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Nutrição Aplicada à Medicina Estética 01.pdf Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Nutrição Aplicada à Medicina Estética Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Curso de Nutrição Aplicada à Medicina Estética MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores SUMÁRIO MÓDULO I Considerações sobre a beleza Evolução dos hábitos alimentares Envelhecimento Desarmonia corporal Compulsão alimentar Anorexia Bulimia Ortorexia MÓDULO II Carboidratos Fibras Proteínas Lipídios Vitaminas e sais minerais Água MÓDULO III Equilíbrio alimentar em estética Influência da dieta nos tratamentos estéticos Celulite Flacidez Estrias Gordura localizada Saúde da pele Obesidade Emagrecimento 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV Dietas da “moda” Shakes e substitutos alimentares Nutrientes específicos em estética Alimentos premiados Nutricosméticos Fitoestrógenos Alimentos termogênicos Simbióticos, probióticos e prebióticos Orgânicos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO I Considerações sobre a Beleza Na história da humanidade, o conceito de estética sofreu muitas transformações, mas a busca pela manutenção da juventude sempre esteve presente. A valorização da imagem se alterou ao longo do tempo. No século XVI, o conceito de belo estava associado ao excesso de peso, uma vez que ser magro era sinal de pobreza. Com o surgimento do espartilho, o corpo estilo “violão” ganhou destaque e a cintura fina começou a ser valorizada. Nos anos 70 a mulher passou a adotar a silhueta magra. Nas décadas de 70 e 80 as atenções se voltaram para o corpo e a estética, como um contraponto à despreocupação dos hippies. A cirurgia facial se popularizou. O objetivo principal era a redução da flacidez e das rugas, razão pela qual era comum em indivíduos maiores de 60 anos. As técnicas de Medicina Estética ganharam importância com a busca pela prevenção dos sinais de envelhecimento, por ser menos invasiva e por apresentar resultados satisfatórios. Destaca-se o laser, peeling, toxina botulínica e substâncias de preenchimento. Na década de 90, as próteses de silicone ganharam destaque, assim como o corpo modelado pela atividade física. Houve em alguns momentos a valorização da magreza absoluta, mas prevalece hoje a silhueta “escultural”, modelada pela atividade física, alimentação especializada e pelos modernos procedimentos estéticos. A beleza já pode ser moldada. Próteses, lipoaspiração, limpeza de pele, maquiagem definitiva, unhas postiças, tinturas capilares, são hoje comuns e acessíveis à maior parte do público preocupado com a valorização da imagem e/ou autoestima. Neste contexto, o profissional de saúde precisa ser muito cauteloso e ter a sensibilidade de identificar o objetivo do cliente quando o mesmo procura tratamentos na área estética. A popularização de tais técnicas pode favorecer a busca desenfreada pelo corpo perfeito, comprometendo severamente a saúde física e principalmente a saúde emocional. O perigo está quando as emoções estão confusas, influenciadas por questões existenciais, frustrações, etc. A busca pela beleza pode muitas vezes sinalizar conflitos internos e, neste caso, a indicação de terapia especializada é fundamental. Por outro 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores lado, a busca pela beleza sadia aumenta satisfatoriamente a autoestima, favorecendo a qualidade de vida e potencializando o bem estar físico e mental. Evolução dos Hábitos Alimentares É através do alimento que o ser humano retira os nutrientes para a sustentação de seu organismo e da sua combinação depende um corpo saudável ou doente. A história da alimentação é antiga. Acredita-se que o homem teria começado a se alimentar de frutos e raízes após observar o comportamento de outros animais. Com a evolução da espécie, começou a ingerir carne crua e moluscos, até que aprendeu a assar e cozinhar. Descobriu outros alimentos e formas de consumi-los. Passou a selecionar, modificar e evoluiu tanto que hoje já utiliza o alimento como potente colaborador no tratamento de doenças e como principal responsável pela saúde e qualidade de vida. Estudos mostram que o homo sapiens, por exemplo, alimentava-se de carne de caça, que eram abatidas diariamente e assadas. O homem de Neanderthal parece ter sido antropófago, segundo a análise de fósseis. Acredita-se que a primeira “sobremesa” tenha sido o mel de abelhas, que já existia há milhões de séculos antes do homem. Profundas mudanças climáticas e ambientais estimularam a migração de homens e animais. Andando de um lugar para outro, os homens primitivos perceberam que sementes que caíam, germinavam. Desenvolveram a agricultura, arco e flecha e passaram de nômades a moradores em pequenas aldeias. No período paleolítico passaram a se organizar em sociedade. No período neolítico (10.000 a 4.000 a. C.), se inicia a base de nossa alimentação tradicional. Os povos egípcios associavam a saúde e longevidade aos prazeres da mesa. Eram conhecedores dos segredos da farmacopeia e propriedades das ervas medicinais e já ligavam a alimentação com a cura de moléstias. Por volta dos séculos V a X d. C., já eram considerados os efeitos preventivos da alimentação. Textos de Hipócrates já evidenciavam a associação de alimentos com o combate a doenças. Na Idade Média se destacavam três sabores fundamentais: forte, doce e ácido. Na Idade Moderna a agricultura passa a ser utilizada também para fins 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores comerciais. Na Idade Contemporânea a agricultura cresceu e o açúcar, antes privilégio da elite, se difundiu na alimentação popular. Observando-se a evolução do processo alimentar, conclui-se que a cultura tem forte influência nos hábitos alimentares. O homem pré-histórico comia de tudo. Já o homem moderno age de forma bem diferente. Os israelitas podiam comer gafanhotos e esses são ainda apreciados em toda a África do Norte. No Nordeste, os sertanejos comem preás e camaleões. Nativos da Amazônia comem macacos assados. Hindus não comem carne de vaca, pois acreditam serem sagradas. Já os europeus acham que a mesma é indispensável na mesa. A relação entre alimentação e religião está na Bíblia. As religiões proíbem o consumo de certos alimentos e tornam outros sagrados. O pão há mais de dois mil anos é tido como alimento sagrado por muitos povos. A cozinha brasileira sofreu influência da cozinha portuguesa, indígena e africana, sendo obviamente adaptada de acordo com a cultura local. Africanos trouxeram uma cozinha de “miscigenação”. Com os europeus, principalmente os portugueses, foram aprendidas técnicas de agricultura e criação de animais. Também houve contribuição no ensinamento de produtos derivados de leite, como o queijo, além dos embutidos, defumados e fabricação dos doces. Nas últimas décadas ocorreram mudanças importantes nos hábitos alimentares dos brasileiros. O alimento, que antes era utilizado para saciar a fome, passou a ser parte integrante de reuniões, festas, etc. O conhecimento sobre eles também evoluiu bastante. Antes, coadjuvante, hoje tem papel principal na longevidade e qualidade de vida. Estudos científicos comprovam o poder de certos alimentos e sua influência na saúde humana. Com períodos de fome e doenças, nossos ancestrais acabaram por realizar experimentos alimentares que hoje vem à tona, com a comprovação científica de seus efeitos benéficos sobre a saúde. Povos romanos descreveram as propriedades protetoras do repolho. As sementes da abóbora são apontadas por estudiosos como benéficas para a saúde da próstata. Fato este já descrito pela tradição herbal europeia. Em contrapartida, o aumento no número de alimentos industrializados associado à vida moderna, falta de tempo e stress do dia a dia, favoreceu alterações no padrão alimentar que nem sempre correspondem ao ideal. É cada vez maior o número de 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores indivíduos acima do peso e/ou com problemas de saúde relacionados à alimentação desequilibrada. Esta não está necessariamente relacionada à alta ou baixa ingestão alimentar, mas a inadequada ingestão de nutrientes necessários à qualidade de vida. COMPARATIVO DA DIETA DO HOMEM PRIMITIVO X HOMEM MODERNO HOMEM PRIMITIVO HOMEM MODERNO Alimentos integrais Alimentos refinados Alimentos ricos em fibras Alimentos pobres em fibras Alimentos ricos em nutrientes Alimentos empobrecidos em nutrientes Alimentos consumidos crus Alimentos processados pelo calor Menor teor de gordura saturada Alto teor de gordura saturada Ausência da adição de açúcar e sódio Excesso de açúcar e sódio Ausência de fermentos e antibióticos Excesso de fermentos e antibióticos Ausência de agrotóxicos e aditivos químicos Excesso de agrotóxicos e aditivos químicos A chamada “fome oculta” está se expandindo em toda a população, independente de classe social, idade ou sexo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “fome oculta” é a necessidade orgânica de um ou mais nutriente, mesmo não existindo sinais de carência. Na realidade existem alterações silenciosas que deixam sequelas, independente do peso do indivíduo. Os sintomas são geralmente percebidos em longo prazo ou até mesmo ignorados e podem culminar com o desenvolvimento de doenças como câncer, osteoporose, hipertensão, doenças cardiovasculares entre outras. São comuns: - Dores musculares; - Fraqueza, cansaço, indisposição; - Dificuldade de concentração; - Maior vulnerabilidade a infecções. Estudos indicam que ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição em crianças e adultos num ritmo acelerado aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade na população brasileira. Estabelece-se, desta forma, um antagonismo de tendências temporais entre desnutrição e obesidade, definindo uma das 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores características marcantes do processo de transição nutricional no país (Batista Filho, M. & Rissin, A., 2003). Dados epidemiológicos têm demonstrado que o sobrepeso e obesidade, antes prevalentes nas regiões mais ricas, hoje são comuns em regiões de baixa renda. A transição epidemiológica no campo da nutrição é hoje resultado de uma série de fatores que influenciam diretamente na saúde e qualidade de vida. Merece destaque a melhora na habitação e saneamento, a mudança de hábitos alimentares, níveis de ocupação regional, renda, acesso a informações, escolaridade, melhor acesso aos serviços de saúde entre outros. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) relativa aos anos de 2008 e 2009 trará pela primeira vez informações sobre a evolução dos hábitos alimentares da família brasileira. Serão considerados dados como o consumo de alimentos orgânicos, DIET e LIGHT e ainda hábitos considerados de desenvolvimento sustentável. Envelhecimento Com o avanço da Medicina, a expectativa de vida tem aumentado bastante e associado a este aumento está a preocupação com a saúde e qualidade de vida. Estima- se que em 2025 o Brasil será a sexta nação do mundo com pessoas maiores de 70 anos e o contingente que mais crescerá é o dos cidadãos acima de 80 anos. Hoje, cerca de 13,5 milhões de idosos já somam 8% da população e a expectativa para os próximos 20 anos será de 31,8 bilhões. Ainda não existe uma definição precisa acerca do envelhecimento fisiológico normal. O envelhecimento é determinado basicamente por fatores como hereditariedade, ambiente e estilo de vida. Corresponde a um processo contínuo, onde ocorre um declínio progressivo de todas as funções fisiológicas. Envolve alterações de peso, redução na velocidade dos reflexos, aumento da gordura corporal, redução de massa muscular, diminuição da quantidade de água corporal, etc. Muitas teorias tentam explicar o mecanismo de envelhecimento, mas nenhuma delas, até o momento, consegue compreender satisfatoriamente todo o processo. Em relação às funções fisiológicas, as mudanças são relevantes. 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Tab 1: declínio das funções de acordo com a idade SISTEMA ORGÂNICO DECLÍNIO FUNCIONAL Presbiopia Sentidos Redução da capacidade auditiva Diminuição do paladar e olfato Deterioração da função contrátil intrínseca Sistema Cardiovascular Redução da condutividade Redução do enchimento ventricular Aumento da pressão arterial Diminuição da elasticidade pulmonar Sistema Respiratório Redução da capacidade respiratória Menor eliminação de muco Diminuição da PO2 arterial Aumento do risco de infecção secundária Diminuição da imunidade celular Diminuição do número de células T Sistema Imunológico Aumento das células T supressoras Redução das células T auxiliares Perda das células de memória imunológica Redução nos títulos de anticorpos contra antígenos conhecidos Aumento da autoimunidade 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Redução das respostas hormonais a estímulos Sistema Endócrino Deterioração da tolerância à glicose Diminuição dos androgênios e estrogênios Diminuição das respostas da noradrenalina Deterioração da resposta a privação de líquidos Sistema Nervoso Declínio de reflexos Autônomo Aumento da suscetibilidade à hipotermia Redução da motilidade gastrointestinal Os sinais externos mais comuns do envelhecimento se refletem na pele, cabelos, unhas e ainda na distribuição de gordura corporal. Já está bem documentado que a exposição solar é a causa mais significativa de aceleração do processo de envelhecimento cutâneo. O envelhecimento da pele pode ser de dois tipos: - INTRÍNSECO (natural), mais suave, lento e gradual. A textura da pele é lisa, homogênea, tem pouco número de manchas e discreta formação de rugas. - FOTOENVELHECIMENTO (devido aos danos causados pela radiação ultravioleta), mais agressivo e responsável pelo aparecimento de rugas, manchas e até câncer de pele. A cútis é áspera, nodular e espessada. Observando-se a figura abaixo é possível identificar os sinais da exposição solar. A pele das mãos, mais exposta ao sol, é bem mais enrugada e envelhecida que a pele das coxas, normalmente menos exposta à radiação ultravioleta. 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: www.revistauptodate.com.br A luz visível e a radiação infravermelha também causam prejuízos à pele e suas ações vêm sendo muito pesquisadas nos últimos anos. Os cabelos perdem a tonalidade natural e na pele são observadas rugas, perda de elasticidade e ressecamento. O aparecimento destas características é mais precoce em indivíduos de pele seca quando comparados aos pacientes de pele oleosa. O tabagismo também está relacionado com a quantidade de rugas profundas. Entre outras alterações clínicas, são frequentes o aparecimento de coloração acinzentada da pele, maior ressecamento e o aumento do número de neoplasias malignas cutâneas. Com a menopausa há redução nos níveis de estrógeno, consequentemente com diminuição na síntese do colágeno e aumento do envelhecimento da pele. No corpo há o aparecimento ou aumento da gordura localizada e a redução de massa magra reflete perda do tônus e da força muscular, ocasionando flacidez. O combate ao envelhecimento é a grande preocupação de quem procura procedimentos no campo da estética. Através de cosméticos, tratamentos e até cirurgias, busca-se a todo o momento retardar os efeitos da idade. A alimentação também deve ser associada aos protocolos de tratamento, sendo indispensável para garantir resultados adequados. A ingestão de alimentos antioxidantes deve ser valorizada e não pode faltar na dieta do cliente. Com os avanços da medicina, muitas das alterações comuns ao envelhecimento podem ser prevenidas e/ou amenizadas, com o intuito de garantir saúde e qualidade de vida. No entanto, deve-se ter bom-senso e atenção especial a fim de identificar a grande diferença existente entre vaidade e obsessão. 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Desarmonia Corporal Antes de ser um problema de “gente fútil”, a autoimagem está associada à autoestima, que por sua vez tem forte relação com a qualidade de vida. Obviamente é necessário um bom-senso quando se trata da aparência estética, mas não há como negar a sua importância na vida moderna. O conjunto de alterações que afetam a estética corporal, em especial de mulheres, recebe o nome de “Síndrome da Desarmonia Corporal”, descritas pela primeira vez pelo Prof. Dr. Miguel Francischelli Neto. Caracteriza-se pela presença, muitas vezes associada, de celulite, estrias, flacidez, além da gordura localizada e alterações musculares. Não apresenta relação com o excesso de peso e também não tem faixa etária prevalente. O descontrole alimentar tem sido descrito como forte responsável por este tipo de problema, também merecendo atenção fatores como hereditariedade, ação hormonal, sedentarismo, etc. O preconizado como ideal para a distribuição corporal é o percentual de gordura em torno de 20% e o de massa magra (formada por músculos, ossos e órgãos) em torno de 80%. A recuperação da forma corporal e a correção dos problemas presentes na Síndrome da Desarmonia Corporal envolvem tratamentos estéticos e/ou cirúrgicos associados à alimentação equilibrada e atividade física regular e orientada. ? Celulite A celulite (lipodistrofia ginoide), definida como uma inflamação celular, atualmente é considerada doença e não uma simples deformação estética. Manifesta-se no tecido conjuntivo localizado embaixo da pele, devido à soma de várias alterações que são acionadas por fatores como: - herança genética; - sedentarismo; - problemas circulatórios; - alimentação inadequada; 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - cigarro; - álcool; - estresse; - desequilíbrio hormonal. Estes fatores determinam modificações, como a compressão dos vasos locais e a projeção do tecido gorduroso, o que ocasiona as conhecidas ondulações. As manifestações da celulite são de acordo com o estágio em que a mesma se encontra. Estágio I: ocorre uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de sustentação. Não há sinais visíveis na pele e também não há dor. Fonte: www.mesoclin.com.br Estágio II: já existe alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa (líquido que banha as células) ficam “represados” e, consequentemente, ocorre um edema intercelular. Também há um endurecimento do tecido de sustentação e as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor. Fonte: www.mesoclin.com.br 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Estágio III: a celulite neste estágio apresenta o aspecto “casca de laranja” e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida. Podem aparecer vasinhos e microvarizes, além da sensação de peso e cansaço nas pernas. Fonte: www.mesoclin.com.br Estágio IV: é a fase considerada mais grave, com as fibras duras, formando nódulos e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões e tem aspecto acolchoado. As pernas ficam pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de cansaço é frequente, mesmo sem esforço. Fonte: www.mesoclin.com.br ? FLACIDEZ A flacidez é provocada pela perda de elementos do tecido conjuntivo como fibroblastos, elastina e colágeno. Esta perda faz com que a rede de elementos se torne menos densa, tirando a firmeza entre as células. É comum ocorrer em um mesmo indivíduo a flacidez muscular, mais profunda (resultante da menor tonicidade do músculo) 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores junto à tissular ou dérmica (resultado do rompimento das fibras de colágeno, por exemplo). As causas podem ser herança genética, excesso de sol (fotoenvelhecimento), falta de exercícios, excesso de peso, alimentação inadequada, emagrecimento acelerado e até má postura. Outro fator que ocasiona esse processo é o aumento do tecido gorduroso em detrimento da massa muscular. O indivíduo sedentário que passa muitas horas sentado, por exemplo, tem grande facilidade para o desenvolvimento da flacidez. O tecido adiposo, por ser de preenchimento, aumenta o volume na tentativa de minimizar o trauma mecânico e o músculo flácido facilita a deposição da gordura. Hábitos alimentares inadequados geralmente vêm acompanhados de acúmulo de gordura, o que também favorece a flacidez cutânea devido à dificuldade no processo de nutrição da pele. Vestuário inadequado contribui para o desenvolvimento da flacidez, devido à má circulação sanguínea e linfática. ? ESTRIAS Estrias também apresentam relação com a flacidez. Diferentemente de outros problemas como celulite e obesidade, elas não estão diretamente ligadas à gordura localizada. Manifestam-se em pessoas de todas as idades e portes físicos. Suas causas são variadas e envolvem o crescimento acelerado (em especial na puberdade), aumento de peso, gravidez ou uso crônico de medicamentos à base de corticosteroide. A estria se forma quando a pele, excessivamente estirada, ultrapassa sua capacidade de distensão e se rompe. Suas bordas, ao cicatrizarem, formam uma linha deprimida na superfície da pele. Ao contrário do que muitos acreditam, não há cura total para o problema. As estrias avermelhadas, mais recentes, apresentam maior resposta ao tratamento estético, uma vez que suas células possuem maior capacidade regenerativa. Já as estrias brancas, consideradas mais antigas, terão sua aparência amenizada com o tratamento. Fonte: www.acorporalle.com.br/ESTETICA/corporais.htm 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? GORDURA LOCALIZADA Segundo Kacth & McArdle (1996), apud TRIBESS et al (2003), a gordura corporal pode ser classificada no organismo humano sob duas formas: - GORDURA ESSENCIAL: consiste na gordura armazenada internamente nos principais órgãos, intestinos, músculos e nos tecidos ricos em lipídios presentes no sistema nervoso central. Este tipo de gordura é indispensável para o funcionamento fisiológico satisfatório do organismo. - GORDURA ARMAZENADA: consiste na gordura estocada no tecido adiposo, internamente revestindo vários órgãos e em grande volume na camada de gordura subcutânea. Uma questão importante a ser comentada e que merece destaque nas clínicas de estética é justamente a gordura localizada. Bastante comum na população, não é encontrada apenas nos indivíduos acima do peso. Pelo contrário, muitas pessoas com peso adequado apresentam acúmulo de gordura em determinada região corporal e a mesma não sofre muita variação com a prática de atividade física, massagens ou emagrecimento. Fonte: http:// www.jiunlimited.com/em/sign_in/índex Acesso em: 17/07/2009 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores As causas da gordura localizada são variadas e envolvem alimentação inadequada, alterações hormonais, hereditariedade, sedentarismo, etc. A localização da “gordura extra” vai depender da característica genética de cada um, sendo mais comum na região abdominal, culote, coxas, glúteos, dorso, axilas e joelhos. Compulsão Alimentar Objeto de estudo desde 1959, a compulsão alimentar é considerada uma patologia dentro do grupo dos transtornos alimentares. Em resumo, foi descrita como sendo a ingestão de enormes quantidades de comida em um pequeno espaço de tempo, seguida de sentimentos de desconforto físico e autocondenação. Ela pode estar presente em vários transtornos do comportamento alimentar, como na anorexia, bulimia nervosa e no transtorno da compulsão alimentar periódica. A forma mais incontrolável de compulsão alimentar é chamada em inglês de “binge eating” e o diagnóstico é comprovado quando há relato de episódios de excesso alimentar pelo menos duas vezes por semana nos três últimos meses. Estudos demonstram um ciclo característico da doença, onde há a vontade de comer algo seguido da ingestão rápida, exagerada e escondida. Após, vem o arrependimento, a sensação de raiva de si mesmo, depressão e assim ciclicamente. Deve-se ter o cuidado para não incluir no grupo de indivíduos com o problema, todos aqueles que se encontram acima do peso ideal e que ingerem grande quantidade de alimentos eventualmente. Tal comportamento pode ser reflexo da restrição alimentar proporcionada por dietas de emagrecimento muito limitadas e não caracterizam a doença. Por outro lado, a compulsão pode surgir em indivíduos não obesos e também por ocasião da mesma proposta de dieta restrita, associada a uma alimentação desequilibrada. Longos períodos de jejum também podem levar a ataques compulsivos, como é o caso dos indivíduos que fazem grande privação alimentar durante o dia e que a noite comem exageradamente. A “Síndrome do Comer Noturno” vem recebendo a atenção de especialistas e suas principais características são o excesso alimentar a noite, a falta de 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores apetite pela manhã e/ou durante o dia e a insônia. Na realidade, é uma combinação de transtorno alimentar, transtorno do sono e do humor. O indivíduo com a compulsão alimentar periódica apresenta desequilíbrio bioquímico dos neurotransmissores responsáveis pelo controle da saciedade. Quando os níveis de serotonina estão baixos, a tendência a ingestão alimentar principalmente de doces ou energéticos aparece como um mecanismo de compensação. Sabe-se que esses alimentos são estimulantes naturais da serotonina e dopamina. Indivíduos depressivos podem desenvolver uma espécie de dependência química com a comida, uma vez que a mesma auxilia no equilíbrio dos níveis bioquímicos do cérebro. O tratamento da compulsão alimentar envolve equipe multidisciplinar. Há necessidade de reeducação alimentar, atividade física regular e orientada, uso de medicações quando necessário, terapia e mudança nos hábitos de vida. Anorexia A doença ficou conhecida nos anos 70, quando a cantora Karen Carpenter morreu de desnutrição causada pela anorexia. Considerada como uma disfunção alimentar, não tem uma causa única e envolve aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais. Afeta principalmente as mulheres, em especial adolescentes entre 12 e 20 anos e sua principal característica é a extrema restrição de alimentos devido ao medo exagerado de engordar. 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: http://duard.com.br/blog/fotos-anorexia-nervosa Muitas vezes silenciosa, a doença pode levar à morte por carência de nutrientes. Implica em tratamento por equipe multidisciplinar e vigilância constante, uma vez que o risco de recaída é grande. O uso de medicamentos como os antidepressivos muitas vezes é necessário, assim como o acompanhamento nutricional e de terapia psicológica. Fonte: http://duard.com.br/blog/fotos-anorexia-nervosa Fonte: http://duard.com.br/blog/fotos-anorexia-nervosa 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O grande empecilho encontrado pelos profissionais de saúde é justamente o fato das anoréxicas não entenderem ou não aceitarem que estão doentes. Tal comportamento leva geralmente à recusa ao tratamento. A questão emocional não deve ser esquecida. Especialistas observaram que muitas vezes a repulsa ao alimento, a distorção da imagem corporal e a obsessão pela magreza tem fundamentos em situações vividas na infância. Os transtornos alimentares podem estar em muitos casos relacionados com separações, violência dentro de casa e/ou excesso de insegurança agravado pela família ou ambiente escolar. São sintomas comuns na anorexia: - Medo exagerado de ganhar peso; - Imagem corporal distorcida, excesso de perfeccionismo; - Excesso de exercícios físicos; - Hábitos alimentares muito severos; - Uso de diuréticos, laxantes, hormônios e pílulas para emagrecer; - Depressão, tristeza, sentimentos de culpa, tendências suicidas, transtornos de ansiedade e alterações de humor, isolamento da família e amigos. É consequência da desordem causada pela baixa ingestão alimentar: - Desnutrição (algumas chegam a pesar cerca de 36 kg ou até menos), pele seca e amarelada, cabelos secos, finos e quebradiços; - Desidratação; - Hipotermia; - Hipotensão, bradicardia, arritmia cardíaca; - Baixa resistência a infecções; - Anemia; - Perda de massa muscular; - Amenorreia (falta de menstruação); - Intolerância ao frio; - Infertilidade nos casos mais graves; - Redução da motilidade gástricas, constipação crônica; 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Osteoporose, desmineralização óssea; - Erosão do esmalte dentário (provocado pelos vômitos), cáries. Não se pode esquecer a influência do “mundo moderno”, onde muitas vezes a beleza está associada ao padrão de magreza acentuada. O profissional de saúde precisa ter cuidado redobrado quando se trabalha com a questão estética. Com tantos tratamentos e facilidades existentes, é necessário cautela e bom-senso para identificar a grande diferença existente entre vaidade e doença. Bulimia Muito frequente em mulheres jovens, pode ocorrer também em homens e mulheres de mais idade. Embora seja difícil mapear o número real de pessoas que sofrem da doença, estima-se que a mesma atinja de 3 a 7% da população. Em 1743 foi descrito no Dicionário Médico da Universidade de Londres um quadro clinico denominado “True Boulimus” (verdadeira bulimia, em uma tradução livre), caracterizado por intensa preocupação com a comida e pela ingestão voraz em um curto espaço de tempo, seguidos de períodos de jejum. Também se destacou uma segunda variante “Caninus Appetitus”, onde os episódios de voracidade são seguidos pelo comportamento compensatório de vômito. Nos termos atuais a bulimia corresponde a um transtorno alimentar caracterizado por episódios frequentes de grande ingestão de alimentos seguidos de forte sentimento de culpa e de um comportamento voltado para se evitar o ganho de peso. Os bulímicos provocam vômitos e/ou fazem uso de laxantes ou diuréticos em uma tentativa de “eliminar” o que foi consumido. É frequente o excesso de exercícios físicos e/ou períodos de restrição alimentar severas. Os vômitos autoinduzidos representam o comportamento compensatório mais comumente utilizado pelos pacientes que sofrem de bulimia e são provocados geralmente após os episódios de compulsão ou várias vezes ao dia. Muitas vezes na bulimia o paciente não apresenta redução de peso, o que acaba por dificultar a detecção da doença. Ao contrário das anoréxicas, a bulímica geralmente tem bom comportamento 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores social, afetivo e profissional. Estudos demonstram que muitos pacientes levam até 10 anos para buscar tratamento. O problema envolve uma série de questões e pode trazer consequências sérias de saúde se não for descoberto a tempo. São complicações clínicas comuns: - Arritmia cardíaca; - Inflamação na garganta, esofagite; - Vômitos com sangue; - Distúrbios eletrolíticos; - Face inchada e dolorida, devido à hipertrofia das glândulas parótidas; - Cáries dentárias e até perda de dentes; - Desidratação; - Dores musculares e câimbras. A causa da doença é multifatorial e envolve questões biológicas, psicológicas, familiares e culturais. O tratamento também é multidisciplinar e inclui psicoterapia individual ou em grupo, ajuste e acompanhamento nutricional e uso de medicamentos quando necessário. Têm sido descritos resultados satisfatórios com o uso de inibidores de apetite, mas os estudos ainda não são conclusivos para embasar uma conduta terapêutica. Ortorexia O termo Ortorexia foi usado pela primeira vez pelo médico americano Steven Bratman, em 1998, para designar um grupo de indivíduos que apresentavam uma grande preocupação em comer corretamente. O nome deriva das palavras gregas ortho (correto) e orexis (apeptite). Considerada um distúrbio psicológico ainda não reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, a Ortorexia é caracterizada pela obsessão pelos alimentos naturais associada a uma forte preocupação com a alimentação saudável. O paciente com tal distúrbio começa a restringir da sua dieta todo e qualquer alimento que contenha açúcar, agrotóxicos, conservantes, enlatados, substâncias 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores artificiais e de procedência duvidosa ou desconhecida. Muitos não comem carne por duvidarem da ração ingerida pelo animal. Geralmente leem atentamente os rótulos de tudo o que compram, mastigam dezenas de vezes antes de engolir os alimentos e ainda evitam comer fora de casa por não confiarem na procedência da comida. Acreditam verdadeiramente que apenas as comidas naturais fazem bem ao organismo. Outra característica da doença é o grande problema que esses indivíduos têm com a vida social. Por evitarem comer fora de casa, acabam se distanciando de familiares e amigos. É comum adquirirem comportamento irritadiço e isolamento social. A insatisfação afetiva e emocional acaba desencadeando uma preocupação cada vez maior com a alimentação, gerando um círculo vicioso. Valendo-se da busca incansável pela saúde e com a comprovação dos benefícios da alimentação saudável, os ortoréxicos não conseguem encontrar o limite entre o cuidado com a dieta e a falta de controle ou obsessão. Tal comportamento acaba gerando prejuízos físicos e psíquicos, além da perda da sociabilidade. Alguns estudiosos do assunto encontram semelhança entre a anorexia e a ortorexia, uma vez que as duas envolvem forte preocupação com alimentos e a sensação de culpa quando os “objetivos” não são cumpridos. Os ortoréxicos, no entanto, não têm preocupação com o excesso de peso ou percepção errada de seu aspecto físico. Alguns estudiosos relatam que muitos ortoréxicos foram anoréticos e ao se recuperarem desenvolveram a compulsão por alimentos que supostamente não possam lhe causar danos. A ortorexia pode levar a problemas de saúde quando a dieta não consegue atingir as necessidades nutricionais. Entre as consequências mais comuns estão: - desnutrição; - anemia; - carência de vitaminas e sais minerais. Pode ocorrer ainda: - baixa imunidade; - predisposição a osteoporose devido à carência de cálcio; 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - problemas renais; - ressecamento da pele; - distúrbios digestivos; - depressão, ansiedade, insônia, hipocondria, fraqueza muscular e apatia crônica. O profissional de saúde precisa ter sensibilidade para perceber tal problema e saber diferenciar a preocupação saudável com a saúde e a obsessão pela mesma. A recomendação de tratamento passa por acompanhamento nutricional a fim de corrigir os erros e restrições alimentares. É necessário também acompanhamento médico e psicológico. ------------------FIM DO MÓDULO I------------------ Nutrição Aplicada à Medicina Estética 02.pdf Curso de Nutrição Aplicada à Medicina Estética MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II Carboidratos A maior parte da energia consumida pelo organismo no desempenho de suas tarefas vem dos carboidratos, também chamados de hidratos de carbono. Na dieta, devem suprir de 45 a 65% das necessidades energéticas diárias, podendo chegar a 70% em praticantes de exercícios físicos. O termo “carboidrato” refere-se a compostos orgânicos constituídos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Variam de açúcares simples a compostos complexos, sendo divididos, conforme o tamanho da molécula em: - monossacarídeos - dissacarídeos - polissacarídeos O carboidrato, sob condições normais, é a única fonte de energia utilizada pelo cérebro. É a menos dispendiosa, de mais fácil digestão e mais prontamente digerida forma de combustível. É importante para o funcionamento do coração e todo sistema nervoso. Além da função energética, desempenha função estrutural e de reserva. Cada grama fornece 4 Kcal, independente da fonte. São armazenados no fígado, músculo (sob a forma de glicogênio) e sangue (sob a forma de glicose). São fontes de carboidratos o açúcar, massas, arroz, legumes, frutas, cereais e grãos, pão, biscoitos e doces. A baixa ingestão de carboidratos implica em uma série de consequências à saúde. Pode ocorrer fraqueza, dificuldade de concentração e raciocínio, mau humor, depressão e baixo rendimento nas tarefas do dia a dia. Na estética, ao contrário do que muitos pensam, a falta deste nutriente colabora com a flacidez muscular e aumento da gordura localizada, além de dificultar imensamente a redução de peso e os resultados do tratamento. O metabolismo dos carboidratos no corpo humano envolve uma grande participação hormonal. Destacam-se: 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - INSULINA: reduz a glicose sanguínea por aumentar a taxa de utilização da glicose para oxidação, glicogênese e lipogênese. - GLUCAGON: causa aumento da glicemia pelo aumento da glicogenólise e neoglicogênese. - EPINEFRINA: favorece a glicogenólise e reduz a liberação de insulina pelo pâncreas, aumentando a glicemia. Em situações de raiva ou medo, é liberada para “produção” de energia extra. - GLICOCORTICOIDES: estimula a neoglicogênese. Reduz a utilização da glicose e favorece a proporção na qual a proteína é convertida em glicose, “contra- atacando” a ação da insulina. - TIROXINA: sua secreção é aumentada devido a uma redução intensa na concentração de glicose sanguínea. Aumenta a glicogenólise e a neoglicogênese, aumentando então a concentração de glicose. - HORMÔNIO DO CRESCIMENTO: aumenta a glicose sanguínea por aumentar a captura de aminoácidos e síntese proteica em todas as células. Desta forma, reduz a captura celular de glicose e aumenta a mobilização de gordura para a produção de energia. Nos últimos anos muito tem se falado nas implicações dos carboidratos nas dietas de redução de peso e/ou gordura. Atualmente o alvo de maior comentário é o chamado Índice Glicêmico dos alimentos (IG), indicador que retrata o impacto provocado por um determinado alimento na glicemia pós-prandial. Fatores como a composição nutricional, principalmente em relação às fibras solúveis, o nível do processamento do alimento, entre outros, podem influenciar os valores do Índice Glicêmico. 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alimentos de alto índice glicêmico (> 85) Alimentos de moderado índice glicêmico (60-85) Alimentos de baixo índice glicêmico (< 60) Os carboidratos com baixo índice glicêmico atingem a corrente sanguínea de forma lenta e contínua, promovendo a estabilidade da glicemia. Alguns estudos sugerem que uma alimentação composta por carboidratos de baixo IG pode reduzir os riscos de sobrepeso, diabetes tipo II e câncer de cólon. Já os de alto índice glicêmico fazem o pâncreas trabalhar mais para produzir insulina e provocam picos de glicemia (hiperglicemia), seguidos de quedas bruscas da concentração de glicose no sangue (hipoglicemia). O quadro de hiperinsulinemia leva também à redução na mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo para a circulação e respectiva oxidação. A hipoglicemia, por sua vez, acarreta sintomas como sonolência, tensão nervosa, irritabilidade e estímulo à compulsão alimentar. Pães, massas e cereais refinados são considerados alimentos com alto índice glicêmico e devem ser ingeridos com moderação e em horários determinados. Já os alimentos ricos em fibras, grãos, massas e pães integrais ou pouco refinados possuem baixo ou moderado índice glicêmico e podem ser ingeridos em maior quantidade, de acordo com a proposta alimentar. TABELA DE ÍNDICE GLICÊMICO (IG) Fonte: adaptado FAO/WHO, 1998 (www.rgnutri.com.br) ALIMENTO IG cookies 90±3 cream cracker 99±4 muffins 88±9 bolo 87±5 trigo branco 101±0 grão de cevada 49±5 farinha de cevada 95±2 ALIMENTO IG Batata-assada 121±16 Batata-cozida 80±2 Batata-frita 107 Batata-doce 77±11 milho-fubá 98±1 arroz branco 81±3 arroz - baixo teor 126±4 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores grão de centeio 71±3 farinha de centeio 92±3 farinha integral 99±3 all bran 60±7 corn flakes 119±5 musli 80±14 aveia oat bran 78±8 mingau de aveia 87±2 banana 83 ±6 banana verde 51±8 banana madura 82±8 kiwi 75±8 laranja 62±6 maçã 52±3 manga 80±7 pêssego em calda 67±12 pera 54±4 suco de maçã 58±1 suco de laranja 74±4 iogurte c/ açúcar 48±1 iogurte c/ adoçante 27±7 leite integral 39±9 leite desnatado 46 sorvete 84±9 espaguete branco 59±4 macarrão 64 amilose arroz - alto teor amilose 3±5 arroz instantâneo 28±4 arroz parboilizado 8±4 mandioca 15±9 feijão-cozido 9±12 grão-de-bico 7±2 grão-de-bico enlatado 9±1 feijão-fava 2±6 feijão-fava enlatado 4 lentilha 8±3 lentilha-verde 2±6 lentilha-verde enlatada 4 ervilha-verde-seca 6±12 ervilha-verde 8±7 soja 3±3 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores batata-chips 7±4 chocolate 4±14 nozes 1±12 pipoca 9 frutose 2±2 glicose 38±4 lactose 5±4 mel 04±21 sacarose 7±2 Fibras Fibras são componentes vegetais resistentes à ação das enzimas digestivas. Logo, embora fundamentais, não são digeríveis pelo organismo humano. A maioria são polissacarídeos não amiláceos, exceto a lignina (polímero de alcoóis fenilpropil e ácidos). São classificadas de acordo com sua solubilidade em água, em solúveis e insolúveis. - SOLÚVEIS: pectinas, mucilagens, gomas, certas hemiceluloses e psyllium. Tem função principal de aumentar o tempo de trânsito intestinal, diminuir o 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores esvaziamento gástrico, retardar a absorção de glicose, diminuir a glicemia pós- prandial e reduzir o colesterol sanguíneo. - Fonte: frutas, vegetais, aveia, cevada, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha), farelo de aveia, nozes, sementes. - INSOLÚVEIS: celulose, algumas pectinas, muitas hemiceluloses e ligninas. Tem como principal função a redução do tempo de trânsito intestinal. Por aumentarem o volume das fezes, estimulam a propulsão do bolo fecal. Também retardam a absorção de glicose e a hidrólise do amido. - Fonte: todos os alimentos vegetais, especialmente nos cereais e grãos, principalmente os não refinados e frutas consumidas com casca. Devido às diferenças entre as quantidades de suas frações nos alimentos e a magnitude de seus efeitos, a National Academy of Sciences Panel propôs uma nova classificação, sugerindo a substituição dos termos solúveis e insolúveis pelos termos “viscosas” e “fermentativas”. A recomendação atual da DRI (Dietary Reference Intake) é a ingestão diária de cerca de 38g para homens e 25g para mulheres, ambos em idade adulta. Outro efeito benéfico das fibras são os “prebióticos”, compostos que promovem a saúde, estimulando seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias benéficas da flora intestinal. Nos tempos modernos, tem se destacado os benefícios dos alimentos ricos em fibras para aqueles que desejam reduzir peso. Por serem mais fibrosos, exigem maior tempo de mastigação, que por sua vez implica em maior salivação e produção de suco gástrico. O resultado é um aumento da sensação de saciedade. Também retardam a absorção de calorias e embora apresentem densidade energética menor, possuem maior volume, contribuindo para menor ingestão de alimentos. Apesar de seus efeitos benéficos, é conhecido que as fibras contêm fitatos, componentes antinutricionais que, quando em excesso, prejudicam a biodisponibilidade de nutrientes. Seu consumo deve ser incentivado, mas a quantidade varia de acordo com as características de cada indivíduo. 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores TABELA DE FIBRAS Fonte: www.fcf.usp.br/tabela Cereais e derivados Alimento Fibra total (g) Arroz integral cozido 1,50 g Arroz cozido 0,90 g Flocos de aveia 6,40 g Cereal matinal de milho com açúcar 3,11 g Mistura de cereais 8,64 g Macarrão cozido 1,20 g Farelo de milho 62,75 g Milho-verde cozido 2,88 g Pão de fôrma (centeio) 5,24 g Pão de fôrma (glúten) 2,75 g Pão de fôrma integral (trigo) 5,03 g Pão de fôrma tradicional (trigo) 2,27 g Pão francês (trigo) 3,20 g Vegetais e derivados Alimento Fibra total (g) Alface-lisa 1,20 g Batata-cozida 1,90g Batata-doce cozida 3,90 g Berinjela crua 2,51 g Beterraba cozida 1,77 g Brócolis cozido 2,86 g Cebola crua 1,60 g Cenoura crua 1,54 g Chuchu cozido 2,10 g 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Feijão-carioca cozido 5,90 g Feijão-preto cozido 6,00 g Grão-de-bico cozido 6,17g Lentilha cozida 5,02 g Mandioca cozida 1,80 g Tomate 1,46 g Frutas e derivados Alimento Fibra total (g) Acerola (polpa) 2,49 g Banana maçã-verde 3,63 g Banana-nanica 1,80 g Banana-prata 2,98 g Goiaba branca 5,63 g Goiaba vermelha 4,95 g Graviola (polpa) 4,31 g Laranja 2,20 g Maçã 2,20 g Manga (polpa) 3,28 g Proteínas Primeiras substâncias a serem reconhecidas como uma parte vital dos tecidos vivos, seu nome tem origem grega e significa “de primordial importância”. A base da sua estrutura é o aminoácido, dos quais 20 foram reconhecidos como constituintes da maioria das proteínas. Apresentam também, além do carbono, hidrogênio e oxigênio, cerca de 16% de nitrogênio, juntamente com enxofre e outros elementos como fósforo, ferro e cobalto. Os aminoácidos que intervêm na composição das proteínas (existem outros) obedecem à estrutura geral representada na figura abaixo: 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores As proteínas constituem a base estrutural de todos os tecidos e órgãos, além de formarem neurotransmissores e hormônios como a insulina e hormônio do crescimento. São encontradas ainda no núcleo da célula, transmitem as características hereditárias e são responsáveis pela síntese proteica contínua. Apresentam ainda função imunológica. Na forma de lipoproteínas participam no transporte de triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e vitaminas lipossolúveis. Outra função importante é a manutenção no equilíbrio ácido-base do sangue e tecidos. Como fonte energética, cada grama de proteína fornece 4 kcal e podem ser encontradas sob duas formas: a globular e a fibrosa. - FIBROSA: apresentam pouca solubilidade em água e grande força mecânica. Estão em elementos estruturais como colágeno, queratina do cabelo e unhas. Apresentam estrutura em zig-zag (figura 1) ou em hélice (figura 2) FIG 1 FIG 2 Fonte: www.cienciaviva.pt.doc 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - GLOBULAR: são muito solúveis e facilmente desnaturadas. As principais são a caseína do leite, albumina do ovo e albuminas e globulinas do sangue, plasma e hemoglobina. Fonte: www.cienciaviva.pt.doc As proteínas globulares formam as quase 2.000 enzimas diferentes que são responsáveis por desempenhar funções específicas, acelerando e regulando reações químicas e conferindo a determinados tecidos sua capacidade metabólica. Apesar das proteínas apresentarem estruturas e funções bastante diversificadas, elas são sintetizadas, conforme dito anteriormente, a partir de apenas 20 aminoácidos diferentes. Todos estes, devem estar simultaneamente presentes na célula para que aconteça a síntese proteica. Nove deles não podem ser sintetizados pelo organismo humano, portanto deverão ser obtidos através da dieta. Recebem o nome de aminoácidos essenciais. Além disso, o corpo sintetiza cisteína e tirosina a partir de dois outros aminoácidos essenciais, a metionina e fenilalanina respectivamente. Outros nove podem ser produzidos pelo corpo, a partir de compostos intermediários, oriundos do metabolismo de carboidratos e lipídios. Estes nove aminoácidos sintetizados pelo organismo e os dois que são sintetizados a partir de aminoácidos essenciais são chamados de aminoácidos não-essenciais. As propriedades que melhor definem a qualidade nutricional de um alimento em termos proteicos são sua digestibilidade e seu valor biológico. A digestibilidade é a medida do percentual da proteína ingerida e efetivamente absorvida no trato gastrointestinal. Já o valor biológico refere-se à integridade com que o alimento fornece os aminoácidos essenciais. 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Carnes, leite e derivados, ovos e soja são os alimentos mais ricos em proteínas, seguido de longe por alguns grãos e cereais e por último frutas e tubérculos. A deficiência da ingestão proteica leva o organismo a uma série de problemas. Dentre eles, destaca-se a desnutrição proteico-energética, agravada muitas vezes por processos infecciosos e outras deficiências nutricionais. Lipídios As gorduras (lipídios) são substâncias abundantes em animais e vegetais, oleosas, insolúveis em água e não-voláteis. Compreendem os óleos, as gorduras e outras substâncias semelhantes. Desempenham funções importantes como transportar e armazenar as vitaminas lipossolúveis (A, D, E,e K). As gorduras fornecem elementos essenciais para a formação de células do sistema imunológico, são constituintes das membranas das células e reduzem a perda de calor no organismo, funcionando como isolante térmico. Além disso, a gordura serve como fonte eficiente de energia quando armazenada no tecido adiposo. O teor de gordura do tecido nervoso é particularmente elevado. Modulam ainda os níveis sanguíneos de testosterona e outros hormônios sexuais, que também desempenham papel na hipertrofia muscular. A maioria dos lipídios é derivada ou possui em sua estrutura ÁCIDOS GRAXOS. Estes são a maior fonte de energia para o tecido muscular, mesmo quando a glicose está disponível. Também são considerados lipídios os triglicerídeos, lipídios compostos, esteróis e lipídios sintéticos. Quanto à extensão da cadeia, os ácidos graxos classificam-se em: - ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA: com 4 a 8 átomos de carbono. Ex: gorduras de laticínios - ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA MÉDIA: de 8 a 12 carbonos. Ex: óleo de coco e de palmeira - ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA: mais de 12 átomos de carbono. Ex: muitos tipos de gorduras de origem animal. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A existência ou não de duplas ligações na cadeia determina o grau de saturação do ácido graxo em: - saturado: nenhuma dupla ligação - insaturado: com uma ou mais duplas ligações. Este ainda se subdivide em: - monoinsaturados: com apenas uma dupla ligação - poli-insaturados: contém duas ou mais duplas ligações A ênfase dada aos ácidos graxos poli-insaturados ocorre devido ao fato do organismo humano não poder sintetizá-lo. As duas classes de ácidos poli- insaturados essenciais são o ômega-6 (ácido linoleico) e o ômega-3 (ácido linolênico e derivados). O ácido linoleico é comum no reino vegetal, especialmente em sementes vegetais, enquanto que o linolênico e derivados podem ser encontrados em folhas, em poucas sementes oleaginosas, mas principalmente em peixe de águas geladas de grande profundidade. Em resumo, existem 4 tipos de gorduras nos alimentos, todas fornecendo 9 Kcal por grama, mas com atuações diferentes: - Gorduras saturadas: estão presentes naturalmente nos alimentos de origem animal (carnes, leite integral, manteiga, creme de leite, iogurte integral, queijos amarelos, bacon), azeite de dendê, coco, óleo de coco e banha; 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Gorduras Poli-insaturadas: estão presentes na maioria dos óleos vegetais e margarinas; - Gorduras Monoinsaturadas: encontram-se no azeite de oliva extravirgem e processado a frio, óleo de canola, abacate, nozes, castanhas e sementes (linhaça, girassol, abóbora, gergelim); - Gorduras "Trans" / Hidrogenadas: são produzidas artificialmente e adicionadas à maioria dos produtos industrializados. As Gorduras Saturadas e Hidrogenadas têm ação semelhante e não são saudáveis. “Entopem” artérias, elevam o colesterol e os triglicérides do sangue. No planejamento de uma alimentação saudável devem estar numa proporção abaixo de 7% do valor calórico total diário. As Gorduras Poli-insaturadas e as Monoinsaturadas são benéficas. As Poli-insaturadas devem estar numa proporção abaixo de 10% do valor calórico total diário e as Monoinsaturadas, acima de 10%. As gorduras Monoinsaturadas têm a vantagem de proteger as artérias, aumentar o "bom" colesterol (HDL-Colesterol) e diminuir o colesterol "ruim" (LDL - Colesterol). Sabe-se que quase todos os lipídios da dieta são absorvidos da mucosa intestinal para o sistema linfático, exceto os ácidos graxos de cadeia média, que são absorvidos diretamente para circulação portal. O transporte para a linfa ocorre através dos quilomícrons (são as lipoproteínas sintetizadas pelas células intestinais, contendo cerca de 70% de triglicerídeos, fosfolipídios, colesterol e seus ésteres) com uma pequena quantidade de proteínas (MONTEIRO & ROSADO, 1993; SCHAUF, MOFFET & MOFFETT, 1993; KATCH & McARDLE, 1996; McARDLE, KATCH & KATCH, 1998). As lipoproteínas A e B são absorvidas para sua superfície externa e conduzidas pelo sangue venoso para o fígado ou removidas para o tecido adiposo. No fígado, os lipídios podem ser metabolizados, armazenados ou convertidos a lipoproteínas que são transportadas no sangue para os tecidos. As lipoproteínas são classificadas em quatro tipos: 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Quilomícrons - Alfalipoproteínas ou HDL (high density lipoprotein) ou LAD (lipoproteína de alta densidade): contêm mais proteína e menor quantidade de colesterol e triglicerídeos. Atua “retirando” o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados estão relacionados com o menor risco de doenças cardiovasculares. - Betalipoproteínas ou LDL (low density lipoprotein) ou LBD (lipoproteína de baixa densidade): contêm mais colesterol e triglicerídeos do que proteínas. É a principal transportadora de colesterol e seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de doenças cardiovasculares. - Prebetalipoproteínas ou VLDL (very low density lipoprotein) ou LMBD (lipoproteína de muito baixa densidade) contêm mais triglicerídeos do que colesterol. A alta densidade da HDL tem uma ação protetora na aterosclerose. Estudos comprovam que estas lipoproteínas removem colesterol sérico para o fígado antes que eles se depositem nas artérias. Hormônios estão envolvidos no metabolismo dos lipídios: - INSULINA: aumenta a lipogênese e inibe lipólise pelo tecido adiposo, o que também reduz a ação da lípase hormônio sensível; - TIROXINA: aumenta a taxa de metabolismo celular e, portanto, a mobilização de gordura; - GLICOCORTICOIDE: aumenta a taxa de mobilização de gordura por majorar a permeabilidade da membrana celular adiposa; - EPINEFRINA/NOREPINEFRINA/ADRENOCORTICOIDES: aumentam a mobilização de gordura por estimular a atividade da lípase hormônio sensível; - HORMÔNIO DO CRESCIMENTO: tem efeito lipolítico. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O avanço da ciência propiciou uma série de mudanças e o surgimento de uma análise diferenciada dos lipídios em todo aporte calórico do indivíduo. Uma busca incansável tenta definir da melhor forma possível as cotas dietéticas consideradas ideais. Vitaminas e Sais Minerais Vitaminas são elementos nutritivos essenciais para a vida (VITA), que na sua maioria possuem na estrutura compostos nitrogenados (AMINAS), os quais o corpo não é capaz de sintetizar e que, se faltarem na dieta, levam ao aparecimento de manifestações de carência no organismo. O corpo humano recebe vitaminas através da alimentação, por administração exógena (injeção ou via oral), ou por aproveitamento das vitaminas formadas pela flora intestinal (algumas vitaminas podem ser produzidas nos intestinos de cada indivíduo pela ação da flora intestinal sobre restos alimentares). Embora apresentem estruturas químicas diferentes, algumas características são comuns a todas as vitaminas, como por exemplo, o fato de não liberarem energia e não sofrerem alterações estruturais durante o processo metabólico. Também são indispensáveis ao desenvolvimento dos processos químicos que constituem o metabolismo humano, atuando como substâncias reguladoras das reações químicas celulares. As vitaminas são armazenadas em pequeno grau por todas as células. Algumas são armazenadas em maior grau no fígado. A vitamina “A” armazenada no fígado, por exemplo, pode ser suficiente para manter uma pessoa sem qualquer ingestão da mesma durante cinco a dez meses. As vitaminas são classificadas em dois grupos, de acordo com a sua solubilidade: - lipossolúveis: A, D, E, K - hidrossolúveis: vitamina C e do Complexo B 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Pessoas saudáveis, que seguem uma dieta balanceada, não necessitam de suplementação de vitaminas. No entanto, a mesma pode ser necessária em momentos de vida específicos, como: - velhice; - gestação; - amamentação; - adolescência; - existência de determinadas patologias; - atletas e praticantes de exercícios intensos; - pacientes que realizam regimes rigorosos e que não conseguem através da dieta atingir as necessidades nutricionais. As principais causas da deficiência de vitaminas são a ingestão insuficiente e/ou a absorção deficiente. A manifestação clínica da deficiência vitamínica é raramente observada, e as deficiências sub-clínicas são difíceis de serem detectadas. O uso excessivo de uma ou mais vitaminas pode causar deficiência relativa de outros nutrientes essenciais. Vale ainda ressaltar que altas doses de minerais, vitaminas lipossolúveis e algumas hidrossolúveis são tóxicas. Veja abaixo a descrição das vitaminas e suas fontes: - VITAMINA A: atua sobre a pele, retina e mucosas. Aumenta ainda a resistência a agentes infecciosos. Fontes: manteiga, leite, iogurte, gema de ovo, fígado, espinafre, chicória, tomate, mamão, batata, cará, abóbora, cenoura, sardinha e demais vegetais de coloração alaranjada. - VITAMINA D: promove a absorção do cálcio, sendo essencial para a saúde de ossos e dentes. Fontes: óleo de fígado de peixes, leite, manteiga, gema de ovo, salmão, sardinha, atum. 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - VITAMINA E: antioxidante, favorece o bom funcionamento do tecido muscular, auxilia na fertilidade. Fontes: gérmen de trigo, nozes, carnes, amendoim, óleo, gema de ovo, avelãs, castanhas, folhas verdes, batata-doce, leite, cereais integrais, aveia, abacate. - VITAMINA K: indispensável para a coagulação sanguínea. Fontes: fígado, ovo, vegetais de folhas verdes, couve-flor, tomate, arroz integral, óleos vegetais, sementes de soja, chá-verde, aveia, trigo integral, etc. - VITAMINA B1 OU TIAMINA: auxilia no metabolismo dos carboidratos, favorece absorção de oxigênio pelo cérebro, equilibra sistema nervoso e assegura o crescimento. Fontes: Carne de porco, cereais integrais, nozes, lentilha, soja, gema de ovo, ervilhas, feijão, pão integral, fígado, rins, peixes, amendoins, verduras amargas. - VITAMINA B2 OU RIBOFLAVINA: favorece o metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas. É importante para a saúde dos olhos, pele, boca e cabelos. Fontes: fígado, rim, levedo de cerveja, arroz, aveia, cevada, trigo, leite, ovos, semente de girassol, ervilhas, couves e repolho. - VITAMINA B3 OU NIACINA: favorece o metabolismo de carboidratos e gorduras. Fontes: levedo de cerveja, fígado, rim, ovo, coração, cereais integrais. - VITAMINA B6 OU PIRIDOXINA: permite assimilação de proteínas e gorduras. Fontes: carne de vaca e porco, fígado, cereais integrais, batata, banana, gérmen de trigo, aveia, leite. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - VITAMINA B12 OU CIANOCOBALAMINA: necessária para boa manutenção do sistema nervoso. Colabora na formação de glóbulos vermelhos e na síntese do ácido nucleico. Fontes: carne vermelha, fígado, ovo, leite, peixes, aveia. - ÁCIDO FÓLICO: atua na formação de glóbulos vermelhos. Fontes: carnes, fígado, leguminosas, vegetais de folhas escuras, melão, banana. - VITAMINA B5 OU ÁCIDO PANTOTÊNICO: ajuda a controlar a resposta do organismo ao stress e ainda auxilia no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos. Fontes: fígado, cogumelos, milho, abacate, frango, ovos, leite, vegetais, legumes em geral, cereais de grão. - VITAMINA B7 OU BIOTINA: participa do metabolismo das proteínas e carboidratos. Fontes: fígado e rim, gema de ovo, batata, banana, amendoim. - VITAMINA C OU ÁCIDO ASCÓRBICO: conserva vasos sanguíneos e tecidos, aumenta a absorção do ferro, melhora as defesas imunológicas, favorece cicatrização e crescimento de ossos. Fontes: acerola, mamão, laranja, limão, melão, brócolis, morangos, manga, kiwi, pimentão, couve, grapefruit, caju, goiaba, ervilha, abacaxi, agrião, etc. - VITAMINA B15 OU ÁCIDO PANGÂNICO: sua forma estrutural não é conhecida. Intervém como biocatalisador nos processos de transmetilação, como antianóxico na anoxia histiotóxica. Fontes: sementes do damasco e alimentos ricos nas demais vitaminas do complexo B. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - VITAMINA F: considerada vitamina por ser vital e depender de suprimento externo. Designa a atividade de vários ácidos graxos essenciais poli- insaturados, atuando especialmente na prevenção de aterosclerose em animais. Não são descritas deficiência de vitamina F em humanos. - “VITAMINA P” OU BIOFLAVONOIDES, CITRINA: constituem um grupo de compostos que contribui para a manutenção das condições normais dos vasos sanguíneos, reduzindo a permeabilidade capilar. Fontes: vegetais, pigmentos de flores e frutas, laranja, limão, etc. Os sais minerais são elementos que desempenham diversas funções essenciais no organismo, tanto como íons dissolvidos em líquidos orgânicos como constituintes de compostos essenciais. Alguns minerais como sódio, potássio, cálcio, fósforo, cloro e magnésio são considerados macronutrientes por serem necessários em grande quantidade ao organismo (100 mg/dia ou mais). São chamados de macrominerais. Outros micronutrientes como ferro, zinco, cobre, manganês, molibdênio, selênio, iodo e flúor, necessários ao organismo em pequenas quantidades, sendo, portanto chamados de microminerais. Podem estar presentes no corpo combinados como compostos orgânicos (proteínas, vitaminas, lipídios etc), na forma de compostos inorgânicos (outros minerais) e na forma livre. Os sais minerais encontram-se livremente na natureza, nas águas dos rios, lagos e oceanos, e entre as camadas superficiais da terra. A ação dos sais minerais no organismo é a de participar na constituição dos ossos e dentes, de certos tecidos moles do organismo (músculos, por exemplo), agir como cofatores de certas enzimas, atuar no processo de contração vascular, controlar os movimentos dos fluídos do corpo etc. Cada órgão, tecido, célula de nosso corpo necessita de minerais. Abaixo, os principais: 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - CÁLCIO: atua na estruturação de tecidos, ossos e dentes, age na coagulação do sangue e oxigenação dos tecidos. É importante (junto com o fósforo) no equilíbrio e ainda tem importância no controle dos batimentos cardíacos. Fontes: leite e derivados, vegetais de coloração verde-escura, aveia, beterraba, milho, etc. - COBALTO: constituinte da cianocobalamina, é essencial para a função normal de todas as células. Fontes: fígado, rins, ostras, mariscos, aves, leite e na vitamina B12. - FÓSFORO: atua na formação de ossos e dentes. É indispensável para sistema nervoso e muscular. Também participa do funcionamento dos rins, manutenção da regularidade dos batimentos cardíacos. Fontes: carnes, miúdos, aves, peixes, ovos, leguminosas, queijo, cereais integrais, frutas secas e soja. - FERRO: indispensável na formação do sangue. Atua como veiculador de oxigênio para todo o organismo. Fontes: fígado, coração, gema de ovo, leguminosas, verduras, nozes, frutas secas, carne (principalmente vermelhas), melaço, pão de trigo integral. - IODO: papel importante no funcionamento da glândula tireoide. Ativa também funcionamento cerebral, permite que músculos armazenem oxigênio e evita a deposição de gordura nos tecidos. Fontes: agrião, alcachofra, alface, alho, cebola, cenoura, ervilha, aspargo, rabanete, tomate, vagem, nabo, peixes, frutos do mar, sal marinho. - POTÁSSIO: atua associado ao sódio, regularizando batimentos cardíacos e sistema muscular. Contribui para formação de células. Tem papel importante na excitabilidade neuromuscular e na regulação do teor de água no organismo. 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fontes: Azeitona verde, ameixa seca, ervilha, figo, lentilha, espinafre, banana, laranja, tomate, carnes, vinagre de maçã, arroz integral. - MAGNÉSIO: necessário para mais de 300 processos biológicos, atua na produção de ATP e contração muscular. Tem participação na formação de tecidos, ossos e dentes, ajuda a metabolizar os carboidratos. Fontes: amêndoas, nozes, frutas, leite, cereais em grãos e vegetais. Existem também suplementos de magnésio. - MANGANÊS: importante para o crescimento, metabolismo de açúcares e lipídios, intervém no aproveitamento do cálcio, fósforo e vitamina B1, ativa diversas enzimas. Fontes: folha de beterraba, cereais integrais, castanhas, legumes, frutas, chás. - ZINCO: constituinte de diversas enzimas e insulina, importante no metabolismo dos ácidos nucleicos. Fontes: farelo de trigo, carnes, fígado, peixe, ovo, leguminosas, nozes. - SILÍCIO: age na formação dos vasos e artérias e é responsável pela sua elasticidade. Atua na formação da pele, das membranas, unhas e cabelos. Fontes: Amora, aveia, escarola, alface, abóbora, azeitona, cebola. - FLÚOR: forma ossos e dentes, pode minimizar perdas ósseas. Fontes: Agrião, alho, aveia, brócolis, beterraba, cebola, couve-flor, maçã, trigo integral. - COBRE: Age na formação da hemoglobina
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