Buscar

REVISÃO.docx

Prévia do material em texto

DEFINIÇÃO DE TGE E SUA FINALIDADE:
A Teoria Geral do Estado busca compreender o estado em sua totalidade, e o seu objeto de estudo é o ENTE ESTATAL. É uma disciplina nova que mantém laços com o Direito e a Sociologia. Por influência da sociologia, busca compreender como o Estado interfere na vida em sociedade. Embora ligada ao Direito Constitucional até o século XX, essas disciplinas diferem no fato de que o Direito Constitucional é uma ciência do 
“dever ser”. Já a Teoria do Estado é uma disciplina do ser, que descreve como é o fenômeno estatal. Sua finalidade principal é o estudo do Estado, englobando seus elementos constitutivos (povo, território e poder). 
EVOLUÇÃO DO ESTUDO DA DISCIPLINA:
Na antiguidade, destacam-se Aristóteles e Platão. Aristóteles analisava de forma empírica as cidades-estados gregas através de uma pesquisa de campo. Já Platão, buscou um Estado ideal e descrevia como o Estado deveria ser e não como ele era de fato. Já na Idade Média, o Estado estava profundamente ligado à igreja e buscava-se explicar a existência do Estado a partir de considerações teleológicas. Houve a participação de São Agostinho e São Tomás de Aquino. Nessa época ocorreu a publicação do livro “O PRÍNCIPE” de Maquiavel que pregava a separação do Estado e da religião. Já na Idade Moderna, diversos autores se destacaram como Bodin(que sistematizou a doutrina de soberania dos reis), Rousseau(que afirmava que a solução dos problemas estatais residia na transferência de toda legitimidade da ação política à vontade geral do povo), Hobbes(na sua obra o LEVIATÃ, o ente político era soberano e essa soberania advêm de um ato de transferência dos direitos dos súditos aos soberanos), e Montesquieu(se ateve ao estudo das formas de governo e não do Estado em si). 
EXCLUSIVISMO JURIDICO DE KELSEN:
Defende que o Estado seria todo produzido pelo Direito e não por uma realidade social. O Estado e o Direito fazem parte de uma única realidade (MONISMO JURÍDICO). O Direito tem que ser puro, ou seja, independente de outras influências da ciência. Para Kelsen, o direito era apenas norma.
EXCLUSIVISMO SOCIÓLOGICO DE LASSALE:
Lassale defende que o Estado é, por excelência, uma realidade social e não jurídica (oposto da de Kelsen). Portanto, busca-se a fundamentação do Estado nos fatos sociais. A Constituição seria, portanto, um reflexo das estruturas socioeconômicas dominantes. 
Percebe-se que essas duas visões são erradas, visto que o Estado deve ser estudado tanto pelo aspecto jurídico como pelo sociológico, sendo duas visões indissociáveis. O Estado é um ente complexo e por isso não pode ser estudado apenas por uma visão. (DIREITO IMPÕE REGRAS E ELE PRECISA SE ADEQUAR A REALIDADE SOCIAL)
MÉTODOS DE ESTUDO DO ESTADO:
JURÍDICO: Ligado com o aspecto lógico e formal do Estado, preocupado com leis e a constituição. 
SOCIOLÓGICO: Utiliza dos elementos histórico-sociais e do seu desenvolvimento das instituições estatais.
DEDUTIVO: Parte de um aspecto geral para o particular.
JUSTIFICATIVO: Estuda os fundamentos e os fins do Estado.
POLÍTICO: Salienta o poder estatal e a soberania.
SOCIEDADE
Sociabilidade do homem:
O homem é um animal social, pois desde a época mais primitiva viveu em sociedade. O homem apresenta na sua natureza a característica de depender de outros homens, ele não pode viver isolado. 
O que é sociedade?
Sociedade é toda forma de coordenação das atividades humanas, objetivando um fim específico e sendo regida por um conjunto de norma. A normatividade da sociedade a distingue dos demais grupos, mesmo que essas regras existam apenas no inconsistente das pessoas. 
Origem:
A sociedade pode ser considerada fruto da natureza humana (organicita) ou nada mais que um ato de vontade (mecanicista).
Organicista ou Sociedade natural:
Defende que a sociedade é um organismo vivo e que é formada de várias partes, que exercem funções distintas e em sua ação combinada concorrem para manter a vida do todo. De acordo com essa teoria, a sociedade se forma de maneira natural. O isolamento só ocorre em situações excepcionais, como: em casos de anomalia ou alienação mental, desprovido de razão, vai se distanciando de seus semelhantes; quando por infortuno o individuo acidentalmente passa a viver isoladamente; individuo notadamente virtuoso, isola-se para manter contato com a divindade. Essa teoria está muito ligada a posições antidemocráticas e autoritarismo.
Sociedade contratual ou mecanicista: 
Os contratualistas defendem que somente o ato de vontade justifica a existência da sociedade. Essa não é entendida como um corpo de indivíduos, mas como a soma de indivíduos que são dotados de liberdade e autonomia. 
O ideal seria a junção das duas teorias, pois a sociabilidade é uma característica do próprio homem, mas há a participação da vontade. 
ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS:
Finalidade social: 
Essa característica é referente ao objetivo dos membros da sociedade que almejam o bem comum. A finalidade é o objetivo que a sociedade visa atingir. Há duas correntes que compreendem a finalidade de forma distinta. A teoria dos Deterministas afirma que não há um objetivo para se atingir, havendo uma sucessão natural de fatos que o homem não pode interromper. De acordo com essa teoria, o homem está sujeito ao acaso. A crença nessa teoria gera a subimissão em leis inexoráveis e a descrença gera mudanças qualitativas. (semelhança com a organicista). A teoria dos finalistas sustenta ser o possível a fixação da finalidade por meio do ato da vontade. Os indivíduos sabem que precisam viver em sociedade e fixar uma finalidade condizente com suas necessidades. (semelhança com a mecanicista).
Manifestações de conjunto ordenadas: 
É necessário que as atividades em grupo se desenvolvam com: 
Reiteração: Os membros da sociedade se manifestam em conjunto, reiteradamente, pois só assim podem atingir seus objetivos. 
Ordem: Conjunto de regras que regam a sociedade. Essa ordem é seguida por leis que não excluem a vontade e a liberdade do individuo. 
Adequação: Cada grupo deve ter em conta as existências da realidade social. 
Poder social: 
A primeira característica do poder social é a sociabilidade, significando que o poder é um fenômeno social e não pode ser explicado por fatores individuais. E a bilateralidade que diz que o poder é a correlação de duas ou mais forças. 
Tipos de poder:
- Poder Tradicional: É característico das monarquias, que independe da legalidade formal (há legalidade, mas não há legitimidade);
- Poder Carismático: É aquele exercido pelos líderes autênticos, que interpretam os sentimentos e as aspirações do povo (há legitimidade, mas não há legalidade);
- Poder Racional: É exercido pelas autoridades investidas pela lei, havendo coincidência entre a legitimidade e a legalidade. (não é desregrado, aleatório, como os outros)
(legitimidade + legalidade)
Comunidade e Sociedade:
01) Toda sociedade agrupa homens em torno de um objetivo (FINALIDADE SOCIAL); já a comunidade não se funda em torno de um objetivo.
02) A existência da sociedade pressupõe a ocorrência de MANIFESTAÇÕES DE CONJUNTO JURIDICAMENTE ORDENADAS; já na comunidade, inexiste qualquer relação jurídica. 
(A comunidade age de maneira desordenada, visto que não há relações jurídicas)
03) Em toda sociedade existe um PODER SOCIAL, reconhecido pela ordenação jurídica; já na comunidade, não há um poder social, existindo CENTROS DE INFLUÊNCIA.
OBS: A partir do momento em que a comunidade tem uma finalidade e age de maneira ordenada e baseada num ordenamento jurídico, é considerada SOCIEDADE.
SOCIEDADE POLÍTICA
São sociedades de fins gerais. Sociedade criada a partir da vontade do homem (adesão involuntária) e que tem como objetivo a realização dos fins das organizações mais complexas que o homem teve a necessidade de criar para enfrentar o desafio da natureza e de outras sociedades rivais. 
ESTADO
É a mais complexa organização criada pelo homem. É, portanto, uma espécie de sociedade política (organizada sob um ordenamento jurídico),nascendo no início do século XVI, ou seja, no início da Idade Moderna. As características próprias do Estado dão: povo, poder e território. O Estado é uma realidade construída de normas jurídicas e fatos sociais, ele é uma ordem jurídica soberana com finalidade de atingir o bem comum de um povo situado em um determinado território. 
Significado do termo “Estado”: deriva do latim status, que significa estado, posição, ordem, estar firme. (Surge da necessidade de se impor, manifestar o poder). 
O nome Estado aparece, pela primeira vez (com o conceito atual, de Estado moderno), na obra “O Príncipe”, de Maquiavel, em 1531.
Conceito de Estado: “É a corporação de um povo, assentado num determinado território e dotada de um poder originário de mando” (Jellinek)
O conceito de Estado tem 3 acepções:
Acepção filosófica: “Realidade da ideia moral”; “Manifestação visível da divindade” (Hegel); 
Acepção jurídica: “A reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito. ” (Kant);
*Sob essa visão, qualquer coisa poderia ser considerada Estada, pois o homem é sociável e vive sempre sob as leis de alguma forma de Direito, seja ele consuetudinário ou positivado.
03) Acepção sociológica: “Organização social do poder de coerção” (Ihering); “É o poder organizado de uma classe para opressão de outra” (Karl Marx: “O Estado é a história em pausa e a história é o Estado em marcha”). 
OBS: Não se pode ter uma visão exclusivista do Estado
Surgimento do Estado: 
Afirma que o Estado sempre existiu.
Afirma que a sociedade existiu por um período sem o Estado.
Afirma que o Estado surge quando nascem as práticas de soberania.
TEORIAS ACERCA DA ORIGEM DO ESTADO:
Doutrina Religiosa: O Estado seria obra imediata de Deus, e Ele próprio designaria o homem ou a família que deveria exercer a autoridade estatal. Defensores: Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino (justificação da monarquia: teoria do direito divino dos reis).
Doutrina do Jusnaturalismo: Buscou desvincular os valores humanos da religião. O Estado encontra fundamento nas próprias exigências da natureza humana, tendo sua origem na própria sociedade. Defendia que o homem vivia em um “estado de natureza” que antecedia o “estado social”, mas as regras do estado natural não bastavam para manter a convivência pacifica entre os membros da sociedade. O Estado surge quando se percebe que deve existir uma instituição superior para garantir os direitos individuais e garantir o bem comum. Defensores: Jusnaturalistas (objetivavam desvincular os valores humanos da religião).
Doutrina do Contratualismo: Origina-se da soma de pactos recíprocos realizados entre os integrantes da sociedade que cedem seus direitos individuais em prol do interesse coletivo. Defensores: Contratualistas (Rousseau, Hobbes, Locke, Montesquieu...), que defendiam que o Estado é fruto de um contrato hipotético celebrado pelos homens.
Doutrina da violência ou da força: O Estado foi originado da supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos. O Estado é um instrumento de domínio dos mais fortes sobre os mais fracos. Defensores: Darwinistas, a exemplo de Jean Bodin. (O Estado regularia a relação entre vencedores e vencidos).
Teoria Familiar: A autoridade social será exercida pelo chefe da família, destacando-se uma sociedade patriarcal. Defensores: Patriarcalistas 
NASCIMENTO DO ESTADO:
 Pode se dar de três formas, segundo Sahid Maluf (Originário, secundário e derivado):
 Originário: É aquele em que o Estado nasce do próprio meio onde se estabelece a sociedade. Nasce diretamente do povo, sem influência de fatores externos.
*Visão claramente determinista.
 Secundário: É aquele que nasce da união ou divisão de Estados:
Confederação: União permanente entre Estados soberanos, com vista à realização de empreendimentos de interesse comum.
Exemplo: União Europeia.
*Os Estados conservam sua soberania. A confederação existe enquanto for necessária essa união.
Federação: União nacional onde os Estados passam a constituir uma só pessoa jurídica de Direito Público Internacional (um só Estado soberano).
Exemplo: Brasil.
*Os Estados integrantes por si mesmos, não são soberanos, mas são autônomos. União indissolúvel. 
União Real: União de dois países formando um só Estado para efeitos externos, mas, internamente, ambos conservam sua autonomia político-administrativa (mas o poder é exercido pela união).
Exemplo: Reino Unido.
União Pessoal: Ocorre quando dois ou mais Estados são governados por um único monarca. Essa união decorre do princípio de sucessão hereditária dos reis. Exemplo: Dinastias.
*União em virtude do monarca.
Divisão Nacional: Ocorre quando uma região integrante de um Estado consegue a sua independência, se desvinculando do Estado origem. 
Exemplo: Cingapura se desvinculou da Malásia.
Divisão Sucessorial: Ocorre quando o Estado, que era propriedade do monarca, é dividido entre seus parentes.
Exemplo: Idade Média -> Feudalismo.
Derivado: É a formação de novos Estados a partir de movimentos já existentes. É aquele que decorre de movimentos exteriores, quais sejam:
Colonização (de povoamento ou de exploração);
Concessão dos Direitos de Soberania (em virtude de guerras ou revoltas);
Ação de um governo estrangeiro (exemplo: Criação do Estado de Israel).
Extinção do Estado: Se dá por causas gerais ou específicas. Exemplo: Falta de algum elemento constitutivo (geral); por meio de conquistas; emigração (voluntária); expulsão (involuntária); renúncia aos direitos de soberania.
 
O ESTADO DIANTE DA HISTÓRIA
Os Estados podem ser classificados segundo o grau de penetração na vida social e individual, resultando em cinco modelos principais:
Estado de Antigo;
As principais características são: natureza unitária (não existe divisão no interior do Estado) e religiosidade (por isso é também denominado de Estado Teocrático) 
Estado Romano; 
As principais características são: base familiar da organização, sociedade organizada segundo a cidade-estado e domínio sobregrande extensão do território. 
Estado Medieval;
As principais características são: base religiosa (cristianismo), feudalismo e invasão de bárbaros. 
Estado Moderno; 
Caracteriza-se pela existência de uma UNIDADE territorial dotada de um poder soberano, reconhecido como supremo em seu território. 
ELEMENTOSCONSTITUVOS DO ESTADO: 
Podem ser de ordem Formal (poder político) ou de ordem Material (homem e território)
PODER ESTATAL: “É a faculdade de tomar decisões em nome da coletividade”. (Afonso Arinos)
Evolução do poder:
- Força física;
- Capacidade econômica (França, séc. XVII e XVIII: o governo serviria para resguardar os bens dos mais ricos);
- Força espiritual (relação com o divino).
Poder Jurídico e Político: O poder não existe sem o Direito, mas pode existir com maior ou menor grau de juridicidade. O direito não se positiva sem o poder, um implicando o outro.
*Assim, o poder político sempre estará atrelado ao Direito, mas, em algumas vezes, de maneira mais dependente que em outras.
Poder Jurídico: Se apoia na soberania e supremacia de governar
Poder político: É caracterizado pelo caráter imperativo de suas normas. 
Poder de Fato X Poder de Direito:
O Poder de Fato ocorre quando o poder repousa unicamente na força (coação: o poder não tem legitimidade);
O Poder de Direito ocorre quando o poder busca como base de apoio a competência, o consentimento dos governados. (Tem legitimidade e legalidade)
TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO PODER ESTATAL:
Imperatividade: Significa o caráter inabdicável, obrigatório da participação de todo indivíduo numa sociedade estatal.
Natureza integrativa: Todo ser humano nasce no Estado, não sendo possível a vida fora dele.
Capacidade de auto-organização: É quando existe instrumento autônomo de poder financeiro, policial e militar, com capacidade organizadora e regulativa.
Unidade: O poder do Estado, na pessoa do seu titular, é uno e indivisível, a divisão só se faz quanto ao exercício do poder, distribuindo-se em três funções distintas.
Indivisibilidade:*Para Rousseau, o poder emana do povo; para Jellinek, o poder emana do Estado.
Legalidade: Significa o procedimento da autoridade, em consonância estrita com o direito estabelecido. (cumpre o ordenamento jurídico).
Legitimidade: É a legalidade acrescida de sua valoração, por parte do povo (seu apoio, consentimento).
Soberania: Não é propriamente o poder do Estado, mas é uma qualidade que se empresta a este poder.
OBS: LEGITIMIDADE (Classificação de Max Weber):
Legitimidade Carismática: Assenta nas crenças havidas em profetas, heróis, demagogos, baseando-se na direta lealdade pessoal dos seus seguidores (baseia-se no carisma do representante).
Legitimidade Tradicional: Apoia-se na crença de que os ordenamentos comportam a virtude da santidade. (Santidade do estatuto).
Legitimidade Legal ou Racional: Tem-se o poder fundado no estatuto, na regulamentação da autoridade.
*Legalidade e Legitimidade: É possível a existência de um governo legal (ordenamento), mas ilegítimo (aceitação), como também é possível a existência de um governo ilegal mas legítimo (em casos de golpes, revoluções...)
Soberania (característica do poder político): “É o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões, nos limites dos fins éticos de convivência”. (Miguel Reale)
*Soberania é a supremacia de um Estado, no âmbito interno (supremacia do Estado sobre os demais poderes) ou externo (independência de outros Estados)
Características da Soberania: UNA, INDIVISÍVEL (não existem duas soberanias, e ela não pode ser dividida), INALIENÁVEL (não pode ser repassada, cedida, negociada) e IMPRESCRITÍVEL (não acaba, não tem prazo).
Evolução da Soberania (quanto à titularidade):
1) Poder do Rei (Jean Bodin) -> Absolutismo;
2) Povo (Rousseau) -> Idade Moderna;
3) Estado (Jellinek) -> Atualidade.
Limites à soberania: Princípio da legalidade -> O Estado é soberano, mas está subordinado a uma lei maior (Constituição).
PODER CONSITUINTE: Poder para criar ou alterar as normas Constitucionais.
Originário: Encarregado de criar uma ordem constitucional.
Derivado ou reformador: Competente para alterar a Constituição, através das Emendas Constitucionais (EC’s).
Decorrente: Poder que a própria Constituição confere aos Estados-membros, de elaborarem sua própria Constituição.
*Conceito de Constituição:
Concepção Material: Conjunto de normas que tem maior força hierárquica e que organizam o poder político. Reconhece o real sentido da constituição, com normas que não podem ser alteradas.
Concepção Formal: Conjunto de normas que se diferenciam das outras e têm um processo legislativo mais dificultoso. (diferentemente de normas ordinárias, etc.) Normas que passam por um processo burocrático para serem alteradas.
TEORIAS QUE ABORDAM A SOBERANIA:
Doutrinas Teocráticas:
Doutrina da Natureza Divina dos governantes: É o que faz dos governantes deuses vivos, reconhecendo-lhes o caráter de divindade. Exemplo: Faraós, imperadores romanos...
Doutrina da Investidura Divina: Os governantes reputam-se delegados diretos e imediatos de Deus.
Doutrina da Investidura Providencial: Admite apenas a origem divina do poder.
Doutrinas Democráticas:
Doutrina da Soberania Popular: A soberania é tão somente a soma das distintas funções que pertencem a cada indivíduo (Rousseau)
*Assim, cada cidadão teria uma parcela da soberania -> Sufrágio Universal.
Doutrina da Soberania Nacional: A nação surge como depositária única e exclusiva da autoridade soberana.
*Não o povo, mas a nação é portadora da soberania (Jellinek).
*Somente alguns poderiam votar.
TERRITÓRIO
Base geográfica do Estado. Kelsen define o território como sendo o âmbito de validade da norma jurídica. Não há nenhum Estado sem território, e o inverso também é verdadeiro ( com exceção da Antártida). A noção de território como componente essencial do Estado só apareceu com o Estado Moderno. 
Impenetrabilidade da Ordem Jurídica Estatal: No território de cada Estado vige tão somente sua ordem jurídica.
Territorialidade: Em um dado território, vige somente uma ordem jurídica. Isso não impede do Estado, por vezes, preferir a aplicação de um direito estrangeira em detrimento do seu próprio. Ou seja, dentro dos limites territoriais brasileiros só vige a legislação brasileira, sendo ela soberana, mas isso não impede do Estado excepcionalmente adotar leis estrangeiras.
Extraterritorialidade: Em virtude dos tratados e costumes internacionais, há umtolerância dos Estados em reconhecer as embaixadas e representações diplomáticas como uma extensão do próprio território a que pertence.
O BRASIL ADOTA O PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE MODERADA, ALÉM DE RECONHECER O PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE. 
Limites territoriais: 
Espaço Aéreo— É toda porção aérea situada acima do território
Mar Territorial--- É a porção de águas oceânicas que são consideradas como integrantes do território, indo até 200 milhas. 
Plataforma Continental--- É considerada também parte do território a plataforma continental, que consiste no solo coberto pelo mar em estreita continuação às terras continentais.
Em caso de embarcação ou aeronave oficial ou pública sempre será do país a que pertence, mesmo se estiver em território nacional ou estrangeira. Já em caso de aeronave ou embarcação privada, a competência dependerá do local em que ela se encontra. Se for em território nacional, será competência do seu país. Se for em território estrangeiro, estará sujeita ao pais que se encontra. Se a aeronave ou embarcação estiver em alto mar ou em um lugar que não pertence a nenhum Estado, é julgado segundo seu país de origem.
POVO 
É o conjunto de populações de um Estado, conjunto de nacionais de um Estado. O povo está unido ao Estado por um vínculo jurídico, sendo formado pela união de cidadãos. O conceito de povo pode ser entendido por três aspectos: Político, jurídico e sociológico. 
Político: Afirma que o povo é o conjunto de indivíduos que possuem determinado vínculo com o Estado através de sua participação no processo eleitoral. Então, o povo é o quadro humano sufragante. O aspecto político nada mais é do que o povo participando do processo eleitoral de seu Estado. 
 Jurídico: Afirma que o povo é o conjunto de indivíduos vinculados pela cidadania em um ordenamento jurídico. Esse aspecto define-se por três sistemas que determinam a nacionalidade da pessoa:
Jus Sanguinis: Determina a nacionalidade pelo vínculo pessoal ou hereditário, ou seja, será nacional quem possuir pais nacionais
Jus Soli: Determina a nacionalidade pelo vínculo territorial, ou seja, terá que ter nascido em território nacional.
Sistema Misto: Adota tanto o vinculo pessoal como o territorial. Portanto, serão nacionais filhos de pais nacionais como os que nasceram em território nacional.
BRASIL ADOTA O SISTEMA MISTO
 Sociológico: É quase igual ao conceito de nação(segundo Reale, é uma comunhão formada por laços históricos e culturais assentada num sistema de relação objetiva.)
OBS: CIDADÃO É AQUELE QUE DESFRUTO DE DIREITOS POLÍTICOS, TODO CIDADÃO É NACIONAL, MAS NEM TODO NACIONAL É CIDADÃO.
 BINACIONAIS OU DUPLA NACIONALIDADE: São os que possuem mais de uma nacionalidade ao mesmo tempo. Filhos de pais de um País que adote o jus sanguinis, nascidos em um Estado país que adote o jus soli.
APRÁTIDAS OU SEM NACIONALIDADE: são os que não possuem nacionalidade. Seus pais são oriundos de um país que adota o jus soli e ele nasceu em um país que adote o jus sanguinis. 
O que é população? É um conceito puramente demográfico, sendo a soma de todas pessoas que estão em um território em um dado momento.( incluindo estrangeiro e apátridas). NÃO TEM SENTIDO JURÍDICO.

Continue navegando