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Projeto Celanira Tema musicoterapia

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA MUSICOTERAPIA EM UMA EQUIPE TÉCNICA DE
REABILITAÇÃO
Por: Celanira Liberatori Velasques Lima
Orientador
Prof. Celso Sanchez Pereira
Rio de Janeiro
2004
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA MUSICOTERAPIA EM UMA EQUIPE TÉCNICA DE 
REABILITAÇÃO 
 
 
 
 
 
Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes 
como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação 
“Lato Sensu” em Psicopedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
... à Deus pela minha saúde e disposição, ao meu pai no sua confiança 
e apoio e aos meus filhos por compreenderem a minha ausência em 
certos momentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta Monografia as pessoas mais importantes em minha vida: 
ao meu pai Ary Velasques o amigo de todas as horas e aos meus filhos 
Rodrigo e Leandro Velasques os responsáveis pelo meu 
amadurecimento enquanto mãe e mulher. O amor e o carinho de vocês 
alimentam cada dia mais a minha ânsia de viver. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A musicoterapia em uma equipe técnica de reabilitação tem como objetivo realizar um trabalho 
integrado visando o crescimento da criança com necessidades especiais, possibilitando o desenvolvimento 
das suas potencialidades. 
Musicoterapeuta, fisioterapeuta e fonoaudióloga atuam com crianças com 
Síndrome de Down, Encefalopatia Crônica da Infância e Autistas separados ou em 
grupos de acordo com a patologia. 
O trabalho visa mostrar qual seria o papel da musicoterapia neste tipo de 
atuação onde terapeutas realizam um trabalho em conjunto na mesma sala, com o 
mesmo grupo de crianças ou com uma única criança. 
Os portadores da Síndrome de Down formam um grupo constituído por 6 
crianças com idade cronológica entre 6 e 8 anos. 
As sessões são semanais com uma hora de atendimento, onde inicialmente 
fisioterapeuta e musicoterapeuta atuam em conjunto. Atualmente realiza-se duas sessões 
semanais de 30 minutos, onde em uma a fisioterapeuta e a musicoterapeuta atuam em 
conjunto e outra atuam fonoaudióloga e musicoterapeuta. Além desses atendimentos as 
crianças são atendidas também nos setores de terapia ocupacional e de psicologia 
periodicamente na neurologista. 
Os portadores de Encefalopatia Crônica da Infância com idade cronológica 
entre 6 e 8 anos constituem um grupo de 3 crianças. 
As sessões são semanais com meia hora de atendimento onde fisioterapeuta e 
musicoterapeuta atuam em conjunto, além desses atendimentos as crianças são 
atendidas também nos setores de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e 
periodicamente na neurologista. 
As crianças com aquisição de comportamento autista formam um grupo de 
cinco, com idade cronológica entre 3 e 5 anos. 
As sessões são semanais com uma hora de atendimento onde fisioterapeuta, 
musicoterapeuta e fonoaudióloga atuavam em conjunto. Atualmente o grupo foi 
subdividido e fonoaudióloga e musicoterapeuta atuam em conjunto. Além desses 
atendimentos as crianças são atendidas também nos setores de fisioterapia, terapia 
ocupacional, psicologia e periodicamente pela neurologista. 
Não se pretende fazer uma análise profunda no tratamento de cada grupo 
individualmente, a proposta é sim traçar a atuação da musicoterapeuta e algumas 
atividades realizadas no atendimento de grupo de crianças com patologias diferentes e 
com a atuação de outras terapeutas, no caso, fisioterapeuta e fonoaudióloga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 08 
CAPÍTULO I – O que é Musicoterapia 15 
CAPÍTULO II – Teoria Utilizada – Humanismo (Rogrs) 19 
CAPÍTULO III – As Patologias estudadas 22 
CAPÍTULO IV – Estudo de casos 30 
CAPÍTULO V – Um olhar musicoterápico 44 
CONCLUSÃO 51 
BIBLIOGRAFIA 53 
ÍNDICE 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
55 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O presente trabalho tem por objetivo mostrar a influência da música no desenvolvimento de 
crianças com necessidades especiais. Demonstrar através do relato de casos, como a musicoterapia facilita 
o tratamento, uma vez que as crianças estão disponíveis ao trabalho com a música. Os exercícios no 
campo motor e na área da fala se tornam mais gratificantes e é, através da música, que muitas vezes se 
consegue os primeiros contatos com crianças autistas. Utiliza-se a música para a abertura de canais de 
comunicação. 
 Este relato foi com base no trabalho desenvolvido por uma equipe técnica do Centro Carioca de 
Reabilitação., uma clínica de reabilitação localizada em Cascadura, no Rio de Janeiro. 
A equipe técnica é constituída por duas fonoaudiólogas, duas fisioterapeutas, 
uma musicoterapeuta, uma psicóloga encarregada no trabalho com as crianças e outra 
fazendo o acompanhamento com as mães, uma terapeuta ocupacional, uma assistente 
social, uma pedagoga e uma neurologista. 
 O trabalho da equipe é um trabalho integrado, no qual as terapeutas, com horários pré-fixados, de 
acordo com as suas disponibilidades e com o grupo a ser trabalhado atuam em conjunto, por exemplo, 
fonoaudióloga e musicoterapeuta atuam com um grupo, ou psicóloga e musicoterapeuta ou 
musicoterapeuta, fonoaudióloga e fisioterapeuta. 
 As crianças são atendidas em grupos. Esses grupos são formados pelos 
seguintes critérios: patologia e idade mental. 
 Essa idéia surgiu devido necessidade dos técnicos de enriquecerem seus métodos de trabalho e 
consequentemente fornecer melhores meios para que as crianças pudessem desenvolver suas 
potencialidades. 
 O primeiro passo é o conhecimento que uma terapeuta deve ter da outra, 
formando dessa forma uma dupla terapêutica. É importante o entrosamento no trabalho 
realizado para que não sejam dados estímulos dúbios e para que a criança se sinta 
segura na sala de atendimento terapêutico. Seguimos então para o segundo passo que é a 
realização do rapport com os pacientes. 
 Estabelecida a relação terapêutica desenvolveremos atividades, realizadas de 
acordo com as necessidades das crianças. As atividades serão utilizadas de acordo com 
o mundo da criança, daí ser realizada anteriormente entrevista com o responsável, a 
ficha terapêutica e a testificação musical. 
 Os pacientes são encaminhados para a musicoterapia pela neurologista ou por outros técnicos da 
equipe ( fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social ou pedagoga ) 
quando julgam haver necessidade. 
 O papel da musicoterapia neste tipo de trabalho será o de facilitar o 
atendimento da fonoaudióloga ou da fisioterapeuta, uma vez que as crianças 
demonstram um interesse muito grande pela música ( ritmo, melodia, harmonia ) e pelos 
instrumentos musicais. Os objetivos terapêuticos irão variar de acordo com o grupo que 
está sendo atendido e com a terapeuta que estará atuando. 
 Serão desenvolvidas atividades lúdicas buscando-se trabalhar as dificuldades 
de cada paciente. 
 São utilizados instrumentos de percussão simples para que os pacientespossam manipula-los 
com facilidade e desta forma se sentirem gratificados. Esses instrumentos são: chocalhos, pandeiros, 
cocos, guizos, tambores, maracás, afoxés, reco-reco e outros. Pode-se ainda utilizar o piano e o violão. 
Faz-se uso do gravador com fitas com músicas infantis ou fitas virgens para que as sessões possam ser 
gravadas. 
 Cantar músicas infantis substituindo a letra por determinadas sílabas ou vogais, 
cantar músicas infantis realizando gestos ou não, produzir ritmos simples com os 
instrumentos ( diálogo musical ou espelho ), produzir ritmos emitindo sons com vogais, 
sílabas ou palavras, produzir vocalmente vogais, sílabas ou palavras com intervalos 
melódicos simples ( utilizando a 3ª menor descendente ) utilização da vibração do 
tambor, do violão, do gravador ou do circulador de ar como meio de comunicação, 
utilização dos instrumentos e da música, para a abertura de canais de comunicação são 
atividades da musicoterapia realizadas junto ao setor de fisioterapia e fonoaudiologia. 
 Para melhor relatar o papel da musicoterapia, alguns casos serão descritos e 
conseqüentemente se chegará a algumas conclusões. 
Não se pretende aprofundar no tratamento de cada grupo separadamente, mas sim traçar a 
atuação da musicoterapeuta e algumas atividades realizadas no atendimento de grupo de crianças com 
patologias diferentes e com a atuação de outras terapeutas, no caso fisioterapeuta e fonoaudióloga. 
 Como ocorre o entrosamento das terapeutas? Como se dá a elaboração dos 
objetivos? Por que a utilização de determinadas músicas? Qual o papel da 
musicoterapia? 
 Observamos com o relato das sessões, que as terapeutas atuam em conjunto buscando os mesmos 
objetivos. Há um intercâmbio de conhecimento, de técnicas e uma terapeuta auxilia a outra. 
 Os objetivos da musicoterapia são traçados de acordo com a patologia de cada 
criança e de acordo com a terapeuta que atuará em conjunto com a musicoterapeuta. 
Uma criança com Encefalopatia Crônica da Infância (E.C.I.) é geralmente atendida com 
a fisioterapeuta e busca-se trabalhar com maior ênfase a parte motora, embora o seu 
desenvolvimento como um todo nunca seja esquecido. 
 As crianças com Síndrome de Down são atendidas tanto pela musicoterapeuta e 
fonoaudióloga, como a musicoterapeuta e a fisioterapeuta e os objetivos das sessões vão 
variar de acordo com a terapeuta que estiver na sala. 
 É evidente e essencial que o primeiro objetivo seja o rapport, seja qual for as 
terapeutas que estiverem atuando e que patologia estiver sendo atendida. 
 As músicas utilizadas fazem parte do mundo sonoro da criança e consequentemente são muito 
bem aceitas por elas, o que facilita o caminho para atingir os objetivos traçados. 
 Por serem utilizados instrumentos de percussão de fácil manipulação o desenvolvimento das 
atividades é favorecido, levando-se em consideração que as crianças demonstram interesse e prazer em 
utilizá-los. O uso dos mesmos varia de acordo com o grupo trabalhado. 
 O trabalho realizado pela equipe é um trabalho entrosado. Durante a atuação da 
musicoterapeuta em conjunto com a fisioterapeuta ou com a fonoaudióloga serão 
trabalhadas determinadas atividades que serão reforçadas pelas terapeutas no decorrer 
de outras sessões na qual estiverem atuando isoladamente. 
 O relato das sessões visa demonstrar como a musicoterapia facilita o tratamento, uma vez que a 
criança está sempre aberta ao trabalho com a música e como os exercícios da fisioterapeuta e da 
fonoaudióloga se tornam mais gratificantes, bem como, se terá a certeza que a criança portadora de 
necessidades especiais podem modificar o seu potencial de aprendizagem, à partir do momento em que 
elas estiverem sendo orientadas através de um processo de conforto e segurança afetiva associados a 
programas adequados e que para o crescimento dessas crianças o importante é acreditar e investir. 
 “ Não basta proporcionar uma atmosfera relacional envolvente e encantatória, o que é 
efetivamente muito importante, e necessário, contudo, ser mais perseverante na busca de objetivos, 
na exploração de currículos, na estruturação de tarefas, na sequencialização do processo de 
informação e de interação, na implementação minuciosa de sistemas de reforço e de socialização.” 
Ballone GI – Deficiência mental – in Psiq. Web, Internet, disponível < htp sites. uol . 
com . br / gballone / infantil / dml . html 
 
 Este trabalho tem como objetivo contribuir para as pessoas que acreditam que a 
criança portadora de necessidades especiais possuem um potencial para a mudança, 
respeitando o processo individualizado de cada uma delas. 
 O conteúdo deste trabalho será descrito de forma simples, porém abrangente, 
objetivando com sua leitura, um bom entendimento do que seja a musicoterapia e o seu 
papel em uma equipe técnica de reabilitação. 
 No primeiro capítulo será feito um relato do que é a musicoterapia e a sua área 
de atuação. 
 A Teoria Humanista ( Rogeriana ), utilizada pelas terapeutas, durante o 
tratamento, será abordada no segundo capítulo. 
 O terceiro capítulo se encarregará de descrever as patologias ( Síndrome de 
Down, Encefalopatia Crônica da Infância e Autismo ) que são abordadas no decorrer 
deste trabalho. 
 No quarto capítulo será descrito o local de atendimento, os grupos em 
atendimento e um pequeno histórico das crianças que estão sendo atendidas. 
 O relato das sessões propriamente dito, com os seus objetivos, instrumentos 
utilizados e exemplo de algumas sessões serão descritos no quinto capítulo. 
 Na conclusão serão traçadas considerações e observações tidas como essenciais 
ao longo do desenvolvimento do texto. 
 
 
 
 
I . O QUE É MUSICOTERAPIA? 
 
Neste capítulo será descrito o que é a musicoterapia, a técnica que se utiliza na musicoterapia, 
a quem a musicoterapia pode beneficiar, o papel da musicoterapia em uma equipe médica e os seus 
objetivos. Rolando Benezon enriquece esta nova ciência, inserida entre as disciplinas paramédicas, dando 
ênfase ao extraordinário poder do som, da música e do movimento aplicados no processo terapêutico, 
abrindo nos pacientes novos canais de comunicação. Eminente psiquiatra, talentoso compositor, possui 
conhecimentos que lhe permitem abordar com segurança os múltiplos aspectos da musicoterapia. 
Segundo Rolando Benezon, no ponto de vista científico: 
 “A musicoterapia é uma especialização científica que se ocupa do estudo e investigação 
do complexo som/ser humano, seja o som musical ou não, tendente a buscar os elementos 
diagnósticos e os métodos terapêuticos do mesmo.” Benezon,1985, pág. 11 
 
 A musicoterapia é uma técnica que utiliza o som, a música e o movimento 
como objeto intermediário entre o paciente e o terapeuta. 
 Pode-se se observar em nosso dia-a-dia, que a música ou o som atuam em 
nosso corpo, gerando diversas influências, sendo estas dependentes do tipo de música 
ou som. 
 A musicoterapia é o uso da música para melhorar o funcionamento físico, 
psicológico, intelectual ou social de pessoas que têm problemas de saúde ou educativo. 
 A musicoterapia também pode ser definida como: 
 “Um processo de intervenção sistemática, na qual a terapeuta ajuda o paciente a obter a 
saúde através da experiência musical e das relações que se desenvolvem através delas.” Bruscia, 
1988 Defining Music Therapy Nh: Barcelona Publishers 
 
 A musicoterapia é usada com crianças, adultos e pessoasda 3ª idade com 
diferentes problemas físicos, emocionais, intelectuais ou sociais. Também se utiliza com 
pessoas que não estão doentes. Ela é usada para melhorar o bem estar pessoal, melhorar 
o aprendizado, para melhorar as relações interpessoais, para o tratamento do estresse. 
 Nas crianças é utilizada para melhorar a auto estima e a atenção e 
concentração, a coordenação, o aprendizado e a socialização. 
 
 
A quem a musicoterapia beneficia? 
 
Crianças com: 
Dificuldade de aprendizagem 
Problemas de conduta 
Transtornos profundos do desenvolvimento ( autistas) 
Deficientes mentais 
Encefalopatia Crônica da Infância 
Dificuldade de socialização 
Baixa auto estima 
Transtornos médicos crônicos e/ou degenerativos ( câncer, cardiopatas, problemas de 
dor ) 
 
Pessoas com: 
Enfermidades degenerativas devido a idade 
Problemas de farmacodependência e abuso de substâncias 
Dano cerebral devido a enfermidades degenerativas ou acidentes 
Problemas de dor agudo ou crônico devido a diversas condições 
Pessoas com enfermidades terminais 
 
Pessoas que não possuem problemas de saúde: 
Reduzir o estresse através de fazer e escutar música 
Apoio ao processo de parto nas mulheres 
Aumentar a criatividade e a capacidade de resolver problemas 
Para diminuir a ansiedade 
Para melhorar a auto estima 
Para melhorar o estresse 
 
 
 
A musicoterapia permite as pessoas: 
Explorar seus sentimentos 
Fazer relações positivas no estudo do seu ânimo com o seu estado emocional 
Desenvolver um sentido de controle de sua vida através de experiências de êxito 
Aprender a por em prática habilidades para resolver problemas e conflitos 
Melhorar as habilidades de socialização 
 
O trabalho do musicoterapeuta só se pode entender como integrante de uma 
equipe médica, como é o de todo auxiliar da Medicina, e, portanto, deve-se dar ênfase 
ao papel específico que executa a musicoterapia. O musicoterapeuta não realiza a 
psicoterapia do paciente, porém ajuda a aprofundar muitos dos núcleos inconscientes e 
mobiliza ansiedades rígidas. 
 Por isso, o trabalho da musicoterapia está intimamente relacionado com o do 
psiquiatra e do psicólogo. 
 O musicoterapeuta não realiza a terapia física, porém favorece a aplicação e os 
resultados da mesma. 
 O musicoterapeuta não realiza a educação musical no infradotado, porém abre 
os distintos canais de comunicação para empreender o processo educativo, por isso, 
deve estar integrado na equipe psicopedagógica. Isto é, o musicoterapeuta deve levar a 
cabo a difícil tarefa de não ter limites de ação, mas que seus limites são a abertura de 
canais de comunicação para outras terapias. 
 É importante que a musicoterapia, mais do que qualquer outra especialidade, 
deve trabalhar em equipe. O musicoterapeuta que trabalha só ou isolado terá 
complicações: se seu paciente é doente mental, devido à necessidade de usar elementos 
da psicoterapia, quando se trata de dificuldades motoras, em utilização de técnicas de 
reeducação motriz, e, se for infradotado, em utilizar elementos de educação 
especializada. 
 Por outro lado, é evidente que uma equipe de saúde será altamente beneficiada 
com a presença da musicoterapia. 
 Portanto a musicoterapia busca desenvolver potenciais e restaurar funções do 
indivíduo para que alcance uma melhor organização intra1 e interpessoal2. Através do 
fazer musical, a musicoterapia possibilita a prevenção, o tratamento e/ou a reabilitação 
do indivíduo, de forma a lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida. 
 Sendo assim, no ponto de vista terapêutico Rolando Benezon afirma: 
 “A musicoterapia é uma disciplina paramédica que utiliza o som, a música e o movimento 
para produzir efeitos regressivos e abrir canais de comunicação, com o objetivo de empreender 
através deles o processo de treinamento e recuperação do paciente para a sociedade.” Benezon, 
1985, pág.11 
 
 Desta forma, pode-se se observar um vasto campo de utilização da 
musicoterapia e os benefícios que a mesma pode trazer no tratamento de diversas 
patologias, sobretudo quando integrada em uma equipe técnica de reabilitação, visando 
sempre propiciar formas de se tornar o tratamento mais prazeroso objetivando oferecer 
ao paciente uma melhor qualidade de vida no meio em que está inserido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Intrapessoal – no interior do indivíduo 
2 Interpessoal – entre os indivíduos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II . TEORIA UTILIZADA – HUMANISMO (ROGERS) 
 
Este capítulo visa descrever a teoria utilizada no processo terapêutico. Durante todo o processo 
o paciente é visto como um ser único, com alto nível de potencialidade a ser desenvolvido. Como o papel 
da musicoterapia é o de abrir canais de comunicação para facilitar o tratamento, utiliza-se então uma 
teoria onde o papel do terapeuta é de facilitador do processo terapêutico. Uma proposta Rogeriana, da 
qual a equipe técnica de reabilitação lança mão objetivando um melhor desenvolvimento do paciente. 
 Para isso é preciso adotar em relação ao seu paciente uma atitude de profundo 
respeito, de aceitação total do paciente tal como ele é e de confiar nas suas 
potencialidades para resolver os seus próprios problemas. Se estas atitudes estiverem 
impregnadas de suficiente calor para transformarem numa simpatia ou numa afeição 
profunda ( empatia ) pela pessoa; se atingir um nível de comunicação onde a criança 
pode começar a perceber que a terapeuta compreende os sentimentos que está vivendo e 
que a aceita a um profundo nível de compreensão, nesse momento podemos estar certos 
de que se iniciou o processo terapêutico. 
 A terapeuta para ser uma facilitadora deve ter atitudes reais. Seus sentimento 
devem ser demonstrados com autenticidade e da mesma forma dar aos pacientes espaço 
para isso.( Rogers, 1980, pág. 23 à 25 ) 
 O trabalho realizado em uma sessão terapêutica parte do mundo da criança, dos 
seus desejos, suas experiências, seus problemas, sendo desta forma a atuação do 
paciente mais verdadeira e duradoura, o paciente é portanto, o outro do processo 
terapêutico. 
 A terapia centrada no paciente visa maior maturidade dos comportamentos que 
a criança relata, atitudes positivas à medida que a terapia progride; alteração da 
percepção e da aceitação de si, incorporação de experiências previamente negadas na 
estrutura do eu, passar do exterior para o interior, transformação no processo terapêutico, 
alterações características na estrutura da personalidade, no comportamento e nas 
condições fisiológicas. 
 É possível que o processo, as direções e os pontos de chegada do processo 
terapêutico variem conforme as orientações terapêuticas. ( Rogers, 1980, pág. 25 à 28 ) 
 O indivíduo possui uma força interna que o impele ao crescimento e caberá ao 
terapeuta facilitar esse crescimento. 
 As sessões não são prolongadas mas há objetivos terapêuticos que devem ser 
trabalhados de acordo com o momento das crianças. Procura-se melhorar e facilitar o 
seu desenvolvimento. 
 “ Ser o que realmente se é.” Esta afirmação pode parecer simples a ponto de ser 
absurda. Não é importante intervir na experiência do paciente, fazer diagnósticos ou 
interpretar, sugerir e orientar. Deve partir do próprio paciente. 
 Muitos pacientes procuram ter atitudes para agradar os outros, mas quando 
estão livres se modificam. Os limites sãocolocados durante as sessões mas com muito 
cuidado de não tornar as sessões em sessões de “ não “. O “ não” deve ser aparecer em 
situações reais. O importante é a descoberta, a liberdade e a segurança de uma relação 
compreensiva, de algumas direções que não querem seguir. 
 Devemos encaminhar a criança para tornar-se um processo, uma fluidez, uma mudança. Processo 
constante de Devir. À medida que ganham maior confiança em si mesmos ao longo do processo, ousam a 
ter os seus sentimentos, viver com valores que descobrem dentro de si e exprimi-los na sua forma pessoal 
é única. 
 É de relevante importância lembrar-se que para esse processo fluir bem, a 
relação terapêutica positiva deve ser estabelecida visando a “vida plena”. Vida plena 
não é uma condição em que o indivíduo esteja adaptado, realizado ou atualizado. 
Felicidade ou adaptação não são sinônimos de “vida plena”. Vida plena é um processo, 
não um estado de ser. É uma direção, não um destino. Uma abertura crescente a 
experiência. A criança se torna mais aberta aos seus sentimentos de receio, de desânimo, 
de desgosto. Fica igualmente mais aberta aos sentimentos de coragem, de ternura e de 
amor. Torna-se mais capaz de viver completamente a experiência do seu organismo, 
em vez de mantê-los fora da consciência. ( Rogers, 1980, pág. 30 à 33 ) 
 Quanto mais a criança viver uma “ vida plena “, mais experimentará a 
liberdade de escolha e mais a sua escolha se traduzirá eficazmente no seu 
comportamento. 
 Em relação a vida plena Rogers afirma: 
 “ Uma última conseqüência que gostaria de mencionar é que este processo de viver a “vida 
plena” implica num campo mais vasto, uma riqueza maior do que a vida constrangida que nós 
reconhecemos em nós mesmos. Participar nesse processo significa que se está mergulhado em 
experiências, muitas vezes terríveis e que ao mesmo tempo dão satisfação, de uma vida mais 
sensível, com um campo maior, maior variedade e maior riqueza.” Rogers, 1980, pág. 175 
 
 Com sua abertura sensível ao mundo, a confiança na sua própria capacidade, uma pessoa de que 
provêm as produções e vivências criativas. Capaz de se adaptar e sobreviver em caso de alteração das 
condições ambientais. 
 Sendo assim, pode-se observar, que a criança passa a viver numa harmonia crescente consigo 
mesma e com os outros. Esse processo implica, portanto, a expansão e a maturação de todas as 
potencialidades de um ser humano. Um processo de transformação enriquecedor, valioso, estimulante e 
significativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III. AS PATOLOGIAS ESTUDADAS 
 
 Este capítulo tem como objetivo descrever as patologias ( suas causas e sintomas ) que estão 
sendo trabalhadas no relato das sessões. 
 
3.1 – SÍNDROME DE DOWN 
 
 Síndrome – conjunto de características que prejudicam de algum modo o desenvolvimento do 
indivíduo. 
 Down – sobrenome do médico que descreveu a síndrome em 1866. 
 A síndrome de Down também pode ser chamada de trissomia 21 e as pessoas que as possuem de 
trissômicos. Freqüentemente, a Síndrome de Down é chamada de “mongolismo” e as pessoas que a 
apresentam de “mongolóides”. No entanto, estes termos são inadequados e carregam uma série de 
preconceitos e, por isso devem ser evitados. 
 As alterações físicas e mentais observadas nas crianças com Síndrome de Down são em 
decorrência de um cromossomo extra par 21 em cada célula do organismo das crianças que possuem essa 
síndrome. 
 Uma criança com Síndrome de Down tem, em geral, 47 cromossomos, com 21 extra agregado ao 
par normal 21. Isto se denomina trissomia 21. 
 Cada criança portadora possui a sua própria personalidade e os efeitos do tempo e dos 
acontecimentos o moldaram. No entanto temos um quadro comum apesar das particularidades. 
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS : 
Hipotonia3 muscular 
A cabeça é menor e a parte posterior menos proeminente 
O nariz é pequeno 
Os olhos possuem uma linha oblíqua ascendente – fissura pálpebra oblíqua 
As orelhas são pequenas e às vezes proeminentes. 
Ás vezes a língua sai da boca por ela ser pequena e por falta de tônus muscular 
Os dentes são pequenos e com formas análogas 
Às voz é abaritonada4. A fala se produz com atraso e resulta dificilmente a correta articulação 
O tronco é menor 
 
3 Hipotonia – redução da energia muscular 
4 Abaritonada – semelhante a voz do barítono (voz de altura mediana masculina) 
40% possui problemas cardíacos 
 As mãos são pequenas com dedos relativamente curtos 
A pele se torna seca com os anos 
O cabelo é fino, ralo e macio 
São crianças menores que as outras. 
 
 Todas as crianças com Síndrome de Down possuem uma deficiência mental. Sendo a cabeça 
menor que a das outras crianças temos consequentemente um cérebro do tamanho de uma criança com 
dois anos e meio. Por isso essas crianças mostram-se mais capazes nos primeiros anos de vida. 
 Seus limites estão marcados devido o desenvolvimento do seu cérebro. 
 Os jovens mongolóides produzem menos hormônios masculinos tendo pouco pelo no rosto e o 
pênis é pequeno. Presume-se que são estéreis. As jovens possuem um seio maior, no entanto, possuem um 
fluxo menstrual normal. 5o% dos filhos de mães mongolóides possuem trissomia 21. 
 Como já foi dito anteriormente, nenhuma criança é igual e suas possibilidades variam. Existem 
diferenças no grau da deficiência mental desde o profundamente afetado até o que possui QI 60 mas, a 
maioria está dentro de certos limites. 
 O meio e os estímulos dados a uma criança com Síndrome de Down influem muito no seu 
desenvolvimento. 
 Essas crianças dificilmente terão capacidade de executar tarefas que exijam independência e 
responsabilidade. Dificilmente serão capazes de aprender a ler e escrever corretamente. 
 Devido ao seu desenvolvimento social superar o seu desenvolvimento intelectual, essas crianças 
parecem ser mais inteligentes do que são realmente. São alegres, amáveis e ativos. São obstinados e 
decididos a fazer o que querem, daí a necessidade de estabelecer regras de disciplina o quanto antes. 
 A maioria das crianças com Síndrome de Down tem grande sensibilidade para a música e o ritmo 
e a dança lhe agradam. 
 Terá uma linguagem limitada. 
 Tem-se 3 tipos principais de desvios cromossômicos na Síndrome de Down: 
Trissomia do cromossomo 21: resulta da não-disjunção. Este é um distúrbio genético, mas não herdado. 
Trata-se na forma mais comumente nascida de mãe idosa. 
Translocação de um cromossomo: envolve a ligação de um cromossomo extra do número 21 a outro 
cromossomo ( usualmente o de número 15 ). Esse tipo é familiar e ocorre em filhos de pais mais jovens. 
Mosaicismo: os sintomas, incluindo o nível mental, varia grandemente nessa condição. Essa anomalia é 
muito rara. 
 
 
3.2 ENCEFALOPATIA CRÔNICA DA INFÂNCIA 
 
 O termo paralisia cerebral parece significar uma total ausência da função física e mental da 
criança, o que não acontece na realidade. 
 Encefalopatia Crônica da Infância é a enfermidade caracterizada por um conjunto de perturbação 
motoras e sensoriais, resultante de um defeito ou de uma lesão no tecido contido dentro da caixa craniana, 
que pode ocorre antes, durante ou após o parto, até os 8 anos de idade. 
 Em alguns pacientes, as perturbações sensoriais e motoraspodem se unir às manifestações 
epilépticas e a deficiência mental. 
 Os sintomas mais importantes, portanto, seriam: 
Perturbações motoras 
Perturbações sensoriais 
Perturbações mentais 
Perturbações emocionais 
Perturbações da sensibilidade 
 
 A incapacidade física é quase sempre o primeiro aspecto a ser considerado. 
 
 Há inúmeras perturbações motoras: 
Espasticidade: evidente alteração do tônus muscular. Um dos sintomas mais comuns. Se pode observar a 
hipertonia 5muscular quando se faz a tentativa de mobilizar passivamente o membro afetado. Encontra-se 
uma resistência sensível ao movimento proposto. 
Rigidez: ocorre em cerca de 4% das crianças com E.C.I. . Quando se mobiliza o seguimento corporal e 
este apresenta contínua resistência dos músculos agonistas e antagonistas ao movimento que se pretende 
realizar. A diferença entre espasticidade e rigidez está no relaxamento muscular que o corre na 
espasticidade à medida que se aumenta a força para realizar o movimento de flexão ou extensão do 
seguimento corporal afetado. 
Atetose: podemos observar constantes flutuações do tônus. Há o aumento anormal de movimentos 
involuntários. O atetóide pode realizar seus movimentos com maior facilidade. No entanto, a realização 
destes movimentos se acha perturbada pela presença de espasmos musculares intermitentes. 
Ataxia: tônus muscular baixo. Acentuada dificuldade para uma fixação postural. Movimentos 
incoordenados, estável e de amplitude descontrolada. 
Tremor: os movimentos da criança são rítmicos alternados ou pendulares. O tremor pode ser considerado 
intencional ou constante e resulta da contração alternada dos músculos antagonistas e agonistas. 
Atonicidade: perda mais ou menos acentuada do tônus muscular, resultando uma incapacidade para as 
respostas dos estímulos volitivos6. A criança é incapaz de sustentar a cabeça ou sentar, o corpo mole e as 
articulações mostrando amplitude exagerada de sua mobilidade. 
 
As lesões cerebrais responsáveis pelo quadro clínico da E.C.I. podem ser sobre os hemisférios 
cerebrais, sobre o cérebro ou mesencéfalo7 exatamente onde se encontram os centros da audição, da 
visão, do olfato e do equilíbrio: 
 
Cerca de 50% de crianças com lesão cerebral sofrem de problemas de natureza visual. 
As alterações auditivas podem ocorrer, tanto porque a maioria dos agentes etiológicos podem determinar 
uma destruição dos mecanismos auditivos, como porque as crianças portadoras de E.C.I. serão mais 
suscetíveis a certas doenças nesta fase da vida, que são também responsáveis pela perda da audição ( 
hipoacusia8 ou surdez completa ). 
As perturbações da fala são de forma variada podendo ser do retardo até a mudez completa, nos casos 
mais graves. Encontra-se o atraso na fala, a disartria9, a gagueira e os transtornos de tonalidade, a perda 
de inflexão, entonação e volume da voz. 
 
 Somados a estes temos as alterações respiratórias. 
 O comportamento de muitas destas crianças freqüentemente se caracteriza por evidente 
descontrole emocional. 
 Em alguns casos encontra-se deficiência mental em graus variáveis. 
 De acordo com o número e forma que os membros são afetados temos: 
 
Diplegia simétrica congênita: quando o distúrbio é maior nos braços do que nas pernas. 
Paraplegia congênita: quando as pernas são afetadas. 
Quadriplegia: paralisia de todos os membros. 
Triplegia: quando 3 membros são afetados. 
Hemiplegia: quando os membros afetados são do mesmo lado 
Monoplegia: quando um membro é afetado. 
 
Chamamos de paresia quando há uma diminuição da força dos membros. 
 
3.3 AUTISMO 
 
 
5 Hipertonia – elevação da energia muscular 
6 Volitivos – determinado pela vontade 
7 Mesencéfalo – parte do cérebro 
8 Hipoacusia – diminuição da audição 
9 Disartria – dificuldade de articulação das palavras 
Segundo Eduard Ornitz o autismo é um transtorno do desenvolvimento. Não pode ser 
definido, simplesmente, como uma forma de retardo mental, embora muitos quadros de autismo 
apresentam QI abaixo da média. 
 As crianças autistas são conhecidas por serem boazinhas e que nunca perturbam. Muitas vezes 
não são detectados pelos pais, a não ser por “comportamento estranho”. 
 A aparência óbvia dos sintomas invariavelmente ocorre antes dos 30 meses de idade. 
 Durante a pesquisa da história de pacientes, nota-se que ocorrem sinais agudos durante os 
primeiros anos de vida. Estes podem ser esquecidos, não reparados ou negados devido a ansiedade 
paterna ou a falta de familiarização com o desenvolvimento normal. 
 A palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas síndromes. Os sintomas variam 
amplamente. O autismo manifesta-se de diferentes formas, variando do mais alto ao mais leve 
comprometimento. 
 O esquema mais recente é o descrito no Manual de Diagnóstico Estatístico (DSM – IV ) da 
Associação Americana de Psiquiatria. Um esquema de diagnósticos bem parecido é na classificação 
internacional de doenças ( CID – 10 ) publicado pela Organização Mundial de Saúde. 
 Página 11 de “Austim – Explaining the Enigma” ( 1989 ) de Uta Frith. 
 As informações a seguir servem apenas como referência. Um diagnóstico consciente é o primeiro 
passo importante em qualquer situação, tal diagnóstico pode ser feito apenas por um profissional que 
esteja a par da história do paciente. 
 
 Critérios de diagnóstico do autismo: 
Marcante lesão na interação social, manifestada por pelo menos 2 dos seguintes itens: 
Destaca a diminuição no uso de comportamento não-verbais múltiplos, tais como contato ocular, 
expressão facial, postura corporal e gestos para lidar com a interação social. 
Dificuldade em desenvolver relação de companheirismo apropriadas para o nível de comportamento. 
Falta de procura espontânea em dividir satisfações, interesses ou realizações com outras pessoas, por 
exemplo: dificuldades em mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse. 
Ausência da reciprocidade social ou emocional. 
 
 
Marcante lesão na comunicação, manifestada por pelo menos um dos seguintes itens: 
Atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, se ocorrência de tentativas de 
compreensão através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímicas. 
Em indivíduos com fala normal, destaca-se diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma conversa 
com outras pessoas. 
Ausência de ações variadas, espontâneas e imaginárias ou ação de imitação social apropriadas para o 
nível de desenvolvimento. 
Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, 
manifestados por pelo menos um dos seguintes itens: 
Obsessão por um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse que seja anormal tanto em 
intensidade quanto em foco. 
Fidelidade aparentemente inflexível a rotinas ou rituais não funcionais específicos. 
Hábitos motores estereotipados e repetitivos, por exemplo: agitação ou torção das mão ou dedos ou 
movimentos corporais complexos. 
Obsessão por parte de objetos. 
 Atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início 
antes dos 3 anos de idade: 
Interação social 
Linguagem usada na comunicação social 
Ação simbólica ou imaginária 
 
A maioria dos indivíduos enquanto no processo autista não podem fazer itens de testes de QI. 
As noções que fazem que os autistas tenham umadeficiência afetiva primária, que interfere com os 
potenciais cognitivos e intelectuais por eles assumido, tendo dado abertura para o reconhecimento das 
suas deficiências intelectuais, são tão reais como as dos pacientes com retardo primário. 
 Teorias interpessoais e orgânicas foram sugeridas para explicar essa desordem. 
 Crianças autistas, freqüentemente são erroneamente diagnosticadas como caso de retardo mental, 
surda-muda, trauma craniano pré-natal ou pós-natal, afasia e síndrome pós encefalíticas. 
 É necessário que seja dado o diagnóstico correto para poder se seguido uma linha de tratamento 
adequado a este tipo de criança. 
 Quanto ao diagnóstico vários estudos foram realizados e documento a transição de autismo a 
típica esquizofrenia na 2ª infância, adolescência e idade adulta. Muito embora tenha sido relatado de que 
alguns adultos autistas são capazes de viver sozinhos e obter emprego, no entanto, deve-se enfatizar de 
que esses representam a minoria dos casos. 
 Dada a descrição das 3 patologias ficará mais fácil acompanhar o relato das sessões e 
consequentemente entender a atuação das terapeutas junto com os pacientes. 
 Segue-se então, para a descrição dos pacientes e o relato das sessões com os seus objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
IV. ESTUDO DE CASOS 
 
 
4.1 Caso I (descrição) 
Crianças portadoras da Síndrome de Down 
 
Objetivos terapêuticos: 
Relação terapêutica positiva 
Crescimento de cliente como ser humano 
Socialização 
Desenvolvimento da linguagem verbal 
Aprimoramento do campo psicomotor 
Expressão corporal 
Desenvolver percepção tátil, visual e auditiva 
Trabalhar noção tempo-espacial 
Trabalhar esquema corporal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instrumentos utilizados: 
 
Instrumentos de percussão (chocalho, pandeiro , tambor, agogô, coco, guizos, reco-reco, 
triângulo, blac-blac) – através destes trabalhamos percepção tátil, visual e auditiva, 
coordenação motora, descarga e canalização de energia, socialização. 
 
Instrumentos melódicos – o violão utilizado tanto pelo terapeuta como pelas crianças. A musicoterapeuta utiliza o 
violão para tocar determinadas músicas. As crianças utilizam o violão para tocar e cantar tornando-se dessa forma o 
centro do grupo dirigindo as demais crianças. O piano é utilizado pela musicoterapeuta da mesma forma que o 
violão. As crianças utilizam o piano de forma lúdica enquanto trabalhamos a coordenação motora fina, limites e 
socialização. 
 
O próprio corpo – formando roda ou dançando procura-se trabalhar noção têmporo-espacial, esquema corporal e o 
campo psicomotor lançando propostas como pular com um pé só, abaixar e levantar... Trabalha-se também 
expressão corporal com a dança livre. 
 
Gravador – são utilizadas fitas gravadas com músicas infantis que possuem linhas melódicas simples e algumas 
que possuam letras que auxiliam o trabalho de esquema corporal como “levantar um braço, levantar o outro” ou 
ainda “cabeça, ombro, joelho e pé...” entre outras. Essas músicas são muito bem aceitas pelas crianças que se 
sentem realizadas ao conseguirem desenvolver essas atividades. Utiliza-se também música da MPB e músicas 
infantis atuais, durante a audição das mesmas cantamos, dançamos ou tocamos. 
 
É feito também um trabalho onde gravamos as crianças cantando e/ou tocando 
em grupo e individualmente, buscando-se um desenvolvimento da linguagem verbal, 
através dessas gravações, uma vez que as crianças gratificadas em ouvi-las, tornando-se 
dessa forma um grande estímulo. 
 Esse grupo é constituído por 6 crianças que já estão em 
atendimento musicoterápico há 2 anos, sendo que inicialmente o 
grupo era dividido em dois musicoterapeuta atuava. Após um ano 
houve a junção dos grupos passando a ser uma hora de atendimento 
mensal. 
 No início do atendimento desses grupos não era possível a realização de 
atividade conjuntas. Não havia concentração nem atenção. As crianças isoladamente 
manipulavam os instrumentos. Não mantinham contato uma com a outra, não lançavam 
nem aceitavam propostas. 
 Deu-se o tempo necessário para as crianças conhecerem e explorarem os 
instrumentos musicais. Foi observado o Iso grupal e com o auxílio dos dados colhidos 
nas fichas musicoterápicas começou-se a lançar estímulos que atingissem o grupo com 
um todo. Músicas infantis como: Atirei o pau no gato, Parabéns, Cai-cai-balão, entre 
outras somadas a brincadeira de roda fizeram com que as crianças começassem a se 
tocar e a se sentirem juntas de outras crianças. Os limites começaram a se colocados, 
surgiram líderes dos grupos e as próprias crianças começaram a lançar suas propostas. 
Atualmente a noção de grupo está visivelmente colocada. O próprios 
membros do grupo, colocam limites e cobram atuação de alguns 
componentes. As atividades realizadas são algumas vezes lançadas 
pelas terapeutas mas partem de um conhecimento dos gostos e desejos 
somados as necessidades das crianças. 
Após um ano e quatro meses de atendimento, o trabalho passou a ser 
realizado pela fisioterapeuta e musicoterapeuta atuando em conjunto, 
passando a ser um único grupo atendido em sessões semanais de uma 
hora. 
Realizamos esse trabalho atualmente em duas sessões semanais de meia hora 
onde fonoaudióloga e musicoterapeuta atuam em uma e fisioterapeuta e 
musicoterapeuta atuam em outra, além dos demais acontecimentos. 
Sessão onde estão presentes a fisioterapeuta, a musicoterapeuta e dois 
estagiários de fisioterapia. Uma hora de atendimentos: 
Na chegada das crianças cumprimenta-se cada uma individualmente. 
Pergunta-se se gostariam de ouvir músicas. Liga-se o gravador onde temos uma 
fita gravada com músicas de MPB de conjuntos atuais. Todos começam a dançar 
livremente. Busca-se fazer com que as crianças realizem movimentos desejados 
enquanto dançam: pular com os dois pés, pular com um pé só, bater palmas com 
as mãos sobre a cabeça, bater palmas com as mãos para trás, para um lado e para 
outro, para frente, para cima, para baixo... Essas propostas de movimentos não são 
dadas apenas pelas terapeutas mas também pelas crianças. As terapeutas solicitam 
que cada criança comande. As crianças determinam o tempo que devem parar. 
Todos sentam-se em círculo onde tem-se os instrumentos desejados. Uma 
nova fita é colocada no gravador com músicas do Balão Mágico. Utiliza-se os 
instrumentos para acompanhar as músicas. Também canta-se. Cada criança ou 
terapeuta comanda o grupo mostrando a forma que deve tocar o instrumento. 
Utilizamos o gravador para gravarmos as crianças cantando. A música 
escolhida pelas crianças é Cai-cai-balão. Musicoterapeuta no violão, demais 
terapeutas e crianças com os instrumentos de percussão. Grava-se primeiramente 
todas as crianças tocando e cantando e posteriormente cada criança 
individualmente. 
Coloca-se posteriormente a fita para as crianças ouvirem. 
Antes do término da sessão é feito um relaxamento onde as crianças 
deitadas no chão escutam músicas de ninar. 
 
Sessão onde estão presentes a musicoterapeuta e a fonoaudióloga. 
Meia hora de atendimento: 
 Ao chegarem as crianças são cumprimentadas. As crianças sentam ao 
chão próximas as terapeutas, lhes é apresentado um caderno com 
várias figuras solicitando as mesmas que produzam ou reproduzam 
além dos nomes das figuras os sons das mesmas. Temos figuras como: 
cachorro, gato, telefone, avião, piano, tambor, porco, abelha, leão... 
Uma das crianças começa a associar movimentos as figuras, as demais 
crianças e terapeutas acompanham. 
Utiliza-se o gravadorcom a fita gravada pelas terapeutas onde as 
crianças cantam realizando movimentos: “Cai-cai-balão”, “Tetê olhou 
prá cá...”, “Levantar um braço, levantar o outro...”, “Dois patinhos na 
lagoa...” (canções folclóricas).Algumas crianças realizavam os 
movimentos com a segurança, outras apenas observam. 
Algumas palavras são reforçadas posteriormente pela fonoaudióloga 
para corrigir os erros fonéticos. 
 
 
 
 
 
4.2 Caso II (descrição) 
Crianças com Paralisia Cerebral 
 
Deste grupo apenas R1 teve atendimento individual na musicoterapia. As 
demais crianças (R2 e L) iniciaram atendimento com a musicoterapeuta no grupo no 
qual fisioterapeuta e musicoterapeuta atuam em conjunto. 
 
Objetivos terapêuticos: 
Relação terapêutica positiva 
Crescimento do cliente como ser humano 
Socialização 
Desenvolvimento do campo motor 
Aprimoramento da linguagem verbal 
Desenvolver percepção tátil, visual e auditiva 
Desenvolver esquema corporal 
Desenvolver noção têmporo-espacial 
 
Instrumentos utilizados: 
 
Instrumentos de percussão – busca-se trabalhar percepção tátil, auditiva e visual, 
coordenação motora, descarga e canalização de energia e socialização. Utiliza-se 
também os instrumentos de percussão como estímulos para as crianças desenvolverem 
movimentos como arrastar, andar com ou sem apoio para conseguir o instrumento 
desejado. 
Instrumentos melódicos – sola-se no violão ou piano músicas solicitando que as 
crianças nomeiem a música tocada. O violão e piano também são utilizados para 
acompanhar as músicas tocadas. A utilização do violão pelas crianças é feita de modo 
que cada uma possa ser o centro do grupo e conduzi-lo. O piano é utilizado de forma 
lúdica pelas crianças e trabalha-se coordenação motora fina, colocação de limites e a 
socialização e o ficar em pé. 
O próprio corpo – procura-se fazer com que as crianças acreditem no seu potencial e 
vençam suas inseguranças dentro de suas potencialidades. Dança-se auxiliando as 
crianças. A dança é livre e algumas vezes conduzidas. Essa atividade visa trabalhar o 
equilíbrio e o desenvolvimento motor das crianças, e a expressão própria. 
Gravador – É utilizado da mesma forma que o utilizamos com as crianças portadoras da 
Síndrome de Down. 
 
Como as crianças se encontravam no início do atendimento: 
 
R1: Nível cognitivo bem desenvolvido, falando algumas palavras com erros fonéticos. Bem comprometida no campo 
motor, espasticidade presente, não conseguindo segurar os instrumentos, permanecendo sentada apenas amarrada 
e possuindo dificuldade em sustentar o pescoço. 
 
R2: Fala muito pouco apesar de já ter um vocabulário razoável, dificuldade de 
relacionamento, não manipula os instrumentos, não obedece ordens, não se mantém em 
pé. 
 
L: Campo cognitivo bem desenvolvido. Fala frases. Possui insegurança quanto a ficar 
em pé sozinha e andar. Falta às sessões periódicas dificultam o seu progresso. 
 
Atualmente encontramos essas crianças com o seguinte desenvolvimento: 
 
R1: Formando frases ainda com alguns erros fonéticos. Permanece sentada por um bom tempo sem necessitar de 
auxílio, quando relaxada. Se arrasta e manipula os instrumentos segurando-os por um maior tempo. 
 
R2: Se relaciona muito bem com as terapêutas. Obedece ordens e conversa dentro do 
seu potencial, ainda com apoio e já se mantém em pé sozinha por algum tempo. 
 
L: Insegurança quando a ficar em pé sozinha quase superada, o que continua 
atrapalhando são suas faltas ao atendimento. 
 
Sessão onde estão presentes a musicoterapeuta, a fisioterapeuta e a 
estagiária de fisioterapia: 
Senta-se no chão. Musicoterapeuta sola algumas músicas no violão e 
pergunta às crianças que música seria. Após as respostas toca-se e canta-se a 
música. Musicoterapeuta no violão, crianças e terapeutas com os instrumentos de 
percussão. 
Fisioterapeuta estimula R1 a ficar sentada sem apoiar-se na parede na parede e 
a sustentar o pescoço. R1 durante as atividades musicais fica mais relaxada sendo mais 
fácil trabalhá-la. 
Passamos a outra atividade quando liga-se o gravador com músicas da 
MPB de conjunto atuais para trabalhar R2 e L em pé. R2 permanece 
em pé com auxílio da estagiária segurando sua mão. Dança-se 
livremente e posteriormente começa-se a realizar algumas propostas 
como levantar um pé de cada vez, levantar um mão, etc. L é 
estimulada a vencer sua insegurança pois só se sente segura estando 
próxima de uma parede. Esse trabalho é feito parceladamente. 
A fisioterapeuta está próxima a R1 estimulando-a a segurar os instrumentos e 
manter-se sentada sem apoio. R1 gosta de manusear o gravador , que é utilizado como 
estímulo para fazer com que R1 se arraste. Chegando ao gravado é auxiliada a ligá-lo e 
desligá-lo. 
 
Sessão onde estão presentes a musicoterapeuta, a fisioterapeuta e a estagiária 
de fisioterapia. 
Sentadas no chão coloca-se no gravador uma fita com músicas da Xuxa. Cada 
terapeuta ou paciente com instrumentos como chocalho e guizos. A musicoterapeuta 
realiza movimentos com os instrumentos, tocando-os sobre a cabeça, de um lado ou de 
outro, na frente ou atrás do corpo. A condução do grupo é feita também pelas crianças. 
R1 é auxiliada pelas fisioterapeuta. 
Após essa atividade utiliza-se a fita gravada pelas terapeutas. Realiza-se os 
movimentos adequados à letra das músicas. “Levantar um braço, levantar o outro...”, 
“cabeça, ombro, joelho e pé...”. 
L e R2 cantam e realizam os movimentos dentro de suas potencialidades. 
A postura e movimento de R1 são auxiliados pela fisioterapeuta. 
 
4.3 Caso III (descrição) 
Crianças deficientes mentais com comportamento autista: 
 
Anteriormente essas crianças tiveram um período de atendimento 
individual no setor de musicoterapia. 
 
Objetivos Terapêuticos: 
Relação terapêutica positiva 
Abertura de canais de comunicação 
Crescimento do cliente como ser humano 
Aceitação do contato corporal 
Aumento da concentração e atenção 
Socialização 
Desenvolvimento da linguagem verbal 
Trabalhar esquema corporal 
Aprimoramento do campo psicomotor 
 
Instrumentos utilizados: 
 
Instrumentos de percussão – São distribuídos pelo chão da sala para as 
crianças explorarem buscando mantê-las por maior parte do tempo 
concentrados. Os tambores são utilizados para produzir ritmos 
primitivos para à partir daí as crianças iniciarem contato com as 
terapeutas. Realiza-se diálogos rítmicos. 
 
Instrumentos melódicos – Tanto o vilão como o piano são utilizados 
inicialmente para as crianças explorarem, sentir vibração, produzir 
intervalos melódicos. São realizados diálogos melódicos. 
Posteriormente utiliza-se os mesmos instrumentos para acompanhar 
músicas infantis, folclóricas ou atuais. 
 
O Próprio corpo – A partir do momento que as criança aceitam 
contato corporal começamos a dançar, a trabalhar o “toque”. 
Trabalhamos com água lavando o corpo. Essa atividade é realizada no 
pátio com a mangueira. 
 
Gravador – Músicas infantis atuais são utilizadas. As crianças 
demonstram atenção e dançam livremente ou algumas vezes seguindo 
propostas: Pular, bater palmas... Utiliza-se também a fita gravada 
pelas terapeutas com músicas infantis (Cai-cai-balão, Parabéns, 
Levantar um braço..., Dois patinhos...). Após as crianças observarem 
as terapeutas por algum tempo, passam a realizar também os 
movimentos. Busca-se a conscientização desses movimentos. 
 
Grava-se os sons, palavras ou músicas emitidas pelas crianças e 
posteriormente coloca-se para que as escutem. Anteriormente a 
terapeuta grava sua voz mostrando o procedimento das crianças. 
 
Como as crianças se encontram no início do atendimento: 
 
AC – Não desejava entrar na sala, chorava muito, não permitia 
contato corporal. Foi atendidoindividualmente no setor de 
musicoterapia durante um ano. Estereotipias presente, fala algumas 
palavras esporadicamente. Usa fraldas. 
 
RA – Alheio aos acontecimentos ao seu redor. Não permite o contato 
corporal. Estereotipias presente. Foi atendido individualmente no setor 
de musicoterapia. Não fala, emite um único som (hum). Interessa-se 
por vibração. Usa fraldas. 
 
 JL – Estereotipias presentes, dificuldade de relacionamento. 
Manipula os instrumentos desde que não esteja sendo observado. 
Emite alguns sons vocais. Chora alguns vezes para não entrar sala. Foi 
atendido individualmente no setor de musicoterapia. 
 
A – anda pela sala durante todo tempo, falta de concentração e 
atenção. Não permite o contato corporal. Não emite sons vocais. Usa 
fraldas. 
CA – falta de atenção e concentração presente. Manipula os 
instrumentos por pouco tempo, apenas os que estão bem próximos, 
não explorando os demais. Produz sons melódicos vocalmente. Não 
fala, interessa-se por vibração sonora (violão, circulador, tambor). Foi 
atendido individualmente no setor de musicoterapia. 
Sessão onde estão presentes a fisioterapeuta, a musicoterapeuta, a 
fonoaudióloga e a estagiária de fisioterapia: 
Os instrumentos são espalhados no chão da sala. JL com o rosto 
tampado com as mãos isola-se. A anda pela sala manipulando 
rapidamente os instrumentos que estão no chão. AC atende as 
solicitações das terapeutas. CA manipula os instrumentos que estão 
próximos. RA está sentado realizando movimentos estereotipados 
necessitando sempre de uma terapeuta próximo a ele para lhe dar 
estímulos e consequentemente inibir as estereotipias. 
Musicoterapeuta toca o seguinte ritmo continuamente. 
CA e RA chegam perto do tambor colocando a mão procurando sentir 
a vibração. JL marca o ritmo com o pé, posteriormente com o corpo. 
AC acompanha batendo palmas e jogando o tronco para frente como 
se estivesse dançando. A continua andando pela sala, buscando sua 
atenção com estímulos sonoros. 
Posteriormente introduz-se as vogais ao ritmo. 
Faz-se o mesmo com as demais vogais. As outras terapeutas realizam 
o mesmo. Trabalho. J aos poucos vai se chegando ao grupo 
movimentando os lábios de acordo com as vogais. Lhe é oferecido um 
tambor e passa a tocar acompanhado as terapeutas. Fono fala as vogais 
com a mão de RA encostada em seus lábios ou o faz sentir a vibração 
em sua garganta. Faz o mesmo com CA e A. vai se reduzindo o 
andamento e a intensidade do ritmo até finalizá-lo. 
Continua-se trabalhando com as vogais, só que agora utilizando-se o 
intervalo de 3ª menor descendente. CA e JL algumas vezes 
reproduzem. RA e AC observam. A continua andando na sala. 
Terapeutas e crianças exploram os instrumentos que estão na sala em 
conjunto. 
Atualmente essas crianças possuem um bom nível de relacionamento 
com as terapeutas. Com objetivos mais específicos o grupo foi 
dividido. Fonoaudióloga e musicoterapeuta atuam em conjunto. 
Atende-se JL e A juntos, CA e RA em um horário juntos além de ter 
atendimento no seu grupo da escola. AC é atendido apenas no grupo 
da escola. 
 
 
 
Situação atual: 
 
AC – Possui altos e baixos no seu desenvolvimento . Canta algumas 
vezes frases de músicas como “Cai-cai-balão, Suzana”. Entrosa-se 
bem na situação escolar e realiza as atividades que são colocadas. 
Estereotipias presente quando ansioso. Não usa mais fraldas mas 
atualmente não está sinalizando quando deseja ir ao banheiro. 
 
RA – ainda alheio a algumas situações, mas já participa de outras sem 
necessitar de estímulos contínuos. Esteriotipias bem menos 
acentuadas. Leva a mão à boca das terapeutas para que falem vogais 
ou palavras. Emitindo alguns sons vocais e assoprando. 
 
JL – Bom relacionamento com as terapeutas atendendo algumas 
palavras, canta e dança. Enquanto fala seus sons são produzidos com 
pouca intensidade o mesmo não acontece quando canta. 
 
A – Já permanece sentado por maior parte de tempo explorando os 
instrumentos. Produz sons vocais e sons pré-verbais. 
 
CA – Fala alguma palavras como “papai”, “mamãe”, “titia”. Interessa-
se por vibração e produção de ritmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4 Analise de casos não específicos (descrição 
especificas) 
 
1- R2: Data de nascimento: 01/06/1995 
 Início do tratamento: Julho de 2002 
Portadora de Encefalopatia crônica da infância (Sequela de 
Toxosplasmose congênita). 
Apresenta seu desenvolvimento global psicológico defasado 
caracterizando um quadro intelectual. 
Apresenta atraso motor+crise controlada. 
Apresenta tetraparesia. 
Fala muito pouco apesar de já ter um vocabulário razoável, 
dificuldade de relacionamento, não manipula os instrumentos, não 
obedece ordens, não se mantém em pé com ou sem apoio. 
 
2- R1: Data de nascimento: 09/10/93 
 Início do tratamento: Abril de 2001 
Portadora de E C I (microcefalia). 
Apresenta hipotonia global com força diminuída nos 4 membros. 
Segura os objetos por pouco tempo. 
Controle deficiente da cabeça. 
Estado mental lúcido demonstrando reações aos estímulos. 
Apresenta intensa espasticidade. 
Déficit a nível cognitivo porém não muito acentuado. Fala algumas 
palavras com erros fonéticos. 
Bem comprometida no campo motor, permanecendo sentada apenas 
amarrada. 
 
3. AC: Data de nascimento: 16/10/94 
 Início do tratamento: 07/08/1985 
Atraso no desenvolvimento psicomotor, epilepsia (sem crises desde 6 
meses de idade). Apresenta movimentos estereotipados (levar a mão à 
boca em momentos de ansiedade). 
Encontra-se em um nível inferior em termos de maturidade. 
Atende a algumas ordens simples: pega, dá. Reconhece as pessoas que 
mantém convívio freqüente. 
Desenvolvimento das percepções sensoriais prejudicado pelo seu 
comprometimento mental – interesse e atenção inadequados. 
Aspecto afetivo-emocional prejudicado. 
Portador de deficiência mental moderada com aquisição de 
comportamento autista. 
Não desejava entrar na sala, chorava muito, não permitia contato 
corporal. Fala algumas palavras esporadicamente. Usa fraldas. 
 
4. RA: Data de nascimento: 01/10/97 
 Início do tratamento: 12/12/2001 
É portador de Encefalotopia crônica da infância. Tetraparesia flácida. 
Deficiência mental moderada com aquisição de comportamento 
autista. Crises convulsivas (controladas). 
Compreensão defasada o mesmo acontecendo com a parte afetivo-
emocional. Atenção bastante prejudicada. 
Emite sons gruturais. 
Alheio aos acontecimentos ao seu redor. Não permite o contato 
corporal. Estereotipias presente (balanceio do tronco, sacudir as 
mãos). 
Interessa-se por vibração sonora (tambor, violão, circulador). Usa 
fraldas. 
 
 
5. JL: Data de nascimento: 19/12/96 
 Início do tratamento: 10/06/2002 
 Retardo no desenvolvimento psicomotor sem causa aparentemente 
reconhecida. Aquisição de comportamento autista. 
Marcha com aumento da base de sustentação. 
Brinca com objetos de forma exploratória. Mostra-se atento. Presente 
com atividades relativas a 2 / 3 anos de idade mental. 
Estereotipias presente (levar a mão aos ouvidos, esconder o rosto, 
sacudir as mãos). 
Manipula os instrumentos desde que não perceba que está sendo 
observado. Emite alguns sons vocais. Chora algumas vezes para não 
entrar na sala. 
 
 
6. CA: Data de nascimento: 19/11/96 
 Início do tratamento: 13/05/2002 
Atraso no desenvolvimento psicomotor com aquisição de 
comportamento autista. Apresentando defasagem bastante acentuada 
em termos psicológicos evolutivos com condutas esperadas para uma 
faixa de aproximadamente 12 meses. 
Os processos de atenção e concentração acham-se prejudicados sendo 
observada pouca exploração dos estímulos do meio. 
Apresenta movimentos estereotipados (levar as mãos aos ouvidos, 
sacudir as mãos). Emite sons. 
Compreende algumas palavras e sons vocaiscom intervalos 
melódicos. Interessa-se por vibração sonora (violão, circulador, 
tambor). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V. UM OLHAR MUSICOTERÁPICO 
 
5.1 O trabalho desenvolvido 
 
No relato das sessões com crianças portadoras da Síndrome de Down 
nota-se que já há uma relação positiva estabelecida entre as crianças e 
as terapeutas, daí a facilidade em realizar o trabalho. Já há um 
conhecimento mútuo, sendo desta forma possível as terapeutas 
poderem auxiliar a direcionar as atividades da sessão. 
Somando ao conhecimento dos gostos e ansiedades das crianças temos 
os objetivos terapêuticos 
Nessa sessão relatada, onde temos a atuação da fisioterapeuta e da 
musicoterapeuta utilizamos a música para desenvolver um trabalho de 
psicomotricidade. Trabalha-se também noção espacial. A música e 
seus elementos facilitam o desenvolvimento dessas atividades. 
Mudando de atividade trabalhamos atenção, concentração e percepção 
visual e mais uma vez podemos notar que a música auxilia o processo. 
O mesmo acontece com as demais atividade realizadas nessa sessão. 
Há um intercâmbio entre as duas terapias visando sempre o 
crescimento do paciente. 
Na sessão desenvolvida com a fonoaudióloga a música continua como 
elemento que facilitará o processo sendo que os objetivos estão 
voltados para o desenvolvimento do plano verbal. 
O trabalho realizado com o grupo de crianças com paralisia cerebral 
em muitos momentos se parecerá com o trabalho desenvolvido com as 
crianças portadoras da Síndrome de Down, só que a dificuldade maior 
do grupo de crianças com paralisia cerebral se encontra no campo 
motor. A musicoterapeuta atua somente com a fisioterapeuta e com o 
auxílio da música iremos eliminando etapas e facilitando o 
desenvolvimento do paciente. As músicas utilizadas fazem parte do 
Iso Cultural. Com a música poderemos conseguir uma descontração e 
consequentemente o relaxamento tornando-se mais fácil manipular os 
pacientes. 
Nessa sessão vemos um trabalho de dança onde trabalhamos 
equilíbrio e segurança. 
O trabalho a nível cognitivo não é esquecido. Devemos lembrar que o 
ritmo auxiliará tanto o desenvolvimento motor como o 
desenvolvimento da fala. 
Pode-se comparar as sessões realizadas com o grupo de mongolóides e 
de paralisia cerebral e notamos que as atividades podem ser as 
mesmas ou semelhantes, no entanto, dependendo do grupo de atuação, 
estará em evidência um ou outro objetivo e a música e seus elementos 
entrarão sempre como facilitadores do processo terapêutico. 
Quanto ao trabalho realizado com as crianças deficientes mentais com 
dificuldade de relacionamento notamos, pelo relato da sessão, que há 
uma diferença nas atividades desenvolvidas. 
Inicialmente as três terapeutas, fonoaudióloga e musicoterapeuta 
atuaram em conjunto buscando inicialmente a abertura de canais de 
comunicação. Podemos notar uma importância do papel da 
musicoterapia nessa etapa do processo terapêutico. Pode-se conseguir 
um contato amplo com as crianças que choravam muito, que negavam 
o toque, que possuíam estereotipias. 
Por ser uma musicoterapia um processo não verbal e temporal pode-se 
chegar com maior facilidade às crianças. A musicoterapia possui 
elementos menos invasores e consequentemente menos persecutórios. 
Os elementos musicais utilizados foram bem simples. Um ritmo bem 
primitivo e o intervalo melódico mais fácil de se realizar (o que se 
encontra na maioria das canções infantis). Esse elementos foram 
utilizados conscientemente, uma vez que, esses pacientes se 
encontravam em níveis bem regredidos. Partiu-se do Iso10 dos 
 
10 Iso – ritmo interno de cada indivíduo 
pacientes para poder então realizar um trabalho de crescimento. Não 
se consegue êxito apenas com uma sessão, mas sim, com um processo 
que irá fazer com que cada vez mais as crianças se abram para os 
estímulos externos. 
Com esse trabalho pode-se mostrar a importância da relação 
terapêutica positiva e valorizar essa etapa do processo terapêutico. 
Com relação terapêutica dividiu-se o grupo, e os objetivos tornaram-se 
mais específicos, porém as técnicas utilizadas continuam a mesma 
linha. Utiliza-se ainda, um trabalho relacionado com a vibração. Com 
a elaboração de ritmos primitivos e de intervalos melódicos simples 
buscando-se atingir determinados objetivos. Dependendo da criança 
que está sendo trabalhada utiliza-se também músicas infantis atuais 
(quando nota-se o interesse da criança pelas mesmas). 
Podem-se verificar mais uma vez que a música facilita o processo 
terapêutico. 
 
Na musicoterapia com crianças deficientes mentais 
 
As estratégias empregadas são especialmente de reforço da estrutura 
egóica e de aprendizagem, ou seja, que não utilizar técnicas 
regressivas. Utilizam-se jogos musicais. É importante o uso do corpo 
como instrumento de movimento e percussão. 
Ao principiante custa compreender onde termina o trabalho do 
musicoterapeuta e onde inicia o do professor de música. 
As sessões de musicoterapia permitirão uma melhor integração nos 
trabalhos realizados. 
Descoberto o Iso da criança e os objetos intermediários de certo, o 
terapeuta acertará desde o primeiro momento com o paciente. 
Devemos manter as obras musicais em seu máximo primitivismo. 
 
 
Na musicoterapia com deficientes físicos 
 
O musicoterapeuta ajudará a desenvolver a potencialidade que existe 
neste paciente. Irá auxiliar principalmente no trabalho da 
fisioterapeuta. Terá predominantemente um estímulo motor. 
 Estabelece-se alguns enunciados frente a um lesado cerebral: 
Criar uma boa relação terapeuta-paciente; 
Recusar o critério de “impossibilidade”; 
Exigir respostas por parte da criança (estímulo); 
Criar um ambiente tranqüilo; 
Ter confiança nas potencialidades da criança; 
Estar convencido de que o tratamento que se leva a cabo é eficaz; 
Realizar uma avaliação periódica do tratamento. 
 
Segundo Juliette Alvin a música dá a criança a emoção do movimento 
porque se move no tempo e no espaço. São notas ascendentes e 
descendentes, assim como a sucessão de sons de diferentes 
velocidades e ritmos pode dar à criança sensível a sensação de 
movimentos completos acima e abaixo, devagar ou rápido. 
Temos várias respostas à musica excitante ou tranqüilizante. Pode-se 
controlar melhor, através da música, a atuação de uma criança 
espástica ou pode-se até criar alguns transtornos causando 
movimentos espasmódicos indesejados em outras crianças. 
É preciso conhecimento do Iso do paciente, dos objetos 
intermediários, e dos elementos sonoros prejudiciais, não benéficos. 
Cada sessão não é só terapêutica, mas também de observação 
diagnostica. 
O objetivo da musicoterapia é produzir novas vias no cérebro lesado. 
O musicoterapeuta deve integrar-se à equipe cientifica de trabalho, 
pois deve conhecer amplamente os objetivos que se propõe conseguir 
o médico, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o psicoterapeuta, 
como também deve dizer a eles suas importantes observações 
emanadas das sessões que abrirão novas possibilidades de 
aproximação. 
 
Na musicoterapia com crianças autistas 
 
A musicoterapia é para criança autista a primeira técnica de 
aproximação, pois o enquadre não-verbal é o que permite a estas 
crianças estabelecer os canais de comunicação. 
O autismo é uma prolongação patológica e deformada do psiquismo 
fetal. Portanto o objetivo é trabalhar com uma espécie de feto que se 
defende contra os medos de um mundo externo desconhecido e por 
outro lado, contra as sensações das deficiências do seu mundo interior. 
Por isso no trabalho, com estas crianças há que criar situações 
ambientais e estímulos que produzam a volta do período de gestação. 
É difícil encontrar o Iso da criança autista ou o objeto intermediário 
devido as suas características próprias. 
Na 1ª etapa em musicoterapiaa criança é submetido a uma série de 
sons empáticos com seu estado regressivo para se produzir a abertura 
de canais de comunicação e a ruptura aos núcleos defensivos. Chama-
se de musicoterapia passiva ou receptiva. 
Na 2ª etapa a criança se comunica com a musicoterapia que aproveita 
os canais de comunicação abertos. 
Na 3ª etapa a criança se comunica com o meio que o rodeia e seu 
grupo familiar. Este nível é chamado de integração. 
À medida que a criança vai adquirindo mais e mais canais de 
comunicação permite a introdução de técnicas habituais sempre 
levando em conta o trabalho em equipe com as outras técnicas de 
treinamento. 
Nota-se portanto a importância do papel da musicoterapeuta e a 
eficiência da atuação da dupla terapêutica. 
Com a exposição deste trabalho não se pretende fechar questões sobre 
a atuação da musicoterapeuta neste tipo de atuação. Pretende-se sim, 
levantá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 Musicoterapia – Fonoaudiologia – 
Fisioterapia 
 
As crianças são atendidas em grupos. Esses grupos são formados 
pelos seguintes critérios: patologia e idade mental. 
É um trabalho integrado onde duas terapeutas atuam com o mesmo 
grupo. Essa idéia surgiu devido a necessidade dos técnicos de 
enriquecerem seus métodos de trabalho e consequentemente fornecer 
melhores meios para que as crianças pudessem desenvolver suas 
potencialidades. 
O 1º passo é o conhecimento que uma terapeuta deve ter da outra, 
formando dessa forma uma dupla terapêutica. É importante tanto em 
entrosamento no trabalho realizado para que não sejam dados 
estímulos dúbios e para que a criança se sinta segura no settiing 
terapêutico. Seguimos então para o 2º passo que é a realização do 
rapport11 com os pacientes. 
Estabelecida a relação terapêutica desenvolveremos atividades 
realizadas de acordo com as necessidades das crianças. As atividades 
serão realizadas de acordo com o mundo da criança, daí ser realizada 
anteriormente a entrevista com o responsável, a ficha musicoterápica e 
a testificação musical. Como a maioria dos casos o atendimento é 
realizado em grupo, em cada sessão deverá ser percebido o Iso grupal 
para que o trabalho seja desenvolvido. 
Os pacientes são encaminhados para a musicoterapia pela neurologista 
ou por outros técnicos da equipe (fisioterapeuta, fonoaudióloga, 
psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social ou pedagoga), 
quando julgam haver necessidade. 
O papel da musicoterapia neste tipo de trabalho será o de facilitar o 
atendimento da fonoaudióloga ou da fisioterapeuta, uma vez que as 
crianças demonstram um interesse muito grande pela música (ritmo, 
melodia, harmonia) e pelos instrumentos musicais. Os objetivos 
terapêuticos da musicoterapia irão variar de acordo com o grupo que 
está sendo atendido e com a terapeuta que estará atuando. 
Serão desenvolvidas atividades lúdicas buscando-se trabalhar as 
dificuldades de cada paciente. 
São utilizados instrumentos de percussão para que os pacientes 
possam, manipulá-los com facilidade e desta forma se sentirem 
gratificados. Esses instrumentos são: chocalhos, pandeiros, cocos, 
guizos, tambores, maracás, afoxés, reco-reco e outros. Podemos ainda 
utilizar o violão e o piano. Fazemos uso também do gravador com 
fitas com músicas infantis ou fitas virgens para que as sessões possam 
ser gravadas. À alguns pacientes são pedidas essas fitas. 
 
 
Algumas atividades realizadas junto ao setor de fonoaudiologia e 
fisioterapia: 
Cantar músicas infantis substituindo-se letra por determinadas sílabas 
ou vogais. 
Cantar músicas infantis realizando-se gestos e sem gestos; 
Produzir ritmos simples com os instrumentos (diálogo musical ou 
espelho); 
Produzir ritmos emitindo vogais, sílabas ou palavras; 
Produzir vocalmente vogais, sílabas ou palavras com intervalos 
melódicos simples (utilizamos muito a 3ª menor descendente); 
 
11 Rapport – relação positiva 
Utilização dos instrumentos livremente ou “acompanhado” músicas 
infantis; 
Danças livres; 
Brincadeiras de roda; 
Utilização da vibração do tambor, do violão, do gravador ou do 
circulador, como meio de comunicação. 
e outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A teoria (Humanismo – Rogers) tem como objetivo principal a 
descoberta das possibilidades de cada criança. Partindo-se da idéia de 
que cada um tem suas limitações. A terapeuta será facilitadora desse 
desenvolvimento. 
Os tratamentos citados envolvem crianças com Síndrome de Down – 
Deficiência mental em decorrência de um cromossomo extra ao par 21 
em cada célula do organismo. Crianças com Paralisia Cerebral – 
Enfermidade caracterizada por um conjunto de perturbação motoras 
sensoriais, resultantes de um defeito ou de uma lesão do tecido 
nervoso, que pode ocorrer antes, durante ou após o parto, até os 8 anos 
de idade. Crianças com comportamento autista – são as crianças 
conhecidas por serem “boazinhas” que nunca perturbam devido ao seu 
isolamento. São crianças com uma deficiência afetiva primária que 
interfere com os potenciais cognitivos e intelectuais. 
Com o relato das sessões observa-se o atendimento desses três tipos 
de patologia enfocando a atuação da musicoterapia como facilitadora 
do processo terapêutico para que os objetivos traçados em conjunto 
com a fisioterapeuta e com a fonoaudióloga possam ser alcançados. 
Podemos observar que o uso da música vai variar de acordo com a 
patologia trabalhada e/ou de acordo com a criança ou o grupo em 
tratamento. A música é utilizada para abrir canais de comunicação, 
auxiliar a atingir os objetivos propostos ou a combinação desses dois 
aspectos. 
O uso da música (em todo o seu aspecto) é grandioso, variado e 
surpreendente. Se conhecermos o cliente saberemos o momento exato 
de utilizá-la e como fazê-lo. 
A dupla terapêutica facilita uma visão maior do cliente. É certo que 
cada terapeuta mesmo atuando sozinho deve manter um contato com 
os demais terapeutas para saber sobre o desenvolvimento de cada 
criança pois, isto facilitará a sua atuação. Uma vez que essas 
terapeutas possam atuar em conjunto procurarão ambas facilitarem 
uma o trabalho da outra visando sempre o pleno desenvolvimento da 
criança em tratamento. 
Os objetivos são traçados em comum, de acordo com a criança ou 
grupo trabalhado e podem ser alcançados com muito mais facilidade 
quando utilizamos a música e seus componentes de uma maneira 
correta. 
Acreditando-se na potencialidade de cada criança. concedendo-lhe o 
tempo necessário para evoluir. 
A musicoterapia dá subsídios para o desenvolvimento amplo do 
tratamento realizado. 
Musica ou Musicoterapia? 
No nosso ponto de vista poderia responder que logicamente é 
musicoterapia. Pois não houve uma só sessão onde não 
encontrássemos a busca para atingir os objetivos terapêuticos. 
Se temos o objetivo terapêutico e uma terapeuta com formação em 
musicoterapia acredito que não temos o que discutir. 
O objetivo principal com o relato dessas sessões não é fechar essa 
questão. É sim, levantar a possibilidade de sempre que possível, possa 
haver o intercâmbio e a atuação em conjunto de duas ou mais 
terapeutas no trabalho com crianças excepcionais. O conhecimento 
que uma terapeuta traz enfoca mais determinado aspecto e essa troca é 
enriquecedora para as terapeutas que atuam em conjunto e de muito 
valia no desenvolvimento do processo terapêutico. 
Para seguimento a este trabalho, alguns pontos para serem discutidos: 
Será que o papel da musicoterapia seria somente abrir canais de 
comunicação, 
O que fazer após a abertura de canais de comunicação, 
É válida a atuação da dupla terapêutica, 
Utilizar músicas infantis durante as sessões seria perder a linha de 
tratamento, 
A atuação da musicoterapeuta vai variar de acordo com a patologia, 
 
Outras questões podem ser

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