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Apostila DAN Unidade II

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Direito Aplicado aos Negócios
Direito Empresarial
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profª. Ms. Tercius Zychan
Revisão Textual:
Profª. Esp. Veria Lidia de Sá Cicaroni
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•	Direito Empresarial
•	Fontes do Direito Empresarial
•	Empresa
Para iniciar este módulo de nossa disciplina, vamos tratar do Direito Empresarial.
Trata-se de um ramo do Direito inserido nas alterações promovidas no ordenamento jurídico 
brasileiro com a entrada em vigor do novo Código Civil Brasileiro em 2002.
Vamos dar um panorama do Direito Empresarial: quais são suas fontes; o que são empresa, 
estabelecimento, empresário; e quais são as espécies de sociedades.
 · Entender o que vem a ser Direito Empresarial.
 · Identificar as fontes do Direito Empresarial.
 · Entender os conceitos de empresa, empresário e 
estabelecimento empresarial. 
 · Compreender quais são as espécies de sociedades empresariais.
Direito Empresarial
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Unidade: Direito Empresarial
Contextualização
O Direito Empresarial é um ramo do direito cada dia mais debatido e carecedor de ser 
conhecido por profissionais de diversas áreas. 
A conjuntura econômica provocada pelo processo denominado “globalização” trouxe avanços 
no trato das relações empresariais e provocou um grande desenvolvimento tecnológico, que 
permite o controle de empresas que se encontram em qualquer país do globo. 
O direito empresarial acompanha essas alterações nos comportamentos entre as empresas e 
entre estas e as pessoas. Dessa forma, o profissional que detém conhecimento nesse ramo do 
direito tem contribuído muito para o bom desempenho das empresas.
Sendo assim, precisamos entender, de modo detalhado, todos os pontos relacionados ao 
direito que, cada vez mais, faz parte de nossas vidas.
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Direito Empresarial
A conjuntura econômica provocada pelo processo denominado “globalização” trouxe avanços 
no trato das relações empresariais, além de provocar um grande desenvolvimento tecnológico, o 
que permite o controle de empresas que se encontram em qualquer país do globo.
As mudanças no Brasil tendem a acompanhar o mundo. A Lei nº 10.406, promulgada em 
10 de janeiro de 2002, que entrou em vigor a partir de 11 de Janeiro de 2003, trouxe, ao nosso 
ordenamento jurídico, um novo Código Civil, o qual promoveu mudanças em vários pontos do 
ordenamento jurídico pátrio, entre eles, os relativos, principalmente, os que tratam dos atos civis 
em território pátrio.. Destacam-se, entre as inovações, as contidas no Livro II, a partir do artigo 
966, que trata do denominado “Do Direito da Empresa”, o que provocou mudanças legais e 
interpretações doutrinarias divergentes sobre diversos temas, trazendo à luz o denominado, 
hoje, Direito da Empresa ou Direito Empresarial.
O Direito Empresarial é um dos “ramos do Direito” e traz importantes conceitos para estudo, 
uma vez que guarnece não somente os operadores do direito, mas também qualquer um que 
labute na área empresarial.
Agora que já nos situamos no contexto em que está inserido o Direito Empresarial, nada 
melhor do que conceituá-lo. Para tanto, entre tantos conceitos, importa saber o que diz Gladston 
Mamede sobre o tema: 
É o conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam 
as atividades das empresas e dos empresários comerciais (atividade 
econômica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens e a 
prestação de serviços), bem como os atos considerados comerciais, ainda 
que não diretamente relacionados às atividades das empresas.
Apreciando o conceito, denota-se que alguns outros dele emergem, como: teoria geral 
da empresa; sociedades empresariais; títulos de crédito; contratos mercantis; propriedade 
intelectual; relação jurídica de consumo; relação concorrencial; locação empresarial; falência 
e recuperação de empresas.
Fontes do Direito Empresarial
Como vimos, na aula anterior, as fontes do direito são divididas em primárias (as lei) e 
secundárias (demais fontes do direito).
Assim também ocorre com o direito empresarial, que tem como principais fontes primárias, 
dentro de nosso ordenamento jurídico: a Constituição da República Federativa do Brasil; Leis 
Comerciais; o Código Civil, Lei 10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei 6404/76 – Lei das S A; 
Lei 11.101/2005 – Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial; Lei 9179/96 – Propriedade 
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Unidade: Direito Empresarial
Industrial; Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei 556/1850, que trata do 
Comércio Marítimo e que não foi revogada pelo atual Código Civil; Tratados e Convenções 
Internacionais (Lei Uniforme de Genebra).
Como fontes secundárias, temos os usos e costumes, que podem ser exemplificados pelo uso 
do “cheque pré-datado”, forma de pagamento muito utilizada nas transações comerciais e que 
não possui qualquer previsão legal.
Empresa
O conceito atual do que vem a ser “empresa” é oriundo de uma construção histórica que 
remonta à própria formação das sociedades e das relações tidas como comerciais praticadas 
por estas.
Um conceito muito bom sobre o tema é encontrado nas lições de Fábio Ulhoa Coelho da 
seguinte forma:
Empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou serviços. Sendo uma atividade, a empresa não tem 
natureza jurídica de sujeito de direito nem de coisa. Em outros termos, 
não se confunde com o empresário (sujeito) e nem com o estabelecimento 
comercial (coisa).
Extrai-se do presente conceito que Empresa é uma atividade econômica organizada, para a 
produção ou circulação de bens ou serviços, exercida profissionalmente pelo empresário, por 
intermédio de um estabelecimento empresarial.
Atualmente, qualquer conceito jurídico ou econômico que se queira dar à empresa fundamentar-
se-á nas lições do autor italiano Alberto Asquini , formulador de quatro critérios para a conceituação 
de empresa: Perfil objetivo, Perfil subjetivo, Perfil Corporativo e Perfil funcional:
a) Perfil objetivo
De acordo com o perfil objetivo, empresa é um estabelecimento, um conjunto de bens 
corpóreos e incorpóreos reunidos pelo empresário para o desenvolvimento de uma atividade 
econômica.
b) Perfil subjetivo
Adotado o critério subjetivo para conceituarmos empresa, temos que esta é o próprio sujeito 
de direitos, o empresário, que organiza o estabelecimento para o desenvolvimento de uma 
atividade econômica.
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c) Perfil Corporativo
De acordo com o perfil corporativo, empresa é o conjunto formado pelo fundo de comércio 
(estabelecimento comercial), o qual compreende bens corpóreos e incorpóreos, e os trabalhadores, 
recursos humanos utilizados na execução da atividade econômica a que a empresa se propõe.
d) Perfil funcional
Caracteriza-se por uma atividade econômica organizada, para a produção e circulação de 
bens ou serviços, que se faz por meio de um estabelecimento e por vontade do empresário. 
Esse é o critério adotado pela doutrina brasileira para a conceituação de empresa e, 
destarte, serve de parâmetro para todos os atos normativos que regem a atividade empresarial, 
notadamente o novo Código Civil.
Empresário
O atual Código Civil Brasileiro não conceitua o que vem a ser empresa, tão somente trata do 
que vem a ser empresário:
Artigo 966: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Aproveitando o contido na lei, alguns doutrinadores conceituam o que vem a ser empresário, 
segundo a sua seu ponto de vista. É o caso, por exemplo, de Fábio Ulhoa Coelho , que assim 
define: “Empresário é a pessoa que tomaa iniciativa de organizar uma atividade econômica de 
produção ou de circulação de bens e serviços”.
Outro doutrinador conhecido, Rubens Requião , conceitua empresário de um modo 
simplificado, como sendo: “o sujeito que exercita a atividade empresarial”.
Importante destacar que empresário, ou seja, a pessoa que exerce a atividade empresarial 
poderá ser tanto uma PESSOA FÍSICA, que emprega seus recursos e organiza individualmente 
a empresa, quanto uma PESSOA JURÍDICA, formada pela união de pessoas naturais com o 
objetivo de organizar a exploração de uma atividade econômica.
Como ensina Fábio Ulhoa Coelho :
 A empresa pode ser explorada por uma pessoa física ou jurídica. No 
primeiro caso, o exercente da atividade econômica se chama empresário 
individual; no segundo, sociedade empresária. Como é a pessoa jurídica 
que explora a atividade empresarial, não é correto chamar de empresário 
o sócio da atividade empresária.
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Unidade: Direito Empresarial
A definição legal de empresário trazida pelo artigo acima permite serem identificados quais 
são os requisitos do desenvolvimento de uma atividade empresarial. São eles: profissionalidade, 
atividade econômica, atividade organizada, produção e circulação de bens e serviços.
a) Profissionalidade
Uma das características do empresário é de exercer profissionalmente a atividade empresarial, 
ou seja, de modo pessoal, habitual e detendo o monopólio das informações.
A denominada habitualidade, acima referida, diz respeito à repetição de atos, não os realizando 
eventualmente.
No que tange à pessoalidade, o empresário deve exercer pessoalmente a atividade empresarial. 
O que não quer dizer que não poderá contar com empregados, mas cabe ressaltar que os 
empregados não são empresários, pois exercem a atividade em nome do empregador, sendo 
conhecidos como seus prepostos.
Já, quanto ao monopólio das informações, o empresário é o detentor de todo o conhecimento 
e informações acerca do produto com o qual trabalha ou serviço que executa, ou seja, conhece 
as técnicas de produção dos bens e da execução dos serviços, as qualidades necessárias, a 
matéria-prima empregada, as condições de uso, nocividade, defeitos e outros.
b) Atividade econômica
No desempenho da atividade empresarial almeja-se, como finalidade, a obtenção de lucro. 
c) Atividade Organizada
Para o exercício da atividade empresarial organizada, devem estar presentes quatro fatores 
ligados à produção: capital, insumos, mão de obra e tecnologia.
d) Produção ou circulação de bens ou serviços
Uma indústria, ao manufaturar bens, exerce uma atividade empresarial, o que ocorre também 
com aquele que presta serviços.
A circulação de bens é atividade de comércio que ocorre diante da relação de mediação 
entre consumidor e produtor, mediação essa que, de modo similar, ocorre entre o prestador de 
serviços e o consumidor destes.
Dessas assertivas, pode-se entender que não terá a condição de empresário aquele que exercer 
atividade econômica de produção e de circulação de bens ou serviços sem que qualquer dos 
fatores descritos esteja presente. Exemplificando: um profissional liberal, como, por exemplo, um 
artista ou médico, que, para o desempenho de sua habilidade, emprega sua intelectualidade, 
ainda que conte com colaboradores ou auxiliares, não será um empresário.
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No entanto, se esse profissional adotar uma estrutura empresarial, organizando-se e 
exercendo suas atividades com o preenchimento dos requisitos estudados acima, aí, sim, 
ele pode ser considerado um empresário. Neste caso, por exemplo, se um médico estrutura 
uma clínica, contratando enfermeiras, auxiliares administrativos e outros médicos, ele se 
enquadrará na figura de um empresário, o que não ocorre com aquele que se limita a ter um 
consultório para atendimento.
Estabelecimento
É o meio ou instrumento no qual o empresário exerce sua atividade econômica.
Nos dizeres de Fábio Ulhoa Coelho , o estabelecimento ou o estabelecimento empresarial: “é 
o conjunto de bens reunidos pelo empresário para a exploração de sua atividade econômica” 
O atual Código Civil Brasileiro, em seu artigo 1142, traz, juridicamente, o que é um 
estabelecimento empresarial: “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, 
para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária”.
Os bens de que trata o conceito e o dispositivo legal podem ser classificados em duas espécies:
1- bens corpóreos: máquinas, móveis, automóveis, estoque, veículos, o imóvel no qual se 
desenvolve a atividade empresarial etc.; 
2- bens incorpóreos: marca, propaganda, planejamento estratégico e logístico, know-how etc. 
Sociedades Empresariais
As sociedades, de modo geral, podem ser divididas em dois grupos: as sociedades empresárias 
e as sociedades simples.
As denominadas sociedades simples são aquelas registradas no Cartório de Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas, artigo 1.150 do Código Civil, já as Sociedades Empresárias terão seu registro 
na Junta Comercial:
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas 
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples, ao Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dos tipos de sociedade empresária.
A sociedade simples, que, antes do Código Civil de 2002, era denominada Sociedade Civil, 
é aquela que não explora atividade econômica na forma empresarial.
O próprio Código Civil, em seu artigo 982, permite definir uma sociedade empresária e 
uma sociedade simples (“Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro - art. 967-; 
e, simples, as demais”.). Por exemplo, será uma sociedade simples aquela que reúne sócios 
para prestação dos serviços da sua atividade profissional, focada na pessoa e não apenas no 
resultado da prestação de serviços pela sociedade.
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Unidade: Direito Empresarial
Para ficar mais claro, vamos a outro exemplo: suponhamos que um ou mais arquitetos criem 
uma sociedade para prestação de serviços utilizando seus conhecimentos na área, podendo, 
para tanto, até contar com auxiliares para o desempenho de suas atividades, sendo, aqui, seu 
objetivo econômico a exploração de seus conhecimentos profissionais. Neste caso, não existirá 
uma sociedade empresarial, mas sim uma sociedade simples.
Aproveitando o exemplo, se esses arquitetos contratarem outros de mesma profissão para 
exercerem a mesma atividade organizada, pela qual sua produção não será resultado da mera 
exploração econômica das atividades pessoais e profissionais dos seus sócios, mas, sim, da 
exploração do negócio de arquitetura. Agora, sim, esta será uma sociedade empresarial.
Questão importante é que a própria lei promove uma classificação, na conformidade do 
artigo 982 do Código Civil, ao definir como simples ou empresárias, independente do objeto e 
de qualquer outro requisito ou definição: “ Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, 
considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”.
No entanto, nosso estudo está relacionado tão somente à atividade empresarial. 
Vários são os tipos de sociedades empresárias, cada qual portadora de um fundamento e 
consequências no campo jurídico.
Vamos, então, conhecer cada uma dessas sociedades.
1 - Sociedade em nome coletivo
A sociedade, aqui tratada, somente poderá contar com a participação de pessoas físicas, as 
quais serão detentoras de responsabilidade ilimitada e solidária perante as obrigações assumidas 
pela empresa. Quer dizer que cada sócio responderá ilimitadamente e isoladamente por qualquer 
obrigação social da empresa, ainda que o montante apurado do capital seja superior ao valor 
do capital social.Desta forma, se a dívida da empresa for superior ao seu capital, os bens 
individuais dos sócios garantirão o seu resgate. A designação desta forma de sociedade conterá 
o nome de qualquer sócio e, omitido ou não, o nome dos demais, devendo ser encerrada com 
a expressão “& CIA”. Ressaltando que, neste caso, o nome empresarial deve ser o sobrenome 
real de um dos sócios.
Art. 1.039 (Código Civil). Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato 
constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.
Art. 1.040. (Código Civil) A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no 
que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.
Art. 1.041 (Código Civil). O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a 
firma social.
Art. 1.042. (Código Civil) A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o 
uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
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Deixa claro a lei que a sociedade em nome coletivo poderá ser simples ou empresária, 
dependendo do objeto e da forma de exploração de sua atividade econômica.
Art. 1.044 (Código Civil) A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas 
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
2 - Sociedades em comandita simples
Esta espécie de sociedade possui dois tipos de sócios: comanditados e comanditários. Os 
primeiros referem-se a pessoas físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas ações 
sociais (colaborando na formação do capital social); os outros obrigam-se apenas pelos valores 
de suas quotas. Nesta espécie de sociedade, na razão social ou na firma somente poderão 
constar os nomes de sócios comanditados.
Art. 1.045 (Código Civil). Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: 
os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; 
e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.
Art. 1.046 (Código Civil).. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade 
em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade 
em nome coletivo.
Art. 1.047. (Código Civil). Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e 
de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o 
nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
Destarte, uma Sociedade em Comandita Simples é uma forma de sociedade de pessoas 
que possibilita na formação do capital necessário para for criação da empresa, seja possível 
participar deste grandes empreendimentos, mediante a associação com terceiros que possam 
dispor de capital de risco.
3 - Sociedade em comandita por ações
Nesta espécie de sociedade, da mesma forma como na sociedade em Comandita Simples, 
existem duas categorias de sócios: os comanditados, que respondem ilimitada e solidariamente 
pelas obrigações da sociedade, e os comanditários, cuja responsabilidade atinge até o limite 
das cotas ou ações subscritas. Assim sendo, a sociedade em Comandita de Ações constitui uma 
sociedade de capitais, na qual o capital é dividido em ações cujos possuidores são acionistas e 
podem ser diretores ou gerentes. 
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Unidade: Direito Empresarial
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, 
responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
§ 1º Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens 
sociais.
As diferenças que merecem destaque entre as sociedades em comandita simples e as sociedades 
anônimas começam a ser notadas ao apreciar o disposto no parágrafo 2º do artigo 1.091 do Código 
Civil. Fica evidente que os diretores destas são nomeados desde a constituição da sociedade, têm 
mandato por prazo ilimitado, não podem ser nomeados pela assembleia geral de acionistas e 
somente poderão ser destituídos por deliberação de dois terços do capital social.
Importante destacar que os poderes da assembleia geral também ficaram limitados:
Art. 1.091. (Código Civil) § 2º Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, 
sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que 
representem no mínimo dois terços do capital social.
§ 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações 
sociais contraídas sob sua administração.
Art. 1.092. A assembleia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto 
essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, 
criar debêntures, ou partes beneficiárias.
4 - Sociedade limitada
As Sociedades Limitadas têm como característica principal a responsabilidade limitada dos 
sócios, o que quer dizer que os sócios investem determinado valor no capital social da empresa 
e são somente responsáveis por integralizar o capital. 
O capital social é representado por quotas e cada sócio é responsável diretamente pelo 
montante de sua quota, apesar de existir a obrigação solidária pela integralização das quotas 
subscritas pelos demais sócios. Normalmente, na nomenclatura oficial desse tipo de sociedade, 
consta a expressão “Ltda”.
5- Sociedade anônima
Uma característica importante das sociedades anônimas reside no capital social, que é 
dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas vai até o limite das ações . 
Costumeiramente a abreviação utilizada é S/A ou as e, no que concerne à sua classificação, 
elas podem ser sociedades de capital fechado e sociedades de capital aberto. Quanto à primeira 
hipótese, a empresa pertence a um grupo reservado de sócios, conservando uma determinada 
liberdade contratual. As sociedades de capital aberto são detentoras de autorização especial 
para negociar suas ações no mercado de capitais. 
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Material Complementar
No estudo do Direto Empresarial é importante conhecer um órgão bastante envolvido nas 
relações empresariais e comerciais internas e externas: o “Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior”.
Conheça mais sobre ele, visitando o sítio na rede mundial de computador. Para isso entre no 
site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, clicando no seguinte link: 
http://www.mdic.gov.br/sitio/
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Unidade: Direito Empresarial
Referências
ASQUINI, Alberto. Profili dell’impresa. In: Rivista di diritto commerciale. Vol. XLI – Parte 
I, 1943.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 out. 1988. Senado 
Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br.
BRASIL. Código Civil Brasileiro, de 10 jan. 2002. Senado Federal. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial - Direito de Empresa. 11. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2007.
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro: empresa e atuação empresarial, 
volume 1. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 2007
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ªed. São Paulo: Saraiva. 2002.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991.
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Anotações
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CEP 01506-000
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