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Métodos Eletrométricos INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ/Campus Maracanaú Departamento de Química e Meio Ambiente Engenharia Ambiental Análises Químicas e Físicas Ambientais Prof. Bruno César pH – POTENCIAL HIDROGENIÔNICO pH – Potencial Hidrogeniônico • Termo usado universalmente para expressar a intensidade das condições ácidas ou alcalinas de uma solução; • Se constitui em um importante parâmetro em relação à: – Coagulação química; – Desinfecção; – Controle de corrosão • Seu valor deve ser estabelecido dentro de uma faixa favorável para execução de tratamentos de efluentes utilizando processos biológicos ou químicos. pH – Potencial Hidrogeniônico • O conceito de pH: – O pH está relacionado à concentração, em termos de molaridade, do íon hidrogênio: pH = -log [H+] ou pH = log 1/[H+] pH + pOH = 14 – A escala de pH é usualmente representada por uma faixa de 0 a 14, com pH = 7 representando a neutralidade absoluta: 0 7 14 Meio Ácido Meio Alcalino pH – Potencial Hidrogeniônico • Implicações Ambientais: – Efeitos Biológicos: • Alterações do valor de pH em apenas 1 unidade podem provocar sérios efeitos biológicos, levando à morte algumas espécies de organismos aquáticos (ex.: salmão); – Efeitos Químicos: • A diminuição do pH de um meio aquático acarreta num aumento da solubilidade dos metais; • Legislação: – O padrão de potabilidade no Brasil estabelece uma faixa de pH entre 6,5 e 8,5 (faixa mais estreita) pH – Potencial Hidrogeniônico • Determinação do pH: – É executada por meio de um potenciômetro e eletrodos; – O eletrodo de hidrogênio é o padrão absoluto para o mensuramento do pH, porém ele é bastante oneroso e pouco adaptável ao trabalho rotineiro (fácil contaminação, escape de gás); – Eletrodos padrões secundários foram desenvolvidos a partir do de hidrogênio, mostrando boa aplicação e sensibilidade; • Eletrodo de Vidro: – Eletrodo de membrana, cuja resposta eletroquímica se deve ao aparecimento de uma f.e.m. (potencial) quando se interpõe uma fina membrana de vidro especial entre soluções de diferentes pH, ou seja, a amostra e a solução de referência interna. pH – Potencial Hidrogeniônico • Eletrodo de Vidro: – Composição do vidro: • 65% em moles de SiO2; • 28% em moles de Li2O; • 3% em moles de Cs2O; • 4% em moles de La2O3. pH – Potencial Hidrogeniônico • Mecanismo: – Devido a sua composição, o vidro, quando hidratado, forma uma camada de gel seletiva ao íon H+ na solução; – Hidratação: – Quando em contato com uma solução de pH desconhecido, ocorrem os equilíbrios químicos: 1 – interface entre o exterior do vidro e a solução do analito; 2 – interface entre a solução interna e o interior do vidro. pH – Potencial Hidrogeniônico • Mecanismo: – As reações de dissociação fazem com que as duas superfícies de vidro tornem-se negativamente carregadas em relação a solução com as quais elas estão em contato; – Estas cargas superficiais produzem potenciais, os quais têm suas intensidades controladas pelas concentrações de H+ nas soluções do dois lados da membrana; – Como a concentração de H+ na solução interna é mantida fixa, a variação de potencial é devida unicamente ao pH da solução externa (analito). • Calibração do pHmetro: – O potenciômetro deve ser calibrado afim de se minimizar os erros devidos ao potencial de assimetria – tensão nas duas superfícies da membrana geradas durante a sua fabricação, abrasão mecânica da superfície externa devido ao seu uso e seu desgaste químico; – Durante a calibração o eletrodo é mergulhado numa solução de pH conhecido; – Caso típico: A. Faixa Ácida B. Faixa Básica Mergulhar o eletrodo num tampão de pH = 7,00, em seguida num tampão de pH = 4,00; Usar um tampão de pH = 7,00, em seguida usar um tampão de pH = 10,00. pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: – Método analítico de elevada eficácia na detecção do ponto final de uma titulação; – Pode ser utilizado nos diversos tipos de reação: • Neutralização ácido-base; • Precipitação; • Complexação; • Oxi-Redução; – Oferece um valor exato do volume adicionado do titulante no ponto de equivalência; – Não há necessidade do uso de indicadores, eliminando o erro devido ao excesso de titulante. pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: – Métodos para localização do ponto de equivalência: • Método da curva de potencial versus volume do tituante; • Método da curva da primeira derivada versus volume do titulante; • Método da curva da segunda derivada versus volume do titulante; – Método da curva de potencial versus volume do titulante: • Uma curva do potencial medido versus o volume de titulante adicionado é traçada e, geralmente, uma curva sigmóide é obtida; • O ponto final é encontrado graficamente no ponto de inflexão. Obs.: É muito impreciso determinar o ponto final usando uma curva sigmoidal. pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: – Método da curva da primeira derivada versus volume do titulante: • Consiste em traçar uma curva da razão entre a variação de potencial ΔE ou pH (ou pX) e a variação do volume adicionado do titulante versus o volume médio entre cada adição, ou seja, construir uma curva ΔE/ΔV versus Vmédio, onde: Obs.: É mais preciso determinar o ponto final nesta curva do que na curva sigmoidal. pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: – Método da curva da segunda derivada versus volume do titulante: • Consiste em traçar uma curva da razão de ΔE/ΔV (ou ΔpX/ΔV) e a variação do volume médio contra a média do volume médio, ou seja, construir a curva Δ(ΔE/ΔV)/ΔVm = Δ2E/ΔV2 ( ou Δ(ΔpX/ΔV)/ΔVm = Δ2pX/ΔV2) versus MVm, onde: Obs.: É mais preciso determinar o ponto final nesta curva do que na curva da 1ª derivada. pH – Potencial Hidrogeniônico • Titulação Potenciométrica: – Exemplo de tabela de dados de uma titulação potenciométrica entre Fe2+ e Ce4+ e os valores calculados de ΔE/ΔV, Vm, Δ2E/ΔV2 e MVm: CONDUTIVIDADE Condutividade • Medida da capacidade de uma solução em conduzir corrente elétrica; • A condutividade de uma solução depende: – Da natureza dos íons, ou seja, de sua carga e mobilidade; – Da quantidade de íons presentes; • A medida de condutividade tem sido usada como indicação da existência ou não de uma quantidade elevada de íons; • Há uma relação de direta proporcionalidade entre condutividade e concentração iônica; • É um parâmetro importante na avaliação da potabilidade de uma água para consumo humano, na qualidade de uma água destilada/deionizada, etc. Condutividade • Determinação: – O mensuramento da condutividade é realizado com o uso de uma célula de condutividade; – A célula de condutividade contém dois eletrodos inertes (platina), ambos de mesma área superficial “A”, situados a uma distância “L”; – Através da aplicação de uma corrente de baixa voltagem sobre os eletrodos, mensura-se a resistência do líquido (amostra) entre os mesmos; – O valor da resistência do líquido é convertido em condutividade através da seguinte fórmula: Onde: K – Condutividade (µS/cm) L – distância entre os eletrodos (cm) A – área superficial dos eletrodos(cm2) R – resistência (ohm (Ω) = Siemens (S-1)) Condutividade Migração dos íons Célula de condutividade Condutividade • Calibração do condutivímetro: • A célula de condutividade é calibrada pelo uso de soluções de condutividade conhecida (KCl); • Exemplos de valores de condutividade: – Água em equilíbrio com CO2 k ≈ 1 µS cm -1 (25 ºC); – Água de alta pureza k < 0,1 µS cm-1 (25 ºC); – Água de deionizador Milli-Q-plus k ≈ 5,5 x 10-5 µS cm-1 (25 ºC) TURBIDEZ Turbidez • Definição: – O termo turbidez é aplicado a águas contendo materiais em suspensão que interferem na passagem de luz através da superfície, causando absorção e dispersão da mesma ao invés de sua transmissão em linha reta; • Causas: – Ampla faixa de material em suspensão: • Dispersões coloidais: 1 – 1000 nm; • Dispersões grosseiras: > 1000 nm; – Origem das dispersões: • Erosão da água sobre as rochas; • Arraste de material das margens; • Lançamentos de despejos domésticos e industriais; • Crescimento de microorganismos (algas) devido ao lançamento de nutrientes (N e P) Turbidez • Significado ambiental: – Estético: • A água potável distribuída publicamente deve ser livre de turbidez; • Qualquer vestígio de turbidez é automaticamente associado a uma possível contaminação; – Filtrabilidade: • A filtração da água se torna mais difícil e onerosa com o aumento da turbidez; – Desinfecção: • A desinfecção de um meio deve acontecer com o intenso contato entre o agente desinfectante e os organismos; • Elevados teores de turbidez podem alocar organismos patogênicos no interior das partículas em suspensão, protegendo-os do agente desinfectante; – Legislação: • No Brasil, o padrão de potabilidade fixa a turbidez em, no máximo, 1 unidade nefelométrica de turbidez (UNT) na saída da ETA, e 5 UNT no ponto mais desfavorável da rede de distribuição. Turbidez • Determinação: – Baseia-se no fenômeno do espalhamento da radiação eletromagnética por partículas em suspensão da amostra; – No instrumento (turbidímetro), um feixe de luz incide sobre a amostra, onde parte dele é absorvido e/ou espalhado; – Esta absorção, ou espelhamento, pode ser relacionada com a concentração de espécies em suspensão; – A turbidez utiliza a atenuação da potência do feixe incidente; – A nefelometria utiliza a medida da potência da radiação espalhada (em um ânguo de 90°, 75° ou 135° com feixe incidente). Turbidimetria/Nefelometria Turbidimetria/Nefelometria • Faixas de concentração versus Turbidimetria e Nefelometria: – A nefelometria é indicada em baixíssimas concentrações do analito (90% de transmitância); – A turbidimetria é indicada em concentrações maiores; • Instrumentação: – Turbidímetros e nefelômetros têm sido desenvolvidos usando fontes de luz policromática (lâmpada de tungstênio); – Radiações monocromáticas aumentam a sensibilidade da análise; – Quanto menor o λ da radiação maior é a intensidade do espalhamento; – As medidas devem ser realizadas, preferencialmente, com um filtro azul; – O aparelho deve ser calibrado com suspensões padrão (formazina) ou com água destilada. Turbidimetria/Nefelometria • Aplicações: A nefelometria também pode ser empregada no acompanhamento do crescimento de microorganismos.
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