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Tipos de estudo epidemiológico

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Tipos de estudo epidemiológico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Epidemiologia é a ciência da saúde coletiva que estuda a relação de causa-efeito, ou saúde-doença. Para este fim existem diversos tipos de estudos epidemiológicos de uma população, cada estudo é indicado para um tipo de hipótese levantada pelo pesquisador. As hipóteses podem ser, entre outras, relação entre exposição ao fator de risco e a doença, ou doença sobre óbitos, ou também a eficácia de determinado medicamento para uma determinada doença.
Índice
1 Tipos de estudo epidemiológicos 
1.1 Estudos Ecológicos
1.2 Estudos Transversais ou de Prevalência
1.3 Estudo de Caso-Controle
1.4 Estudo Coorte
1.5 Ensaio Clínico
1.6 Estudo de Campo
1.7 Ensaio de Comunidade
2 Classificação
3 Ensaio clinico aleatório
4 Ensaio clinico não aleatorizado
5 Intervenção não controlada
6 Estudo de coortes
7 Ver também
8 Ligações externas
Tipos de estudo epidemiológicos
Na saúde existem tipos específicos de delineamento de estudos para estudar efeitos e diagnóstico que consideram e se adaptam a fatores especiais como problemas éticos e alto custo.
Diferentemente de outras ciências as investigações são feitas sobre a saúde das próprias pessoas, o que limita muito a aplicação dos tipos de estudo preferidos pelas demais áreas correlatas.
Nos estudos de fatores para cada tipo de situação pode ser possível intervir em um fator livremente, intervir condicionalmente, intervir igualmente ou não intervir. Nos estudos de diagnóstico pode ser permitido aplicar as técnicas de diagnóstico, apenas uma ou nenhuma.
Todos esses parâmetros geram tipos de estudo típicos da saúde e com tipos de viés (erros sistemáticos) conhecidos, que são muito importantes para a avaliação crítica de um trabalho e sua importância.
Os tipos de estudo podem ser:
1.Qualitativos: utiliza conceitos, comportamentos, percepções, informações das pessoas (coleta de dados: observações, entrevistas e leituras);refere-se a estudos profundos, subjetivos;usados em larga escala nas ciências sociais.
2.Quantitativos: são objetivos na busca para explicação dos fenômenos, ênfase numérica;maior aplicação na área da saúde.
2.1 - Estudo de Caso
O estudo de caso é um tipo de estudo descritivo básico, cujos relatos são cuidadosos e detalhados de um único ou poucos pacientes.Pode ser feito por mais de um profissional.Além disso, pode ser expandido para uma série de casos, sugerindo até a emergência de novas doenças ou epidemias.
Ex: Relato de manifestações clínicas de uma doença X (rara).
2.2 - Investigação Experimental em laboratório
É um estudo de curta duração feito, geralmente, com animais, sendo ideal quando não é possível realizar em humanos, por questões éticas.O laboratório é o local ideal para estudos experimentais, pois pode-se controlar as variáveis, reduzindo, portanto, o grau de subjetividade na aferição dos dados. Vale ressaltar que o transporte do resultado para seres humanos deve ter cautela, já que se trata de um estudo feito com diversas espécies que não a espécie humana.
2.3 - Pesquisa Populacional ou Epidemiológica
Classificações: 
Descritiva
Analítica
Nas pesquisas descritivas, procura-se estudar a distribuição das doenças num determinado local, realizando a formulação de hipóteses. São usadas, dessa forma, algumas variáveis que podem auxiliar o estudo, tais como: indivíduo (quem?), o local (onde?) e o tempo (quando?). A obtenção dos dados para o estudo pode ser feito de duas formas, através das fontes primária e secundária, cujas informações são coletadas num determinado momento especificamente e a partir de uma base ou registro de dados, respectivamente, a fim de se obter as informações desejadas.
Nas pesquisas analíticas, a elucidação dos determinantes da doença e teste de novos resultados e hipóteses formuladas a partir de estudos descritivos é feito.
Dentro das pesquisas descritivas e analíticas, ainda, há:
Classificações: 
Estudos Observacionais: 
Estudos Ecológicos
Estudos Transversais ou de Prevalência
Estudo de Caso-controle
Estudo de Coorte
Estudos Intervencionais ou Experimentais: 
Ensaio clínico
Ensaio de campo
Ensaio de Comunidade
Estudos Ecológicos
Descreve as diferenças entre as populações num determinado espaço de tempo ou num mesmo tempo; . Compara as frequências da doença entre os diferentes grupos num determinado espaço de tempo; . Informações desejadas são retiradas de registros de dados coletados rotineiramente como fonte de dados oficiais (OMS, registros nacionais...); . São rápidos e de baixo custo, já que dispensam amostragens, entrevistas, fichas ou exames clínicos.
Estudos Transversais ou de Prevalência
Usados em saúde pública para avaliar e planejar programas de controle de doenças; . Medem a prevalência da doença; . Muito difundida em epidemiologia; . Dados levantados num determinado ponto no tempo, especificamente para a obtenção de informações desejadas de grandes populações; . São fáceis e econômicos, com duração de tempo relativamente curta.
Estudo de Caso-Controle
O investigador parte de indivíduos com e sem doença e busca no passado a presença/ausência do fator de exposição (causa); . Analisa os possíveis fatores associados à doença em questão; . Melhor estudo para doenças raras; . É rápido e barato;.
Estudo Coorte
O investigador parte do fator de exposição (causa) para descrever a incidência e analisar associações entre causas e doenças; . Fornece melhores informações sobre as causas de uma doença; . Alto custo e longo período de tempo; . Pode ser dividido em Prospectivo ou Retrospectivo (pode ser confundido com Estudo de caso-controle). São estudos longitudinais que permitem medir a incidência dos efeitos da exposição. Permitem ainda estudar a história natural de uma doença. São muito úteis para a determinação do risco.
Ensaio Clínico
Tem como objetivo testar a eficácia de uma intervenção terapêutica ou preventiva sobre determinada doença; . É difícil saber as causas da doença; . A randomização possibilita diminuir a variação ocorrida por fatores externos que possam afetar a comparação; . Duplamente-cega: quando investigadores e pacientes não sabem a que tipo de intervenção são submetidos.
Estudo de Campo
Semelhante ao ENSAIO CLÍNICO, mas a população estudada não são pacientes e sim pessoas livres de doenças e presumivelmente sob risco; . Os dados são coletados na população em geral; . São mais caros e de maior duração de tempo; . Também devem buscar a randomização.
Ensaio de Comunidade
Envolve a intervenção em nível de comunidades, ao invés de indivíduos, apenas; . Usado para avaliar a eficácia e efetividade de intervenções que busquem a prevenção primária através da modificação dos fatores de risco numa população; . É conduzido dentro de um contexto sócio-econômico de uma população naturalmente formada . Limitações: pequeno número de comunidades podem ser incluídas; difícil de isolar uma comunidade.
Classificação
Populacional (ecológico) / individual
Quando obtemos dados aglomerados, ou seja, dados em que não sabemos as distribuições condicionais, classificamos o estudo como ecológico, caso contrário o classificamos como sendo individual. Estudos ecológicos costumam estar relacionados a ações públicas em massa. Por exemplo: se temos o total de crianças com cárie antes e o total de crianças com cárie depois do programa de educação sobre higiene nas escolas, não podemos saber se houve diminuição do número de casos apenas pela ação pública e nem podemos resgatar o dado de uma criança específica (antes sem cárie e depois com, por exemplo). Temos apenas indicadores.
Longitudinal / transversal
Estudos longitudinais são aqueles cujo objetivo é estudar o efeito de um ou mais fatores. Nestes estudos os dados estudados são coletados em dois momentos, no ponto inicial da exposição(o encontrado) e em um momento posterior. Estudos transversais têm como objetivos procurar rapidamente associações comuns entre fatores, o que é bom para a criação de métodos de diagnóstico rápido.
Controlado / Não controladoEm estudos longitudinais quando há formação de grupo para comparação - grupo controle - um estudo é classificado como controlado. Por exemplo, para saber o efeito atribuindo a uma nova droga sobre uma doença ela é administrada diferentemente entre os grupos, mostrando que não houve diferença significante entre a evolução de quem a usou e de quem não a usou. Quando não há grupo para comparação a análise não existe, como nos relatos de caso, inquéritos populacionais, estudos de intervenção não controlados e estudos de incidência.
Intervenção / Observação
Em estudos longitudinais controlados quando os fatores para um efeito estudado são impostos ou quantificados pelo pesquisador temos uma intervenção, caso contrário apenas um estudo de observação.
Alocação aleatória / Alocação com critério de seleção
Quando em um estudo de longitudinal de intervenção controlado o critério de seleção para quem irá fazer parte de um ou outro grupo de intervenção diferente é feito ao acaso (por exemplo por sorteio) então dizemos que houve alocação aleatória. Caso contrário dizemos que houve critério de seleção que implica viés de seleção.
Seleção de acordo com o efeito ou de acordo com a exposição
Em estudos longitudinais observacionais controlados quando selecionamos os grupos de estudo com critério na exposição a um determinado fator podemos calcular a incidência dos diversos efeitos possíveis e analisar se eles são significantemente diferentes se não houver essa exposição, o que define os estudos de coorte. Quando investigamos a exposição no passado de determinados fatores em grupos com e sem o efeito estudado fazemos um estudo de casos e controles.
Ensaio clinico aleatório
São estudos individuais, longitudinais, de intervenção, controlados e com alocação aleatória. Também conhecidos como Estudo Duplo Cego, pois o paciente e o médico não sabem qual grupo esta com o placebo, qual esta com a medicação, somente o organizador do estudo sabe.
São o padrão ouro (melhor tipo) dos estudos de fatores porque diminuem muito o efeito de variáveis de confusão e permitem padronização da qualidade e quantidade dos fatores, tornando os resultados mais seguros.
Eles também permitem o uso de técnicas extras como o mascaramento.
O mascaramento do paciente é o uso de metodologias que impeçam que os pacientes saibam se fazem parte de um ou outro grupo de intervenção.
O mascaramento da intervenção é o uso de metodologias que impedem que a pessoa que está fazendo a intervenção saiba qual ela é.
O mascaramento da análise é o uso de técnicas de codificação dos dados coletados para impedir que o responsável pela análise estatística crie tendências.
A intervenção pode ser paralela ou cruzada:
Na paralela cada grupo é analisado duas vezes, uma antes e outra após a intervenção.
Na cruzada é feita uma intervenção paralela seguida de um tempo de clareamento e depois de outra intervenção paralela com os grupos trocados.
São estudos típicos de efeitos cirurgias e de drogas.
As desvantagens do ECR são:
Preço elevado;
Necessidade de muita liberdade ética;
Necessidade de rigor metodológico constante.
As vantagens do ECR são:
Ser reconhecido como melhor tipo de estudo para fatores;
Ser associado a muito pouco viés.
Ensaio clinico não aleatorizado
Intervenção não controlada
Nesse caso, o experimento é executado em condições não-controladas; grupos não são selecionados aleatoriamente e todos os expostos ao fator devem ou podem, em princípio, fazer parte do referido experimento.
Estudo de coortes
São estudos observacionais onde a situação dos participantes quanto à exposição de interesse determina sua seleção para estudo, ou sua classificação após inclusão no estudo. Grupo de indivíduos acompanhado ao longo do tempo e que periodicamente é investigado por pesquisadores que vão agrupando dados sobre estas pessoas. Também conhecidos como:
estudos de incidência (incidence),
longitudinais (longitudinal) ou
de seguimento (follow-up).
Este delineamento é utilizado para problemas comuns, como doenças cardiovasculares, acidentes de trânsito, infecções, mortes etc.
VANTAGENS:
- Permite esclarecer/garantir a relação temporal entre exposição e desfecho.
- É útil quando a exposição é rara.
- Permite examinar os múltiplos efeitos de uma única exposição.
- Permite que se façam medidas diretas na incidência da doença nos expostos e nos não expostos.
LIMITAÇÕES (ou desvantagens):
- São muito caros.
- Não é eficiente nos estudos de doença rara.
- A validade dos resultados pode ser muito com

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