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AÇÃO PENAL

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AÇÃO PENAL
CONCEITO – É o procedimento judicial iniciado pelo titular da ação (vítima ou Ministério Público) quando há indícios de autoria e materialidade. O Estado é o detentor do direito e do poder de punir (jus puniendi) sendo assim cabe a um órgão público (Ministério Público) a iniciativa da ação penal ou à própria vítima, dependendo da modalidade de crime praticado. As ações penais tem iniciativa pública ou privada. A definição de cada tipo vem expressa em lei nas próprias infrações penais. 
“É o direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. Através da ação, tendo em vista a existência de uma infração penal precedente, o Estado consegue realizar a sua pretensão de punir o infrator.” (NUCCI, Guilherme Souza)
O direito de ação encontra seu fundamento jurídico constitucional o inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal: “Art.5º (...) XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” 
Não se pode confundir o direito de ação com a ação propriamente dita. Direito de ação é o direito de se exigir do Estado o exercício da jurisdição. Ação é o ato jurídico, ou mesmo a iniciativa de se ir à justiça, em busca do direito, com efetiva prestação da tutela jurisdicional, funcionando como a forma de se provocar o Estado a prestar a tutela jurisdicional. 
No ordenamento jurídico pátrio, a ação penal é tratada tanto no Código Penal (arts. 100 a 106) quanto no Código de Processo Penal (arts. 24-62). 
CARACTERÍSCAS DO DIREITO DE AÇÃO PENAL
Suas principais características são: 
Direito público: a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública. Mesmo nas hipóteses em que o Estado transfere ao ofendido a possibilidade de ingressar em juízo (ex. nos crimes contra a honra), tal ação continua sendo um direito público;
Direito subjetivo: o titular do direito de ação penal pode exigir do Estado-Juiz sua prestação jurisdicional, relacionada a um caso concreto;
Direito autônomo: o direito de ação penal não se confunde com o direito material que se pretende tutelar; 
Direito abstrato: o direito de ação existe e será exercido mesmo nas hipóteses em que o juiz julgar improcedente o pedido de condenação do acusado. Ou seja, o direito de ação independe da procedência ou improcedência da pretensão acusatória;
Determinado: o direito de ação é instrumentalmente conexo a um fato concreto, já que pretende solucionar uma pretensão de direito material; 
Específico: o direito de ação penal apresenta um conteúdo, que o é o objeto da imputação, ou seja, é o fato delituoso cuja prática é atribuída ao acusado. 
CONDIÇÕES GERAIS DA AÇÃO PENAL 
Apesar de o direito de ação ser abstrato, o ordenamento jurídico impõe o preenchimento de certas condições para o seu exercício regular. Instrumentalmente ligados à prestação, essas condições de ação funcionam como requisitos para que, legitimamente, se possa exigir o provimento jurisdicional. 
A presença dessas condições da ação deve ser analisada por ocasião do recebimento da peça acusatória. Ausente qualquer uma delas, deve o magistrado rejeitar a peça acusatória, declarando o autor carecedor da ação, nos termos do art. 395, incs. II e III do CPP. 
CPP 1941
Art.395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
for manifestamente inepta;
faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Se, no entanto, isso não ocorrer, é perfeitamente possível o reconhecimento de nulidade absoluta do processo, em qualquer instância, com fundamento no art. 564, inc.II, do CPP, aplicável por analogia. 
CPP1941
Art.564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; 
por ilegitimidade de parte; 
(...) 
Há, ainda, entendimento minoritário segundo o qual também seria possível a extinção do processo sem julgamento do mérito, aplicando-se, subsidiariamente, o disposto no art. 267, inc. VI, do CPC. 
CPC 1973
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
(...)
VI- quando não ocorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; 
(..)
Sendo assim, para a propositura de toda e qualquer ação penal, é necessário: 
Legitimidade das partes: Se a ação for pública, deve ser proposta pelo Ministério Público, e se for privada, pelo ofendido e seu representante legal. O acusado deve ser maior de 18 anos e ser pessoa física, pois, salvo nos crimes ambientais, pessoa jurídica não pode figurar no polo passivo de uma ação penal, pois em regra, não comete crime. Os inimputáveis por doença mental ou por dependência em substância entorpecente podem figurar o polo passivo da ação penal, pois se provada a acusação, serão absolvidos, mas com aplicação de medida de segurança ou sujeição a tratamento médico para a dependência. 
Interesse de agir: Para que a ação penal seja admitida é necessária a existência de indícios suficientes de autoria e materialidade a ensejar sua propositura. Além disso, é preciso que não esteja extinta a punibilidade pela prescrição ou qualquer outra causa. 
Possibilidade jurídica do pedido: No processo penal o pedido que se endereça ao juízo é o de condenação do acusado a uma pena ou medida de segurança. Para ser possível requerer a condenação é preciso que o fato descrito na denúncia ou queixa seja típico, ou seja, que se mostrem presentes todas as elementares exigidas na descrição abstrata da infração penal. 
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO PENAL 
Além das condições gerais da ação penal, cuja presença é obrigatória em todo e qualquer processo penal, há determinadas situações em que a lei condiciona o exercício do direito de ação ao preenchimento de certas condições específicas. Sua presença também deve ser aferida pelo magistrado por ocasião do juízo de admissibilidade da peça acusatória, impondo-se a rejeição da peça acusatória, caso verificada a ausência de uma delas. 
Obs.: São aplicadas as mesmas regras das condições gerais, tais como Arts. 395, inc.II e II do CPP, e Art. 267, inc. VI do CPC. No que tange ao art. 564 do CPP, é aplicável alínea “a” do inciso III: 
Art.564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
(...)
 III- por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
a denúncia ou a queixa e a representação e , nos processos de contravenções penais , a portaria ou o auto de prisão em flagrante
São vários exemplos de condições específicas da ação penal:
Representação do ofendido, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação; 
Requisição do Ministro da Justiça , nos crimes em que a ação esteja condicionada à requisição; 
 Provas novas, quando o inquérito tiver sido arquivado cm base na ausência de elementos probatório;
Provas novas, após a preclusão da decisão de impronúncia, em se tratando de crimes dolosos contra a vida;
Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial;
Autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para a instauração de processo contra o Presidente da República e o Vice-Presidente da República e o Ministros de Estado.
A entrada do autor da infração no território nacional, nas hipóteses de extraterritorialidade da lei penal brasileira prevista nos §§ 2º e 3º, do art. 7º do Código Penal. 
INICIO DA AÇÃO PENAL 
A petição inicial da ação penal, quando proposta pelo Ministério Público, chama-se denúncia; no caso de se tratar de ação penal privada, proposta pelo ofendido, denomina-se queixa.
CP 1940
Art. 100. (...) 
§2º A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
CPP 1941
Art. 24. Nos crimes de ação pública , está será promovidapor denúncia do Ministério Pública , mas dependerá, quando a lei exigir, de requisição do ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
TIPOS DE AÇÃO PENAL
Ação penal pública 
Titular Ministério Público (Promotor de Justiça) – Peça inicial é a denúncia. 
A ação penal pública tem a iniciativa exclusiva do Ministério Público, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal:
CF/88:
Art. 129. São funções institucionais do ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
CP 1940:
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
CPP 1941:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá‑lo.
Havendo indícios de autoria e materialidade colhidos durante as investigações, o Ministério público é obrigado a oferecer a denúncia. Depois de oferecido a denúncia, não poderá o Promotor desistir da ação segundo o princípio da Indisponibilidade, que veremos mais a frente.
Existem duas espécies de Ação Penal Pública:
Incondicionada: Neste caso não há a necessidade de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça, uma vez que, “no silêncio da lei”, a ação será pública, por interesse da sociedade. É a regra geral e se aplica à maioria dos crimes. O Promotor de justiça não precisa de autorização ou de representação da vítima para que possa iniciar o processo. Ou seja, verificando a presença das condições de ação e havendo justa causa para o oferecimento da denúncia, a atuação do Ministério Público prescinde do implemento de qualquer condição. 
Funciona a ação penal pública incondicionada como a regra geral em nosso ordenamento jurídico. 
Condicionada: Neste caso, há a necessidade de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça para que se constituam as condições de procedibilidade. Perceba que neste tipo de ação penal, a lei, necessariamente deve mencionar: “mediante representação ou requisição do Ministro da Justiça”.
Representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso. Reserva-se à vítima ou ao seu representante legal o juízo de oportunidade e conveniência da instauração do processo penal. 
Requisição diz respeito à condição de atuação do Ministério Público à manifestação de vontade do Ministro da Justiça, sem a qual é inviável a instauração do processo penal. O fundamento para condicionar a persecução penal de determinado delito à requisição do Ministro da Justiça é evitar que o processo penal cause maiores prejuízos que o próprio delito, quer no sentido de se evitar inconvenientes políticos ou diplomáticos para o Brasil. 
CP 1940
Mediante Representação:
Art. 130, §2; (perigo de contágio venéreo.)
Art. 145, Parágrafo único, (crimes contra a honra.)
Art. 147, Parágrafo único, (crimes contra a liberdade pessoal.) 
Art. 156, §1º (furto de coisa comum) 
Art. 161, §3º ( alteração de limites se a propriedade é particular e há emprego de violência) 
Art.163 caput e parágrafo único, inc.IV (dano qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima)
Art. 164 (introdução ou abandono de animais em propriedade alheia) 
Art. 176 (tomar refeição em restaurante alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recurso para efetuar o pagamento.) 
Art. 149, Parágrafo único (fraude à execução) 
Art. 182 (crimes em prejuízo: I- do cônjuge , desquitado ou judicialmente separado; II- de irmão, legítimo ou ilegítimo; III- de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita . Porém, se o crime cometido for roubo, extorsão, havendo emprego de violência ou grave ameaça ; havendo um participe do crime ou se for cometido contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, a ação será incondicionada. 
Requisição do Ministro da Justiça 
Art. 145, Parágrafo único, (crimes contra a honra do Presidente da República.)
Entretanto, a existência da representação da vítima não torna obrigatório para o Ministério Público aceitar a denuncia. A Constituição Federal em seu art. 127, §1º, confere ao Ministério Público a Independência funcional e isso determina que possa agir conforme sua convicção. 
Há a possibilidade de se o juiz discordar, remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça que dará a palavra final.
CF/88
Art. 127. O ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo‑lhe 
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Ação penal privada 
A vítima é titular da ação penal privada ou seu representante legal nos casos que a lei configurar. É ela que vai oferecer a queixa-crime contra o ofensor. 
Subdivide em: 
Exclusiva ou Privada: É a regra geral. A lei expressamente menciona que “somente se procede mediante queixa.” (Ex.: Art. 105, 145, 161, 167, 179, 345 do CP). A iniciativa da ação é da vítima ou de seu representante legal se este for menor ou incapaz ou dos sucessores em caso de morte do representante (cônjuge, ascendente, descendente e irmão). 
O prazo é de seis meses para que a vítima ou seus representantes proponham a ação a partir do conhecimento da autoria do caso.
Uma exceção a esta regra é a lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006), onde a vítima não pode se retratar na presença do Delegado de Polícia. Somente poderá se retratar depois do oferecimento da denúncia em audiência especial para isto, conforme artigo 16:
 
“Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.”
Personalíssima: A lei expressamente menciona que: 
 Art. 100, §2º, do CP: A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
Só poderá ser proposta pela vítima e mais ninguém. Se menor, deverá aguardar completar 18 anos. Em caso de morte seus sucessores não podem prosseguir com a ação e a mesma se extingue. Existe somente um tipo de crime que se encaixa neste preceito. O do art. 236 do CP de 1940 (Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento).
	DIFERENÇAS 
	Ação Penal Exclusivamente Privada
	Ação Penal Privada Personalíssima 
	Cabe sucessão processual (o direito de queixa será transmitido aos sucessores.) 
A morte do ofendido não cabe extinção de punibilidade.
É a regra para a maioria dos crimes. 
	Não cabe sucessão processual 
A morte do ofendido acarreta extinção de punibilidade, quer pela decadência (se a ação penal ainda não tiver sido exercida), quer pela perempção (se o processo estiver em andamento) 
Há apenas um exemplo de crime de ação privada personalíssima : Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento (art 236 CP), onde a ação penal depende de queixa do contraente enganado. 
	Ex: A prática de um crime contra a honra, aos quais são, em regra, se ação exclusivamente privada (Art. 145, caput, 1º parte do CP), ocorrendo à morte do ofendido, o direito de oferecer queixa-crime ou de prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão nos exatos termos do art. 31 do CPP. Em se tratando de um crime de ação penal privada personalíssima, essa sucessão processual não seria cabível, porque a morte do ofendido causaria a extinção de punibilidade. 
Subsidiária da Pública/ acidentalmente privada/ supletiva: É a açãoproposta pela vítima quando o Ministério Público não apresenta qualquer manifestação, dentro do prazo que a lei lhe confere: 5 dias para o indiciado preso e 15 dias para o indiciado solto. (art.. 46 do CPP 1941). 
 Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
 A vítima ou seu representante terá um prazo de seis meses a partir da inércia do Promotor de Justiça para oferecer a denúncia.
A Constituição Federal, em seu art. 5º, inc. LIX, diz que será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. 
Também encontra previsão no: 
 Art. 100, §3º do CP: “A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.”
Art. 29 do CPP: “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denuncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos do prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal”.
A previsão da ação penal privada subsidiária da pública na Constituição Federal denota que se trata de um direito fundamental, verdadeira clausula pétrea, funcionando como importante forma de fiscalização do exercício da ação penal pública pelo Ministério Público. 
Ex: Na pratica de um crime de ação penal pública (furto), caso o MP permaneça inerte, o ofendido passa a deter legitimidade ad causam supletiva para o exercício da ação penal (no caso privada subsidiária da pública). Logo, se o MP não oferecer denúncia, não requisitar diligências, surgirá para o ofendido, ou seu representante legal, ou sucessores (caso de morte ou ausência da vítima), e direito de ação supletiva (subsidiária da pública). 
 Enquanto o ofendido não oferecer a queixa subsidiária (também chamada queixa substitutiva), o MP continua podendo propor a ação penal pública, sendo possível fazê-lo inclusive após a propositura da queixa, caso opte por repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva. Afinal, a inércia do MP não transforma a natureza da ação penal, que continua sendo pública. 
Atenção! Já ouve intensa controvérsia quanto à possibilidade de a vítima oferecer queixa-crime subsidiária em caso de arquivamento do inquérito policial. Hoje não há qualquer dúvida. Tendo o Ministério Público promovido o arquivamento dos autos do inquérito policial, resta claro que não houve inércia. O que caracteriza a desídia é a ausência de qualquer manifestação do órgão ministerial dentro do prazo previsto em lei para o oferecimento da peça acusatória
. 
Com esse entendimento: STF, Pleno, Inq nº 2242 AgR/DF, Rel. Min. Eros Grau, j.07/06/2006, DJ 25/08/2006, pg. 16. No sentido de que, se houve a instauração de procedimento investigatório contra Promotora de Justiça, o qual, ao final, foi arquivado pela Procuradoria Geral da Justiça por falta de tipicidade da conduta, não há como ter por ação cabível a ação privada subsidiária, mesmo que se reconheça como ausência de manifestação do MP o fato de o procurador geral só ter arquivado a representação após o ajuizamento da citada ação penal subsidiária, pois eventual inação do MP estaria suprida por seu parecer de rejeição da queixa crime, pedido que, segundo a jurisprudência, é irrecusável: STJ, 6ª Turma, HC nº 175.141/MT, Rel. Min, Celso Limongi, j. 02/12/2010, DJe 17/12/2010.
 
Fique ligado! O STF declarou a constitucionalidade do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), no qual não se aplica a Lei 9099/95 aos crimes cometidos em situação de violência doméstica. Tal decisão nos deu parâmetros, pois o crime de lesão corporal em caso de violência doméstica (Art 129, §9º) passa a ser de ação penal incondicionada. Veja o que mudou:
a)Em casos de lesões corporais dolosas graves, gravíssimas e seguidas de morte, a ação penal continua como sempre pública incondicionada, independentemente da condição da vítima.
b)Ocorrendo lesões corporais culposas (de qualquer natureza), a ação penal continua sendo pública condicionada a representação, nos termos do art. 88 da Lei 9099/95, independentemente da condição da vítima.
c)Ocorrendo lesões corporais dolosas leves, não importando a condição da vítima (homem ou mulher), desde que não classificáveis  como “violência doméstica  ou familiar” de acordo com os ditames da Lei 11.340/06, a ação penal continua sendo pública condicionada a representação por força do artigo 88 da Lei 9099/95.
d)Tratando-se de lesões corporais dolosas leves classificáveis como “violência doméstica e familiar”, mas perpetradas contra homens, permanece a ação penal pública condicionada (art. 88 da Lei 9099/95).
e)Finalmente, acontecendo lesões dolosas leves contra “mulher” no contexto de “violência doméstica ou familiar”, passou a ação penal a ser  pública incondicionada, vez que o art. 88 da Lei 9099/95 teve vedada sua aplicação a esses casos na forma do art. 41 da Lei 11.340/06.
AÇÃO PENAL POPULAR 
	No processo penal brasileiro não há a possibilidade de propositura de uma ação penal popular, desde que se entenda como “ação penal popular” como direito de qualquer pessoa do povo de promover ação penal visando à condenação de autor da infração penal (como ocorre na esfera cível com a ação popular). Para tanto, no Brasil, somente o Ministério Público e o ofendido estão legitimados a fazê-lo. Logicamente, caso se conceda a conotação de ação penal a qualquer pedido de tutela jurisdicional feito a juízo criminal, podemos incluir nesse cenário o habeas corpus, pois qualquer pessoa do povo está legitimada a ingressar com essa ação constitucional voltada à preservação da liberdade de locomoção. 
	A ação penal popular tem o significado de permitir a qualquer pessoa denunciar crimes de terceiros, exigindo punição. 
	Há posição doutrinária que sustenta que a ação para apurar crime de responsabilidade, nos termos do art. 14 da Lei. 1079/50, conferindo a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministros de Estado perante a Câmara dos Deputados, configura ação penal popular (Ada Pellegrine Grinover, Antonio Magalhães Gomes Filho e Antonio Scarance Fernandes, As nulidades no processo Penal, p.68). 
	Rogério Lauria Tucci esclarece que a denuncia de qualquer de povo contra agentes políticos não passa de uma notitia criminis (comunicação da ocorrência de um delito), uma vez que a proposição acusatória depende de órgão fracionário do Poder Legislativo (Teoria do direito processual penal, p.156).
	Realmente, se qualquer pessoa “denunciar” o Presidente da República, por crimes de responsabilidade, somente órgãos internos da Câmara dos Deputados derem prosseguimento à delação feita instaurar-se-á processo para apurar o delito apontado. 
PRINCÍPIOSDA AÇÃO PENAL PÚBLICA
Princípio da Obrigatoriedade: 
O Promotor de justiça não pode transigir ou perdoar o autor do crime de ação pública, pois cabe a ele formar a opinio delict, indícios de autoria e materialidade o Promotor de Justiça estará obrigado a oferecer denúncia. 
Apenas nas infrações de menor potencial ofensivo (contravenções e crimes com pena máxima até 2 anos) ainda que haja provas de autoria e materialidade, o Ministério público poderá deixar de oferecer a ação, se for cabível a transação penal, conforme Constituição de 1988 em seu art. 98, I:
CF 1988:
Art. 98.A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis demenor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Se houver prova de que o autor agiu em legitima defesa ou outra causa excludente de ilicitude, o fato não é considerado crime e o promotor deverá solicitar o arquivamento do inquérito.
O Juiz de direito é quem fiscaliza o princípio da obrigatoriedade e caso o ministério público requerer o arquivamento e o juiz discordar, deverá remeter os autos ao Procurador-Geral, a quem caberá a palavra final. 
Princípio da Indisponibilidade:
O Ministério Público não pode desistir da ação penal:
CPP 1941:
Art. 42.O ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Também não pode desistir dos recursos já interpostos:
CPP 1941:
Art. 576.O ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Porém, o Promotor de Justiça pode pedir a absolvição.
Existe também o instituto da suspenção condicional do processo (sursis processual), onde o promotor, baseado na lei 9.099/95, pode propor através de méritos do acusado um período de 2 a 4 anos de suspenção do processo. Após esse período, se o réu não descumprir nem uma das condições, será declarada extinta a punibilidade. 
Lei 9.099 de 26.09.95:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. 
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
 I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
 II - proibição de frequentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
 § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
 § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
 § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
 § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Observação: 
Princípio da (in) divisibilidade 
De acordo com o principio de indivisibilidade, o processo criminal de um obriga ao processo de todos. 
Há intensa discussão quanto a sua incidência na ação penal pública. Parte da doutrina entende que à ação penal pública aplica-se o princípio da indivisibilidade, no sentido de que, havendo elementos probatórios quanto a coautores e partícipes, o Ministério Público está obrigado a oferecer a denúncia em relação a todos. Doutrinadores como Fernando da Costa Tourinho, Aury Lopes Jr., Marcellus Polastri Lima, Renato Brasileiro de Lima adotam essa posição. 
Há, contudo, posição contrária que entende que o Ministério Público pode oferecer a denúncia contra apenas parte dos coautores e participes, sem prejuízo do prosseguimento das investigações quanto aos demais envolvidos. Denilson Feitoza adota essa posição. 
Nos Tribunais Superiores, tem prevalecido o entendimento de que, na ação penal pública, vigora o princípio da divisibilidade. Como já se pronunciou o STJ, o princípio de indivisibilidade da ação penal aplica-se tão somente à ação penal privada (CPP, art.48). Não há nulidade no oferecimento de denúncia contra determinados agentes do crime, desmembrando-se o processo em relação a suposto coautor, e fim de se coligir elementos probatórios hábeis à sua denunciação. (STJ, 6ª Turma, Resp nº 388.473/PR, Rel. Min. Paulo Medina, j.07/08/2003, DJ 15/09/2003, p.411.)
PRINCÍCIO DA AÇÃO PENAL PRIVADA
Oportunidade:
A vítima oferece a queixa-crime se quiser. O ofendido ou seu representante legal podem, de acordo com seu livre-arbítrio, decidir se vai ou não ingressar com a ação penal.
Disponibilidade: 
A vítima pode desistir da ação privada, através do perdão (art. 51 do CPP) pode abandonar o processo (perempção, art. 60 do CPP) ou desistir de recursos que tenha interposto (art. 576 do CPP.):
CPP 1941:
Art. 42.O ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará‑lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá‑lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando‑se para apreciar a matéria na sentença final.
Art. 576.O ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Indivisibilidade: 
Havendo dois ou mais criminosos, a vítima deve oferecer a queixa-crime contra todos.
Não pode o autor, se vítima de mais de um criminoso, oferecer a ação a somente um deles. Caso ocorra a intencional exclusão de um ou mais, será interpretada como renuncia a estes e será estendida a todos. (Art. 49 do CPP.), neste caso o Ministério Público deverá requerer rejeição da queixa e a declaração de extinção de punibilidade de todos.
Se o promotor entender que não se tratou de ato intencionado, deverá requerer que o juiz intime o autor ou seu representante para que edite a queixa, se ainda no prazo decadencial de seis meses.
CPP 1941:
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
PRINCIPIOS COMUNS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA E AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípio do “ne procedat iudex ex officio”
A partir do momento em que a Constituição Federal adota o sistema acusatório (CF, art. 129, inc. I), determinando que o órgão da acusação seja distinto do órgão jurisdicional, não mais poderá o juiz dar início a um processo de ofício, sendo-lhe vedado o exercício da ação. É esse o significado deste princípio, segundo o qual o juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação da parte. Dele também deriva a proibição de que o juiz profira um provimento sobre matéria que não tenha sido trazida ao processo por uma das partes. 
Princípio do “ne bis in idem”
Também conhecido como princípio da inadmissibilidade da persecução penal múltipla, estabelece que ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Entende-se que duas ações penais são idênticas quando figura no polo passivo o mesmo acusado e quando o fato delituoso atribuído ao agente em ambos os processos criminais for idêntico. Segundo a doutrina, este princípio tem uma latitude maior do que a coisa julgada, uma vez que impede inclusive que tramite simultaneamente duas ações sobre o mesmo fato imputado ao réu ( abrange, portanto, inclusive a questão da litispendência). 
Princípio da Intranscendência:
Somente o autor da infração penal pode ser processado criminalmente. A denúncia ou queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. Pode ser repassadopara terceiros a responsabilidade civil, mas nunca a responsabilidade penal.
CF 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
Princípio da Oficialidade:
Consiste na atribuição da legitimidade para a persecução criminal aos órgãos do Estado. A apuração das infrações penais fica, em regra, a cargo da polícia investigativa, enquanto que a promoção da ação penal pública incumbe ao Ministério Público, nos exatos termos do art. 129, inc. I, da CF. Aplica-se à ação penal pública, tanto na fase pré-processual, quanto na fase processual. Em relação à ação penal privada, vigora apenas na fase pré-processual, já que prevalece o entendimento de que ao particular, pelo menos em regra, não foram conferidos poderes investigatórios. 
QUADRO COMPARATIVO DOS PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL 
	PRINCIPIOS COMUNS 
	Ação Penal Pública 
	Ação Penal Privada 
	Principio do ne procedat iudes ex officio: não é permitido ao juiz iniciar um processo de oficio. A CF/88 adota o sistema acusatório, não recepcionando o processo judicialiforme, por meio do qual o juiz dava início a um processo por meio de portaria. 
	Idem. 
	Principio do ne bis in idem: ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Está expresso na Convenção Americana de Direitos Humanos (Dec. nº 678, art. 8º, nº4) 
	Idem. 
	Principio da intranscendência: só pode ser proposta em relação ao provável autor do delito. 
	Idem. 
	Principio da Oficialidade: a legitimidade para a persecução penal recai sobre órgãos do Estado, tanto na fase pré-processual, quanto na fase processual. 
	Idem. Obs: aplica-se apenas na fase pré-processual. 
	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS 
	Ação Penal Pública
	Ação Penal Privada 
	Principio da Obrigatoriedade (legalidade processual): presente as condições da ação penal e havendo justa causa para a deflagração de um processo criminal, o MP é obrigado a oferecer a denúncia. (Art. 14 do CPP) 
Exceções: Transação penal (art. 76 da L. 9099/95); Acordo de leniência (L. 8884/94, arts. 35-B e 35-C); Termo de ajustamento de conduta (L. 7347/85, art. 5º, §6º) e Parcelamento de débito tributário (L. 10684/03. Art. 9º)
	Principio da Oportunidade (conveniência): o ofendido pode optar pelo oferecimento (ou não) da queixa crime. Caso não exerça seu direito, pode deixar o prazo decair ou renunciar (expressa ou tacitamente) ao direito de queixa, que dará ensejo à extinção da punibilidade em relação aos crimes de ação penal exclusivamente privada e de ação privada personalíssima, nos termos do art. 107, incs. IV e V do CP. 
	Princípio da Indisponibilidade: se o MP conta com o princípio da obrigatoriedade, não pode desistir da ação penal pública, nem tampouco do recurso que tiver interposto. Não significa dizer, contudo, que o MP não possa pedir a absolvição do acusado. 
Exceções: Suspensão condicional do processo (L. 9099/95, art.89); Parcelamento de débito tributário (L. 10684/03, art.9º).
	Principio da Disponibilidade: se ação penal privada está sujeita a critérios próprios de oportunidade e conveniência do ofendido ou seu representante legal, isso significa dizer que o querelante poderá dispor do processo penal em andamento. 
	Principio da (in) Divisibilidade: parte da doutrina entende que vigora na ação penal pública o princípio da indivisibilidade. Logo, havendo lastro probatório contra todos os coautores e partícipes, o MP é obrigado a oferecer denúncia contra todos. Outra parte da doutrina e a jurisprudência majoritária entendem que vigora o principio da divisibilidade, significando que o ofendido pode oferecer denúncia contra certos agentes, sem prejuízo do aprofundamento das investigações quanto aos demais envolvidos. 
	Princípio da Indivisibilidade: o ofendido não é obrigado a agir (principio da oportunidade). Porém, se quiser exercer seu direito de queixa crime, é obrigado a exercê-lo em relação a todos os coautores e partícipes do fato delituoso.

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