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MÓDULO 8 1. SUS - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 2. SUS – PACTO PELA SAÚDE 3. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 8.080/90 4. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO REDE HUMANIZA SUS 5. SISTEMA DE SAÚDE COMPLEMENTAR/SUPLEMENTAR NO BRASIL _______________________________________________________________ 1 – SUS - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE O movimento da reforma sanitária iniciado nas décadas de 70 e 80 foram fundamentais para a melhoria do atendimento ao usuário do sistema de saúde brasileiro, culminando na constituição do SUS, em 1990, e a necessidade de uma reforma sanitária dentro das propostas de integralidade, universalidade e equidade, dando nova orientação às questões de saúde pública brasileiras, no sentido da equidade, integração dos sistemas de atenção à saúde, valorização da APS, avaliação tecnologia em saúde, uma medicina holista e do empoderamento do cidadão, demonstrando a necessidade da continuidade da reforma sanitária brasileira. Ao longo da história do SUS, algumas sequelas foram se descortinando, levando a alguns rearranjos legislativos visando à correção de percurso, entre esses a implantação da Rede de Atenção à Saúde- RAS com novos modelos de atenção às condições agudas e crônicas. Modelos esses que apontem as formas adequadas de gestão da AB para doenças agudas, e, também, para as doenças crônicas, permitindo melhor resposta às condições de saúde do povo brasileiro.. Gráfico: A lógica da atenção às condições agudas Fonte: Adaptado, por Mendes (2011, p.48) de Edwards et al. (1988) O processo de transição demo-epidemiológica no mundo e no Brasil tem provocado grande impacto na qualidade de vida das pessoas, que vivem mais e desenvolvem doenças crônicas, que representam atualmente cerca de 75% da carga de doenças, enquanto que as doenças agudas cerca de 25% (MENDES, 2011). Atenção e cuidados relativos às doenças crônicas demandam grandes investimentos na saúde para a melhoria das condições de saúde, por meio da promoção de melhor qualidade de vida para o cidadão e diminuição da perda de produtividade deles. Isso indica que o enfrentamento das condições crônicas está sendo negligenciado ao utilizar a mesma forma de enfrentamento das condições agudas e é esse o foco que deve ser contemplado para a reversão dessa problemática. Esta é uma das razões técnicas dos sistemas de atenção à saúde, isto é, utilizar a mesma lógica das condições agudas para as condições crônicas de saúde que deveriam ter uma atenção contínua pela sua evolução insidiosa das doenças, evitando seu agravamento e as consequências correspondentes. Gráfico: Pirâmide etária da população brasileira, 2005 Fonte: IBGE (2004), in Mendes (2011, p. 32) Gráfico: Pirâmide etária da população brasileira, 2030 Fonte: IBGE (2004), in Mendes (2011, p. 32) Para Mendes (2011): Por tudo isso, é imprescindível mudar, radicalmente, essa lógica, implantando-se um novo arranjo do sistema de atenção à saúde que, além de responder às condições agudas e aos momentos de agudização das condições crônicas nas unidades de pronto- atendimento ambulatorial e hospitalar, faça um seguimento contínuo e proativo dos portadores de condições crônicas, sob a coordenação da equipe da atenção primária à saúde, e com o apoio dos serviços de atenção secundária e terciária da rede de atenção, atuando, equilibradamente, sobre os determinantes sociais da saúde distais, intermediários e proximais, sobre os fatores de riscos biopsicológicos e, também, sobre as condições de saúde manifestas e suas sequelas. Atualmente a APS não se desenvolve em consonância com a atenção secundária e terciária, portanto não é efetiva e não é voltada para a contenção do risco na evolução da doença, cuja atenção só é dada em sua fase de agudização, por exemplo, o portador de hipertensão arterial sistêmica que, em vez de ter um acompanhamento contínuo na UBS, acaba sendo atendido em ambientes ambulatoriais ou hospitalares. Dessa forma, são necessárias novas formas de atendimento às condições crônicas e seus fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, obesidade e o crescimento das causas externas em decorrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito fundamentadas em sistemas coordenados e contínuos de cooperação entre gestores, prestadores e usuários do sistema. É esse o tipo de enfrentamento que a RAS propõe, sem desconsiderar o atual perfil epidemiológico brasileiro caracterizado pela manutenção de doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição, mortes maternas e infantis por causas evitáveis. Esses fatos demonstram a urgência do aumento do foco de forma a englobar o atendimento às condições crônicas concomitantemente às condições agudas.. Há um movimento universal de construção de RAS em decorrência das evidências de que é uma saída para a atual crise que vive os sistemas de atenção à saúde, em função das melhorias que estão sendo obtidas nas questões sanitárias e econômicas, pelos países que estão implantando o sistema de RAS. A sistematização e normatização da RAS, no Brasil, estão contidas na Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2.010, que estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema único de Saúde-SUS. Tem como estratégia a superação da fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e o aperfeiçoamento do funcionamento político-institucional do SUS, tendo em vista assegurar ao usuário um atendimento com efetividade e eficiência. http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html. Essa Portaria fundamenta conceitual e operacionalmente o processo de organização da RAS, tendo como base as Portarias do Pacto pela Saúde, a Política Nacional de AB-PNAB, a Política Nacional de Promoção da Saúde- PNPS, na Regionalização Solidária e Cooperativa, e nas experiências de apoio à organização da RAS efetuadas pelo MS e CONASS A fragmentação das ações e serviços de saúde ainda são um grande obstáculo para a qualificação da gestão do cuidado pelo SUS, pois o modelo vigente é focado nas ações curativas, no cuidado médico e dimensionado a partir da oferta e não dá conta de resolver os desafios atuais e tampouco os futuros e não, pela complexidade das inter-relações que se estabelecem para o acesso, escala, escopo, qualidade, custo e efetividade para a constituição de um sistema único e integrado no Brasil .(BRASILSUS, PORTARIA Nº 4.279). Conforme a referida Portaria, a organização da atenção e gestão do SUS se caracteriza por sua fragmentação de serviços, ações e práticas clínicas, pois apresenta: Lacunas assistenciais importantes; Financiamento público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência no emprego dos recursos, com redução da capacidade do sistema de prover integralidade da atenção à saúde; Configuração inadequada de modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a oferta de serviços e a necessidade de atenção, não conseguindo acompanhar a tendência de declínio dos problemas agudos e de ascensão das condições crônicas; Fragilidade na gestão do trabalho com o grave problema de precarização e carência de profissionais em número e alinhamento com a política pública; Pulverização dos serviços nos municípios; e Pouca inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos serviços de atenção, especialmente na Atenção Primária em Saúde (APS). A Portaria 4.279 propõe que, para superar essesdesafios e melhorar a qualificação da atenção e a gestão em saúde, é preciso vontade, por parte dos gestores do SUS, que envolva “aspectos técnicos, éticos, culturais, mas, principalmente, implica no cumprimento do pacto político cooperativo entre as instâncias de gestão do Sistema, expresso por uma "associação fina da técnica e da política", para garantir os investimentos e recursos necessários à mudança”, capaz de redirecionar suas ações e serviços em prol do desenvolvimento da RAS e a consequente melhoria dos indicadores de saúde da população brasileira, fazendo a RAS a adequada estratégia de reestruturação do sistema de saúde. A Portaria 4.279 define que a RAS é formada por tipos de organização de ações e serviços de saúde que possuem diferentes densidades tecnológicas integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão que visam garantir a integralidade do cuidado, tendo como objetivo a promoção da integração sistêmica das ações e serviços de saúde com atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como o incremento do desempenho do sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária, além de eficiência econômica. É formada por meio das relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), em decorrência da centralidade nas necessidades em saúde de uma população, responsabilização na atenção contínua e integral, cuidado multiprofissional, compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos. Tem a APS como o primeiro nível de atenção a partir do qual realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção, nos quais se ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. (BRASILSUS. PORTARIA 4.279). A Portaria 4.279 exemplifica os pontos como sendo: Os domicílios As unidades básicas de saúde As unidades ambulatoriais especializadas Os serviços de hemoterapia e hematologia Os centros de apoio psicossocial As residências terapêuticas, entre outros. Sendo que os hospitais podem abrigar pontos de atenção à saúde, como: Ambulatório de pronto atendimento Unidade de cirurgia ambulatorial Centro cirúrgico Maternidade Unidade de terapia intensiva Unidade de hospital/dia, entre outros. Dessa forma faz-se necessária a criação de mecanismos de contratualização entre os entes reguladores/financiados e os prestadores de serviço. Dentre os objetivos da contratualização, destacam-se: Melhorar o nível de saúde da população; Responder com efetividade às necessidades em saúde; Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas de origem pública com a saúde; Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maximizando o nível de bem-estar; Coordenar as atividades das partes envolvidas; Assegurar a produção de um excedente cooperativo; Distribuir os frutos da cooperação; Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, financiamento, desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir adequados níveis de informação ao cidadão. Visando ao alcance dos objetivos propostos, focam-se os cuidados primários, atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) e cuidados de urgência e emergência com a contratualização da saúde e não apenas dos cuidados em saúde e a consequente superação de importantes problemas, existentes, (BRASILSUS. PORTARIA 2.479), como: Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou centros de saúde) para uma contratualização de âmbito da região de saúde, seguindo critérios de adscrição da população estratificada por grau de risco, e abordando os diversos estabelecimentos de saúde em termos de uma rede de cuidados; O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços de alto custo devido ao tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à APS, pela introdução de ferramentas de microgestão e incentivos financeiros para pagamento por desempenho individual e institucional; Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade no processo de contratualização, nomeadamente através da participação organizada e permanente dos utentes. A resolutividade, na rede de atenção, é a meta a ser alcançada e, para tanto, é preciso considerar os seguintes fundamentos: Economia de Escala – de forma que a concentração de serviços em determinado local venha racionalizar custos e otimizar resultados, quando os insumos tecnológicos ou humanos relativos a estes serviços inviabilizem sua instalação em cada município isoladamente. Qualidade - na prestação de serviços de saúde, por meio da segurança; efetividade; centralidade na pessoa; pontualidade; eficiência; equidade.. Suficiência - conjunto de ações e serviços disponíveis em quantidade e qualidade incluindo cuidados primários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com qualidade. Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Disponibilidade - obtenção da atenção necessária ao usuário e a sua família, tanto nas situações de urgência/emergência quanto de eletividade. Comodidade - tempo de espera para o atendimento, a conveniência de horários, a forma de agendamento, a facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros. Aceitabilidade - satisfação dos usuários quanto à localização e à aparência do serviço, à aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo atendimento. Disponibilidade de Recursos - recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos, que devem ser desconcentrados. Integração Vertical e Horizontal Integração Vertical - articulação de diversas organizações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo complementar (agregando resolutividade e qualidade neste processo). Integração Horizontal: articulação ou fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade. Processos de Substituição reagrupamento contínuo de recursos entre e dentro dos serviços de saúde para explorar soluções melhores e de menores custos, em função das demandas e das necessidades da população e dos recursos disponíveis. Prestar a atenção certa, no lugar certo, com o custo certo e no tempo certo. Substituição - pode ocorrer nas dimensões da localização, das competências clínicas, da tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local da atenção prestada do hospital para o domicílio; transição do cuidado profissional para o auto-cuidado; delegação de funções entre os membros da equipe multiprofissional, etc. Região de Saúde ou Abrangência Definição dos seus limites geográficos e sua população e no estabelecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta região de saúde, o que é essencial para fundamentar as estratégias de organização da RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o estado e o município para o processo de regionalização e parâmetros de escala e acesso. Níveis de Atenção Estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atençãosecundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção terciária à saúde). Atributos necessários ao bom funcionamento da RAS, para que suas ações sejam integradas e contínuas, permitindo maior acessibilidade com qualidade e com melhor relação custo-benefício, de forma a satisfazer o usuário. População e território definidos e oferta compatível com as necessidades locais; Número e diversificação de estabelecimentos prestadores de; Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar com cobertura adequada.; Prestação de serviços especializados em lugar adequado; Existência de mecanismos de atenção continuada; Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, contemplando sua diversidade; Sistema de governança único para toda a rede capaz de articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações; Participação social ampla; Gestão integrada; Recursos humanos suficientes; Sistema de informação integrado; Financiamento tripartite; Ação intersetorial; e Gestão baseada em resultado. As ferramentas de microgestão dos serviços da RAS associam gestão de clínica à eficiência microeconômica com financiamento intergovernamental voltadas ao desenvolvimento de políticas de saúde que compreendam os riscos e vulnerabilidade dos usuários da rede. As ferramentas são as seguintes A gestão da clínica implicando na aplicação de tecnologias de micro- gestão dos serviços de saúde com a finalidade de aperfeiçoar serviços preventivos, promocionais ou assistenciais, permitindo a integração vertical dos pontos de atenção Diretrizes clínicas que são recomendações que orientam as decisões assistenciais a serem adotadas procurando padronizá-las e levando em consideração a compreensão ampliada do processo saúde-doença com foco na integralidade. Linhas de Cuidado (LC) que visam à articulação de recursos e práticas de produção de saúde por meio da pactuação/contratualização e a conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de atenção e profissionais, bem como a superação da fragmentação das respostas, devendo ser feita a partir das unidades da APS, que têm a responsabilidade da coordenação do cuidado e ordenamento da rede. Gestão da condição da saúde que muda de um modelo de atenção à saúde focada no indivíduo, por meio de procedimentos curativos e reabilitadores, para uma abordagem baseada numa população adscrita, que identifica pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com foco na promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção adequada, com intervenção precoce, com vistas a alcançar melhores resultados e menores custos. Gestão de caso cujo processo deve se desenvolver entre o profissional responsável pelo e o usuário, visando ao planejamento, monitoração e avaliação das ações e serviços que a pessoa requer numa atenção com qualidade e humanizada., isto é, numa relação personalizada entre profissional e usuário. Auditoria clínica que consiste na análise crítica e sistemática da qualidade da atenção à saúde observando os protocolos clínicos estabelecidos. Essa auditoria não deve ser confundida com a auditoria realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria (SNA). Lista de espera que obedeça a critérios de ordenamento por necessidades e riscos e racionalização do acesso a serviços em que exista um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Os elementos constitutivos da RAS são a população/região de saúde definidas, a sua estrutura operacional e seus sistemas de funcionamento focados no modelo de atenção à saúde. Estes permitem a sua operacionalização. São eles assim determinados: A população e a Região de Saúde: devem ser identificadas com clareza a população e a área geográfica de acordo com o Pacto pela Saúde que define as regiões de saúde como espaços territoriais organizados levando em consideração as identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território, em região de saúde, definida conforme Plano Diretor de Regionalização e Investimentos (PDRI). Estrutura Operacional: que é constituída pelos diferentes pontos de atenção à saúde, como a APS - centro de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança, sendo: 1. APS - Centro de Comunicação O centro de comunicação da RAS é a APS com seu importante papel na sua estruturação como ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado, pois constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com o sistema, procurando trazer os serviços próximos dos lugares de convívio das pessoas, numa integração vertical. Para tanto, estrutura-se tendo como base sete atributos e três funções, como segue: Atributos: 1)Primeiro Contato; visando atenção mais apropriada e melhores resultados a custos mais baixos. 2)Longitudinalidade; que busca uma relação pessoal e contínua entre profissionais, com manejo clínico adequado, e usuários 3)Integralidade da atenção permitindo o reconhecimento das necessidades de saúde da população e recursos necessários; 4) Coordenação a partir da disponibilidade de informações sobre os problemas e os serviços de saúde, sendo que os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados podem contribuir para tanto;. 5) Centralidade na Família , dentro do conceito ampliado, que considera a família sendo formada por um grupo de pessoas que convivem sob o mesmo teto e que tenham relação de parentesco consanguíneo ou não, além de outras pessoas que convivam na mesma residência, com ou sem grau de parentesco, cujas intervenções possibilitem a compreensão da estrutura familiar; 6) Abordagem Familiar que deve ser utilizada na realização do cadastro das famílias, ciclo de vida, doenças crônicas ou agudas; 7) Orientação Comunitária que utilize interdisciplinar visando o ajuste de programas que atendam às necessidades específicas de saúde de uma população definida. Para tanto, faz-se necessário: - Definir e caracterizar a comunidade; - Identificar os problemas de saúde da comunidade; - Modificar programas para abordar estes problemas; - Monitorar a efetividade das modificações do programa. Funções: 1) Resolubilidade, que visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população; 2) Organização, que visa organizar o fluxo dos usuários pelos diversos pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde; 3)Responsabilização, que visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em qualquer ponto de atenção à saúde em que estejam. 2. Pontos de Atenção Secundários e Terciários: Os serviços de APS devem ser apoiados e complementados por pontos de atenção de diferentes densidades tecnológicas para a realização de ações especializadas (ambulatorial e hospitalar), no lugar e tempo certos. 3. Sistemas de Apoio São os lugares da rede onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde. 4. Sistemas Logísticos, que consistem na efetivação de um sistema eficaz de referência de pessoas e de trocas eficientes de produtos e de informações ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio na rede de atenção à saúde, como os sistemas de identificação e acompanhamento dos usuários; as centrais de regulação,registro eletrônico em saúde e os sistemas de transportes sanitários. 5. Sistema de Governança, que é entendida como a capacidade de intervenção que envolve diferentes atores, mecanismos e procedimentos para a gestão regional compartilhada da referida rede. Trata-se de um recurso de caráter organizativo do gerenciamento e integração funcional dos componentes da rede no SUS, sendo responsável (HOFFMANN et al, apud MENDES, 2011): Pela integração funcional, compreendendo estratégicos de gestão, financiamento e informação; Criar uma visão e uma missão nas organizações; Definir objetivos e metas que devem ser alcançados a curto, médio e longo prazos; Articular as políticas institucionais para o cumprimento de objetivos e metas; Desenvolver a capacidade de gestão necessária apara planejar, monitorar e avaliar o desempenho das gestões e da organização; Estruturar os sistemas de pagamento e de incentivos financeiros aos prestadores, aos serviços e aos profissionais. Segundo Hoffmann (apud Mendes, 2011), para melhor eficiência o sistema de governança necessita de 3 atributos, que são: Responsabilidade pela governança de toda a rede; Responsabilidade com a população; Coordenação entre as diferentes instituições que compõem a RAS para assegurar que os objetivos estratégicos sejam alcançados. O sistema de governança é operado por meio de instrumentos gerenciais como o planejamento estratégico, contratos de gestão, acreditação, sistema de avaliação, além de outros instrumentos (HOFFMANN et al, apud MENDES, 2011). Modelo de Atenção à Saúde visa articular, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, sendo necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico no SUS, que possa intervir concomitante sobre as condições agudas e crônicas, uma vez que um dos problemas dos modelos de atenção à saúde consiste no enfrentamento das condições crônicas na mesma lógica das condições agudas pelo desconhecimento da necessidade de uma atenção contínua às doenças crônicas que em 2010 serão responsáveis por 80% da carga de doença dos países em desenvolvimento. Nesses países, a aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS, 2003), sendo que, no SUS, a Estratégia Saúde da Família representa o principal modelo para a organização da APS e seu fortalecimento é imprescindível para o estabelecimento da RAS. As diretrizes e estratégias para implementação da RAS se dão por meio de um processo contínuo coerente e convergente ao Pacto pela Saúde, como diretriz tripartite, e as políticas de saúde vigentes para que possam responder adequadamente às necessidades sanitárias atuais. Para tanto propõe as seguintes diretrizes: Fortalecimento da APS para realizar a coordenação do cuidado e ordenar a organização da rede de atenção, tendo como estratégias: a realização de oficinas macrorregionais sobre RAS e planificação da APS e com participação de estados e municípios; rever e ampliar a política de financiamento da APS; propor novas formas de financiamento; valorização dos profissionais de saúde; ampliar o escopo de atuação das APS e apoio matricial; integrar a promoção e vigilância em saúde na APS; organizar linhas de cuidado com base na realidade local; planejar e articular ações e serviços; investir em infraestrutura; Fortalecer o papel dos CGR no processo de governança da RAS com as seguintes estratégias: ter no CGR um espaço de tomada de decisão e de definição de estratégias no âmbito da Região de Saúde; coordenação feita pelas Secretarias Estaduais de Saúde-SES na organização do CGR; qualificar gestores; assegurar apoio à RAS, na pauta das CIBs; fortalecer a gestão municipal; Fortalecimento da integração das ações de vigilância e assistência em saúde visando à implantação da RAS e o gerenciamento de risco e de agravos à saúde por meio da gestão e planejamento de ações intersetoriais; incorporação e análise de situações de saúde visando à identificação do risco e estabelecimento de prioridades; e implantar o apoio matricial regional; Fortalecimento da política de gestão do trabalho e da educação na saúde na RAS, por meio da elaboração de proposta de financiamento tripartite para elaboração de Planos de Cargos, Carreira e Salários- PCCS; incentivar a educação permanente em saúde; ampliar o Pró- Saúde / Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET SAÚDE) para todas as instituições de ensino superior visando à mudança curricular e à formação de profissionais com perfil voltado às necessidades de saúde da população; definir metas de avaliação e resultados; articular política, junto ao Congresso Nacional, tendo em vista a Lei Responsabilidade Fiscal na contratação da força de trabalho para o SUS; A implementação do Sistema de Planejamento da RAS deve ser feito por meio do fortalecimento da capacidade de planejamento integrado entre municípios e estados tendo em vista a realidade sanitária regional; atualização do PDRI, considerando a ampliação do acesso, integralidade e equidade na organização da estrutura regional de atenção à saúde e à sustentabilidade da RAS; Para o desenvolvimento dos Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS é preciso: estabelecer parâmetros de regulação; ampliação de financiamento dos complexos reguladores; promoção da comunicação de todos os pontos de atenção da RAS com registro eletrônico em saúde; criar mecanismos únicos de identificação dos usuários do SUS; integrar a RAS por meio de sistemas transporte sanitário, de apoio diagnóstico e terapêutico, considerando critérios de acesso, escala e escopo; promover a reorganização do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SISLAB) à luz das diretrizes estabelecidas para organização da RAS; ampliar a gestão da tecnologia de informação e comunicação; ter como ferramenta o sistema de informação para o diagnóstico da situação de saúde visando às intervenções necessárias; ampliar a cobertura do Telessaúde visando apoio aos profissionais de saúde da "segunda opinião formativa"; Para o financiamento do sistema na perspectiva da RAS é preciso: definir mecanismos de alocação de recursos de custeio e investimento; critérios/índices de necessidades em saúde com relação às variáveis demográficas, epidemiológicas e sanitárias, com vistas à distribuição equitativa do financiamento para a RAS; construção da Programação Pactuada e Integrada (PPI); propor novos mecanismos de financiamento das políticas públicas de saúde; redefinir e reforçar o financiamento da APS no sentido de aumentar a sua capacidade de coordenar o cuidado e ordenar a RAS. Como exemplo do trabalho em rede, o Ministério da Saúde está priorizando a construção de três redes temáticas prioritárias (VASCONCELOS, 2011): • Atenção obstétrica e neonatal (Rede Cegonha), que visa à garantia do acolhimento com classificação de risco e ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; da VINCULAÇÃO da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; da atenção à saúde das CRIANÇAS de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; e da ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo • Urgência e Emergência que visa à promoção e à prevenção por meio da: atenção primária nas unidades básicas de saúde; UPA e outros serviços com funcionamento 24 h; SAMU 192; portas hospitalaresde atenção às urgências; enfermarias de Retaguarda e Unidades de Cuidados Intensivos; Inovações tecnológicas nas linhas de cuidado prioritárias; atenção domiciliar; e acolhimento com classificação de risco e resolutividade. • Atenção Psicossocial (Enfrentamento do Álcool, Crack, e outras Drogas), visando à ampliação do acesso à Rede de Atenção Psicossocial tendo como componentes: atenção primária (UBS, Equipe de Apoio); Consultórios de Rua; Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Casas de Acolhimento Transitório (CAT); leitos em hospital geral; urgência e emergência (SAMU, UPA); Centros de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS); Centros de Referência em Assistência Social (CRAS); Comunidades Terapêuticas (CT) Além da: • Atenção oncológica (a partir da intensificação da prevenção e controle do câncer de mama e colo do útero). A Portaria 4.279, de 2010, foi criada para normatizar a implementação das Redes de Atenção à Saúde- RAS que, por sua vez, visam dar respostas aos desafios que a saúde pública apresenta como: as lacunas assistenciais e fragmentação das ações e serviços; financiamento público insuficiente, fragmentado e com baixa eficiência no emprego de recursos; inadequação dos modelos de atenção pela incoerência entre oferta de serviços e as necessidades da população, tendo em vista que o modelo atual não acompanha o declínio das condições agudas e a ascensão das condições crônicas. Dessa forma todos os esforços necessários para a melhoria do sistema de saúde brasileiro estão sendo tomadas, sendo que a RAS significa uma forte possibilidade de melhorias no sistema de saúde brasileiro, portanto, a conjunção de forças de todos os sujeitos envolvidos no processo de saúde continua sendo imprescindível. REFERÊNCIAS Mendes, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. / Eugênio Vilaça Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549 p.: il. ISBN: 978-85-7967-075-6, 2ª edição. Disponível em: http://www.paho.org/bra/apsredes. Acesso em 14/02/2014. BRASILSUS. PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/107038-4279.html. Acesso em: 14/02/2014. Vasconcelos, Lêda Lúcia Couto de. Organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS. III Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. 18 de junho de 2011. Disponível em: http://www.cosemsrj.org.br/images/ppt_congresso_11_ras.pdf. Acesso em: 25/02/2014. 2 – PACTO PELA SAÚDE O Pacto pela saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão – União, Estado e Municípios. A implementação do Pacto pela Saúde ocorre pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação. Aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de Saúde e publicado na Portaria GN/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006, o Pacto pela Saúde tem como objetivo promover a melhoria dos serviços ofertados à população e a garantia de acesso a todos. Sua adesão constitui um processo de cooperação permanente entre os gestores e negociação local, regional, estadual e federal. Seu objetivo principal é avançar na implantação dos princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabilidades de gestão de cada ente federado. (CEAP-Centro de Educação e Assessoramento Popular, 2009, p.8) Fonte:CEAP, 2009 Nos 20 anos de existência do SUS o processo de descentralização tem enfrentado e superados desafios: das diferentes demandas regionais inviabilização da fixação de conteúdos normativos, técnicos e processuais gerais e comuns. A necessidade de superar a fragmentação das políticas e programas de saúde das diferentes regiões brasileiras levou à estruturação do processo que tem como objetivo a construção de uma rede solidária e regionalizada de ações e serviços para qualificar o SUS e seus processos de gestão. Os gestores do SUS nas três esferas de governo, durante a reunião da CIT, em 26/01/2006, pactuaram a defesa do SUS, por meio do Pacto pela Saúde que tem três dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS; Pacto de gestão (regionalização e gestão do SUS). A Portaria 2669, de 03 de novembro de 2001 e seus anexos, estabelece prioridades, objetivos, metas e indicadores de monitoramento e avaliação nos componentes pela vida e de gestão para o biênio 2010 e 2011. 2.1. Pacto Pela Vida É constituído por um conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos de processos e resultados, derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. O Pacto pela Vida vem reforçar a necessidade de gerir a “coisa pública” com eficácia, estabelecendo, para tanto, um conjunto de compromissos sanitários considerados prioritários, pactuados de forma tripartite, cujos compromissos deverão ser concretizados pela rede SUS, para o alcance das metas estabelecidas. As prioridades estaduais, regionais ou municipais podem ser agregadas às prioridades nacionais, por meio de pactuações locais. Os estados e municípios devem pactuar as ações que considerarem necessárias ao alcance das metas e objetivos gerais propostos. Portanto, o Pacto pela Vida significa uma ação prioritária no campo da saúde, que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros. O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias (Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008): http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-325.htm. Atenção à saúde do idoso Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com 60 anos ou mais. O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes: Promoção do envelhecimento ativo e saudável; Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; A implantação de serviços de atenção domiciliar; O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de risco; Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; Fortalecimento da participação social; Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Ações estratégicas: Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde. Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa - Para indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Programa de Educação Permanente à Distância - Implementar programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica em saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do processode envelhecimento populacional para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde. Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades atuais de acesso. Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem qualificar a dispensação e o acesso da população idosa. Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação geriátrica global, realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar. Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo de recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o sistema de saúde. Objetivo e metas para 2010 e 2011 Objetivo: Promover a formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa. Meta: Redução em 2% da taxa de internação hospitalar em pessoas idosas por fratura de fêmur. Controle do câncer de colo de útero e de mama Objetivos para o Controle do Câncer de Colo de Útero: Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo de útero, conforme protocolo, em 2006. Incentivo da realização da cirurgia de alta frequência técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino comprometidas (com lesões intraepiteliais de alto grau) com menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006. Metas para o Controle do Câncer de mama: Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo. Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo. Objetivos para 2010 e 2011 Ampliar a oferta do exame preventivo do câncer do colo do útero visando alcançar uma cobertura de 80% da população alvo. Tratar/seguir as lesões precursoras do câncer do colo do útero no nível ambulatorial. Ampliar a oferta de mamografia visando alcançar uma cobertura de 60% da população alvo. Redução da mortalidade infantil e materna Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil: Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006. Reduzir em 50% os óbitos por doença diarreica e 20% por pneumonia, em 2006. Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação da atenção as doenças prevalentes. Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com população acima de 80.000 habitantes, em 2006. Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna: Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em 2006. Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes hipertensivas no parto. Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam às necessidades das maternidades e outros locais de parto. Objetivos para redução da mortalidade infantil para 2010 e 2011 Objetivo: Reduzir a mortalidade infantil e reduzir a mortalidade materna Meta 2010 e 2011: reduzir em 2,4% a mortalidade infantil; reduzir a mortalidade infantil neonatal em 3%; reduzir a mortalidade infantil pós-neonatal em 3%. Meta 2010: Investigar no mínimo 50% de óbitos de mulheres em idade fértil e maternos; reduzir em 15% o número de casos de sífilis congênita. Meta 2011: Investigar no mínimo 60% de óbitos de mulheres em idade fértil e maternos; reduzir em 15% o número de casos de sífilis congênita . Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, AIDS Objetivos e metas para o Controle da Dengue: Plano de Contingência para atenção aos pacientes, elaborado e implantado nos municípios prioritários, em 2006; Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti em 30% dos municípios prioritários ate 2006; Meta para a Eliminação da Hanseníase: Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habitantes em todos os municípios prioritários, em 2006. Metas para o Controle da Tuberculose: Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano; Meta para o Controle da Malária: Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da Amazônia Legal, em 2006; Objetivo para o controle da Influenza: Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e o sistema de informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. Objetivos para 2010 e 2011: Reduzir a letalidade dos casos graves de dengue; aumentar o percentual de cura nas coortes de casos novos de hanseníase a cada ano para atingir 90% de cura em 2011; ampliar a cura de casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera diagnosticados a cada ano; reduzir a incidência de malária na região da Amazônia Legal; aumentar a proporção de coleta de amostras clínicas para o diagnóstico do vírus influenza de acordo com o preconizado; fortalecer a vigilância epidemiológica da doença para ampliar a detecção de casos de hepatite B e a qualidade do encerramento dos casos por critério laboratorial; Reduzir a transmissão vertical do HIV. Meta para 2010: Obter taxa de letalidade das formas graves da dengue ≤ 2%; cura de no mínimo 89% dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes; cura de no mínimo 85% dos casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera diagnosticados nos anos das coortes; Índice parasitário anual de malária ≤ 12,9 por 1000 habitantes; coleta de no mínimo 80% de amostras clínicas do vírus influenza em relação ao preconizado; confirmação por sorologia de no mínimo 90% dos casos de hepatite B; taxa de incidência de AIDS em menores de 5 anos de idade ≤ 3,2. Meta para 2011: Manutenção da taxa de letalidade das formas graves da dengue ≤ 2 %; cura de no mínimo 90% dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes; cura de no mínimo 85% dos casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera diagnosticados nos anos das coortes; índice parasitário anual de malária ≤ 12,3 por 1000 habitantes; coleta de no mínimo 80% de amostras clínicas do vírus influenza em relação ao preconizado; confirmação por sorologia de no mínimo 93% dos casos de hepatite B; taxa de incidência de AIDS em menores de 5 anos de idade ≤ 3,0. Promoção da saúde Objetivos: Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, de responsabilidade dos três gestores; Enfatizar a mudança de comportamento da população brasileira de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo; Articular e promover os diversos programas de promoção de atividade física já existentes e apoiar a criação de outros; Promover medidas concretas para aquisição do hábito da alimentação saudável; Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde que contemple as especificidades próprias dos estados e municípios, devendo iniciar sua implementação em 2006; Objetivos para 2011 e 2011 Reduzir os níveis de sedentarismo na população; reduzir a prevalência do tabagismo no país. Metas para 2010: 15,2% dos adultos com atividade física suficiente no tempo livre; taxa de prevalência de tabagismo ≤ 15,8% por ano. Metas para 2011:15,3% dos adultos com atividade física suficiente no tempo livre; taxa de prevalência de tabagismo ≤ 15,5% por ano. Fortalecimento da atenção básica Objetivos Assumir a estratégia de saúde da família como estratégia prioritária para o fortalecimento da atenção básica, devendo seu desenvolvimento considerar as diferenças loco-regionais; Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da atenção básica por meio de estratégias de educação permanente e de oferta de cursos de especialização e residência multiprofissional e em medicina da família; Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família nos pequenos e médios municípios; Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família nos grandes centros urbanos. Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para esses serviços. Garantir o financiamento da Atenção Básica como responsabilidade das três esferas de gestão do SUS. Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Básica nas redes locais de saúde, por meio de vínculos de trabalho que favoreçam o provimento e fixação dos profissionais. Implantar o processo de monitoramento e avaliação da Atenção Básica nas três esferas de governo, com vistas à qualificação da gestão descentralizada. Apoiar diferentes modos de organização e fortalecimento da Atenção Básica que considere os princípios da estratégia de Saúde da Família, respeitando as especificidades loco-regionais. Objetivos para 2010 e 2011: Ampliar a cobertura populacional da Atenção Básica por meio da Estratégia Saúde da Família; ampliar o acesso à consulta pré-natal; reduzir a internação hospitalar por diabetes mellitus no âmbito do SUS; reduzir a internação hospitalar por acidente vascular cerebral (AVC) no âmbito do SUS; reduzir e monitorar a prevalência de baixo peso em crianças menores de 5 anos; Metas para 2010: Cobertura de no mínimo 54,5% da população cadastrada pela Estratégia Saúde da Família, Mínimo de 62,91% dos nascidos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal; taxa de internações por diabetes mellitus e suas complicações ≤ 6,0 por 10.000 habitantes; taxa de internações por acidente vascular cerebral (AVC) ≤ 5,2 por 10.000 habitantes; percentual de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade ≤ 4,4%; percentual de famílias acompanhadas pela atenção básica, beneficiárias do Programa Bolsa Família ≥ 70%. Meta para 2011: Cobertura de no mínimo 57% da população cadastrada pela Estratégia Saúde da Família; mínimo de 65,28% dos nascidos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal; taxa de internações por diabetes mellitus e suas complicações ≤ 5,7 por 10.000 habitantes; taxa de internações por acidente vascular cerebral (AVC) ≤ 4,7 por 10.000 habitantes; percentual de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade ≤ 4,0%; percentual de famílias acompanhadas pela atenção básica, beneficiárias do Programa Bolsa Família ≥ 73% Saúde do trabalhador Objetivo: Aumentar a identificação e a notificação dos agravos à Saúde do Trabalhador a partir da rede de serviços sentinela em Saúde do Trabalhador, buscando atingir toda a rede de serviços do SUS. Meta para 2010: Aumento de 15% em relação ao nº de notificações em 2008. Meta para 2011: Aumento de 30% em relação ao nº de notificações em 2008. Saúde mental Propõe o fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; Objetivo para 2010 e 2011: ampliar o acesso ao tratamento ambulatorial em saúde mental. Meta para 2010: Taxa de Cobertura CAPS ≥ 0,62% por 100.000 habitantes (corresponde a 107 novos CAPS); Meta para 2011: Taxa de Cobertura CAPS ≥ 0,66 por 100.000 habitantes. (corresponde a 86 novos CAPS) Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência Objetivo: ampliar as Redes estaduais de Serviços de Reabilitação para Pessoas com Deficiência. Meta para 2010: Habilitação de pelo menos 27 serviços de reabilitação visual nas unidades federativas. Meta para 2011: Habilitação de pelo menos 15 serviços de reabilitação visual nas unidades federativas. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência Objetivos: ampliar a rede de prevenção de violência e promoção à saúde nos estados e municípios; ampliar a cobertura da Ficha de Notificação / Investigação de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras violências. Metas para 2010: 70% de municípios prioritários do estado com rede de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde implantados; 20% de municípios prioritários do estado com notificação de violência doméstica, sexual e/outras violências implantadas. Metas para 2011: 80% de municípios prioritários do estado com rede de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde implantados; 30% de municípios prioritários do estado com notificação de violência doméstica, sexual e/outras violências implantadas. Saúde do homem Objetivos: inserir estratégias e ações voltadas para a Saúde do Homem nos Planos de Saúde Estaduais e Municipais; ampliar o acesso a cirurgias de patologias e cânceres do trato genital masculino. Metas para 2010: Implantar a Politica de Atenção Integral à Saúde do Homem nos 26 Estados e Distrito Federal, e 26 municípios selecionados. (27 Estados e 26 municípios); ampliar em 10% o número Prostatectomia Suprapubica, em relação ao ano anterior. Meta para 2011: Ampliar em 10% o número Prostatectomia Suprapubica, em relação ao ano anterior. 2.2. Pacto em Defesa do SUS O Pacto em Defesa do SUS é uma das dimensões do Pacto pela Saúde e visa expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e articular as ações que possam qualificar e assegurar o SUS como política pública. Expressa movimento de repotilização da saúde, com uma clara estratégia de imobilização social, e busca um financiamento compatível com as necessidades de saúde por parte dos entes Federados e inclui regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, do Conselho Nacional de Saúde, pelo Congresso Nacional http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/ec29.htm. Para tanto busca desenvolver as seguintes ações: articulação e apoio à mobilização social, por meio da promoção e desenvolvimento da cidadania, tendo como a saúde como um direito; diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS; ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais, em especial com os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania; elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS; regulamentação da Emenda Constitucional (EC) nº. 29 pelo Congresso Nacional, com o Projeto de Lei (PL) nº. 01/03; aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas em ações e serviços de saúde, de acordo com a Constituição Federal. 2.3. Pacto de Gestão do SUS De acordo com a PORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006, O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS.Parte da constatação de que o Brasil é um país continental e com muitas diferenças e iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais, é necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades regionais. Procura radicalizar a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados e para os municípios, promovendo um choque de descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional. Vem reiterar a importância da participação e do controle social com o compromisso de apoio à sua qualificação, além de explicitar as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: busca critérios de alocação equitativa dos recursos; reforça os mecanismos de transferência fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes federativos. O Pacto de Gestão do SUS valoriza a relação solidária entre gestores, definindo as diretrizes e responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento da gestão, em cada eixo de ação, sendo que os eixos de ação compactuada são: http://observasaude.fundap.sp.gov.br/pacto/pactoGestao/Paginas/Default.aspx, Descentralização dos processos administrativos relativos à gestão nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) a partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A CIT e o Ministério da Saúde promovem e apoiam os processos de qualificação permanente para as CIBs, que são instâncias de pactuação e deliberação para a realização de pactos intraestaduais e para a definição de modelos organizacionais. Regionalização de um determinado espaço geográfico contínuo, com um recorte territorial que se constitui numa Região de Saúde a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados neste mesmo território. A regionalização deve propiciar: certo grau de resolutividade com suficiência em atenção básica e parte da média complexidade; planejamento que leve em conta parâmetros de incorporação tecnológica; arranjos inter-regionais para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da média complexidade da assistência; se constituir em um espaço permanente de pactuação, cogestão solidária e cooperativa por meio de um Colegiado de gestão Regional (CGR). Financiamento do SUS tendo como princípios: a responsabilidade das três esferas de Governo; a diminuição das iniquidades regionais (entendendo regionais como os diferentes recortes territoriais – município, estado, região de saúde, macrorregião); o repasse fundo a fundo, preferencialmente; a constituição de blocos de financiamento para o repasse federal de custeio do SUS – atenção básica, atenção da média e alta complexidade, vigilância à saúde, assistência farmacêutica, gestão do SUS; e a aplicação dos recursos federais de investimento segundo os eixos prioritários de estímulo à regionalização e o fortalecimento da tenção básica, sendo prioritários para os municípios que assinaram o Termo de Compromisso de Gestão. Planejamento no SUS tendo como critério as necessidades de saúde da população. Programação Pactuada Integrada (PPI) define a programação das ações de saúde em cada território e norteia a alocação dos recursos financeiros para a saúde a partir de critérios e parâmetros pactuados entre os gestores. Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial tem como principais diretrizes: cada prestador responde a um gestor; a regulação dos prestadores de serviços deverá ser, preferencialmente, do município; é responsabilidade do gestor estadual a regulação das referências intermunicipais e a operação dos complexos reguladores, com referência intermunicipal, deve ser pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Participação e Controle Social definidos como princípios doutrinários assegurados pela Constituição Brasileira e pelas Leis Orgânicas da Saúde (Lei 8080/90 e 8142/90). Gestão do Trabalho na Saúde busca a valorização dos trabalhadores da Saúde, a redução dos conflitos e a humanização das relações de trabalho. É um eixo estruturante da política de recursos humanos do SUS. Educação na Saúde visa avançar na implementação da Política Nacional de Educação Permanente. Portanto, suas prioridades são: Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação. Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na descentralização; regionalização; financiamento; programação pactuada e integrada; regulação; participação e controle social; planejamento; gestão do trabalho e educação na saúde. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/GM/GM-325.htm. Acesso em: 06/03/2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/ec29.htm. Acesso em: 06/03/2014. BRASIL. PORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Portaria_399.pdf. Acesso em 06/-3/2013 3-DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 8.080/90 HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL_03/_ATO2011- 2014/2011/DECRETO/D7508.HTM. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde-SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. (BRASIL, 2011) Pretende dar mais transparência à estrutura do SUS, garantindo maior segurança jurídica na fixação das responsabilidades dos entes federativos, contribuindo para que o cidadão conheça as ações e os serviços de saúde ofertados nas regiões de saúde e organizados em RAS.(BRASIL, MS, 2011) É um aprimoramento do pacto pela saúde que traz algumas inovações, que, de acordo com o seu Art. 2º, deve considerar: I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; Instituída pelo estado, em articulação com os municípios (CIT), deve conter, no mínimo: atenção primária; urgência e emergência; atenção psicossocial, ambulatorial especializada e hospitalares; vigilância em saúde (pactuadas entre as CI); Referências para transferência de recursos, um mapa de saúde. II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;Deve organizar e integrar as ações e serviços de saúde (rede); definir responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho; recursos financeiros; controle e fiscalização. O contrato é feito entre municípios, estados e união (ações, deveres, direitos e responsabilidades individuais e coletivas) e com controle social (CS); deve estabelecer metas e contribuir nas estratégias do consolidação do SUS; III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; Esses serviços são: atenção primária, de urgência e emergência; psicossocial; ambulatoriais, hospitalares (referenciadas pelas Portas de Entrada); especiais de acesso aberto; novas portas poderão ser criadas; a população indígena terá outras regras; deve assegurar a continuidade do cuidado; Devem promover o acesso universal, igualitário e ordenado, que deve ter transparência, integralidade e equidade; orientar e ordenar os fluxos das ações e serviços; monitorar o acesso; ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; Que são: CIT: União, vinculada ao MS para efeitos administrativos e operacionais; CIB: Estado, vinculada à SES, para efeitos administrativos e operacionais; CIR: Regional, vinculada à SES, para efeitos administrativos e operacionais (CIB); CI: pode ser representadas pelas CONASS; CONASEMS; COSEMS, que viabilizarão as diretrizes definidas pelas instâncias do controle social: o Conselho Nacional; 27 Conselhos Estaduais e 5.565 Conselhos Municipais de Saúde. V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; Deve identificar as necessidades de saúde de cada região; orientar o planejamento integrado; ser a base para o SUS elaborar os planos de saúde específicos para os municípios, estados e regiões. VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; Serão definidos pelos entes federativos: a integralidade da assistência se inicia e se completa na RAS; informação para a população (SUS) pela RENASES-Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (mamografia; acupuntura; de exames de rotina...) e RENAME-Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (medicamentos disponíveis para a população) VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Principais pontos do Decreto 7.508: definiu e aprofundou os conceitos de regionalização, hierarquização, região de saúde e contrato entre os entes públicos; oficializou a AB como porta de entrada e ordenadora do acesso ao SUS; criou os Contratos Organizativos da Ação Pública como instrumento para estabelecer a relação entre as esferas de governo; definiu planejamento integrado, apresentando o Mapa da Saúde, como ferramenta de apoio; estabeleceu a centralidade da Região de Saúde, que deve funcionar como base para a alocação de recursos; criou RENASES, lista com todas as ações e serviços de responsabilidade do SUS; determinou o funcionamento da RENAME, lista de medicamentos, para dar mais eficiência aos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Resumindo, o Dec.7.508 significa a regionalização da saúde, a qualificação do acesso ao usuário ao SUS, promovendo maior integração entre união, estados e municípios, eficiência no atendimento básico e especializado e transparência no cumprimento das ações de saúde. Significa, também, maior responsabilidade sanitária para o gestor e poder de fiscalização para o controle social. REFERÊNCIA BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamentação da Lei nº 8.080/90. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/decreto/d7508.htm. Acesso em: 22/04/2014 4. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO REDE HUMANIZA SUS Os princípios e as diretrizes do SUS indicam o que e como deve ser a política de saúde pública no Brasil: universal, integral, equânime, descentralizada e com a participação do cidadão. O Programa Humaniza SUS tem como valores norteadores a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, bem como o estabelecimento de vínculos solidários e participação coletiva no processo de gestão. Para tanto, valorizar os diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção da saúde é valorizar usuários, trabalhadores e gestores. Os princípios do Programa Humaniza SUS são: • Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde: • As formas de gerir determinam as técnicas e a clínica, sendo, portanto, práticas interdependentes e complementares. • Transversalidade: • Concepções e práticas que estão presentes nas diferentes ações visando aumentar a abertura para a comunicação intra e intergrupos, possibilitando a mudanças nas práticas da saúde • Autonomia e protagonismo dos sujeitos: • Corresponsabilidade entre gestores, usuários e a participação coletiva na gestão e promover o fazer. Os objetivos do Programa Humaniza SUS são: • Motivar trabalhadores, gestores e usuários com os princípios da humanização; • Melhorar as iniciativas de humanização existentes; • Desenvolver tecnologias interativas; • Melhorar as estratégias e metodologias de apoio às mudanças; • Melhorar o processo de avaliação, tendo como exemplo as experiências coletivas que deram bons resultados; • Garantir nas unidades de saúde, educação permanente aos trabalhadores e gestão participativa incluindo trabalhadores e usuários; • Diminuir as filas e o tempo de espera, ampliando o acesso a um atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco e não em ordem de chegada; • Garantir ao usuário acesso a informações sobre saúde e sobre o código (carta) dos usuários do SUS Carta de usuários do SUS: Direitos e deveres dos usuários da saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html. A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que você conheça seus direitos na hora de procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A Carta é uma importante ferramenta para que você conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de saúde ainda mais efetivo. Os princípios da carta são: • Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde; • Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema; • Todo cidadão tem direito ao atendimentohumanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação; • Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos; • Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada; • Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos Os macro-objetivos do Programa Humaniza SUS são: • Ampliar as ofertas da PNH aos gestores e aos conselhos de saúde priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; • Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil; • Divulgar a PNH e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições. Como fazer para que dê certo é questão de definição de um método adequado, portanto: Humanização na perspectiva do trabalhado deve considerar: • Condições de trabalho • Plano de carreira • Salário • Acesso à tecnologia • Gestão participativa do trabalho com democracia nas relações Humanização na perspectiva do cidadão deve ter: • Direito garantido de acesso, universalidade e equidade • Saúde como um valor da sociedade brasileira • Responsabilidade sanitária: quem cuida de quem? • Continuidade dos tratamentos-cuidados • Como garantir seguimento dos cuidados entre níveis de atenção • Como articular/fazer comunicação entre diferentes serviços Não se trata de humanizar o humano, mas enfrentar e lidar com relações de poder, trabalho e afeto. Diretrizes e orientações ético-políticas do Programa Humaniza SUS são: • Acolhimento • Cogestão e gestão democrática • Clínica Ampliada • Valorização do trabalho e do trabalhador • Defesa dos direitos do usuário • Alteração da dinâmica da organização do trabalho Acolhimento é: Ação técnico-assistencial que visa à mudança da relação profissional/usuário e sua rede social através de parâmetros técnicos, ético, humanitário e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde. O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuraram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários. O acolhimento não é um espaço ou um local, e sim uma postura ética, não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, implica compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias e invenções. Assim, diferencia-se de triagem, pois o acolhimento não se constitui como uma etapa do processo, mas como ação que deve ocorrer em todos os locais e momentos dos serviços de saúde. Os objetivos do programa Humaniza SUS são: • Melhoria do acesso dos usuários aos serviços de saúde, mudando a forma burocrática de entrada por filas e ordem de chegada; • Humanização das relações entre profissionais de saúde e usuários no que se refere à forma de escutar o usuário em seus problemas e demandas; • Mudança de objeto da doença para o doente (sujeito); • Abordagem integral a partir de parâmetros humanitários de solidariedade e cidadania; • Aperfeiçoamento do trabalho em equipe; • Aumento da responsabilização dos profissionais de saúde; • Operacionalização de uma clínica ampliada que implica a abordagem do usuário para além da doença e suas queixas, construção de vínculo terapêutico visando aumentar o grau de autonomia e de protagonismo dos sujeitos no processo de produção de saúde e a elaboração de projeto terapêutico individual e coletivo. As ferramentas do programa Humaniza SUS são: • Fluxograma analisador: desenho do modo de organizar os processos de trabalho que se vinculam em torno de uma certa cadeia de produção; • Oficinas de discussão e construção de ações com acento no trabalho grupal e multiprofissional coma participação de equipe local e/ou consultorias externas; • Elaboração de protocolo: sob a ótica da intervenção multiprofissional na qualificação da assistência, legitimando a inserção do conjunto de profissionais ligados à assistência, humanização do atendimento, identificação de risco por todos os profissionais, definição de prioridades e padronização de medicamento O Programa Nacional de Humanização conta com o Apoio Matricial que se complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência”, dando apoio assistencial e técnico pedagógico. • “O apoio matricial é um arranjo organizacional que viabiliza o suporte técnico em áreas específicas para as equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações básicas de saúde” (MS, Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental, 2005). • Avaliação de desempenho: indicadores de resultados. Conta, também, com Clínica ampliada: • Diretriz de atuação dos profissionais de saúde; • Visa articular e dialogar com diferentes saberes, para a compreensão dos processos de saúde e doença, e inclusão dos usuários como cidadãos participantes das condutas em saúde, inclusive da elaboração de seu projeto terapêutico (BRASIL, 2009). As características da Clínica Integrada são: • Um compromisso radical com o sujeito doente visto de modo singular; • Assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde; • Buscar ajuda em outros setores; • Reconhecer os limites do conhecimento dos profissionais de saúde e das tecnologias por eles empregadas; • Assumir um compromisso ético profundo (Caderno da Atenção Básica: Diretrizes do NASF, 2009). PNH- Projeto Terapêutico Singular – PTS: • Pretende a singularidade – a diferença – como elemento central de articulação; • Representa um momento de toda a equipe envolvida, no qual as opiniões são importantes; • Conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo (interdisciplinar); • Foi bastante desenvolvido em espaços de atenção à saúde mental (Caderno da Atenção Básica: Diretrizes do NASF, 2010). Seu desenvolvimento se dá da seguinte forma: • Diagnóstico: deverá conter uma avaliação orgânica, psicológica e social. • Definição de metas: diagnóstico e propostas de curto, médio e longo prazo. • Divisão de responsabilidades: definição de tarefas Reavaliação: correção de rumo (Caderno da Atenção Básica: Diretrizes do NASF, 2010). A PNH é uma oferta para o enfrentamento dos problemas do SUS, que visa gerar soluções coletivas, reafirmando os princípios do SUS como inalienáveis, como incontornáveis. Humanizar a saúde é, pois, construir relações mais afirmativas dos valores que orientam nossa política pública de saúde, como a solidariedade, a equidade e a justiça social Podemos participar fazendo parte da REDE HUMANIZA SUS, que é a rede social das pessoas interessadas e/ou já envolvidas em processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS. Seu objetivo é criar uma rede de colaboração, que permita o encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um. Trata-se de uma arena aberta pela Política Nacional de Humanização para ampliar o diálogo em torno de seus
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