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HISTÓRIA DO DIREITO

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HISTÓRIA DO DIREITO
TEMA: OS FENÔMENOS JURÍDICOS DA ANTIGUIDADE
CURSO: DIREITO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa compreender, o processo de evolução e constantes transformações das civilizações humanas no decorrer da história que marcam um longo caminho de evolução jurídica.
Analisaremos esta trajetória deste sistema jurídico das civilizações antigas através da compreensão do Direito na antiguidade do sistema jurídico, representado pelo Direito na antiguidade, as primeiras leis escritas, os códigos Hammurabi e Manu, Lei Mosaica e Direito Grego.
Entendemos que as leis continuam em transformações, acompanhando a evolução da história.
O DIREITO NA ANTIGUIDADE
O Direito na Antiguidade surgiu com grande força da Religião e dos estudos dos povos. A religiosidade era muito marcante entre as comunidades.
Sua premissa se origina dos povos sem escrita, ou Ágrafos, como eram chamados. (a = negação + grafos = escrita).
Como cita Castro (2011, p. 7)“...não tem um tempo determinado. Podem ser os homens da caverna de 3.000 a.C., ou os índios brasileiros até a chegada de Cabral...”
O povo ágrafo utiliza como norma, os costumes adquiridos entre eles. O que estava sendo praticado em comum se tornava regra, de forma geral, ou seja, norma.
As características existentes entre eles eram Abstratas, Numerosos, Relativamente Diversificados, Impregnados de Religiosidade e Direitos em Nascimento.
São Abstratos: as regras eram decoradas e transmitidas de pessoa para pessoa.
São Numerosos: as comunidades viviam isoladas e tinham seu próprio costume. Dessa forma, havia, uma grande diversidade dos direitos.
São Relativamente Diversificados: havia uma grande distinção entre eles, fazendo com que cada comunidade, tivesse as suas próprias normas. Causando diferenças na relação do direito nas comunidades.
São Impregnados de Religiosidade: o direito e a religião estavam totalmente ligados. Entre eles, o medo do sobrenatural.
São Direitos em Nascimento: Quando o pensamento se torna reflexivo.
AS PRIMEIRAS LEIS ESCRITAS
Na região onde está o Iraque, o povo da Mesopotâmia, fez sua principal descoberta. Utilizaram símbolos em superfície, e que transmitiam a idéia de escrita. Cujo nome é Cuneiforme (escrita em forma de cunha). Foram os primeiros a terem acesso as leis escritas.
Surge na Suméria, o Código Ur-Nammu. O primeiro código de leis mais antigo da história. Seus costumes foram baseados em casos concretos.
O Código de Eshunna sofreu forte influência do código de Ur-Nammu. O qual também influencia o Código de Hammurabi.
No direito privado Sumeriano, o divórcio era concebido por decisão judicial, a mulher ao repudiar seu conjugue, pagava uma indenização pecuniária.
O adultério era considerado delito. Em caso de perdão, por parte do marido ou esposa, não acarretava conseqüências.
O filho que negasse seu pai, a sua mão seria cortada ou vendida como escravo.
As dívidas do marido eram responsabilidades de sua esposa.
Os povos da Mesopotâmia eram: sumérios, acadianos, babilônios e assírios.
CÓDIGO DE HAMMURABI
Composto por 282 artigos. No seu território, havia vários povos de línguas, raças, culturas diversas. Hammurabi se utilizou de três elementos para unificar a região: a língua, a religião e o direito.
A sociedade na época de Hammurabi é dividida em Três camadas sociais:
Os¨ Awilum¨: Era o homem livre. Abrangia tanto ricos quanto pobres.
Os ¨Muskênum¨: camada social intermediária entre homens livres e os escravos.
Os escravos (Wardum): era a minoria da população.
Alguns pontos do código de Hammurabi:
A pena de Talião: é um dos mais utilizados por todos os povos antigos. Foi uma das formas que a sociedade encontrou para estabelecer as penas para seus delitos. Baseada no princípio Bíblico ¨olho por olho, dente por dente. Ou seja, a pena sofrida, é o mesmo sofrimento que o motivou a cometer o crime.
Falso Testemunho: o código separa uma causa de morte de uma causa que envolve pagamento. Em alguns casos, a sanção pode ser a pena de morte.
Roubo e Receptação: é penalizado aquele que roubar ou furtar, ou o interceptador.
Estupro: neste caso, mulheres casadas, que ainda não haviam coabitado com seus maridos.
Família: patriarcal e monogâmico, mas aceitava-se o concubinato.
Escravos: eram os prisioneiros de guerra ou por não conseguir pagar as suas dívidas.
Divórcio: qualquer dos conjugues podia repudiar o outro.
Adultério: somente a mulher, se caso viesse a trair seu marido, cometia crime de adultério. O homem era cúmplice.
Adoção: existia e era amplamente regulada.
Sucessão: limitações sobre a disposição do patrimônio, especialmente se possuía descendentes.
Penal: penas de morte, retaliação, forca. Bem mais severo.
A mulher podia repudiar seu marido. Tem liberdade na gestão de seus bens, mantendo-se proprietária de seu dote, mesmo após o casamento, podendo retornar para a sua família e levá-lo. Ela é dotada de personalidade jurídica. 
LEI MOSAICA
A história dos Hebreus é encontrada na Bíblia. No antigo testamento que reúne a Torá (ou a Lei), os Projetos e os Escritos. Os Hebreus acreditavam que Jesus é o Messias que o antigo previa.
Como cita Castro (2011, p. 28)
Para eles, Deus escolhia os líderes, Deus escolhia o lugar onde eles iriam ficar. Deus dava fartura ou não. “Deus, dependendo do seu merecimento, dava a vitória ou a derrota na guerra.”
É um direito extremamente religioso, monoteísta (somente um Deus). Onde as normas religiosas e jurídicas se confundiam.
Na legislação mosaica, a base moral são os 10 mandamentos, escritos por Moisés.
O Pentateuco é formado pelos cinco primeiros livros da Bíblia, que são as fontes do Direito Hebraico, tendo Moisés, como seu autor (XIII a.C.)
Gênesis; Êxodo; Levítico; Números; Deuteronômio.
Algumas leis do Deuteronômio:
Justiça: institui-se que dará a toda cidade, juízes para, assim julgar o povo com justiça. A lei é bastante rigorosa.
Processo: não admitem julgamento sem investigação ou julgamento por forças naturais ou deuses.
Lapidação: é a morte por apedrejamento. Morreriam dessa forma os idólatras, os feiticeiros, os filhos rebeldes e as adúlteras.
Cidades de Refúgio: pessoas com problemas se refugiavam para que a justiça fosse feita com calma e clareza.
Testemunhas: uma única testemunha, não é suficiente para a acusação. A causa será estabelecida por duas ou três testemunhas.
Adultério: se um homem se deita com uma mulher, que tem marido, ambos morrerão.
Divórcio: somente o homem pode se divorciar, para as mulheres, não cabe essa iniciativa.
Concubinato: era algo consideravelmente normal.
O CÓDIGO DE MANU
Região da Índia, onde se originou o código de Manu. Região isolada, geograficamente, por um lado pelo Himalaia (montanhas) e pelos mares, onde se dificultava o contato com outros povos.
Os arianos invadiram o Norte, e tomaram a península, por volta do segundo milênio a.C., onde na região já existiam os dravidianos, que já dominavam técnicas de cultivo na região da Índia. Com a soma das duas civilizações, nasceu a civilização Hindu.
A sociedade Hindu é dividida em sistema de Castas. É um sistema que não admite mudanças, uma vez nascido nela, pertencerá a ela.
O sistema de Castas se divide em:
Bramas: eram os sacerdotes, que representavam a parte mais elevada da sociedade.
Xátrias: guerreiros com poder político.
Vaícias: eram os camponeses, artesãos e comerciantes.
Sudras: eram os servos.
Párias: eram os marginalizados da sociedade.
O código de Manu se divide em: religião, moral e leis civis.
Alguns pontos do Código de Manu:
Casamento: as crianças já nasciam prometidas para o casamento. Especialmente a mulher, que não faziam escolha e, geralmente se casava ainda muito criança.
Divórcio: o Código admite o divórcio, desde que tenha uma justificativa plausível e era o marido quem decidia a separação. Dessa forma, adeficiência era da mulher.
Mulher: a sua posição era o de subordinação. O Código de Manu deixa clara a situação jurídica da mulher.
Adultério: isso é considerado crime. Fidelidade no casamento é exigida por lei. A pena de morte, era em geral, aplicada nesses casos.
Herança: destinada ao filho mais velho. Para os sudras, dividia-se entre os herdeiros.
Se não houvesse descendente, então iria para os ascendentes.
DIREITO GREGO
Período em que se inicia com o aparecimento do pólis (cidade-estado) e vai até o seu desaparecimento e surgimento dos reinos helenísticos. Corresponde a um período de cinco séculos, denominado “época arcaica” e “período clássico”.
A escrita surge como nova tecnologia, permitindo a codificação de leis e sua divulgação através de inscrições nos muros das cidades. Dessa forma, junto com as instituições democráticas que passaram a contar com a participação do povo, os cristocratas perdem também o monopólio da justiça.
Retirar o poder da cristocracia com leis escritas foi o papel dos legisladores. Coube-lhes compilar a tradição e os costumes, modifica-los e apresentar uma estrutura legal em forma de leis codificadas.
Surgiram os legisladores Drácon e Sólon. Drácon fornece seu primeiro Código de Leis. Deve-se a Drácon a introdução de importante princípio de Direito Penal: a distinção entre os diversos tipos de homicídios, diferenciando-os entre homicídio voluntário, homicídio involuntário e homicídio em legítima defesa.
Sólon não somente criou um Código de Leis que alterou o Código criado por Drácon, como também promoveu uma reforma institucional, social e econômica na sociedade. No aspecto social, obrigava os pais a ensinarem um ofício aos filhos, caso contrário, estes ficariam desobrigados de os tratarem na velhice, a eliminação de hipotecas por dívidas, a libertação dos escravos pelas mesmas e a divisão da sociedade em classes.
Apesar de ter sido o berço da democracia, da filosofia, do teatro e da escrita alfabética, a civilização grega tinha algumas características bastante peculiares. Duas delas podem ter contribuído para o obscurecimento do direito grego ao longo da história, são elas: a recusa à profissão do direito e a preferência da fala à escrita.
Os gregos não aceitavam a profissão do direito e da figura do advogado que, quando existia, não podia receber pagamentos.
As leis de Sólon correspondem à grande revolução social. A eunomia, igualdade de todos perante a lei. A reforma de Sólon atingiu toda estrutura do Estado Ateniense, na economia, sociedade e política.
Podem-se classificar as leis gregas em crimes, família, pública e processual. Por crime corresponderia ao nosso direito penal, o homicídio. Os gregos diferenciavam entre voluntário, involuntário e em legítima defesa.
Como família, encontramos leis sobre casamento, sucessão, herança, adoção, legitimidade de filhos, escravos, cidadania e comportamento das mulheres em público.
Por Leis públicas entendem-se os códigos relativos à regulação das atividades e deveres políticos dos cidadãos, as atividades religiosas, a economia, finanças, vendas, aluguéis e processos legislativos.
No direito grego cabia a pessoa lesada, fazer o processo, a citação, tomar a palavra na audiência sem auxílio de um advogado. Não havia advogados, juízes, promotores públicos, apenas dois litigantes, autores de um processo dirigindo-se a centenas de jurados. Cabia ao litigante convencer a maior parte de jurados de todos os truques possíveis.
Por fim, os gregos não só tiveram um direito evoluído, como influenciaram o direito romano em alguns conceitos e práticas judiciais: o júri popular e a figura do advogado.
CONCLUSÃO
O Direito na Antiguidade nos mostra, como o direito é dinâmico, efêmero.
As leis e os códigos estão em contínua transformação, acompanhando a evolução da sociedade. 
Na Antiguidade, suas leis e normas manifestavam-se exclusivamente nos costumes quando era mais sensível à influência da vontade coletiva. Ele era considerado como expressão da vontade divina. Nessa fase, o direito estava mais voltado para a segurança de seu povo, sua vida, liberdade, patrimônio.
Com a existência dos Códigos, os quais o direito era formulado, o legislador, de alguma forma, atendia as necessidades de seu povo. Era também, uma forma de disciplinar a sociedade. Buscando preservar a ordem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito: Geral e Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2011.
VILLAR, Marcus Vinícius Cavalcante: O surgimento do direito na Grécia. Estudante de Graduação de Direito. Disponível em:< www.viajus.com.br> acesso em 25 mar. 2016.

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