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Anti helmínticos

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Anti-helmínticos
Oxamniquina
§
@ LISTA DE MEDICAMENTOS
Albendazol
Bitionol Pamoato de pirantel
Dietilcarbamazina
lvermectina
Piperazina
Praziquantel
Mebendazol Suramina
Metrifonato Tiabendazol
Niclosamida
A infecção por helrnintos (vermes) pode limitar-se tão-somen-
te à luz intestinal ou pode envolver um processo complexo, com
t-rigração do verme adulto ou imaturo pelo corpo antes de esta-
belecer residência em determinado tecido. Muitos desses orga-
nismos apresentam um complexo ciclo de vida, complicando
nossa compreensão da relação hospecleiro-parasita, bem como o
papel da quimioterapia nas inÍêcções causadas por helmintos.
Enquanto alguns helmintos apresentam um ciclo simples de de-
posição dos ovos e seu desenvolvimento, produzindo um verme
maduro, outros evoluem através de um ou mais hospedeiros e
passam por um ou mais estágios morÍblógicos, cada um deles
metabolicamente distinto do outro, antes de aparecerem como
verme adulto. Além disso, a Íbrma infecciosa pode ser um ver-
me adulto ou um verme imaturo. O tratamento pode ser ainda
mais complicado em decorrência da infecção por mais de um
gênero de helmintos. Os heln'rintos patogênicos podem ser divi-
didos nos grandes grLlpos seguintes: cestóde.os (platelmintos),
nemtrtódeos (vermes cilíndricos). trematódeos e, com menos tie-
cliiência, AccmÍhocephala (vermes com espinhos na cabeça).
O complexo ciclo de vida e a relação hospedeiro-parasita tor-
nam algumas vezes o tratamento difícil e prolongado. Os fárma-
cos anti-helmínticos disponíveis exercem, em sua tnaioria. seus
efeitos antiparasitários ao interferir ( 1) no metabolismo energé-
tico), (2) na coordenação neuromuscular, (3) na função micro-
tubular e (21) na permeabilidade celular. O modo de ação da
maioria dos fármacos utilizados no tratamento das inf'ecções
helmínticas encontra-se resumido no Quadro 54.1. Alguns dos
tãrmacos utilizados no tratamento de doenças causadas por he1-
mintos também podem ser prescritos no tratamento de doença:
especíl'icas por protozoários.
"tlií,'zíí;.i,í,t?-ti-ííj{}í,.a?íií:â?{:.r"í:,;}*.'.*
í.:!z+,i{;..i.1,ízí.ií**'*.?é*-?í:r+7{*2";r?,t"}í}.
Os nematódeos são vermes cilíndricos, alongados, nào-se-enlen-
tados em ambas as extremidades. Devido à sua Íbrma, são ccr-
mumente descritos como verrles cilíndricos. Alguns nematóde-
os intestinais apresentam uma boca com três 1ábios, e. em algun.
deles. a boca exibe lâminas cortantes. Ocorre infecção após r
ingestão de ovos embrionados ou tecidos de outro hospedeiro
contendo Íbrmas larvares dos nematódeos.
Alguns nematódeos (Íilárias e verme-da-guiné) residem n,'
sangue, nos vasos linfáticos e em outros tecidos, sendo denomr
nados nematódeos sangüíneos e teciduais. Outros ocorrem pri-
mariamente no trato intestinal. Um grupo, os ancilóstomos. pa\-
sam por um ciclo de clesenvolvin'rento no solo. As larvas pene-
tram na pele dos seres humanos, passam para as vênulas e, a partir
claí. são transportadas até os pulmões. onde penetram nos alvét -
1os. causando algumas vezes pneumonite. A seguir. as larvi'i.
migram pela traquéia e são deglutidas. No intestino, Íixam-se n;,
mucosa e, utilizando as lâminas cortantes e o esôfago musculo-
so, alimentam-se do sangue e do líquido tecidual do hospedeirt'
Isso pode resultar em dor abdominal vaga, diarréia e, na presen-
ça tlc ttumero\o\ \ernte\. anemia.
Anti-helmínticos 587
Q U A D R O 54.1 Modo de Ação dos Fármacos Utilizados na Quimioterapia das Doenças por Helmintos
Modo de Acão EÍeito EspecíÍicoFármâco
Piperazina
Ivermectina
Pirantel
Niclosamida
Paralisação dos mÍrsculos do hehninto
Paralisação dos músctrlos do hehrinto
Paralisação dos músclrlos do helminto
lnihiçáo dr produçào dc cnergirr
Inihiçào rlr l'urrçàr, Irr{)lcica
Aumento da tagocitose e destruição dos parasitas
Paralisação dos músculos do helminto
Inibição da produção de energia e da Íunção proteica
Inihiçro Jr proJuçào de energiir
Irtihiçà,, Jr pr,'Juçi11, Je ener.rir
Bloqueia a junção nrioneural; pro\'oca
hiperpolari zação cloreto-dependente.
paralisia flácida
Bluqueia it ltlnrtni.rào dc sinlis nel\{r\(r\
atr-avés de sua interação com os canais cle
cloreto regulados por glutamato
Despolarização e partrlisitr cspástica
Desacopla a Íbstbrilação ox idativa
anaeróbia nas mitocôndrias das tênias.
resultando cm dirninuição da síntese de
ATP
Liga-se à tubulina e inibe a polimerização
Sensibiliza as microfilárias e as retém no
sistema reticuloendotelial
Aurrenta a pcrmcabilidadc da membrana.
expõe as proteínas de superfície
Inibe a fumarato redutase. a síntese dc
ATP: liga-se à tubulina
Desacopla a foslorilação oxidativa
Inibe as cnzimas musculares da slicólise
e o consLlm0 de oxi-uênio
Mebendazol
Dietilcarbamazlna
Praziquantel
Tiabendazol
Bitionol
Suramina
Como os ancilóstomos. a inÍ'ecção por Strutngtloides sÍerco-
rullls é adquirida a partir de larvas filariformes no solo contami-
nado, que penetram na pele. Esse parasita mantém-se assintomá-
tico durante muitas décadas no intestino delgado. Os indivíduos
tratados com Íãnnacos iurunossupressores ou que estão debili-
tados por algumâ doença crônica podem correr risco de invasãcr
teciduai disseminada ou síndrome de hiperinfecção. O tratamentcr
imediato pocie salvar a vida do indir,íduo em caso de doença dis-
seminada.
Outros nematódeos intestinais são adquiridos pela ingestão
de ovos presentes no solo. Esses vermes carecem de lâminas
cortantes e podem não causar anemia. Outros nematódeos.
como os oxiúrros, migram para o ânus para depositar seus ovos.
que são transmitidos pelos dedos ou através do ar. Os ovos sãc)
in-seridos, e o verme aclulto desenvolve-se no trato intestinal.
Em aiguns casos. pode ocorrer invasão do apêndice, produzin-
lo sintomas de apendicite. Na maioria dos casos. os sintonras
:onsistenr em prurido perianal e inquietação associada à mi-
gração das fêmeas através do ânus para a pele perianal. Ou-
ros nematódeos, como as espécies de Áscans. são ingeridos
:ra for:ma de ovo e soÍrem misracão semelhante à dos anci-
.óstomos.
As filárias cliferem dos outros nematódeos por serem ÍiliÍbr-
res e encontradas no sangue e tecidos. As larvas inÍ'ecciosas pe-
:elram apírs a picada de um artrópode inÍectado (mosca ou lros-
-.riito). A seguir, penetram nos vasos linfáticos e linfonodos. O
,:tágio inicial da doença é associado a Í'ebre, linfangite e linÍa-
.enite. As inÍecções crônicas podem ser caracterizadas por ele-
.Lntíase, em conseqüência da obstrução linfática. Algumas es-
icies de filárias migram para os tecidos subclttâneos e produ-
:rn nódulos e cegueira (oncocercíase).
1.::1 í ;:_:a ::,. t' .i j: : : a :.?
A piperazina (Vermi:ine) contém um anel heterocíclico que ca-
rece de grupo carboxila. Atua sobre a musculatLlra dos helrlin-
tos. causando paralisia flácida reversível mediada pela hiperpo-
larização cloreto-deper.rdente da membrana muscLllar. Isso resulta
nu cxpul:ào do relrnc. A piperrzina atua eon'lo agoni\tx nos üa-
nais de cloreto do mÍrsculo do parasita.
A piperazina tem sido utilizada corn sucesso no tratamento
das inf'ecções poÍ A. lumbric'oides e E. v'enniculrrri.r. embora o
n.rebendazol seja atualmente o agente de escolha. A piperazina.
que é administrada por via oral, é rapidamente absorvicla pelcr
trato intestinal. A maior parte do fármaco é excretada na urina
dentro de 24 horas.
A piperazina constitui um âgente alternativo apropriado para
o mebenclazol no tratamento da ascaridíase, particularmente na
presença de obstrução intestinal ou biliar. São obtidas taxas de
cura de mais de 80% depois de um esquerna de 2 dias.
Por vezes, os efêitos colaterais incluern distúrbio gastrintes-
tinal, urticírria e tonteira. Ern pacientes com insuÍlciência renal
preexistente, podem ocorrer sintomas neurológicos de ataxia,
hipotonia, distúrbios l'isuais e exacerbacões da epilepsia. A
piperazina não deveser utilizada em mlllheres grávidas, devido
à Íbrniação de um metabólito nitrosamínico potencialmente car-
cinogênico e teratogênico. Deve-se evitar o uso concomitante de
piperazina e clorpromazina ou pirantel.
{: t<:'.t 
'i:- 11,,,i,.11.72., :::'ai,.r--.+
O citrato de dietilcirrbamazina (Hetrcr:an) mostra-se ativo con-
tra diversas microfllárias e fllárias adultas. Intert-ere no metabo-
lismo do ácido araquidônico e bloqueiii a produção de prosta-slan-
588 Anti-helmínticos
clinas. r'esultando em vasoconstrição capilar e comprometimen-
to da passagern das microÍilírrias. A dietiicarbamazina também
aumente a aderência das microÍilárias à parecle vascular. plaque-
tas e granulócitos.
A dietilcarbamazina é absolvida pelo trato gastrintestinal e
atin-ee níveis san-giiíneos míiximos em zl horas. A droga desapa-
rece do sangue clentro cie:18 horas. A dietilcarbamazina intacta e
seus metabólitos são excretados na urina.
A clietilcarbamazina constitui a droga de escolha no tratalnento
de certas int-ecções por filárias, como Wut'hereria bant:roJii'
Brttgia nrulof i e Loo lou. Cot.t.to o fármaco não é universalmente
ativo contra infecções causadas por fllárias. é importante esta-
belecer um diagnóstico específico com base no esÍiegtrço san-
güíneo, er1 amostras de biópsia e história geográÍica. E precistl
a.justar a close em pacientes c()l1l colnprolnetimento renal.
Deve-se ter cautela ao utilizar esse fármaco. particularmente
no tratamento cla oncocercíase. A morte súbita das microÍ]lárias
pode provocar reações leves a graves dentro de poucas horas após
a aclnrinistração do fiinlaco. Essas reações nlaniÍêstam-se na
Íbrrna de 1-ebre. linÍadenopatia. edema cutâneo, leucocitose e
intensificação de qualquer eosinoÍilia, eclema. erupção cutânea.
taquicardia e ceÍhléia preexistentes. Se houver microfllárias no
olho, pode ocorrer ainda lesão ocular. Os outros ef'eitos colate-
rais são relativamente ler es e consistetn em tnal-estar, cefaléia,
artlulSiil\ e sitttontus ga:lrinte:tinais.
A ivermectin a (Mecti:,an) atua sobre os canais cle cloreto inibi-
t(rrios regulados por 
-slutamato específicos de paresitas. que e\-
tão filogeneticâmente relacionados aos canais de cloreto regula-
dos por GABA clos vertebrados. A ivermectina provoca hiper-
polarização da membrana celular do parasita e paralisia rlusctl-
lar. Em doses rnais altas, pode potencializar os canais de cloreto
regulados por GABA. Não atravessa a barreira hematoencefáli-
ca e. por conseguinte. não exerce nenhuma ação paralítica nos
mamíteros. visto que a transmissitc'r regulada pelo GABA só ocor-
le no sistema nervoso central (SNC). A ivermectina é adminis-
trada por vias oral e subcutânea. É rapidarnente absorvida. A
rnaior parte da droga é excretada em sua forma inalterada nas
têzes. A meia-vida é de aproxin-radamente 12 horas.
A ivermectina tem antplo espectro de atividade. podendo a1ê-
tar nematódeos, insetos e parasitas acarinos. Trata-se do fármaco
de escolha na oncocercíase e tem grande utilidade no tratamento
de outras tbrmas de filaríase. estrongiloidíase. ascaríase. 1oíase e
larva nri-9rans cutânea. Mostra-se tanlbér-r-r altamente ativa contra
vários ácaros. Trata-se do fármaco de escoiha no tratamento dos
seres humanos infectados pot Onchor:erca t'olvtrl.us, atuando como
agente microfilaricjda contra as larvas que penetraram na pele
(microÍilárias). O tratamento anual pode irnpedir a cegueira ulu-
sacla pela oncocercíase ocular. A ivern'rectina é claramente mais
eficaz do que a dietilcarbamazina na filaríase bancroftiana e re-
ciuz a rnicrofilaremia para níveis quase nulos. Na filaríase por
Brugia, a eliminação dos parasitas pela dietilcarbal'nazina pode ser
superior. Além disso. a ivermectina é utilizada no tratamento de
larva migrans cutânea e estrongiloidíase disseminada. Seu uso
segr-rro durante a gravidez ainda não Íbi totalmente estabeleciclo.
Os efeitos colaterais são mínimos, e, em certas ocast.'e: -
serva-se a ocorência de prr,rrido, febre e sensibilidade d.': --: -
nodos. Os efeitos colatera:is são consideravelmente t-tle tlta];i -
que os associados ao uso da dietilcarbamazina.
Íi;;r;,2r*i::zr.r
A suramina é amplamente utilizada como macrofilalicr'1'' '-
oncocercíase humana, e a sua ação sobre as microÍilárias ,''.- -
bén'r é considerável. Alérn disso. mostra-se útil no tratamenl' -
estágio hemolinÍático da tripanossomíase africana. O tratai: ' '
to preÇoce da infecção por suramina elimina os triprno"' :-'-
do sangue e dos vasos lintãticos dentro de 30 minuttl-'. lll.rr-,ir' '
do-os livres do parasita durante aproximadamente 3 n.iese' -
suramina inibe cliversas enzimas clas filárias envolvidas n.' .: '
tabolismo dos carboiclratos, bem como nA produção de triil\)--
to cle aclenosina (ATP). É 35 ,er"s rnais inibitória para a dii;:
fblato reclutase de O. t'olvulus do que para a enzimu llLr tú. -
humano. Trata-se de um potente inibidor da transcriptl\e i c' :-'
sa, a DNA-polimerase dos retrovírus. e também exerce a1S;--'
eÍêitos sobre a infecciosidade e os eÍ'eitos citopáticos do Hl\
Está sendo avaliacla como fármaco antineoplásico, reduzrnd'- "
dor e retarclando a evolução do câncer de próstata refratiirio a h'
mônios. A toxicidacie mais significativa da suramina tem sid''
clesenvolvimento de polirradicuioneuropatia grave.
!* ;,: :;:', r] ;:: ! t: :.;g t;i F: ; 7 4 t: t *, í
O pamoato cle pirantel (Antiminth') é um a-qonista do receptot -'
acetilcolina nicotínico, e suas ações resultam em despolarizaç:
e paralisia espástica do rnúsculo do helminto. Sua toxicid.i;'
seletiva deve-se, primariamente, ao fato de a junçào neuromt"'
cular do lnútsculo cios helmintos ser mais sensível ao Íãrmaco i
que o músculo dos marníferos. O pamoato de pirantel é adnl-'
nistraclo por via oral. e, como apenas uma quantidade nluitcl P':'
quena é absorvida, o Íármaco atinge altos níveis no trato inte\i '
na1. Menos de 15c/c cio pamoato de pirantel e de seus metabcil-'
tos é excretado na urina.
O pamoato de pirantel mostra-se ativo contra diversos venlle'
ci líndrictrs : A. I umb ri c o itle s, An c1' I o s t o tno cluo d e nal e, N e c t t r'
americoruts e E. vennicularis. O pirantel constitui uma droga 'i'
escolha alternativa no tratamento de infecções causadas por -1
Itonbricoicle.ç, E. vermicttlaris (oxiúros) e ancilóstomos (N. arir'-
ricattu.s e A. dttodenctle). O fármaco não é recomendado par''
rnulheres grávidas ou paracrianças comrlenos de 1 ano de idade
Embora a maior parte da droga permaneça na luz intestina'
uma quantidacle suÍiciente pode sofrer absorção sistêmica par'
causar cefaléia. tonteira e sonolência. Não Íbi relatado nenhutl'
efeito adverso signiÍicativo sobre os sistemas renai, hepático crL'
hematológico.
." 
. "3,:i"" re.:.'i.?rL:
Vários benzimidazóis são utilizados no tratamento das inÍêcçÕe.
por helmintos. Três benzimidazóis, o mebendazol. o tiabenda-
zol e o albendazol. são descritos nesta seção. Apresentan'r ampl.
faixa de atividade contra nulnerosos parasitas nematódeos e ces-
tódeos. incluindo larva migrans cutânea. triquinose, estrongiloi-
díase dissen'rinada e larva migrans visceral. Um quarto
benzimidazol. o triclabendazol. é considerado como fármaco de
escolha no tratamento da infecção por Fusc:ioln hepatica.
a . -,. :l+ ,- ?.+ _.,.í?.__\.... :
O tiabendazol (Mintezctl) inibe a Íumarato redutase e a ÍbsÍbrila-
ção associada ao transporte de elétrons nos helmintos. A inter-
ferência na produção de ATP diminui a captação de glicose e aÍêta
a energia disponível para o metabolismo. Os anti-helmínticos
benzimidazóis. como classe (p. ex.. tiabendazol. mebendazol e
albendazol), ligam-se seletivarnente à B-tubulina dos nematócleos
(vermes cilíndricos), cestódeos (tênias) e trematódeos. Essa ação
inibe a organização dos microtúbuios, que é importante em cli-
versos processos celulares dos helmintos, como mitose. transpor-
te e motilidade.
O tiabendazol, queé administrado por via oral, sofre rápida
absorção pelo trato intestinal. atingindo níveis plasrnáticos rná-
ximos em I a 2 horas. O fármaco é metabolizado no fígado e
excretado na urina dentro de 24 a 18 horas. na lbrma de 
-ulicuro-
nídio e ésteres de sulfàto. Cerca de 10% são encontrados nas
fezes.
O tiabendazol apresenta amplo espectro de ativiclade contra
os seguinles nemat(icleos: A. lLntbricoídes, N. untericurtus, A. clu-
oclenale, E. vermicularis, S. sÍerc.olaris e Trichuris trichiuro. Foi
substituíclo, ern grande parte. por fármacos mais seguros para
todos os verrles parasittis. à exceção de Strongy.loirle.s spp. No
morlento atual, o tiabendazol é o fármaco de escolha para o tra-
tamento da larva migrans cutânea (erupção serpiginosa,). estron-
giloidíase, tricoestrongilíase e triquinose.
Em até um terço dos pacientes, ocorrell anot.exiit, náusea. vô-
mitos. sonolência e vertigem. Com menos Íieqüência, r,eriÍica-se
a ocorrência de diarréia, prurido. erupções cutâneas, alucinações.
cristalúria e leucopenia: o choque. a hiperglicemia, a linÍàdeno-
patia e a síndrome de Stevens-Johnson são raros. Alguns pacien-
tes observam que a sua urina tem odor sernelhante a aspargo, uma
reação relacionada à excreção do metabólito asparagina.
i!!! ; !2 1:,,; ;r:, ;;1,! ;2 ;; 11 I
Ao contrário do tiabendazol. o mebendazol (Vermox) não inibe
a tumarato redutase. Enquanto o mebendazol liga-se à tubulina
tanto dos nematódeos quanto dos mamífêros, o Íãrmaco apresenta
uma afinidade diferencial pelii tubulina dos vermes, explicando.
possivelmente, a sua ação seletiva. A ligação seletiva do meben-
dazol à tubulina dos nematódeos pode inibir a absorção da gli-
cose. resultanrlo em consumo de glicogênio e depleção cle ATp.
O mebendazol, que é administrado por via oral, é pouco so-
1úvel, e apenas uma quantidade ntuito peqllena é absorvida pelo
trato intestinal. Cerca de 5 a l0% do Íãrmaco. principalmente na
forma de derivados descarboxilados. é recuperado na urina. A
maior parte do fármaco adrninistrado por via oral é encontrada
nas fezes dentro de 24 horas.
O mebendazol é utilizado primariamente no tratamento clas
infecções por A. lurnbricoides. T. tríchitLra, E. t,ermicularls e an-
cilóstor.nos, nas quais produz uma elevacla taxa de cura. Trata-se
Anti-hetmínticos 589
de um fármaco altematit o pu'a o tratamento da tnquinose e da larva
migrans r,isceral. Ern vifiude de ser: amplo espectro de efeito anti-
I'relmíntico. as infêcções mistas (ascaríase. inÍ'estação por ancilós-
tomos ou enterobíase em associação colr tricLlíase ) ÍieqLientemen-
te respondem à terapia. Foram administradas altas do-ses de nte-
bendazol no tratamento da doença hidática: toilar.ia. hoje cm dia.
acredita-se que o albendazol seja superior.
Podem ocorrer desconforto abdorninal e diarréia quando a
carga de vermes é rnaciça. O uso do mebendazol é contra-incli-
eado durlrrte a gllr ide,r.
i:.:: l-í':..::.1í: :.. ::t:: r:a
O albendazol parece causar degeneração microtubular citoplas-
mática, o que. por sua vez, compromete os processos vitais da
célula e leva à n'rorte do parasita. Há algumas ei,idências de que
o albendazol também inibe a geração de ATP específica do
helminto pela fumarato redutase.
O albendazol. que é administr:rdo por via oral, soÍie absor-
ção precária e variável (<5%) devido à sua pouca hidrossolubi-
liclade. A biodisponibiiidade oral do fármaco aumenta em aré
cinco r''ezes quando administrado corn urla releição gordurosa"
em vez de ser ingerido com estôrnago vazio. O tratamento con-
comitante com corticosteróides allmenta os níveis plasmáticos
de albendazol. O fármaco é rapidan.rente metabolizado no fíga-
do a um metabólito sulfõxido ativo. A meia-vida dos metab(rli-
tos é de 8 a 12 horas.
O albendazol possui ar.nplo espectro de atividade contra ne-
matódeos e cestódeos intestinais, bem como contra os tremató-
deos hepiitico s O p i.s tho r ch i.y .s in ens i.s, O p i st h o rc his t, iy e r r i n i e
Clonorchis sinen.çi,s. Além clisso, foi utilizado cort sLtcesso colt-
tra Giardict ltunblíu. O albendazol constitui um tratamento efi-
caz para a doença hidátic:i (equinococose). particularmente quan-
do associado a praziquantel. Além disso, mostra-se eficaz no tra,
tamento da neurocisticercose cerebral e espinhal. sobretudo quan-
do administrado com dexametasona. O albendazol é recomen-
dado para o tratamento da gnatostomíase.
Os cestódeos ou tênias são vermes segntentados e achatados
dorsoventralrrente. A tênia tern uma cabeça com ventosas arre-
dondadas ou sulcos coÍn \,entosas. Algumas tênius apresentam
uma projeção (rostelo) provida de ganchos. Essa cabeça. ou e^i-
cóle.r, é utiiizada pelo verme para a sua Íixação aos tecidos. Os
fármacos que afêtan-r o escólex induzem a expulsão dos parasi
tas do intestino. A cabeça é seguida da re-qião do colo, que cons-
titui a região de crescimento. A parte restante do corpo do ver-
rne é constituída de diversos segmentos. denominados pro,qlo-
/e.r, contendo. cada unt deles. unidades reprodutoras tanto mas
culinas quanto femininas. Esses segmentos, quando cheios de
ovos fertilizados. são liberados pelo verme e lançados no ambi-
ente.
Os cestódeos que parasitam os seres humanos possuem com-
plexos ciclos de vida, exi-eindo habitualmente o seu desenvolvi-
mento num segundo hospedeiro ou hospedeiro intermediário. Após
590 Anti-helmínticos
ir \r.rir ingestào. us lurrus inlêctlrdas Jesenrolreln-\e eln \erme\ ':r " ' "
udullos no inteqlino.lclgu,Jtr. Apesur de a ntaioria dos pacientes :" " "
permanecer assinton-rática. alguns queixam-se de clescontbrto ab-
domi.nal vago. contraçÕes de ibme, incligestão e anorexia. poden- os trematódeos são helmintos de corpo achatado e não-segmen-
clo-se veriÍlcar o desenvolvimento de detlciência cle vitamina B. tado que tieqüentenrente exibern uma torma semelhante zr uma
Em algumas inÍ'ecções por cestódeos, são ingerirlos ovos conten- fo1ha. A maioria apresenta duas ventostts' uma ao redor da boca
clo larvas; estas larv.s invadem a parede intestinal. penetraÍn no (ventosa oral) e a olrtra na superfície ventral' os trematódeos são'
r,.so s.ngiiíneo e alrjam-se em tecidos como músculo, o fígado e em sua maioria. hermaÍioditas. os ovos. que são eliminados corn
o olho. os sintomas estào associados ao (rrgãro especíÍico afetacio. o escarro. a urina ou as Í'ezes do hospedeiro. sofrem vírrios está-
giosclematut.açàoelnoutloshospedeirosantescleaslarvirspe-
,1 1. -. , " .. ._ .1.... ,.-.. -. netrarem nos seres humanos. As larvas 
são adquiridas através da
: ingestão de alirnentos (vegetação aquática, peixes. pitu) ou atra-
Mecanismo de Ação vés de sua penetração «lireta na pele. Após ingestão. os trenató-
T)urante muitos anos. a niclosamida (Nicktt:itle)foi amplarnente cleos amaclurecem. em sua n.raioria" no trato intestinal (tren.rató-
utilizacia no tratamento de infestações de cestrideos. A niclosa- deos intestinais); outros migram para o fígado e os ductos bilia-
mida é uma salicilamida clorada que inibe a proclução cle ener- res. onde amerclurecem (trematódeos hepáticos), enquanto oLrtros
gia proveniente do metabolis[r]o anaeróbio. Além clisso, pocle ter ainda penetlam na parede intestinal e rnigram através tla cavida-
proprietlacles na estimulaÇão da adenosina triÍbstatirse (Átpase). de abdominal até os pulrTrões (tl'en-iatódeos pulmonares)' A diar-
A inibição da incorporacão anaeróbia do fosfato inorgânico no réia. a dor abclominal e a anorexia constituem sintomas 
comuns
ATp é prejuclicial para . parasita. A niclosamicla pocle clesaco- associados à infestação por trematódeos os trematódeos I'repá-
plar a foslorilação oxidativa nas n-iitocôndrias cio.s mamíÍ'eros. ticos poclem causar obstrução clos ductos biliares' hepatotnega-
porém ess. ação erige closes mais altas clo qlle as comLlmente lia. dor no cluadrante clireito superior e diarréia' Em geral' ocor-
utilizaclas no tr.tamento clas infecçõespor helmintos. re alteração das provas de 1'unção hepática' os trematócieos pui-
o Íármaco af'eta o escólex e os se-gmentos proxinrais dos ces- monares produzem sintomas pulmonares. como tosse' hemopti-
tócieos. resultando no desprendin'rento clo escólex da parecle intes- se e dor toriicicii'
tinal e na conseqiiente expulsão clos cestócleos do intestino pela os esr7rrl.slo.ssomd.! (trematódeos do szrngue) representam um
ação peristá1tica normal clo intestino do hospecleiro. como a ni- grupo clistinto cle trematódeos. Esses helmintos são cilíndricos tia
closamicla não é absorr,icla pelo trato intestinal, o fármaco pode atin- sua parte anterior e achatados na extremidade posterioÍ c)s sexos
gir altas concentrações na luz intestinal. A niclosamicia não é ovicida. sãro sepiirados. As larvas penetram r.ra pele em contato com a água
contaminacla e. ern seguicla. migram zrtravés dos linfáticos e \raso:
Uso Clínico sangüíneos até o tígado. Após a sua matttraçào, os esquistossonll'
A niclosar.ricla tem siclo extensamente utilizacla no tratamento clas ruigram para a 
veia mesentérica ou vesicular' oncle os adultos se
inÍ'ecções causa<ias por: Tuenia sagiucLtu, riirii, ,"tirnn' Di t:,]:ol"rn e liberarn os ovos' os oros 
secret[,nl enzimiis que per-
Trata-se de um tármaco alternati'o eÍicaz ao p.oriq,r"n*l *, *, 
ntLt t:7ail'totti e sc'ltisttt'sonr. jctponicttnt) ou da bexiga (scftislos,-
ramenro de inrecções causacras por r sagi,ru- !,:Jf;:;::..i l:;:::i;::;ir[í::]i:Tfft?. l;illlLl:rTl'ü:L:iH:'l;
lÍ:íí,i:T[l,H:ãi;J;:""#J::l;::,ãT:]'il:il,:;l:: i:':.", associarra a hemo*agizr petequial' certo -grau cre ecle';na e
é absorvida pelos cestócleos intestinais. ,ro, nao p.io, ,"*^ioà.- prurido' que desaparecem clepois 
de cerca de 4 dias' Aproxir.nade-
os Em gerar. a aciministração de uma oo,. r,ni.l?'ilü:J,ffi il:l::l::I;J:x'"Til:,:.T,::T:,:ili[il]L,1,,'ii;:]r3*iiji
procluzir uma taxa de cura de 95%. Em caso dt t,llttç1'.11-" d-; ;.;. deposição dos oros. são observaclos sinromas aguclo.
nunct (Íênia anã), é necessiu'io um esqtlema de trittíilncnt() mxls ã",r-,"1-"r,"l. generalizado. Íêbre, urticária, clorabdominal ehiper-
prolongado (de até 7 dias). A niclosamida é admilri\treo'pnl 
'-11 ,.,-,ritiriaooJhepática. A infestação pctr S. nrttnsotú e S. .iul,tctttr-
oral clepois de um jejurn notumo, e ptlde ser seguttla de pnt'grçao (../r//l está associada a dianéia ou disenteria. enquanto a hematúri:,
jil:1:*:I"JillTJi::,::TsJH:J;',.t:J-1ili,;::Ti:,.1 . , ar'r'.ia são comumenre causadas por S t,aernuÍobirutt Na Íbr.
essa medida nem sempre seja consider^a" 
"".''.'i,*."t'.,;: ffi::Tâ.':iX1tfifft1,,:::.** 
ribrose e hiperplasia do'
avaliacla att'avés de exan-ie de acompanhamento dus tezes eln -{ 3
5meses.Corrradisponibi1ic1ac1edeoutrosfármacos,anic1osami_
da não é mais amplamente utilizada. Os fármacos mais lalgarnen- ':" :
te prescritos são o praziquantel e os benzimidazóis Os efeitos neuromusculares do praziquanlel(.Biltricide) parecet:
Ereitos Adversos ilTüilffi::':,1*:i::T::i*fii,l:ffi::T,Ti:'ffi::i:'.
A niclosamicla não está associada a qualquer efeito colateral gra- canais iônicos específicos do parasita. de llodo que as cé1ulas ti
ve: todavia. algr,rns pacientes queixaln-se de clesconforto abclo- tegmento e as células musculares do parasita acumulam o cálci'-
minal e Í.ezes pastos.q. Essa ação é seguida cie vircuolização e exposição dos antígcni'
tegmentares até então mascarados, da proteína ancorada por lipí-
dio e da actina,. A introdução do Íármaco na dupla camacla lipídi-
ca do verme provoca alteraçÕes estruturais, tornando o parasita
suscetível ao ataque mediado por anticorpos e por complemento.
O praziquantel é rapidamente absorvido (807c em 24 horas)
após administração oral. com concentraçÕes séricas máximas
dentro de 1 a 3 horas. O fármaco apresenta meia-vida de 0.8 a
1,5 hora. A biodisponibilidade é reduzida pela fenitoína ou car-
bamazepina e aumentada pela cimetidina. A dexametasona pro-
voca uma redução de 507c nos níveis plasrnáticos de praziquan-
tel. O praziquantel é excretado pelos rins.
O praziquantel é um anti-heimíntico de amplo espectro. ex-
tremamente ativo e bem tolerado. Trata-se da droga mais efi-
caz utilizada no tratamento da esquistossomose. exibindo ati-
vidade contra os vermes adultos de ambos os sexos e os está-
gios imaturos. Ao contrário de outros agentes. o prazicluantei
mostra-se ativo contra todas as três principais espécies (5. ho-
emoÍohium, S. munsoni e S. jttpotticum). Alérn disso. exibe ati-
vidade contra outros trematrideos. como C. ,sinensis, Parago-
nimus yyesterntani, O. yiyerrini. e contra as tênias (D. laturn,
H. nana. T. saginatu e T. solium), Não é tão eficaz contra a F.
hepcLtícn. O praziquantel é utilizado eficientemente no trata-
mento da clonorquíase e paragononimíase, constituindo um
agente alternativo eficaz à niclosamida no tratamento das in-
fecçÕes por tênias.
As reações adversas tendem a ocorrer dentro de poucas ho-
ras após a sua adrninistração. Consistem em intolerância gas-
trintestinal com náusea. vômitos e desconforto abdominal. Es-
sas reações adversas podem ser devidas mais à liberação de
proteínas dos vermes mortos do que a qualquer et-eito direto
do fármaco.
:: ;...)a: ii:1-jir:-. ,:
.\ oxamniquina (Van.sil) é uma tetraidroquinolina que estimula a
atividade do músculo do parasita em baixas concenü'açcies, enquan-
to provoca paralisia em concentracões mais altas. O Íãrmaco pode
atuar através de esterificação e ligação do DNA, resultando en'r
inorte dos esquistossomas em decorrência da interrupção da sín-
tese dos ácidos nucleicos e das proteínas. O parasita pode esteriÍi-
;ar a oxamniquina. produzindo um metabólito reativo que alquila
o DNA do parasita. Ocorre resistência em conseqüôncia da ausên-
:ia ou deficiência de atividade de esteriticação do fármaco. A
Anti-helminticos 591
oxamniquina apresenta uma tàixa de eÍicácia restrita. sendo atir a
apenas contra as inÍ'ecções causadas por S. nrunsoui.
A oxarnniquina. que é adrr-rinistrada por via oral, é rapidamente
absorvida pelo trato intestinal. São obtidas concentraçÕes plas-
máticas máximas do fármaco em cerca de 3 horas. A oxamni-
quina é excretada na urina, principalmente na forma de derivado
6-carhoxila.
Os eÍ'eitos colaterais consistem em toxicidade do SNC corr
tonteira e, por vezes. convulsões. particularmente em pacienter
que apresentam história clínica de convuisões. O fárrnaco é con-
trr-irrtliuado na grar idez.
.,,t; :':. .t :a;1.- .
O bitionol (.Actcuner) é um derivado 1'enó1ico cu.jo modo de ação
está relacionado ao desacoplantento cia Íbsforilação oxidatil,a
mediada pela fumarato redutase, especítica do parasita. O bitio-
nol é acl'r'rinistrado por via oral e absorvido pelo trato intestinal.
Os níveis sangüíneos máximos são atingidos em 4 a 8 horas. A
excreção do fármaco ocorre principaimente pelos lins.
O bitionol é utilizado no tl'atamento das inÍ'ecções por F. lrc-
paticu e constitui um tármaco alternativo ao praziquantel no tra-
tamento da inÍ'estação por P. tresÍet'rrruli. Nlostra-se altamente
ativo contra o verme adulto, porém não exerce nenhuma ação
contra os estágios migratórios. Em 20 a 307c dos pacientes. é ne-
cessário um segundo curso de tratamento para se obter uma cura
completa.
Em geral. os efeitos colaterais são leves e transitórios; con-
sistem em náusea, vôrnitos, diarréia, cefaléia, tonteira, r-rrticária
e outras erupções cutâneas em 50ô/c dos pacientes.
: :: 2 ::: j | : t ;.t.: í.la ; :;l
O metrifonato é um composto organofosforado que é eÍiczrz ape-
nas no tratamento da infecção por S. haemutobium. O metab(t-
lito ativo, o diclorvos. inativa a acetilcolinesterase e p()tenci
aliza os efeitos colinérgicos inibitórios. Os esquistossontas sãcr
eliminados da bexiga e levados até os pulmões. oncle são reti-
dos. As doses terapêr-rticas não produzem qualquer eÍ-eito cola-
teral adverso, à exceçãode sintomas colinérgicos leves. O fár-
maco é contra-indicado durante a gravidez. em caso de exposi-
ção prévia a inseticidas e com o uso de bioqueadores neuromus-
culares despolarizantes. O metrifonato não é disponívei nos
Estados Unidos.
RrvrsÃo
1. Um imigrante mexicano trabalhando no Texas apresentou fê-
bre. mialgias e ceÍaléia durante I 0 dias. A princípio. acreditou
que estava se recuperando de uma gripe. O exame revela he-
rnorragia conjuntival, edema periorbitário biiateral e intensa hi-
persensibilidade dos músculos do pescoço e mandíbula. Con-
:iclera-se o diagnóstico de triquinose. Quais dos sesuintes as-
pectos da triquinose são particularmente impoftântes?
(A) Verifica-se quase sempre a presença de ovos nas fezes.
(B) A biópsia negativa do músculo afasta a possibilidade de
inl'ecção.
(C) Utiliza-se suramina no tratamento, com considerável
sucesso.
(D) Pode-se indicar o uso de mebendazol mais esteróides para
os sintomas graves.
592 Anti-helmínticos
(E) O tiabendazol não é eficaz.
2. A serviço nos Médicos Sem Fronteiras na Malásia, você exa-
mina um paciente qlle apresentx tosse intermitente, dispnéia
e sibilos. O exame revela eosinoÍilia, ausência de microlilá-
rias no sangue e radiografia cle tórax revelando inÍiltrados re-
ticulonoduiares espalhados. Qual dos seguintes aspectos é
mais importante se o seu diagnóstico for de eosinoÍi1ia pul-
monar tropical (EPT)?
(A) Os sintomas sofrem agravamento progressivo e não são
t-lutuantes.
(B) A ausência de microfilárias no sangue torna esse diag-
nóstico pouco prol'áve1.
(C) A eosinoÍilia, apesar de ser comumente observada, não
é habituahnente muito pronunciada.
(D) A ivermectina constitui o fármaco de escolha.
(E) A dietilcarbamiizina constitui uma terapia eficaz.
3. Urna menina de 10 anos de idade na Carolina do Norte apre-
sentou dor abdominal e có1icas nos últimos dias O exame
revelou achados normais, com a exceção de desconforto ab-
dominal inespecífico e hemograma compieto revelando ane-
miae22c/o de eosinóÍilos (elevados). A amostra de fezes re-
velou os ovos câracterísticos de A. lumbricoides. O fármaco
de escoiha no tratamento dessa inÍ'ecção é
(A) Piper:izina
(B) Pan'roato de pirantel
(C) Mebendazol
(D) Albendazol
(E) Tiabendazol
,1. Llm jovem hispânico de 15 anos de idade chega ao hospital
com convulsões. Nenhunta história pregressa de febre, cala-
Íl-ios. traun-ratismo ou cefaléia é obtida na internação' A to-
mogratia computadorizada revela três leseres císticas em anel
no parônquirna cerebral, e estabelece-se o diagnóstico de neu-
rocisticercose. A terapia inicial no tratamento dessa infecção
rleve incluir
(A) Niclosamida
(B) Praziquantel
(C) Aibendazol
(D) Cirurgia
(E) Tiabendazol
5. Um paciente com história de Íieqüentar restaurântes de slsftl
na Costa Oeste dos EUA é internado com dor abdominal, fia-
queza. irritabilidade e tonteira. O exame neuroiógico Íbrnece
achaclos nortnais, apesar de algumas queixas de parestesias.
Após exame parasitológico das fezes, estabelece-se o diag-
nóstico de clifilobotríase. O tratamento da inÍ'ecção por essa
tênia consiste em
(A) Prazrquantel ou niclosamida
(B) Ivermectina
(C) Albenclazol
(D) Vitamina B,.
(E) Piperazina
1. D, Deve-se suspeitâr de triquinose num paciente que apresenta
qualquer uma das maniÍ'estações características de edema
periorbitário. miosite. febre e eosinoÍllia. A inf'ecção é adqui-
rida após o consulrto de carne de porco, urso ou morsa inade-
quadamente cozicla e inÍ'ectada com larvas viáveis. O exame
de Í-ezes não revela os ovos do parasita. mas pode apresentar
iarvas. A biópsia muscular de um músculo hipersensível e in-
tumescido (de preferência o músculo deltóide ou gastrocnê-
mio) pode estabelecer o diagnóstico: entretanto, a obtenção
de uma biópsia negativa não afasta a possibilidade dessa in-
Í'ecção, particularmente na parasitemia leve. A suralnina não
é utilizada no tratamento da triquinose. Apesar de o tiaben-
dazoi ser eficaz, o mebendazol constitui o lármaco de esccl-
tha, e. com fieqüência, são também utilizados esteróides para
os sintomas graves.
2. E. A EPT é causada por microfilárias nos pulmÕes e lespon-
sividacle hiperimune a Íilaríase bancroftiana ou por Brugicr'
Os sintomas respiratórios paroxísticos podem flutuar quanto
à sua gravidade. A eosinofilia, que quase sempre está presen-
te. é habitualmente muito elevada, e a ausência de microfiiá-
rias no sangue não exclui a possibilldade de EPT. Pode-se es-
tabelecer um diagnóstioo clínico presuntivo com base na res-
posta à terapia. sem biópsia pulmonar. A dietilcarbamazina
durante l4 clias const:itui uma terapia eÍicaz, que pode ser re-
peticla se os sintomas pelsistirem. O papel da ivermectina na
EPT ainda não Íbi estabelecido.
3. D. Nos E,stados Unidos, os hehnintos intestirrais provocllll
doença leve com achados inespecíficos. A piperazina ou i'
pamoato de pirantel podem ser utilizados no tratamento da a\-
caríase. O mebenclazol é eficaz quando tomado durante 3 dia:'
O tiabendazoi não é prescrito nessa infecção. porém é utiliza-
clo comumente na estrongiloidíase. O albendazol, em dose únic'
de 400 mg, constitui a forma preferida de terapia. Trata-se ri'
um agente conveniente parâ programas de tratamento em illa\-
sa de crianças de itlade escolar em áreas endêrnices.
4. C. O albendazol (aprovado pela U.S. Food ancl Drug Admini'-
tration para essa indicação) apresenta uma taxa de eficácia ;'
90c/c na neurocisticercose. A terapia inicial da doença paret'-
quimatosa com convulsões deve visar ao tratamento sintotrl'--
tico com anticonvulsivantes. Entretanto, embora esteja destL-
indo os cistos, o albendazol pode resultar em acentuada rea!-:
cerebral parenquimatosa e em graves deÍ'eitos neurológicos ' -
lesão retiniana (1.e.. perda da visão e neurite óptica) nas iesÔ''
oculares. Nessas situações, é preciso administrar cotico§ter'
des concomitantemente. Na doença ventricular com hidro;''
Íalia obstrutiva, a cirurgia com derivação pode ser útil. O tr::---
mento com niclosamida ou praziquantei deve ser consider::
posteriormente para eliminar a tênia adulta no intestino e e
tar qualquer reinfecção posterior. Nem a piperazina nem o :
bendazol são eficazes para essa indicação.
5. A. O D. latunt, a tênia do peixe adquirida corl o collsullli -:
peixe cru em áreas endêmicas, é mais bem tratado com pr:- .
quantel ou niclosamida. A ivermectina mostra-se eficrz
as infecções por filárias, particularmenÍe O. vrtlvulrt'
albendazol, apesar de ser altamente eficaz em al-tumas
ções por tênias. não é utilizado na inÍ'ecção pelzr tênia dtr
xe. A deficiência de vitamina B,. é causada pela com
«1o parasita com o hospedeiro pela vitamina, absotvend'-
gumas vezes, 807c da vitamina ingerida. Os pacientes
ciesenvolver anemia megaloblástica e manifestações
graves do sistema nervoso central (degeneração combinada
subaguda da medula espinhal). A deficiência de vitamina B
ler,e deve ser tratada cont injeções cla vitamina, além da terd-
pia Íàrmacológica específica. A piperazina. que é prescrita
para o tratamento das inlecçoes por nematódeos. não é utili-
zada para essa indicação.
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Anamnese Extensa: Sempre Util
. paciente é um homent de 6zl antls de idade, residente numa parasita nas inÍ'ecções não-complicadas é de cerca «le 907o ctu
' instituição para doentes mentais, cuja queixa principal mais. Entretanto, S. stercornlls representa um importanre ris-
consiste eln tosse e erupção cutânea. Ele foi veterano na guer- co de saúde em muitos países em desenvolvimento e até mes-
ra do Vietnã, com uma história de linfoma não-Hodgkin tratado mo em áreas do leste de Kentucky e região rural do Tennes-
comquimioterapiadeassociaçãocontendoprednisona. Há2 me- see. Representa um sério potencial de doença grave nos nu-
ses, apresentou tosse progressiva, dispnéia, dor mesoepigástri- merosos recrutas que se encontravam no Sudeste da Ásia
ca, diarréia e uma erupção cutânea pmriginosa-como ele a des- durante a Segunda Guerra Mundial e a guerra do Vietnã. Com
cfeve-na parede abdominal int'erior. O exame tjsico revela um efeito, foi descrita pela prilreira vez em 1876 como "diarréia
homem magro em leve sofrimento. com temperatura de 37,8'C, da China" em tropas da colônia francesa na lndochina por
pressão arterial de 121/1A mmHg, pulso de 120 e Íieqüência res- Louis Alexis Norman, médico de primeira classe na Marinha
piratória de 25 por minuto. São audíveis esteftores nos campos francesa. É adquirida por larvas infecciosas que penetram na
pulmonares. O abdome é macio e achatado, com sons intestinais pele e que fieqüentemente mantêm um baixo nível de auto-
hipoativos. Observa-se uma acentuada hipersensibilidade sem infecção assintomática durante muitas décadas. podem ocor-
rebote à palpação da área epigástrica, sem nenhuma massa. O rer hiperinfecção e ampla disseminação após imunossupres-
exame da pele revela erupção urticariforme serpiginosa migra- são ou doença crônica. O tratamento imediato pode salvar a
tória, distribuída na parte infêrior do abdome e do tronco, bem vida do paciente, visto que a síndrorne de hiperinfecção está
como nas nádegas (lawa currens). O exame do sangue periféri- associada a uma taxa de mortalidade de até 86./o. Os esterói-
co revela contagem de leucócitos de 16. 190/mmr (normal: 4.000- des podem suprimir a resposta dos eosinófilos normalmente
1 2.000/mmr) e 66Vo de eosinófilos (elevação acentuada). A ra- observada nessa doença, de modo que é preciso obter uma his-
diografia de tóra.r mostra a presença de intiltrados pulmonares tória clínica apropriada e examinar os achados intestinais e
difusos. A biópsia pulmonar transbrônquica revela inflamação cutâneos característicos, sendo necessário um elevado índice
sranulomatosaeosinofílicadoepitéliobrônquico. Olavadobron- de suspeita para estabelecer um diagnóstico oportuno de pa-
coalveolar revela a presença de larvas filariformes de S. sterco- cientes que permaneceram algum tempo em iíreas endêmicas.
rulis. O exame microscópico das fezes mostra as larvas Noshospedeirosimunocomprometidos,ainfecçãopersistente
rabditifomes de S. 'çÍercoralis. Com base no conhecimento da e as recidivas podem complicar a terapia com tiabendazol (até
síndrome de hiperinfecção por S. sterc'oralls, qual ou quais agen- mesmo quando administrado por mais de 7 a l0 dias). A tera-
tes devem constituir uma escolha lógica para o tratamento dessa pia alternativa com ivermectina parece ser tão eficaz ltaxas
doença potencialmente fatal? de cura de 64-100c/o) quanto o tiabendazol, com menos efei_
tos colaterais. Outras opções incluem o albendazol (taxas de
' Até pouco tempo, o tiabendazol era o fármaco de cura de 38-817o) e o meben<Iazol; todavia, esses fármacos não
escolha no tratamento da estrongiloidíase. A erradicação do foram aprovados pela FDA para essa indicação.

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