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1 Usinagem dos Metais Capítulo 9 TEMPERATURA DE CORTE 2 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Em usinagem, de 97 a 99% da energia consumida é convertida em calor. O calor pode ser gerado em três zonas distintas: (i) - zona de cisalhamento primário (ii) - zona de cisalhamento secundário (iii) - zona de interface peça-superfície de folga da ferramenta. 3 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE ZONAS DE GERAÇÃO DE CALOR EM USINAGEM A - zona de cisalhamento primário B e C - zona de cisalhamento secundário D - zona de interface entre a peça e a superfície de folga da ferramenta 1100 ºC 8 a 10% 4 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE BALANÇO ENERGÉTICO onde, Qz = calor gerado na zona de cisalhamento primário. Qa1 = calor gerado na zona de cisalhamento secundário. Qa2 = calor gerado na zona de interface peça- superfície de folga da ferramenta. Qc = calor dissipado pelo cavaco. Qp = calor dissipado pela peça. Qma = calor dissipado pelo meio ambiente. Qf = calor dissipado pela ferramenta de corte. Qz Qa Qa Qc Qp Qma Qf 1 2 5 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE CALOR GERADO NA ZONA DE CISALHAMENTO PRIMÁRIO - Qz A maior parte deste calor é dissipado pelo cavaco, mas uma pequena fração M, é conduzida na peça. O aumento da temperatura do cavaco devido a Qz pode ser calculado: c M Fc Ff J c h b 1 tan . . . . onde: J = equivalente mecânico de calor. = densidade do material da peça. c = calor específico do material da peça. 650 ºC em aços endurecidos e ligas de níquel 200ºC a 350 ºC em aços e mat. comuns A temperatura do cavaco tem influencia na temperatura da ferramenta ? 6 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE CALOR GERADO NA ZONA DE CISALHAMENTO PRIMÁRIO - Qz A temperatura do cavaco terá, praticamente, nenhuma influência na temperatura da ferramenta, porque o tempo com que uma pequena porção do cavaco (lamela) passa sobre a superfície de saída da ferramenta, é muito pequeno (poucos milissegundos) para conduzir calor. Além disso, na presença da zona de fluxo, na zona de cisalhamento secundário, haverá ali o desenvolvimento de temperaturas bem maiores que as temperaturas do cavaco. Assim, o calor fluirá da zona de fluxo em direção ao cavaco, e não o contrário. 7 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE CALOR GERADO NA ZONA DE CISALHAMENTO SECUNDÁRIO - Qa1 A FONTE DE CALOR MAIS IMPORTANTE EM USINAGEM É A ZONA DE CISALHAMENTO SECUNDÁRIO Grande parte do calor gerado nesta região vai para o cavaco e apenas uma pequena fração é dissipada na ferramenta. Entretanto temperaturas da ordem de 1100 o C, ou superiores, já foram registradas na superfície da ferramenta. Não é o maior problema quando na usinagem de materiais macios e de baixo ponto de fusão (alumínio e magnésio) Fator controlador da taxa de remoção de material quando na usinagem de materiais duros de alto ponto de fusão(ferros fundidos, níquel, titânio) 8 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE CALOR GERADO NA ZONA DE CISALHAMENTO SECUNDÁRIO - Qa1 Na presença da zona de fluxo a quantidade e a taxa de deformação são tão altas e complexas que se torna irrealista a tentativa de calcular o aumento de temperatura naquela região. A temperatura na zona de fluxo, e portanto, a temperatura da ferramenta depende da quantidade de trabalho realizado para cisalhar o material e da quantidade de material que passa pela zona de fluxo, e isto varia com o material da peça. 9 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Temperaturas máximas da interface cavaco- ferramenta em função da velocidade de corte, para vários materiais. 10 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE A temperatura na ferramenta de corte depende principalmente das condições da interface cavaco- ferramenta, e a zona de fluxo é, portanto, a fonte efetiva de calor. 11 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Trent enumerou pelo menos três parâmetros metalúrgicos que influenciam a temperatura da ferramenta: (i) - O ponto de fusão do principal elemento químico do material da peça. Quanto maior o ponto de fusão deste elemento, maior a temperatura da interface cavaco-ferramenta, para qualquer velocidade de corte. (ii) - Elementos de liga que aumentam a resistência do material da peça. Eles aumentam a temperatura de interface para qualquer taxa de remoção de material. (iii) - Presença de fases de baixa resistência ao cisalhamento na interface (tais como MnS e grafita). Elas podem reduzir a temperatura. 12 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE CALOR GERADO NA ZONA DE INTERFACE ENTRE A PEÇA E A SUPERFÍCIE DE FOLGA DA FERRAMENTA - Qa2 Esta fonte de calor só é importante quando usinado com ângulos de folga pequenos (< 2º) ou quando o desgaste de flanco se fizer presente. Neste caso a análise é similar à Qa1, com a presença da zona de fluxo e altas temperaturas na superfície de folga, podendo levar a ferramenta de corte ao colapso. 13 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DE USINAGEM Técnicas analíticas Elementos finitos Problemas inversos em condução de calor 14 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE 0 25 50 75 100 125 150 0 100 200 300 400 500 600 Ferramenta de metal duro Ferramenta de cerâmica Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) Temperaturas estimadas na interface cavaco-ferramenta em insertos de cerâmica e de metal duro, utilizando métodos inversos na condução de calor (vc=98 m/min; f=0.176 mm/rot; ap=1.5 mm) 15 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DE USINAGEM Métodos práticos Medição da força termoelétrica entre a ferramenta e a peça (método do termopar ferramenta-peça). Medição direta por inserção de termopares na ferramenta de corte. Medição do calor de radiação com sensores infra-vermelhos. Medição utilizando vernizes termosensíveis. Medição por técnicas metalográficas. Medição usando pós-químicos. Medição usando filmes PVD 16 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição da força termoelétrica entre a ferramenta e a peça (método do termopar ferramenta-peça) Medição Calibração 17 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição da força termoelétrica entre a ferramenta e a peça (método do termopar ferramenta-peça) 18 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição direta por inserção de termopares na ferramenta de corte Insertos de metal duro 19 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição do calor de radiação 20 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição utilizando vernizes termosensíveis Consiste da utilização de vernizes com capacidade de mudança de cor a determinadas temperaturas. Esta técnica é aplicada somente em superfícies acessíveis sob condições de regime permanente. •Ferramentas pluricortantes •Ferramentas sobrecarregadas 21 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição por técnicas metalográficas Alteração da dureza •Aço carbono (250 a 600 ºC) •Aço rápido (600 a 800 ºC ) •Dearnley substituiu o Co (Wc-Co) por ferro silício com diferentes teores Influência da velocidade de corte 22 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição por técnicas metalográficas (c) (a) (b) Influência do avanço 23 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Influência do fluido de corte Medição por técnicas metalográficas 24 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição usando pós químicos Sais com pontos de fusão definidos NaCl, KCl, CdCl, PbCl2,AgCl e KNO3 25 Capítulo 9: TEMPERATURA DE CORTE Medição usando filme PVD Zona de filme fundido Zona de filme não fundido
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