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OAB XVII 1 FASE PROC TRAB AULA 06

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 OAB PRIMEIRA FASE – XVII Exame 
Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
1 
RECURSOS 
 
1. Características Gerais dos Recursos 
 
a) Recursos cabíveis: 
 
São recursos cabíveis no Processo do 
Trabalho: o recurso ordinário, o recurso de 
revista, os embargos de declaração, os 
embargos ao TST, o agravo, agravo de 
petição e o agravo de instrumento (arts. 893 e 
897-A, CLT). 
 
Além desses, admitem-se no Processo do 
Trabalho também o pedido de revisão e o 
recurso extraordinário. 
 
b) Forma de interposição e efeitos: 
 
Os recursos serão interpostos por simples 
petição e têm, em regra, efeito meramente 
devolutivo (art. 899, CLT), ou seja, não 
possuem efeito suspensivo, não tendo o 
condão de impedir o início da execução 
provisória, a qual se limita à penhora. Nesta 
podem ser praticados apenas atos de 
constrição dos bens, não podendo ocorrer 
atos de expropriação. 
 
c) Contrarrazões: 
 
Nos termos do artigo 900 da CLT, as 
contrarrazões deverão ser apresentadas no 
mesmo prazo do recurso. 
 
d) Decisões interlocutórias: 
 
Em regra, as decisões interlocutórias são 
irrecorríveis de imediato no Processo do 
Trabalho. Cabe às partes impugná-las por 
meio de recurso das decisões definitivas (art. 
893, § 1º, CLT). 
 
Constituem exceção a regra da 
irrecorribilidade imediata das decisões 
interlocutórias: a) o pedido de revisão; b) as 
hipótese mencionadas na Súmula nº 214 do 
TST; e c) a decisão interlocutória do juiz ou 
Tribunal que acolhe a incompetência da 
Justiça do Trabalho, remetendo os autos para 
outro ramo do Poder Judiciário, por se tratar 
de decisão terminativa do feito. 
 
e) Recurso adesivo 
 
Muito embora seja cabível no Processo do 
Trabalho, a CLT não trata do recurso adesivo, 
sendo, portanto, aplicável o artigo 500 e 
seguintes do CPC. 
 
Podem ser interpostos de forma adesiva: o 
recurso ordinário, o recurso de revista, os 
embargos ao TST e o agravo de petição 
(Súmula nº 283, TST). 
 
A possibilidade de interpor um recurso na sua 
forma adesiva exige, basicamente, dois 
requisitos: sucumbência recíproca e a 
interposição de recurso por uma das partes. 
 
O prazo para a interposição é o mesmo que a 
parte dispõe para responder o recurso 
principal (art. 500, I, CPC). 
 
Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, 
o seu procedimento será o mesmo do recurso 
principal. 
 
O recurso adesivo é dependente do recurso 
principal, de forma que se o recurso principal 
não for conhecido ou se a parte desistir dele, 
o adesivo também não será processado (art. 
500, III, CPC). Ressalte-se que a parte 
recorrente poderá desistir do recurso a 
qualquer tempo, sendo desnecessária a 
concordância da parte contrária (art. 501, 
CPC). 
 
O recurso adesivo não dispensa a parte 
recorrente do preparo, ou seja, da realização 
do depósito ou do recolhimento das custas, 
quando for o caso (art. 500, parágrafo único, 
CPC). 
 
2. Pressupostos de Admissibilidade 
 
Os pressupostos de admissibilidade são 
exigências legais, que devem ser cumpridas, 
a fim de que seja analisado o mérito do 
recurso. 
 
Os pressupostos são subdivididos em 
intrínsecos (subjetivos) e extrínsecos 
(objetivos). Todos devem ser preenchidos, 
sob pena do não conhecimento do recurso. 
Os pressupostos são previamente analisados 
 
 
 
 
 
 
 
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 OAB PRIMEIRA FASE – XVII Exame 
Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
2 
pelo juízo que proferiu a decisão recorrida e, 
posteriormente, no Tribunal, pelo relator. 
 
Os pressupostos de admissibilidade 
intrínsecos, também chamados de 
subjetivos, relacionam-se com as partes. São 
eles: a legitimidade, a capacidade e o 
interesse. 
 
Já os pressupostos de admissibilidade 
extrínsecos, também chamados de objetivos, 
referem-se ao recurso. São pressupostos de 
admissibilidade extrínsecos: a recorribilidade 
da decisão, adequação, tempestividade, 
depósito recursal, custas e regularidade de 
representação. Segue a análise de cada um 
deles: 
 
a) Recorribilidade do ato: o ato precisa ser 
recorrível. Despachos de mero expediente e a 
maioria quase absoluta das decisões 
interlocutórias não o são, ou não o são de 
imediato. As sentenças de procedimento 
sumaríssimo que não versarem sobre matéria 
constitucional, bem como os termos de 
conciliação (exceto para a União), também 
são irrecorríveis. 
 
b) Adequação do recurso: deve ser utilizado 
o recurso próprio e adequado para impugnar 
aquele ato. 
 
c) Tempestividade: O conhecimento do 
recurso depende de sua interposição dentro 
do prazo legal. O prazo dos recursos no 
Processo do Trabalho é unificado e 
corresponde a 8 dias, salvo os embargos de 
declaração, cujo prazo é de 5 dias, o recurso 
extraordinário, em que o prazo é de 15 dias, e 
o pedido de revisão, no qual o prazo é de 48 
horas. 
 
No Processo do Trabalho, 
litisconsortes com procuradores 
diferentes não possuem prazo em 
dobro para recorrer (OJ 310, SDI-I, 
TST). 
 
O prazo para Fazenda Pública e 
MPT recorrer será em dobro, 
inclusive para opor embargos de 
declaração (DL nº 779/69 e OJ 192, 
SDI-I, TST). 
Cabe à parte comprovar, quando da 
interposição do recurso, a existência de 
feriado local e de dia útil em que não haja 
expediente forense, admitindo-se, entretanto, 
a reconsideração da análise da 
tempestividade do recurso, mediante prova 
documental superveniente, em agravo 
regimental, agravo de instrumento ou 
embargos de declaração (Súmula nº 385, 
TST). 
 
Segundo a Súmula nº 434 da SDI-I do TST é 
extemporâneo o recurso interposto antes de 
publicado o acórdão impugnado. 
 
d) Depósito recursal: 
 
Quanto ao depósito recursal tem-se que 
possui natureza de garantia do juízo, 
portanto, só é realizado pelo reclamado e 
se este for empregador ou tomador dos 
serviços. 
 
A IN nº 27/2005 do TST estabelece no 
parágrafo único de seu artigo 2° que o 
depósito recursal também é exigido para as 
novas ações de competência da Justiça do 
Trabalho nos moldes da CLT. Logo, o tomador 
dos serviços também deverá efetuar o 
depósito para a interposição de recurso 
quando houver condenação em pecúnia e 
não se enquadrar em nenhuma das hipóteses 
de isenções previstas em lei. 
 
Exigem depósito recursal: recurso ordinário, 
recurso de revista, embargos ao TST, recurso 
extraordinário e recurso ordinário em ação 
rescisória. 
 
Imporante memorizar 
O reclamado depositará o valor da 
condenação ainda não depositado, até o 
limite do teto estabelecido pelo tst 
 
O teto estabelecido pelo TST, a partir de 1° 
de agosto de 2014, é de R$ R$ 7.485,83 
para o RO e R$ 14.971,65 para o recurso de 
revista, embargos ao TST e recursos 
extraordinário e em ação rescisória. 
 
A Lei nº 12.275/2010 inseriu o § 7° no artigo 
899 da CLT, passando a exigir depósito 
recursal para interposição do agravo de 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
3 
instrumento, no importe de 50% do valor do 
depósito de recurso ao qual se pretende 
destrancar. Ressalte-se, entretanto, que 
quando todo o valor da condenação já estiver 
depositado nada mais poderá ser exigido a 
título de depósito recursal. Assim, para apurar 
o valor a ser depositado deve ser utilizado o 
seguinte raciocínio: 
 
Imporante memorizar 
O reclamado depositará o valor da 
condenação ainda não depositado, até o 
limite de 50% do valor do depósito do 
recurso que se pretende destrancar. 
 
Ressalte-se, entretanto, que a lei 13.015/2014 
incluiu no art. 899 da CLT, o § 8º, estipulando 
uma hipótese em que não será necessária a 
realização do depósito recursal para 
interposição de agravo de instrumento. Trata-
se do caso em que este recurso tiver a 
finalidade de destrancar recurso derevista 
que se insurge contra decisão que contraria a 
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior 
do Trabalho, consubstanciada nas suas 
súmulas ou em orientação jurisprudencial. 
 
Caso a arguição de contrariedade à súmula 
ou à orientação jurisprudencial seja 
infundada, temerária ou artificiosa, o agravo 
de instrumento será considerado deserto (art. 
23, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 - Presidência 
do TST). 
 
Caso a arguição de contrariedade à súmula 
ou à orientação jurisprudencial seja 
infundada, temerária ou artificiosa, o agravo 
de instrumento será considerado deserto (art. 
23, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 - Presidência 
do TST). 
 
Contudo, a dispensa do § 8º, do art. 899 da 
CLT, não será aplicável aos casos em que o 
agravo de instrumento se refira a uma parcela 
da condenação, pelo menos, que não seja 
objeto de arguição de contrariedade a súmula 
ou a orientação jurisprudencial do TST. (art. 
23, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 - Presidência 
do TST). 
 
Seguem hipóteses em que o depósito 
recursal é inexigível: 
• O depósito recursal só será exigível 
quando houver condenação em pecúnia 
(Súmula nº 161, TST). 
• A massa falida é isenta do depósito, bem 
como do recolhimento das custas 
processuais. Tal vantagem, contudo, não 
se aplica às empresas em liquidação 
extrajudicial. Nesse sentido é a Súmula nº 
86 do TST. 
• Nos termos do art. 1º, IV, do Dec.-Lei nº 
779/69, a União os Estados, o Distrito 
Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações públicas que não 
explorem atividade econômica estão 
dispensadas da realização de depósito 
recursal. 
 
Em síntese: 
 
Parte 
Recorrente 
Condenação 
em pecúnia 
Depósito Fundamento 
Reclamante – Não 
Art. 899, § 
4º 
Reclamado Não Não 
Súmula nº 
161, TST 
Reclamado Sim Sim 
Art. 899, 
CLT 
Reclamado 
Massa 
falida 
Sim Não 
Súmula nº 
86, TST 
Reclamado 
Empresa 
em 
liquidação 
extrajudicia
l 
Sim Sim 
Súmula nº 
86, TST 
Fazenda Sim Não 
Art. 1°, IV, 
DL nº 
779/60 
 
O reclamado beneficiário da justiça gratuita 
não é isento do depósito recursal, uma vez 
que este tem natureza de garantia do juízo. 
 
O prazo para efetuar o depósito recursal 
corresponde ao mesmo do recurso, ou seja, 8 
dias. A Súmula nº 245 do TST assevera que 
eventual interposição antecipada do recurso 
não prejudica a dilação legal, ou seja, a 
interposição do recurso, no 3º dia do prazo, 
por exemplo, não impede a realização e 
comprovação do depósito até o 8º dia do 
prazo. 
 
A Súmula nº 245 do TST não se aplica ao 
agravo de instrumento. Neste recurso, o 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
4 
depósito deve ser comprovado no ato de sua 
interposição (art. 899, § 7º, CLT). 
 
Quando o trabalhador estiver sujeito ao 
regime do FGTS, o depósito será realizado 
por meio da guia GFIP, sendo o valor 
destinado à sua conta vinculada no FGTS. 
Se, entretanto, o trabalhador não estiver 
ligado a tal regime, o depósito será realizado 
na sede do juízo, ficando à disposição deste 
(Súmula nº 426, TST). 
 
Na sentença, o juiz arbitrará valor provisório à 
condenação e é a partir deste será calculado 
o depósito recursal, bem como, o valor das 
custas processuais. Caso a somatória do 
valor dos depósitos realizados resulte no valor 
integral da condenação, nada mais poderá 
ser exigido a tal título (Súmula nº 128, TST). 
 
Todas as vezes que houver condenação 
solidária, o depósito realizado por uma das 
reclamadas será aproveitado pelas demais, 
salvo se a que realizou o depósito estiver 
pedindo a sua exclusão da lide (Súmula nº 
128, III, TST). 
 
Qualquer diferença ínfima, ainda que relativa 
a centavos, quanto ao depósito recursal ou 
custas ensejará a deserção do recurso (OJ 
140, SDI-I, TST). 
 
e) Custas processuais: 
 
Nas relações de emprego, na fase de 
conhecimento, as custas serão recolhidas 
pela parte vencida. 
 
O seu valor corresponde a 2% do valor da 
condenação ou do acordo ou, na ausência 
deste, a 2% do valor da causa (art. 789, CLT). 
 
As custas serão recolhidas pela parte 
vencida, que, se recorrer, deverá recolhê-las 
no prazo do recurso (8 dias), e, se não 
recorrer, após o trânsito em julgado (art. 789, 
§ 1º, CLT). O recolhimento é efetuado por 
meio de GUIA GRU. 
 
No caso de inversão do ônus da sucumbência 
em segundo grau, aplica-se a Súmula nº 25 e 
a OJ 186 da SDI-1 do TST. 
 
Em caso de acordo, o pagamento das custas 
caberá em partes iguais aos litigantes, salvo 
se dispuserem de forma diversa (art. 789, § 
3º, CLT). 
 
São isentos do recolhimento de custas: a) os 
beneficiários da justiça gratuita; b) a União, os 
Estados, os Municípios, o DF e as respectivas 
autarquias e fundações públicas que não 
explorem atividade econômica; c) o Ministério 
Público do Trabalho; e d) a massa falida (art. 
790-A, CLT e Súmula nº 86, TST). 
 
A União, os Estados, os Municípios, o DF e as 
respectivas autarquias e fundações públicas 
que não explorem atividade econômica não 
estão dispensadas de reembolsar as 
despesas realizadas pela parte vencedora 
(art. 790-A, parágrafo único, CLT). 
 
Os órgãos de fiscalização da atividade 
profissional e as empresas em liquidação 
extrajudicial não estão isentos do pagamento 
de custas (art. 790-A, parágrafo único, CLT). 
 
Na fase de execução, as custas processuais 
serão recolhidas pelo executado, ao final, em 
valor definido no artigo 789-A da CLT. 
 
Em sede de dissídio coletivo, as partes 
vencidas responderão solidariamente pelo 
recolhimento das custas calculadas pelo 
Presidente do Tribunal ou arbitradas na 
decisão (art. 789, § 4°, CLT). 
 
Tratando-se de empregado que não tenha 
obtido o benefício da justiça gratuita, ou a 
isenção de custas, o sindicato que houver 
intervindo no processo responderá 
solidariamente pelo pagamento das custas 
devidas (art. 790, § 1°, CLT). 
 
Não ocorrerá deserção do recurso quando as 
custas não forem devidamente calculadas e 
não houver intimação da parte para 
preparação do recurso, devendo elas serem 
recolhidas ao final (OJ 104, SDI-I, TST). 
 
f) Regularidade de representação: Uma vez 
contratando advogado, a parte deve juntar a 
procuração a fim de regularizar a 
representação sob pena de o recurso não ser 
conhecido por ser considerado inexistente 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
5 
(Súmula nº 164, TST). 
 
Entende o TST que o advogado que assina o 
recurso deve ter procuração nos autos ou 
juntá-la no momento de sua interposição, não 
sendo admitida a sua posterior juntada na 
fase recursal (Súmula nº 383, I, TST). 
 
Recurso não assinado é considerado 
inexistente, mas se houver assinatura em 
uma das folhas – rosto ou razões –, já será 
suficiente para seja considerado válido (OJ 
120, SDI-I, TST). 
 
3. Recursos em Espécie 
 
3.1. Recurso ordinário 
 
Cabe recurso ordinário no Processo do 
Trabalho em duas hipóteses: a) das 
decisões definitivas e terminativas das 
varas do trabalho (art. 895, I, CLT) e b) das 
decisões definitivas ou terminativas dos 
Tribunais Regionais do Trabalho em ações 
de sua competência originária (art. 895, II, 
CLT), como é o caso do dissídio coletivo, 
mandado de segurança, ação rescisória e 
etc. 
 
A competência para o julgamento da ação 
rescisória está definida em lei e, a depender 
da decisão, sua desconstituição se dará 
perante um juízo diferente, podendo ser 
esquematizada do seguinte modo: 
 
COMPETÊNCIA – AÇÃO RESCISÓRIA 
Decisão a ser 
desconstituída 
Juízo competente 
Sentença TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
Ressalte-se que da decisão do TRT em ação 
rescisória cabe recurso ordinário para o TRT 
(Súmulanº 158, TST). 
 
O mandado de segurança é ação cuja 
competência está estabelecida em lei da 
seguinte maneira, segundo bem esclarece o 
professor Mauro Schiavi: 
 
Antes da EC nº 45/2004, praticamente, o 
mandado de segurança era utilizado tão 
somente contra ato judicial e apreciado pelo 
Tribunal Regional do Trabalho. Somente em 
algumas hipóteses restritas, como, por 
exemplo, se o Diretor de Secretaria, 
praticando um ato de sua competência 
exclusiva, poderia figurar como autoridade 
coatora, quando recusasse, 
injustificadamente, a conceder carga do 
processo a um advogado que está no seu 
prazo de falar nos autos. Em razão do 
aumento da competência da Justiça do 
Trabalho, os Mandados de Segurança 
passaram a ser cabíveis contra atos de outras 
autoridades, além das judiciárias, como nas 
hipóteses dos incisos III e IV do art. 114, da 
CF; em face dos Auditores Fiscais e 
Delegados do Trabalho, Oficiais de Cartórios 
que recusam o registro de entidade sindical, e 
até mesmo ato dos membros do Ministério 
Público do Trabalho em Inquéritos Civis 
Públicos, uma vez que os incisos IV do art. 
114 diz ser da competência da justiça do 
trabalho o mandamus quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição. 
 
Ressalte-se que as Delegacias Regionais do 
Trabalho foram substituídas pelas atuais 
Superintendências Regionais do Trabalho. 
 
Em resumo: 
 
COMPETÊNCIA – MANDADO DE 
SEGURANÇA 
Autoridade Coatora Juízo competente 
Auditor fiscal do 
trabalho; 
Juiz 
Superintendente 
regional do trabalho; 
Oficial de cartório 
(quando recusar-se a 
registrar a entidade 
sindical) 
 
Membro do ministério 
do Trabalho 
(inquéritos civis) 
 
JUIZ TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
Quando o mandado de segurança for de 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
 Aryanna Manfredini 
6 
competência originária do TRT, desta decisão 
caberá recurso ordinário a ser julgado pelo 
TST (Súmula nº 201, TST). 
 
O recurso ordinário é dirigido ao juízo que 
proferiu a decisão para análise dos 
pressupostos recursais. Admitido o recurso 
pelo juízo a quo, a parte recorrida será 
intimada para apresentar as contrarrazões, no 
mesmo prazo do recurso, conforme 
estabelece o artigo 900 da CLT. Após o 
recebimento das contrarrazões, e mantida a 
admissibilidade do recurso, será realizada a 
remessa do recurso ao Tribunal. 
 
O juízo ad quem reexaminará os 
pressupostos recursais e, em verificando a 
presença do todos eles, apreciará o mérito do 
recurso. 
 
3.2 . Embargos de Declaração 
 
3.2.1. PREVISÃO LEGAL 
 
Os embargos de declaração estão previstos no 
artigo 897-A da CLT. Além desse, são 
aplicados, subsidiariamente, os artigos 535 a 
538 do CPC. 
 
3.2.2 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
No Processo do Trabalho, os embargos de 
declaração representam o meio adequado para 
impugnar sentença ou acórdão que apresentem 
omissão, obscuridade, contradição ou manifesto 
equívoco na análise dos pressupostos 
extrínsecos do recurso. 
 
Art. 897-A, CLT. Caberão embargos 
de declaração da sentença ou acórdão, 
no prazo de cinco dias, devendo seu 
julgamento ocorrer na primeira 
audiência ou sessão subsequente a 
sua apresentação, registrado na 
certidão, admitido efeito modificativo 
da decisão nos casos de omissão e 
contradição no julgado e manifesto 
equívoco no exame dos pressupostos 
extrínsecos do recurso. Parágrafo 
único. Os erros materiais poderão ser 
corrigidos de ofício ou a requerimento 
de qualquer das partes. 
 
Art. 535, CPC. Cabem embargos de 
declaração quando: I – houver, na 
sentença ou no acórdão, obscuridade 
ou contradição; II – for omitido ponto 
sobre o qual devia pronunciar-se o juiz 
ou tribunal. 
 
Art. 536. Os embargos serão opostos, 
no prazo de 5 (cinco) dias, em petição 
dirigida ao juiz ou relator, com 
indicação do ponto obscuro, 
contraditório ou omisso, não estando 
sujeitos a preparo. (Redação dada pela 
Lei nº 8.950, de 1994). 
 
Art. 537. O juiz julgará os embargos 
em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o 
relator apresentará os embargos em 
mesa na sessão subsequente, 
proferindo voto. (Redação dada pela 
Lei nº 8.950, de 1994). 
 
Os erros materiais poderão ser corrigidos de 
ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes (art. 897-A, § 1º, CLT). 
 
3.2.3. PRAZO 
 
O prazo para oposição dos embargos de 
declaração é de 5 dias. Para as pessoas 
jurídicas de direito público o prazo para 
oposição de embargos de declaração é 
contado em dobro, conforme previsto no 
Decreto-lei 779/1969 e na OJ 192 da SDI-
I/TST. 
OJ 192, SDI – 1, TST. Embargos 
Declaratórios. Prazo e dobro. Pessoa 
Jurídica de Direito Público. Decreto-Lei 
779/69. É em dobro o prazo para a 
interposição de Embargos 
Declaratórios por pessoa jurídica de 
Direito Público. 
 
3.2.4. JULGAMENTO DOS EMBARGOS 
 
Os embargos de declaração serão julgados pelo 
mesmo órgão do Poder Judiciário que proferiu a 
decisão embargada, sendo dirigido diretamente 
ao juiz que proferiu a sentença embargada e, no 
Tribunal, ao relator, não havendo, portanto, folha 
de rosto. 
 
3.2.5. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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7 
OUTROS RECURSOS 
 
A interposição dos embargos de declaração 
interrompe o prazo para interposição de 
outros recursos para as duas partes, voltando 
a contar o prazo para interposição do recurso 
principal a partir da publicação da decisão de 
embargos, salvo quando intempestivos, 
irregular a representação da parte ou ausente 
a sua assinatura (art. 897-A, § 3º, CLT). 
 
3.2.6. EFEITO MODIFICATIVO 
 
Conforme exposto, os embargos de declaração 
visam apenas suprir uma omissão, obscuridade, 
contradição ou manifesto equívoco na análise 
dos pressupostos extrínsecos. Nas hipóteses de 
omissão, contradição e manifesto equívoco na 
análise dos pressupostos extrínsecos do 
recurso, os embargos de declaração podem 
modificar a decisão embargada. Carlos 
Henrique Bezerra Leite cita um exemplo deste 
caso1: 
 
a ré argui prescrição na contestação e 
a sentença, omissa quanto a esse 
ponto, julga procedente o pedido do 
reclamante. Interpostos os embargos 
declaratórios pela ré contra tal 
omissão, e se eles forem providos para 
sanar a omissão, o juiz pode, de fato, 
pronunciar a prescrição e julgar extinto 
o processo com resolução do mérito, 
nos termos do artigo 269, IV do CPC. 
Houve, assim, a reforma da sentença 
e, nesse caso, o recurso de embargos 
declaratórios devolveu ao juiz o 
conhecimento da matéria impugnada. 
 
A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o 
efeito modificativo dos embargos de declaração 
apenas na hipótese de omissão. Essa súmula é 
anterior à Lei 9957/2000, que acrescentou o 
artigo 897-A à CLT, o qual prevê os efeitos 
modificativos para o recurso, nos casos de 
omissão, contradição ou manifesto equívoco no 
exame dos pressupostos extrínsecos do 
recurso. Prevalece este em detrimento da 
súmula. Observe que a súmula dispõe sobre 
 
1. LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito 
Processual do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 747. 
matéria que já encontra previsão legal, mas, 
apesar de estar superada, continua em vigor. 
Portanto, em uma questão sobre efeito 
modificativo dos embargos de declaração é 
válido citar a súmula 278 do TST, além do artigo 
897-A da CLT. 
 
Súmula 278, TST. A natureza da 
omissão suprida pelo julgamento de 
embargos declaratórios pode ocasionar 
efeito modificativo no julgado. 
 
3.2.7. MANIFESTAÇÃO DA OUTRA PARTE 
 
Em regra, não há manifestação da outra 
parte nos embargos de declaração. 
Entretanto,se o juiz vislumbrar efeito 
modificativo no julgado, deverá permitir a 
manifestação da outra parte em 5 dias, sob 
pena de nulidade da decisão, nos termos do 
art. 897-A, § 2º, da CLT, incluído pela Lei 
13.015/2014. Com a alteração legislativa, o 
item II da OJ 142 da SDI-1 do TST deverá ser 
revisado, uma vez que prevê a 
desnecessidade de manifestação da outra 
parte quando os embargos com efeito 
modificativo são opostos em face da 
sentença. A revisão da orientação 
jurisprudencial referida impõe-se na medida 
em que o legislador não contemplou essa 
exceção.

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