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EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 1 Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 1 Introdução ............................................................................................................................................................... 2 2 Equações do movimento translacional de corpos rígidos ....................................................................................... 3 2.1 Exemplo 1: Oscilador harmônico ................................................................................................................. 11 2.2 Exemplo 2: Automóvel em deslocamento horizontal .................................................................................. 12 2.3 Exemplo 3: Sistema Massa-Mola-Amortecedor .......................................................................................... 14 2.4 Exemplo 4: Modelo da Suspensão de um Automóvel ................................................................................. 16 2.5 Análise do comportamento dinâmico do Exemplo 4 ................................................................................... 19 3 Equações do movimento rotacional de corpos rígidos .......................................................................................... 25 4 Pêndulo gravitacional: abordagens translacional e rotacional .............................................................................. 27 4.1 Abordagem translacional ............................................................................................................................ 28 4.2 Abordagem rotacional ................................................................................................................................. 30 5 Pêndulo invertido com base móvel controlada ..................................................................................................... 31 6 Sistemas de referência para movimentos de rotação ........................................................................................... 39 6.1 Movimento circular de uma partícula no plano xy ...................................................................................... 40 6.2 Movimento espacial de uma partícula ........................................................................................................ 50 6.3 Exemplo de aplicação: pêndulo esférico ..................................................................................................... 55 7 Circuito elétrico ..................................................................................................................................................... 58 8 Motor Elétrico (Motor de Corrente Contínua) ...................................................................................................... 60 8.1 Representação por espaço de estados para o motor de corrente contínua ............................................... 62 9 Fluxo de calor ........................................................................................................................................................ 63 10 Fluxo de fluido incompressível ........................................................................................................................... 65 11 Princípios de computação analógica .................................................................................................................. 68 11.1 Modelo matemático do circuito elétrico .................................................................................................. 71 11.2 Modelo matemático do sistema hidráulico ............................................................................................. 74 11.3 Circuito elétrico × Sistema hidráulico ...................................................................................................... 76 EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 2 1 Introdução • Uma motivação: quando se quer controlar um processo dinâmico, a obtenção de seu modelo matemático representa o primeiro passo. • Este processo de obtenção do modelo matemático normalmente deve observar: � Leis fundamentais; � Simplicidade; � Precisão; � Validação. • Em todo processo de modelagem de sistemas dinâmicos, é preciso escolher as leis fundamentais que exprimem as relações dinâmicas adequadas e aplicá-las corretamente, sobretudo observando as condições e hipóteses em que elas são válidas. • A finalidade deste tópico do curso é preparar o aluno para a obtenção sistemática de modelos matemáticos para diversas classes de processos dinâmicos. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 3 • Modelar a planta de uma indústria, um sistema econômico, um comportamento social ou um fenômeno biológico representa uma tarefa de grande complexidade. • Como estamos em um curso introdutório, então estaremos restritos à abordagem de princípios básicos de modelagem para os sistemas físicos mais comuns. 2 Equações do movimento translacional de corpos rígidos • Iremos abordar aqui sistemas físicos com parâmetros concentrados. • Foco de atenção: posição, velocidade e aceleração de um ponto no espaço, que pode ser um corpo rígido representado pelo seu centro de massa (CM). • Definição de corpo rígido: sistema que contém um número infinito de partículas sem movimento relativo entre si. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 4 sistema) do movimento do (equações sistema) do dinâmico (modelo contínuo tempode sistemas de dinâmico ntocomportame do matemática descrição isdiferencia equações desistema ou ldiferencia equação → • A posição do corpo (ponto no espaço) pode ser dada nas seguintes formas: ℜ∈r ou [ ] 2ℜ∈= Tyxr ou [ ] 3ℜ∈= Tzyxr dependendo da dimensão do espaço necessária para descrever a trajetória. Estas posições estão expressas em um referencial inercial (RI). • Embora não se represente explicitamente, é evidente que x é função do tempo. • A física necessária para se escrever as equações do movimento de corpos rígidos é associada basicamente à segunda lei de Newton (1642-1727), de 1687: A resultante das forças de agem num corpo é igual ao produto de sua massa pela aceleração adquirida. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 5 A aceleração de uma partícula é determinada, em cada instante, pela razão entre a resultante de todas as forças externas atuantes sobre a partícula e a sua massa. • Lei de Newton para um dado corpo rígido: ( ) ( ) rmrm dt d tF &&& == onde: � F(t) é o vetor resultante do somatório de todas as forças aplicadas ao corpo (medido em Newtons: N); � r&& é o vetor de acelereção do corpo em relação a um referencial inercial RI (medida em m/s2); � m é a massa do corpo (medida em kg). • Uma versão moderna desta mesma lei diz que a variação do momento linear da partícula é igual à resultante de todas as forças externas atuantes sobre ela. • Sendo o momento linear da partícula definido por: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 6 ( ) rmtp &= A resultante F(t) será agora dada na forma: ( ) rmrmptF &&&&& +== • Neste tópico do curso, iremos nos restringir a corpos com massa constante, o que nos remete novamente à definição clássica: ( ) rmtF &&= . • Do ponto de vista físico, deve ficar claro que a segunda lei de Newton não caracteriza um determinadomovimento de um corpo, mas impõe uma condição sobre todos os possíveis movimentos (lei de movimentação do corpo), conduzindo a uma equação diferencial de 2a ordem. • Para caracterizar um determinado movimento de um corpo, é necessário especificar o ponto de partida r0 e a velocidade inicial 0r& . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 7 • Resulta então aquele que é chamado de problema de Cauchy para a equação diferencial: ( ) ( ) ( ) ( ) == = 00 0 e 0 ,, rrrr rrtFrm dt d && && • As dificuldades na resolução de problemas deste tipo dependem inteiramente do tipo de função ( )rrtF &,, que aparece na equação. No caso geral, resolver esta equação diferencial pode ser extremamente difícil. • Para se obter ( )rrtF &,, , deve-se recorrer aos seguintes passos: � Defina um referencial inercial para o(s) corpo(s) rígido(s); � Especifique uma hipótese de movimento, incluindo movimento relativo entre corpos rígidos, se for o caso; EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 8 � Elabore um diagrama de corpo livre de cada corpo rígido, indicando todas as forças que agem em cada corpo e as acelerações do centro de massa em relação a um referencial inercial; � Aplique a segunda lei de Newton; � Realize manipulações algébricas das equações resultantes para eliminar forças internas. Princípio de D’Alembert: Em cada instante, um corpo rígido de massa m constante, interagindo com outros corpos ou não, e com o seu centro de massa acelerado pela ação de forças externas, com aceleração r&& , mantém o equilíbrio dinâmico de forças devido ao surgimento de uma força resistiva ao movimento do centro de massa, denominada de força inercial e determinada por rm &&− . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 9 • Um dos fenômenos físicos de interesse e que levam a uma função ( )rrtF &,, relati- vamente simples é a vibração mecânica em torno de uma posição de equilíbrio. • Um exemplo deste fenômeno é o oscilador harmônico, o qual é um dos modelos mais utilizados em física. Por exemplo, este modelo influenciou enormemente no desenvolvimento inicial da Física Atômica. • Neste caso, são três os tipos de força que atuam sobre um corpo rígido: 1. Força elástica (Fe): é aquela que tende a restaurar a posição de equilíbrio em x = 0. A magnitude desta força é diretamente proporcional ao deslocamento ∆x, mas em sentido contrário: ≠∆<∆⋅∆ =∆=∆ ∆⋅−=∆ 0 se ,0)( 0 se ,0)( )( xxFx xxF xkxF e e e A constante de proporcionalidade k é chamada de coeficiente de elasticidade e é estabelecida pela lei de Hooke, que foi formulada em 1676. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 10 2. Força de atrito dinâmico (Fa): pode ser provocada por atrito de contato (Lei de Coulomb – Fac) ou por resistência ao movimento quando o corpo está imerso em um meio viscoso (Far). Esta última é geralmente suposta ser diretamente proporcional à velocidade, mas em sentido contrário: <+= >−= == 0 se , 0 se , 0 se ,0 0 0 xFF xFF xF ac ac ac & & & e ≠<⋅ == ⋅−= 0 se ,0)( 0 se ,0)( )( xxFx xxF xbxF ar ar ar &&& && && 3. Força externa (u): é conhecida e é função do tempo. • Observação: a força de atrito estático, que corresponde à força que atua entre superfícies em repouso relativo, normalmente não é considerada no estudo de osciladores harmônicos. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 11 2.1 Exemplo 1: Oscilador harmônico • Diagrama de corpo livre: u m m x&& b x& k x • Equação do movimento: 0=−++ ukxxbxm &&& ou kxxbuxm −−= &&& • Após manipulação algébrica: m u x m k x m b x =++ &&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 12 2.2 Exemplo 2: Automóvel em deslocamento horizontal u • Versão simplificada: u m x • Hipóteses: 1. A inércia rotacional das rodas é desprezível; 2. Há uma força de atrito dinâmica provocada por resistência ao movimento (deslocamento de ar), com fator de proporcionalidade b; 3. Não há força de atrito de contato (justificativa: rodas + atrito estático); 4. A posição x do veículo será medida em relação à referência apresentada, com valores positivos para a direita. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 13 • Diagrama de corpo livre: u m m x&& b x& • Equação do movimento: 0=−+ uxbxm &&& ou xbuxm &&& −= • Se o alvo de estudo é a posição x do veículo, então resulta: m u x m b x =+ &&& • Se o alvo de estudo é a velocidade v do veículo, então resulta: m u v m b v =+& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 14 2.3 Exemplo 3: Sistema Massa-Mola-Amortecedor • Versão simplificada: um x b k • Hipóteses: 1. A força exercida pela mola é elástica (fator de proporcionalidade: k); 2. A força exercida pelo amortecedor é de atrito dinâmico por resistência ao movimento (fator de proporcionalidade: b); 3. Há força de atrito de contato; 4. A posição x do corpo será medida em relação à referência apresentada, com valores positivos para a direita. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 15 • Diagrama de corpo livre, com <− > = = 0 se ,1 0 se ,1 0 se ,0 )( v v v vc : um m x&& b x& k x c(v) F0 • Equação do movimento: 0)( 0 =−+++ uFvckxxbxm &&& • Após manipulação algébrica: 0 )( F m vc m u x m k x m b x −=++ &&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 16 2.4 Exemplo 4: Modelo da Suspensão de um Automóvel • Versão simplificada do modelo da quarta parte do automóvel: • Valores de x e y diferentes de zero retratam deslocamentos das massas m1 e m2, respectivamente, da condição de equilíbrio. • A mola com coeficiente kw representa a compressibilidade do pneu, a qual vai ser proporcional à diferença entre a posição da roda e o nível da superfície. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 17 • O deslocamento e a velocidade de deslocamento percebidas, respectivamente, pela mola com coeficiente ks e amortecedor com coeficiente b são medidas relativas ao deslocamento entre as duas massas (há acoplamento físico), dadas por: −= −= xy xy &&todeslocamen de velocidade todeslocamen • Como os diagramas de corpo livre abaixo retratam forças agindo nas massas m1 e m2 a partir de uma condição de equilíbrio, não são incluídas as forças de gravidade m1g e m2g, pois estas são supostas já anuladas por um deslocamento constante nas molas com coeficientes ks e kw. Estes deslocamentos são dados por: + = = w w s s k gmm k gm )( todeslocamen todeslocamen 21 2 • Os diagramas de corpolivre a seguir não incluem a força de reação à aceleração de massa, dada pela segunda lei de Newton. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 18 • Equações do movimento: =−+−+ =−+−−−− 0)()( 0)()()( 2 1 xykxybym rxkxykxybxm s ws &&&& &&&& • Após manipulação algébrica: =−+−+ =+−+−+ 0)()( )()( 22 1111 xy m k xy m by r m k x m kyx m kyx m b x s wws &&&& &&&& • É muito comum a ocorrência de erros de sinal no equacionamento acima. Repare que, no equacionamento correto, os coeficientes são sempre positivos na variável que “coordena” a respectiva equação (tem a ver com a estabilidade do sistema). EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 19 2.5 Análise do comportamento dinâmico do Exemplo 4 • Considerando o modelo de suspensão de um automóvel, conforme apresentado na seção anterior: a) Expresse o sistema de equações diferenciais lineares acopladas resultante: =−+−+ =+−+−+ 0)()( )()( 22 1111 xy m k xy m by r m k x m k yx m k yx m b x s wws &&&& &&&& na representação por espaço de estados (equação de estado e equação de saída), tomando como estados )()(1 txtz = ; )()(2 txtz &= ; )()(3 tytz = e )()(4 tytz &= . As saídas são dadas por: )()()(1 tytxts −= e )()(2 tyts = . � Note que o sistema de equações diferenciais acima apresenta acoplamento entre as variáveis, impedindo que se resolva cada equação isoladamente. � Representação por espaço de estados: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 20 − = + −− − + − = )( )( )( )( 0100 0101 )( 0 0 0 )( )( )( )( 1000 0010 4 3 2 1 2 1 1 4 3 2 1 2222 1111 4 3 2 1 tz tz tz tz s s trm k tz tz tz tz m b m k m b m k m b m k m b m kk z z z z w ss sws & & & & b) Em seguida, implemente este sistema no Simulink, com os seguintes parâmetros: 251 =m ; 3002 =m ; 30=b ; 5,7=sk e 50=wk . Tome ( ) 7 10 2 10 1)( − − = t etr , obtenha a evolução no tempo de s1(t) e s2(t) no intervalo de tempo [0, 50] e interprete o resultado. c) Tome os parâmetros do item (a), faça b = 0, execute novamente o programa e interprete o resultado. d) Tome os parâmetros do item (a), faça ks = 30 (4 vezes o seu valor inicial), execute novamente o programa e interprete o resultado. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 21 ( ) 7 10 2 10 1)( − − = t etr 0 10 20 30 40 50 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Entrada para o Exercício 2 da Lista 1 t r(t) EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 22 s1 s2 EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 23 s1 s2 EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 24 • Programação usando Simulink � Diagrama de blocos: t r(t) Sistema Dinâmico na Representação por Espaço de Estados u Gráfico t × s1 Gráfico t × s2 s1 s2 � Conteúdo dos blocos: ( ) 7 10 2 10 1)( − − = t etr −− − + − = 300 30 300 5.7 300 30 300 5.7 1000 25 30 25 5.7 25 30 25 505.7 0010 A = 0 0 25 50 0 B − = 0100 0101 C = 0 0 D + condições iniciais nulas EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 25 3 Equações do movimento rotacional de corpos rígidos Movimento Translacional Movimento Rotacional massa momento de inércia mola linear mola de torção deslocamento linear deslocamento angular velocidade linear velocidade angular aceleração linear aceleração angular força torque • Momento de inércia: ∫= dmrJ 2 [kg.m2] EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 26 θ J kt bt bt θ . θ J kt θ J θ .. T • Equação do movimento: 0=−θ+θ+θ TkbJ tt &&& • Após manipulação algébrica: J T J k J b tt =θ+θ+θ &&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 27 4 Pêndulo gravitacional: abordagens translacional e rotacional • Hipóteses: � A haste tem massa desprezível, é não-elástica e tem comprimento l; � A esfera tem massa m; � Não há força de atrito dinâmico por resistência ao movimento (causado pelo deslocamento de ar); � A massa está sujeita à ação da gravidade; � Há uma força externa u(t) sempre tangente à trajetória, de modo que o movimento do pêndulo é circular e restrito ao plano. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 28 x θ l 4.1 Abordagem translacional • Para expressar um deslocamento linear x em termos de um deslocamento angular θ, considere a seguinte regra de três: pi↔ pi↔θ lx 2 2 • θ= θ= θ= &&&& && lx lx lx EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 29 • Projeção do peso nas direções tangente e perpendicular ao movimento, para um dado ângulo de deslocamento θ: mgcos(θ)mgsen(θ) mg • Diagramas de corpo livre: mgcos(θ) Th mgsen(θ) m x .. u • Equações do movimento: =−θ =−θ+θ⇒=−θ+ 0)(cos 0)(sen0)(sen hTmg umgmlumgxm &&&& • Após manipulação algébrica: ml u l g =θ+θ )(sen&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 30 4.2 Abordagem rotacional • 2 mlJ = • Torque causado pelas forças agindo na massa, a uma distância l do centro da trajetória circular: � ulT =1 � )(sen2 θ= mglT • Equação do movimento: 0)(sen2 =−θ+θ ulmglml && • Após manipulação algébrica: ml u l g =θ+θ )(sen&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 31 5 Pêndulo invertido com base móvel controlada • Trata-se de um dos mais estudados sistemas de controle da literatura. • A planta em si representa um sistema inerentemente instável, pois na ausência de uma ação de controle bem definida o pêndulo não irá se manter navertical (problema de regulação), ou então acompanhando alguma trajetória desejada (problema de servomecanismo). • Os exemplos práticos mais comuns estão associados aos foguetes com propulsão na cauda. • Neste estudo, iremos nos concentrar em um caso particular, em que o pêndulo só apresenta movimento no plano (espaço ℜ2). • Além disso, estaremos abordando apenas o caso associado ao problema de regulação, em que o objetivo é manter o pêndulo na vertical, por meio de uma força u(t) que age sobre a base móvel. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 32 • Vale salientar, mais uma vez, que iremos realizar todas as etapas do processo de modelagem, deixando tudo preparado para a síntese do controlador, tarefa esta que será parte integrante da disciplina “Princípios de Controle e Servomecanismo”. • Hipóteses a serem adotadas: � o centro de gravidade do pêndulo se encontra em seu centro geométrico; � m é a massa do pêndulo; � I é o momento de inércia do pêndulo; � 2l é o comprimento do pêndulo; � M é a massa da base móvel; � não há força de atrito envolvida; � as referências de posição angular do pêndulo e de deslocamento translacional da base móvel estão apresentadas na Figura 1. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 33 x y . u(t) θ l l x Figura 1 – Pêndulo invertido com base móvel controlada (movimento planar) EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 34 • Hipóteses de movimento: � o pêndulo está se movendo no sentido horário; � a base móvel está se movendo para a direita. • Diagramas de corpo livre: . θ l mgF1 F2 (xG,yG) . u(t) x F1 F2 (x,y) com ( ) ( ))cos(),(sen, θθ+= llxyx GG . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 35 • Decomposição das forças atuando sobre o pêndulo na direção do movimento rotacional: . θ l F1sen(θ) F2cos(θ) EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 36 • De acordo com as hipóteses de movimento, o emprego da segunda lei de Newton fornece: � Equilíbrio de forças no caso do movimento rotacional do pêndulo: 0)(sen)cos( 12 =θ−θ+θ lFlFI && . � Equilíbrio de forças no caso do movimento translacional horizontal do pêndulo: ( ) 0)(sen0 22 2 22 2 =−θ+⇒=− Flx dt d mF dt xd m G . � Equilíbrio de forças no caso do movimento translacional vertical do pêndulo: ( ) 0)cos(0 12 2 12 2 =−+θ⇒=−+ mgFl dt d mmgF dt yd m G . � Equilíbrio de forças no caso do movimento translacional horizontal da base móvel: 022 2 =−+ uF dt xdM . • Estas são as equações que descrevem a dinâmica do sistema. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 37 • Este sistema de equações não-lineares pode ser linearizado em torno de θ = 0, supondo que o pêndulo vai permanecer sempre próximo da posição vertical, ou seja, supondo que θ vai assumir sempre valores muito próximos de zero. • Para tanto, basta considerar θ≅θ)(sen e 1)cos( ≅θ , que correspondem justamente às expansões de sen(θ) e cos(θ) em série de Taylor, até primeira ordem e em torno de θ = 0. • O sistema de equações lineares resultante assume a forma: ( ) =−+ =−+ =−θ+ =θ−+θ )4(0 )3(00 )2(0 )1(0 2 1 2 12 uFxM mgF Flxm lFlFI && &&&& && • Somando as equações (2) e (4) resulta: ( ) 0=−θ++ umlxMm &&&& • Substituindo F1 e F2 das equações (3) e (2), respectivamente, na equação (1), produz: ( ) ( ) 000 22 =θ−+θ+⇒=θ−θ++θ⇒=θ−+θ mglxmlmlImgllxmlImgllFI &&&&&&&&&&&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 38 • Logo, o movimento do pêndulo invertido com base móvel em torno de θ = 0 pode ser aproximadamente descrito pelo sistema de equações acopladas a seguir: ( ) ( ) =θ−+θ+ =−θ++ 0 0 2 mglxmlmlI umlxMm &&&& &&&& (5) • Tomando como vetor de variáveis de estado [ ]Txxz θθ= && , é possível expressar o modelo dinâmico linearizado na representação por espaço de estados BuAzz +=& , como segue: ( ) u mMlMImI ml mMlMImI mlI z z z z mMlMImI mlgMm mMlMImI glm z z z z ++ − ++ + + ⋅ ++ + ++ − = 2 2 2 4 3 2 1 2 2 22 4 3 2 1 0 0 000 1000 000 0010 & & & & (6) • O procedimento de conversão do sistema de equações (5) na representação por espaço de estados (6) foi substituir x&& de uma equação na outra e θ&& de uma equação na outra. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 39 6 Sistemas de referência para movimentos de rotação • Em movimentos de rotação, embora seja possível realizar a modelagem empregando coordenadas cartesianas, a utilização de outros sistemas de referência, tais como coordenadas cilíndricas ou esféricas, pode simplificar bastante o processo de modelagem. • Inicialmente, vamos estudar o movimento de uma partícula no plano. Em seguida, vamos considerar movimentos de rotação espaciais (em 3 dimensões). • Cabe alertar que a Segunda Lei de Newton se aplica apenas a referenciais inerciais, mas nada impede que se calcule a aceleração do centro de massa e a resultante das forças externas em relação a um referencial fixo e, então, se exprima os resultados obtidos em uma base qualquer. • Ao manipular rotações, a adoção de bases de coordenadas cilíndricas ou esféricas pode simplificar bastante a obtenção do modelo matemático. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 40 6.1 Movimento circular de uma partícula no plano xy Figura 2 – Referencial inercial de coordenadas cartesianas e referencial de coordenadas cilíndricas para uma partícula em movimento circular de raio l no plano xy • A intenção aqui é obter força T(t). Para tanto, iremos inicialmente obter o modelo matemático operando diretamente no referencial inercial de coordenadas cartesianas, denominado aqui de RI. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 41 • Os versores ortonormais (i, j, k) no referencial RI podem ser representados na forma: = 0 0 1 i , = 0 1 0 j , = 1 0 0 k • Denotando ( )trI a localização do centro de massa CM da partícula em relação a RI, então resulta: ( ) ( ) ( ) kjliltrI 0sencos ++= φφ • Como l é constante, as derivadas de ( )trI em relação ao tempo produzem o vetor velocidade: ( ) ( ) ( ) kjliltrI 0cossen ++−= φφφφ &&& e o vetor aceleração: ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] kjliltrI 0sencoscossen 22 +−++−= φφφφφφφφ &&&&&&&& • E a resultante das forças externas é dada por: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 42 ( ) ( ) ( )[ ] kjmgTiTtF 0sencos+−+= φφ • E aplicando a Segunda Lei de Newton, resulta: ( ) ( )tFtrm I =&& ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]{ } ( ) ( )[ ] kjmgTiTkjlilm 0sencos0sencoscossen 22 +−+=+−++− φφφφφφφφφφ &&&&&& ( ) ( )[ ] ( ) ( ) ( )[ ] ( ) −=− =+− mgTml Tml φφφφφ φφφφφ sensencos coscossen 2 2 &&& &&& • Multiplicando a primeira equação por ( )φcos , a segunda por ( )φsen , sabendo que ( ) ( ) 1cossen 22 =+ φφ e somando as duas equações resultantes, obtém-se então: ( ) 2sen φφ &mlmgT −= . • E para obter ( )tφ , multiplicando a primeira equação por ( )φsen , a segunda por ( )φcos , sabendo que ( ) ( ) 1cossen 22 =+ φφ e fazendo a segunda equação menos a primeira, obtém-se então: ( )φφ cosmgml −=&& . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 43 • Como era de se esperar, se fizermos 2 piφ −= e 0=φ& , resulta a mesma dinâmica já obtida nas seções 4.1 e 4.2, com u(t) = 0, e jmgT −= . • Existe uma maneira mais simples de se chegar ao mesmo resultado. De fato, expressando os versores da base cilíndrica em função da base RI, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ++= ++−= ++= kji kji kji 100 0cossen 0sencos γ φφβ φφα • Para um observador em RI, temos que a base de versores ortonormais (i, j, k) é fixa e a base de versores ortonormais ( )γβα ,, é variante no tempo, devido à variação de ( )tφ . Com isso, obtém-se: ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] ++= ++−= ++−= kji kji kji 000 0sencos 0cossen γ φφφβ φφφα & && && = −= = 0γ αφβ βφα & && && • De modo equivalente, é possível obter: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 44 = −−= −= 0 2 2 γ βφαφβ αφβφα && &&&&& &&&&& • Note que: βφα &&& llrC == [ ]αφβφα 2&&&&&&& −== llrC • A resultante das forças externas em coordenadas cilíndricas produz: ( ) ( ) ( )[ ] αβφαφα TmgTmgjtF ++−=+−= cossen • E aplicando a Segunda Lei de Newton, resulta: ( ) ( )tFtrm C =&& [ ] ( ) ( )[ ] αβφαφαφβφ Tmgml ++−=− cossen2&&& ( ) ( ) −= −= φφ φφ cos sen2 mgml Tmgml && & EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 45 • Trata-se do mesmo resultado obtido em coordenadas cartesianas inerciais. Da segunda equação obtém-se ( )tφ e da primeira equação chega-se a T(t). • Com o desenvolvimento realizado para se chegar ao resultado acima, é possível introduzir uma notação matricial que facilita a obtenção de modelos matemáticos correspondentes a sistemas de maior complexidade. • Todo vetor 3ℜ∈v relativo ao referencial RI admite ser descrito na forma: =⇔++= z y x zyx v v v vkvjvivv • E este mesmo vetor 3ℜ∈v pode ser escrito no sistema de coordenadas cilíndricas como segue: =⇔++= γ β α γβα γβα v v v vvvvv EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 46 • A relação entre as duas representações é dada na forma: ( ) ( ) ( ) ( ) − = γ β α φφ φφ v v v v v v z y x 100 0cossen 0sencos = γ β α φ v v v R v v v z y x , com ( ) ( ) ( ) ( ) − = 100 0cossen 0sencos φφ φφ φR • Note que tanto z y x v v v como γ β α v v v representam o mesmo ponto no ℜ3. • Numericamente, z y x v v v e γ β α v v v são diferentes, a menos quando ( ) 0=tφ , o que faz com que φR seja a matriz identidade. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 47 • A matriz φR é chamada de matriz de mudança de base. No entanto, uma outra interpretação para a matriz φR , de grande interesse prático, é a de que o produto de qualquer vetor 3ℜ∈v , no referencial inercial RI, por φR produz um vetor vRp φ= no mesmo referencial RI que corresponde a rotacionar v de um ângulo φ no sentido anti-horário. Por este motivo, uma outra denominação para a matriz φR é de matriz de rotação em torno do eixo z. • A matriz φR apresenta as seguintes propriedades: � φR é uma matriz não-singular e TRR φφ =−1 . � φφφ VRR =& onde − = 000 00 00 φ φ φ & & V . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 48 � φφφ ARR =&& onde − −− = 000 0 0 2 2 φφ φφ φ &&& &&& A . � As matrizes φV e φA comutam com a matriz φR , ou seja: φφφφ RVVR = e φφφφ RAAR = • Agora fica fácil chegar ao mesmo resultado para T(t) empregando esta notação matricial. No referencial cilíndrico, a posição da partícula é sempre dada por: = 0 0 l rC . • Logo, sua posição em relação ao referencial inercial RI é dada por CI rRr φ= . • Agora, a aceleração em relação ao referencial inercial RI pode ser obtida de forma direta, como segue: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 49 ( ) ( ) ( ) ( ) − −− === 0 sencos sencos 2 2 φφφφ φφφφ φφφ ll ll rARrRr CCI &&& &&& &&&& • E assim se chega o resultado já obtido e reproduzido a seguir: ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ] kjliltrI 0sencoscossen 22 +−++−= φφφφφφφφ &&&&&&&& • De forma equivalente, este vetor aceleração expresso no referencial inercial RI pode agora ser representado no sistema de coordenadas cilíndricas pela multiplicação à esquerda por TRR φφ =−1 , produzindo: − ==== 0 2 l l rArARRrRr CC T I T C φ φ φφφφφ && & &&&& , O que reproduz aquilo que já havia sido obtido: [ ]αφβφα 2&&&&&&& −== llrC . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 50 6.2 Movimento espacial de uma partícula Figura 3 – Referencial inercial de coordenadas cartesianas e referencial de coordenadas esféricas (mesma origem) para uma partícula em movimento de rotação espacial de raio l • A obtenção da relação entre as bases de versores (i, j, k) e ( )γβα ,, , esta última fixada ao corpo e com origem no centro de rotação (que é coincidente com a EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 51 origem do referencial inercial RI), deve seguir um procedimento análogo ao adotado na seção anterior. • No entanto, agora o novo sistema de coordenadas depende de dois ângulos: φ e ψ . Cabe salientar também que o versor α coincide com a reta definida por CR e CM. • A matriz de mudança de base assume a forma: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) () ( ) ( ) − −− = γ β α ψψ ψφφψφ ψφφψφ v v v v v v z y x cos0sen sensencoscossen sencossencoscos = γ β α φψ v v v R v v v z y x , com ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) − −− = ψψ ψφφψφ ψφφψφ φψ cos0sen sensencoscossen sencossencoscos R • A matriz φψR pode ser interpretada como aquela que produz uma rotação de φ em torno do eixo z e uma rotação de ψ em torno do novo eixo y. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 52 • Pode-se verificar que: ψφφψ RRR = , onde φR é a matriz de rotação em torno do eixo z, já introduzida na seção anterior, e ψR é a matriz de rotação em torno do eixo y, dada por: ( ) ( ) ( ) ( ) − = ψψ ψψ ψ cos0sen 010 sen0cos R . • A matriz ψR apresenta as seguintes propriedades: � ψR é uma matriz não-singular e TRR ψψ =−1 . � ψψψ VRR =& onde − = 00 000 00 ψ ψ ψ & & V . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 53 � ψψψ ARR =&& onde − −− = 2 2 0 000 0 ψψ ψψ ψ &&& &&& A . � As matrizes ψV e ψA comutam com a matriz ψR , ou seja: ψψψψ RVVR = e ψψψψ RAAR = • As principais propriedades da matriz de mudança de base φψR entre os sistemas cartesiano e esférico são apresentadas a seguir: � φψR é uma matriz não-singular e TRR φψφψ =−1 . � ψφψφφψ RVRR =& onde −− = 00 00 0 ψ φ ψφ φψ & & && V . � ψφψφφψ RARR =&& onde − −− −−−− = 2 2 22 0 2 ψψ ψφφφ ψφφψ φψ &&& &&&&& &&&&&& A . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 54 � As matrizes ψV e ψA comutam com a matriz ψR , ou seja: ψψψψ RVVR = e ψψψψ RAAR = • A importância desses resultados está no fato deles permitirem determinar com bastante facilidade as equações que regem os movimentos rotacionais no espaço tridimensional. • No referencial esférico, o movimento da partícula é dado por: ( ) == 0 0 l ltrE α . • Em relação ao referencial inercial RI, temos que: ( ) ( )trRtr EI φψ= ( )trRVRr EI ψφψφ=& ( )trRARr EI ψφψφ=&& EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 55 6.3 Exemplo de aplicação: pêndulo esférico Figura 4 – Pêndulo esférico • Deseja-se determinar as equações do movimento do pêndulo acima. • A resultante das forças que atuam na massa é: ( ) αTmgktF −−= • É possível expressar o vetor k em coordenadas esféricas, produzindo: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 56 ( ) ( ) = = ⇒ = = ψ ψ γγ φψβ α β α ψφ cos 0 sen 1 0 0 1 0 0 TT RR v v v v v v RRk • E assim é possível expressar a resultante das forças em coordenadas esféricas: ( ) ( ) ( ) − −− =−−= ψ ψ α cos 0 sen mg Tmg TmgktF . • Em seguida, é preciso calcular a aceleração da massa m em relação ao referencial inercial RI, mas expressa no sistema esférico. ( ) == 0 0 l ltrE α ( ) ( ) EIEI rRrtrRtr φψφψ &&&& =⇒= EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 57 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) + − −− ===== ψψφψ ψψφψφ ψψφ ψφψψψφψφφψφψφψφψ cossen sen2cos cos 2 222 &&& &&&& && &&&&&& E T E TT E T I T E rRARrRARRRrRRrRr • Agora, tomando ( )tFrm E =&& e substituindo a representação da aceleração e da força externa em coordenadas esféricas, resultam: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) =− =++ ++−= 0sen2cos 0coscossen cossen 2 222 ψψφψφ ψψψφψ ψφψψ &&&& &&& && mlml mgmlml mlmgT • A determinação dos ângulos φ e ψ envolve a solução de duas equações diferenciais não-lineares acopladas, o que pode ser obtido via integração numérica em computador. • Para plotar a trajetória do pêndulo no sistema de coordenadas fixas (coordenadas cartesianas), é necessário aplicar as relações: ( ) ( )( ) ( )( )ttltx ψφ coscos= ( ) ( )( ) ( )( )ttlty ψφ cossen= ( ) ( )( )tltz ψsen= EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 58 7 Circuito elétrico • Alguns elementos passivos de um circuito elétrico são apresentados a seguir. • Exemplo de elementos ativos: diodos, transistores e amplificadores operacionais. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 59 • Lei da corrente de Kirchhoff: para qualquer nó de um circuito, a soma algébrica das correntes entrando é igual à soma algébrica das correntes saindo. • Lei da tensão de Kirchhoff: a soma algébrica das tensões em um caminho fechado de um circuito é nula. Exemplo de aplicação do método de análise dos nós EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 60 • O nó 4 será tomado como referência. • ivv =1 • No nó 2: 1 212 1 2 32 R vv dt dvC R vv − =+ − • No nó 3: ( ) dt vvdC R vv 31 2 2 320 −+−= • Estas três equações descrevem o comportamento dinâmico do circuito, sendo que 3vvo = . 8 Motor Elétrico (Motor de Corrente Contínua) • Torque aplicado no rotor: atiKT = • Força eletromotriz: meKe θ= & EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 61 atmmm iKbJ =θ+θ &&& meaaa a a KviRdt diL θ−=+ & EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 62 8.1 Representação por espaço de estados para o motor de corrente contínua • Tomando a corrente de armadura ia(t), a posição )(tmθ e a velocidade )(tmθ& do rotor como variáveis de estado, será apresentada a seguir a representação por espaço de estados (apenas a equação de estado) para o motor de corrente contínua. • O que se quer é expressar dt dia , dt d mθ e dt d mθ& em função de ia(t), )(tmθ , )(tmθ& e va(t); • 1a. equação: a a m a e a a aa v LL Ki L R dt di 1 +θ−−= & • 2a. equação: )(t dt d m m θ=θ & • 3a. equação: m m a m tm J bi J K dt d θ−=θ & & • Solução: a m m a mm t a e a a m m a v Li J b J K L K L R dt d dt d dt di + θ θ⋅ − −− = θ θ 0 0 1 0 100 0 && EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 63 9 Fluxo de calor • O fluxo de calor é diretamente proporcional à diferença de temperatura: ( )211 TTRq −= onde � q: fluxo de calor (joules por segundo: J / s) � T: temperatura (graus Celsius: oC) � R: resistência térmica (oC / J.s) • O fluxo de calor em um meio afeta a temperatura de acordo com a seguinte relação: q C T 1=& onde � C: capacidade térmica (joules por graus Celsius: J / oC) EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 64 Exemplo de aplicação: dinâmica da temperatura em um ambiente fechado ( )Io I I TTRRC T − += 21 111 & onde � CI: capacidade térmica do ar dentro do ambiente fechado � TI: temperatura dentro do ambiente fechado EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 65 10 Fluxo de fluido incompressível • Propriedades físicas envolvidas: continuidade, equilíbrio de forças e resistência. • Relação de continuidade: conservação de massa outin wwm −=& onde � m: massa do fluido � win: fluxo de entrada de fluido � wout: fluxo de saída de fluido • Equilíbrio de forças: � dado um tanque de área A contendo uma massa m de fluido, a altura h (nível de fluido) será dada na forma: ρ = A mh EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 66 onde ρ é a densidade do fluido. � pressão hidrostática: p = ρgh • Resistência: dada a diferença de pressão entre dois extremos de um conduto, o fluxo é dado na forma: ( ) α−= 1211 ppRw onde R e α são constantes dependentes do tipo de conduto e de fluido, sendo que [ ]21,∈α Exemplo de aplicação: nível de água num tanque EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 67 ( )outin wwAh −ρ= 1 & ( ) 2111 aout ppRw −= −ρ− ρ = ain pghR w A h 11& • Linearização de wout em torno do ponto de operação h0 (isto implica que hhh ∆+= 0 e pphgghghp ∆+=∆ρ+ρ=ρ= 001 ): − ∆ +−≅ a aout pp ppp R w 0 0 2 11 − ∆ + − − ρ ≅∆ a a in pp p R pp w A h 0 0 2 111& • Como hgp ∆ρ=∆ , então resulta: ρ − − ρ +∆ − −≅∆ AR pp A wh ppAR gh ain a 0 02 & EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 68 11 Princípios de computação analógica • Considere o seguinte circuito elétrico: • Trata-se de um sistema dinâmico que apresenta um determinado comportamento de entrada-saída. • Considere agora o seguinte sistema hidráulico, composto por tanques comunicantes: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 69 onde Q e iH (i=1,2) são fluxo e altura em estado estacionário. • É possível obter uma equivalência entre os comportamentos de entrada-saída do sistema hidráulico linearizado e do circuito elétrico, mesmo tratando-se de sistemas dinâmicos de natureza distinta. • Mesmo não havendo uma relação direta de correspondência entre os seus parâmetros, é sempre possível reproduzir a dinâmica de um sistema a partir da dinâmica do outro, como será mostrado mais adiante. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 70 • Sendo assim, dado um dos sistemas dinâmicos apresentados, existem valores que podem ser adequadamente definidos para os parâmetros do outro sistema de modo que, para uma mesma condição inicial, o comportamento ao longo do tempo seja idêntico para ambos os sistemas. • Além disso, o circuito elétrico apresenta as seguintes propriedades, quando comparado ao sistema hidráulico (e a muitos outros sistemas): � É muito mais simples e econômico de ser implementado; � Seus parâmetros podem ser ajustados com grande precisão e sem muito esforço ou custo; � As variáveis que retratam a evolução de seu estado no tempo podem ser facilmente medidas. • Logo, é possível estudar o comportamento dinâmico do sistema hidráulico, e de muitos outros sistemas, por analogia → computação analógica. • Hoje, a computação analógica é implementada em computadores digitais. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 71 11.1 Modelo matemático do circuito elétrico • Quando o objetivo é chegar à representação por espaço de estados para circuitos elétricos, é usual atribuir às correntes nos indutores e às tensões nos capacitores o papel de variáveis de estado. (No circuito a ser estudado aqui, não há indutores.) • A razão para esta escolha é o fato dessas grandezas estarem diretamente relacionadas com os elementos trocadores de energia do sistema. • O indutor é um armazenador de energia cinética, enquanto que o capacitor é um armazenador de energia potencial. • Tomando as correntes nos indutores e as tensões nos capacitores como variáveis de estado, obtém-se uma descrição completa do efeito da história passada do sistema, o que é coerente com a definição de variáveis de estado. • Com isso, a aplicação das leis de corrente e tensão de Kirchhoff ao circuito elétrico a ser estudado devem se dar visando expressar a dinâmica somente em função das entradas e das variáveis de estado. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 72 • As variáveis de saída, por sua vez, serão expressas em função das variáveis de estado, numa segunda etapa e numa forma direta (uma vez especificado o conjunto de variáveis de estado). • Para o circuito elétrico acima, as variáveis de estado ficam sendo )( 1 tvC e )(2 tvC . • O equacionamento pode se dar na forma: � 11 1 i dt dv C C = ; � 22 2 i dt dv C C = . • falta agora expressar )(1 ti e )(2 ti em função de )(tei , )(1 tvC e )(2 tvC , o que pode ser feito como segue: � ( ) 1 21211 1 1 R ve iieviiR CiiC − =+⇒=++ ; EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 73 � 21 21 12 22 2 2 222 11 CC CC CC vR v R i R vv ivviR −=⇒ − =⇒=+ ; � iCC CiCC e R v R v RR i R ve R vv iii 1221 1 12 121 1111 21 121 ++ +−=⇒ − = − +=+ • A representação por espaço de estados assume então a forma: [ ] = + − +− = 2 1 11 2 1 2222 21211 2 1 10 0 1 11 1111 x x y uRC x x RCRC RCRRC x x & & com )()( 11 tvtx C= , )()( 22 tvtx C= , )()( tetu i= e )()( tety o= . EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 74 11.2 Modelo matemático do sistemahidráulico • Para se chegar à representação por espaço de estados para o sistema hidráulico, é usual atribuir às alturas dos tanques o papel de variáveis de estado. • A razão para esta escolha é o fato dessas grandezas estarem diretamente relacionadas com os elementos trocadores de energia do sistema. • O tanque é um armazenador de energia potencial. • Tomando as alturas dos tanques como variáveis de estado, obtém-se uma descrição completa do efeito da história passada do sistema, o que é coerente com a definição de variáveis de estado. • Com isso, a aplicação das equações associadas a fluxo de fluido incompressível (veja seção 10) ao sistema hidráulico acima devem se dar visando expressar a dinâmica somente em função da entrada q e das variáveis de estado h1 e h2. • A variável de saída q2, por sua vez, será expressa em função das variáveis de estado h1 e h2, numa segunda etapa e numa forma direta. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 75 • As equações associadas a fluxo de fluido incompressível são as seguintes: )(1 fimcomeço ppRq −= ← foi considerado aqui o caso linear (α = 1) ghp ρ= )(1 saídaentrada qqAh −ρ= & • O equacionamento pode se dar na forma: � ( )1 1 1 1 qq A h − ρ = & ; � ( )21 2 2 1 qq A h − ρ = & . • Falta agora expressar )(1 tq e )(2 tq em função de )(1 th e )(2 th , o que pode ser feito como segue: � )(1)(1 21 1 21 1 1 ghghR pp R q ρ−ρ=−= ; � 2 2 2 2 2 1)0(1 gh R p R q ρ=−= ; EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 76 • A representação por espaço de estados assume então a forma: ρ = ρ+ +− − = 2 1 2 1 2 1 21212 1111 2 1 0 0 1 11 x x R gy uA x x RRA g RA g RA g RA g x x & & com )()( 11 thtx = , )()( 22 thtx = , )()( tqtu = e )()( 2 tqty = . 11.3 Circuito elétrico ×××× Sistema hidráulico • A seguir, são apresentadas as representações obtidas para ambos os sistemas: EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 77 � Circuito elétrico: [ ] = + − +− = 2 1 11 2 1 2222 21211 2 1 10 0 1 11 1111 x x y uRC x x RCRC RCRRC x x & & � Sistema hidráulico: ρ = ρ+ +− − = 2 1 2 1 2 1 21212 1111 2 1 0 0 1 11 x x R gy uA x x RRA g RA g RA g RA g x x & & • Embora haja semelhanças, não há equivalência entre as variáveis de estado. • Portanto, a equivalência entre ambos os sistemas dinâmicos deve estar expressa em termos do comportamento de entrada-saída. EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 78 • Para tornar os parâmetros totalmente equivalentes, considere no caso do sistema hidráulico que ρ= ii AC e g RR ii ρ = * , i=1,2. • Partindo do mesmo elenco de equações que conduziram às respectivas representações por espaço de estado, é possível obter uma única equação diferencial de 2a. ordem para ambos os sistemas, tendo ei(t) e eo(t) como variáveis no circuito elétrico, e q(t) e q2(t) como variáveis no sistema hidráulico. O resultado desta manipulação algébrica é dado a seguir: • Circuito elétrico: ( ) iooo eedt deCRCRCR dt edCRCR =++++ 2122112 2 2211 • Sistema hidráulico: ( ) qq dt dqCRCRCR dt qdCRCR =++++ 221 * 22 * 21 * 12 2 2 2 * 21 * 1 • Como se pode observar, as 2 equações não são idênticas, mas sempre é possível selecionar um conjunto de parâmetros para o circuito elétrico de tal modo que os EA616 − Prof. Fernando J. Von Zuben DCA/FEEC/Unicamp Tópico 3 – Modelagem de Sistemas Dinâmicos Contínuos no Tempo 79 coeficientes das duas equações diferenciais sejam idênticos, qualquer que seja o conjunto de parâmetros do sistema hidráulico. • Logo, sempre é possível que eo(t) reproduza fielmente o comportamento no tempo de q2(t), desde que se tenha as mesmas condições iniciais (altura dos tanques e carga dos capacitores em t = 0) e se mantenha 0),()( ≥∀≡ ttqtei .
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