 CDU : 34 
 347.7
Sumário
CONHECENDO A PROFESSORA ................................................................................................5
APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................7
UNIDADE 1 – DIREITO BANCÁRIO ............................................................................................9
Seção 1.1 – Conceito .......................................................................................................................9
Seção 1.2 – Fontes ...........................................................................................................................9
Seção 1.3 – Importância ................................................................................................................10
UNIDADE 2 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ...............................................................13
Seção 2.1 – Breve Histórico (Geral e Nacional) ..........................................................................13
2.1.1 – Geral ........................................................................................................................13
2.1.2 – Nacional ..................................................................................................................14
Seção 2.2 – Organização ...............................................................................................................16
2.2.1 – Conselho Monetário Nacional ...............................................................................16
2.2.2 – Banco Central do Brasil ..........................................................................................17
2.2.3 – Instituições Financeiras .........................................................................................18
2.2.3.1 – Banco do Brasil S.A. .................................................................................18
2.2.3.2 – Instituições Financeiras Públicas ............................................................19
2.2.3.3 – Instituições Financeiras Privadas............................................................19
UNIDADE 3 – BANCOS ...............................................................................................................21
Seção 3.1 – Conceito .....................................................................................................................21
Seção 3.2 – Classificação ..............................................................................................................22
Seção 3.3 – Bancos e Caixas Econômicas ....................................................................................24
Seção 3.4 – Cooperativas de Crédito ............................................................................................24
UNIDADE 4 – OPERAÇÕES BANCÁRIAS .................................................................................27
Seção 4.1 – Conceito .....................................................................................................................27
Seção 4.2 – Características ...........................................................................................................28
Seção 4.3 – Classificação ..............................................................................................................29
Seção 4.4 – Tutela do Consumidor ...............................................................................................31
Seção 4.5 – Espécies .....................................................................................................................31
4.5.1 – Depósito Bancário ...................................................................................................32
4.5.2 – Conta Corrente Bancária ........................................................................................33
4.5.3 – Antecipação Bancária .............................................................................................35
4.5.4 – Desconto Bancário ..................................................................................................36
4.5.5 – Empréstimo Bancário .............................................................................................38
4.5.6 – Abertura de Crédito em Conta Corrente ...............................................................41
4.5.7 – Crédito Documentado ou Documentário ...............................................................46
4.5.8 – Cartão de Crédito....................................................................................................48
UNIDADE 5 – SIGILO BANCÁRIO .............................................................................................51
Seção 5.1 – Origem .......................................................................................................................51
Seção 5.2 – Conceito .....................................................................................................................52
Seção 5.3 – Sistemas Legais .........................................................................................................55
Seção 5.4 – Sistema Legal Brasileiro ...........................................................................................56
UNIDADE 6 – ENCARGOS FINANCEIROS ..............................................................................61
Seção 6.1 – Correção Monetária ..................................................................................................61
Seção 6.2 – Comissão de Permanência ........................................................................................63
Seção 6.3 – Juros Remuneratórios ................................................................................................64
Seção 6.4 – Capitalização de Juros ..............................................................................................68
Seção 6.5 – Multa ..........................................................................................................................68
Seção 6.6 – Ação Revisional de Contrato Bancário .....................................................................70
REFERÊNCIAS .............. ..............................................................................................................73
EaD
5
direito BancárioConhecendo a Professora
etiane Barbi Köhler 
Possuo Graduação em Direito pela Universidade Federal de 
Santa Maria, tendo obtido o título de Bacharel em Direito em 1993. 
No ano de 1999 concluí especialização em Direito pela Universidade 
Regional do Noroeste do Estado doRio Grande do Sul. Em 2000, in-
gressei no curso de Mestrado em Direito pela Universidade do Vale 
do Rio dos Sinos, tendo o concluído com a obtenção do respectivo 
título em 2003. 
Atuo desde o ano de 1995 como docente na Universidade Re-
gional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, inicialmente 
vinculada ao Departamento de Estudos Jurídicos, hoje Departamen-
to de Ciências Jurídicas e Sociais, tendo já trabalhado nas áreas de 
Direito Privado, subáreas de Direito Civil, nos ramos do Direito das 
Coisas e das Obrigações, e Direito Empresarial, nos ramos de Direito 
Societário, Cambiário, Falimentar, Bancário, tendo atuado ainda na 
área de Direito Processual Civil. Atualmente sou professora assistente 
2 mestre com carga horária de 30 horas.
Desde 2008 tenho atuado como docente convidada no curso de 
Pós-Graduação lato sensu em Direito Tributário Empresarial da Facul-
dade Imed, na disciplina de Direito Tributário Empresarial.
Atuo também como advogada militante e procuradora municipal 
de Ijuí, tendo ingressado na carreira pública no ano de 2006.
Minha atuação acadêmica principal abrange essencialmente a 
área de Direito Privado, nas subáreas de Direito Empresarial, ramos 
do Direito Cambiário, Societário, Falimentar, Ambiental Empresarial, 
Bancário, Direito Civil, nos ramos do Direito das Obrigações, dos 
Contratos, Notarial, das Coisas e Direito do Consumidor.
EaD
7
direito BancárioApresentação
O presente trabalho representa um estudo sistemático com vistas a servir de livro-texto do 
componente curricular de Direito Bancário, ofertado na modalidade de Educação a Distância, 
visando à organização e orientação das respectivas atividades acadêmicas e no qual são desen-
volvidos os conteúdos mínimos da disciplina.
Através da oferta do componente de Direito Bancário se objetiva possibilitar ao acadê-
mico o estudo técnico e o domínio de conteúdo do Direito relacionado à atividade bancária, 
proporcionando ao estudante o conhecimento necessário para sua análise sistemática, crítica e 
contextualizada.
Compreender os elementos técnicos básicos do Direito Bancário certamente contribuirá 
para o aprofundamento da compreensão da realidade atual, em que o crédito tem importância 
fundamental junto a comunidade socioeconômica, na medida em que fomenta o desenvolvimento 
das atividades de produção e circulação de bens e serviços.
Observe-se que em grande parte são justamente os bancos que, conjugando os elementos 
identificadores da atividade mercantil (intermediação, habitualidade e fins lucrativos), mediante 
recursos que captam de terceiros ou de recursos próprios, intermediam, com habitualidade e fins 
lucrativos, operações creditícias, propiciando às empresas, aos entes públicos e aos particulares, 
o crédito tão necessário.
EaD
9
direito BancárioUnidade 1
direito Bancário
oBjetivo desta Unidade
•	Estabelecer	as	bases	de	aplicação	do	Direito	Bancário.	Para	tanto,	será	tratado	o	seu	conceito,	
suas fontes e importância.
as seçÕes desta Unidade
Seção 1.1 – Conceito
Seção 1.2 – Fontes
Seção 1.3 – Importância
seção 1.1 
conceito
Segundo Nelson Abrão (2010, p. 33), o Direito Bancário é conceituado como “ramo do 
Direito Empresarial (ainda que o artigo 119 do CCom tenha sido revogado pelo Código Civil em 
vigor) que regula as operações de banco e as atividades daqueles que as praticam em caráter 
profissional”.
1
Embora figure como ramo do Direito Empresa-
rial, submetido às regras do direito privado diante da 
importância da atividade bancária para a sociedade, 
o que determina o controle estatal sobre ela, o Direito 
Bancário se submete, também, às regras do direito 
público, representadas pelo Direito Administrativo e 
Direito Econômico.
1 Disponível em: <http://www.bond.adv.br/page_1197749145625.html>. Acesso em: 30 set. 2012. 
EaD
etiane Barbi Köhler
10
seção 1.2
Fontes
As fontes do Direito Bancário podem ser distinguidas em genéricas e específicas.
As genéricas são: 
1. Direito Empresarial – antigo Direito Comercial, entendido como conjunto de normas (regras e 
princípios) que regulam as relações derivadas das atividades econômicas privadas de produ-
ção e circulação de bens ou de serviços, considerada a unificação do Direito das Obrigações 
ocorrida a partir do Código Civil de 2002 (CC); 
2. Direito Administrativo – que regula a intervenção do Estado nas operações bancárias – e 
3. Direito Econômico – conjunto de normas que, com um conteúdo de economicidade, vincula 
as atividades econômicas, privadas e públicas, aos fins constitucionais cometidos à ordem eco-
nômica, conciliando, ademais, os conflitos de interesse entre esses fins e os objetivos próprios 
e naturais das entidades econômicas privadas na condução das suas disponibilidades de dis-
pêndio, investimentos e empreendimentos; objetivos assegurados pelo princípio constitucional 
da livre-iniciativa. 
As específicas, por sua vez, compreendem as leis sobre matéria bancária, decisões dos 
órgãos reguladores e os usos e costumes bancários assentados na Junta Comercial por terem 
força probante (Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994, artigo 8o, VI). 
seção 1.3
importância
O Direito Bancário tem importante função econômica. Sua relevância está diretamente rela-
cionada ao papel que a atividade bancária desempenha junto a comunidade socioeconômica.
Grande parte das atividades produtivas, o progresso, a expansão das atividades econômicas 
e desenvolvimento, depende do crédito.
EaD
11
direito Bancário
Na sua maioria, os empresários, pessoas naturais ou jurídicas, não dispõem de meios 
próprios para atender às constantes demandas de aperfeiçoamento e expansão do ramo em que 
atuam. É o crédito que possibilita isso. A atividade bancária, assim, não cria riquezas, mas pos-
sibilita sua circulação e acumulação.
Mediante as atividades bancárias torna-se possível o transporte financeiro da produção, 
provendo os recursos necessários ao processo produtivo pelo financiamento para a aquisição de 
matéria-prima, vendas a prazo de bens de consumo, etc.
síntese da Unidade 1
A proposição para esta Unidade 1 foi de estabelecermos o conceito do 
Direito Bancário, suas fontes e a importância deste ramo do Direito 
Empresarial perante a comunidade socioeconômica.
EaD
13
direito Bancário
sisteMa Financeiro nacional
oBjetivo desta Unidade
•	Conforme	mencionado,	a	atividade	bancária,	embora	privada,	está	sujeita	a	um	regime	de	
controle estatal. O sistema intervencionista em matéria de bancos, ou o Sistema Financeiro 
Nacional, é regulamentado por lei específica. Como surgiu e está legalmente organizado o 
referido sistema, é o que esta segunda Unidade pretende tratar.
as seçÕes desta Unidade
Seção 2.1 – Breve Histórico (Geral e Nacional) 
Seção 2.2 – Organização 
seção 2.1 
Breve Histórico (geral e nacional)
Aqui será verificado como surgiu e se desenvolveu o regime de controle estatal da atividade 
bancária num âmbito geral e, após, nacional.
2.1.1 – geral
É na antiguidade, século 6º a.C., que se verifica o estabelecimento de práticas financeiras 
sistemáticas, com os babilônios, egípcios e fenícios, que realizavam frequente empréstimo de 
dinheiro.
Com os Gregos chamados trapezistas e os Romanos, argentarii, todavia, é que se torna co-
nhecida grande parte das operações em uso modernamente, como aceitar depósitos de moedas 
ou valores, fazer empréstimos a juros, com garantia ou a descoberto; interpor-se em pagamentos 
em praças distantes, assumir obrigações por conta de clientes, etc.
Unidade 2
EaD
etiane Barbi Köhler
14
2
Na Idade Média, nas cidades italianas (feiras), os 
campsores ou cambiatores, como eramentão chama-
dos, praticavam, a princípio, a troca manual de moedas, 
para, mais tarde, evoluir para a troca creditícia, tornan-
do-se, a partir daí, conhecidos como banqueiros.
Ainda na Itália, os Montes recebiam as contribuições compulsórias (empréstimos força-
dos) impostas à população pelos órgãos públicos, aplicando-as com juros. O mais antigo Monte 
conhecido foi o Banco de Veneza, fundado em 1171.
Com as cruzadas medievais, por meio dos templários, surgem as primeiras formas institu-
cionalizadas de financiamento, voltadas para o incentivo daquelas.
A Casa di San Giorgio (Gênova), fundada em 1408, banco notório da época medieval, 
constitui-se na primeira sociedade anônima conhecida.
Com a Idade Moderna e a descoberta de novas terras pelas expedições marítimas, ocorre a 
intensificação do tráfico mercantil, a multiplicação das feiras, abundância de metais preciosos e 
o consequente aumento do apelo dos Estados ao crédito. Nesta época, verifica-se uma alteração 
das funções dos bancos, que passam da cobrança, pagamento e câmbio para a intermediação do 
crédito (chega-se ao banco moderno).
Diante da Revolução Industrial e consolidação do capitalismo liberal, verifica-se o auge do apa-
recimento das grandes instituições financeiras (grandes banqueiros) mediante livre-iniciativa.
É na era moderna, ante os apelos feitos ao crédito pelo Estado e da insolvência de algumas 
instituições bancárias (necessidade de tutelar a poupança obtida junto ao público – interesse 
público), que se inaugura um regime intervencionista, a cargo dos órgãos estatais, caracterizado 
pela sistematização e controle das instituições financeiras.
2.1.2 – nacional 
Em 1808 surge a primeira instituição financeira no Brasil, o primeiro Banco do Brasil, 
com atividades de desconto de letras de câmbio, sacadas ou aceitas por negociantes de crédito 
nacional ou estrangeiros, depósito geral de prata, ouro, diamantes ou dinheiro, saques por conta 
de terceiros ou do Real Erário, cobranças e emissão de letras ou bilhetes, pagáveis ao portador à 
vista ou a um certo prazo de tempo. Ao primeiro Banco do Brasil se seguiram mais três.
2 Disponível em: <http://www.advariovaldo.com.br/dir_bancario.php>. Acesso em: 30 set. 2012. 
EaD
15
direito Bancário
Na sequência, em meados do século passado, grande número de empresas bancárias surge 
entre nós, além do banco oficial (Banco do Brasil).
No ano de 1858 ocorre a primeira crise bancária do Brasil e, em 1860, 22 de agosto, é edi-
tada a Lei nº 1.083 (regulamentada pelo Dec. nº 2.711, de 19/12/1860) – primeira lei específica 
em matéria bancária – a partir da qual se verifica a instauração de um regime tutelar dos bancos 
a cargo do Poder Público.
Em 1864, dia 17 de setembro, é editado o Dec. nº 3.308, estabelecendo legislação especial 
elaborada pelo governo para as falências de empresas bancárias que ocorressem durante a mo-
ratória instituída pelo próprio decreto.
No mesmo ano, alguns dias após, mais propriamente em 20 de setembro, é criado o Dec. nº 
3.309, estabelecendo normas especiais de liquidação forçada, decretada por decisão judicial das 
empresas bancárias, tendo como justificativa as consequências que a falência destas entidades 
poderiam acarretar para a ordem econômica e pública da nação.
Após, em 17 de setembro de 1908, surge o Dec. nº 2.024, que regulamentava o processo 
de falência como um todo, sem tratar de forma especial as instituições financeiras, revogando 
os Decs. nºs 3.308 e 3.309/64.
No ano de 1921, em 16 de março, é editado o Dec. nº 14.728, estabelecendo de fato o re-
gime intervencionista no país, impondo, por definitivo, a necessidade de autorização do Poder 
Público para o funcionamento de empresas bancárias nacionais ou estrangeiras, limite máximo 
de capital para funcionamento das empresas bancárias, faculdade do governo de cassação da 
autorização de funcionamento e procedimentos de fiscalização do mercado financeiro.
Em 1930, no dia 12 de dezembro, é criado o Dec. nº 19.479, regulamentado pelo Dec. nº 
19.634, de 28/1/1931, que, diante da crise econômica internacional verificada, estabelece regime 
de liquidação extrajudicial para as instituições financeiras.
Depois, com o Dec. nº 6.419, de 13 de abril de 1944, verifica-se a possibilidade de que o 
governo interviesse na administração das empresas bancárias desde que lhe parecesse incon-
veniente a liquidação judicial das garantias decorrentes dos respectivos contratos.
No ano de 1945, em 2 de fevereiro, pelo Dec.-lei nº 7.923 e, após, em 5 de abril, com o 
Dec.-lei nº 9.140, é criada a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Estava assim 
estruturado o Sistema Financeiro Nacional.
Os Decs. nºs 9.228 e 9.346, de 3 de maio e 10 de junho de 1946, respectivamente, extinguem 
qualquer relação direta entre falência e liquidação extrajudicial.
EaD
etiane Barbi Köhler
16
Finalmente, em 31 de dezembro de 1964, é editada a Lei nº 4.595 – Lei de Reforma Bancária 
– que “dispõe sobre a Política e as Instituições monetárias, bancárias e creditícias, cria o Conselho 
Monetário Nacional”. Com a criação do Conselho Monetário Nacional verifica-se a extinção do 
então Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito (artigo 2º da Lei) e a transformação 
da então Superintendência da Moeda e do Crédito em autarquia federal denominada Banco 
Central do Brasil. A referida lei define a estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional.
seção 2.2 
organização
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um conjunto de instituições e órgãos 
que regulam, fiscalizam e executam as operações relativas à circulação da moeda e do crédito. 
Como está organizado este sistema e as unidades que o integram, é o que será analisado a partir 
desta seção.
2.2.1 – conselHo Monetário nacional
O Conselho Monetário Nacional (CMN) veio substituir o extinto Conselho da Superinten-
dência da Moeda e do Crédito.
Sua função, segundo o artigo 2o da Lei nº 4.595/64, é formular a política brasileira da moeda 
e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do país.
Compõe o CMN, o ministro da Fazenda, como presidente, o presidente do Banco do Brasil 
S.A., o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE), sete membros 
nomeados pelo presidente da República, após aprovação do Senado, escolhidos entre brasileiros 
de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros (artigo 6º, Lei 
nº 4.595/64). Funcionam, ainda, junto a ele, diversas comissões consultivas (artigo 7º, Lei nº 
4.595/64).
Com sua política, o CMN objetiva adaptar o volume dos meios de pagamento às reais ne-
cessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; regular o valor interno da 
moeda; regular o valor externo da moeda e o equilíbrio de pagamento do país; orientar a aplica-
ção dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos 
EaD
17
direito Bancário
instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras bem como 
coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e 
externa (artigo 3º, Lei nº 4.595/64).
Compete, ademais, ao CMN, autorizar a emissão de papel-moeda; estabelecer condições 
para que o Banco Central do Brasil emita papel-moeda de curso forçado; aprovar os orçamentos 
monetários preparados pelo Banco Central do Brasil; determinar as características gerais das 
cédulas e moedas; fixar diretrizes e normas da política cambial; entre outras atribuições perti-
nentes, fixadas no artigo 4º da Lei nº 4.595/64.
2.2.2 – Banco central do Brasil
O Banco Central do Brasil resultou da transformação da então Superintendência da Moeda 
e do Crédito (Sumoc).
Trata-sede uma autarquia federal, com personalidade e patrimônio próprios, administrada 
por uma diretoria composta por nove membros, um dos quais seu presidente (art. 1º do Decreto 
nº 91.961, de 19 de novembro de 1985).
Sua competência privativa é definida no artigo 10 da Lei nº 4.595/64. Genericamente tra-
tando, é possível afirmar que o Banco Central tem o dever de cumprir as prescrições que lhe são 
atribuídas por lei e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional no que se refere à 
política financeira estabelecida.
Nos artigos 9º e 11 da mesma lei, são encontradas atribuições de natureza não privativa, 
ou seja, que também competem a outras instituições públicas cumprir. 
 
3
O Banco Central se relaciona exclusiva-
mente com as instituições financeiras, públicas 
ou privadas, não operando com o público em 
geral, salvo com as pessoas jurídicas expressa-
mente autorizadas por lei.
Segundo Nelson Abrão (2010, p. 76), atualmente a grande discussão relacionada ao Ban-
co Central diz respeito à independência e autonomia do órgão no estabelecimento da política 
livre e dirigida por profissionais que saibam o momento certo de intervir no mercado, uma vez 
3 Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/bc-e-mp-investigam-fraudes-no-banco-schahin>. Acesso 
em: 30 set. 2012. 
EaD
etiane Barbi Köhler
18
que o menor erro poderá pôr em risco toda a estruturação da economia e, consequentemente, 
implicar perda de recursos necessários à manutenção da estabilidade da moeda. Diante disso, 
é de se admitir certa responsabilidade objetiva na presença do Banco Central na condução de 
sua política e nas tomadas de decisão que prejudiquem o mercado em geral e o consumidor 
individualmente.
O Banco Central, na condução de sua atuação, deveria priorizar uma maior transparência 
nas suas políticas públicas e fiscalização mais direta das instituições públicas e privadas com 
o saneamento do mercado. Para tanto, todavia, é necessário operacionalidade e capacidade 
técnico-profissional.
Mencionando ainda Nelson Abrão (2010, p. 79), considerada a evolução tecnológica alcan-
çada em nossos dias, com o monitoramento on-line de operações financeiras, o Banco Central, 
com seu poder fiscalizador, tem sua atuação direcionada no sentido da busca da estabilidade da 
moeda e contenção do processo inflacionário.
2.2.3 – institUiçÕes Financeiras
São as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou 
acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, 
em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das 
atividades referidas, de forma permanente ou eventual.
O funcionamento de instituições financeiras no Brasil tem como pressuposto autorização 
do Banco Central do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras (artigo 
18 da Lei nº 4.595/64).
2.2.3.1 – Banco do Brasil s.a.
O Banco do Brasil, pessoa jurídica do tipo sociedade de economia mista, sujeita ao controle 
da União e supervisão do CMN, constituída sob a forma societária de uma sociedade por ações, 
tem como função precípua servir de agente financeiro do Tesouro Nacional e principal executor 
dos serviços bancários de interesse do governo federal e de suas autarquias.
Sua composição, forma de indicação, eleição e nomeação de membros dos órgãos colegia-
dos é ditada pelo Dec. nº 3.905, de 31 de agosto de 2001.
EaD
19
direito Bancário
Relata Nelson Abrão (2010, p. 79) que o Banco do Brasil S.A., na sua conjuntura, enfrenta 
a adversidade de contar com volume expressivo de endividamento, fruto de uma política sem 
maiores análises.
2.2.3.2 – instituições Financeiras Públicas
São os bancos públicos mantidos pelos governos federal ou estadual, estando encarregados 
da execução da política creditícia dos respectivos governos.
Ao CMN cabe regular as atividades, capacidades e modalidades operacionais das ins-
tituições financeiras públicas federais. Já as instituições públicas não federais se sujeitam às 
disposições relativas às instituições financeiras privadas.
Segundo Nelson Abrão (2010, p. 80), “a prática da atividade bancária pelas instituições 
financeiras públicas é a manifestação mais concreta do intervencionismo estatal no setor”.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o principal agente 
da política de investimentos do governo federal.
2.2.3.3 – instituições Financeiras Privadas
São formadas pelos bancos comerciais em geral, devendo se constituir sob a forma de so-
ciedades anônimas, excetuado as cooperativas de crédito que possuem forma jurídica própria.
Segundo prevê o artigo 29 da Lei nº 4.595/64, elas deverão aplicar, preferencialmente, nada 
menos do que 50% dos depósitos que captarem do público na respectiva Unidade Federativa ou 
Território.
síntese da Unidade 2
A proposição para esta Unidade foi a de conhecer com surgiu e está 
organizado entre nós o Sistema Financeiro Nacional.
EaD
21
direito Bancário
Bancos
oBjetivo desta Unidade
•	Ao	conceituar	o	Direito	Bancário,	vimos	que	o	seu	objeto	é	regular	as	operações	de	banco	e	
as atividades daqueles que as praticam em caráter profissional. Importa agora, para melhor 
compreensão da temática, explicitar o que seja banco e como ele se classifica.
as seçÕes desta Unidade
Seção 3.1 – Conceito 
Seção 3.2 – Classificação 
Seção 3.3 – Bancos e Caixas Econômicas 
Seção 3.4 – Cooperativas de Crédito 
seção 3.1 
conceito
Segundo Cesare Vivante, citado por Nelson Abrão (2010, p. 51), “o banco é o estabeleci-
mento comercial que recolhe os capitais para distribuí-los sistematicamente com operações de 
crédito”.
J. X. Carvalho de Mendonça, também mencionado pelo mesmo doutrinador (Abrão, 2010, 
p. 51), refere que bancos são “empresas comerciais, cujo objetivo principal consiste na intromis-
são entre os que dispõem de capitais e os que precisam obtê-los, isto é, em receber e concentrar 
capitais para, sistematicamente, distribuí-los por meio de operações de crédito”.
Para Fran Martins (1990, p. 497), por sua vez, os bancos são “empresas comerciais que 
têm por finalidade realizar a mobilização do crédito, principalmente mediante o recebimento, 
em depósito, de capitais de terceiro, e o empréstimo de importâncias, em seu próprio nome, aos 
que necessitam de capital”.
Unidade 3
EaD
etiane Barbi Köhler
22
Sobre a atuação dos bancos, Arnaldo Rizzardo (2003, p. 16-17) refere que “O banco promove 
a industrialização do crédito, o favorecimento da circulação de riquezas e enseja as condições 
de consolidação das poupanças individuais. [...] No tocante à atividade creditícia, age com re-
cursos próprios e de terceiros, corporificados os últimos através de depósitos e conseguidos em 
função da confiança do público. Promove, ainda, o banco, a coleta das poupanças individuais e 
transforma-as em recursos de giro”.
Diante disso, cabe indagar: São os bancos intermediadores ou mobilizadores do crédito? 
Para Fran Martins (1990, p. 485), os bancos praticam atos de intermediação, todavia não servem 
de meros intermediadores entre aqueles que têm e aqueles que necessitam do crédito, uma vez 
que agem em seu próprio nome, tomando recursos de terceiros ou os disponibilizando a quem 
necessita na condição de devedores ou credores e, portanto, como mobilizadores do crédito.
4
O objeto da atividade bancária, nestas condi-
ções, é o crédito, fazendo dos bancos empresários 
do crédito, na medida em que atuam na coleta, 
intermediação/mobilização e aplicação de recursos 
financeiros, sua principal atividade.
Além destaatividade, os bancos realizam uma série de operações consideradas acessórias, 
almejando sempre viabilizar a principal, antes mencionada.
Por fim, há de se dizer que banco é gênero de instituição financeira, muito embora o artigo 
17 da Lei nº 4.595/64, ao definir o que se considera instituição financeira, acabe por equiparar 
gênero a espécie.
seção 3.2 
classificação
A classificação clássica apresentada pela doutrina leva em conta o objeto, a atividade de-
sempenhada, as operações praticadas pelos bancos, muito embora Nelson Abrão (2010, p. 55) 
alerte que tal distinção está desaparecendo a partir da configuração do banco universal, que 
realiza todas as espécies de operações bancárias, sem especialização.
4 Disponível em: <http://www.camargonet.com/malpractice-lawyer/credito.html>. Acesso em: 30 set. 2012. 
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23
direito Bancário
Segundo tal critério, os bancos se dividem em bancos de emissão, bancos comerciais ou de 
depósito, bancos de investimento, bancos de crédito real, bancos de crédito industrial e bancos 
de crédito agrícola.
 I – Bancos de Emissão – São os chamados bancos dos bancos. Entre nós assume tal con-
dição o Banco Central do Brasil, que, segundo visto, pratica operações bancárias exclusivamente 
com instituições financeiras, tendo como tarefa privativa emitir moeda-papel e moeda-metálica, 
segundo previsto no artigo 10, inc. I, da Lei no 4.595/64.
II – Bancos Comerciais ou de Depósito – São instituições de crédito caracterizadas pela 
captação de recursos por meio de depósitos pecuniários, e pela concessão de crédito mediante 
operações ativas de curto, médio e longo prazos, podendo estas ser de carácter comercial (letras) 
ou financeiro (relação cliente/banco); realizam ainda a prestação de serviços auxiliares, como 
as garantias bancárias, a venda de moeda, pagamentos periódicos, guarda de valores e custódia 
de títulos.
Tais bancos precisam se constituir sob a forma de sociedade anônima e ter na sua deno-
minação a expressão “banco”.
 III – Bancos de Investimento – Segundo definição do Banco Central do Brasil, os bancos de 
investimento são instituições financeiras privadas, especializadas em operações de participação 
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de 
capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. 
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em 
sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. Não possuem contas correntes e 
captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de 
fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento 
de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos 
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624, de 1999).
Padrão desta espécie de banco entre nós é o BNDES.
IV – Bancos de Crédito Real – São os bancos hipotecários que realizam a concessão de 
crédito a prazo, mediante garantia real incidente sobre bens imóveis.
V – Bancos de Crédito Industrial – Bancos que tem por escopo auxiliar a indústria nacional 
por meio da concessão de empréstimos a longo prazo para a respectiva atividade.
VI – Bancos Agrícolas – Se identificam pela concessão de crédito para a atividade agrícola, 
financiando o produtor, seja na lavoura, seja na pecuária, com fins à aquisição de insumos ou 
mesmo máquinas agrícolas e utensílios, mediante garantia real hipotecária ou pignoratícia.
EaD
etiane Barbi Köhler
24
seção 3.3
Bancos e caixas econômicas
As Caixas Econômicas são empresas públicas bancárias, federais ou estaduais, com patri-
mônio próprio, que se destinam a recolher e movimentar a poupança popular.
Segundo Nelson Abrão (2010, p. 66), “As Caixas Econômicas, em geral, possuem uma 
função social na destinação de seus recursos financeiros, principalmente no que concerne aos 
órgãos oficiais, emprestando-lhes dinheiro a juros subsidiados para a realização de obras de 
interesse da comunidade.” 
As Caixas, nesta medida, representam importante instrumento de crédito na política go-
vernamental, se utilizando, entre outros, dos recursos advindos dos concursos lotéricos sob sua 
responsabilidade.
seção 3.4
cooperativas de crédito
As cooperativas de crédito integram o sistema financeiro nacional juntamente com as outras 
instituições financeiras, mas possuem várias características que as diferenciam das demais. 
São sociedades de pessoas de natureza sempre civil, hoje sociedades simples (artigo 982 
do Código Civil), regidas pela Lei de Cooperativismo e tendo por objetivo servir ao seu grupo 
de associados, sem intenção lucrativa.
O excedente (sobras) é distribuído entre todos (usuários), na proporção das operações 
individuais, reduzindo ainda mais o preço final pago pelos cooperativados.
As cooperativas de crédito foram criadas para oferecer soluções financeiras ao seu quadro 
social, como instrumento para possibilitar o acesso facilitado ao crédito e a produtos e serviços 
adaptados às necessidades e condições financeiras dos seus associados.
As cooperativas de crédito devem proporcionar aos seus associados o crédito em moeda, 
mutualmente e com economia, por intermédio de uma taxa de juros baixa, e auxiliá-los direta-
mente em suas atividades.
As cooperativas não podem utilizar a expressão banco em seu nome.
EaD
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direito Bancário
síntese da Unidade 3
Nesta Unidade vimos o que é banco e como eles são classificados.
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direito Bancário
oPeraçÕes Bancárias
oBjetivo desta Unidade
•	Mediante	operações	bancárias	os	bancos	desenvolvem	sua	atividade	principal.	Seu	conceito,	
características, classificação, tutela do consumidor e espécies, serão o objeto de estudo desta 
Unidade.
as seçÕes desta Unidade
Seção 4.1 – Conceito 
Seção 4.2 – Características 
Seção 4.3 – Classificação 
Seção 4.4 – Tutela do Consumidor 
Seção 4.5 – Espécies 
seção 4.1 
conceito
As operações bancárias são as atividades negociais desempenhadas pelos bancos em re-
lação a seus clientes.
Nelson Abrão (2010, p. 84) comenta que, “Colimando a realização de seu objeto, os bancos 
desempenham, em relação as seus clientes, uma série de atividades negociais, que tomam o 
nome técnico de operações bancárias”.
As operações bancárias, a teor do que prescreve o artigo 966 do CC, se enquadram como ati-
vidade profissional econômica organizada para a prestação de serviços por parte dos bancos.
Unidade 4
EaD
etiane Barbi Köhler
28
Assim, nas operações bancárias dois aspectos podem ser mencionados: o econômico (eco-
nomicamente as operações bancárias envolvem uma prestação de serviços no setor creditício 
que redunda em proveito tanto do banco quanto do cliente) e o jurídico (juridicamente, o aper-
feiçoamento das operações bancárias depende de um acordo de vontades entre cliente e banco, 
contrato – acordo de vontades para criar, regular ou extinguir uma relação jurídica que tenha por 
objeto a intermediação/mobilização do crédito –, pelo que se inserem no campo contratual).
seção 4.2
características
Do conceito de operação bancária trabalhado, podem ser extraídas várias características 
que a seguir são apontadas (Rizzardo, 2003, p. 16-18).
5
A primeira das características verificada é a pecunia-
ridade. Considerando que o objeto da operação bancária é o 
crédito, nela sempre está envolvido dinheiro, servindo elas 
para a promoção da circulação da riqueza.
As operações bancárias são realizadas em grande escala, de maneira homogênea e não 
isolada. Mediante isso é que os bancos tem a possibilidade de lucro, objetivo perseguidopor 
todo empresário.
É atividade em série, de massa, com número indeterminado de pessoas, segundo tipos 
negociais standardizados, obedecendo às normas bancárias uniformes.
Nelas a complexidade é inerente, com novas relações jurídicas entre bancos e clientes 
surgindo a todo instante, até para acompanhar o ritmo do mundo dos negócios.
5 Disponível em: <http://www.diariodopotengi.com/2012/04/bancos-privados-anunciam-reducao-das.html>. Acesso 
em: 30 set. 2012. 
EaD
29
direito Bancário
A profissionalidade é outra das características observadas com relação às operações bancá-
rias, sobressaindo-se a organização e a habitualidade como elementos fundamentais, no sentido 
da prática reiterada de atos e negócios. O banco atua na intermediação/mobilização do crédito 
como profissão.
Por fim, importa mencionar a empresariedade como característica inerente às operações 
bancárias, uma vez que o banqueiro é considerado empresário do crédito, intermediando, com 
habitualidade e na persecução do lucro, caracteres típicos de empresa, qual seja, o crédito a 
quem dele necessita.
seção 4.3 
classificação
A classificação a ser trabalhada parte da importância do ato praticado. Segundo tal crité-
rio, as operações bancárias podem ser classificadas em essenciais, fundamentais e acessórias 
(Abrão, 2010, p. 91-94).
I – Operações essenciais ou fundamentais – Compreendem a intermediação/mobilização 
do crédito, ou seja, recolhimento de dinheiro de uns e concessão a outros – principal atividade 
dos bancos.
Tais operações dividem-se em passivas e ativas. Nas primeiras, o banco se torna devedor do 
cliente. Pelas operações passivas o banco realiza a captação de recursos financeiros, a exemplo 
do que ocorre nas operações de depósito, conta corrente e o redesconto.
Nas operações essenciais ativas, de outra feita, o banco se torna credor do cliente, uma 
vez que distribui e emprega a favor deste, os recursos que obteve nas operações passivas, con-
cedendo empréstimos, financiamentos, abertura de crédito, realizando desconto, antecipação 
de valores, etc. 
II – Operações acessórias – São aquelas que não implicam nem na concessão de crédito, 
nem no recebimento de dinheiro. Têm caráter de prestação de serviços secundários, disponibi-
lizados a fim de chamar a clientela.
Exemplos de operações acessórias que podem ser mencionados são a custódia de valores, 
cofres de segurança, cobrança de títulos, etc.
EaD
etiane Barbi Köhler
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seção 4.4 
tutela do consumidor
A aplicação do Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei nº 8.078/90) – às operações 
bancárias é pacífica.
Se a operação bancária envolver cliente pessoa física, não empresária, por força do artigo 
2º (consumidor standard – padrão), combinando com artigo 3º e § 2º do CDC, deve-se aplicar 
sua tutela em razão da caracterização da relação de consumo.
Neste caso, se estabelece presunção juris tantum de que o cliente do banco, pessoa física 
não empresária, é destinatário final do crédito e, portanto, consumidor. Esta presunção pode, 
todavia, ser afastada pelo banco, que tem o ônus de fazer esta prova, quer por se tratar de pre-
sunção, quer por aplicação do artigo 6º, VIII, do CDC (Rizzardo, 2003, p. 23-24).
Relativamente às pessoas físicas empresárias ou pessoas jurídicas, o tema tem sido trata-
do pela doutrina e jurisprudência conforme se enquadre o empresário, cliente do banco, como 
destinatário final (observadas as divergências entre corrente finalista e corrente maximalista), 
consumidor, se aplicando, neste caso, a tutela do CDC, ou como consumidor equiparado, caso 
em que também tem sido aplicada a respectiva tutela em razão da vulnerabilidade dele diante 
do banco, considerada a celebração entre ambos de contratos de adesão, quando normalmente 
são encontradas cláusulas abusivas (artigo 29, CDC).
Quando, todavia, a operação bancária for estabelecida com cliente empresário, não enqua-
drado na definição de consumidor, nem de forma equiparada, em igualdade de condições com 
o banco, também empresário, não há de se falar em aplicar o CDC.
Sobre a questão, Fábio Ulhoa Coelho (2007, p. 21) refere que:
Os contratos entre empresários ou estão regulados pelo regime cível ou pelo de tutela dos consumi-
dores.
Submetem-se ao primeiro, em que é altamente prestigiada a autonomia da vontade, os contratos ce-
lebrados entre empresários iguais.
Por sua vez, submetem-se ao direito do consumidor, caracterizado por normas cogentes sobre as 
obrigações das partes, os contratos entre empresários em que um deles é consumidor (figura como 
destinatário final, sob o ponto de vista econômico e não físico, da mercadoria ou serviço) ou se encontra 
em situação análoga à de consumidor (vulnerabilidade econômica, social ou cultural).
Para a adequada compreensão da temática sob exame, é necessário mencionar os conceitos 
de consumidor segundo a corrente finalista e a corrente maximalista.
EaD
31
direito Bancário
 Consumidor, segundo a corrente finalista, é o destinatário final de um produto ou ser-
viço; é aquele destinatário fático e econômico – tal implica em retirar o produto ou serviço de 
circulação, retirar do ciclo produtivo e não lhe conferir utilização profissional – adquirir para uso 
próprio ou de sua família. A partir deste conceito, afasta-se da aplicação do CDC o consumidor 
profissional e a pessoa jurídica.
 Para a corrente maximalista, todavia, consumidor e destinatário final é o destinatário 
fático somente; aquele que retira o produto da cadeia produtiva e o consome, independente do 
resultado deste consumo, resultado que pode ser econômico. Neste conceito estão incluídos os 
consumidores profissionais e as pessoas jurídicas.
 Acerca da divergência instaurada e para fins de conclusão, deve-se ter em mente que, a 
princípio, todo consumidor é vulnerável (artigo 4º, I, CDC) – traduz-se em presunção juris tan-
tum. O consumidor profissional ou pessoa jurídica, nestas condições, para que possa gozar da 
tutela consumeirista, deve ser considerado vulnerável, sendo importante que esteja consumindo 
fora de sua área de atividade, ou seja, parte-se para uma interpretação nem tão restrita quanto 
a proposta pela corrente finalista e nem tão ampla quanto a dos maximalistas.
 Ressalte-se que as operações bancárias são realizadas, de regra, por meio de contratos 
de adesão, em que o princípio da autonomia da vontade fica reduzido à aceitação do conteúdo 
do contrato; daí a ideia de vulnerabilidade que acompanha o aderente, seja pessoa física não 
profissional ou profissional, seja pessoa jurídica.
 Ademais, toda relação contratual deve estar alicerçada nos princípios da boa-fé objetiva 
e do equilíbrio das relações, se não por aplicação do CDC, por aplicação do Código Civil, que 
adota tais princípios basilares.
 Os dispositivos do CDC, cuja aplicação tem sido verificada nas operações bancárias são: 
artigo 6º, inc. IV, V e VIII; art. 39, IV, V e XI e art. 51, IV, § 1º, III.
 Ainda: artigo 46; 54, § 3º; art. 52, II e III e art. 51, I.
seção 4.5
espécies
 As operações bancárias são das mais variadas espécies, segundo o objeto almejado, con-
forme será visto a seguir.
EaD
etiane Barbi Köhler
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4.5.1 – dePósito Bancário
a) Conceito
O depósito bancário consiste em operação passiva dos bancos, quando o banco aparece 
como depositário e o cliente como depositante.
Trata-se de operação passiva porque nela o banco depositário, que recebe valores em de-
pósito efetuado pelo cliente depositante, se obriga a restituí-los quando solicitado por este.
Fábio Ulhoa Coelho (2007, p. 128), referindo que a operação de depósito bancário é o mais 
comum dos contratos bancários, o conceitua como “contrato pelo qual uma pessoa (depositante) 
entregavalores monetários ao banco, que se obriga a restituí-los quando solicitados.”
O objetivo do depósito bancário, sob a ótica do cliente, é a guarda ou custódia de seu 
dinheiro, o investimento, com a percepção de frutos como juros e correção monetária, e a dispo-
nibilidade pela criação da moeda escritural ou bancária (lançamento que o banco faz a crédito 
e o saldo credor).
b) Características
É contrato real, unilateral, oneroso ou gratuito (Abrão, 2010, p. 150-151).
Real, porque só se aperfeiçoa com a entrega do dinheiro ao banco, a partir do que se ini-
ciam os efeitos do contrato, quais sejam, a transferência da propriedade do dinheiro ao banco e 
a obrigação dele de restituir.
Unilateral, na medida em que gera obrigações apenas para o banco, depositário dos valores. 
O banco deve restituir o dinheiro quando solicitado, observadas as condições estabelecidas.
É operação que pode se revestir de onerosidade ou não, conforme haja ou não pagamento 
de juros e outros benefícios para o depositante.
c) Modalidades
As diferentes modalidades de depósito bancário se estabelecem conforme o objetivo, a 
forma e a titularidade da operação.
Quanto ao objetivo (escopo econômico visado pelo depositante), o depósito bancário é 
considerado à vista, a prazo e de poupança.
EaD
33
direito Bancário
No depósito à vista o depositante pode efetuar o saque dos valores depositados a qualquer 
tempo. No depósito a prazo, o depositante só saca depois de um determinado prazo, levando 
ele ao direito de receber uma remuneração em juros e correção monetária e, no depósito de 
poupança, sistema de captação de recursos populares, a cada 30 dias são creditados juros e 
correção monetária.
Considerada a forma do depósito bancário, tem-se que ele pode ser simples, quando re-
presentado por uma única operação de ingresso e retirada, cabível somente no a prazo, ou de 
movimento, que permite o fluxo contínuo de ingresso e retirada mediante ordens de pagamento 
emitidas ou cheques.
Finalmente, quanto à titularidade, o depósito pode ser individual e conjunto, podendo nes-
te ser simples, quando cada titular tem sua cota, ou solidário, quando os titulares podem fazer 
retiradas sozinhos de todo o valor.
4.5.2 – conta corrente Bancária
a) Conceito
A conta corrente bancária é a operação pela qual o banco, assumindo o serviço de caixa 
do cliente, se obriga, numa espécie de mandato de conteúdo indeterminado, ao cumprimento 
de atos e negócios jurídicos solicitados pelo correntista.
Para tanto o cliente, correntista, deve prestar os fundos necessários por meio de depósitos 
dele ou de terceiros em seu favor, ou pelas operações ativas que o banco realiza em seu benefício, 
como cobrança de valores.
A movimentação da conta ocorre mediante o serviço de caixa colocado pelo banco à dis-
posição do cliente, podendo este movimentar a conta de várias formas, alimentando-a, conforme 
mencionado, ou realizando o seu desfrute pelo pagamento de cheques emitidos ou por saque 
com cartão em caixas eletrônicos ou autorizados.
Comenta Arnaldo Rizzardo (2003, p. 28-29) que a conta corrente bancária se presta a con-
fusões com o depósito bancário, antes estudado, e esclarece que:
Acontece, no entanto, que depósito envolve custódia, guarda, proteção, enquanto a conta corrente 
nada mais representa que os lançamentos de todas as movimentações, ou extratos das movimentações, 
desde as retiradas até as novas entradas, ordens de pagamento, transferências etc. Através desta, 
executa o banco o mero papel de registrador dos lançamentos, recebendo dinheiro ou pagando dentro 
das disponibilidades da conta.
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etiane Barbi Köhler
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A conta corrente bancária também não se confunde com a conta corrente comum, ordinária, 
ante a ausência de reciprocidade das remessas verificada naquela. A faculdade de dar impulso 
à relação é do correntista e não do banco, o qual se limita a cumprir ordens dele recebida; nem 
os creditamentos que o banco faz na conta podem ser considerados remessas dele, uma vez que 
resultam do cumprimento das obrigações por ele assumidas.
Outra diferença entre a conta corrente bancária e a comum, que pode ser mencionada, 
decorre da disponibilidade que o cliente tem sobre a base do saldo apurado diariamente – cré-
dito resultante da conta –, saldo provisório sobre o qual o cliente pode emitir cheques, sendo, 
inclusive, admitida sua penhora. Na ordinária os créditos anotados na conta se tornam inexigí-
veis e indisponíveis até o encerramento da própria conta, sendo destinados à compensação com 
eventuais créditos da contraparte.
b) Características
A conta corrente bancária é operação consensual, informal, normativa porque regula as 
relações futuras entre as partes, de duração ou execução continuada porque se estendem no 
tempo, bilateral porque o banco deve prestar serviços ao cliente correntista que, por sua vez, 
deve prestar os fundos necessários, onerosa porque o banco tem benefícios com a percepção de 
comissões e o cliente tem vantagens com a prestação de serviços e disponibilidade de caixa.
c) Modalidades
As modalidades de conta corrente bancária aqui apresentadas levam em consideração a 
titularidade da conta, podendo ser unipessoal, por possuir um único titular, ou coletiva, em nome 
de duas ou mais pessoas.
Algumas peculiaridades devem ser mencionadas quanto à conta corrente coletiva: se 
houver emissão de cheques sem fundos, só o emitente responde; a morte de um não extingue 
a conta, podendo os herdeiros entrar no lugar; diante dela tem sido admitida a penhora pelo 
credor individual de um dos titulares, de todos os valores nela encontrados, cabendo aos demais 
titulares a defesa de sua parte.
A conta corrente coletiva, ademais, pode ser indivisível quando movimentável só por todos 
os titulares, que pode ocorrer mediante procuração, havendo solidariedade passiva de todos para 
com o banco, ou conjunta, quando pode ser movimentada por qualquer dos titulares, havendo 
solidariedade ativa e passiva entre eles.
d) Extinção
A conta corrente bancária, de regra, é contrato por prazo indeterminado, assistindo ao 
banco ou ao correntista o direito de interromper ou extinguir o contrato a qualquer tempo, sem 
necessidade de pré-aviso.
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direito Bancário
Havendo saldo positivo, o correntista pode efetuar o saque em caixa ou equiparado, ou 
utilizar o valor mediante a emissão de cheque contra o banco. Já eventual saldo negativo, apura-
do na extinção ou pelos lançamentos efetuados, é exigível pelo banco a título de mútuo vencido 
(Rizzardo, 2003, p. 72).
4.5.3 – anteciPação Bancária
a) Conceito
 É operação bancária pela qual o banco entrega ao cliente uma determinada soma em 
dinheiro (adiantamento/antecipação), mediante prévia constituição de uma garantia real, inci-
dente em títulos, mercadorias, documentos representativos destas, cujo valor está em relação 
constante com dita soma.
Nesta operação o banco é designado antecipante, e o cliente bancário antecipado.
Segundo Arnaldo Rizzardo (2003, p. 87), “Na prática, em várias atividades é praticável a 
antecipação. Na produção agrária, o banco adianta ou antecipa um determinado valor, recebendo 
como garantia a própria produção, o que se formaliza através do penhor. Quanto à garantia por 
meio de títulos, é suficiente a entrega dos mesmos ao banco”.
A operação em estudo se aproxima, em certa parte, do mútuo com garantia pignoratícia, 
da abertura de crédito e do desconto bancário. Ocorre, todavia, que o penhor na antecipação 
bancária, diferente do que ocorre nos dois primeiros, é elemento essencial. No desconto, por sua 
vez, os títulos são cedidos pelo cliente ao banco que se torna proprietário, titular dos créditos nele 
representado. Já na antecipação,a propriedade dos títulos permanece com o cliente, tendo-os 
o banco somente em garantia.
Todas estas operações, em última análise, no entanto, se tratam de empréstimos.
b) Características
São características da operação de antecipação bancária, segundo Nelson Abrão (2010, 
p. 162):
Real: Só se aperfeiçoa com a entrega da soma de dinheiro pelo banco ao cliente, mediante 
o penhor de mercadorias ou títulos deste.
A tradição (inerente ao penhor) das garantias pode ser real ou simbólica, sendo possível 
que o cliente antecipado permaneça na posse direta do bem, transferindo somente a posse in-
direta. O banco, para sua garantia, deve realizar uma constatação e avaliação do bem, para fins 
de evitar que seja pego de surpresa em caso de inadimplemento do cliente e necessidade de 
execução das garantias.
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Outrossim, nada impede a substituição da coisa ou complementação da garantia, uma vez 
presentes os pressupostos legais para tanto.
Bilateral: Gera obrigações para ambas as partes envolvidas. O banco antecipante se obriga 
à guarda e conservação da garantia, fazendo as vezes de depositário, bem como à devolução 
da garantia após cumprida a obrigação de pagamento do cliente antecipado. Este, por sua vez, 
deve efetuar a devolução do principal que lhe fora antecipado acrescido de juros, comissões e 
despesas de custódia das coisas, inclusive seguro.
Oneroso: Traz vantagens para ambas as partes contratantes: o banco, que percebe juros e 
comissões pela antecipação; o cliente, que consegue dinheiro sem precisar alienar seus bens. 
c) Modalidades
As modalidades da operação de antecipação levam em consideração o objeto sobre os quais 
recaem as garantias contratuais. Tem-se, assim, Antecipação sobre Mercadorias; Antecipação 
sobre Títulos de Crédito em Geral; Antecipação sobre Títulos Representativos de Mercadorias 
(warrant e conhecimento de depósito) e Antecipação sobre Direito (devolução do Imposto de 
Renda Retido na Fonte – IRRF).
d) Extinção
A extinção do contrato se verifica pelo pagamento, ainda que antecipado, por parte do 
cliente.
De igual forma, verifica-se a extinção da antecipação bancária pelo perecimento ou dimi-
nuição do valor da coisa empenhada sem a respectiva substituição oportuna.
A falta de pagamento de juros, comissões estipuladas para terem lugar na vigência do 
contrato, assim como a falência do devedor ou do banco (idem para o caso de liquidação deste), 
são causas de extinção da antecipação.
4.5.4 – desconto Bancário
a) Conceito
Operação pela qual o banco, com prévia dedução de juros, comissão e despesas, antecipa 
ao cliente a importância de um crédito, não vencido, contra terceiro, mediante cessão do próprio 
crédito (Abrão, 2010, p. 173).
Em tal operação o banco é designado descontante, e o cliente descontário.
EaD
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direito Bancário
Segundo tal conceito, em tese, pode ser objeto de desconto bancário qualquer crédito 
que possa ser cedido em troca do adiantamento pecuniário que o banco faz ao descontário. Na 
prática, todavia, o que se tem observado é a utilização em grande escala do desconto bancário 
envolvendo títulos de crédito, em especial duplicatas e “cheques pré-datados”, representativos 
do crédito do empresário derivado de venda a prazo realizada.
No desconto bancário envolvendo títulos de crédito a propriedade do título é transferida 
por meio de endosso ao descontante, vinculando-se o descontário como endossante e garantidor 
de seu pagamento.
A expressão utilizada para designar a operação objeto de estudo tem duplo significado: a 
de operação bancária e a de dedução feita sobre o valor do título.
b) Características
O desconto bancário é operação de caráter real porque sua perfeição decorre da transfe-
rência do título de crédito do descontário ao banco descontante, mediante a entrega do dinheiro 
correspondente deste àquele, com dedução de juros, comissão e despesas.
É bilateral em virtude de que origina obrigações para ambas as partes contratantes: ao 
cliente descontário, a obrigação de garantir ao banco o pagamento do título, e ao banco descon-
tante, a obrigação de diligenciar pelo recebimento do crédito representado no título juntamente 
ao devedor principal.
Identifica-se como operação de caráter oneroso, na medida em que apresenta vantagens 
recíprocas: para o cliente, a antecipação em dinheiro do crédito titularizado, e para o banco, o 
recebimento de juros e comissões pela antecipação.
c) Inadimplência do devedor principal do título
Pelo desconto bancário de título de crédito, o banco torna-se credor do crédito representado 
no título que lhe foi transferido mediante endosso do descontário.
Leciona Nelson Abrão (2010, p. 181) que
[...] consequentemente o banco se torna endossatário, legitima-se pelo protesto, cuja disciplina vem 
dada pelo diploma normativo n. 9.492, de 10 de setembro de 1997, com as alterações sobrevindas, ao 
exercício da ação cambial, que é a mais conveniente na espécie, por estar dotada de força executória, 
contra o devedor cedido, o cedente e qualquer outro coobrigado, para a formatação da relação dos 
devedores solidários inadimplentes.
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O banco, nestas condições, configurado o inadimplemento do devedor principal, devida-
mente provado pelo protesto cambial, salvo cláusula sem protesto inserida no título, pode, a sua 
escolha, cobrar o título de crédito de qualquer um dos obrigados cambiários envolvidos, devedor 
principal, descontário endossante, avalistas, etc.
Interessante notar que, normamente, o banco descontante, havendo fundos na conta cor-
rente que o cliente descontário mantém junto a ele, acaba efetuando, conforme lhe autoriza o 
contrato, o débito em conta do valor do título acrescido das despesas do protesto e outras despe-
sas efetuadas para a sua cobrança, devolvendo ao descontário o respectivo título para que este 
possa agir regressivamente contra o devedor principal, cobrando-lhe o que precisou desembolsar 
a favor do banco.
4.5.5 – eMPréstiMo Bancário
a) Conceito
É a operação pela qual o banco entrega certa quantia em dinheiro ao cliente, que, por 
sua vez, assume a obrigação de restituí-la, no prazo ajustado, no mesmo gênero, quantidade e 
qualidade, acrescida de juros e comissões, conforme previamente acordado.
O empréstimo bancário, de regra, envolve dinheiro, mas pode ter como objeto títulos (em-
préstimo de títulos representativos de valores pecuniários) ou firma (empréstimo de firma).
A finalidade dos empréstimos de títulos consiste, em geral, na constituição de uma cau-
ção em favor do prestatário, normalmente perante algum órgão público, com o qual contratou a 
execução de uma obra.
A devolução, no caso de empréstimo de títulos, não se dá nos mesmos títulos, mas em outros 
equivalentes, ou à cifra monetária que representam.
O empréstimo de firma, por sua vez, se concretiza por meio de uma garantia fidejussória, 
que pode ser fiança, aval ou carta de garantia. O cliente do banco consegue uma garantia pessoal 
do banco, relativamente a uma obrigação pecuniária que assume. Tal empréstimo é utilizado 
para garantir cumprimento de contrato de construção de obras públicas; garantir o pagamento 
de imposto cobrado sobre produtos importados e depositados em armazéns do porto, por exi-
gência da alfândega (questionamento do valor do imposto); e para garantir a instância nas vias 
administrativas em recursos de decisões contra tributos fiscais como IPI, ICMS, etc.
O empréstimo bancário se aproxima do mútuo, regrado no Código Civil nos artigos 586 
a 592, uma vez que envolve bens fungíveis, consumíveis, implicando transferência do domínio 
quando da entrega da coisa mutuada, devendo o mutuário devolver coisa de mesmo gênero,EaD
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quantidade e qualidade. Por tal aproximação, alguns autores, como Fábio Ulhoa Coelho (2007, 
p. 130) e Ricardo Negrão (2010, p. 367), o designam de mútuo bancário. Nelson Abrão (2010, p. 
127 et seq.), por sua vez, o designa de mútuo mercantil.
Assevera Arnaldo Rizzardo (2003, p. 34) que “O empréstimo bancário constitui um mútuo, 
com a especialidade de ser concedido por uma entidade creditícia submetida à disciplina da Lei 
4.595, de 31.12.1964.”
No empréstimo bancário figuram o banco como mutuante, prestador, e o cliente como 
mutuário, prestatário, tomador.
Se o empréstimo tem destinação específica, por exemplo, atividade rural, industrial, comer-
cial, diz-se financiamento e o crédito do banco pode ser representado por cédula de crédito rural, 
industrial ou comercial, emitida pelo financiado a favor da instituição financeira, considerada 
título de crédito com força executiva no caso de inadimplemento.
b) Características
O empréstimo bancário é operação de caráter real, unilateral, onerosa, nominativa e típica.
Real, porque pressupõe a entrega do dinheiro, da coisa objeto de empréstimo para que se 
aperfeiçoe.
É unilateral porque após aperfeiçoado o contrato, as obrigações recaem somente na pes-
soa do mutuário – ou seja, de restituir a coisa emprestada na época e nas condições ajustadas, 
acrescido de juros, correção ou comissão. O mutuante, por já ter cumprido sua obrigação com a 
entrega do dinheiro ao mutuário, a nada se obriga (Abrão, 2010, p. 130).
Além dessas obrigações, poderá o mutuário ser obrigado a amortizar o valor devido segun-
do os prazos estabelecidos (poderá ocorrer a amortização parcelada dos encargos ou dos juros, 
ou a amortização do capital emprestado; os prazos de amortização podem ser, ainda, mensais, 
bimestrais, trimestrais, semestrais e anuais); dar ao valor recebido o destino consignado no pe-
dido, como no caso dos financiamentos agrícolas, industriais ou comerciais; e permitir ao banco 
a verificação ou comprovação das atividades atendidas pelo valor emprestado.
É operação considerada onerosa porque apresenta vantagens para ambas as partes: ao 
banco, no recebimento de juros e comissões; ao cliente, por ter a disponibilidade de recursos 
necessários para a consecução de seus negócios ou satisfação de suas necessidades.
Trata-se de operação nominativa, porque a legislação lhe concede denominação especíica, 
assim como é considerado típico porque possui regulamentação própria (Rizzardo, 2003, p. 35) 
conferida pelas disposições do Código Civil relativas ao mútuo com as especificidades que lhe 
são próprias, decorrentes da Lei nº 4.595/64.
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c) Modalidades
As modalidades de empréstimo bancário são definidas de acordo com a sua destinação, de 
acordo com o reembolso e de acordo com a garantia (Rizzardo, 2003, p. 43).
Segundo o critério da destinação, o contrato de empréstimo bancário pode ser considerado 
pessoal ou comercial.
Os pessoais são concedidos levando-se em consideração a pessoa do tomador, tendo como 
finalidade o consumo ou o atendimento de necessidades pessoais e familiares. Em geral são 
concedidos a curto e médio prazos.
Os comerciais se destinam à atividade industrial ou comercial do cliente. A duração, nestes, 
é de médio e longo prazos.
De acordo com o reembolso, o empréstimo bancário pode ser simples, com devolução numa 
única vez, ou amortizável, quando a devolução se processa em prestações sucessivas (mensal, 
trimestral ou semestral).
Por fim, de acordo com a garantia, o empréstimo pode ser sem garantia ou com garantia, 
real, incidente sobre bens móveis ou imóveis, ou fidejussória, por intermédio de fiança.
d) Prazo e forma
O empréstimo bancário é convencionado, de regra, por prazo certo. Caso, todavia, ocorra 
omissão relativamente ao termo do contrato, aplica-se o que dispõe o Código Civil, segundo lição 
de Nelson Abrão (2010, p. 132):
Destarte, na ausência de dispositivo expresso na legislação, forçoso aplicar-se o comando do citado 
art. 592, II, do Código Civil, estabelecendo o prazo mínimo de 30 dias se o mútuo for em dinheiro, 
não se concebendo prazo inferior. Portanto, decorrido esse lapso de tempo, o credor “pode exigir o 
pagamento imediatamente” (CC, art. 394), mas, para constituir o devedor em mora, deverá interpelá-
lo (CC, art. 397, parágrafo único).
Fora tal situação, o vencimento da operação se dará no prazo ajustado.
Pode ocorrer, todavia, de a operação vencer antecipadamente. Segundo o artigo 1.425 do 
CC, determina o vencimento antecipado da dívida a decretação de falência ou insolvência do de-
vedor, o não pagamento pontual das prestações convencionadas, o perecimento do objeto dado em 
garantia sem sua substituição pelo prestatário e o falecimento do fiador sem sua substituição.
Quanto à forma a ser observada na contratação da operação de empréstimo bancário, tem-
se que deve ser por documento escrito, público ou particular, sendo comum o público nos casos 
de empréstimo garantido por hipoteca (Rizzardo, 2003, p. 46).
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A operação, na maioria das vezes, é acompanhada de emissão de título de crédito.
e) Pagamento da dívida antes do vencimento
Inexistindo cláusula em contrário no contrato, nada impede a antecipação por liberalidade 
do tomador. Não pode, todavia, o prestador exigir a satisfação da obrigação antes de vencida.
Na antecipação do pagamento, se for aplicado o CDC, caberá o desconto dos juros acordados, 
não sendo este o caso mesmo que o tomador antecipe o pagamento não há direito a desconto.
4.5.6 – aBertUra de crédito eM conta corrente
a) Conceito
O contrato bancário de abertura de crédito em conta corrente (cheque especial ou contrato de 
abertura de crédito rotativo) é, dentre as operações bancárias, o mais utilizado na atualidade.
Enquadra-se a operação no rol das negociações ativas praticadas pelos bancos, um vez 
que o banco utiliza de seu capital e dos recursos que lhe são aportados por terceiros, por meio de 
depósitos e aplicações, para suprir as necessidades de numerário das empresas e particulares, 
prestando-lhes dinheiro.
Mediante contrato de abertura de crédito em conta corrente, o banco abre crédito, em valor 
fixado no contrato, destinado a constituir ou reforçar a provisão de fundos da conta corrente do 
cliente. Tem, assim, o cliente, a sua disposição, pelo prazo ajustado, um certo crédito, sendo-lhe 
facultado efetuar, ou não, as retiradas de que necessita.
Não se trata de entregar uma quantia em dinheiro ao cliente, o que caracterizaria um con-
trato de empréstimo propriamente dito, mas sim de pôr à disposição do interessado um crédito 
aberto até limite prefixado, podendo ele utilizá-lo de acordo com suas necessidades (Rizzardo, 
2003, p. 49).
Não permanecendo o dinheiro depositado na conta do cliente, o custo da operação, ressal-
vada a comissão cobrada pelo banco em razão da abertura do crédito, prorrogação do contrato ou 
sua renovação, incidirá apenas quando efetuadas as retiradas por ele e, diga-se, somente enquanto 
perdurar a descoberto o crédito, o que em si torna de toda a conveniência o contrato, posto que 
somente serão pagos juros e outros encargos quando utilizado efetivamente o crédito.
Apenas quando o cliente do banco exerce a disposição do crédito é que ele se converte em 
devedor do banco (Rizzardo, 2003, p. 49). Uma vez utilizado o crédito, fica o cliente vinculado à 
restituição ao banco do respectivo valor, com juros e demais encargos.
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O banco, que põe à disposição do cliente determinada quantia, denomina-se creditador, 
denominando-se creditado a parte que tem posta a sua disposição a referida importância.
No contrato bancário de abertura de créditoem conta corrente, a abertura de crédito 
encontra-se conjugada à conta corrente do creditado, o que torna perfeitamente possível a mo-
vimentação constante do crédito na conta, mediante retiradas que lhe diminuem o montante e 
reembolsos que lhe reintegram o valor, ensejando novamente sua utilização pelo creditado.
Pelo contrato de abertura de crédito em conta corrente, segundo Arnaldo Rizzardo, “é pos-
sível a compensação das retiradas com as entradas, de sorte a não se anular a disponibilidade, 
ou que fique ela em níveis inconvenientes” (2003, p. 51).
A movimentação dos valores postos à disposição do creditado pelo banco é feita com a emis-
são de cheques contra o banco ou mesmo saques em caixa, podendo o banco, ainda, mediante 
autorização, pagar, por meio de débito em conta, as dívidas contraídas pelo creditado, bem como 
debitar na conta os débitos oriundos do próprio contrato.
Ressalte-se que alguns bancos somente fornecem talão de cheques para movimentação 
financeira da conta corrente de seus clientes, se o contrato estabelecido com eles for o de aber-
tura de crédito em conta corrente. 
O instrumento contratual é do tipo de adesão, impresso previamente e com redação unifor-
me para todos os clientes, aparecendo somente alguns campos para o preenchimento do nome 
do creditado, prazo do contrato, valor do crédito aberto, juros, comissão e penalidades.
A abertura do crédito pode ser garantida por meio de caução real (penhor, hipoteca) ou 
fidejussória (fiança), ou mesmo ser a descoberto, quando o creditador somente tem como garantia 
genérica o patrimônio do creditado.
Embora de larga utilização, o contrato de abertura de crédito em conta corrente não goza 
de definição legal em nossa legislação.
O objeto específico do contrato é o crédito. Pontes de Miranda, distinguindo o contrato de 
abertura de crédito do contrato de mútuo, refere que “No mútuo, contrato real, o mutuário faz 
seu o que recebe. Na abertura de crédito, o outorgado recebe crédito, direito a que o creditador 
ponha à sua disposição o que se há de prestar. Promete-se, rigorosamente, o crédito, e não o 
objeto do crédito” (1984, p. 173).
Diante disso, tem o creditado o direito de exigir, a qualquer momento, que o creditador 
ponha a sua disposição o valor do crédito contratado, sem que possa o creditador recusar-se a 
entregar o que lhe for exigido.
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direito Bancário
Assinala Pontes de Miranda: “O poder do creditado é de exigir, é pretensão, e não poder 
de disposição. O creditador tem o dever de pôr à disposição o que prometeu que poria à dispo-
sição. Nenhum poder de disposição atribuiu ao creditado. Poder de dispor tem o creditador, se 
em verdade é o dono do que pode ser dado em crédito” (1984, p. 174-175).
Empregado o crédito concedido pelo banco, nada impede, posto que a abertura de crédito 
está conjugada à conta corrente, que o creditado faça o reembolso dos valores e torne novamente 
a utilizá-lo, mantendo sempre a disponibilidade do crédito.
Pela utilização do crédito, obriga-se o creditado a pagar juros e outros encargos ao banco, 
devendo-se tomar por base para o cálculo do valor devido o período envolvido entre a data da 
retirada e a da respectiva devolução, fazendo incidir o juro somente sobre o valor efetivamente 
usado.
b) Características
O contrato de abertura de crédito é contrato consensual, de vez que considera-se perfeito 
e acabado com o mero consentimento das partes, creditador e creditado, sem que se mostre ne-
cessária a efetiva entrega do dinheiro.
Arnaldo Rizzardo refere que “é suficiente a promessa feita ao cliente de poder contar com 
a disponibilidade do valor, porquanto objeto do contrato é o crédito e não o dinheiro.” (2003, p. 
53).
É contrato definitivo, vez que não se promete contratar, manifestada a vontade das partes, 
já se contratou.
Há na abertura de crédito em conta corrente um único contrato, inexistindo qualquer 
união ou fusão entre os contratos de abertura de crédito e de conta corrente, por isso diz-se dele 
autônomo. Permite-se apenas, por meio da conta corrente, a inclusão de créditos do creditado, 
mediante inserção contábil.
Apresenta-se como contrato bilateral, originando obrigações para creditador e creditado. 
O creditador tem a obrigação de manter disponível o crédito ajustado, no limite e prazo fixado; 
o creditado, por sua vez, compromete-se a efetuar o pagamento de uma comissão pela abertura 
do crédito, prorrogação do contrato ou sua renovação, e, em empregando o crédito, restituir o 
respectivo montante pagando juros e outros encargos decorrentes dessa utilização.
É contrato que tem caráter oneroso, uma vez que estabelece sacrifício patrimonial a ambas 
as partes, e, em contrapartida, vantagens, também, para elas.
Por ensejar obrigações para ambos os contratantes, seu caráter é de contrato comutativo.
É contrato atípico, posto que não é previsto na legislação pátria.
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É, por fim, considerado contrato intuitu personae, uma vez que o banco, para conceder o 
crédito, leva em consideração a pessoa do creditado.
c) Prorrogação e renovação do contrato
O contrato de abertura de crédito em conta corrente pode ser ajustado por prazo determi-
nado ou indeterminado.
Sendo o contrato por prazo determinado, podem as partes, antes que ele chegue a seu 
termo, prorrogá-lo. A prorrogação do contrato pressupõe a existência da relação jurídica de 
abertura de crédito.
Sendo o contrato de abertura de crédito em conta corrente do tipo garantido, há de se saber 
se, prorrogando-se o contrato, prorrogam-se as garantias pelo termo contratual acrescido.
Pontes de Miranda assinala: “As garantias somente se estendem ao trato de tempo que se 
aditou se foi estabelecido no negócio jurídico de garantia. Se foi o creditado que deu, é de se 
entender que prorrogou também o prazo de garantia. Se a garantia foi dada, mesmo por terceiro, 
por tempo em que cabem o tempo do contrato e da prorrogação, a garantia abrange, obviamente, 
o tempo de prorrogação” (1984, p. 192).
Extinguindo-se o contrato de abertura de crédito em conta corrente ajustado por prazo 
determinado ou indeterminado, há de ocorrer renovação para se constituir novamente a relação 
jurídica. É contrato novo.
Sendo o contrato extinto, que se quer renovar, do tipo garantido, deve-se observar, quanto 
à garantia, se havia sido dada pelo creditado ou por terceiro. Tendo, a garantia, sido dada pelo 
próprio creditado, deve-se observar o contrato para saber se houve sua renovação também.
Sendo caso de renovação de contrato garantido por terceiro, segundo Pontes de Miranda, 
“o que se há de entender, salvo cláusula em contrário, ou pacto adjecto que se refira à renovação, 
é que a garantia cessou com o contrato extinto. Se, todavia, foi fixado tempo maior e nele cabe 
o contrato de renovação, o terceiro está vinculado” (1984, p. 193).
d) Extinção
Pode ocorrer pelo decurso do prazo, se por prazo determinado. Se por prazo indeterminado, 
pode se extinguir por denúncia de qualquer das partes. Se a denúncia partir do banco, deverá 
ser concedido um prazo ao creditado para restituição do saldo devedor, se houver.
A extinção do contrato também pode decorrer de falência ou insolvência do devedor, de 
incapacidade ou morte do creditado.
e) Cobrança da dívida e repetição do indébito
 Configurada a inadimplência do creditado no contrato de abertura de crédito, poderá 
o banco proceder a cobrança da dívida. Muito já se discutiu a respeito de qual a via judicial 
adequada para tal fim, sendo matéria pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça que o con-
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trato em questão não se presta à execução, segundo prescreve a Súmula 233: “O contrato de 
abertura de crédito, ainda

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