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SUS, POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO REDE HUMANIZA SUS, SISTEMA DE SAÚDE COMPLEMENTAR/SUPLEMENTAR NO BRASIL

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MÓDULO 8 
1. SUS - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
2. SUS – PACTO PELA SAÚDE 
3. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. REGULAMENTAÇÃO 
DA LEI Nº 8.080/90 
4. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO REDE HUMANIZA SUS 
 
5. SISTEMA DE SAÚDE COMPLEMENTAR/SUPLEMENTAR NO BRASIL 
_______________________________________________________________ 
 
1 – SUS - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
O movimento da reforma sanitária iniciado nas décadas de 70 e 80 
foram fundamentais para a melhoria do atendimento ao usuário do sistema de 
saúde brasileiro, culminando na constituição do SUS, em 1990, e a 
necessidade de uma reforma sanitária dentro das propostas de integralidade, 
universalidade e equidade, dando nova orientação às questões de saúde 
pública brasileiras, no sentido da equidade, integração dos sistemas de 
atenção à saúde, valorização da APS, avaliação tecnologia em saúde, uma 
medicina holista e do empoderamento do cidadão, demonstrando a 
necessidade da continuidade da reforma sanitária brasileira. 
 
Ao longo da história do SUS, algumas sequelas foram se descortinando, 
levando a alguns rearranjos legislativos visando à correção de percurso, entre 
esses a implantação da Rede de Atenção à Saúde- RAS com novos modelos 
de atenção às condições agudas e crônicas. Modelos esses que apontem as 
formas adequadas de gestão da AB para doenças agudas, e, também, para as 
doenças crônicas, permitindo melhor resposta às condições de saúde do povo 
brasileiro.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico: A lógica da atenção às condições agudas 
 Fonte: Adaptado, por Mendes (2011, p.48) de Edwards et al. (1988) 
 
O processo de transição demo-epidemiológica no mundo e no Brasil tem 
provocado grande impacto na qualidade de vida das pessoas, que vivem mais 
e desenvolvem doenças crônicas, que representam atualmente cerca de 75% 
da carga de doenças, enquanto que as doenças agudas cerca de 25% 
(MENDES, 2011). Atenção e cuidados relativos às doenças crônicas 
demandam grandes investimentos na saúde para a melhoria das condições de 
saúde, por meio da promoção de melhor qualidade de vida para o cidadão e 
diminuição da perda de produtividade deles. Isso indica que o enfrentamento 
das condições crônicas está sendo negligenciado ao utilizar a mesma forma de 
enfrentamento das condições agudas e é esse o foco que deve ser 
contemplado para a reversão dessa problemática. Esta é uma das razões 
técnicas dos sistemas de atenção à saúde, isto é, utilizar a mesma lógica das 
condições agudas para as condições crônicas de saúde que deveriam ter uma 
atenção contínua pela sua evolução insidiosa das doenças, evitando seu 
agravamento e as consequências correspondentes. 
 
Gráfico: Pirâmide etária da população brasileira, 2005
 Fonte: IBGE (2004), in Mendes (2011, p. 32) 
 
 
Gráfico: Pirâmide etária da população brasileira, 2030 
 
 Fonte: IBGE (2004), in Mendes (2011, p. 32) 
 
 
Para Mendes (2011): 
 
Por tudo isso, é imprescindível mudar, radicalmente, 
essa lógica, implantando-se um novo arranjo do 
sistema de atenção à saúde que, além de responder às 
condições agudas e aos momentos de agudização das 
condições crônicas nas unidades de pronto-
atendimento ambulatorial e hospitalar, faça um 
seguimento contínuo e proativo dos portadores de 
condições crônicas, sob a coordenação da equipe da 
atenção primária à saúde, e com o apoio dos serviços 
de atenção secundária e terciária da rede de atenção, 
atuando, equilibradamente, sobre os determinantes 
sociais da saúde distais, intermediários e proximais, 
sobre os fatores de riscos biopsicológicos e, também, 
sobre as condições de saúde manifestas e suas 
sequelas. 
 
Atualmente a APS não se desenvolve em consonância com a atenção 
secundária e terciária, portanto não é efetiva e não é voltada para a contenção 
do risco na evolução da doença, cuja atenção só é dada em sua fase de 
agudização, por exemplo, o portador de hipertensão arterial sistêmica que, em 
vez de ter um acompanhamento contínuo na UBS, acaba sendo atendido em 
ambientes ambulatoriais ou hospitalares. 
 
Dessa forma, são necessárias novas formas de atendimento às 
condições crônicas e seus fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, 
alimentação inadequada, obesidade e o crescimento das causas externas em 
decorrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito 
fundamentadas em sistemas coordenados e contínuos de cooperação entre 
gestores, prestadores e usuários do sistema. É esse o tipo de enfrentamento 
que a RAS propõe, sem desconsiderar o atual perfil epidemiológico brasileiro 
caracterizado pela manutenção de doenças parasitárias, infecciosas e 
desnutrição, mortes maternas e infantis por causas evitáveis. Esses fatos 
demonstram a urgência do aumento do foco de forma a englobar o 
atendimento às condições crônicas concomitantemente às condições agudas.. 
 
Há um movimento universal de construção de RAS em decorrência das 
evidências de que é uma saída para a atual crise que vive os sistemas de 
atenção à saúde, em função das melhorias que estão sendo obtidas nas 
questões sanitárias e econômicas, pelos países que estão implantando o 
sistema de RAS. 
 
A sistematização e normatização da RAS, no Brasil, estão contidas na 
Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2.010, que estabelece diretrizes para 
a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema único de 
Saúde-SUS. Tem como estratégia a superação da fragmentação da atenção e 
da gestão nas Regiões de Saúde e o aperfeiçoamento do funcionamento 
político-institucional do SUS, tendo em vista assegurar ao usuário um 
atendimento com efetividade e eficiência. 
http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html. 
 
Essa Portaria fundamenta conceitual e operacionalmente o processo de 
organização da RAS, tendo como base as Portarias do Pacto pela Saúde, a 
Política Nacional de AB-PNAB, a Política Nacional de Promoção da Saúde- 
PNPS, na Regionalização Solidária e Cooperativa, e nas experiências de apoio 
à organização da RAS efetuadas pelo MS e CONASS 
 
A fragmentação das ações e serviços de saúde ainda são um grande 
obstáculo para a qualificação da gestão do cuidado pelo SUS, pois o modelo 
vigente é focado nas ações curativas, no cuidado médico e dimensionado a 
partir da oferta e não dá conta de resolver os desafios atuais e tampouco os 
futuros e não, pela complexidade das inter-relações que se estabelecem para o 
acesso, escala, escopo, qualidade, custo e efetividade para a constituição de 
um sistema único e integrado no Brasil .(BRASILSUS, PORTARIA Nº 4.279). 
 
Conforme a referida Portaria, a organização da atenção e gestão do SUS se 
caracteriza por sua fragmentação de serviços, ações e práticas clínicas, pois 
apresenta: 
 
 Lacunas assistenciais importantes; 
 Financiamento público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência no 
emprego dos recursos, com redução da capacidade do sistema de 
prover integralidade da atenção à saúde; 
 Configuração inadequada de modelos de atenção, marcada pela 
incoerência entre a oferta de serviços e a necessidade de atenção, não 
conseguindo acompanhar a tendência de declínio dos problemas 
agudos e de ascensão das condições crônicas; 
 Fragilidade na gestão do trabalho com o grave problema de 
precarização e carência de profissionais em número e alinhamento com 
a política pública; 
 Pulverização dos serviços nos municípios; e 
 Pouca inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos 
serviços de atenção, especialmente na Atenção Primária em Saúde 
(APS). 
 
A Portaria 4.279 propõe que, para superar essesdesafios e melhorar a 
qualificação da atenção e a gestão em saúde, é preciso vontade, por parte dos 
gestores do SUS, que envolva “aspectos técnicos, éticos, culturais, mas, 
principalmente, implica no cumprimento do pacto político cooperativo entre as 
instâncias de gestão do Sistema, expresso por uma "associação fina da técnica 
e da política", para garantir os investimentos e recursos necessários à 
mudança”, capaz de redirecionar suas ações e serviços em prol do 
desenvolvimento da RAS e a consequente melhoria dos indicadores de saúde 
da população brasileira, fazendo a RAS a adequada estratégia de 
reestruturação do sistema de saúde. 
A Portaria 4.279 define que a RAS é formada por tipos de organização de 
ações e serviços de saúde que possuem diferentes densidades tecnológicas 
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão que 
visam garantir a integralidade do cuidado, tendo como objetivo a promoção da 
integração sistêmica das ações e serviços de saúde com atenção contínua, 
integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como o incremento do 
desempenho do sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e 
sanitária, além de eficiência econômica. 
É formada por meio das relações horizontais entre os pontos de atenção 
com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), em 
decorrência da centralidade nas necessidades em saúde de uma população, 
responsabilização na atenção contínua e integral, cuidado multiprofissional, 
compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e 
econômicos. Tem a APS como o primeiro nível de atenção a partir do qual 
realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção, nos quais se 
ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. 
(BRASILSUS. PORTARIA 4.279). 
 
A Portaria 4.279 exemplifica os pontos como sendo: 
 
 Os domicílios 
 As unidades básicas de saúde 
 As unidades ambulatoriais especializadas 
 Os serviços de hemoterapia e hematologia 
 Os centros de apoio psicossocial 
 As residências terapêuticas, entre outros. 
 
Sendo que os hospitais podem abrigar pontos de atenção à saúde, como: 
 
 Ambulatório de pronto atendimento 
 Unidade de cirurgia ambulatorial 
 Centro cirúrgico 
 Maternidade 
 Unidade de terapia intensiva 
 Unidade de hospital/dia, entre outros. 
 
Dessa forma faz-se necessária a criação de mecanismos de 
contratualização entre os entes reguladores/financiados e os prestadores de 
serviço. Dentre os objetivos da contratualização, destacam-se: 
 
 Melhorar o nível de saúde da população; 
 Responder com efetividade às necessidades em saúde; 
 Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas 
de origem pública com a saúde; 
 Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, 
maximizando o nível de bem-estar; 
 Coordenar as atividades das partes envolvidas; 
 Assegurar a produção de um excedente cooperativo; 
 Distribuir os frutos da cooperação; 
 Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e 
 Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamento, 
desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados níveis 
de informação ao cidadão. 
 
Visando ao alcance dos objetivos propostos, focam-se os cuidados 
primários, atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) e cuidados de 
urgência e emergência com a contratualização da saúde e não apenas dos 
cuidados em saúde e a consequente superação de importantes problemas, 
existentes, (BRASILSUS. PORTARIA 2.479), como: 
 Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou centros de 
saúde) para uma contratualização de âmbito da região de saúde, 
seguindo critérios de adscrição da população estratificada por grau de 
risco, e abordando os diversos estabelecimentos de saúde em termos 
de uma rede de cuidados; 
 O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços de alto 
custo devido ao tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à 
APS, pela introdução de ferramentas de microgestão e incentivos 
financeiros para pagamento por desempenho individual e institucional; 
 Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade no 
processo de contratualização, nomeadamente através da participação 
organizada e permanente dos utentes. 
A resolutividade, na rede de atenção, é a meta a ser alcançada e, para 
tanto, é preciso considerar os seguintes fundamentos: 
 
 Economia de Escala – de forma que a concentração de serviços em 
determinado local venha racionalizar custos e otimizar resultados, 
quando os insumos tecnológicos ou humanos relativos a estes serviços 
inviabilizem sua instalação em cada município isoladamente. 
 Qualidade - na prestação de serviços de saúde, por meio da segurança; 
efetividade; centralidade na pessoa; pontualidade; eficiência; equidade.. 
 Suficiência - conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e 
qualidade incluindo cuidados primários, secundários, terciários, 
reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com qualidade. 
 Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, 
socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. 
 Disponibilidade - obtenção da atenção necessária ao usuário e a sua 
família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto de 
eletividade. 
 Comodidade - tempo de espera para o atendimento, a conveniência de 
horários, a forma de agendamento, a facilidade de contato com os 
profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros. 
 Aceitabilidade - satisfação dos usuários quanto à localização e à 
aparência do serviço, à aceitação dos usuários quanto ao tipo de 
atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos 
profissionais responsáveis pelo atendimento. 
 Disponibilidade de Recursos - recursos escassos, sejam humanos ou 
físicos, devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos, que 
devem ser desconcentrados. 
Integração Vertical e Horizontal 
 Integração Vertical - articulação de diversas organizações ou unidades 
de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza 
diferenciada, sendo complementar (agregando resolutividade e 
qualidade neste processo). 
 Integração Horizontal: articulação ou fusão de unidades e serviços de 
saúde de mesma natureza ou especialidade. 
Processos de Substituição 
 reagrupamento contínuo de recursos entre e dentro dos serviços de 
saúde para explorar soluções melhores e de menores custos, em função 
das demandas e das necessidades da população e dos recursos 
disponíveis. 
 Prestar a atenção certa, no lugar certo, com o custo certo e no tempo 
certo. 
 Substituição - pode ocorrer nas dimensões da localização, das 
competências clínicas, da tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da 
atenção prestada do hospital para o domicílio; transição do cuidado 
profissional para o auto-cuidado; delegação de funções entre os 
membros da equipe multiprofissional, etc. 
Região de Saúde ou Abrangência 
 Definição dos seus limites geográficos e sua população e no 
estabelecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta 
região de saúde, o que é essencial para fundamentar as estratégias de 
organização da RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o 
estado e o município para o processo de regionalização e parâmetros de 
escala e acesso. 
Níveis de Atenção 
 Estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as 
densidades tecnológicas singulares, variando do nível de menor 
densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atençãosecundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção 
terciária à saúde). 
Atributos necessários ao bom funcionamento da RAS, para que suas ações 
sejam integradas e contínuas, permitindo maior acessibilidade com qualidade e 
com melhor relação custo-benefício, de forma a satisfazer o usuário. 
 População e território definidos e oferta compatível com as 
necessidades locais; 
 Número e diversificação de estabelecimentos prestadores de; 
 Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção 
e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar com 
cobertura adequada.; 
 Prestação de serviços especializados em lugar adequado; 
 Existência de mecanismos de atenção continuada; 
 Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, 
contemplando sua diversidade; 
 Sistema de governança único para toda a rede capaz de articular as 
políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão 
necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos 
gerentes e das organizações; 
 Participação social ampla; 
 Gestão integrada; 
 Recursos humanos suficientes; 
 Sistema de informação integrado; 
 Financiamento tripartite; 
 Ação intersetorial; e 
 Gestão baseada em resultado. 
 
As ferramentas de microgestão dos serviços da RAS associam gestão de 
clínica à eficiência microeconômica com financiamento intergovernamental 
voltadas ao desenvolvimento de políticas de saúde que compreendam os 
riscos e vulnerabilidade dos usuários da rede. As ferramentas são as seguintes 
 
 A gestão da clínica implicando na aplicação de tecnologias de micro- 
 gestão dos serviços de saúde com a finalidade de aperfeiçoar serviços 
preventivos, promocionais ou assistenciais, permitindo a integração 
vertical dos pontos de atenção 
 
 Diretrizes clínicas que são recomendações que orientam as decisões 
assistenciais a serem adotadas procurando padronizá-las e levando em 
consideração a compreensão ampliada do processo saúde-doença com 
foco na integralidade. 
 
 Linhas de Cuidado (LC) que visam à articulação de recursos e práticas 
de produção de saúde por meio da pactuação/contratualização e a 
conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de atenção e 
profissionais, bem como a superação da fragmentação das respostas, 
devendo ser feita a partir das unidades da APS, que têm a 
responsabilidade da coordenação do cuidado e ordenamento da rede. 
 Gestão da condição da saúde que muda de um modelo de atenção à 
saúde focada no indivíduo, por meio de procedimentos curativos e 
reabilitadores, para uma abordagem baseada numa população adscrita, 
que identifica pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com foco na 
promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção adequada, com 
intervenção precoce, com vistas a alcançar melhores resultados e 
menores custos. 
 Gestão de caso cujo processo deve se desenvolver entre o profissional 
responsável pelo e o usuário, visando ao planejamento, monitoração e 
avaliação das ações e serviços que a pessoa requer numa atenção com 
qualidade e humanizada., isto é, numa relação personalizada entre 
profissional e usuário. 
 Auditoria clínica que consiste na análise crítica e sistemática da 
qualidade da atenção à saúde observando os protocolos clínicos 
estabelecidos. Essa auditoria não deve ser confundida com a auditoria 
realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria (SNA). 
 Lista de espera que obedeça a critérios de ordenamento por 
necessidades e riscos e racionalização do acesso a serviços em que 
exista um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. 
 
Os elementos constitutivos da RAS são a população/região de saúde 
definidas, a sua estrutura operacional e seus sistemas de funcionamento 
focados no modelo de atenção à saúde. Estes permitem a sua 
operacionalização. São eles assim determinados: 
 
A população e a Região de Saúde: devem ser identificadas com clareza 
a população e a área geográfica de acordo com o Pacto pela Saúde que define 
as regiões de saúde como espaços territoriais organizados levando em 
consideração as identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de 
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território, em 
região de saúde, definida conforme Plano Diretor de Regionalização e 
Investimentos (PDRI). 
 
Estrutura Operacional: que é constituída pelos diferentes pontos de 
atenção à saúde, como a APS - centro de comunicação; os pontos de atenção 
secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema 
de governança, sendo: 
 
1. APS - Centro de Comunicação 
 
O centro de comunicação da RAS é a APS com seu importante papel na 
sua estruturação como ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado, pois 
constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com o 
sistema, procurando trazer os serviços próximos dos lugares de convívio das 
pessoas, numa integração vertical. Para tanto, estrutura-se tendo como base 
sete atributos e três funções, como segue: 
 
Atributos: 
 
1)Primeiro Contato; visando atenção mais apropriada e melhores 
resultados a custos mais baixos. 
2)Longitudinalidade; que busca uma relação pessoal e contínua entre 
profissionais, com manejo clínico adequado, e usuários 
3)Integralidade da atenção permitindo o reconhecimento das 
necessidades de saúde da população e recursos necessários; 
4) Coordenação a partir da disponibilidade de informações sobre os 
problemas e os serviços de saúde, sendo que os prontuários clínicos 
eletrônicos e os sistemas informatizados podem contribuir para tanto;. 
5) Centralidade na Família , dentro do conceito ampliado, que considera 
a família sendo formada por um grupo de pessoas que convivem sob o 
mesmo teto e que tenham relação de parentesco consanguíneo ou não, 
além de outras pessoas que convivam na mesma residência, com ou 
sem grau de parentesco, cujas intervenções possibilitem a compreensão 
da estrutura familiar; 
6) Abordagem Familiar que deve ser utilizada na realização do cadastro 
das famílias, ciclo de vida, doenças crônicas ou agudas; 
7) Orientação Comunitária que utilize interdisciplinar visando o ajuste de 
programas que atendam às necessidades específicas de saúde de uma 
população definida. Para tanto, faz-se necessário: 
- Definir e caracterizar a comunidade; 
- Identificar os problemas de saúde da comunidade; 
- Modificar programas para abordar estes problemas; 
- Monitorar a efetividade das modificações do programa. 
 
Funções: 
 
1) Resolubilidade, que visa resolver a grande maioria dos problemas de 
saúde da população; 
2) Organização, que visa organizar o fluxo dos usuários pelos diversos 
pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde; 
3)Responsabilização, que visa responsabilizar-se pela saúde dos 
usuários em qualquer ponto de atenção à saúde em que estejam. 
 
2. Pontos de Atenção Secundários e Terciários: 
 
Os serviços de APS devem ser apoiados e complementados por pontos 
de atenção de diferentes densidades tecnológicas para a realização de ações 
especializadas (ambulatorial e hospitalar), no lugar e tempo certos. 
 
3. Sistemas de Apoio 
 
São os lugares da rede onde se prestam serviços comuns a todos os 
pontos de atenção à saúde. 
 
4. Sistemas Logísticos, que consistem na efetivação de um sistema eficaz de 
referência de pessoas e de trocas eficientes de produtos e de informações ao 
longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio na rede de 
atenção à saúde, como os sistemas de identificação e acompanhamento dos 
usuários; as centrais de regulação,registro eletrônico em saúde e os sistemas 
de transportes sanitários. 
 
5. Sistema de Governança, que é entendida como a capacidade de 
intervenção que envolve diferentes atores, mecanismos e procedimentos para 
a gestão regional compartilhada da referida rede. Trata-se de um recurso de 
caráter organizativo do gerenciamento e integração funcional dos componentes 
da rede no SUS, sendo responsável (HOFFMANN et al, apud MENDES, 2011): 
 
 
 Pela integração funcional, compreendendo estratégicos de gestão, 
financiamento e informação; 
 Criar uma visão e uma missão nas organizações; 
 Definir objetivos e metas que devem ser alcançados a curto, médio e 
longo prazos; 
 Articular as políticas institucionais para o cumprimento de objetivos e 
metas; 
 Desenvolver a capacidade de gestão necessária apara planejar, 
monitorar e avaliar o desempenho das gestões e da organização; 
 Estruturar os sistemas de pagamento e de incentivos financeiros aos 
prestadores, aos serviços e aos profissionais. 
 
Segundo Hoffmann (apud Mendes, 2011), para melhor eficiência o sistema 
de governança necessita de 3 atributos, que são: 
 
 Responsabilidade pela governança de toda a rede; 
 Responsabilidade com a população; 
 Coordenação entre as diferentes instituições que compõem a RAS para 
assegurar que os objetivos estratégicos sejam alcançados. 
 
O sistema de governança é operado por meio de instrumentos gerenciais 
como o planejamento estratégico, contratos de gestão, acreditação, sistema de 
avaliação, além de outros instrumentos (HOFFMANN et al, apud MENDES, 
2011). 
 
Modelo de Atenção à Saúde visa articular, de forma singular, as relações 
entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das 
intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de 
intervenções sanitárias, sendo necessária uma mudança no atual modelo de 
atenção hegemônico no SUS, que possa intervir concomitante sobre as 
condições agudas e crônicas, uma vez que um dos problemas dos modelos de 
atenção à saúde consiste no enfrentamento das condições crônicas na mesma 
lógica das condições agudas pelo desconhecimento da necessidade de uma 
atenção contínua às doenças crônicas que em 2010 serão responsáveis por 
80% da carga de doença dos países em desenvolvimento. Nesses países, a 
aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS, 2003), sendo 
que, no SUS, a Estratégia Saúde da Família representa o principal modelo para 
a organização da APS e seu fortalecimento é imprescindível para o 
estabelecimento da RAS. 
 
As diretrizes e estratégias para implementação da RAS se dão por meio de 
um processo contínuo coerente e convergente ao Pacto pela Saúde, como 
diretriz tripartite, e as políticas de saúde vigentes para que possam responder 
adequadamente às necessidades sanitárias atuais. Para tanto propõe as 
seguintes diretrizes: 
 
 Fortalecimento da APS para realizar a coordenação do cuidado e 
ordenar a organização da rede de atenção, tendo como estratégias: a 
realização de oficinas macrorregionais sobre RAS e planificação da APS 
e com participação de estados e municípios; rever e ampliar a política de 
financiamento da APS; propor novas formas de financiamento; 
valorização dos profissionais de saúde; ampliar o escopo de atuação 
das APS e apoio matricial; integrar a promoção e vigilância em saúde na 
APS; organizar linhas de cuidado com base na realidade local; planejar 
e articular ações e serviços; investir em infraestrutura; 
 
 Fortalecer o papel dos CGR no processo de governança da RAS com as 
seguintes estratégias: ter no CGR um espaço de tomada de decisão e 
de definição de estratégias no âmbito da Região de Saúde; coordenação 
feita pelas Secretarias Estaduais de Saúde-SES na organização do 
CGR; qualificar gestores; assegurar apoio à RAS, na pauta das CIBs; 
fortalecer a gestão municipal; 
 
 Fortalecimento da integração das ações de vigilância e assistência em 
saúde visando à implantação da RAS e o gerenciamento de risco e de 
agravos à saúde por meio da gestão e planejamento de ações 
intersetoriais; incorporação e análise de situações de saúde visando à 
identificação do risco e estabelecimento de prioridades; e implantar o 
apoio matricial regional; 
 
 Fortalecimento da política de gestão do trabalho e da educação na 
saúde na RAS, por meio da elaboração de proposta de financiamento 
tripartite para elaboração de Planos de Cargos, Carreira e Salários- 
PCCS; incentivar a educação permanente em saúde; ampliar o Pró-
Saúde / Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET 
SAÚDE) para todas as instituições de ensino superior visando à 
mudança curricular e à formação de profissionais com perfil voltado às 
necessidades de saúde da população; definir metas de avaliação e 
resultados; articular política, junto ao Congresso Nacional, tendo em 
vista a Lei Responsabilidade Fiscal na contratação da força de trabalho 
para o SUS; 
 
 A implementação do Sistema de Planejamento da RAS deve ser feito 
por meio do fortalecimento da capacidade de planejamento integrado 
entre municípios e estados tendo em vista a realidade sanitária regional; 
atualização do PDRI, considerando a ampliação do acesso, 
integralidade e equidade na organização da estrutura regional de 
atenção à saúde e à sustentabilidade da RAS; 
 
 Para o desenvolvimento dos Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS é 
preciso: estabelecer parâmetros de regulação; ampliação de 
financiamento dos complexos reguladores; promoção da comunicação 
de todos os pontos de atenção da RAS com registro eletrônico em 
saúde; criar mecanismos únicos de identificação dos usuários do SUS; 
integrar a RAS por meio de sistemas transporte sanitário, de apoio 
diagnóstico e terapêutico, considerando critérios de acesso, escala e 
escopo; promover a reorganização do Sistema Nacional de Laboratórios 
de Saúde Pública (SISLAB) à luz das diretrizes estabelecidas para 
organização da RAS; ampliar a gestão da tecnologia de informação e 
comunicação; ter como ferramenta o sistema de informação para o 
diagnóstico da situação de saúde visando às intervenções necessárias; 
ampliar a cobertura do Telessaúde visando apoio aos profissionais de 
saúde da "segunda opinião formativa"; 
 
 Para o financiamento do sistema na perspectiva da RAS é preciso: 
definir mecanismos de alocação de recursos de custeio e investimento; 
critérios/índices de necessidades em saúde com relação às variáveis 
demográficas, epidemiológicas e sanitárias, com vistas à distribuição 
equitativa do financiamento para a RAS; construção da Programação 
Pactuada e Integrada (PPI); propor novos mecanismos de financiamento 
das políticas públicas de saúde; redefinir e reforçar o financiamento da 
APS no sentido de aumentar a sua capacidade de coordenar o cuidado 
e ordenar a RAS. 
 
Como exemplo do trabalho em rede, o Ministério da Saúde está priorizando 
a construção de três redes temáticas prioritárias (VASCONCELOS, 2011): 
 
• Atenção obstétrica e neonatal (Rede Cegonha), que visa à garantia do 
acolhimento com classificação de risco e ampliação do acesso e melhoria da 
qualidade do pré-natal; da VINCULAÇÃO da gestante à unidade de referência 
e ao transporte seguro; das boas práticas e segurança na atenção ao parto e 
nascimento; da atenção à saúde das CRIANÇAS de 0 a 24 meses com 
qualidade e resolutividade; e da ampliação do acesso ao planejamento 
reprodutivo 
 
• Urgência e Emergência que visa à promoção e à prevenção por meio da: 
atenção primária nas unidades básicas de saúde; UPA e outros serviços com 
funcionamento 24 h; SAMU 192; portas hospitalaresde atenção às urgências; 
enfermarias de Retaguarda e Unidades de Cuidados Intensivos; Inovações 
tecnológicas nas linhas de cuidado prioritárias; atenção domiciliar; e 
acolhimento com classificação de risco e resolutividade. 
 
• Atenção Psicossocial (Enfrentamento do Álcool, Crack, e outras Drogas), 
visando à ampliação do acesso à Rede de Atenção Psicossocial tendo como 
componentes: atenção primária (UBS, Equipe de Apoio); Consultórios de Rua; 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Casas de Acolhimento Transitório 
(CAT); leitos em hospital geral; urgência e emergência (SAMU, UPA); Centros 
de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS); Centros de 
Referência em Assistência Social (CRAS); Comunidades Terapêuticas (CT) 
 
Além da: 
 
• Atenção oncológica (a partir da intensificação da prevenção e controle do 
câncer de mama e colo do útero). 
 
 A Portaria 4.279, de 2010, foi criada para normatizar a implementação 
das Redes de Atenção à Saúde- RAS que, por sua vez, visam dar respostas 
aos desafios que a saúde pública apresenta como: as lacunas assistenciais e 
fragmentação das ações e serviços; financiamento público insuficiente, 
fragmentado e com baixa eficiência no emprego de recursos; inadequação dos 
modelos de atenção pela incoerência entre oferta de serviços e as 
necessidades da população, tendo em vista que o modelo atual não 
acompanha o declínio das condições agudas e a ascensão das condições 
crônicas. 
 
Dessa forma todos os esforços necessários para a melhoria do sistema 
de saúde brasileiro estão sendo tomadas, sendo que a RAS significa uma forte 
possibilidade de melhorias no sistema de saúde brasileiro, portanto, a 
conjunção de forças de todos os sujeitos envolvidos no processo de saúde 
continua sendo imprescindível. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Mendes, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. / Eugênio Vilaça 
Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549 p.: il. 
ISBN: 978-85-7967-075-6, 2ª edição. Disponível em: 
http://www.paho.org/bra/apsredes. Acesso em 14/02/2014. 
 
BRASILSUS. PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010. 
Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html. 
Acesso em: 14/02/2014. 
 
Vasconcelos, Lêda Lúcia Couto de. Organização das Redes de Atenção à 
Saúde (RAS. III Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do 
Rio de Janeiro. 18 de junho de 2011. Disponível em: 
http://www.cosemsrj.org.br/images/ppt_congresso_11_ras.pdf. Acesso em: 
25/02/2014. 
 
 
 
 
2 – PACTO PELA SAÚDE 
 
O Pacto pela saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS 
pactuado entre as três esferas de gestão – União, Estado e Municípios. A 
implementação do Pacto pela Saúde ocorre pela adesão de Municípios, 
Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que, renovado 
anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece 
metas e compromissos para cada ente da federação. 
 
Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Saúde e 
publicado na Portaria GN/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, o Pacto pela 
Saúde tem como objetivo promover a melhoria dos serviços ofertados à 
população e a garantia de acesso a todos. Sua adesão constitui um processo 
de cooperação permanente entre os gestores e negociação local, regional, 
estadual e federal. Seu objetivo principal é avançar na implantação dos 
princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as 
responsabilidades de gestão de cada ente federado. (CEAP-Centro de 
Educação e Assessoramento Popular, 2009, p.8) 
 
 
Fonte:CEAP, 2009 
 
Nos 20 anos de existência do SUS o processo de descentralização tem 
enfrentado e superados desafios: 
 das diferentes demandas regionais 
 inviabilização da fixação de conteúdos normativos, técnicos e 
processuais gerais e comuns. 
 
A necessidade de superar a fragmentação das políticas e programas de 
saúde das diferentes regiões brasileiras levou à estruturação do processo que 
tem como objetivo a construção de uma rede solidária e regionalizada de 
ações e serviços para qualificar o SUS e seus processos de gestão. 
 
Os gestores do SUS nas três esferas de governo, durante a reunião da CIT, 
em 26/01/2006, pactuaram a defesa do SUS, por meio do Pacto pela Saúde 
que tem três dimensões: 
 
 Pacto pela Vida, 
 Pacto em Defesa do SUS; 
 Pacto de gestão (regionalização e gestão do SUS). 
 
A Portaria 2669, de 03 de novembro de 2001 e seus anexos, estabelece 
prioridades, objetivos, metas e indicadores de monitoramento e avaliação nos 
componentes pela vida e de gestão para o biênio 2010 e 2011. 
 
2.1. Pacto Pela Vida 
 
É constituído por um conjunto de compromissos sanitários expressos em 
objetivos de processos e resultados, derivados da análise da situação de saúde 
do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e 
municipais. 
 
O Pacto pela Vida vem reforçar a necessidade de gerir a “coisa pública” 
com eficácia, estabelecendo, para tanto, um conjunto de compromissos 
sanitários considerados prioritários, pactuados de forma tripartite, cujos 
compromissos deverão ser concretizados pela rede SUS, para o alcance das 
metas estabelecidas. As prioridades estaduais, regionais ou municipais podem 
ser agregadas às prioridades nacionais, por meio de pactuações locais. Os 
estados e municípios devem pactuar as ações que considerarem necessárias 
ao alcance das metas e objetivos gerais propostos. Portanto, o Pacto pela Vida 
significa uma ação prioritária no campo da saúde, que deverá ser executada 
com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos 
orçamentários e financeiros. 
 O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias 
(Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008): 
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-325.htm. 
 
Atenção à saúde do idoso 
 
Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com 60 anos ou 
mais. O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes: 
 
 Promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
 Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; 
 Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; 
 A implantação de serviços de atenção domiciliar; 
 O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério 
de risco; 
 Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à 
saúde da pessoa idosa; 
 Fortalecimento da participação social; 
 Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS 
na área de saúde da pessoa idosa; 
 Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; 
 Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na 
atenção à saúde da pessoa idosa; 
 Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. 
 
Ações estratégicas: 
 
 Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de cidadania com 
informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando 
um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde. 
 Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa - Para indução 
de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 
 Programa de Educação Permanente à Distância - Implementar 
programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde 
do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção 
básica em saúde, contemplando os conteúdos específicos das 
repercussões do processode envelhecimento populacional para a saúde 
individual e para a gestão dos serviços de saúde. 
 Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa 
nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento 
das dificuldades atuais de acesso. 
 Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem qualificar a 
dispensação e o acesso da população idosa. 
 Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação geriátrica global, 
realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em 
hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar. 
 Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de prestação de serviços 
ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo 
de recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e 
o sistema de saúde. 
 
Objetivo e metas para 2010 e 2011 
 
Objetivo: Promover a formação e educação permanente dos 
profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa. 
 
Meta: Redução em 2% da taxa de internação hospitalar em pessoas 
idosas por fratura de fêmur. 
 
Controle do câncer de colo de útero e de mama 
 
Objetivos para o Controle do Câncer de Colo de Útero: 
 
 Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo de útero, 
conforme protocolo, em 2006. 
 Incentivo da realização da cirurgia de alta frequência técnica que utiliza 
um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo 
uterino comprometidas (com lesões intraepiteliais de alto grau) com 
menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório, com 
pagamento diferenciado, em 2006. 
 
Metas para o Controle do Câncer de mama: 
 
 Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo. 
 Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo. 
 
Objetivos para 2010 e 2011 
 
Ampliar a oferta do exame preventivo do câncer do colo do útero visando 
alcançar uma cobertura de 80% da população alvo. 
 
Tratar/seguir as lesões precursoras do câncer do colo do útero no nível 
ambulatorial. 
 
Ampliar a oferta de mamografia visando alcançar uma cobertura de 60% da 
população alvo. 
 
 
Redução da mortalidade infantil e materna 
 
Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil: 
 
 Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006. 
 Reduzir em 50% os óbitos por doença diarreica e 20% por pneumonia, 
em 2006. 
 Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação da 
atenção as doenças prevalentes. 
 Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com 
população acima de 80.000 habitantes, em 2006. 
 
Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna: 
 
 Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em 2006. 
 Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes 
hipertensivas no parto. 
 Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam às 
necessidades das maternidades e outros locais de parto. 
 
Objetivos para redução da mortalidade infantil para 2010 e 2011 
 
Objetivo: Reduzir a mortalidade infantil e reduzir a mortalidade materna 
 
Meta 2010 e 2011: reduzir em 2,4% a mortalidade infantil; reduzir a 
mortalidade infantil neonatal em 3%; reduzir a mortalidade infantil pós-neonatal 
em 3%. 
 
Meta 2010: Investigar no mínimo 50% de óbitos de mulheres em idade fértil 
e maternos; reduzir em 15% o número de casos de sífilis congênita. 
 
Meta 2011: Investigar no mínimo 60% de óbitos de mulheres em idade fértil 
e maternos; reduzir em 15% o número de casos de sífilis congênita . 
 
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e 
endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, 
influenza, hepatite, AIDS 
 
Objetivos e metas para o Controle da Dengue: 
 
 Plano de Contingência para atenção aos pacientes, elaborado e 
implantado nos municípios prioritários, em 2006; 
 Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti em 30% 
dos municípios prioritários ate 2006; 
 
Meta para a Eliminação da Hanseníase: 
 
 Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de saúde pública, 
ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habitantes em todos os municípios 
prioritários, em 2006. 
 
Metas para o Controle da Tuberculose: 
 
 Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tuberculose 
bacilífera diagnosticados a cada ano; 
 
Meta para o Controle da Malária: 
 
 Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da Amazônia 
Legal, em 2006; 
 
Objetivo para o controle da Influenza: 
 
 Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e o sistema de 
informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. 
 
Objetivos para 2010 e 2011: 
 
Reduzir a letalidade dos casos graves de dengue; aumentar o percentual de 
cura nas coortes de casos novos de hanseníase a cada ano para atingir 90% 
de cura em 2011; ampliar a cura de casos novos de tuberculose pulmonar 
bacilífera diagnosticados a cada ano; reduzir a incidência de malária na região 
da Amazônia Legal; aumentar a proporção de coleta de amostras clínicas para 
o diagnóstico do vírus influenza de acordo com o preconizado; fortalecer a 
vigilância epidemiológica da doença para ampliar a detecção de casos de 
hepatite B e a qualidade do encerramento dos casos por critério laboratorial; 
Reduzir a transmissão vertical do HIV. 
 
Meta para 2010: 
 
Obter taxa de letalidade das formas graves da dengue ≤ 2%; cura de no 
mínimo 89% dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das 
coortes; cura de no mínimo 85% dos casos novos de tuberculose pulmonar 
bacilífera diagnosticados nos anos das coortes; Índice parasitário anual de 
malária ≤ 12,9 por 1000 habitantes; coleta de no mínimo 80% de amostras 
clínicas do vírus influenza em relação ao preconizado; confirmação por 
sorologia de no mínimo 90% dos casos de hepatite B; taxa de incidência de 
AIDS em menores de 5 anos de idade ≤ 3,2. 
 
Meta para 2011: 
 
Manutenção da taxa de letalidade das formas graves da dengue ≤ 2 %; cura 
de no mínimo 90% dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos 
das coortes; cura de no mínimo 85% dos casos novos de tuberculose pulmonar 
bacilífera diagnosticados nos anos das coortes; índice parasitário anual de 
malária ≤ 12,3 por 1000 habitantes; coleta de no mínimo 80% de amostras 
clínicas do vírus influenza em relação ao preconizado; confirmação por 
sorologia de no mínimo 93% dos casos de hepatite B; taxa de incidência de 
AIDS em menores de 5 anos de idade ≤ 3,0. 
 
Promoção da saúde 
 
Objetivos: 
 
 Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, de 
responsabilidade dos três gestores; 
 Enfatizar a mudança de comportamento da população brasileira de 
forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade 
física regular, alimentação adequada e saudável e combate ao 
tabagismo; 
 Articular e promover os diversos programas de promoção de atividade 
física já existentes e apoiar a criação de outros; 
 Promover medidas concretas para aquisição do hábito da alimentação 
saudável; 
 Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde que 
contemple as especificidades próprias dos estados e municípios, 
devendo iniciar sua implementação em 2006; 
 
Objetivos para 2011 e 2011 
 
Reduzir os níveis de sedentarismo na população; reduzir a prevalência do 
tabagismo no país. 
 
Metas para 2010: 
 
15,2% dos adultos com atividade física suficiente no tempo livre; taxa de 
prevalência de tabagismo ≤ 15,8% por ano. 
 
Metas para 2011:15,3% dos adultos com atividade física suficiente no tempo livre; taxa de 
prevalência de tabagismo ≤ 15,5% por ano. 
 
 
Fortalecimento da atenção básica 
 
Objetivos 
 
 Assumir a estratégia de saúde da família como estratégia prioritária para 
o fortalecimento da atenção básica, devendo seu desenvolvimento 
considerar as diferenças loco-regionais; 
 Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da atenção básica 
por meio de estratégias de educação permanente e de oferta de cursos 
de especialização e residência multiprofissional e em medicina da 
família; 
 Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família nos pequenos e 
médios municípios; 
 Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família nos grandes centros 
urbanos. 
 Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades 
Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e 
insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para esses 
serviços. 
 Garantir o financiamento da Atenção Básica como responsabilidade das 
três esferas de gestão do SUS. 
 Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Básica nas redes 
locais de saúde, por meio de vínculos de trabalho que favoreçam o 
provimento e fixação dos profissionais. 
 Implantar o processo de monitoramento e avaliação da Atenção Básica 
nas três esferas de governo, com vistas à qualificação da gestão 
descentralizada. 
 Apoiar diferentes modos de organização e fortalecimento da Atenção 
Básica que considere os princípios da estratégia de Saúde da Família, 
respeitando as especificidades loco-regionais. 
 
Objetivos para 2010 e 2011: 
 
Ampliar a cobertura populacional da Atenção Básica por meio da Estratégia 
Saúde da Família; ampliar o acesso à consulta pré-natal; reduzir a internação 
hospitalar por diabetes mellitus no âmbito do SUS; reduzir a internação 
hospitalar por acidente vascular cerebral (AVC) no âmbito do SUS; reduzir e 
monitorar a prevalência de baixo peso em crianças menores de 5 anos; 
 
Metas para 2010: 
Cobertura de no mínimo 54,5% da população cadastrada pela Estratégia 
Saúde da Família, Mínimo de 62,91% dos nascidos de mães com 7 ou mais 
consultas de pré-natal; taxa de internações por diabetes mellitus e suas 
complicações ≤ 6,0 por 10.000 habitantes; taxa de internações por acidente 
vascular cerebral (AVC) ≤ 5,2 por 10.000 habitantes; percentual de crianças 
menores de cinco anos com baixo peso para idade ≤ 4,4%; percentual de 
famílias acompanhadas pela atenção básica, beneficiárias do Programa Bolsa 
Família ≥ 70%. 
 
Meta para 2011: 
Cobertura de no mínimo 57% da população cadastrada pela Estratégia Saúde 
da Família; mínimo de 65,28% dos nascidos de mães com 7 ou mais consultas 
de pré-natal; taxa de internações por diabetes mellitus e suas complicações ≤ 
5,7 por 10.000 habitantes; taxa de internações por acidente vascular cerebral 
(AVC) ≤ 4,7 por 10.000 habitantes; percentual de crianças menores de cinco 
anos com baixo peso para idade ≤ 4,0%; percentual de famílias acompanhadas 
pela atenção básica, beneficiárias do Programa Bolsa Família ≥ 73% 
 
Saúde do trabalhador 
 
Objetivo: 
 
Aumentar a identificação e a notificação dos agravos à Saúde do 
Trabalhador a partir da rede de serviços sentinela em Saúde do Trabalhador, 
buscando atingir toda a rede de serviços do SUS. 
 
Meta para 2010: 
 
Aumento de 15% em relação ao nº de notificações em 2008. 
 
Meta para 2011: 
 
Aumento de 30% em relação ao nº de notificações em 2008. 
 
 
 
Saúde mental 
 
Propõe o fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde 
às pessoas com deficiência; 
 
Objetivo para 2010 e 2011: ampliar o acesso ao tratamento 
ambulatorial em saúde mental. 
 
Meta para 2010: 
 
Taxa de Cobertura CAPS ≥ 0,62% por 100.000 habitantes (corresponde 
a 107 novos CAPS); 
 
Meta para 2011: 
 
Taxa de Cobertura CAPS ≥ 0,66 por 100.000 habitantes. (corresponde a 
86 novos CAPS) 
 
Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às 
pessoas com deficiência 
 
 Objetivo: ampliar as Redes estaduais de Serviços de Reabilitação para 
Pessoas com Deficiência. 
 
 Meta para 2010: 
Habilitação de pelo menos 27 serviços de reabilitação visual nas unidades 
federativas. 
Meta para 2011: 
Habilitação de pelo menos 15 serviços de reabilitação visual nas 
unidades federativas. 
 
Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência 
 
Objetivos: ampliar a rede de prevenção de violência e promoção à 
saúde nos estados e municípios; ampliar a cobertura da Ficha de Notificação / 
Investigação de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras violências. 
 
Metas para 2010: 
70% de municípios prioritários do estado com rede de Prevenção das 
Violências e Promoção da Saúde implantados; 20% de municípios prioritários 
do estado com notificação de violência doméstica, sexual e/outras violências 
implantadas. 
Metas para 2011: 
80% de municípios prioritários do estado com rede de Prevenção das 
Violências e Promoção da Saúde implantados; 30% de municípios prioritários 
do estado com notificação de violência doméstica, sexual e/outras violências 
implantadas. 
 
Saúde do homem 
 
Objetivos: inserir estratégias e ações voltadas para a Saúde do Homem 
nos Planos de Saúde Estaduais e Municipais; ampliar o acesso a cirurgias de 
patologias e cânceres do trato genital masculino. 
Metas para 2010: 
Implantar a Politica de Atenção Integral à Saúde do Homem nos 26 
Estados e Distrito Federal, e 26 municípios selecionados. (27 Estados e 26 
municípios); ampliar em 10% o número Prostatectomia Suprapubica, em 
relação ao ano anterior. 
Meta para 2011: 
Ampliar em 10% o número Prostatectomia Suprapubica, em relação ao 
ano anterior. 
 
2.2. Pacto em Defesa do SUS 
 
O Pacto em Defesa do SUS é uma das dimensões do Pacto pela 
Saúde e visa expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a 
consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e articular as ações 
que possam qualificar e assegurar o SUS como política pública. Expressa 
movimento de repotilização da saúde, com uma clara estratégia de 
imobilização social, e busca um financiamento compatível com as 
necessidades de saúde por parte dos entes Federados e inclui regulamentação 
da Emenda Constitucional nº 29, do Conselho Nacional de Saúde, pelo 
Congresso Nacional 
http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/ec29.htm. 
 
Para tanto busca desenvolver as seguintes ações: 
 
 articulação e apoio à mobilização social, por meio da promoção e 
desenvolvimento da cidadania, tendo como a saúde como um direito; 
 diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS; 
 ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais, em 
especial com os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania; 
 elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS; 
 regulamentação da Emenda Constitucional (EC) nº. 29 pelo Congresso 
Nacional, com o Projeto de Lei (PL) nº. 01/03; 
 aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três 
esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas em 
ações e serviços de saúde, de acordo com a Constituição Federal. 
 
2.3. Pacto de Gestão do SUS 
 
De acordo com a PORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006, 
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente 
federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais 
claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da 
gestão compartilhada e solidária do SUS.Parte da constatação de que o Brasil é um país continental e com muitas 
diferenças e iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais, é 
necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de 
uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as 
singularidades regionais. 
Procura radicalizar a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde 
para os estados e para os municípios, promovendo um choque de 
descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos 
normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização 
dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de 
gestão regional. 
Vem reiterar a importância da participação e do controle social com o 
compromisso de apoio à sua qualificação, além de explicitar as diretrizes para 
o sistema de financiamento público tripartite: busca critérios de alocação 
equitativa dos recursos; reforça os mecanismos de transferência fundo a fundo 
entre gestores; integra em grandes blocos o financiamento federal e estabelece 
relações contratuais entre os entes federativos. 
O Pacto de Gestão do SUS valoriza a relação solidária entre gestores, 
definindo as diretrizes e responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento 
da gestão, em cada eixo de ação, sendo que os eixos de ação compactuada 
são: 
http://observasaude.fundap.sp.gov.br/pacto/pactoGestao/Paginas/Default.aspx, 
 
 Descentralização dos processos administrativos relativos à gestão nas 
Comissões Intergestores Bipartite (CIB) a partir de diretrizes e normas 
pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A CIT e o 
Ministério da Saúde promovem e apoiam os processos de qualificação 
permanente para as CIBs, que são instâncias de pactuação e 
deliberação para a realização de pactos intraestaduais e para a 
definição de modelos organizacionais. 
 
 Regionalização de um determinado espaço geográfico contínuo, com um 
recorte territorial que se constitui numa Região de Saúde a partir de 
identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e 
infraestrutura de transportes compartilhados neste mesmo território. A 
regionalização deve propiciar: 
 certo grau de resolutividade com suficiência em atenção básica e 
parte da média complexidade; 
 planejamento que leve em conta parâmetros de incorporação 
tecnológica; 
 arranjos inter-regionais para garantir a atenção na alta complexidade 
e em parte da média complexidade da assistência; 
 se constituir em um espaço permanente de pactuação, cogestão 
solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de gestão Regional 
(CGR). 
 
 Financiamento do SUS tendo como princípios: 
 a responsabilidade das três esferas de Governo; 
 a diminuição das iniquidades regionais (entendendo regionais como 
os diferentes recortes territoriais – município, estado, região de 
saúde, macrorregião); 
 o repasse fundo a fundo, preferencialmente; a constituição de blocos 
de financiamento para o repasse federal de custeio do SUS – 
atenção básica, atenção da média e alta complexidade, vigilância à 
saúde, assistência farmacêutica, gestão do SUS; e 
 a aplicação dos recursos federais de investimento segundo os eixos 
prioritários de estímulo à regionalização e o fortalecimento da tenção 
básica, sendo prioritários para os municípios que assinaram o Termo 
de Compromisso de Gestão. 
 
 Planejamento no SUS tendo como critério as necessidades de saúde da 
população. 
 
 Programação Pactuada Integrada (PPI) define a programação das ações 
de saúde em cada território e norteia a alocação dos recursos 
financeiros para a saúde a partir de critérios e parâmetros pactuados 
entre os gestores. 
 
 Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial tem como 
principais diretrizes: cada prestador responde a um gestor; a regulação 
dos prestadores de serviços deverá ser, preferencialmente, do 
município; é responsabilidade do gestor estadual a regulação das 
referências intermunicipais e a operação dos complexos reguladores, 
com referência intermunicipal, deve ser pactuada na Comissão 
Intergestores Bipartite (CIB). 
 
 Participação e Controle Social definidos como princípios doutrinários 
assegurados pela Constituição Brasileira e pelas Leis Orgânicas da 
Saúde (Lei 8080/90 e 8142/90). 
 
 Gestão do Trabalho na Saúde busca a valorização dos trabalhadores da 
Saúde, a redução dos conflitos e a humanização das relações de 
trabalho. É um eixo estruturante da política de recursos humanos do 
SUS. 
 
 Educação na Saúde visa avançar na implementação da Política 
Nacional de Educação Permanente. 
 
Portanto, suas prioridades são: 
 
Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância 
gestora do SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de 
habilitação. 
Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na 
descentralização; regionalização; financiamento; programação pactuada e 
integrada; regulação; participação e controle social; planejamento; gestão do 
trabalho e educação na saúde. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: 
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-325.htm. 
Acesso em: 06/03/2014. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: 
http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/ec29.htm. Acesso em: 
06/03/2014. 
 
BRASIL. PORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006. Disponível 
em: http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Portaria_399.pdf. Acesso 
em 06/-3/2013 
 
 
 
 
3-DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. REGULAMENTAÇÃO DA 
LEI Nº 8.080/90 HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL_03/_ATO2011-
2014/2011/DECRETO/D7508.HTM. 
 
Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de 
Saúde-SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação 
interfederativa, e dá outras providências. (BRASIL, 2011) 
 
Pretende dar mais transparência à estrutura do SUS, garantindo maior 
segurança jurídica na fixação das responsabilidades dos entes federativos, 
contribuindo para que o cidadão conheça as ações e os serviços de saúde 
ofertados nas regiões de saúde e organizados em RAS.(BRASIL, MS, 2011) 
 
É um aprimoramento do pacto pela saúde que traz algumas inovações, que, 
de acordo com o seu Art. 2º, deve considerar: 
 
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por 
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de 
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de 
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a 
finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de 
ações e serviços de saúde; 
Instituída pelo estado, em articulação com os municípios (CIT), deve conter, 
no mínimo: atenção primária; urgência e emergência; atenção psicossocial, 
ambulatorial especializada e hospitalares; vigilância em saúde (pactuadas entre 
as CI); Referências para transferência de recursos, um mapa de saúde. 
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de 
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de 
organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada 
e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e 
metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos 
financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização 
de sua execução e demais elementos necessários à implementação 
integrada das ações e serviços de saúde;Deve organizar e integrar as ações e serviços de saúde (rede); definir 
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de 
desempenho; recursos financeiros; controle e fiscalização. 
 
 
O contrato é feito entre municípios, estados e união (ações, deveres, 
direitos e responsabilidades individuais e coletivas) e com controle social (CS); 
deve estabelecer metas e contribuir nas estratégias do consolidação do SUS; 
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do 
usuário no SUS; 
Esses serviços são: atenção primária, de urgência e emergência; 
psicossocial; ambulatoriais, hospitalares (referenciadas pelas Portas de 
Entrada); especiais de acesso aberto; novas portas poderão ser criadas; a 
população indígena terá outras regras; deve assegurar a continuidade do 
cuidado; 
 
Devem promover o acesso universal, igualitário e ordenado, que deve ter 
transparência, integralidade e equidade; orientar e ordenar os fluxos das ações 
e serviços; monitorar o acesso; ofertar regionalmente as ações e os serviços de 
saúde. 
 
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual 
entre os entes federativos para definição das regras da gestão 
compartilhada do SUS; 
Que são: CIT: União, vinculada ao MS para efeitos administrativos e 
operacionais; CIB: Estado, vinculada à SES, para efeitos administrativos e 
operacionais; CIR: Regional, vinculada à SES, para efeitos administrativos e 
operacionais (CIB); CI: pode ser representadas pelas CONASS; CONASEMS; 
COSEMS, que viabilizarão as diretrizes definidas pelas instâncias do controle 
social: o Conselho Nacional; 27 Conselhos Estaduais e 5.565 Conselhos 
Municipais de Saúde. 
 
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos 
humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela 
iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, 
os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de 
saúde do sistema; 
Deve identificar as necessidades de saúde de cada região; orientar o 
planejamento integrado; ser a base para o SUS elaborar os planos de saúde 
específicos para os municípios, estados e regiões. 
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de 
saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a 
finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; 
Serão definidos pelos entes federativos: a integralidade da assistência 
se inicia e se completa na RAS; informação para a população (SUS) pela 
RENASES-Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (mamografia; 
acupuntura; de exames de rotina...) e RENAME-Relação Nacional de 
Medicamentos Essenciais (medicamentos disponíveis para a população) 
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos 
para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação 
laboral, necessita de atendimento especial; e 
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que 
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à 
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais 
produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; 
os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a 
verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos 
gestores do SUS. 
 
Principais pontos do Decreto 7.508: 
 
 definiu e aprofundou os conceitos de regionalização, hierarquização, 
região de saúde e contrato entre os entes públicos; 
 oficializou a AB como porta de entrada e ordenadora do acesso ao SUS; 
 criou os Contratos Organizativos da Ação Pública como instrumento 
para estabelecer a relação entre as esferas de governo; 
 definiu planejamento integrado, apresentando o Mapa da Saúde, como 
ferramenta de apoio; 
 estabeleceu a centralidade da Região de Saúde, que deve funcionar 
como base para a alocação de recursos; 
 criou RENASES, lista com todas as ações e serviços de 
responsabilidade do SUS; 
 determinou o funcionamento da RENAME, lista de medicamentos, para 
dar mais eficiência aos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. 
 
Resumindo, o Dec.7.508 significa a regionalização da saúde, a qualificação 
do acesso ao usuário ao SUS, promovendo maior integração entre união, 
estados e municípios, eficiência no atendimento básico e especializado e 
transparência no cumprimento das ações de saúde. Significa, também, maior 
responsabilidade sanitária para o gestor e poder de fiscalização para o controle 
social. 
 
REFERÊNCIA 
BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamentação da Lei nº 
8.080/90. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7508.htm. Acesso em: 22/04/2014 
 
 
 
4. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO REDE HUMANIZA SUS 
 
Os princípios e as diretrizes do SUS indicam o que e como deve ser a 
política de saúde pública no Brasil: universal, integral, equânime, 
descentralizada e com a participação do cidadão. 
 
O Programa Humaniza SUS tem como valores norteadores a autonomia 
e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, bem como o 
estabelecimento de vínculos solidários e participação coletiva no processo de 
gestão. 
 
Para tanto, valorizar os diferentes sujeitos envolvidos no processo de 
produção da saúde é valorizar usuários, trabalhadores e gestores. 
 
Os princípios do Programa Humaniza SUS são: 
 
• Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção 
de saúde: 
• As formas de gerir determinam as técnicas e a clínica, sendo, 
portanto, práticas interdependentes e complementares. 
• Transversalidade: 
• Concepções e práticas que estão presentes nas diferentes ações 
visando aumentar a abertura para a comunicação intra e 
intergrupos, possibilitando a mudanças nas práticas da saúde 
• Autonomia e protagonismo dos sujeitos: 
• Corresponsabilidade entre gestores, usuários e a participação 
coletiva na gestão e promover o fazer. 
 
Os objetivos do Programa Humaniza SUS são: 
 
• Motivar trabalhadores, gestores e usuários com os princípios da 
humanização; 
• Melhorar as iniciativas de humanização existentes; 
• Desenvolver tecnologias interativas; 
• Melhorar as estratégias e metodologias de apoio às mudanças; 
• Melhorar o processo de avaliação, tendo como exemplo as experiências 
coletivas que deram bons resultados; 
• Garantir nas unidades de saúde, educação permanente aos 
trabalhadores e gestão participativa incluindo trabalhadores e usuários; 
• Diminuir as filas e o tempo de espera, ampliando o acesso a um 
atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco e não 
em ordem de chegada; 
• Garantir ao usuário acesso a informações sobre saúde e sobre o código 
(carta) dos usuários do SUS 
 
Carta de usuários do SUS: Direitos e deveres dos usuários da saúde. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html. 
 
A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que 
você conheça seus direitos na hora de procurar atendimento de saúde. Ela 
reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o 
ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A Carta é 
uma importante ferramenta para que você conheça seus direitos e, assim, 
ajude o Brasil a ter um sistema de saúde ainda mais efetivo. 
 
Os princípios da carta são: 
 
• Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos 
sistemas de saúde; 
• Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu 
problema; 
• Todo cidadão tem direito ao atendimentohumanizado, acolhedor e livre 
de qualquer discriminação; 
• Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus 
valores e seus direitos; 
• Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento 
aconteça da forma adequada; 
• Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde 
para que os princípios anteriores sejam cumpridos 
 
Os macro-objetivos do Programa Humaniza SUS são: 
 
• Ampliar as ofertas da PNH aos gestores e aos conselhos de saúde 
priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos 
hospitais de urgência e universitários; 
• Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na 
agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da 
sociedade civil; 
• Divulgar a PNH e ampliar os processos de formação e produção de 
conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições. 
 
Como fazer para que dê certo é questão de definição de um método 
adequado, portanto: 
 
Humanização na perspectiva do trabalhado deve considerar: 
 
• Condições de trabalho 
• Plano de carreira 
• Salário 
• Acesso à tecnologia 
• Gestão participativa do trabalho com democracia nas relações 
 
Humanização na perspectiva do cidadão deve ter: 
 
• Direito garantido de acesso, universalidade e equidade 
• Saúde como um valor da sociedade brasileira 
• Responsabilidade sanitária: quem cuida de quem? 
• Continuidade dos tratamentos-cuidados 
• Como garantir seguimento dos cuidados entre níveis de atenção 
• Como articular/fazer comunicação entre diferentes serviços 
 
Não se trata de humanizar o humano, mas enfrentar e lidar com relações de 
poder, trabalho e afeto. 
 
Diretrizes e orientações ético-políticas do Programa Humaniza SUS são: 
 
• Acolhimento 
• Cogestão e gestão democrática 
• Clínica Ampliada 
• Valorização do trabalho e do trabalhador 
• Defesa dos direitos do usuário 
• Alteração da dinâmica da organização do trabalho 
 
Acolhimento é: 
 
Ação técnico-assistencial que visa à mudança da relação 
profissional/usuário e sua rede social através de parâmetros técnicos, ético, 
humanitário e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e 
participante ativo no processo de produção da saúde. 
 
O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de 
forma a atender a todos que procuraram os serviços de saúde, ouvindo seus 
pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e 
pactuar respostas mais adequadas aos usuários. 
 
O acolhimento não é um espaço ou um local, e sim uma postura ética, não 
pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, implica 
compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias e 
invenções. 
Assim, diferencia-se de triagem, pois o acolhimento não se constitui como 
uma etapa do processo, mas como ação que deve ocorrer em todos os locais e 
momentos dos serviços de saúde. 
 
Os objetivos do programa Humaniza SUS são: 
 
• Melhoria do acesso dos usuários aos serviços de saúde, mudando a 
forma burocrática de entrada por filas e ordem de chegada; 
• Humanização das relações entre profissionais de saúde e usuários no 
que se refere à forma de escutar o usuário em seus problemas e 
demandas; 
• Mudança de objeto da doença para o doente (sujeito); 
• Abordagem integral a partir de parâmetros humanitários de 
solidariedade e cidadania; 
• Aperfeiçoamento do trabalho em equipe; 
• Aumento da responsabilização dos profissionais de saúde; 
• Operacionalização de uma clínica ampliada que implica a abordagem do 
usuário para além da doença e suas queixas, construção de vínculo 
terapêutico visando aumentar o grau de autonomia e de protagonismo 
dos sujeitos no processo de produção de saúde e a elaboração de 
projeto terapêutico individual e coletivo. 
 
As ferramentas do programa Humaniza SUS são: 
 
• Fluxograma analisador: desenho do modo de organizar os processos de 
trabalho que se vinculam em torno de uma certa cadeia de produção; 
• Oficinas de discussão e construção de ações com acento no trabalho 
grupal e multiprofissional coma participação de equipe local e/ou 
consultorias externas; 
• Elaboração de protocolo: sob a ótica da intervenção multiprofissional na 
qualificação da assistência, legitimando a inserção do conjunto de 
profissionais ligados à assistência, humanização do atendimento, 
identificação de risco por todos os profissionais, definição de prioridades 
e padronização de medicamento 
 
O Programa Nacional de Humanização conta com o Apoio Matricial que se 
complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência”, dando 
apoio assistencial e técnico pedagógico. 
 
• “O apoio matricial é um arranjo organizacional que viabiliza o suporte 
técnico em áreas específicas para as equipes responsáveis pelo 
desenvolvimento de ações básicas de saúde” (MS, Conferência 
Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental, 2005). 
• Avaliação de desempenho: indicadores de resultados. 
 
Conta, também, com Clínica ampliada: 
• Diretriz de atuação dos profissionais de saúde; 
• Visa articular e dialogar com diferentes saberes, para a 
compreensão dos processos de saúde e doença, e inclusão dos 
usuários como cidadãos participantes das condutas em saúde, 
inclusive da elaboração de seu projeto terapêutico (BRASIL, 
2009). 
 
As características da Clínica Integrada são: 
 
• Um compromisso radical com o sujeito doente visto de modo 
singular; 
• Assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de 
saúde; 
• Buscar ajuda em outros setores; 
• Reconhecer os limites do conhecimento dos profissionais de 
saúde e das tecnologias por eles empregadas; 
• Assumir um compromisso ético profundo (Caderno da Atenção 
Básica: Diretrizes do NASF, 2009). 
 
 
PNH- Projeto Terapêutico Singular – PTS: 
 
• Pretende a singularidade – a diferença – como elemento central 
de articulação; 
• Representa um momento de toda a equipe envolvida, no qual as 
opiniões são importantes; 
• Conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para 
um sujeito individual ou coletivo (interdisciplinar); 
• Foi bastante desenvolvido em espaços de atenção à saúde 
mental (Caderno da Atenção Básica: Diretrizes do NASF, 2010). 
 
Seu desenvolvimento se dá da seguinte forma: 
 
• Diagnóstico: deverá conter uma avaliação orgânica, psicológica e 
social. 
• Definição de metas: diagnóstico e propostas de curto, médio e 
longo prazo. 
• Divisão de responsabilidades: definição de tarefas 
 Reavaliação: correção de rumo (Caderno da Atenção Básica: 
Diretrizes do NASF, 2010). 
 
 
A PNH é uma oferta para o enfrentamento dos problemas do SUS, que visa 
gerar soluções coletivas, reafirmando os princípios do SUS como inalienáveis, 
como incontornáveis. Humanizar a saúde é, pois, construir relações mais 
afirmativas dos valores que orientam nossa política pública de saúde, como a 
solidariedade, a equidade e a justiça social 
 
Podemos participar fazendo parte da REDE HUMANIZA SUS, que é a rede 
social das pessoas interessadas e/ou já envolvidas em processos de 
humanização da gestão e do cuidado no SUS. Seu objetivo é criar uma rede de 
colaboração, que permita o encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o 
conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifonia, 
a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da 
conversa, a participação de qualquer um. Trata-se de uma arena aberta pela 
Política Nacional de Humanização para ampliar o diálogo em torno de seus

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