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T3 ROZANGELA MELO PPEV

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA EAD
ROZANGELA DE MELO DA SILVA
Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental: Um olhar sobre a importância da afetividade nessa passagem
DUQUE DE CAXIAS
2016
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
 O Ensino Fundamental de caráter obrigatório que tinha duração de oito anos passou a ter duração de nove anos, com matrícula de crianças a partir dos seis anos de idade, proveniente das alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/96 pelas leis 11.114, de 16 de maio de 2005, e 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. O cenário educacional mudou de maneira significativa, transformando o último ano da Educação Infantil em o primeiro ano do Ensino Fundamental. Crianças que completam seis anos, não mais sete anos, devem ser matriculadas no primeiro ano do Ensino Fundamental. 
 Com seis anos a criança, antes da mudança ocorrida na lei que define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração, resolução N°3, de três de agosto de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 08/08/2005, Seção I, pág. 27. Levando- as mais cedo para a escola ficando determinado que com seis anos a criança seja matriculada no primeiro ano do Ensino Fundamental, onde nessa etapa escolar a realidade coloca essa criança diante de uma individualização nas atividades propostas, mais professores que consequentemente gera um maior número de cadernos, a ida ao parquinho, caso a escola possua, será somente em horário determinado e as mesas enormes que na Educação Infantil todos se sentavam à sua volta ou no chão em círculos cede lugar a carteiras individuais. Na Educação Infantil as crianças vivenciavam experiências um pouco diferente, onde havia uma interação multíplice, lugar amplo para as atividades e mais diálogo entre elas e o professor. Nota-se uma ruptura na passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. Em sua pesquisa Motta (2011, p. 166) indica que:
 O primeiro dia de aula marca uma drástica ruptura com o trabalho desenvolvido. As crianças não sabiam o que podiam fazer. As carteiras arrumadas em fileiras, voltadas para o quadro, a mesa da professora na frente, a presença de crianças reprovadas, a ausência de outras que compunham a turma anterior, o abecedário e os numerais na parede, tudo indicava um ano diferente. Não era permitido correr, ir ao banheiro, brincar de pique, batucar, cantar ou olhar pela janela. Havia um descompasso entre as crianças que vieram da educação infantil e as outras. Abaixar a cabeça e esperar não fazia parte do repertório do ano anterior.
 Nessa transição geradora de debates e pesquisas, um assunto que também causa inquietação é a importância da afetividade, considerando- a como elemento constituinte no desenvolvimento do ser humano, dentro desse cenário educacional. A criança “arrancada” da Educação Infantil é “elencada” no Fundamental, onde ela deixa de ser a personagem principal e passa a ser a coadjuvante, tornando sua participação e interação em segundo plano. 
 Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934) em seus estudos imputaram influência da afetividade no sistema evolutivo, mas foi Wallon (1995) que estudou a fundo essa questão. Wallon pondera que o desenvolvimento do indivíduo encontra-se incorporado ao meio que está inserido com suas formas afetiva, cognitiva e motora. “Jamais pude dissociar o biológico e o social, não porque o creia redutíveis entre si, mas porque eles, me parecem tão estreitamente complementares, desde o nascimento, que a vida psíquica só pode ser encarada tendo em vista suas relações recíprocas”. (WALLON; IN: WEREBE; NADEL-BRULFERT, 1986, p.8).
 
 
2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
 A discussão sobre a passagem da criança de seis anos para o Ensino Fundamental tem adquirido grande importância atualmente. Os autores Kramer (2006), Santos e Vieira (2006) ponderam que o aumento da obrigatoriedade escolar convoca uma investigação por parte de legisladores, educadores e pesquisadores como a Educação Infantil e o Ensino Fundamental estabelecem uma relação entre palavreados e práticas educativas de modo a compreender “as especificidades das experiências dos diversos sujeitos sociais envolvidos nesse processo”. A implantação de novas medidas não levam em consideração a realidade das escolas assim não as preparam para as mudanças necessárias para receber a criança nesse período de transição. Será que os estabelecimentos de ensino e os professores estão preparados para receber essas crianças? Sonia Kramer diz: “Formar professores para lidar com crianças pequenas é uma tarefa nova na história da escola brasileira e, para muitos, desconhecida e até mesmo menos nobre.”.
A afetividade irá fazer diferença nessa saída da criança da Educação Infantil e a partir dos seis anos de idade matriculada no primeiro ano do Ensino Fundamental? Que estratégias as instituições de ensino podem usar para que essa transição ocorra de maneira favorável para essa criança?
REFERÊNCIAS:
KRAMER, Sônia. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: Educação Infantil e fundamental. In: Educação e Sociedade, v. 27, n. 96 - Especial p. 797-818, out, 2006.
CORSINO, Patrícia; KRAMER, Sônia; NUNES, Maria Fernanda R.. Infância e crianças de seis anos: desafios das transições na educação infantil e no ensino fundamental. In: Educação e Pesquisa [online] 2011, v. 37, n. 1.
MAHONEY, A.A e ALMEIDA, L.R. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psicologia da Educação. São Paulo, p 11-30, 2005.
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb003_05.pdf
Vygotsky, L. S. (1989). Pensamento e linguagem (2a Ed). São Paulo: Martins Fontes.         [Links]

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