Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO - UENF LABORATÓRIO DE FÍSICA GERAL III MEDIDA DO COMPRIMENTO DE ONDA MÉDIO DAS FAIXAS ESPECTRAIS DA LUZ BRANCA DETERMINAÇÃO DO ESPAÇAMENTO DE UMA REDE DE DIFRAÇÃO MANUELA DE SOUZA AZEVEDO DE OLIVEIRA CAMPOS DOS GOYTACAZES ABRIL – 2001 Juraci Aparecido Sampaio Nota 9,5 Juraci Aparecido Sampaio 2 Índice 1.0 Introdução 03 2.0 Objetivo 03 3.0 Fundamentos Teóricos 04 4.0 Procedimento Experimental 06 4.1 Materiais Utilizados 06 4.2 Procedimento 06 5.0 Resultados e Discussões 07 6.0 Conclusões 09 7.0 Referências Bibliográficas 10 3 1.0 Introdução Difração é o nome genérico dado aos fenômenos associados a desvios da propagação da luz em relação ao previsto pela óptica geométrica. Os efeitos da difração são observados quando os obstáculos ou aberturas são de dimensões comparáveis ao comprimento de onda. O efeito de difração é observado para todos os tipos de ondas. [1] O fenômeno da difração deu origem a vários outros experimentos destinados a provar sua natureza. Um exemplo destes experimentos é a experiência de Young, que consistia na incidência de luz sobre um anteparo com um orifício e posteriormente sobre um outro anteparo com dois orifícios. Ele conseguiu então provar a interferência dos raios de luz entre si, gerando uma configuração de interferência de máximos e mínimos de luz sobre um terceiro anteparo.[1] O estudo do comprimento de onda com os fenômenos básicos de interferência e difração são de extrema importância, uma vez que permite identificar elementos químicos, pois o espectro é uma característica particular de cada elemento. O objetivo central do nosso trabalho é a determinar o comprimento de onda médio das faixas espectrais da luz branca e o espaçamento de uma rede de difração e número de fendas. 2.0 Objetivos - Determinar o comprimento de onda médio das faixas espectrais da luz branca e; - Determinar o espaçamento entre fendas de uma rede de difração, sabendo o comprimento de onda e determinar o número de fendas. 4 3.0 Fundamentos Teóricos No ano de 1803 Young realizou uma experiência demonstrando que a luz possuía natureza ondulatória mostrando que duas ondas luminosas podem interferir uma com a outra. Essa experiência foi, particularmente importante porque o cientista conseguiu calcular o comprimento de onda da luz a partir das observações, determinando pela primeira vez esta importante grandeza física. O valor obtido por Young para o comprimento de onda médio para luz solar, 570 nm em unidades modernas, está bem próximo do valor usado hoje em dia pelos cientistas, 555 nm.[1] O experimento de Thomas Young consistia que a luz solar atravessasse um orifício S0 localizado em uma tela A, a difração faz com que a luz se espalhe e chegue aos orifícios S1 e S2 de uma tela B. Uma nova difração ocorre quando a luz atravessa esses orifícios e duas ondas esféricas se propagam simultaneamente no espaço à direita da tela B, onde podem interferir uma com a outra. Os pontos do espaço onde a interferência é construtiva são máximos de interferência. Ligando esses pontos, obtemos uma série de linhas levemente curvas que se estendem até uma tela C. Regiões claras aparecem na tela C em torno dos pontos onde as linhas de máximo de interferência interceptam a tela. Essas regiões claras são separadas por regiões escuras, correspondentes aos pontos onde a interferência é destrutiva(mínimos de interferência). Tomadas em conjunto, as regiões claras e escuras formam uma figura de interferência na tela C. A figura 1 representa esta experiência de Thomas Young abaixo. 5 Figura 1: Difração da fenda dupla (Experiência de Young) O grau de iluminação de um ponto qualquer P sobre a tela de observação depende da diferença entre os percursos dos dois raios luminosos. Para determinar essa diferença, encontramos um ponto b no raio que parte de S1 tal que a distância de b até P seja igual a distância de S2 até P. Assim, a diferença entre os dois percursos é igual a distância entre S1 e b. [1] Quando a tela de observação C está próxima da tela B, a figura de interferência que aparece na tela C é difícil de descrever matematicamente. Porém, se a distância D entre as telas for muito maior que a distância d entre as fendas, o problema se torna muito mais simples. Neste caso podemos supor que os raios r1 e r2 são aproximadamente paralelos e fazem um ângulo com uma reta perpendicular aos planos das telas. Podemos também aproximar o triângulo formado pelos pontos S1, S2 e b por um triângulo retângulo; um dos ângulos internos desse triângulo é . A diferença entre os percursos dos dois raios(que ainda é a distância entre S1 e o ponto b) é dada nesse caso por d sen. [1] Para que haja interferência construtiva entre os raios que chegam a um ponto P da tela de observação, é preciso que a diferença entre os percursos, d sen, seja igual a zero ou a um número inteiro de comprimento de onda, onde d é o espaçamento da rede, ou a distância entre os centros de duas fendas 6 consecutivas sendo o número de fendas por unidade de comprimento “N” dado por N= 1 / d. d sen = m , para m = 0,1,2... [1] As regiões da tela de observação onde estão situados esses máximos de interferência são chamadas de franjas claras e podem ser rotuladas pelos valores de m [1]. 4.0 Procedimento experimental 4.1 Materiais utilizados - Polaróide; - Grade de Fração; - Laser; - Réguas ( milimetrada e centimetrada); - Panel Ótico; - Banco Ótico Linear; - Trena 4.2 Procedimento Primeiramente, foi colocado nas devidas posições o Banco ótico Linear e o Painel Linear, foi seguida as instruções do professor, foi determinada a constante de rede, dada por d = 1/N, em que N é o número de fendas. Todos os valores foram dados em nanômetro (nm), 1 nm = 10-9 m. O polaróide possui 500 fendas por mm. Posteriormente, foi identificada as cores observadas e verificada a posição onde essas cores eram mais intensas. Após o sistema estar ajustado não foi mexido mais no mesmo. Como instrumento trena foi anotada a distância L que separava a rede de difração da régua horizontal que funcionou como anteparo. Juraci Aparecido Sampaio difração Juraci Aparecido Sampaio 7 Uma franja clara em um ponto P, ou seja, houve uma interferência construtiva e a diferença do percurso foi igual a um número inteiro de comprimentos de ondas, por isso, foi escrito: d sen = m onde m valeu 1. Foi determinado o ângulo para cada radiação (vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta) e para isso foi usado o teorema de Pitágoras para um triângulo retângulo. No caso específico desse experimento sen = cateto oposto / cateto adjacente = OP / [ (OP)2 + L2 ]1/2. Os resultados foramcolocados em uma tabela e foi calculado o comprimento de onda em nm para as radiações vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta. Posteriormente, foram trocadas as grades A, B e C – fio de cabelo, e foi observado o comprimento L novamente e fixado o comprimento de onda em nm. Após as observações foram anotados os resultados em uma tabela e foi calculado o espaçamento da rede de difração e o número de fendas para cada grade. 5.0 – Resultados e Discussões - Determinação do comprimento de onda médio das faixas espectrais da luz branca Usando um polaróide com 500 fendas por mm pode -se determinar o comprimento de onda das faixas espectrais se a largura de cada fenda for da ordem de grandeza dos comprimentos de onda da luz visível, a luz atravessa o conjunto de fendas e produz em um anteparo distante uma distribuição de intensidades luminosas relativas. Então com uma distancia L(que obtivemos como valor de 710 mm) fixa que separa a rede de difração e o anteparo (uma régua horizontal), observa-se a difração da luz. Para isso determina-se o ângulo usando o teorema de Pitágoras para um triângulo retângulo. Neste caso do experimento temos que sen = cateto oposto / cateto adjacente = OP / [ (OP)2 + L2 ]1/2. OP é a distância na régua do zero até a cor observada na mesma. Juraci Aparecido Sampaio Deveria ter colocado um esquema da montagem experimental. Juraci Aparecido Sampaio 8 Esta equação: d sem =m (onde m=1 , d=1/N e N=500/mm) se deve a uma franja clara em um ponto P, ou seja, houve uma interferência construtiva e a diferença do percurso foi igual a um número inteiro de comprimentos de ondas. Calculando-se a constante de rede (d), que é o inverso do número de ranhuras (500), ou seja, d = 1/N d = 1/500= 2 x 10-3mm = 2000nm Na tabela abaixo estão os comprimento de onda das faixas espectrais da luz branca observados. Para melhorar as faixas espectrais usaram-se filtros. Tabela 1: Comprimento de onda das faixas espectrais da luz branca Radiação L2( mm2) OP (mm) (OP)2(m m2) OP / [(OP)2 + L2 ]1/2 Sen (nm) vermelha 504100 240 57600 749,46 0,32 640 Alaranjada 504100 225 50625 744,80 0,30 600 Amarela 504100 215 46225 741,84 0,29 580 Verde 504100 195 38025 736,29 0,26 520 Azul 504100 175 30625 731,24 0,24 480 Anil 504100 170 28900 730,06 0,23 460 Violeta 504100 155 24025 726,72 0,21 420 Observando as faixas espectrais dos espectros contínuos da luz podemos obter os seguintes comprimentos de onda [2] para cada faixa de radiação: vermelha(630 – 740nm), alaranjada(585 – 620nm), amarela(565 – 590nm), verde(500 – 550nm), azul(455 – 492nm), anil(450 – 480nm) e violeta(390 – 455nm). Diante do exposto pode-se dizer que o comprimento de onda médio das faixas espectrais da luz branca está dentro da faixa aceita pela literatura. 9 - Determinação do espaçamento de uma rede de difração, sabendo o comprimento de onda e determinação do número de fendas ou ranhuras(N). Na segunda parte foi determinado o número de fendas(N) de diferentes polaróides (Grade A, B e C – Fio de Cabelo). Para isso foi usado laser com comprimento de onda = 650 nm. O valor de L medido a princípio ( para a grade A) foi de 477mm. Para a grade B o L foi de 560mm e para a grade C, utilizando um fio cabelo, o valor de L foi de 556mm. A tabela 2 a seguir mostra os resultados obtidos. Tabela 2: Número de fendas Grade L2(mm2) OP(mm) (OP)2(mm2) OP / [(OP)2 + L2 ]1/2 Sen d () N () A (477)2 6 36 477,04 0,0126 51 19 B (560)2 5 25 560,02 0,0089 73 13 C (556)2 2 4 556,01 0,0072 90 De acordo com o fornecedor da grade A (informado pelo professor), o valor de N (n° de ranhuras) é de 20 e para a grade B é de 10 . Pelos resultados obtidos do número de ranhuras (N) ou fendas das grades A e B percebe-se que o valor se aproximou do desejado. O fio de cabelo possui de acordo com o dado informado pelo professor, de 38 a 80 de diâmetro (d). O valor obtido no experimento foi de 90 revelando que ultrapassou pouco a faixa desejada. Essa ultrapassagem pode ser devido a erros calculados, ou seja, erros de aproximação da calculadora. 6.0 Conclusão Pode-se concluir que a determinação do comprimento de onda das cores do espectro usando uma rede de difração pode ser medida utilizando a luz monocromática (branca). Esta quando incide sobre uma rede forma uma série de franjas de interferências. 10 Na segunda parte conclui-se que conhecido o comprimento de onda e o valor de L pode-se determinar o número de fendas de um polaróide e o diâmetro deste. 7.0 Referências bibliográficas [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl; Fundamentos de Física 4, 4ª Edição, 1996. [2] http://astro.if.ufrgs.br/rad/espec/espec.html Acessado em 03 de maio de 2011
Compartilhar