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1 A construção do conhecimento SEGUNDO PIAGET

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A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO 
 
Para Piaget, em cada estagio de desenvolvimento a pessoa vai 
construindo uma nova representação de mundo. Fazem parte dessas 
representações diversas estruturas cognitivas básicas as que chamou de 
ESQUEMAS. 
ESQUEMA: uma unidade estrutural básica de pensamento ou de ação que 
corresponde a um padrão podendo ser utilizado em situações diversas. 
Corresponde, de certa maneira, a estrutura biológica que muda e se adapta, 
como as ações básicas de conhecimento, incluindo ações físicas, motoras, 
sensoriais e mentais. 
Todas as pessoas começam a vida com um pequeno repertório de esquemas 
simples sensoriais e motores como: , olhar, tocar ,provar ,ouvir,, no decorrer 
do desenvolvimento ela vai pouco a pouco adquirindo esquemas mentais 
mais complexos como (conservação da massa, causa, velocidade...). 
Os primeiros esquemas são os da atividade reflexa do bebé. 
Vejamos como se da o processo de formação do esquema sensorial motor, 
por ex. preensão 
 A criança nasce com o reflexo de preensão , a medida que ocorre a maturação 
biológica e que o ambiente apresenta a criança inúmeros objetos que podem 
ser pegos, ira desenvolver um esquema de preensão, que será ativado 
quando quiser pegar um objeto e será modificado quando o novo objeto tiver 
características especificas diferentes. 
 
Os esquemas são as estruturas ou unidades dentro de um conjunto 
organizado, cada uma com uma função e podem ser práticos (agarrar, morder) 
ou representativos (linguagem). Os esquemas são essencialmente esquemas 
de assimilação, de incorporação do real, mas esses esquemas nunca se 
exercem na sua forma pura porque são resultado de uma sucessão de 
diferenciações, porque se transformam, porque se acomodam. 
Exemplo: - dirigir o braço para o objeto, apertá-lo com a mão, levantar o braço, 
largar o objeto com força... - o qual se espera que produza efeitos semelhantes 
(independentemente do objeto que é atirado). 
O ato de atirar é, portanto, um esquema, porque corresponde a um padrão 
que pode ser utilizado em situações diversas. 
 
Não se conhece nada inteiramente novo": tudo que se conhece (que se 
manipula), conhece-se a partir de um conhecimento (esquema) prévio, 
onde a "comparação" é o instrumento universal de compreensão. 
 
O desenvolvimento destes esquemas ou estruturas é também feito em 
etapas qualitativas invariaveis - estagios de desenvolvimento. 
 Estes fatores irão influenciar invariavelmente todo o processo de 
desenvolvimento dos individuos. 
Os processos adaptativos ou mecanismos de adaptacao mantêm-se 
sempre os mesmos ao longo do desenvolvimento cognitivo, pelo que se 
designam por invariantes funcionais. 
 
Existem, então, dois mecanismos de adaptação: 
 
(a) assimilacao. 
(b) acomodacao. 
 
A acomodação e a assimilação são os conceitos básicos dos fundamentos 
gerais da concepção Piagetiana do desenvolvimento. 
O conhecimento é um processo e não um acumular de informação, é uma 
reorganização progressiva e uma construção individual. Uma criança com as 
suas capacidades precoces começa a conhecer o seu mundo (através dos 
esquemas iniciais) pelos sentidos. A assimilação e a acomodação são os 
instrumentos do conhecimento, ou seja, as estruturas da inteligência que 
permitem a organização progressiva do conhecimento. 
Para Piaget, há adaptação enquanto processo quando o organismo se 
transforma em função do meio e quando esta transformação tem por efeito um 
acréscimo das trocas entre ambos, favoráveis ao organismo. Para explicar este 
processo de trocas entre organismo e meio, que no fundo é a adaptação, 
Piaget utiliza vários conceitos que estão diretamente associados com a 
biologia, como por exemplo o de invariantes funcionais. Estas invariantes 
funcionais são os processos responsáveis pelos mecanismos dessas trocas 
entre organismo e meio, ou melhor, pelo funcionamento e gestão entre 
organismo e meio. 
Os mecanismos chamados de invariantes funcionais que definem a interação 
adaptativa do sujeito ao meio são a assimilação e a acomodação. 
ASSIMILAÇÃO: consiste em incorporar objetos do mundo exterior a 
esquemas mentais preexistentes, ou seja, é um processo ativo; 
selecionamos as informações. Nós só prestamos atenção aqueles 
aspectos da experiência para os quais já temos um esquema. Quando 
temos novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas 
novas) tentamos adaptar esses novos estímulos às estruturas 
cognitivas que já possuimos. sem serem destruídas, mas simplesmente 
acomodando-se à nova situação. 
 
Exemplo 1: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, 
com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um 
esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. 
 
Exemplo 2: existe um esquema inicial de preensão (agarrar), mas o indivíduo 
não agarra todos os objetos da mesma forma, pois estaria sujeito a que alguns 
caíssem. Assim, adaptamos o esquema inicial (agarrar) em função das 
características de cada objeto. Se agarrasse-mos todos os objetos da mesma 
forma, podia-mos dizer que não tinha-mos um comportamento adaptado, 
nesse caso só existiria assimilação e não acomodação. 
Exemplo 3 - o bebé atira um pano, descobre que pode usar o mesmo 
esquema (atirar) em outras situações novas: atira então a almofada, o 
brinquedo, etc. Está a utilizar um mesmo esquema (atirar) para lidar ou 
assimilar com diferentes experiencias ou situações do meio. 
 
Exemplo 4 :imaginemos que uma criança está aprendendo a reconhecer 
animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado 
esquematicamente é o cachorro. Assim, podemos dizer que a criança possui, 
em sua estrutura cognitiva, um esquema de cachorro. 
Pois bem, quando apresentada, à esta criança, um outro animal que possua 
alguma semelhança, como um cavalo, ela a terá também como cachorro 
(marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço, nariz molhado, etc.). 
–A Ligeira semelhança morfológica entre um cavalo e um cachorro 
Notadamente, ocorre, neste caso, um processo de assimilação, ou seja a 
similaridade entre o cavalo e o cachorro (apesar da diferença de tamanho) faz 
com que um cavalo passe por um cachorro em função da proximidades dos 
estímulos e da pouca variedade e qualidade dos esquemas acumulados pela 
criança até o momento. A diferenciação do cavalo para o cachorro deverá 
ocorrer por um processo chamado de acomodação. 
 
Ou seja, a criança, apontará para o cavalo e dirá "cachorro" . Neste momento, 
um adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é um cachorro, é um cavalo". 
Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não mais de um 
cachorro, a criança, então, acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura 
cognitiva, criando assim um novo esquema. Esta criança tem agora, um 
esquema para o conceito de cachorro e outro para o conceito de cavalo. 
 
Exemplo 5: Quando assistimos uma aula, vamos guardando aquilo que estiver 
relacionado a um conceito já existente. 
 
 
 
ACOMODAÇÃO: se refere a modificações dos sistemas de assimilação por 
influência do mundo externo. processo complementar,envolve modificar o 
esquema em resultado das novas informações absorvidas pela assimilação. 
Modifica estruturas antigas para poder dominar uma nova situação. 
 Para Piaget o processo de acomodação é a chave para a mudança 
desenvolvimental. Por meio dela, reorganizamos nossas idéias, melhoramos 
nossas habilidades, mudamos nossas estratégias. 
 
Exemplo 1: Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai 
adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam. 
 
Exemplo 2: uma criança utiliza um esquema verbal inicial para chamar a 
atenção (choro), mas ela vai introduzindo modificações nesse esquema, para 
que o adulto se aperceba que ela não quer dizer sempre a mesma coisa.Se a 
criança não tem novos estímulos exteriores, não se desenvolve. 
Exemplo 3:. bicicleta com marcha . Na medida que assimila novas 
informações, transforma (acomoda) seus conceitos e suas categorias. Ira 
modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situação. No 
momento em que consegue dominar adequadamente a bicicleta com marcha, 
diremos que se acomodou , adaptou-se a nova exigência da realidade para 
manter com ela um estado de equilíbrio. 
 
Exemplo 4: o bebé atira um objeto que produz som, por exemplo um guizo); 
para voltar a produzir o mesmo som tem de ir buscar o guizo e voltar a atirar; 
por acaso, ou por tentativa e erro, apercebe-se de que, se em vez de atirar, 
mexer com o guizo para cima e para baixo (abanar) produz som 
consecutivamente, sem ter de ir buscar o objecto: construiu o esquema de 
abanar, mais adaptado às características do meio. 
 
Exemplo 4: Uma criança quando mexe num computador pela primeira vez, usa 
todos os esquemas anteriores (adquiridos) na tentativa de se ajustar a nova 
situação (assimilação). Havendo mudança das estruturas internas (esquemas) 
frente ao novo objeto, adaptando-se a ele, (acomodação) a criança começa a 
compreender e a interagir. 
 
Exemplo 5: Uma criança que está aprendendo a jogar voleibol, usa seus 
esquemas anteriores, para tentar compreender o movimento do toque e da 
manchete (assimilação) e a medida que ocorre transformações (acomodação), 
novos ajustes são feitos (incorporados) aos movimentos anteriores, 
aproximando-se progressivamente de uma estrutura mais flexível e organizada 
para o jogo em si. 
 
 
ADAPTAÇÃO: 
 
A adaptacao é conseguida através de um equilibrio entre a assimilacao e 
a acomodacao. 
Por vezes predomina uma sobre a outra, pelo que é necessário que exista 
um mecanismo responsavel por realizar os ajustamentos que permitam 
que ambas se equilibrem. Através deste movimento de equilíbrio contínuo 
entre a assimilação e a acomodação, o indivíduo modifica o meio e é 
também modificado por ele 
 
 
EQUILIBRAÇÃO 
 
É a reestruturação dos esquemas. A criança está sempre lutando por 
coerência visando permanecer em equilíbrio , com o objetivo de entender o 
mundo e que faça sentido em sua totalidade. 
Piaget traça um paralelismo entre o desenvolvimento biológico e mental. 
O organismo funciona de modo a atingir e a procurar manter um estado de 
equilíbrio interno que permita a sobrevivência no ambiente. 
Para isso os vários elementos orgânicos se organizam em sistemas maiores 
ou menores para obter um desenvolvimento e um funcionamento harmônico de 
todas as partes. Se um elemento entra em desacordo, ocorre um processo no 
organismo para retornar ao equilíbrio anterior. 
 
Ex. sentir fome- buscara comida- sanar a fome – retorno ao estado de 
equilíbrio 
Organização mental acontece da mesma maneira-equilibração das estruturas 
cognitivas 
Ex. recém-nascido ou poucos meses- recebe serie de impressões sensoriais 
desprovidas de significado para ela (completo desequilíbrio com a realidade) 
estando totalmente dependente de outras pessoas.Tarefa principal neste 
primeiro ano de vida é organizar estas impressões sensoriais que permita à 
criança atuar de modo coerente. 
Isto será possível na medida que possa formar seus primeiros esquemas 
sensoriais-motores, sua formação dependera das impressões que receber 
dos objetos e de sua possibilidade de manipulação 
Primeira forma de equilíbrio consiste na formação de uma serie de esquemas 
sensoriais-motores que permitirão organizar o caos inicial de sensações 
internas e externas, dando condição de atuar sobre a realidade 
 Desenvolvimento é um processo que busca atingir formas de equilíbrio cada 
vez melhores 
Em cada fase a criança consegue uma organização mental (equilíbrio) que lhe 
permite lidar com a realidade e que será modificada à medida que conseguir 
alcançar novas formas de compreender a realidade e atuar sobre ele e tenderá 
a uma forma final atingida na adolescência (operações mentais formais) 
raciocínio utilizado pelo adulto. 
Ex. mapa da estrada – anotações e correções análoga às acomodações e o 
recomeçar e desenhar um novo mapa à equilibração. 
Três grandes equilibrações : 18 meses(primeiros símbolos ); entre 5 e 7 anos 
(operações-ações mentais mais abstratas) e adolescência quando opera 
idéias e acontecimentos. 
 
Estas três equilibrações criam os quatro estágios de desenvolvimento da 
inteligência: 
1 - SENSÓRIO-MOTOR; 
2 - PRÉ-OPERACIONAL; 
3 –CONCRETO; 
4 - OPERATÓRIO FORMAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
ANTUNES, Celso . Novas Maneiras de Ensinar. Novas maneiras de aprender 
Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. 170p. 
FERNANDEZ, Alícia. A inteligência Aprisionada. 
Porto Alegre: Artes Médicas,, 1991. 261p. 
KAMII, Constance, DEVRIES, Retha. Piaget para a educação pré-escolar. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. 101 p. 
 
LIMA, Lauro de Oliveira. Conceitos fundamentais de Piaget: (vocabulário). 
Rio de Janeiro: MOBRAL, 1980. 179 p. 
 
PIAGET, Jean, INHELDER, Barbel. A psicologia da criança. 10. ed., Rio de 
Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. 135 p. 
 
PIATTELLI-PALMARINI, Massimo (org). Teorias da linguagem, teorias 
da aprendizagem: o debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky. São Paulo: 
Cultrix/EDUSP, 1983. 
 
RAMOZZI-CHIAROTTINO, Zelia. Psicologia e epistemologia genética de 
Jean Piaget. São Paulo: EPU. 1988. 87 p.

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