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1 
 
Dos crimes contra a liberdade pessoal 
Direito Penal IV – Prof. Rafael Faria 
 
1) Introdução: 
 
a) Localização topográfica: 
 Os crimes contra a liberdade individual se encontram no Título I da Parte 
Especial do Código Penal (crimes contra a pessoa). Mais especificamente, estão 
localizados no Capítulo VI do referido Título (dos crimes contra a liberdade 
individual). Possuem Seção específica dentro do mencionado Capítulo (Seção I – dos 
crimes contra a liberdade pessoal). 
 São previstos, no diploma penal, os seguintes crimes contra a liberdade pessoal: 
 
“CAPÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
SEÇÃO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
 Constrangimento ilegal 
 Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 Aumento de pena 
 § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do 
crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
 § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
 § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
 I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
2 
 
 II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 Ameaça 
 Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 Seqüestro e cárcere privado 
 Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere 
privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) 
 Pena - reclusão, de um a três anos. 
 § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
 I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
 III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
 IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 
11.106, de 2005) 
 V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 Redução a condição análoga à de escravo 
 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a 
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída 
com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 § 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
3 
 
 § 2
o
 A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
 I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)” 
 
 
b) Fundamento constitucional do direito à liberdade: 
 Os crimes aqui analisados objetivam, num primeiro momento, a proteção do 
direito à liberdade, o qual encontra fundamento constitucional nos seguintes 
dispositivos: 
“PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma 
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e 
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das 
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” 
 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei;” 
 
4 
 
 Superada esta breve introdução, passamos a analisar os crimes contra a 
liberdade pessoal em específico. 
 
2) Constrangimento ilegal 
 
a) Previsão legal: 
 
“Constrangimento ilegal 
 Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei 
permite, ou a fazer o que ela não manda: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 Aumento de pena 
 § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do 
crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
 § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
 § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
 I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu 
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
 II - a coação exercida para impedir suicídio.” 
 
b) Análise do dispositivo 
 A figura do constrangimento ilegal vem ao encontro dos ditames constitucionais 
acima elencados, em especial, àquele previsto no art. 5º, II, CF (“II - ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”). 
 O tipo é composto pelo núcleo “constranger”, que significa impedir, limitar ou 
mesmo dificultar a liberdade de alguém. 
5 
 
Para tanto, o agente age com violência (vis corporalis) – exercida contra o 
próprio corpo da vítima - ou grave ameaça (vis compulsiva) – exercendo influência 
precipuamente sobre o espírito da vítima, impedindo-a de atuar conforme sua 
vontade. 
O crime pode ser praticado ainda por meio da violência imprópria, que é aquela 
que se dá quando o agente, por qualquer outro meio que não a violência ou grave 
ameaça, reduz a capacidade de resistência da vítima. Exemplo: entorpecentes, 
hipnose, etc. 
Além disso, o constrangimento perpetrado pelo sujeito ativo deve se dirigir no 
sentido de obrigar a vítima a não fazer aquilo que a lei permite ou mesmo a fazer o 
que ela não manda. 
Por fim, deve-se ressaltar que o delito de constrangimento é subsidiário, tendo 
aplicação somentequando outro crime que tenha como elementar o 
constrangimento não incida no caso concreto. Por exemplo, se a vítima é 
constrangida, mediante violência ou grave ameaça, a entregar ao sujeito ativo 
determinada importância em dinheiro, estará configurado o crime de extorsão (art. 158, 
CP), especial em relação ao constrangimento ilegal. 
 
c) Classificação: 
Trata-se de crime comum quanto ao sujeito ativo, bem como quanto ao sujeito 
passivo; doloso; material; de forma livre; em regra, comissivo; instantâneo; 
subsidiário; monossubjetivo; plurissubsistente; de dano; e transeunte. 
 
d) Bem juridicamente protegido ou objeto jurídico: 
 O bem juridicamente protegido é a liberdade, tanto em seu aspecto físico 
(liberdade de movimento) quanto no seu aspecto psíquico (livre formação da 
vontade, sem coação). 
 
6 
 
e) Objeto material: 
É a pessoa que, em razão da violência, grave ameaça ou de qualquer outro meio 
que lhe reduz a capacidade de resistência, é obrigada a não fazer o que a lei permite 
ou a fazer o que ela não manda. 
 
f) Sujeito ativo e sujeito passivo: 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa física. O sujeito passivo também 
pode ser qualquer pessoa física, desde que tenha capacidade de discernimento, a 
fim de poder entender que está sendo constrangida a não fazer o que a lei permite. 
 
g) Consumação: 
Tratando-se de crime material, o qual exige a produção de resultado naturalístico 
para sua consumação, tem-se que o crime em tela se consuma quando a vítima deixa 
de fazer o que a lei permite ou faz aquilo que ela não manda. 
 A doutrina entende que, para consumação do constrangimento ilegal, não há 
necessidade de que a ação ou omissão seja feita integralmente conforme desejada pelo 
sujeito ativo, bastando que esta tenha se dado de forma parcial. 
 
h) Tentativa: 
 Por se tratar de crime plurissubsistente, admite-se a tentativa. Exemplo: quando 
a vítima, mesmo intimida pelo agente, não deixa de fazer aquilo que a lei permite. 
 
i) Elemento subjetivo: 
 O dolo é o elemento subjetivo do crime em tela, tanto o direto quanto o eventual. 
 Não se admite modalidade culposa, por ausência de previsão legal. 
7 
 
 Além disso, se faz necessário que o agente haja com especial fim de agir, ou 
seja, sua conduta deve ser dirigida finalisticamente a constranger a vítima a não fazer o 
que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. 
 
k) Modalidades comissiva e omissiva: 
 Como vimos, o crime em análise se dá, em regra, por meio de um modelo 
comissivo, ou seja, através de uma ação, consistente em “constranger”. 
 Entretanto, é possível a ocorrência de modalidade omissiva, desde que o 
agente goze do status de garantidor, nos termos do art. 13, §2º, CP. Greco dá o 
exemplo da enfermeira que obriga um famoso ator, que está internado na enfermaria em 
que ela trabalha, a dar-lhe um autógrafo com palavras amorosas, sob pena de não lhe 
aplicar a medicação destinada a lhe aliviar a dor. 
 
l) Causas de aumento de pena: 
 Estabelece o §1º do art. 146, CP: “As penas aplicam-se cumulativamente e em 
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há 
emprego de armas”. 
 Na referida hipótese, as penas que eram, inicialmente, alternativas, ou seja, 
privativa de liberdade ou multa, passam a ser cumulativas, quer dizer, privação de 
liberdade mais a pena pecuniária. Ademais, as penas serão dobradas. 
 Sublinhe-se que as armas aqui utilizadas podem ser próprias – instrumentos 
normalmente destinados ao ataque ou a defesa – ou impróprias – aquelas que, embora 
não destinadas aos fins citados, têm aptidão ofensiva e costumam ser usados para ataque 
ou defesa. 
 
m) Concurso de crimes: 
Estabelece o §2º: “Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à 
violência. 
8 
 
Apesar de a violência ser um dos elementos integrantes do constrangimento 
ilegal, o legislador entendeu por bem puni-la de forma distinta. Assim, aplicam-se 
também as penas correspondentes ao delito de lesão corporal utilizado como meio 
para a prática do constrangimento. 
O entendimento majoritário é que o dispositivo em questão previu o concurso 
material de crimes entre o constrangimento ilegal e a lesão corporal, nos termos do 
art. 69, CP. 
Rogério Greco, em linha diversa, considera se tratar de hipótese de concurso 
formal impróprio, nos termos da segunda parte do art. 70, CP. 
 
n) Causas que conduzem à atipicidade do fato: 
Segundo o §3º do art. 146, CP: “Não se compreendem na disposição deste 
artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de 
seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação 
exercida para impedir suicídio”. 
Conforme Greco, tratam-se de “situações que conduzem à atipicidade do fato 
praticado pelo agente”, em razão de tais condutas não se revelarem 
antinormativas. Destaca o autor, todavia, que há entendimentos no sentido de que se 
tratam de excludentes de ilicitude. 
 
o) Pena, ação penal, competência para julgamento e suspensão condicional do 
processo: 
 Como vimos, a pena cominada para o crime de constrangimento ilegal, em sua 
modalidade simples, é de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa. Seu 
julgamento é de competência do Juizado Especial Criminal, sendo aplicáveis os 
institutos da transação penal e suspensão condicional do processo. Ademais, trata-
se de crime cuja ação penal é de iniciativa pública incondicionada. 
 
9 
 
p) Vítima constrangida a praticar infração penal: 
Se o sujeito ativo constranger a vítima a praticar crime, entende-se, em regra, 
que a vítima agiu sob coação moral irresistível, nos termos do art. 22, CP. Assim, a 
vítima não responderá por qualquer crime, enquanto o sujeito ativo responderá 
pelo crime praticado pelo (em autoria mediata) em concurso com o 
constrangimento ilegal. 
 
q) Consentimento do ofendido: 
É possível o consentimento do ofendido no crime de constrangimento ilegal, 
haja vista que, segundo Greco, “a liberdade, seja física ou psíquica é um bem 
disponível”. Reconhecido o consentimento do ofendido, ficará afastada a ilicitude 
do fato. 
Relembremos os requisitos para admissão do consentimento do ofendido, a 
saber: a) disponibilidade do bem; b) capacidade para consentir; c) que o 
consentimento tenha sido prévio ou, pelo menos, simultâneo. Exemplo: indivíduo 
quer parar de fumar e pede para o amigo tirar o cigarro de sua boca, violentamente, 
sempre que acender um. 
 
3) Ameaça 
a) Previsão legal: 
 “ Ameaça 
 Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.” 
 
b) Análise do dispositivo: 
10 
 
 Como se depreende do dispositivo em tela, o crime de ameaça pode ser 
cometido por meio de palavras, escritos, gestos ou qualquer outro meio simbólico, 
como no exemplo apresentado por Greco em que o agente, com o intuito de ameaçar seu 
vizinho, envia-lhe, dentro de uma caixa de sapatos, um passarinho com o pescoço 
quebrado. 
 Deve-se destacar que ameaça pode ser direta – quando se dirige à pessoa ou 
patrimônio do próprio sujeito passivo – ou indireta – quando se direciona à pessoa 
vinculada pelo sujeito passivo por especiais relações de afeto. Também pode ser 
explícita (exemplo: “vou te matar”) ou implícita (exemplo: “não tenho medo de ir para 
cadeia”). 
 Também do texto legal se conclui que o mal desejado deve ser injusto – no 
sentido de não encontrar amparo legal – e grave – deveser capaz de infundir 
temor na vítima. Assim, ameaçar o sujeito passivo de executá-lo judicialmente por 
uma dívida não se revela injusto; de igual modo, ameaçar alguém dizendo que não o 
convidará para sua festa de casamento também não demonstra gravidade. 
 Nucci e Greco entendem que ameaça deve ser ainda futura. Isto porque se o 
sujeito ativo anuncia um mal imediato estará executando crime mais grave ou, pelos 
menos, praticando atos preparatórios para sua execução. Damásio, todavia, entende que 
pela desnecessidade de o mal ser futuro. 
 Por fim, o mal prometido deve ser verossimilhante, ou seja, aquele que pode 
ser efetivamente produzido. Por exemplo: não se configurará a ameaça se o sujeito ativo 
ameaça a vítima de que fará um raio cair em sua cabeça. 
 
b) Classificação: 
 Trata-se de crime comum em relação ao sujeito ativo e ao sujeito passivo; 
doloso; formal; de forma livre; em regra, comissivo; instantâneo; monossubjetivo; 
unissubsistente ou plurissubsistente; transeunte ou não transeunte. 
 
c) Bem juridicamente protegido ou objeto jurídico: 
11 
 
É a liberdade pessoal, precipuamente a de natureza psíquica, mas também a 
física. De forma reflexa, protege-se a tranquilidade pública ou sentimento de 
segurança na ordem jurídica. 
 
d) Objeto material: 
É a pessoa contra quem são proferidas as ameaças. 
 
e) Sujeito ativo e sujeito passivo: 
 Tratando-se de crime comum, qualquer pessoa física pode ser sujeito ativo ou 
sujeito passivo do crime de ameaça. Em relação ao sujeito passivo, este deverá ter 
capacidade de discernimento em relação à promessa de mal injusto que lhe é proferida, 
ou seja, deverá ter capacidade para sentir a intimidação. 
Ressalta Greco que se a ameaça for praticada por funcionário público no 
exercício de suas funções, poderá restar configurado o crime de abuso de autoridade 
previsto no art. 3º da Lei 4898/65. 
 
f) Consumação e tentativa: 
 Tratando-se de crime formal, este se consuma independentemente de a vítima 
se sentir intimidada. Como explica Greco, “basta, para fins de sua caracterização, que 
a ameaça tenha a possibilidade de infundir temor em um homem comum e que tenha 
chegado ao conhecimento deste, não havendo necessidade, inclusive, da presença da 
vítima no momento em que as ameaças foram proferidas”. 
 Na modalidade escrita, é possível a modalidade tentada, como no clássico 
exemplo da carta ameaçadora interceptada. 
 
g) Elemento subjetivo: 
12 
 
O crime de ameaça pode ser cometido dolosamente, sendo o dolo direto ou 
eventual. 
Não se admite modalidade culposa, por ausência de previsão legal. 
Destaque-se que o animus jocandi, ou seja, o intuito de zombar ou brincar, 
exclui o crime. 
 
h) Pena, ação penal, competência e suspensão condicional do processo. 
Como vimos, o crime de ameaça prevê pena de detenção de 1 (um) a 6 (seis) 
meses ou multa para o crime de ameaça. 
Diante disso, verifica-se que a competência para processamento e julgamento do 
crime de ameaça incumbe ao Juizado Especial Criminal, sendo aplicáveis os 
institutos da transação penal e da suspensão condicional do processo. 
A ação penal é pública condicionada à representação, por força do parágrafo 
único do art. 147. 
 
i) Legítima defesa contra a ameaça: 
 Greco entende não ser cabível a legítima defesa contra a promessa de um 
mal futuro, injusto e grave. Isto porque, segundo o autor, “o mal pronunciado à vítima 
não está ocorrendo (atual) e nem prestes a acontecer (iminente), de modo que esta 
última tem plena possibilidade de, em um Estado de Direito, pedir o socorro das 
autoridades encarregadas da defesa da sociedade”. 
 
j) Pluralidade de vítimas: 
Havendo comportamento único, que tenha por finalidade ameaçar mais de 
uma pessoa, aplica-se a regra do concurso formal impróprio ou imperfeito (cúmulo 
material), previsto na parte final do art. 70, CP, por conta dos desígnios autônomos do 
agente. 
13 
 
 
k) Ira/cólera/embriaguez: 
Parte da doutrina entende que os estados de ira, cólera e embriaguez 
afastariam o elemento subjetivo (dolo) do crime de ameaça. Esta não é a posição 
adotada por Greco. 
 
4) Sequestro e cárcere privado 
 
a) Previsão legal: 
“Seqüestro e cárcere privado 
 Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere 
privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) 
 Pena - reclusão, de um a três anos. 
 § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
 I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
 III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
 IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 
11.106, de 2005) 
 V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.” 
 
b) Análise do dispositivo: 
O crime em tela cuida da liberdade ambulatorial, física. 
14 
 
A maioria da doutrina considera que o sequestro é sinônimo do cárcere privado. 
A única distinção seria no fato de que, no sequestro, o espaço físico disponível para a 
vítima se locomover é um pouco maior do que no cárcere privado. 
 
c) Classificação: 
Trata-se de crime, em regra, comum quanto ao sujeito ativo e ao sujeito passivo 
(salvo em determinadas modalidades qualificadas como veremos abaixo); doloso; 
comissivo ou omissivo impróprio; permanente; material; de forma livre; 
monossubjetivo; plurissubsistente. 
 
d) Bem juridicamente protegido ou objeto jurídico: 
 É a liberdade pessoal, no sentido de liberdade ambulatorial (ir, vir ou 
permanecer). Tem fundamento no art. 5º, XV, da CF (“é livre a locomoção no 
território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele 
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”). 
 
e) Objeto material: 
É a pessoa privada da liberdade, contra a qual recai a conduta do agente. 
 
f) Sujeito ativo e sujeito passivo: 
Qualquer pessoa física pode ser sujeito ativo ou sujeito passivo do crime em 
tela. Entretanto, se o sujeito ativo for funcionário público no exercício das funções, 
poderá incorrer em abuso de autoridade (Lei 4898/65 – art. 3º). 
 
g) Consumação e tentativa: 
15 
 
O crime analisado, por ser material, exige resultado naturalístico para sua 
consumação. Assim, este se consuma no momento em que o sujeito passivo é 
privado em sua liberdade, ou seja, quando se impossibilita a sua locomoção. 
A consumação se prolonga até o momento em que o sujeito passivo tem sua 
liberdade inteiramente recuperada. Trata-se, pois, de crime permanente, como 
vimos anteriormente. 
Deste modo, durante todo o período consumativo, o sujeito ativo se encontra em 
situação de flagrante. 
Destaque-se que não há necessidade de remoção da vítima. Exemplo: vítima é 
impedida de sair de sua própria casa, sendo trancada ali por seu algoz. 
É possível a tentativa, tendo em conta se tratar de crime plurissubsistente. 
Sublinhe-se que, conforme defende Greco, se a privação de liberdade perdurar por 
tempo razoável, o delito restará consumado; se apenas momentânea, existirá somente 
tentativa. 
 
h) Elemento subjetivo: 
O dolo, direto ou eventual, é o elemento subjetivo do crime de sequestro e 
cárcere privado. 
Não se admite modalidadeculposa, por ausência de previsão legal. 
O dolo deve ser tão somente no sentido de privação de liberdade. Se o 
sequestro se der com o fim de obter vantagem como condição ou preço de resgate, por 
exemplo, teremos o crime de extorsão mediante sequestro. Assim, o crime de sequestro 
ou cárcere privado se revela como delito subsidiário, configurando-se somente 
quando a privação e liberdade não for elemento de outro tipo penal especial. 
 
i) Modalidades comissiva e omissiva: 
O crime em análise pode ser praticado tanto na forma comissiva – denominada 
detenção - quanto na forma omissiva – denominada retenção. 
16 
 
 
j) Modalidades qualificadas: 
Os §§1º e 2º estabelecem modalidades qualificadas para o crime de sequestro e 
cárcere, in verbis: 
 
 “ § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
 I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; 
 III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
 IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 
11.106, de 2005) 
 V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) 
 § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.” 
 
Para que se veja presente a qualificadora prevista no inciso I do §1º, se faz 
necessária a prova mediante documento hábil. De igual modo, deve-se proceder em 
relação ao inciso IV. Em relação aos descendentes, importante ressaltar também que, 
segundo Greco, aí se incluem os filhos adotivos por força do art. 227, §6º, CF. 
Ademais, o agente deve ter conhecimento que pratica o crime contra ascendente, 
descendentes, cônjuge, companheiro ou maior de 60 (sessenta) anos – se assim não o 
for, poderá incorrer no chamado erro de tipo, que afasta a qualificadora. 
Em relação ao inciso II, destaque-se que a internação deve ser o meio 
fraudulento utilizado para encobrir sua verdadeira finalidade, qual seja, a 
privação de liberdade da vítima. Se um médico determinou a internação, por 
exemplo, poderá ser considerado coautor. 
17 
 
No que concerne ao inciso III, o prazo ali mencionado possui natureza penal, 
sendo contado nos termos do art. 10, CP (incluindo-se o dia do começo em seu 
cômputo). 
Já na hipótese do inciso V, o crime de sequestro e cárcere privado será 
qualificado mesmo que não tenham ocorrido os atos libidinosos com a vítima, 
importando, tão-somente, a finalidade especial com que atua o agente. 
Na modalidade qualificada prevista no §2º por maus-tratos deve ser entendida 
qualquer ação ou omissão que cause ou possa causar dano ao corpo ou saúde da 
vítima ou vexá-la moralmente. Já a natureza da detenção refere-se às condições 
objetivas da detenção. 
Havendo conflito aparente de normas entre os §§1º e 2º, este último deverá 
prevalecer em relação ao primeiro, conforme ensina Greco. 
 
k) Pena, ação penal e suspensão condicional do processo: 
Como vimos na modalidade simples, a pena é de reclusão de 1 (um) a 3 
(três) anos. Deste modo, cabível o sursis processual. 
Na modalidade qualificada do §1º, prevê-se pena de reclusão de 2 (dois) 
a 5 (cinco) anos. Já na qualificadora do §2º, a pena é mais severa, de reclusão de 
2 (dois) a 8 (oito) anos. 
Em todas as modalidades, a ação penal é pública incondicionada. 
 
l) Consentimento do ofendido 
Conforme Greco, “a liberdade é um bem de natureza disponível. Dessa 
forma, poderá a vítima dispor do seu direito de ir, vir e permanecer, desde que 
presentes todos os requisitos necessários à validade do seu consentimento”. Nesse 
sentido, o TJMG: “Não há que se falar em cárcere privado se a detenção da suposta 
vítima em determinado lugar se dá com o seu consentimento, ainda que tácito”. 
18 
 
Na lição de Bittencourt, em complemento ao raciocínio anterior, “contudo, 
tratando-se de bem jurídico tão elementar como é o direito de liberade, convém 
destacar que o efeito excludente do consentimento da vítima não goza de um 
absolutismo pleno, capaz de legitimar toda e qualquer supressão da liberdade do 
indivíduo. O consentimento não terá valor se violar princípios fundamentais de Direito 
Público ou, de alguma forma, ferir a dignidade da pessoa humana, como, por exemplo, 
“tempo de privação de liberdade (perpétua ou por muito tempo) ou o modo de sua 
supressão (p. ex. ligado o indivíduo a cadeias, encerrado em lugar malsão etc.) ou o 
objetivo (prestação servil ou de qualquer modo ilícita). 
 
m) Sequestro e cárcere privado e a novatio legis in pejus: 
Se, durante o período em que a vítima permanecia privada de sua 
liberdade, entrar em vigor uma lei nova, aumentando, por exemplo, as penas 
cominadas ao delito de sequestro ou cárcere privado, esta terá plena aplicação – 
mesmo que mais gravosa – em decorrência de se tratar de crime permanente, cuja 
consumação se protrai no tempo, conforme definido na Súmula 711 do STF, abaixo: 
Súmula 711, STF: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É 
ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. 
 
4) Redução à condição análoga à de escravo 
 
a) Previsão legal: 
“Redução a condição análoga à de escravo 
 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a 
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída 
com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
19 
 
 § 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 § 2
o
 A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
 I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)” 
 
b) Análise do dispositivo: 
O referido crime é conhecido doutrinariamente como “plágio”. Aqui, a lei penal 
assevera que se reduz alguém à condição análoga a de escravo, dentre outras 
circunstâncias, quando: a) o obriga a trabalhos forçados; b) impõe-lhe jornada 
exaustiva de trabalho; c) sujeita-o a condições degradantes de trabalho; d) 
restringe, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto. 
O conceito de trabalho forçado deve ser entendido aquele para o qual a 
vítima não se ofereceu voluntariamente, sendo ela compelida a realiza-lo por meios 
capazes de inibir sua vontade. 
A jornada exaustiva de trabalho, por sua vez, culmina por esgotar 
completamente suas forças, minando-lhe a saúde física e mental. 
Como condições degradantes devem serentendidas aquelas que estão 
aquém do mínimo de saúde, segurança, moradia, respeito e alimentação. 
A restrição da locomoção em decorrência de dívida, se dá, por exemplo, 
naquela hipótese em que o empregador é obrigado a adquirir gêneros alimentícios 
para sua subsistência diretamente do empregador, por preço acima do valor de 
mercado, comprometendo grande parte de sua remuneração. 
 
20 
 
c) Classificação: 
Trata-se de crime próprio quanto ao sujeito ativo e ao sujeito passivo; 
doloso; comissivo ou omissivo impróprio; de forma vinculada; permanente; 
material; monossubjetivo; plurissubsistente. 
 
d) Bem juridicamente protegido ou objeto jurídico 
O bem juridicamente protegido é a liberdade, em especial a de locomoção. 
De forma reflexa, protege-se a vida, a saúde e segurança do trabalhador. 
 
e) Objeto material: 
É a pessoal contra a qual recai a conduta do agente, que a reduz a condição 
análoga a de escravo. 
 
f) Sujeito ativo e sujeito passivo: 
Por se tratar de crime próprio, exige-se especial qualificação dos sujeitos ativo 
e passivo, devendo haver entre eles uma relação de trabalho para a consumação do 
delito. Deste modo, o sujeito ativo será o empregador que utiliza a mão de obra escrava, 
enquanto o sujeito passivo será o empregado que se encontra numa condição análoga a 
de escravo. 
 
g) Consumação e tentativa: 
A consumação se dá com a privação de liberdade da vítima ou submissão a 
condições degradantes, se prologando no tempo, enquanto estas condições se 
mantêm, por se tratar de crime permanente. 
Sendo um crime plurissubsistente, admite a tentativa. 
 
21 
 
h) Elemento subjetivo: 
O dolo é o elemento subjetivo do tipo, sendo ele o dolo direto ou eventual. 
Não admite modalidade culposa, por ausência de disposição legal. 
 
i) Causa de aumento de pena: 
 Estabelece o §2º o seguinte: 
 Ҥ 2
o
 A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003) 
 I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
 II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)” 
 
j) Pena, ação penal e competência: 
Como vimos, a pena prevista para o crime em tela é de reclusão de 2 (dois) 
a 8 (oito) anos e multa, além da pena correspondente a violência. Portanto, a lei 
ressalvou a hipótese de concurso de crimes entre a redução à condição análoga à de 
escravo e a infração penal que disser respeito à violência praticada pelo agente. 
A ação penal é pública incondicionada. 
A competência é da Justiça Federal, por força do art. 109, VI, da CF, 
conforme decidiu o STF, no RExt 398041/PA. 
 
GABARITO DOS SLIDES: 
1) A 
2) D 
3) B 
4) CERTO 
22 
 
FONTES: 
Rogério Greco – Curso de Direito Penal – Parte Especial – volume 2 e Código Penal 
Comentado. 
Cezar Roberto Bittencourt – Tratado de Direito Penal – Parte Especial – volume 2.

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