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CONSTITUCIONAL A constituição federal é fundamento de validade para as demais leis, devido à supremacia constitucional, uma vez que a alteração do seu texto envolve um processo mais rigoroso e também por tratar de clausulas pétreas. → O direito constitucional visa à estruturação do estado e prevê direitos e garantias fundamentais. → O direito constitucional e o direito administrativo, em comum, são ramos do direito publico que visam proteger o Estado, porém, se diferenciam, ao passo que o direito administrativo se preocupa com a atuação do Estado enquanto o Direito Constitucional se preocupa com a estruturação do Estado. ESTADO: é um ente personalizado, não existe materialmente, dotado de aptidão para contrair direitos e obrigações na ordem jurídica. São necessários 4 elementos para ter um Estado. Com a junção desses 4 elementos temos um Estado dotado de direitos e obrigações: 1- Povo 2- Território 3- Governo 4- Soberania Existem dois tipos de Estado: Federação e Confederação. → O BRASIL adotou a forma FEDERATIVA de Estado, que tem por característica: a indissolubilidade do vinculo entre os entes federativos e apenas 1 poder soberano. → A UNIÃO surgiu a partir do art. 18 CF com o intuito de representar os interesses do Brasil no âmbito interno. O estado brasileiro possui 3 poderes que são pertencentes à União descentralizados em unidades menores sendo: o legislativo, o executivo e o judiciário. Poderes esses que são independentes e harmônicos entre si. → Essa descentralização se deu com o intuito de promover uma especialização funcional por parte de cada um. LEGISLATIVO: criar leis EXECUTIVO: administra com base nas leis JUDICIÁRIO: julga com base nas leis → Para que se evite o subjulgamento entre esses poderes, para que eles se equilibrem e não ocorra a imposição de um poder sobre o outro, criou-se o sistema de FREIOS E CONTRAPESOS, para prezar a harmonia entre eles. → Existem 2 formas de exercer esse sistema de freios e contrapesos. 1- Através do exercício de funções atípicas pelos outros poderes, desde que previstas constitucionalmente. Cada poder possui suas funções típicas, aquelas as quais são obrigados a desempenhar. Porém, a constituição prevê algumas funções atípicas para esses poderes. O exercício dessas funções atípicas são exceções a regra. Obs.: o poder executivo só exerce atipicamente função legiferante no que tange a elaboração de medida provisória. 2- Através do Controle Político e o Controle Administrativo. → O controle é a possibilidade de rever e até mesmo modificar atos praticados pelos outros poderes. Controle Político: recai sobre as funções típicas, é a reavaliação das funções típicas realizadas por cada poder. Ex: art. 66 parágrafos 1º e 6º, art. 102 e art. 101, 104 e 107 (o poder executivo não exerce diretamente controle sobre o poder judiciário, somente indiretamente e nessas 3 hipóteses.) Controle Administrativo: Incide sobre os atos administrativos, que não sejam de poder, são atos que os 3 poderes podem desempenhar. E existem 2 formas de controle administrativo: a) Fiscalização Hierárquica: é a possibilidade é um superior rever os atos de seu subalterno e pode ser realizada de ofício, não é necessária a provocação. Ele pode rever, modificar, anular, extinguir, alterar, etc. Mas nem sempre a fiscalização hierárquica é o suficiente. b) Recurso Administrativo: Não pode ser realizado de oficio, permite a reapreciação do ato, porém necessita de provocação para que o superior pratique. Os objetos do controle, o que o superior deve analisar nos atos do subalterno são: ∙ Verificar a legalidade do ato praticado, se está em conformidade com a lei. ∙ E analisar o mérito administrativo: conveniência + oportunidade → O poder judiciário não pode realizar controle de mérito administrativo, apenas se for de ato administrativo praticado por ele próprio. CONSTITUIÇÃO: conjunto de normas onde estão manifestada as principais ações políticas e que prevê a regulamentação/estruturação do Estado e Direitos e Garantias Fundamentais. 1- CLASSIFICAÇÃO: - Quanto à forma a) escrita: são aquelas que se encontram positivas em um único documento codificado. b) não escrita: compilada em leis esparsas; - Quanto à estabilidade a) Flexíveis: possui fácil processo de alteração do seu texto com um quorum normal igual ao de leis ordinárias; b) Rígidas: são aquelas que possuem um processo mais rigoroso de alteração do texto constitucional, possuem um quorum diferenciado. c) Semi-Rígidas: são aquelas em que parte do seu texto possui um quorum diferenciado, um processo mais rigoroso e outra parte não possuem rigorosidade, se alteram mediante quorum igual das demais leis. d) Imutáveis: são aquelas que em hipótese alguma podem ter seu texto constitucional alterado. e) Super rígidas: são aquelas que possuem uma parte imutável e a outra parte rígida. - Quando ao conteúdo a) Formal: mais ampla, versam de conteúdo além do constitucional b) Material: mais restrita, versam apenas de conteúdos de constitucionais: a estrutura do estado e direitos e garantias fundamentais. - Quando a origem a) Promulgada: são aquelas criadas pelos representantes eleitos pelo povo para esse fim. Que expressam a vontade da população; b) Outorgada: imposta pelo seu representante sem participação popular; - Quando a elaboração a) Dogmática: reflete os interesses da sociedade naquele dado momento; b) Histórica: criadas ao longo da história, processo de elaboração lento, gradativo; → A Constituição Brasileira é escrita, rígida, material, promulgada e dogmática. PODER CONSTITUINTE: Está voltado para a criação e modificação de Constituições. Porém, não está vinculado apenas à Constituição Federal, uma vez que a forma federativa de Estado possibilita a criação de constituição por parte dos Estados-membros também. Ou seja, os Estados-membros também possuem seu poder constituinte para criar suas próprias constituições regulamentadoras. → A titularidade do poder constituinte é do povo → Porém, os exercentes de forma direta do poder constituinte são os representantes eleitos pelo povo. O povo exerce esse poder apenas de forma indireta. O exercício da democracia no Brasil se dá de forma semi-indireta (art. 14 CF) PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: Está voltado para a criação de uma nova ordem constitucional, para desenvolver uma nova constituição. É aquele que estabelece uma nova constituição e os poderes que vão reger os interesses da sociedade. Ele não deriva de nenhum outro, portanto não possui nenhuma condição, nem limitação, nem subordinação. Existem 2 formas de manifestação desse poder: ∙ Outorga ∙ Assembléia Constituinte → Suas características são: Soberano: uma vez que cria e estrutura um novo Estado e atribui a ele personalidade jurídica internacional; Inicial: Não deriva de nenhum outro, é a base jurídica de um Estado, é o ponto de partida do ordenamento jurídico; Obs.: Leis anteriores: Com a nova Constituição, todas as novas normas que forem elaboradas deverão respeitá-la formalmente e materialmente. Já as normas anteriores, serão reapreciadas, continuando a produzir efeitos, desde que não violem materialmente a nova Constituição. Caso violem, serão revogadas. Permanente Ilimitado: não está sujeito a limitações no exercício de suas vontades; Incondicionado: Porque ele manifesta sua vontade de forma livre, sem nenhuma condição pré-fixada, não está submisso a nenhum procedimento formal. PODER CONSTITUINTE DERIVADO: é o poder de 2ª instancia, ele deriva do poder constituinte originário. Incide na alteração do texto constitucional e, no Brasil, na alteração das constituições dos Estados-membros. Possui 2 espécies: 1 - Derivado Reformador: é aquele que se destina a apenas a alteração do texto constitucional. E comporta duas formas de manifestação: Revisão: processo de alteração através de uma sessão dupla, com quorum qualificado (50%+1 dos membros do Congresso) e não se sujeita aclausulas pétreas. O Brasil realizou o processo de revisão da Constituição 1 vez 5 anos após a promulgação da Constituição de 1988, ou seja, em 1993. A respeito da possibilidade de uma nova revisão, temos controvérsia doutrinária: ∙ 1ª corrente: Manoel Gonçalves F Filho. Diz que existe a possibilidade de uma nova revisão sim, desde que o Congresso promulgue uma Emenda invocando uma nova revisão. ∙ 2ª corrente: STF: Diz que é inadmissível uma nova revisão, uma vez que o legislador constituinte só permitiu a revisão apenas 1 vez e o Brasil já realizou 1 em 1993 e após essa revisão ficou estabelecido de maneira expressa que a alteração do texto constitucional só será através de Emenda Constitucional. (art. 60 §4º) Emenda Constitucional: são mecanismos de alteração do texto constitucional extremamente rigorosos que condicionam e limitam a atuação do legislador diante da existência de clausulas pétreas. Para que uma Emenda Constitucional entre em vigor, ela deve ser aprovada e promulgada mediante os requisitos pré-estabelecidos pela CF. O presidente da republica não participa no que tange a aprovação da emenda, nem o poder judiciário, eles podem apenas apresentar proposta, mas não participam efetivamente no processo de alteração do texto constitucional. CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR: → Secundário: pressupõe ordenamento jurídico já existente e deseja modificá-lo; não cria uma nova ordem. Dessa forma, possui limites e condições. → Condicionado: Está sujeito a condições pré-fixadas para seu exercício, sendo essas: A revisão e Emenda Constitucional. → Limitado: São regras ou limites que serão impostos, pelo poder constituinte originário, aos legisladores responsáveis pela alteração do texto constitucional. Tem critérios pré-estabelecidos que devam ser obedecidos e que caso sejam violados declarará a Emenda como inconstitucional. → Limitações Expressas: ∙ Materiais – art. 60 §4º CF - Limitação de conteúdo. Há matérias/temas que não podem ser abolidos. ∙ Circunstanciais – art. 60 §1º CF – São fatos da vida que acontecem no mundo jurídico que vão impedir os legisladores de apreciarem proposta de E.C ∙ Formais – art. 60 §2º CF – Se refere quanto aos critérios que devem ser seguidos para a alteração do texto constitucional. ∙ Temporais – Durante um período de tempo, a Const. não poderia ser alterada. Embora alguns autores considerem o art. 60 §5º como um exemplo, na verdade, tal dispositivo traz uma limitação circunstancial, uma vez que apenas uma determinada matéria não poderá ser submetida a uma nova apreciação. O único exemplo de limitação temporal ocorrido no Brasil remonta à Const. de 1824 que expressamente proibiu sua reforma pelos primeiros 5 anos após a sua promulgação. → Existe direito adquirido contra Emenda Constitucional? Assunto controvertido. 1ª corrente: Diz que há sim direito adquirido contra E.C, pois para, nos termos do art. 5º inciso XXXVI CF o direito adquirido é um direito fundamental e, portanto, clausula pétrea. Assim, se uma E.C abolir um direito adquirido, haverá flagrante inconstitucionalidade. 2ª corrente: Diz que não há direito adquirido contra E.C, pois para ele, a garantia do art. 5º inciso XXXVI CF é dirigida ao legislador infraconstitucional, visto que o dispositivo em questão utiliza a palavra “ LEI”, e não ao legislador constitucional.
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