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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES E GEOTECNIA ETG029 - PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS E REGIONAIS CADERNO PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS E REGIONAIS Autoria: Filipe Fuscaldi Graduando em Engenharia Civil – UFMG Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Notas de Aula PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS E REGIONAIS F. M. Fuscaldi 2010 Fuscaldi, Filipe M. Notas de aula do professor: Dimas Gazolla – Planejamento de transportes urbanos e regionais – Matéria e exemplos resolvidos em sala – Graduação de Engenharia Civil. Belo Horizonte, Janeiro de 2010 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com SUMÁRIO MINUTA DO PROGRAMA: .................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DOS TRANSPORTES URBANOS ...................................... 7 MITOS NO TRANSPORTE URBANO .................................................................................... 8 CONCEITO DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE .............................................................. 9 O PAPEL DOS TRANSPORTES NA ESPACIALIDADE URBANA ....................................... 12 MODELO DE SOCIEDADE CONSENSUAL ........................................................................ 13 CICLO DA RELAÇÃO TRANSPORTE X USO DO SOLO .................................................... 14 INTERRELAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...... 15 QUE TIPO DE CIDADE DESEJA-SE NO FUTURO? ........................................................... 16 PLANO URBANO ................................................................................................................ 16 PLANO INSTITUCIONAL .................................................................................................... 17 PLANO ECONÔMICO FINANCEIRO .................................................................................. 17 CONDIÇÕES DE TRANSPORTE E TRÂNSITO .................................................................. 23 ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE TRANSPORTE URBANO ................. 25 CONCEITOS E DEFINIÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES ................ 26 TIPOS DE VIAGENS (BASEADA NA ORIGEM/DESTINO DAS MESMAS) ..................... 28 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE VIAGEM .............................................................. 29 VARIAÇÃO TEMPORAL DAS VIAGENS ......................................................................... 30 ÍNDICES DE VIAGEM ...................................................................................................... 33 CÁLCULO MATRICIAL PARA TRABALHAR OS DADOS DE VIAGEM ........................... 38 TABELA DE FREQUÊNCIA DE VIAGENS ....................................................................... 38 COMPONENTES DA FASE DE INVENTÁRIO E EXTRAPOLAÇÃO DE TENDÊNCIAS ..... 39 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO PREVISÃO DE DADOS DE VIAGENS ....................... 40 QUESTÕES ......................................................................................................................... 43 1ª ETAPA – GERAÇÃO DE VIAGENS ................................................................................ 45 2ª ETAPA – DISTRIBUIÇÃO DE VIAGENS ......................................................................... 48 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com 3ª ETAPA – ATRIBUIÇÃO DE VIAGENS (PLANEJAMENTO DE REDES) .......................... 63 MÉTODO TUDO OU NADA ............................................................................................. 65 4ª ETAPA – DIVISÃO MODAL ............................................................................................. 66 CRÉDITOS: ......................................................................................................................... 68 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 MINUTA DO PROGRAMA: Caracterização do transporte urbano O transporte e o processo de planejamento urbano regional Dinâmica das cidades e a relação com o planejamento urbano e regional Dinâmica das cidades e a relação com o planejamento de transportes Hipóteses e princípios do processo de planejamento de transportes urbanos Instrumentos de planejamento de transporte Análise e tratamento de dados para o planejamento de transporte Avaliação da oferta e da demanda Tratamento da circulação e de redes de tráfego Prioridade para o transporte público e na circulação Acidentes de trânsito e sequência viária Telemática aplicada ao transporte Critérios de Avaliação: 1. Participação - Frequência - Atenção - Perguntas 2. Textos e resumos 3. Trabalho em grupo 4. Provas individuais 5. Pontos distribuídos em sala Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 INTRODUÇÃO Sistema de transporte regional: Rodoviários, Ferroviários, Aéreo, Hidroviários, dutoviários (gás que vem da Bolívia, o minério por meio de dutos, mais barato) Engenharia Civil (pois não é militar). A Engenharia antigamente era segredo militar, segredo para avançar as tropas, vencer obstáculos (como atravessar um rio, calcular pontes, que conseguisse transportar por cima dela um peso muito grande) e os conhecimentos eram segredo de Estado. Os pioneiros neste tipo de estudo foram os ROMANOS. Eles dominaram o mundo em uma época, por se fazerem uso da engenharia militar, abrindo estradas, projetando estruturas de catapultas, muito mais eficiente que outros povos. Quando se tornava obsoleto, passavam a ser deixados de lado. Então daí surgiu a Engenharia Civil, todo conhecimento militar que poderia ser divulgado em beneficio da humanidade, foi reunido nas escolas de engenharia que começaram a formar engenheiros Civis. Como os conhecimentos vêm da área militar e ela é limitada a área estrutural, logo os engenheiros civis possuem muito conhecimento voltado para a área estrutural, mas a realidade do curso atualmente mudou completamente. Hoje há uma série de problemas que não são ligadas a uma questão estrutural. No Brasil hoje o transporte regional depende da infra-estrutura: Portos, aeroportos, hidrovias, ferrovias, rodovias. Como na década de 70 (época militar), o Brasil optou pelo transporte sobre pneus, ele tem uma infra-estrutura muito grande, construída até praticamente a década de 80, ou seja, esta infra-estrutura praticamente já está pronta, não será muito modificada, com exceção da ferroviária, (que ficou parada no tempo), hidroviária. Qual o grande problema hoje que está dificultando o desenvolvimento do Brasil, da sociedade, da economia? É o transporte das grandes áreas urbanas. Se não forem feitas grandes mudanças, ele trava o país inteiro, pois todas as cidades brasileiras tem um problema sério de transporte. Gerente de cidades: Capacitar profissionais para o uso de modernas ferramentase técnicas econômico-financeiras, a fim de torná-los mais eficazes na gestão de recursos, traduzindo- se em uma atuação pública municipal que seja social e economicamente mais efetiva. Este profissional consegue intervir bem em toda esta engrenagem que é uma cidade, podendo gerenciar equipes técnicas para encontrar boas condições para o funcionamento da cidade. Uma equipe técnica que trabalha com uma visão integrada de todos os problemas de engenharia. Engenheiro de sistemas de transporte: tem que entender da questão de planejamento urbano regional, da dinâmica da cidade. Ele tem a necessidade de ter um contato estreito com o engenheiro de dados (analista de sistemas, que projeta algoritmos, programe para equacionar os problemas usando a linguagem apropriada). Ele trabalha com uma equipe multidisciplinar Outros profissionais que ele terá muito contato por estarem relacionados com os problemas de transporte são o urbanista e o economista. Outro fato que deve ser considerado é a questão ambiental, que todos os profissionais devem ter foco nesta área, não tendo um profissional específico para isto. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 6 Sintoma ≠ Problema Este curso é destinado a corrigir alguns erros de conceito que são bombardeados desde a infância pela mídia. Ex.: O engarrafamento, ao contrário que muitas pessoas pensam, não é um problema de transporte e sim um sintoma de algum evento causador. Quando um problema se agrava e não se toma medidas para corrigi-lo, ele pode se tornar um problema crônico, a partir daí ele nunca mais será resolvido efetivamente. Ex.: Um congestionamento crônico nunca mais será resolvido. Cidade ideal??? A cidade ideal não existe, ou seja, uma estrutura física que funcione perfeitamente, porém é possível minimizar os problemas de transporte e desenvolvimento urbano, eliminando os verdadeiros (reais) problemas de transporte e de desenvolvimento urbano inadequado. “As cidades brasileiras assim como as dos demais países em desenvolvimento apresentam graves problemas de transporte e em qualidade de vida” Não é uma exclusividade do Brasil, em Paris, existem grandes problemas de transporte, em Londres, Tóquio, Nova Iorque, etc. Qualidade de vida: Poluição, estresse, etc. Pesquisas mostram que se as pessoas ficarem expostas a barulhos acima de 53 Dbs constantemente, altera o batimento cárdico altera a pressão da corrente sanguínea, vai causar pressão alta, problemas de mal estar, gera estresse. Retrospectiva histórica Fatores de desenvolvimento: Tecnologia Saúde Desenvolvimento Transporte (20% a 40% são destinados ao setor) Educação Industrialização Habitação ÁFRICA, ÁSIA, AMÉRICA LATINA 71% DA POPULAÇÃO DA TERRA Mas apenas 15% transporte ferroviário 15% transporte ônibus e caminhões África 22% da área da Terra mas apenas 4% de estradas pavimentadas. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 7 “Qual é o problema de transporte nas áreas pavimentadas nas áreas urbanas?” Em 1910 uma equipe de técnicos em demografia, urbanismo e economia classificaram a cidade de São Paulo na categoria “Aldeia” e o Brasil como o país mais rural do mundo. Em 1910 → 86% da população (Brasil) vivendo em áreas rurais Hoje (2009) → 84% da população (Brasil) vivendo em áreas urbanas (Concentração em ± 8 regiões metropolitanas) Grande Problema: IMPROVISAÇÕES - No sistema urbano - No sistema de transporte Não havia técnicas preparadas (recursos humanos técnicos/profissionais); Não houve vinculação ao planejamento dos transportes com o planejamento e expansão das atividades urbanas. “Só se implementa sistema de transporte se for necessário seu uso, não tendo a necessidade de grandes deslocamentos, o número de usuários diminui” Políticas desastradas 1) Privilégio do uso do automóvel 2) Penalização da circulação do transporte público (ônibus) 3) Erros de projeto 4) Corrupção Fator contribuinte para a situação atual: Migração da população rural para áreas urbanas num pequeno intervalo de tempo, não havendo tempo para a estruturação das cidades. Indústria automobilística - Influência na decisão das obras de transportes - Maximizar as vendas - Remessa de lucros para as matrizes 1) Privilégio dos automóveis: Ex.: - Retirada dos trilhos das Av. Afonso Pena, carros de feixe de mola (política de facilitar o uso de carros) - Alargamento das vias 2) Penalização da circulação do transporte público Ex.: - Desativação de trollers - Semáforos públicos (privilegiar o transporte público) - Mais estações de transporte (troca de ônibus penaliza) - rodoviária 3) Erros de projeto Ex.: - Túnel sem necessidade, poderia se fazer uma avenida aberta, mas preferem fazer uma obra para aumentar o lucro (obras financeiramente mais interessantes) - Av. Raja Gabaglia: bifurcação na trincheira (muitos acidentes) “Poucas pessoas entendem das reais características dos transportes urbanos.” TÓPICO 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS DOS TRANSPORTES URBANOS a) Caracterização do transporte urbano - Natureza do problema de transporte urbano - Mitos e paradigmas do transporte urbano - Relação com o espaço urbano Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 8 NATUREZA DO PROBLEMA DE TRANSPORTE URBANO Problemas complexos: Erros: tratar como natureza simples MITOS NO TRANSPORTE URBANO 1) O transporte urbano é um assunto essencialmente técnico Soluções: + Obras - Alargamento de vias - Áreas de estacionamento - Túneis - Linhas de metrô - Implantar sinalização + Sem Obra - Rodízio de carros - Não concentrar atividades em horários de pico O transporte urbano não é um assunto essencialmente “técnico” (obras, soluções físicas), mas deve considerar as dimensões sociais, culturais, econômicas, ambientais, etc. 2) O transporte urbano é sinônimo de veículos motorizados, como carros, ônibus, trens e metrôs Obras não para veículos: fechamento de quarteirões Pesquisas realizadas em áreas urbanas identificam que a maior parte das viagens (deslocamentos) são realizadas pelo modo a pé NY 75% das viagens SP 45 % das viagens Caruaru 75% das viagens O transporte urbano não é sinônimo de veículos motorizados, mas sinônimo do “não- transporte” Nas áreas urbanas, o ideal é reduzir veículos motorizados, fazer com que as pessoas já estejam no ponto de destino, teoria do não transporte. Figura 1 – Classificação de Mário Bunge em relação às ciências, Fonte: Texto “Ciência e conhecimento” Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 9 3) O automóvel aumenta a mobilidade e constitui um meio veloz de locomoção Pesquisas com 600 famílias em cidades usuárias de automóvel com características sociais representativas da população urbana com residência localizada em vários pontos estatisticamente distribuídos, realizadas no período de um ano (365 dias), comprovaram que a velocidades média era: São Paulo → 6,5 Km/h Belo Horizonte → 12 Km/h Portanto o automóvel não é veloz (segundo a pesquisa e estudos) Para isto,é necessário se criar um sistema viário rodoviário, Ex.: Anéis rodoviários, mais túneis, viadutos, etc. CONCEITO DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE Mobilidade Vs Acessibilidade Deslocamentos a grandes distâncias (≥ 7 km) Deslocamentos a grandes distâncias (≤ 7 km) Velocidades médias altas ( ≥ 50 Km/h) Velocidades médias altas ( ≤ 50 Km/h) Tempo de deslocamento é significante para o usuário Tempo de deslocamento não é significante para o usuário Tabela 1 – Comparativo entre os conceitos de mobilidade e acessibilidade Exemplos: Mobilidade1: Metrô Pampulha ↔ Savassi (NÃO aumenta a acessibilidade, pois liga dois pontos de grandes distâncias (e isto é mobilidade) Linha Verde (não deveria ter atividades comerciais, pois esta obra é para fim de mobilidade) Complexo da Lagoinha Canaletas exclusivas O automóvel aumenta a mobilidade? Não, apenas quando está no anel. A cidade precisa de acessibilidade, ela não tem estrutura para mobilidade. O carro veio com o objetivo de da mobilidade, veio substituir a tração animal (para grandes distâncias) 1 Obras para atender a mobilidade vão destruindo a cidade, pois não existem atividades nestas regiões Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 0 → Arterial → Coletor → Local Local e arterial não tem nada a ver com largura de via. Ex.: A Av. Afonso Pena deve trabalhar como via local, favorecendo a acessibilidade. Quanto mais acesso, mais local. 4) A rede viária ideal é aquela que dê acesso a todos os pontos da cidade por vias largas retas e sem irregularidades na sua superfície. ERRADO, pois a rede viária serve para favorecer a acessibilidade da cidade. Vias largas, viadutos favorecem a mobilidade que é característica de uma rodovia. Às vezes a criação de uma rede viária inadequada pode-se acarretar em grandes problemas. Ex.: Uma rua sem pavimentação, após um pedido dos moradores é asfaltada. Após a obra, a via pode sofrer com altos índices de atropelamentos (crianças, animais, etc.), além de impactos ambientais (poluição sonora, do ar, do solo, etc.). O trânsito de ruas adjacentes ou de outras regiões começa a deslocar para esta rua. Aumenta o tráfego de caminhões, que devido a freqüência de passagem, geram impactos nas fundações das casas, gerando trincas (facilitando infiltrações), necessitando mais gastos com pinturas, reformas, etc. Isto gera uma situação insustentável. O sistema viário ideal para áreas urbanas deve seguir o conceito de “capilaridade” 2 ser mais sinuoso3 com superfície do pavimento, com superfície do pavimento mais rugosa, com seção transversal (menos larga) e com traçado de diretriz sem grande extensão (procurar dar descontinuidade). 2 A idéia é ter sistemas dispersos e que as vias não sejam concentradas em grandes avenidas 3 Mais curvas, menor será a velocidade Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 1 5) Todos os veículos tem direitos iguais ao uso da via pública Nas áreas urbanas os USUÁRIOS (morador, pedestre, usuário de automóvel e ônibus) é que devem ter direitos iguais ao uso da via pública. Direitos iguais ao USUÁRIO: Distância, Segurança, tarifa Exemplo: A criação de passarela: Afasta o direito, pois você faz o pedestre andar mais, despriorizando seu direito. Tirar o ônibus pois ele atrapalha o tráfego dos carros (Pensamento errôneo) Canaleta exclusiva: tenta igualar os direitos do usuário do ônibus ao do automóvel em questão de tempo. Anos 60: Obras incorretas, obras improvisadas. Um bom projeto para a cidade é aquele que os usuários tenham o mesmo nível de conforto, gastem o mesmo tempo, enfim, tenham direitos iguais. 6) O motorista é responsável por 90% dos acidentes de trânsito Pesquisas mostraram que somente 50% das causas dos acidentes podem ser relacionadas ao comportamento inadequado do condutor dos veículos (motorista). Outros 50% estão relacionados a causas ligadas ao projeto das vias e dos veículos incluindo a manutenção. As medidas atualmente só atuam baseado no comportamento do condutor e não se preocupam com outras causas. É preciso atuar além do condutor, aumentando fatores de segurança. 7) O metrô é um transporte de massa e de baixo custo O metrô NÃO É um transporte de massa e sim um transporte de alta capacidade. 40 a 80 mil pass/hora/sentido4 A obra é muito mais cara e a tecnologia foi patenteada, além do custo de manutenção. Nenhum metrô do mundo da lucro, todo metrô é deficitário. O máximo que se consegue é 25 a 27 mil pass/hora/sentido. O metrô NÃO É um sistema de transporte de baixo custo: Preço por Km de linha 80 a 110 milhões de dólares Preço por Km de ônibus operando e canaleta exclusiva 1 milhão de dólares com capacidade de até 27 mil pass/hora/sentido 8) Os problemas de transporte urbano serão resolvidos por novas modalidades. Os problemas de transporte urbano poderão ser resolvidos com novas tecnologias embarcados em tecnologias já existentes. Exemplo: Sistema de bilhetagem eletrônica, descontos fora do horário de pico, etc. 4 Quando se trabalha com esta faixa, é uma boa oportunidade para se criar o metrô, caso contrário se tem problemas Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 2 9) O problema de transporte urbano no Brasil foi criado pelas demandas dos governos autoritários e pela crise econômica. Hoje temos a democracia e nem por isto a gente deixa de simplesmente receber as coisas sem discuti-las (certo e errado) 10) A solução dos problemas de transporte urbano é o melhoramento dos transportes públicos. Não só o transporte público, mas sim a acessibilidade que está ligada com o não- transporte. Investir apenas em transporte públicos não resolve. Devemos investir hoje no não transporte, para controlar a demanda e reduzi-la. Não transporte: reduzir a mobilidade e aumentar a acessibilidade (deslocamento até 8 km) Outro meio de transporte a ser investido (juntamente com o ônibus, ou antes mesmo de se investir nele) é o pedestrianismo. O andar a pé deve ser prioridade. O PAPEL DOS TRANSPORTES NA ESPACIALIDADE URBANA Transporte visto como parte isolada e estanque da realidade urbana Palavras chaves: (parte – isolamento - explicação) Usavam mesma metodologia Parte – isolam tratando como parte do sistema urbano e não como um todo. Exemplo – Cruzamento: Passo a passo: Isolar o cruzamento Pesquisa VPH Colocação de semáforos Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 3 - TRANSPORTE VISTO COMO PARTE ISOLADA E ESTANQUE DA REALIDADE URBANA - (Parte – isolamento - explicação) MODELO DE SOCIEDADE CONSENSUAL - CONCEPÇÃO FUNCIONALISTA DO PROBLEMA DE TRANSPORTE - Princípio: Oferta x Demanda Parte do princípio que as coisas devem funcionar como antes. Exemplo: Televisão estragada: O técnico sabe que o circuito é fechado e percorre o circuitoaté onde está o problema. Questão já superada (Operação, tráfego, gerenciamento, conflitos localizados, capacidade) Novo Paradigma Transporte como uma estrutura complexa da dinâmica urbana - CONCEPÇÃO SISTÊMICA DO PLANEJAMENTO DE TRANSPORTE - (totalidade – relações - compreensão) - MODELO DE SOCIEDADE EM CONFLITO - - PROBLEMA FUNDAMENTAL - - INTERAÇÕES TRANSPORTE E O MEIO AMBIENTE URBANO - Planejamento dentro de um sistema maior, não é possível isolar. Compreender o fenômeno, compreender o problema e não estudar a partir de dados científicos. Sociedade em conflito (cada um com seus interesses – pedestres, condutores, passageiros) Exemplo: Estacionamento em calçadas. Quais os problemas de transportes nas áreas urbanas? Resp.: É a interação... Esta técnica pressupõe que a sociedade vai aceitar aquilo na prática Não é medir a oferta e a demanda. É descobrir qual a relação do transporte com o meio. O que vai acontecer quando implementada a solução daqui a 10 anos? Incentivar as pessoas a mudarem investindo em atividades próximas ao local onde realizam suas atividades. Ronda a solução: Com isto, o projeto adotará uma concepção funcionalista. Se o sistema não funciona como antes, é feito um estudo, corrigindo o que estiver errado, para que volte a funcionar como antes Os problemas ocorrem de tempos em tempos. Soluções são dadas, mas os problemas sempre voltam. Para um circuito fechado a técnica funcionalista é adequada, mas o sistema de transporte é aberto, por isto não será adequado o seu uso para este caso. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 4 CICLO DA RELAÇÃO TRANSPORTE X USO DO SOLO USO5: comercial, residencial e educacional OCUPAÇÃO6: Exemplo: prédio de 20 andares Ao invés de elaborar um projeto comum de engenharia (vias, viadutos) o problema pode estar apenas no uso do solo. Sob ótica da metodologia sistêmica para considerar o ciclo. Antes a metodologia funcionalista dava certo, pois eram cidades pequenas (até 300 mil habitantes) e demora 10, 15 anos para começar a apresentar problemas. 5 Atividade que será exercida por m² 6 Intensidade da atividade Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 5 INTERRELAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO AMBIENTE URBANO Exemplos: Rodoviária: Altera a ACESSIBILIDADE para MENOS Linha Verde Altera a MOBILIDADE para MAIS Metrô: ACESSIBILIDADE Alta rotatividade ao longo das viagens. Trem: MOBILIDADE Transporte para longas distâncias. Implantação de shopping (Andradas/Contorno) Altera: USO DO SOLO (Altera influências diretas/indiretas do contexto urbano) Buritis Nossa Senhora do Carmo INFLUÊNCIAS DIRETAS OU INDIRETAS DO CONTEXTO URBANO ALTERAÇÕES NO SISTEMA DE TRANSPORTE DEMANDAS NO SISTEMA DE TRANSPORTE INFLUÊNCIAS DIRETAS OU INDIRETAS DO CONTEXTO URBANO OUTROS FATORES FATOR ACESSIBILIDADE DEMANDAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ALTERAÇÕES NO USO DO SOLO FATOR GERADOR DE VIAGENS OUTROS FATORES Centro Administrativo Shopping Diamond Mall Rodoviária Linha Verde Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 6 QUE TIPO DE CIDADE DESEJA-SE NO FUTURO? Transporte x Espacialidade Controle do desenvolvimento urbano Não se acomodar com Statu quo7 Condições gerais mais necessárias Plano Diretor Geral e Setorial PLANO URBANO Plano Diretor e Setoriais rigorosos e efetivos Leis de uso e ocupação do solo (transporte) Código de Edificação / (transporte) EIA / RIMA (transporte) RITU Expansão urbana limitada a otimização (aprovação de parcelamento) da capacidade de oferta de infra-estrutura instalada (sistema viário, calçadas, água, esgoto, eletricidade, gás, etc.) de equipamentos públicos (escolas, hospitais, serviços, etc.) e de meios públicos de transporte. Renovação urbana condicionada à minimização dos impactos sobre os sistemas de transporte e trânsito com ressarcimento de custos por parte dos empreendimentos. “Tudo pode em qualquer lugar desde que não provoque impactos” Exemplo: Fábrica de cadeira que produz 100 unidades mensais, aproveitando uma oportunidade de expansão, ela amplia sua produção para 2000 cadeiras. Com isso, ela terceiriza o transporte do produto. Problema: Não há área de carga e descarga. Por que em meio a tantas vantagens, este meio de transporte não é muito difundido? Falta de ciclovias Falta de incentivo Risco de acidente Relevo desfavorável 7 É uma expressão latina (in statu quo ante) que designa o estado actual das coisas, seja em que momento for. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 7 O Usuário do ônibus quer: + Ônibus O proprietário de carro quer: Avenidas largas e sem obstáculos O Pedestre quer: Segurança O Morador quer: Ruas tranqüilas e seguras PLANO INSTITUCIONAL Objetivos setoriais integrados (transportes, trânsito, educação, saúde, empregos, etc.) É importante que tenha objetivos integrados para manter projetos de transportes adequados. Gestão municipal dos sistemas de transportes urbanos (proximidade do usuário) Disponibilidade de recursos humanos capacitados. Mecanismos de participação da população e transparência nas decisões sobre políticas urbanas de transporte e de trânsito. PLANO ECONÔMICO FINANCEIRO Condições que precisa atingir para o ciclo funcionar, ter ganho no transporte e consequentemente na qualidade de vida. Definição clara de políticas de investimentos Através da lei A) B) C) D) 4 conflitos entre os grupos, ex.: AB,DA,CB,DB Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 8 Participação cada vez maior de fontes indiretas de recursos provenientes de todos os beneficiários8 do sistema de transporte subsídios cruzados (indústrias, serviços, comércio, etc.) O empresário do comércio tem grande interesse para que o sistema de transporte funcione muito bem, pois se acontecer alguma greve, algum tumulto na cidade, os funcionários começam a não chegar no horário, eles terão um prejuízo muito grande em vendas. Então se pode criar uma fonte indireta através deste segmento: Ex.: Fazer parcerias, dar uma vantagem como IPTU Manutenção de programas de captação de recursos extraordinários9 (mídias, etc.) Criar maneiras inteligentes de captar recursos através da mídia Programas com a iniciativa privada Este está sendo atualmente o mais usado no Brasil. Ex.: A estação rodoviária no centro: foi feita uma parceria com a iniciativa privada onde ela cuida da estruturafísica da estação. A CBTU não gasta com a administração (reformar, limpar) em troca, eles cedem o espaço para os eventos. A iniciativa privada construiu o shopping e ela pode explorar o local por alguns anos. O estacionamento rotativo: A BHtrans cede o espaço a uma empresa para ela explorar o faixa azul que por sua vez, paga a BHtrans uma taxa do que ela arrecada. Busca do equilíbrio econômico financeiro geral do sistema (dimensão pública) Todo projeto de transporte no plano econômico financeiro não pode tecnicamente avaliar se da lucro ou prejuízo, isto não entra na consideração técnica do projeto. Se for preciso implantar o projeto, se ela for a melhor solução e vai ter um custo “X”, a maneira de cobrir o custo, será outro problema e não deve ser incorporada dentro do próprio projeto. Ex.: Dimensionar uma linha de ônibus nova, e ela terá um custo “X”. Então dividimos o custo pelo número de usuários e calculamos a tarefa (ERRADO) O Custo deve ser dividido pelo sistema como um todo. Na faixa azul, alguns quarteirões o tempo de permanência é menos e paga-se o mesmo valor. Pois um tem alta rotatividade e arrecada mais e o outro tem pouca rotatividade e arrecada menos. As linhas de ônibus poderiam ter custos de 10 centavos, que davam para cobrir todos os custos da linha, mas a tarifa da linha da linha vermelha teria que ser R$5,00 a R$6,00. Então há um sistema de COMPENSAÇÃO. Algumas linhas têm lucro muito grande e outras linhas tem um prejuízo muito grande, então o preço é equilibrado, tornando um sistema compensatório. O metrô dá prejuízo. Não existe metrô no mundo que dá lucro. O metrô de Belo Horizonte tem prejuízo anual de R$ 300 milhões. Oferta de transporte: 8 Não só o usuário que passa na roleta, no ônibus, no metrô, mas, por exemplo, o comércio 9 Propagandas já pensadas em projeto, Outdoors, Displays, etc PROJETO MUDA VALOR DO m² MUDA O USO DO SOLO Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 1 9 Figura 2 – Estrutura Urbana Ortogonal O sistema ou estrutura ortogonal consiste de ruas que se cruzam em ângulo reto, formando quadrados (tabuleiros de xadrez) ou retângulos (grelhas ou grades). Figura 3 – Estrutura Urbana Concêntrica Se você tiver apenas um único centro, um núcleo central, você vai ter um problema de convergência dos movimentos para este núcleo central, como no caso de Belo Horizonte, que era pra ser um único anel com vias que chegavam até a Praça 7, então teria apenas a Avenida do Contorno. Se a cidade se expande, mantendo o formato, as vias que concentram os movimentos vão ficando compridas. Ex.: a 040 saindo de Ouro Preto,a Av. Amazonas Figura 4 – Estrutura Urbana Hexagonal Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 0 Custos de implantação de sistemas de transportes públicos em áreas urbanas (150 mil passageiros/dia) 1. Custo para implantação de 7 km de linha Metrô 2010 milhões de reais VLT 404 milhões de reais (bonde, veículo leve sobre trilhos) BRT 404 milhões de reais Ônibus 55 milhões de reais 2. Tempo de implantação para 7 km de linha Metrô 9 anos VLT 5 anos BRT 2,5 anos Ônibus 1 ano Fonte: NTU Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 1 Ciclo Serviços de transporte público são eliminados Aumentam as distâncias e os custos Transporte público fica menos eficiente Usuários Cativos (maioria) são prejudicados Aumenta o interesse pelo Automóvel Uso do automóvel é incentivado Expansão urbana é incentivada Figura 5 – Expansão urbana e insustentabilidade – Fonte: Texto “Os Problemas do transporte urbano” Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 2 INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE Sistema viário hierarquizado (hierarquização dinâmica) (vide Figura 6 – Mapa: Proposta para plano diretor) Definição clara de áreas ambientais de restrição ao tráfego São necessárias quais áreas (mesmo não ocupadas) áreas ambientais de restrição de tráfego Definição clara de prioridades no uso das vias para o transporte público Busca do equilíbrio da matriz modal (vide matriz modal a seguir) Mapa: Plano diretor hierarquia do sistema viário Figura 6 – Mapa: Proposta para plano diretor Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 3 Matriz modal Tabela 2 – Matriz modal para a cidade de Belo Horizonte CONDIÇÕES DE TRANSPORTE E TRÂNSITO Sub-sistema de transporte público10 Integração eficiente O transporte público eficiente não deve ter integração (quanto melhor o modo de transporte, menor a necessidade de integração). Para garantir uma integração eficiente: a) Física; b) Tarifária; c) Institucional (O próprio município gerenciar o sistema de transporte da cidade) Tempos curtos de acesso Distâncias de deslocamento abaixo de 10 km. Se isto não acontecer, ai sim haverá necessidade de integração (eficiente) Tempos curtos de espera para embarque (porta > 1,5m, sem degrau) Conforto interno dos veículos e terminais (ar condicionado) Informação eficiente e de qualidade aos usuários Integração física e tarifária entre todos as modalidades Boas velocidades médias (20 – 25 km/h) Custo acessível a todos com subsídios socialmente controlados Adaptação para acesso de usuários especiais (crianças, portadores de deficiência, idosos) 10 Garantir essas condições antes de fazer o projeto, para qualquer modal Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 4 Sub-sistema de trânsito Baixos índices de acidentes Através de projetos implementados Ao entrar pela porta de trás no ônibus reduz acidente BH: 400 mortos por ano. No conflito entre sistemas, morre mais de uma pessoa/dia/ano. Altos índices de respeito às leis de trânsito Colocar velocidade adequada (Linha verde: 110km/h, se colocar 50km/h, haverá desrespeito) Comércio ao longo das vias onde não pode parar (haverá desrespeito) Se não houver condições de virar à esquerda, colocar barreira física. Alto desempenho geral do trânsito Sair do metro e andar 500 m para pegar ônibus? Às vezes, é melhor não implantar semáforo e fazer as pessoas circularem um pouco mais a pé. Índices de poluição do ar e sonora de acordo com a legislação e normatização internacional e nacional Barreiras de vegetação para quebrar ondas sonoras oriundas do impacto dos pneus dos ônibus com o asfalto da canaleta exclusiva. Motor não mais a diesel (já pensar nas obras hoje com a visão que no futuro essas mudanças já serão feitas) Preservação do patrimônio histórico e cultural (desvios de linhas de ônibus) Preservação de áreas verdese ambientais Intrusão visual (combinação de cores, ônibus vermelho quente, azul/verde frio, ponto de ônibus visto de longe) Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 5 ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE TRANSPORTE URBANO 1º) Controlar a demanda 2 º) Modal mais usado: A pé: projetos que favoreçam tal modal 1. Fixar objetivos setoriais integrados (Controle da demanda); Quais viagens a serem controladas? Ex.: Casa-trabalho, casa-compra, casa-escola... (Saúde/Educação/Indústria/Comércio/Turismo) Plano institucional 2. Verificar a situação ATUAL e PASSADA da área de estudo11; (diagnóstico identificação das reais causas dos problemas) Situação passada: principalmente como o sistema é aberto e a metodologia é sistêmica, deve-se descobrir as causas reais do problema, com o estudo passado. 3. Extrapolar tendências para uma data futura; (técnicas de cenário → mínimo 3 cenários) Técnicas de cenário → ferramenta Figura 7 – Técnica de cenário 11 Pergunta valendo 1 ponto em sala – Análise Sistêmica Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 6 4. Fixar objetivos específicos diretamente ligados ao transporte 5. Elaborar soluções de projeto; (mínimo 3 alternativas, visando atuar no cenário)*Priorizar soluções flexíveis Fazer um projeto apenas é errado, pois existem vários cenários. 6. Definir e detalhar a alternativa mais adequada De acordo com a tendência de presente para o cenário futuro. 7. Implantar a alternativa escolhida no tempo correto (tempo calculado para o cenário) Senão o uso do solo sofrerá alterações e o ciclo mudará; para definir o tempo correto, definir as fontes corretas para arrecadar recursos. Há também um regime de concessão. 8. Monitorar e reavaliar por meio de projeto de monitoração; (Verificar se o cenário ideal está sendo realizado) Caso comece a tender para outro cenário, tomar decisões para voltar para o cenário previsto. 9. Implantar as alterações/correções necessárias NO TEMPO CERTO; PRINCIPAIS CONCEITOS E DEFINIÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES a) ÁREA DE ESTUDO: definida para que sejam levantados dados da população e do uso do solo. É a maior área possível que englobe população e uso do solo. É a área limite de urbanização. Deve ser definida abrangendo todo o aglomerado urbano, praticamente confundindo-se com o limite da linha de existência da urbanização. b) ÁREA DE PLANEJAMENTO (OU ÁREA DE PESQUISA): Área inserida dentro da AE. É uma área interior a área de estudo, devendo ser representativa desta, onde se fará o levantamento de todos os dados para projeto por meio de amostras estatísticas. A linha limite imaginária desta área denomina-se linha de contorno (cordon line) Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 7 c) ZONEAMENTO (NÃO É A ZONA DE TRÁFEGO): É a unidade base de pesquisa, coleta e na análise dos dados representativos das características da AE. O tamanho das zonas é função da precisão a ser obtida nas soluções de projeto. Os limites das zonas devem seguir preferencialmente os limites censitários, administrativos e políticos, procurando garantir homogeneidade de características para cada zona (área residencial, de serviços, comercial, etc). - Renda: é um fator que interfere nos projetos de transporte, pois quanto maior a renda, mais atividades ela tem, portanto maior o número de viagens - Taxa de crescimento: para fazer extrapolações - Faixa etária: quem anda sem pagar, quem é idoso, menor de 5 anos - Dados de uso do solo: onde estão as atividades, qual atividade está presente no lote Tudo isso interfere no projeto e devem ser coletados de tempos em tempos para a elaboração adequada dos cenários. IBGE – dados populacionais muito bons Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 8 d) CENTRÓIDE: é o ponto espacial no interior da zona onde se localizam a maioria das atividades características dessa zona. Teoricamente, o centróide concentra todos os dados analisados e pesquisados, incluindo a origem e o destino das viagens. A partir da localização do centróide (“centro de massa” do corpo da zona), todas as viagens terão sua origem e destino ali. Se a zona for muito grande, vai ficar ruim e quanto mais homogênea a zona, mais próximo do baricentro fica a centróide. Viagem: tem uma origem e um destino, deve ter um motivo e deve ocorrer com frequência. e) VIAGEM: É o percurso entre dois pontos físicos com um objetivo específico (motivo da viagem). Esses dois pontos são chamados extremos de viagem, sendo que a origem é o extremo de saída e o destino, o de chegada. f) TIPOS DE VIAGENS (baseada na origem/destino das mesmas) - Viagens internas (VI) → quando os dois extremos da viagem situam-se dentro da área de pesquisa - Viagens externas (VE) → quando um dos extremos da viagem situa-se dentro da área de pesquisa - Viagens através (VA) → quando os dois extremos da viagem situam-se fora da área de pesquisa Uma pesquisa feita em BH, tendo como “Cordon line” a Av. do contorno; chegou-se ao seguinte resultado: VA = 48% das viagens (ônibus que atravessam a área devem ser inseridos e não aqueles que param no centro e saem). Formato da cidade: setorial. Acidade cresceu ao longo das grandes avenidas. Não há via transversal, que leve de A para B sem passar pelo centro. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 2 9 g) CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE VIAGEM 1- Com base na RESIDÊNCIA Viagens BR (HB → Home based) – 4 tipos Maior área urbana, é mais fácil projetar se tiver baixa rotatividade da residência Viagens NBR (NHB → No Home based) – 2 tipos 2- Com base no MOTIVO da viagem - Viagem por motivo RESIDÊNCIA - Viagem por motivo TRABALHO - Viagem por motivo ESTUDO - Viagem por motivo SAÚDE* - Viagem por motivo COMPRAS* Objetivo: Descentralizar - Viagem por motivo NEGÓCIOS* - Viagem por motivo LAZER - Viagem por motivo TURISMO - Viagem por motivo CULTURAL - Viagem por motivo OUTROS Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 0 h) VARIAÇÃO TEMPORAL DAS VIAGENS As viagens devem ser analisadas segundo sua variação ao longo de: Figura 8 – Gráfico representando a variação temporal das viagens de um intervalo de uma hora Soluções para menor variação: Secretaria do tempo, tarifas variadas ao longo do dia Figura 9 – Gráfico representando a variação temporal das viagens de um intervalo de um dia 7:40 8:40 Nº de viagens Tempo (Min) Dentro da hora 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Nº de viagens horas do dia Dentro do dia Atual Ideal Ideal Atual Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.comDisponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 1 Figura 10 – Gráfico representando a variação temporal das viagens de um intervalo de uma semana Figura 11 – Gráfico representando a variação temporal das viagens de um intervalo de um mês seg ter qua qui sex sáb dom Nº de viagens dias da semana Dentro da semana 0 5 10 15 20 25 30 Nº de viagens dias do mês Dentro do mês Atual Ideal Algumas regiões da cidade Atual Ideal Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 2 Figura 12 – Gráfico representando a variação temporal das viagens de um intervalo de um ano Dentro de períodos específicos Eleições (Presidencial, prefeito) Eventos esportivos (Copa do mundo, Olimpíadas, F1) Eventos religiosos Eventos Culturais (musicais, teatro) Trem Bala Qual a vantagem da implantação em relação ao modo avião? Interesse. A tecnologia japonesa, já muito difundida por lá, seria excelente fonte de renda (manutenção cara) para vida toda. Entrariam em concorrência com avião, que por sua vez teriam que atender classes mais baixas por baratearem as passagens, com isto terá que perder alguns serviços, itens de conforto. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Nº de viagens meses do ano Dentro do ano Atual Ideal Europa Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 3 i) ÍNDICES DE VIAGEM Viagem Relacionado 2 variáveis Outra variável Índice: tempo Fazer o nº de viagens Na matriz modal: implantar a telemática (soluções na internet) São parâmetros de controle das características dos padrões de viagens que interrelacinonam as principais variáveis de uma viagem, sendo importantes para retratar a situação do sistema de transportes (passado e atual) e para elevar soluções de projetos (atual e futuro) Exemplos: BH SP EUA*APROX Número de viagens por pessoa/dia 0,89 0,96 3,5 Número de viagens por residência/dia 3,48 3,7 Número de viagens por automóvel/dia 2,12 2,60 Fator ocupação de auto* 1,16 1,53 *Implementar para melhorar: - Faixa exclusiva para usuários acima de 2 passageiros - Incentivar carona coletiva Fator divisão modal Viagens Transp. Público 87% 67% Viagens Transp. Privado 13% 33% Tempo viagem por motivo BH SP Casa/Trabalho 46’ 51’ Casa/Escola 28’ 36’ Casa/Outros 34’ 48’ Base não residencial (NBR) 28’ 40’ Viagens externas 38’ 49’ Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 4 ÍNDICES Índice de conforto (necessárias pesquisas) Objetivo Como medir, unidade: pass/m² Ideal: 2 pass/m² ??? Temperatura dentro do transporte público Ar Condicionado Acidentes Número de acidentes fatais - Por via Número de acidentes não fatais - Por Apenas danos materiais - Por Ambientais Ruídos (Índices de Pressão dBa) Soluções: Energia→Diesel para elétrico faixa exclusiva para carros acima de 2 passageiros, carona coletiva Emissão de CO2: Figura 13 – Emissão de monóxido de carbono por tipo de transporte - Considerando 1,5 pessoa por automóvel e 50 pessoas por ônibus A BHtrans trabalha 7pass/m² no transporte público Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 5 Figura 14 – Gráfico demonstrativo da porcentagem de dias com condições inadequadas, FONTE: Cetesp 1994 Figura 15 – Comparativo entre modais – Consumo e impactos relativos por pass-km (ônibus=1) – FONTE: ANTP 0 5 10 15 20 25 30 CO PI' Ozônio NOx Geral % de dias com condições inadequadas ou má 4 16 2,5 21,1 7,8 11,1 4,5 3 0 5 10 15 20 25 via (espaço) poluição (massa) energia (quantidade) acidentes (custo) Consumo e impactos - pass/km ônibus moto carro Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 6 Figura 16 – Custos - R$/viagem - 7 km – FONTE: ANTP Conceito de geração de viagens É o número de viagens que sai de uma determinada zona do centróide da zona Conceito de produção Este conceito está relacionado com o tipo de viagem com base no domicílio (viagens BR e NBR) 1. Para as viagens do tipo BR, as viagens serão consideradas como produzidas pela zona residência 2. Para as viagens do tipo NBR, as viagens serão consideradas como produzidas pela zona origem. Atração Este conceito está relacionado com os dois conceitos anteriores, de geração e de produção 1. Se for adotado um conceito de geração, serão consideradas atraídas o total de viagens que chegam a uma determinada zona 2. Se for considerada o conceito de produção: 2.1 Para as viagens do tipo BR, as viagens serão consideradas atraídas pela zona que não seja residência. 2.2 Para as viagens do tipo NBR, serão consideradas como atraídas as viagens da zona de destino. 0 1 2 3 4 5 6 ônibus Moto Auto Gasolina Auto Álcool R $ /V ia ge m Custos - R$/viagem - 7 km social desembolso outros Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 7 Exemplo: Verificação: G + AG = P + AP Porque tem 4 viagens entre Z1 e Z2?12 12 Baseado no conceito de viagens BR: Vide g)Critério de classificação de viagem Z1 Z2 Z3 NBR BR BR BR G1 = 3 P1 = 6 A1G = 3 A1P = 0 G2 = 3 P2 = 1 A2G = 3 A2P =4+1=5 G3 = 2 P3 = 1 A3G = 2 A3P = 2+1=3 G – Geradas P – Produzidas A – Atraídas: Geração Produção Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 8 j) CÁLCULO MATRICIAL PARA TRABALHAR OS DADOS DE VIAGEM Definição para trabalhar os dados de viagem, será utilizada a ferramenta de cálculo matricial com matrizes de tipo AA (matrizes quadradas), para cada grupo ou tipo de viagem a ser considerada na elaboração de soluções de projetos. Estas matrizes são chamadas de tabelas ou matrizes de freqüência de viagem. Elas podem ser montadas usando vários tipos de dados de viagem, como por exemplo: 1. Viagens totais da área de estudo 2. Viagens de pessoas por transporte público 3. Viagens de pessoas por transporte privado 4. Viagens por motivo 5. Viagens por modal 6. Viagens por período 7. Viagens por carga 8. Etc. k) TABELA DE FREQUÊNCIA DE VIAGENS Dest 1 2 3 … j … n vij Orig 1 V11 V12 V13 … V1j … V1n G1 2 V21 V22 V23 … V2j … V2n G2 3 V31 V32 V33 … V3j … V3n G3 … … … … … … i Vi1 Vi2 Vi3 … Vij … Vin Gi … … … … … … n Vn1 Vn2 Vn3 … Vnj … Vnn Gn vij A1 A2 A3 Aj An Distritocensitário tamanho: 1 quadra Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 3 9 COMPONENTES DA FASE DE INVENTÁRIO E EXTRAPOLAÇÃO DE TENDÊNCIAS Inventário e Estudos de diagnósticos a) Definições básicas - Área de estudo - Área de pesquisa -Zoneamento, etc. b) Inventário dos parâmetros de estudo (Passado/Presente) - Levantamento de dados gerais e específicos - Padrões de viagem - Uso do Solo - População c) Caracterização da DEMANDA (Passado/Presente) - Pesquisa domiciliar - Tipos de viagem d) Caracterização da OFERTA (Passado/Presente) - Sistema viário - Sistema de transporte público - Sistema de transporte privado - Sistema de transporte de carga e) Caracterização de cenário atual - Relação: Transporte X ambiente urbano Extrapolação de tendências para data futura Modelagem a) Modelagem - Modelos sintéticos (4etapas) Demanda Futura? - Geração de viagens - Distribuição de viagens - Atribuição de viagens - Divisão modal b) Definição de políticas e parâmetros futuros de planejamento c) Elaboração de soluções (Sistema de transportes futuro) Oferta futura - Rede viária - Transporte público - Transporte privado - Transporte de carga d) Simulações Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 0 l) MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO PREVISÃO DE DADOS DE VIAGENS Modelos seqüenciais de dimensionamento da demanda de viagens Modelo 4 Etapas (Mais utilizado): 1ª ETAPA Geração de viagens 2ª ETAPA Distribuição de viagens 3ª ETAPA Atribuição de viagens 4ª ETAPA Divisão Modal Definição: Os métodos de determinação e previsão de dados de viagem procuram correlacionar dados de viagens com os dados de população, sócio econômicos e urbanos (uso e ocupação do solo), identificando quais seriam os prováveis fatores (variáveis) que influenciam e ocasionam uma determinada viagem, qual a sua rota e qual o modo de transporte mais adequado para realizar a viagem (matriz modal). Qual o número de viagens que são geradas/atraídas pela zona 9? V9 = G9 = ? ou A9 = ? Para responder esta questão, serão correlacionados dados de população, sócio-econômicos e de uso e ocupação do solo com os dados de viagem ao passado e atuais para prever o número de viagens gerados em viagens futuras. Modelo de regressão múltipla: y = a1x1 + a2x2 + a3x3 + anxn + K y - Variável dependente x - Variável independente K - Erro Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 1 É recomendável o uso de 20 a 25 variáveis, para se conseguir resultados mais próximos da realidade. Exemplo: y = 68x1 + 45x2 + 71x3 – 24x4 + 280 X - Variáveis Independentes Interferem na variável dependente Y (Y = número de viagens para estudo, por zona) Estas podem ser, por exemplo: - Número de estudantes na zona - Número de Escolas (nº de vagas) - Número de Residências - Renda Familiar - Distância da Escola (- negativo) - Etc... Exemplo de modelo Y = - 0,59 x1 + 0,74 x2 + 0,88 x3 - 39,6 x4 + 112 Onde: Y = nº de viagens para trabalho; x1 = nº de residências; x2 = nº de pessoas empregadas; x3 = nº de veículos; x4 = distância da zona à área central; Cuidados que se deve tomar ao desenvolver a regressão múltipla: - Todas as variáveis devem ter sua devida explicação e serem medidas facilmente - Não se deve misturar variáveis pontuais com agregadas. - Deve-se supor que exista uma relação linear entre as variáveis dependente e independente. - A inclusão de cada variável deve influir no valor final da variável dependente. Variável dependente Variáveis independente Erro A que mais influencia na Variável dependente Erros abaixo de 3,5 % (referência) Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 2 Críticas à regressão linear São muitas as críticas a estes modelos, apenas como exemplo: - o modelo falha ao estabelecer relações de causa entre as variáveis dependentes e independentes (modelo empírico). - tem que assumir que os coeficientes continuam válidos no futuro. - só são confiáveis para pequenos intervalos das variáveis independentes. Exercício: O\D 1 2 3 4 5 G Res - 1 10 6 8 20 2 46 Res - 2 4 3 10 3 6 26 Com - 3 12 16 21 26 7 82 – Maior geração de viagens Saú - 4 30 18 7 4 3 62 Ind - 5 10 11 7 3 2 33 A 66 54 53 56 20 Quantas são Viagens BR? 46 + 26 + 66 + 54 - 10 - 6 - 4 - 3 = 169 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 3 QUESTÕES 1 - Aplicando a metodologia de planejamento de transporte visando o planejamento de um sistema de transporte para uma determinada área urbana, após as etapas de inventário, de sua caracterização, do estudo do uso do solo e dos levantamentos sócio-ecônomicos, foram definidas 4(quatro) zonas homogêneas e a matriz de frequência de viagens da área conforme indicado abaixo Tabela 3- Matriz Atual de frequência de viagens O\D 1 2 3 4 5 1 6 15 30 9 3 2 15 12 24 12 30 3 24 24 3 6 50 4 9 12 6 9 20 5 3 30 50 25 10 a)Quantas viagens do tipo HB (BR) e NHB (NBR), nesta área? Viagens BR: 63 + 57 + 118 + 113 - 6 - 3 -3 -10 = 329 repetições Viagens NBR: (2 jeitos de fazer) (1º) Fazer número total de viagens e subtrair o número de viagens BR: Total de viagens: 63+ 57 + 93 + 93 + 107+ 113 + 56 + 61 + 118 + 113 - 6 - 12 - 3 - 9 - 10 = 834 Viagens NBR: 521 – 329 = 192 Z1 – Residencial Z2 – Comercial Z3 – Industrial Z4 – Lazer Z5 – Residencial Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 4 (2º) Somar apenas as viagens que não residenciais Viagens NBR: 48 + 48 + 33 + 33 + 27 + 27 - 12 - 3 - 9 = 192 b)Quantas viagens são geradas pela zona 2(Z2) e pela zona 4 (Z4)? Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com 1ª ETAPA – GERAÇÃO DE VIAGENS Previsão dos tipos de viagens de pessoas ou veículos Número de viagens que sai de uma determinada zona tendo como referência seu centróide TÉCNICAS DESENVOLVIDAS Utilizam as relações entre características de viagem e o meio urbano HIPÓTESE A viagem é função de três fatores básicos: Padrão de uso do solo e do desenvolvimento urbano Características sócio-econômicas da população que se desloca Natureza, tamanho e capacidade do sistema de transportes FATORES QUE INFLUENCIAM A GERAÇÃO DE VIAGEM - ( DEMANDA ) Influência da população - Características sócio-econômicas da população que se desloca na área de estudo Influência do uso do solo - Padrão de uso do solo e dodesenvolvimento na área de estudo Influência das características do sistema de transporte - Natureza, tamanho e capacidade do sistema de transportes da área de estudo Projeção da demanda de viagem para o ano-meta e estimativas para o tipo e magnitude desta demanda ESTUDO DE GERAÇÃO DE VIAGENS: Estimar O número de viagens que se origina em cada zona de transporte (PRODUÇÃO DE VIAGENS) O número de viagens destinadas a cada zona de transporte (ATRAÇÃO DE VIAGENS). Garantir que, na fase de distribuição de viagens, combinações diferentes de viagens (que não são necessariamente reversíveis) sejam adequadamente agrupadas. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 6 Dados Sócio-econômicos e informações Complementares Uso do solo na região de estudo ( atividade predominante, localização,intensidade) População Frota (automóveis, caminhões, ônibus, transporte de massa) Capacidade dos sistemas e condições físicas das vias Movimentação de cargas Freqüência do modo, tarifa Atividades econômicas Política futura de transporte Variáveis consideradas na produção de viagens (modelos agregados) Renda Propriedade de veículos Número de residência (área de ocupação do solo) Número de pessoas empregadas População ou densidade populacional Número de pessoas em idade escolar Variáveis consideradas na atração de viagens: Área destinada à industria, comércio e outros Número de empregos Matrículas escolares Acessibilidade Fatores que influenciam na geração de viagens 1. Uso do solo 2. As residências 3. Outros fatores 1. Fatores do uso do solo • Unidade conveniente para se classificar as atividades que geram viagens. • Diferentes tipos de uso do solo produzem características diferentes na geração de viagens. • A intensidade com a qual são desenvolvidas as atividades podem produzir características diferentes de geração de viagens: • O uso do solo pelo comércio, serviços e indústria, como centros geradores de empregos • Diferentes tipos de atividades comerciais de serviços e industriais produzem volumes diferentes de viagens • Outros usos do solo considerados importantes em termos de geração de viagens: - usos para fins educacionais (universidades, colégios, escolas, etc.) - usos para fins de recreação Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 7 2. Fatores das residências • Tamanho da família: frequência média de viagens cresce proporcionalmente ao número de pessoas por domicilio • Propriedade de veículos: A capacidade de satisfazer as demandas de viagens é influenciada pela disponibilidade de meios de transporte alternativos e pela capacidade do sistema viário. A propriedade de veículos ou o número desses veículos disponíveis por domicílios tem influência significativa na geração de viagens. • Tipos de domicílios • Ocupação dos residentes • Renda familiar: Famílias com alta renda podem satisfazer com maior facilidade as necessidades de viagens de seus membros • Outros: Estrutura etária da população; Características sócio-econômica da população; Grau de urbanização, etc. 3. Outros fatores Fatores ligados às características da população residente • Valor de mercado do imóvel • Estrutura etária da população • Características sócio-econômicas da população • Grau de urbanização da área Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 8 2ª ETAPA – DISTRIBUIÇÃO DE VIAGENS Definição: Nesta etapa de distribuição, o objetivo será determinar o número de viagens entre cada par de zonas a partir do número total de viagens de cada zona obtido na etapa de geração (determinação dos fluxos interzonais) Qual a % do número de viagens geradas na Z10 que tem destino para as demais zonas da área? V10.1=? V10.2=? V10.3=? V10.4=? V10.j=? V10.n=? Para responder esta questão serão usados os métodos: a) Métodos Análogos ou Fatores de crescimento 1. Fator Uniforme 2. Fator Médio 3. Fator de Fratar b) Modelos sintéticos ou Fórmula de viagem interárea Nos quais é feita uma tentativa de se estender a relação casual associada aos movimentos, considerando-os como sendo similares a certas leis de comportamento físico. Uma vez que estas relações causais são entendidas, elas são projetadas no futuro e os padrões de viagem apropriados são sintetizados. - Gravitacional - Eletrostático - Regressão múltipla - Oportunidades intervenientes -Programação linear Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 4 9 Fator de Crescimento 1. Fator Uniforme → Onde: Vij → número de viagens futuras entre os centróides i e j vij → número de viagens atuais entre os centróides i e j E → Fator de crescimento da área Suposição básica do método do fator uniforme é que o crescimento esperado na área como um todo, irá exercer a mesma influência no crescimento do movimento entre qualquer per de zonas localizado dentro dela. Superestimação do volume de movimentos 2. Fator Médio → Onde: Vij → número de viagens futuras entre os centróides i e j vij → número de viagens atuais entre os centróides i e j Ei → Ej → As críticas levantadas ao método do fator uniforme são também aplicáveis ao método do fator médio. 3. Fator de Fratar → Onde: Vi(G) → número de viagens futuras geradas por i vij → número de viagens atuais entre i e j Ej → Fator de crescimento de j (destino) Ei ... En → Fatores de crescimento de cada zona T.J. Fratar usou um processo de iteração para desenvolver um método de distribuição de viagens que anula as desvantagens inerentes aos métodos anteriores. V → Futura v → Atual Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 0 As suposições básicas de seu método são: a) A distribuição de viagens futuras de uma dada zona de origem é proporcional à distribuição de viagens existentes da zona; b) A distribuição destas viagens futuras é modificada pelo fator de crescimento da zona para a qual estas viagens são atraídas. Pode pedir na prova: Dar a matriz atual e pedir a matriz de distribuição futura - Pelo método de Fratar, gravitacional, etc Exemplo 1) Método de Fratar: Calcular o número de viagens interzonais futuras, com base na matriz das viagens interzonais atuais e viagens futuras produzidas em cada zona determinadas na fase de Geração de viagens. Tabela 4 – Matriz das viagens interzonais atuais em 102 viagens. Cálculo dos fatores de crescimento: E1 = V1(G) = 60 = 2 v1 30 E2 = V 2(G) = 75 = 3 v2 25 E3 = V 3(G) = 15 = 1 v3 15 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 1 Cálculo das viagensfuturas interzonais V12 = V 1(G) . V12 . E 2 = 60 . 20. 3 = 51,43 (viagens) v12 . E2 + V13 . E3 (20.3) (10.1) V21 = V 2(G) . V21 . E 1 = 75 . 20. 2 = 66,67 (viagens) v21 . E1 + V23 . E3 (20.2) (5.1) V13= 8,57; V31= 8,57; V32= 6,43; V23= 8,33 (viagens) Primeira aproximação para as viagens futuras interzonais V12’ = V21’ = V12 + V21 = 51,43 + 66,67 = 59,05 viagens 2 2 V13’= V31’ = 8,57 viagens V32’= V23’= 7,38 viagens Matriz das viagens futuras interzonais (primeira aproximação) A interação deve continuar até os novos valores dos fatores de crescimento se convergirem para um. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 2 Exemplo 2) Método de Fratar: Dada a matriz de viagens atuais para a área de estudos abaixo, determinar a matriz futura de distribuição de viagens usando o método de fator de crescimento por “Fratar”. O/D A B C D O/D A B C D A - 10 12 18 A B 10 - 14 14 B C 12 14 - 6 C D 18 14 6 - D vi 40 38 32 38 Vi(G)13 80 114 48 38 E 2 3 1,5 1 OBS.: Neste exemplo, não foi considerado as viagens internas das zonas, como de A para A, de B para B, de C para C e de D para D. Passo 1: Calcular o fator de crescimento da zona de tráfego: E = Vi(G)/vi Passo 2 : Estimar as viagens entre zonas de tráfego da seguinte forma; Usando a fórmula, ,temos: VAB = VBA = Vab 36,36 Vca 16,00 Vac 21,82 Vcb 28,00 Vad 21,82 Vcd 4,00 Vba 41,45 Vda 15,72 Vbc 43,53 Vdb 18,34 Vbd 29,02 Vdc 3,93 13 É uma estimativa do total de viagens produzidas na zona i para o ano de projeto Se o valor de V(G) não for dado, ele será achado usando uma equação própria para projeção futura. Se não for dado, usar uma equação Número de viagens atuais geradas Fator de crescimento: Vi(G) vi Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 3 Passo 3 : Montar a nova Matriz O/D A B C D O/D A B C D A - 10 12 18 A - 36,36 21,82 21,82 B 10 - 14 14 B 41,45 - 43,53 29,02 C 12 14 - 6 C 16,00 28,00 - 4,00 D 18 14 6 - D 15,72 18,34 3,93 - vi 40 38 32 38 Vi(G) 80 114 48 38 E 2 3 1,5 1 Fratar prevê que não pode mudar a simetria da matriz, portanto será feito a média: = 38,91 O/D A B C D A 38,91 B 38,91 C D Médias: AB-BA 38,91 BC-CB 35,76 AC-CA 18,91 BD-DB 23,68 AD-DA 18,77 CD-DC 3,97 O método de Fratar é iterativo, o número de viagens futuras Vi(G) é 80 para A. Ao somar na nova matriz, teria que dar 80, pois é o valor calculado para o futuro, porém não da exatamente. Ao realizar a somatória, obtém um valor próximo de 80, pois é uma media ponderada. Podemos aceitar a distribuição se o erro estiver até 3,5% dos 80 senão vai ter de iterar novamente a matriz, mas ao invés de pegar os valores atuais, pegar os novos valores. Para fazer a iteração, calcular um novo valor vi, mas Vi(G) permanece o mesmo. Os valores de E, convergem para 1, mas nunca chegam, paramos de convergir, quando tivermos um erro de 3,5% em vi. Se apenas um valor estiver fora dos 3,5% de tolerância, é suficiente para que seja feita uma próxima iteração. O\D A B C D A - 38,91 18,91 18,77 B 38,91 - 35,76 23,68 C 18,91 35,76 - 3,97 D 18,77 23,68 3,97 - vi 76,59 98,35 58,64 46,42 Vi(G) 80 114 48 38 E 1,04 1,16 0,82 0,82 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 4 O processo termina quando o fator E estiver dentro de um intervalo especificado previamente e de acordo com a precisão que se deseja. Iteração: O\D A B C D O\D A B C D A - 47,51 16,31 16,19 A - 49,70 15,51 15,50 B 51,88 - 37,37 24,75 B 49,70 - 34,12 22,74 C 14,71 30,87 - 2,42 C 15,51 34,12 - 2,44 D 14,81 20,73 2,45 - D 15,50 22,74 2,44 - Valores fora da faixa de tolerância de 3,5% vi 80,70 106,56 52,06 40,68 Vi(G) 80 114 48 38 E 0,99 1,07 0,92 0,93 Próxima iteração: O\D A B C D O\D A B C D A - 51,91 13,96 14,13 A - 53,49 13,79 14,03 B 55,08 - 35,17 23,75 B 53,49 - 33,76 22,90 C 13,63 32,36 - 2,02 C 13,79 33,76 - 2,03 D 13,92 22,04 2,04 - D 14,03 22,90 2,03 - Valores dentro da faixa de tolerância de 3,5% vi 81,31 110,15 49,58 38,95 Vi(G) 80 114 48 38 Valores próximos de 1 E 0,98 1,03 0,97 0,98 Como se pode observar o método de Fratar considera apenas os fatores relacionados a produção e portanto deve ser utilizado em matrizes que têm valores iguais ou próximos de produção e atração. E nestes casos a matriz resultante de viagens é uma matriz simétrica onde vij = vji. Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 5 Exemplo 3) Fator médio: Para cada zona estão indicados os valores das variáveis dependentes e independentes pesquisadas e utilizadas para a definição do modelo de geração de viagens. O número de viagens de cada zona é representado por A. a equação que traduz a relação entre estas variáveis é Y= 28 + 0,78 C + 2,22 B. O projeto está previsto para 10 anos e as taxas de crescimento de B e C são: B =7,4% e C = 1,0% para os 6 primeiros anos; B =3,0% e C = 2,0% para os 4 últimos anos. O/D 1 2 3 4 1 - 105 50 35 2 105 - 18 37 3 50 18 - 97 4 35 37 97 - vi 190 160 165 169 ViG ? ? ? ? E ? ? ? ? Atual Z1 Z2 Z3 Z4 A 190 160 165 169 B 70 60 70 83 C 20 10 6 15 Crescimento t= 10 anos B 0,074 6 primeiros anos C 0,01 Nos 6 Primeiros anos: V=p(1+t)^n onde p são os parâmetros B e C atuais; t = taxa de crescimento e n o tempo em anos Futuro 6 primeiros Z1 Z2 Z3 Z4 B 107,43 92,08 107,43 127,38 C 21,23 10,62 6,37 15,92 Nos 4 Últimos anos: V=p(1+t)^n onde p são os parâmetros B e C dos 6 primeiros anos Crescimento t= 10 anos B 0,03 4 últimos anos C 0,02 Planejamento de Transporte Urbano e Regional – 2009/02 filipe_fuscaldi@hotmail.com Disponível em: http://filipefuscaldi.wordpress.com/ 5 6 Futuro 4 últimos Z1 Z2 Z3 Z4 B 120,91 103,64 120,91 143,37 C 22,98 11,49 6,89 17,24 Zonas Y = ViG Y= 28 + 0,78 C + 2,22 B 6p 4u Z1 159 314 Z2 123 267 Z3 126 302 Z4 163 360 O/D 1 2 3 4 1 - 105 50 35 2 105 - 18 37 3 50 18 - 97 4 35 37 97 - vi 190 160 165 169 ViG 314 267 302 360 E 1,65 1,67 1,83 2,13 Fator Médio → = 87,09 (Alguns valores podem não estar perfeitamente iguais quando calculados, por efeito de arredondamento) O/D 1 2 3 4 1 - 174,48 87,09 66,20 2 174,48 - 31,48 70,25 3 87,09 31,48 - 191,95 4 66,20 70,25 191,95 - `
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